Caminho Espirita - Chico Xavier

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FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER CAMINHO ESPÍRITA AUTORES DIVERSOS O livro penetra sem alarde os santuários da arte e da cultura, da sublimação e do progresso. É alma pensamento esperança e consolo”. Emmanuel – Cartas do Coração Caro amigo: Se você gostou do livro e tem condições de comprá-lo, compre-o, pois assim estarás ajudando a diversas instituições de caridades, que é para onde são destinados os direitos autorais das obras espíritas. Que Jesus o abençoe Muita Paz

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eSPIRITISMO

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  • FRANCISCO CNDIDO XAVIER

    CAMINHO ESPRITA

    AUTORES DIVERSOS O livro penetra sem alarde os santurios da arte e da cultura, da sublimao e do progresso. alma pensamento esperana e consolo.

    Emmanuel Cartas do Corao

    Caro amigo: Se voc gostou do livro e tem condies de compr-lo, compre-o, pois assim estars ajudando a diversas instituies de caridades, que para onde so destinados os direitos autorais das obras espritas. Que Jesus o abenoe Muita Paz

  • CAMINHO ESPRITA ........................................................................................................................ 4 1 - TUA LMPADA .......................................................................................................................... 5 2 - TUA MENSAGEM ....................................................................................................................... 6 3 - DIA A DIA................................................................................................................................... 7 4 - AUXILIEMOS ............................................................................................................................... 8 5 - NO TE IMPACIENTES............................................................................................................. 9 6 - TODOS PODEMOS .................................................................................................................... 10 7 - NO PERCA............................................................................................................................... 11 8 - APELO ESPRITA ...................................................................................................................... 12 9 - CONTRA - SENSO...................................................................................................................... 13 10 - EXERCCIO DE COMPAIXO............................................................................................... 14 11 - KARDEC.................................................................................................................................... 15 12 - MEDIUNIDADE E ESTUDO................................................................................................... 16 13 - ROGATIVA DO OUTRO......................................................................................................... 17 14 - REFLEXO ESPRITA ............................................................................................................ 18 15 - LIVRO ESPRITA E VIDA..................................................................................................... 19 16 - ROTA ESPRITA ...................................................................................................................... 20 17 - EM TODOS OS CAMINHOS.................................................................................................. 21 18 - RECEITA ESPRITA ................................................................................................................ 22 19 - ENFERMIDADE........................................................................................................................ 23 20 - ANOTAES ESPRITAS ....................................................................................................... 24 21 - BILHETE PATERNAL ............................................................................................................. 25 22 - IDENTIFICAO ESPRITA................................................................................................... 27 23 - PARA SER FELIZ.................................................................................................................... 28 24 - VIVNCIA ESPRITA.............................................................................................................. 29 25 - CULTURA ESPRITA .............................................................................................................. 30 26 - NECESSIDADE E SOCORRO................................................................................................. 31 27 - DEUS PRIMEIRO..................................................................................................................... 32 28 - MEDIUNIDADE E DVIDA................................................................................................... 33 29 - LIVRO ESPRITA..................................................................................................................... 34 30 - NA HORA DA CRTICA ........................................................................................................ 35 31 - INDEPENDNCIA ESPRITA.................................................................................................. 36 32 - ORAO DIANTE DA PALAVRA ....................................................................................... 37 33 - FCIL E DIFCIL .................................................................................................................... 38 34 - NA HORA DO DESNIMO ................................................................................................... 39 35 - PRTICA ESPRITA................................................................................................................ 40 36 - EMERGNCIA .......................................................................................................................... 41 37 - MEDIUNIDADE E INTERCMBIO ....................................................................................... 42 38 - AUXILIA TAMBM................................................................................................................. 43 39 - GRUPO NO GRUPO................................................................................................................ 44 40 - MRITO..................................................................................................................................... 45 41 - SOLUO NATURAL............................................................................................................. 46 42 - CRDITOS ESPIRITUAIS........................................................................................................ 47 43 - O ESSENCIAL.......................................................................................................................... 48 44 - LGICA ESPRITA.................................................................................................................. 49 45 - TRAOS DO CARTER ESPRITA...................................................................................... 50 46 - PRESENA ESPRITA............................................................................................................. 51

  • 47 - SABER E FAZER..................................................................................................................... 52 48 - NOSSO DEVER........................................................................................................................ 53 49 - DIANTE DE TUDO ................................................................................................................. 54 50 - ESPIRITISMO E NS.............................................................................................................. 55 51 - DESGOSTO ............................................................................................................................... 56 52 - AT E DEPOIS ........................................................................................................................ 57 53 - FALTAS..................................................................................................................................... 58 54 - APLICAO ESPRITA........................................................................................................... 59 55 - ANJOS DESCONHECIDOS ..................................................................................................... 60 56 - INFLUNCIA ESPRITA........................................................................................................ 61 57 - PERDOADOS, MAS NO LIMPOS....................................................................................... 62 58 - TELAS DE SERVIOS............................................................................................................ 63 59 - PEQUENO APLOGO ............................................................................................................. 64 60 - FENMENOS MEDINICOS.................................................................................................. 65 61 - A QUEM MAIS TEM.............................................................................................................. 66 62 - CARIDADE, A NOSSA BANDEIRA ..................................................................................... 67 63 - VOLTARAS POR AMOR........................................................................................................ 68 64 - DISCERNIMENTOS.................................................................................................................. 69 65 - RESSENTIMENTO.................................................................................................................... 70 66 - LIBERTAO ESPIRITUAL ................................................................................................... 71 67 - EM NS.................................................................................................................................... 72 68 - EDIFICAO ............................................................................................................................ 73 69 - TUA PROSPERIDADE............................................................................................................. 74 70 - PRODGIOS DA F................................................................................................................. 75 71 - DIANTE DA CONSCINCIA.................................................................................................. 76 72 - ORAO E SERVIO ............................................................................................................ 77 73 - LIMPEZA................................................................................................................................... 78 74 - PACINCIA E NS................................................................................................................. 79 75 - O SINAL ESPRITA................................................................................................................. 80 76 - PENSE NISSO........................................................................................................................... 81 77 - FRIAS ESPRITAS ................................................................................................................. 82 78 - UNICAMENTE DE TI ............................................................................................................. 84 79 - PROGRAMA ESPRITA........................................................................................................... 85 80 - ORAO DO SERVO IMPERFEITO ..................................................................................... 86

  • CAMINHO ESPRITA H caminhos, os mais diversos tanto quanto existem princpios religiosos, os mais diferentes. E se as estradas, sejam quais sejam, expressam-se por vias de comunicao, no plano fsico, as religies de qualquer procedncia, so vias de intercmbio, no reino da alma. Fcil verificar que se temos caminhos agrestes, nas vastides do campo, surpreendemos religies primitivas em paragens remotas da terra; se contamos com estradas particulares, unicamente abertas aos que jazem segregados no critrio de elite, identificamos sistemas de f somente acessveis aos que se comprazem na idia exclusivista do privilgio; se dispomos de trilhas improvisadas, absolutamente distantes de qualquer sentido de estabilidade ou de ordem, valendo por estreitos esboos de rodovias futuras, encontramos veredas religiosas, fundamentalmente presas a interpretao individual, carecentes de organizao e de lgica, simbolizando simples esforos isolados que serviro, de algum modo, consolidao da verdade no porvir. Recorremos a semelhantes imagens para definir a Doutrina Esprita, como sendo atualmente a avenida segura de nossos interesses imperecveis lembrando rodovia legalmente constituda ante os Poderes Superiores da Vida -, administrada luz dos cdigos de trnsito, formados na base da justia igual para a comunidade dos viajantes. Nela, a Doutrina Esprita, que revive os ensinamentos do Cristo de Deus, possumos a Religio Universal do Amor e da Sabedoria, cujas diretrizes funcionam na conscincia de cada um, com amparo e orientao para todos e sem favoritismo ou excluso para ningum, to vlidos na Terra, quanto em qualquer ou Lar Planetrio da imensa famlia csmica. Ofertando-te, pois este livro despretensioso, leitor amigo, nada mais fazemos ns, os companheiros desencarnados, que reunir lembretes-sinais de proveito vossa jornada, atravs do reino interior da alma, onde tantas vezes nos inquietamos, frente de problemas e desafios, quais encruzilhadas e nevoeiros, induzindo-nos a dificuldades ou indeciso. Estudmo-lo, juntos, nos minutos que nos sobrem, entre afazeres cotidianos, - passos obrigatrios e rpidos a que somos levados na trilha do tempo, - e compreenderemos que o caminho esprita a estrada real da criatura com todas as indicaes exatas para a viagem de nosso aperfeioamento e libertao

    Emmanuel Uberaba, 2 de Janeiro de 1967

  • 1 - TUA LMPADA Tua f viva! tua lmpada. Zelars por tua lmpada para que as perturbaes do caminho no te mergulhem nas trevas. O servio a chama que lhe define a vida, a compaixo o leo que a sustenta. Clareia a estrada para os que se acolhem na sombra e segue adiante!... V-los-s tresmalhados no grande tumulto...Entre eles, encontramos os que se julgam em liberdade, quando no passam de cativos da ignorncia e do dio; os que deliram na ambio desregrada, pisando o cairel de pavorosas desiluses, os que estadeiam soberbia nas eminncias do mundo, admitindo-se encouraados de poder, sem perceberem o abismo que os espreita; os que fizeram da vida culto incessante a todos os excessos e para quem a morte breve surgir por freio de conteno... E com eles se agitam aqueles outros que desprezaram as vantagens do sofrimento, transformando o benefcio da dor em crcere de revolta; os que descreram do trabalho e se enredaram no crime; os que desertaram da conscincia atirando-se ao fogo do remorso e os que perderam a f, incapazes de sentir a beno de Deus que lhes brilha no corao!... Unge de amor o pensamento transviado de todos os que se demoram na retaguarda, enlouquecidos por sinistros enganos e derrama o blsamo do conforto nas feridas abertas de quantos se afligem na estrada, sob a nvoa do desespero!... Para isso, no conte dificuldades, nem relaciones angstias. Auxilia e ama sempre. Se garras de incompreenso ou de injria te assaltaram na marcha, entrega os tesouros que carregas abenoando as mos que te firam ou te despojem, mas ala a tua flama de confiana e caminha. Cada golpe desferido na alma renovao que aparece, cada espinho que se nos enterra na carne do sonho flor de verdade a enriquecer-nos o futuro, cada lgrima, vertida nos alimpa a viso!... Tua f viva! tua lmpada!... Faze-a fulgir, acima de tuas prprias fraquezas, para que um dia, possas transfigura-la em estrela de eterna alegria, nos cimos da Grande Luz.

    Emmanuel

  • 2 - TUA MENSAGEM Tua mensagem no se constitui apenas do discurso ou do ttulo de cerimnia com que te apresentas em piano convencional; a essncia de tuas prprias aes, a exteriorizar-se de ti, alcanando os outros. Sem que percebas, quando te diriges aos companheiros para simples opinies, em torno de sucessos triviais do cotidiano, est colocando o teu modo de ser no que dizes; ao traares ligeira frase, num bilhete aparentemente sem importncia, derramas o contedo moral de teu corao naquilo que escreves, articulando referncia determinada, posto que breve, apontas o rumo de tuas inclinaes; em adquirindo isso ou aquilo, entremostras o prprio senso de escolha; elegendo distraes, patenteias por elas os interesses que te regem a vida ntima... Reflete na mensagem que expedes, diariamente, na direo da comunidade. As tuas idias e comentrios, atos e diretrizes voam de ti, ao encontro do prximo, feio das sementes que so transportadas para longe das rvores que as produzem. Cultivemos amor e justia, compreenso e bondade, no campo do esprito. Guarda a certeza de que tudo quanto sintas e penses, fales e realizes substncia real de tua mensagem s criaturas e claramente pelo que fazes s criaturas que a lei de causa e efeito, na Terra ou noutros mundos, te responde, em zelando por ti.

    Emmanuel

  • 3 - DIA A DIA Nas curtas viagens do dia-a-dia, todos ns encontramos o prximo, para cuja dificuldade somos prximo mais prximo. Imaginemo-nos, assim, numa excurso de cem passos que nos transporte do lar rua. No longe, passa um homem que no conseguimos, de imediato, reconhecer. Quem ser? perguntamos em pensamento. E a Lei do Amor no-lo aponta como algum que precisa de algo: se vive em penria, espera socorro; se abastado, solicita assistncia moral, de maneira a empregar, com justia, as sobras de que dispe; se aflito, pede consolo; se alegre, reclama apreo fraterno, para manter-se ajustado ponderao; se companheiro, aguarda concurso amigo; s adversrio, exige respeito; se benfeitor requer cooperao; se malfeitor demanda piedade; se doente, requisita remdio; se dono de razovel sade, precisa de apoio a fim de que a preserve; se ignorante, roga amparo educativo; se culto, reivindica estmulo ao trabalho, para desentranhar, a benefcio dos semelhantes, os tesouros que acumula na inteligncia; se bom, no prescinde de auxlio para fazer-se melhor; se menos bom, espera compaixo, que o integre na dignidade da vida. Ante o ensino de Jesus, pelo samaritano da caridade, poderemos facilmente entender que os outros necessitam de ns, tanto quanto necessitamos dos outros. E, para atender s nossas obrigaes, no socorro mtuo, comecemos, frente de qualquer um, pelo exerccio espontneo da compreenso e da simpatia.

    Emmanuel

  • 4 - AUXILIEMOS Os que tombaram em sofrimento!... Deixa que a voz deles te alcance a vida. No te presumas to longe. Freqentemente, o espao que os distancia no seno aquele que te separa do lar vizinho. Enquanto nos detemos, pensando nas lgrimas que lhes encharcam as horas, possvel estejam a poucos metros de ns, carregando fadiga e desiluso. H os que talvez procurem mostrar um sorriso, aps remover os sinais de pranto do rosto desfigurado em penria e os que, no obstante possurem todos os excessos de uma existncia faustosa, acalentam a idia do suicdio, crendo seja a fuga a nica soluo para as dificuldades a que se arrojaram imprevidentes. Muitos abraaram empresas delituosas, adquirindo tormentos de esprito, ao p de ouros tantos que escalaram a barranca da vaidade, despencando em precipcios de treva. Deixa que te visitem o espelho da conscincia!... V-los-s, sentindo-te por baliza de extensa caravana de angstia!... Di contemplas no somente os adultos algemados provao, mas tambm as crianas e jovens espoliados de afeto, que a necessidade, em muitas ocasies, relega ao espinheiro da enfermidade ou vala do vcio!... Se desfrutas sade, se tens algum tempo disponvel, se possuis influncia ou se retns essa ou aquela sobra da bolsa, colabora para que se reduzam o desespero e a aflio que ainda lavram na Terra!... No exijas, porm, a alheia gratido para auxiliar. Ainda mesmo que os necessitados de teu concurso transportem no peito coraes empedernidos na sombra do mal, dos quais no te lcito aproximar, por enquanto, a fim de que no patrocines a irreflexo ou a desordem, ora por eles e ampara-os de maneira indireta!... As mes dos obsessores e dos ingratos, ainda quando desencarnados, esto vivas!... Elas vibram de esperana e felicidade com os teus gestos de amor e te diro, em preces de alegria, no silncio da alma: Deus te guarde e abenoe.

    Emmanuel

  • 5 - NO TE IMPACIENTES A Paternidade Divina amor e justia para todas as criaturas. Quando os problemas do mundo te afogueiam a alma, no abras o corao impacincia, que ela capaz de arruinar-te a confiana. Quantos perderam as melhores oportunidades da reencarnao, unicamente por se haverem abraado com o desespero! A impacincia comparvel fora negativa que, muitas vezes, inclina o enfermo para a morte, justamente no dia em que o organismo entra em recuperao para a cura. Se queres o fruto, no despetales a flor. Nas situaes embaraosas, medita caridosamente nos empeos que lhe deram origem! Se um irmo faltou ao dever, reflete nas dificuldades que se interpuseram entre ele os compromissos assumidos. Se algum te nega um favor, no te acolhas a desnimo ou frustrao, de vez que, enquanto no chegarmos ao plano da Luz Divina, nem sempre nos ser possvel conhecer, de antemo, tudo o de bom ou de mal que poder sobrevir daquilo que ns pedimos. No te irrites diante de qualquer obstculo, porquanto reclamaes ou censuras serviro, apenas para torna-los maiores. Quase sempre a longa expectativa, em torno de certas concesses que disputamos, no seno o amadurecimento do assunto para que no falhem minudncias importantes. No queremos dizer que ser mais justo te acomodes inrcia. Desejamos asseverar que impacincia precipitao e precipitao redunda em violncia. Para muitos, a serenidade a preguia vestida de belas palavras. Os que vivem, porm, acordados para as responsabilidades que lhes so prprias sabem que pacincia esperana operosa: recebem obstculos por ocasies de trabalho e provaes por ensinamentos. Aguarda o melhor da vida, oferecendo vida o melhor que puderes. O lavrador fiel ao servio espera a colheita, zelando a plantao. A casa nasce dos alicerces, mas, para completar-se pede atividades e esforos de acabamento. No te irrites. Quem trabalha pode contar com o tempo. Se a crise sobrevm na obra a que te consagras, pede a Deus, no apenas te abenoe a realizao em andamento, mas tambm a fora precisa para que saibas compreender e servir, suportar e esperar.

    Emmanuel

  • 6 - TODOS PODEMOS Nem todos revelamos grandezas, mas todos podemos cultivar humildade. Nem todos demonstramos conhecimentos superiores, mas todos podemos estudar. Nem todos conseguimos sustentar, economicamente, as boas obras, mas todos podemos efetuar essa ou aquela prestao de servio. Nem todos guardamos a competncia ou o dom de curar, mas todos podemos, de um modo ou de outro, auxiliar aos nossos irmos enfermos. Nem todos estamos habilitados para mandar, mas todos podemos servir. Nem todos somos heris, mas todos podemos ser sinceros, justos e bons. Nem todos nos achamos em condies de realizar muito no socorro aos que sofrem, mas todos podemos oferecer algo de ns, em favor deles. Espritas irmos! No alegueis indigncias, pequenez, fraqueza, incapacidade ou ignorncia para desertar do trabalho a que somos chamados. Comecemos, desde agora, a edificao do Reino de Deus, em ns e em torno de ns, atravs do servio que j possamos fazer.

    Albino Teixeira

  • 7 - NO PERCA No perca a esperana. H milhes de pessoas aguardando os recursos de que voc j dispe. No perca o bom humor. Em qualquer acesso de irritao, h sempre um suicidiozinho no campo de suas foras. No perca a tolerncia. muita gente a tolerar voc naquilo que voc ainda tem de indesejvel. No perca a serenidade. O problema pode no ser assim to difcil quanto voc pensa. No perca a humildade. Alm da plancie, surge a montanha, e, depois da montanha aparece o horizonte infinito. No perca o estudo. A prpria morte iluso. No perca a oportunidade de servir aos semelhantes. Hoje e amanh, voc precisar de concurso alheio. No perca tempo. Os dias voltam, mas os minutos so outros. No perca a pacincia. Recorde a pacincia inesgotvel de Deus.

    Andr Luiz

  • 8 - APELO ESPRITA Irmos! Faze: De cada ensinamento que recebes uma instruo do Plano Superior; De cada tarefa, por mnima que seja, uma realizao em que deixes os melhores sinais de tua presena; De cada conversao, um entendimento construtivo; De cada conversao, um mensageiro de tua cooperao, no levantamento da felicidade geral; De cada relao nova, uma sementeira de bnos; De cada necessitado, um irmo que te espera o auxlio, em nome da Divina Paternidade; De cada desapontamento, um teste de compreenso; De cada hora, uma oportunidade de servir... Companheiro da Terra s o viajor em trnsito na hospedaria do mundo!... Guarda o corao e a conscincia, na prtica do bem, de tal modo, que possas receber, com o despertar de cada manh, um novo renascimento na casa fsica e, no descanso de cada noite, um ensino de regresso tranqilo ao teu lar verdadeiro, na Vida Espiritual.

    Albino Teixeira

  • 9 - CONTRA - SENSO Quando a gota se viu semelhante a uma gema valiosa, na folhagem da primavera, insultou o rio em que se formara: Sai da frente, monstro do cho. Quando o tronco se agigantou diante do firmamento, blasfemou conta a prpria raiz: No me sujes os ps. Quando o vaso passou pela cermica em que nascera, gritou, revoltado: No suporto essa lama. Quando o ouro se ajustou ao palcio, indagou da terra que o produzira: Que fazes a, barro escuro? Quando a seda brilhou, na pompa da festa, disse lagarta que lhe dera a existncia: No te conheo, larva mesquinha. Quando a prola fulgiu, soberana, exigiu da ostra em que se criara: No te abeires de mim. Quando o arco-ris se reconheceu admirado pelo pintor, acusou o Sol de que se fizera: No me roubes a luz. Copiando esses contra-sensos figurados da Natureza, o homem insensato, quando erguido ao pedestal do orgulho pelos abusos da inteligncia, costuma escarnecer de si prprio, afirmando jactancioso: A vida poesia e nada, e Deus iluso.

    Emmanuel

  • 10 - EXERCCIO DE COMPAIXO Se fosses o pedinte agoniado que estende a mo bondade pblica... Se fosses a mezinha infeliz, atormentada pelo choro dos filhinhos que desfalecem de fome... Se fosses a criana que vagueia desprotegida margem do lar... Se fosses o pai de famlia, atribulado, ante a doena e penria que lhe devastam a casa... Se fosses o enfermo desamparado, suplicando remdio... Se fosses a criatura cada em desvalimento, implorando compreenso... Se fosses o obsidiado, carregando inominveis suplcios interiores, para desvencilhar-se das trevas... Se fosses o velhinho atirado s incertezas da rua... Se fosses o necessitado que te roga socorro, decerto perceberias com mais segurana a funo da fraternidade para sustento da vida. Se estivssemos no lado da dificuldade maior que a nossa, compreenderamos, de imediato, o imperativo da caridade incessante e do auxlio mtuo. Reflitamos nisso. E ns, que nos afeioamos a estudos diversos, com vistas edificao da felicidade e ao aperfeioamento do mundo, faamos quanto possvel, semelhante exerccio de compaixo.

    Albino Teixeira

  • 11 - KARDEC Lembrando o Codificador da Doutrina Esprita, imperioso estejamos alertas em nossos deveres fundamentais. Convenamo-nos de que necessrio: Sentir Kardec; Estudar Kardec; Anotar Kardec; Meditar Kardec; Analisar Kardec; Comentar Kardec; Interpretar Kardec; Cultivar Kardec; Ensinar Kardec; Divulgar Kardec... Que preciso cristianizar a Humanidade afirmao que no padece dvida; entretanto, cristianizar, na Doutrina Esprita, raciocinar com a verdade e construir com o bem de todos, para que, em nome de Jesus, no venhamos a fazer sobre a Terra mais um sistema de fanatismo e de negao.

    Emmanuel

  • 12 - MEDIUNIDADE E ESTUDO O dinheiro em si no e bom, nem mau. Instrumento neutro, e capaz de criar a abastana ou estimular a misria, dependendo isso daqueles que o retm. A eletricidade em si no e boa, nem ma. Energia neutra, e capaz de engrandecer o trabalho ou precipitar o desastre, dependendo isso daqueles que a manejam. O magnetismo em si no e bom, nem mau. Agente neutro, e capaz de gerar o bom ou produzir o mal, dependendo isso daqueles que o dirigem. Assim tambm e a mediunidade, que no e boa, nem ma em si mesma. Fora neutra, e capaz de promover a educao ou acalentar a ignorncia, dependendo isso daqueles que a usufruem. Para emprego louvvel do dinheiro, contamos com os preceitos morais que patrocinam o aperfeioamento da alma; para a utilizao correta da eletricidade, possumos os princ-pios da cincia que controlam na Natureza; para a sublimao do magnetismo, temos as leis da responsabilidade pessoal que honorificam a conscincia; e, para a justa aplicao da mediunidade, dispomos dos ensinamentos do Espiritismo, consubstanciando a religio da justia e do amor que ilumina todos os distritos do Universo. Irmos, estudemos a Doutrina Esprita, a fim de que possamos compreender mdiuns, mediunidade e fenmenos medinicos.

    Albino Teixeira

  • 13 - ROGATIVA DO OUTRO Sei que te feri sem querer, em meu gesto impensado. Pretendias apoio e falhei, quando mais necessitavas de arrimo. Aguardavas alegrias e consolo, atravs de meus lbios, e esmaguei-te a esperana... Entretanto, volto a ver-te e rogo humildemente para que me perdoes. Ouviste-me a palavra correta e julgaste-me em plena luz, sem perceberes o espinheiro de sombra encravado em minhalma. Reparaste-me o traje festivo, mas no viste as chagas de desencanto e fraqueza que ainda trago no corao. s vezes, encorajo muitos daqueles que me procuram, fatigados de pranto, no por mritos que no tenho, e sim esparzindo os tesouros de amor dos Espritos generosos que me sustentam; contudo, justamente na hora em que me buscaste, chorava sem lgrimas, nas ltimas raias da solido. Talvez por isso no encontrei comigo seno frieza para ofertar-te. Releva-me o desespero quando me pedias brandura e desculpa-me o haver-te dado reprovao, quando esperavas entendimento. Deixa, porm, que te abenoe de novo, e, ento lers em meus olhos estas breves palavras que me pararam na boca; perdoa-me a falta e tem d de mim.

    Meimei

  • 14 - REFLEXO ESPRITA Recordemos algumas das grandes palavras legendas da Espiritualidade Superior, no campo da vida, junto aos complementos que lhe so necessrios: Orao e servio; ensino e exemplo; amor e construo; verdade e auxilio; f e esclarecimento; paz e trabalho; cultura e prstimo; estudo e discernimento; entusiasmo e equilbrio; confiana e diligncia; renovao e melhoria; advertncia e compreenso; tempo e proveito; vigilncia e caridade. Reflitamos no assunto, porque, se a Doutrina Esprita nos induz convico na imortalidade, semelhante convico vale pouco sem ao que lhe d coerncia.

    Albino Teixeira

  • 15 - LIVRO ESPRITA E VIDA O po elimina a fome. O livro esprita suprime a penria moral. O traje compe o exterior. O livro esprita harmoniza o ntimo. O teto abriga da intemprie. O livro esprita resguarda a criatura contra os perigos da obsesso. O remdio exclui a enfermidade. O livro esprita reanima o doente. A cirurgia reajusta os tecidos celulares. O livro esprita reequilibra os processos da conscincia. A devoo prepara e consola. O livro esprita reconforta e explica. A arte distrai e enternece. O livro esprita purifica a emoo e impele ao raciocnio. A conversao amiga e edificante exige ambiente e ocasio para socorrer os necessitados da alma. O livro esprita faz isso em qualquer lugar e em qualquer tempo. A fora corrige. O livro esprita renova. O Alfabeto instrui. O livro esprita ilumina o pensamento. Certamente dever nosso criar e desenvolver todos os recursos humanos que nos sustentem, e dignifiquem a vida na Terra de hoje; todavia, quanto nos seja possvel, auxiliemos a manuteno e a difuso do livro esprita que nos sustenta e dignifica a vida imperecvel, libertando-nos da sombra para a luz, no plano fsico e na esfera espiritual, aqui e agora, depois e sempre.

    Emmanuel

  • 16 - ROTA ESPRITA Erguer-se de manh e bendizer a vida. Espalhar ao redor a presena do bem. Escutar calmamente as notcias da hora. Dar a palavra amiga. Ajudar conversando. Dispor o corao a servir sem perguntas. Fazer mais que o dever na tarefa em que esteja. Suportar sem revolta as provaes em curso. Apagar a discrdia e liquidar problemas. Estudar e entender. Discernir e elevar. Render culto Verdade entre bnos de amor. Ver o direito alheio e respeita-lo em tudo. Ser fiel ao trabalho e esquecer as ofensas. Amar fraternalmente a todas as criaturas. Acender cada noite as estrelas da paz no abrigo da conscincia em preces de alegria. - Eis a rota ideal na jornada constante do esprita-cristo, luz de cada dia.

    Albino Teixeira

  • 17 - EM TODOS OS CAMINHOS Seja qual for a experincia, convence-te de que Deus est convosco em todos os caminhos. Isso no significa omisso de responsabilidades ou exonerao da incumbncia de que o Senhor nos revestiu. No h conscincia sem compromisso, como no existe dignidade sem lei. O peixe mora gratuitamente na gua, mas deve nadar por si mesmo. A rvore, embora no pague imposto pelo solo a que se vincula, chamada a produzir conforme a espcie. Ningum recebe talentos da vida para esconde-los em poeira ou ferrugem. Nasceste para realizar o melhor. Para isso, possvel re defrontes com embaraos naturais ao prprio burilamento, qual a criana que se esfalfa compreensivelmente nos exerccios da escola. A criana atravessa as provas do aprendizado sob a cobertura da educao que transparece do professor. Desempenhamos as nossas funes com o apoio de Deus. Se o conhecimento exato da Onipresena Divina ainda no te acode mente necessitada de f, pense no infinito das bnos que te envolvam, sem que despendas mnimo esforo. No contrataste engenheiros para a garantia do Sol que te sustenta e nem assalariaste empregados para a escavao de minas de oxignio na atmosfera, a fim de que se renove o ar que respiras. Reflete, por um momento s, nas riquezas ilimitadas ao teu dispor nos reservatrios da natureza e compreenders que ningum vive s. Confia, segue, trabalhe e constri para o bem. E guarda a certeza de que, para alcanar a felicidade, se fazes teu dever, Deus faz o resto!

    Emmanuel

  • 18 - RECEITA ESPRITA Pensamento sombrio? Alguns instantes de prece. Irritao? Silncio de meia hora pelo menos. Tristeza? Ampliao voluntria da quota de trabalho habitual. Impulso a critica destrutiva? Observemos as nossas prprias fraquezas. Desejo de censurar o prximo? Um olhar para dentro de ns mesmos. Solido? Auxiliar a algum que, em relao a ns, talvez se encontre mais sozinho. Tdio? Visita a um hospital para que se possa medir as prprias vantagens. Ofensa? Perdoar e servir mais amplamente. Ressentimento? Olvido de todo mal. Fracasso? Voltar s boas obras e comear outra vez.

    Albino Teixeira

  • 19 - ENFERMIDADE Enquanto nos escasseie educao, nos domnios da mente, a enfermidade por mortificao involuntria, desempenhar expressivo papel em nossa vida espiritual. Na maioria das circunstncias, somos ns quem lhe pede a presena e o concurso, antes da reencarnao, no campo da existncia fsica, maneira do viajor, encomendado recursos de segurana para a travessia do mar; e, em ocasies outras, ele constitui auxlio de urgncia, promovido pela bondade dos amigos, que se erigem, nas esferas superiores, condio de patronos da nossa libertao para a Vida Maior. face de semelhante motivo, doenas existem de mltiplas significaes, como sejam: Inibies trazidas do bero molstias amparo, comboiando votos de melhoria moral; Dermatoses recidivantes molstias proteo, coibindo desmantelos do sentimento; Mutilaes congnitas molstias refgio, impedindo a queda em atos de violncia ou venalidade; Incmodos imprevistos molstias socorro, evitando o mergulho da alma em compromissos inferiores; Males de longe curso molstias abrigo, obstando enredamento da criatura nas tramas da obsesso. Certamente, ningum deve acalentar desequilbrios orgnicos sob a desculpa de buscar a purificao da vida interior. O corpo fsico para a alma encarnada aquilo que a mquina significa, frente do operrio, - instrumento de servio e progresso, que ele recebe de autoridade maior, a fim de produzir, a benefcio dos outros e de si prprio, cabendo-lhe a obrigao de assisti-la constantemente e restaura-la sempre que necessrio. Todavia, diante da doena que persiste no corpo, a despeito de todas as medidas acautelatrias e defensivas, imperioso reconhecer-lhe a funo providencial e trata-la com a certeza de quem carrega consigo a luz de uma beno.

    Emmanuel

  • 20 - ANOTAES ESPRITAS Cada criatura, na esfera da evoluo, requisita certos ingredientes, com vistas obteno de plenitude espiritual para a alegria de viver, tais quais sejam: Luz na conscincia; Equilbrio no corao; Discernimento no caminho; Lgica na conduta; Raciocnio na f; Desprendimento na posse; Ponderao na abastana; Resignao na escassez; Estmulo ao trabalho; Paz na Luta; Consolo no sofrimento; Humildade na vitria; Renovao no fracasso; Amparo na queda; Esperana na tristeza; Resistncia na prova; Sustentao no dever; Fora no sacrifcio; Sempre que voc puder socorrer algum, nas necessidades reais da alma, d a esse algum a bno de um livro esprita.

    Albino Teixeira

  • 21 - BILHETE PATERNAL Sim, meu filho, talvez por um capricho dos seus treze anos, voc deseja receber um bilhete do amigo desencarnado, cujas pginas comeou a ler. Voc um menino! solicita orientao espiritual. Tenho escrito muitas cartas depois da morte, mas sinceramente no me recordo de haver dirigido at hoje, qualquer recado a gente verde do seu porte. Perdoe se no lhe correspondo expectativa. Diz voc que no espera uma histria da carochinha, baseada em gnios protetores. E remata: Quero, irmo X, que voc me diga quais so as coisas mais importantes da vida, apontando-me aquilo de bom que devo querer e aquilo de mau que preciso evitar. Lembro-me, assim, de oferecer a voc uma lista curiosa que um velho amigo me ofereceu, a no mundo, precisamente quando eu tinha a sua idade. A relao apresentava o ttulo APRENDA, MEU FILHO... e continha as seguintes informaes: 1 O maior e melhor amigo: Deus. 2 Os melhores companheiros: Os pais. 3 A melhor casa: O lar. 4 A maior felicidade: A boa conscincia. 5 O mais belo dia: Hoje. 6 O melhor tempo: Agora. 7 A melhor regra para vencer: A disciplina. 8 O melhor negcio: O trabalho. 9 O melhor divertimento: O estudo.

  • 10 - A coleo mais rica: A das boas aes. 11 A estrada mais fcil para ser feliz: O caminho reto. 12 A maior alegria: Dever cumprido. 13 A maior fora: O bem. 14 A melhor atitude: A Cortesia. 15 O maior herosmo: A coragem de ser bom. 16 A maior falta: A mentira. 17 A pior pobreza: A preguia. 18 O pior fracasso: O desnimo. 19 O maior inimigo: O mal. 20 O melhor dos esportes: A prtica do bem. Leia esta lista de informaes, sempre que voc puder, e veja por si como vai indo a sua orientao. E se quer mais um aviso de amigo velho, cada noite acrescente esta pergunta a voc mesmo, depois de sua orao para o repouso. - Que fiz hoje de bom que somente um amigo de Jesus conseguira fazer?

    Irmo X

  • 22 - IDENTIFICAO ESPRITA O esprita aquele servidor do Evangelho que, no campo da observao: L tudo; Ouve tudo; V tudo; E analisa tudo; Mas retm apenas a substncia que lhe seja de proveito real; Na esfera da vivncia; Respeita a todos; Serve a todos; Lida com todos; E trabalha na senda de todos; Mas permanece to-somente com aqueles que esto procurando o caminho de acesso ao Reino de Deus. Entre a observao e a vivncia, ele pratica: Todo o bem que pode; Onde pode; Como pode; E quando pode. Em suma, possvel identificar o esprita como um companheiro de Jesus Cristo na experincia humana, que nem sempre faz aquilo que quer, mas faz constantemente aquilo que deve.

    Albino Teixeira

  • 23 - PARA SER FELIZ

    E no nos cansemos de fazer o bem, porque h seu tempo ceifaremos,

    se no houvermos desfalecido.

    PAULO. (Glatas, 6.9). Confia em Deus. Aceita no dever de cada dia a vontade do Senhor para as horas de hoje. No fujas da simplicidade. Conserva a mente interessada no trabalho edificante. Detm-te no lado bom das pessoas, das situaes e das coisas. Guarda o corao sem ressentimento. Cria esperana e otimismo onde estiveres. Reflete nas necessidades alheias, buscando suprimi-las ou atenua-las. Faze todo o bem que puderes, em favor dos outros sem pedir remunerao. Auxilia muito. Espera pouco. Serve sempre. Espalha a felicidade no caminho alheio, quanto seja possvel. Experimentemos semelhantes conceitos na vida prtica e adquiriremos a luminosa cincia de ser feliz.

    Emmanuel

  • 24 - VIVNCIA ESPRITA Nos mais complexos e nos mais simples elementos da Natureza, encontramos o desafio ao. Um transatlntico erigir-se- por maravilha da tcnica, efetuada custa de centenas de artfices, mas, se no enfrenta os perigos do mar alto, em auxlio do homem, descansar indefinidamente no cais, feio de prodgio em ponto morto. Uma biblioteca se destacar por celeiro de ensinamentos, reunindo os melhores autores, mas, se no compulsada na formao de cultura, estar reduzida condio de mausolu do pensamento. De maneira anloga, temos a convico esprita em nossas vidas. Ela poder representar a ddiva de numerosos benfeitores desencarnados, o apoio de muitos amigos, a cura de males diversos ou o tesouro de consolao acumulado por abenoadas revelaes medianmicas, mas, se no rende servio aos semelhantes ou educao em ns mesmos, no passar de promessa intil. certo que, para atravessar os oceanos ou adquirir instruo na Terra, carecemos de barcos seguros e bons livros, os quais, alis, no teriam maior significao, fora das regras de proveito e de uso. De modo idntico, sem a idia esprita, ainda mesmo disfarada sob conceitos diferentes, no alcanaremos a luz da f raciocinada, capaz de descerrar-nos caminhos verdade que nos far livres; entretanto, somos forados a reconhecer que no vale a escola do bem, sem a vivncia no bem, como em nada adianta planejar sem fazer.

    Albino Teixeira

  • 25 - CULTURA ESPRITA Estejamos atentos bno da caridade, por intermdio das migalhas de luz. Desenvolve-se a plantao, semente a semente. Ergue-se a casa, tijolo a tijolo. Constitui-se a mais bela sinfonia, nota a nota. Agiganta-se o rio, gota a gota. Surge a histria, palavra a palavra. Edifica-se a estrada mais longa, metro a metro. Desdobra-se o tecido, fio a fio. E o prprio sculo no mais que larga faixa de tempo, a estruturar-se, minuto a minuto. Assim tambm a obra da inteligncia. Doemos expanso da luz as nossas melhores foras, conscientes de que o esclarecimento, quanto aos nossos princpios, se realizar, de corao a corao, atravs de pginas a pgina, e de que a cultura esprita, capaz de operar a renovao do mundo, se far livro a livro.

    Emmanuel

  • 26 - NECESSIDADE E SOCORRO O homem sente fome. Deus promove os recursos do po. O homem tem sede. Deus faz o jorro da fonte. O homem padece fraqueza. Deus d-lhe fora. O homem adquire doena. Deus institui o remdio. O homem sofre desequilbrio. Deus estabelece o reajuste. O homem chora em desespero. Deus suscita a consolao. O homem se desvaira em pessimismo. Deus restaura a esperana. O homem cai na sombra da ignorncia. Deus acende a luz da instruo. Entretanto, Deus criou a liberdade de conscincia, com a responsabilidade, traando o merecimento de cada um. assim que, entre a necessidade humana e o Socorro Divino, permanece a vontade do homem, que plenamente livre para aceitar o auxlio de Deus.

    Albino Teixeira

  • 27 - DEUS PRIMEIRO Caminhars, muitas vezes, no mundo, maneira de barco no oceano revolto, sob a ameaa de soobro, a cada momento; entretanto, pensa em Deus primeiro e encontrars o equilbrio que reina, inviolvel, no seio dos elementos. Se a natureza parece descer desordem, prenunciando catstrofe, no permitas que a tua palavra se converta em agente da morte. Fala em Deus primeiro. Antes das destruies que hoje atribulam a Humanidade, outras destruies ocorreram ontem, mas Deus plantou, em silncio, novas cidades e novos campos onde a ventania da transformao instalara o deserto. Se os profetas da calamidade e da negao anunciarem o fim do mundo, traando quadros de aflio e terror, cr em Deus primeiro. Recordando que ainda mesmo da cova pequenina, em que a semente minscula sepultada, o Senhor faz nascer a graja do perfume e a beleza da cor, a abastana da seiva e a alegria do po. Se a dor te constringe o peito, em forma de angstia ou abandono, tristeza ou enfermidade, recorre a Deus primeiro. Ele ser teu refgio na tempestade, companheiro na solido, esperana nas lgrimas, remdio no sofrimento. Diante de toda provao e frente dos prprios erros, busca Deus primeiro. Ele, que mantm as estrelas no Espao e alimenta os vermes no abismo, ser-nos- sustento e consolo. Nesse ou naquele problema, quanto nessa ou naquela dificuldade, confia em Deus primeiro e sentirs que a nossa prpria vida uma bno de luz, para sempre guardada nos braos do Amor Eterno.

    Emmanuel

  • 28 - MEDIUNIDADE E DVIDA Quando a sombra da dvida se interponha entre o campo de ao e a tua faculdade medianmica, contempla o necessitado que te espera o servio. Se fosses o companheiro sob o guante da enfermidade, qual se lminas de fogo lhe cortassem as vsceras, agradecerias as mos que se erguessem, generosas, no passe magntico em teu benefcio. Se fosses o irmo que exibe a epiderme em largas feridas, como se envergasse roupa nodulada de chagas, mostrarias imensa gratido aos dedos que te ofertassem o fluido restaurador. Se fosses o alienado mental de que tanta gente se afasta, tomada de inquietao, decerto acolherias por bno do Alto a exortao que te ajudasse a superar o desequilbrio. Se fosses a pessoa desesperada, nas ltimas fronteiras da resistncia beira do suicdio ou do crime, revelarias reconhecimento profundo a quem te desse a frase de apaziguamento, sustando-a a queda. Se fosses pai ou me, esposo ou esposa, filho ou amigo da criatura presa nas malhas da obsesso, agradeceria, feliz, a palavra renovadora de quem se expressasse na tarefa do auxlio. Se fosses o doente, na ansiedade comatosa da despedida, abraarias por recurso divino a prece amiga de quem te doasse serenidade e esperana para a viagem da morte. Se trouxesses a dor contigo, no vacilarias em acreditar que o prximo tem a obrigao de estender-te consolo e enfermagem, compreenso e remdio. O escrpulo naturalmente compreensvel toda vez que o mal nos espreite os movimentos; contudo, ante o socorro correto necessidade dos outros, o escrpulo, quase sempre, vlvula exaltao da preguia. Quem despende mnimo esforo no bem, recebe todo o apoio do Bem Eterno, assim como a tomada humilde e fiel recolhe da usina toda a fora de que se mostre capaz. Se dvidas do nosso dever de auxiliar os semelhantes, atravs da mediunidade, observa a obra imensa do Evangelho e pensa no que seria de ns, se Jesus houvesse duvidado de Deus.

    Emmanuel

  • 29 - LIVRO ESPRITA No cmbio dos valores morais, o livro esprita pode ser: Lido negcio importante; Cultivado crdito permanente; Ofertado cheque ao portador; Sustentado rendimento constante; Extraviado abono sem endereo; Achado auxlio indireto; Difundido riqueza pblica; Vendido tesouro sem preo; Emprestado socorro imprevisto; Conservado reserva segura; Amparar o livro esprita e distribu-lo participar dos interesses da Providncia Divina, realizando preciosos investimentos de luz e verdade, amor e renovao entre os homens.

    Albino Teixeira

  • 30 - NA HORA DA CRTICA Salientamos a necessidade de moderao e equilbrio, ante os momentos menos felizes dos outros; entretanto, h ocasies em que as baterias da crtica esto assestadas contra ns. Junto de amigos, quanto de opositores, ouvimos objurgatrias e reprimendas e, no raro, tombamos mentalmente em revolta ou depresso. Azedume e abatimento, porm, nada efetuam de construtivo. Em qualquer dificuldade, irritao ou desnimo apenas obscurecem situaes, ou complicam problemas. Atingidos por acusao e censura, convm estabelecer minucioso auto-exame. Articulemos o intervalo preciso, em nossas atividades, a fim de orar e refletir, vasculhando o imo da prpria alma. Analisemos, sem a mnima compaixo por ns mesmos, todos os acontecimentos que nos ditam a orientao e a conduta, sopesando, fatos e desgnios que motivaram as advertncias em lide, com rigorosa sinceridade. Se o foro ntimo nos apontas falhas de nosso lado, tenhamos desculpas aos ofendidos ou diligenciando meios de sanar os prejuzos de que sejamos causadores. Entanto, se nos identificarmos atentos ao dever que a vida nos atribui, se inteno e comportamento nos deixam seguros, quanto ao caminho exato que estamos trilhando em proveito geral e no em exclusivo proveito prprio, saibamos acomodar-nos paz e conformidade. E, embora, reclamao e tumulto nos cerquem, prossigamos adiante, na execuo do trabalho que nos compete, sem desespero e sem mgoa, convencidos de que, acima do conforto de sermos imediatamente compreendidos, vige a tranqilidade da conscincia, no cumprimento de nossas obrigaes.

    Emmanuel

  • 31 - INDEPENDNCIA ESPRITA O esprita, em verdade, pode e deve: Estimular as boas obras, mas saber com que meios Ler de tudo, mas saber para que; Andar em qualquer parte, mas saber para onde; Cooperar no bem de todos, mas saber com quem convive; Prosperar, mas saber de que modo; Guardar a f, mas saber porqu; Agir quanto deseje, mas saber o que faz; Falar o que queira, mas saber o que faz; Lutar corajosamente, mas saber com que fim; Elevar-se, mas saber como; O esprita pensa livremente, mas precisa discernir.

    Albino Teixeira

  • 32 - ORAO DIANTE DA PALAVRA Senhor! Deste-me a palavra por semente de luz. Auxilia-me a cultiva-la. No me permitas envolve-la na sombra que projeto. Ensina-me a falar para que se faa o melhor. Ajuda-me a lembrar o que deve ser dito e a lavar da memria tudo aquilo que a tua bondade espera se lance no esquecimento. Onde a irritao me procure, induze-me ao silncio, e, onde lavre o incndio da incompreenso ou do dio, d que eu pronuncie a frase calmante que possa apagar o fogo da ira. Em qualquer conversao, inspira-me o conceito certo que se ajuste edificao do bem, no momento exato, e faze-me vigilante para que o mal no me use, em louvor da perturbao. No me deixes emudecer, diante da verdade, mas conserva-me em tua prudncia, a fim de que eu saiba dosar a verdade em amor, para que a compaixo e a esperana no esmoream, junto de mim. Traze-me o corao ao raciocnio, sincero sem aspereza, brando sem preguia, fraterno sem exigncia e deixa, Senhor, que a minha palavra te obedea vontade, hoje e sempre.

    Emmanuel

  • 33 - FCIL E DIFCIL Fcil amontoar. Difcil distribuir. Fcil falar. Difcil fazer. Fcil arrasar. Difcil construir. Fcil reprovar. Difcil compreender. Fcil acomodar. Difcil realizar. Fcil ganhar. Difcil ceder. Fcil crer. Difcil discernir. Fcil ensinar. Difcil exemplificar. Fcil sofrer. Difcil aproveitar. Qualquer pessoa, de qualquer condio, pode fazer o que fcil; entretanto, efetuar o que difcil pede noo de responsabilidade e burilamento ntimo. por esse motivo que o Espiritismo, sendo em si mesmo a doutrina da f raciocinada, para que se cumpra o imperativo evanglico do a cada um segundo as suas obras, reclama o combustvel do servio individual, para que brilhe, em cada um de ns, o facho da educao.

    Albino Teixeira

  • 34 - NA HORA DO DESNIMO Desnimo em ao esprita-crist francamente injustificvel. Vejamos alguns apontamentos, suscetveis de confirmar-nos o asserto. Se fomos ludibriados, na expectativa honesta em torno de pessoas e acontecimentos, desnimo nos indicaria o propsito de infalibilidade, condio incompatvel com qualquer esprito em evoluo; se incorrermos em falta e camos em desalento, isso mostraria que andvamos sustentando juzo excessivamente benvolo, acerca de ns mesmos, quando sabemos que, por agora, somos simples aprendizes na escola da experincia; se esmorecermos na tarefa que nos cabe, to s porque outros patenteiam dentro dela competncia que ainda estamos longe de alcanar, nossa tristeza destrutiva apenas nos revelaria a reduzida disposio de estudar e trabalhar, a fim de crescer, melhorar-nos e merecer; se nos desnorteamos em amargura pelo fato de algum companheiro nos enderear advertncia determinada, nesse ou naquele passo da vida, tal atitude somente nos evidenciaria o orgulho ferido, inadmissvel em criaturas conscientes das prprias imperfeies; se entrarmos em desencanto porque entes amados estejam tardando em adquirir as virtudes que lhes desejamos, certamente estamos provisoriamente esquecidos de que tambm ns estagiamos no passado, em longos trechos de incompreenso e rebeldia. Claramente, ningum se rejubila com falhas e logros, abusos e desiluso, mas preciso recordar que, por enquanto, ns, os seres vinculados Terra, somos alunos no educandrio a existncia e que espritos bem-aventurados, em nveis muito superiores ao nosso, ainda caminham encontrando desafios da Vida e do Universo, a perseverarem no esforo de aprender. Regozijemo-nos pela felicidade de j albergar conosco o desejo sadio de educar-nos e, toda vez que o desnimo nos atire ao cho da dificuldade, levantemo-nos, tantas vezes quantas forem necessrias para o servio do bem, na certeza de que no estamos sozinhos e de que muito antes de nossos desapontamentos e de nossas lgrimas, Deus estava no clima de nossos problemas, providenciando e trabalhando.

    Emmanuel

  • 35 - PRTICA ESPRITA Se voc j consegue: encontrar no servio a fonte da paz; impedir a intromisso do desnimo, frente das boas obras, e continuar trabalhando; ouvir a incompreenso e prosseguir compreendendo; sustar o impulso da clera; guardar pacincia em todas as provaes; colocar-se em lugar do prximo, nas horas difceis; perceber que as suas dores so iguais s dores do prximo; auxiliar sem esperar esse ou aquele pedido de auxlio; discernir entre conscincia e convenincia e seguir a conscincia por mais spero que seja o caminho que ela esteja indicando; e confiar, sem desfalecer, na vitria do bem, ainda mesmo quando tudo parea sob o domnio do mal... ento guarde a certeza de que a sua prtica esprita estar alcanando valioso nvel de elevao.

    Albino Teixeira

  • 36 - EMERGNCIA Perfeitamente discernveis as situaes em que resvalamos, imprevidentemente, para o domnio da perturbao e da sombra. Enumeremos algumas delas nas quais renteamos claramente, com o perigo da obsesso: Cabea desocupada; Mos improdutivas; Palavra irreverente; Conversa intil; Queixa constante; Opinio desrespeitosa; Tempo indisciplinado; Atitude insincera; Observao pessimista; Gesto impaciente; Conduta agressiva; Comportamento descaridoso; Apego demasiado; Comodismo exagerado; Refeio intemperante; Sempre que ns, os lidadores encarnados e desencarnados, com servio na renovao espiritual nos reconhecermos em semelhantes fronteiras do processo obsessivo, proclamemos o estado de emergncia no mundo ntimo e defendamo-nos contra o desequilbrio, recorrendo profilaxia da prece.

    Emmanuel

  • 37 - MEDIUNIDADE E INTERCMBIO Alguns smiles da vida para considerarmos a importncia do servio medinico no servio espiritual: Um aviador em ao, precisando de urgente aterrisagem, descer em qualquer parte, conquanto sujeito a acidentes de conseqncias imprevisveis. Para que o pouso se verifique nas condies desejveis, foroso disponha ele de aeroporto seguro. Um motorista precisando alcanar apressadamente o destino, conduzir o carro, atravs de qualquer matagal, conquanto sujeito a perdas e consequncias imprevisveis. Para que a viagem se verifique nas condies desejveis, foroso disponha ele de rodovia correta. Um fornecedor de maquinaria pesada precisando transpor sem delonga um grande rio para entregar tratores a clientes necessitados, utilizar o auxlio de embarcao ligeira, conquanto sujeito a desastres de conseqncias imprevisveis. Para que a carga transite nas condies desejveis, foroso disponha ele de ponte firme. Assim tambm, na mediunidade. Um benfeitor desencarnado precisando expressar-se, sem demora, no plano fsico, aceitar o concurso de qualquer pessoa que lhe empreste apoio medianmico para isso, conquanto sujeito a incompreenses de conseqncias imprevisveis. Para que o intercmbio espiritual se verifique nas condies desejveis, foroso disponha ele de mdium preparado e lcido, com noo de responsabilidade e reta noo do dever a cumprir.

    Albino Teixeira

  • 38 - AUXILIA TAMBM O crebro trabalha para que raciocines. O corao trabalha para que te sustentes. O sangue trabalha para que te equilibres. Os nervos trabalham para que observes. As glndulas trabalham para que te controles. Os pulmes trabalham para que respires. Os ossos trabalham para que te levantes. OS cabelos trabalham para que te protejas. O estmago trabalha para que te nutras. Os olhos trabalham para que vejas. Os ouvidos trabalham para que ouas. A lngua trabalha para que te exprimas. As mos trabalham para que construas. Os ps trabalham para que te movas. Entre as foras que trabalham, no teu prprio corpo, para servir-te, que fazes de ti mesmo para servir aos outro? Ante a Lei do Senhor, o ato de servir a luz em toda a parte. E essa Lei pede em tudo: ajuda agora algum. Assim, quem nada faz, em nada se detm. Recorda que a preguia o retrato da morte. Toda a vida auxilia. Auxilia tambm.

    Andr Luiz

  • 39 - GRUPO NO GRUPO A famlia esprita, em cuja intimidade cooperas na seara da Verdade e do Bem, aguarda sejas para ela: O concurso no trabalho e o alvio na provao; O equilbrio nos instantes alegres e a escora nos tempos difceis; A mensagem de estmulo, na obra em realizao, e a palavra de bno, na travessia dos obstculos; O refgio de paz e o apoio fraterno; A observao compreensiva e a amizade real. Assim, porque se um Grupo Esprita um templo aberto necessidade e indagao de todas as criaturas, o grupo de trabalho que persevera dentro dele diferente; essa equipe de coraes, aos quais nos agregamos para servir, comumente o grupo de nossas afinidades, afetos e desafetos que trazemos de existncias passadas, que nem sempre esto associados a ns pelos laos consangneos, mas at agora jungidos ao nosso esprito por vnculos magnticos. nesse grupo ntimo que encontramos grandes alegrias e grandes dores, consolaes e desafios, facilidades e empeos, tesouros de amor e testes de burilamento mora, entre os quais ser-nos- possvel aproveitar o tempo, com mais segurana, ressarcindo erros e aprimorando qualidades que nos facilitam acessos s vanguardas de luz,

    Albino Teixeira

  • 40 - MRITO No critrio de inmeros companheiros, o merecimento, por fator de facilidade e sublimao, decorrer simplesmente do ato de crer. Profisso de f, no entanto, guarda o valor do ttulo de servio que estabelece a competncia e acentua a responsabilidade. Todos trazemos do pretrito, defeitos e provaes!... Todos carregamos o fardo de antigos dbitos, mas no basta proclamemos confiana no Senhor, a fim de alija-lo. Necessrio conduzir semelhante quisto de sombra ao calor da reforma ntima para que se converta em luz de experincia, maneira do calhau que libera o ouro na tenso do cadinho. Por mais vigorosa a expresso de nossos conhecimentos, nenhuma renovao surgir para ns, se fugirmos da disciplina indispensvel educao de ns mesmos, - disciplina que nos eleve o nvel de existncia altura dos ideais superiores que abraamos. As prprias comodidades materiais na civilizao terrestre falam disso. Locomotivas aprimoradas, lembrando grandes hotis rodantes, no atingem a meta se desertarem dos trilhos. Avies, quais palcios voadores, tombaro em desastre se desatendem aos princpios que lhes regem os movimentos. Decerto que a Bondade Divina brilha em toda parte, entretanto, no se sabe de lugar algum que mantenha salrio sem trabalho. E o trabalho edificante, seja qual for, exige fidelidade e esforo, aplicao e obedincia. Jesus a ningum prometeu direitos sem deveres. Ao invs disso, ele que transitou no caminho dos homens, invariavelmente subordinado aos interesses do Reino de Deus, convidou-nos a cooperar espontaneamente na construo do bem, advertindo-nos claramente: - Tomais sobre vs o meu jugo.

    Emmanuel

  • 41 - SOLUO NATURAL Os espritos benfeitores j no sabiam como atender pobre senhora obsidiada Perseguidor e perseguida estavam mentalmente associados maneira de polpa e casca no futuro. Os amigos desencarnados tentaram afastar o obsessor, induzindo a jovem senhora a esquece-lo, mas debalde. Se; tropeava na rua, a moa pensava nele... Se; alfinetava um dedo em servio, atribua-lhe o golpe... Se o marido estivesse irritado, dizia vtima do verdugo invisvel... Se; a cabea doa, acusava-o... Se; uma xcara se espatifasse no trabalho domstico, imaginava-se atacada por ele... Se aparecesse leve dificuldade econmica, transformava a prece em crtica ao desencarnado infeliz... Reconhecendo que a interessada no encontrava libertao por teimosia, os instrutores espirituais, ligaram os dois a doente e o acompanhante invisvel em laos fludicos mais profundos, at que ele renasceu dela mesma, por filho necessitado de carinho e de compaixo. Os benfeitores descansaram. O obsessor descansou. A obsidiada descansou. O esposo dela descansou. Transformar obsessores em filhos, com a bno da Providncia Divina, para me haja paz nos coraes e equilbrio nos lares, muita vez, a nica soluo.

    Hilrio Silva

  • 42 - CRDITOS ESPIRITUAIS No deixes que o dia se ponha sem praticares, pelo menos, uma boa ao melhorando os prprios crditos no caminho espiritual. Vejamos algumas receitas e sugestes ao alcance de todos: doar um prato de alimento a quem sofre em penria; entregar uma pea de roupa aos que gemem no frio; improvisar o conforto de uma criana menos feliz; promover ainda que migalha de assistncia, a benefcio dessa ou daquela mo desditosa; oferecer um livro nobilitante; escrever uma pgina de esperana e alegria aos amigos ausentes; conter a irritao; evitar a palavra inconveniente; escutar, com pacincia e bondade, a conversao inoportuna, no equilbrio de quem ouve, sem elogiar a invigilncia e sem condenar a inabilidade dos que falam, tocados de boa inteno; prestar servio desinteressado aos enfermos; assegurar dois minutos de prosa consoladora aos doentes; cultivar o esprito de sacrifcio, em favor dos outros, seja em casa ou na rua; plantar uma rvore proveitosa; acrescentar a alegria dos que fazem o bem; auxiliar, de algum modo, aos que procuram auxiliar; encaminhar parcelas de recursos amoedados, conquanto ligeiras, a irmos em necessidade; articular algumas frases calmantes em hora de crise; usar a palavra na construo do melhor a fazer; remover espontaneamente um perigo na via pblica. Na base de uma boa ao por ter o crdito de trezentos e sessenta e cinco boas aes por ano; se aumentares a contagem em tempo breve, somente a Contadoria Divina conseguir relacionar a extenso de teus bens imperecveis e o valor de teus investimentos no errio da Vida Eterna.

    Albino Teixeira

  • 43 - O ESSENCIAL O essencial no ser tanto o que retns. o que ds de ti mesmo e a maneira como ds. No o tanto o que recebes. o que distribuis e como distribuis. No o tanto o que colhes. o que semeias e para que semeias. No o tanto o que esperas. o que realizas. No o tanto o que rogas. o que aceitas. No o tanto o que reclamas. o que suportas e como suportas. No tanto o que falas. o que sentes e como sentes. No o tanto o que perguntas. o que aprendes e para que aprendes. No o tanto o que aconselhas. o que exemplificas. No tanto o que ensinas. o que fazes e como fazes. Em suma, na vida do esprito, - a nica vida verdadeira, - o essencial no o que parece. O essencial ser sempre aquilo que .

    Emmanuel

  • 44 - LGICA ESPRITA A Lei de Deus permite: Que desfrutemos tantas posses, quantas sejamos capazes de reter honestamente, mas espera estejamos agindo com elas, em benefcio dos outros; Que tenhamos tanta cultura, quanto os recursos da prpria inteligncia no-lo permitam, mas espera nos empenhemos a converte-la em realizao no bem de todos; Que sejamos felizes, mas espera busquemos fazer a felicidade dos semelhantes; Que sejamos amados, mas espera nos transformemos em amor para os nossos irmos; Que solucionemos as nossas necessidades, mas espera que no venhamos a prejudicar ningum, no campo dos deveres em que nos achamos comprometidos; Que sejamos desculpados em nossas faltas, mas eras perdoemos sem condies as ofensas que se nos faam; Que usufruamos os bens do Universo, mas espera nos mostremos prontos a reparti-los sempre que necessrio; Que se pense ou fale mal de ns, tanto quanto se queira nos crculos de nossa convivncia, mas espera nos devotemos a guardar a conscincia tranqila; Que erremos, em nossa condio de almas imperfeitas ainda, mas espera que na base e nossos fracassos permanea brilhando a luz da boa inteno; Enfim, a Lei de Deus permite sejamos quem somos, mas nos apia ou desapoia, abate ou exalta, corrige ou favorece pelo que somos, atravs do que fazemos de ns, porque Deus no cogita daquilo que parece, mas daquilo que .

    Albino Teixeira

  • 45 - TRAOS DO CARTER ESPRITA Humildade sem subservincia. Dignidade sem orgulho. Devotamento sem apego. Alegria sem excesso. Liberdade sem licena. Firmeza sem petulncia. F sem exclusivismo. Raciocnio sem aspereza. Sentimento sem pieguice. Caridade sem presuno. Generosidade sem desperdcio. Conhecimento sem vaidade. Cooperao sem exigncia. Respeito sem bajulice. Valor sem ostentao. Coragem sem temeridade. Justia sem intransigncia. Admirao sem inveja. Otimismo sem iluso. Paz sem preguia.

    Andr Luiz

  • 46 - PRESENA ESPRITA O esprito que entende a doutrina que aceita ergue-se de manh quando o dia flameja. Ora e agradece a Deus o privilgio santo de poder trabalhar no corpo a que se acolhe. Se ouvir mal, fala o bem. Ajusta-se ao dever cumprindo a obrigao que a vida lhe assinala. Na rua, estende as mos que auxilia em amparo fraterno. Em casa, forma a paz que auxilia e constri. Prejudicado, esquece. Ofendido, perdoa. No discute, realiza. E nem pergunta, serve. No censura, abenoa; nem condena, restaura; Desce para ajudar, sem tisnar-se na sombra. Alteia-se na luz, mas apaga-se humilde, por saber-se instrumento a servio do Pai. Reparte do que tem, sem reclamar louvores. Corrige levantando e educa amando sempre. Tolera sem revolta as provocaes que o ferem, transformando em bondade o fel das prprias dores. O esprita onde est faz com que tudo brilhe, aperfeioa, melhora, engrandea e progride. De alma no entendimento harmnico e profundo, faz-se fonte de amor para os males da vida, faz-se raio de sol para as trevas do mundo.

    Albino Teixeira

  • 47 - SABER E FAZER Em matria de educao a ns mesmos, existe, comumente, um adversativo, em nossas melhores definies. Via de regra, afirmamos, a cada trecho de nossa marcha espiritual: Sei que a morte apenas mudana e devo corrigir-me para a Vida Maior; entretanto, estou sob o cativeiro de inmeras imperfeies, maneira da rvore asfixiada pela erva-de-passarinho, e no consigo renovar-me; Sei que necessrio praticar o bem para que o mal no me ensombre as horas; todavia, por mais que me esforce, no chego a vencer a preguia que me entorpece; Sei que urgente estudar, melhorando conhecimento, a fim de entender os desafios do mundo e soluciona-los com segurana; contudo, no tenho tempo. Sei que minha obrigao abraar as boas obras, que as circunstncias me indicam, em proveito de minha felicidade, mas receio entrar em choque com as alheias opinies. Sei que preciso... a nossa frase trivial, diante do servio que nos compete; no entanto, habitualmente falha o motor da vontade, no momento da ao. Quase sempre, perdemos tempo precioso, empenhando-nos em saber o que ainda estamos muito longe de aprender, numa atitude, alis, muito compreensvel, porquanto, desejando saber dignamente, a curiosidade respeitvel alenta o progresso; mas, se fizssemos o melhor do que j conhecemos, transferindo idias e planos superiores das linhas tericas para o terreno da realizao e da prtica, desde muito estaramos guindados posio de numes apostolares das doutrinas redentoras que apregoamos, adiantando o relgio da evoluo terrestre. Como fcil de anotar ns todos coletivamente, examinados criamos muitas dificuldades na Terra, pela nsia de fazer sem saber, mas agravamos consideravelmente, essas mesmas dificuldades, pelo atraso de saber e no fazer.

    Emmanuel

  • 48 - NOSSO DEVER Por mais humilde, quando confrontando com as atividades que nos paream superiores, amemos o dever que a vida nos reservou. No Plano do Universo, todo encargo digno de apreo. O firmamento agasalha o mundo sob imensa abbada de estrelas; no entanto, no desempenha as atribuies do telhado domstico. O Sol um espetculo permanente de luz, mas no realiza o servio da lmpada. O grande rio um gigante de gua movente; contudo, no executa em casa a funo da bica. O celeiro guarda os ingredientes do po, mas no consegue amassa-lo. O transatlntico transporta o salva-vidas, sem tomar-lhe a prerrogativa. Cultivemos o nosso dever por mandato da Providncia Divina. O esforo annimo do verme, na fecundao da terra, jaz revestido de extrema significao para ela e para ele. Assim tambm, a nossa atarefa particular pode no aparecer aos olhos dos outros, no desdobramento da vida, entretanto, ela sumamente importante para a vida e para ns.

    Albino Teixeira

  • 49 - DIANTE DE TUDO Diante de tudo, estabelece Jesus para ns todos uma conduta bsica, de que todas as providncias exatas se derivam para a soluo dos problemas no caminho da vida. Sombra Caridade da luz. Ignorncia Caridade do ensino. Penria Caridade do socorro. Doena Caridade do remdio. Injria Caridade do silncio. Tristeza Caridade do consolo. Azedume Caridade do sorriso. Clera Caridade da brandura. Ofensa Caridade da tolerncia. Insulto Caridade da prece. Desequilbrio Caridade do reajuste. Ingratido Caridade do esquecimento. Diante de cada criatura, exeramos a caridade do servio e da bno. Todos somos viajores na direo da Vida Maior. Doemos amos a Deus, na pessoa do prximo, e Deus, atravs do prximo, dar-nos- mais amor.

    Bezerra de Menezes

  • 50 - ESPIRITISMO E NS Se o doente solicita receita e no aplica o remdio... Se o aluno fichado na escola no lhe freqenta as aulas... Se o viajante necessita chegar estao, com passagem adquirida, e no toma o comboio... Se o lavrador inicia a plantao e larga o trabalho conta do vento... No culpe o mdico, no acuse o professor, no reprove a conduo, nem malsine a terra. Assim tambm, o Espiritismo, junto de ns, quando lhe conhecemos os sagrados objetivos, sob a direo de Jesus. Se nos reconhecemos necessitados de melhoria se aspiramos luz, se temos sede de paz, se queremos felicidade e no nos dispomos a usa-lo em ns, por instrumento da prpria renovao, no nos queixemos seno de ns mesmos.

    Albino Teixeira

  • 51 - DESGOSTO Referimo-nos habitualmente aos desgostos da vida como se nada mais tivssemos que pensar. Tal ocorrncia sobrevm, de vez em que, em nossas atuais condies evolutivas, somos ainda propensos a fixar o corao nos fenmenos do mal, extremamente desmemoriados quanto ao bem, feio de pessoa que preferisse morar dentro de uma nuvem, frente do sol. Ligeiro mal-estar obscurece-nos a harmonia interior e adotamos regime de aflio que acaba por atrair-nos molstia grave... Isso porque apagamos da lembrana os milhares de horas felizes que lhe antecederam o aparecimento, sem perceber que o incmodo diminuto aviso da natureza a que retomemos posio de equilbrio. Breve desajuste no lar interrompe-nos a alegria e desvairamo-nos em revolta, instalando, s vezes, perigosos quistos de malquerena, no organismo familiar... Isso porque quase nunca relacionamos os tesouros de estabilidade e euforia com que somos favorecidos em casa, longe de observar que o problema imprevisto expressa bendita oportunidade de consolidarmos o amor e a tranqilidade no instituto domstico. Um companheiro nos deixa a convivncia e deitamos longas teorias, acerca da ingratido, estabelecendo complicaes de profundidade... Isso porque olvidamos as afeies preciosas que nos enriquecem os dias, incompetentes que nos achamos para concluir que o amigo, tangido pelas foras espirituais com que se afina, ter buscado o tipo de experincia mais adequada aos prprios impulsos com vantagem para ele e proveito nosso. Insignificante desentendimento reponta na esfera profissional e exageramos o acontecido, lanando perturbao ou incrementando a desordem... Isso porque muito dificilmente ligamos justa importncia aos dotes inmeros que recolhemos do nosso campo de trabalho, inbeis para reconhecer que o destempero havido o ensejo de proteger e prestigiar a organizao a que fomos chamados, em favor de ns mesmos. Desgosto at efetivamente para o corao, como a poda para a rvore. Se dissabores nos visitam, recordemos que a vida est cortando o prejudicial e o suprfluo, em nossas plantas de ideal e realizao, a fim de que possamos nos renovar e melhor produzir.

    Emmanuel

  • 52 - AT E DEPOIS Freqentemente, na Terra, declaramos sofrer: Assdio de tentaes; Cansao da vida; Impacincia contnua; Desnimo sistemtico; Acesso de clera; Crises de tdio; Ingratido de amigos; Tristeza constante; Inaptido ao servio; Isolamento domstico; Ostracismo social; Desolao interior; Incerteza de rumo; Isso perfeitamente compreensvel at a ocasio em que somos felicitados pelo conhecimento esprita; depois do conhecimento esprita, entretanto, qualquer alegao dessa natureza, denota algo errado em ns, reclamando a retificao necessria. Um professor interpreta a lio para que o aluno se liberte da ignorncia. Um mdico interpreta as informaes de laboratrio para restabelecer o doente. Assim tambm, a Doutrina Esprita interpreta o Evangelho de Jesus, atravs de Allan Kardec, para que venhamos a entrar na vivncia da Religio do Cristo, que a Religio do Universo. Para todos ns, os espritos desencarnados, que no tivemos a felicidade de renascer em bero esprita, com a noo mais ampla de nossas responsabilidades e obrigaes adquiridas mais cedo, a reencarnao na Terra se divide em dois quadros distintos para julgamento diverso: o que ramos e fazamos, antes do conhecimento esprita, e o que passamos a ser e fazer depois dele.

    Albino Teixeira

  • 53 - FALTAS possvel que o constrangimento do companheiro tenha surgido do gesto impensado de tua parte. O gracejo imprprio ou o apontamento inoportuno teria tido efeito de um golpe. Decerto, no alimentaste a inteno de ferir, mas a desarmonia partiu de bagatela, agigantando-se em conflito de grandes propores. De outras vezes, a mente adoece, conturbada. Teremos ofendido realmente. A clera ter-nos- cegado e cortamos o corao de quem ouve. Pretendemos aconselhar e cortamos o corao de quem ouve. Alegando franqueza, envenenamos a lngua. No pretexto de consolar, ampliamos chagas abertas. E comea para logo a distncia e a averso. Se a conscincia te acusa, repara a falta enquanto cede. Chispa de fogo gera incndio. Leve alfinetada prepara a infeco. Humildade caminho. Entendimento remdio. Perdo profilaxia. Muitas vezes, loucura e crime, disperso e calamidade nascem de pequeninos desajustes acalentados. No hesites rogar desculpas, nem vaciles apagar-te a favor da concrdia, com aparente desvantagem particular, porquanto, na maioria dos casos de incompreenso, em que nos imaginamos sofredores e vtimas, os verdadeiros culpados somos ns mesmos.

    Emmanuel

  • 54 - APLICAO ESPRITA Um pensamento relativo aplicao esprita na existncia. Aprendemos no cotidiano que no se movimenta a usina se lhe dermos vinagre ao invs de combustvel; a dona de casa no consegue um bolo simples, deitando alho em lugar de fermento. Nas menores utilidades da vida, cada ingrediente deve ajustar-se posio prpria, com especificaes de medida e atributo. Assim tambm Espiritismo e plano individual: indispensvel a entrosagem de um com o outro. Fidelidade ao dever. Diligncia no trabalho,. Rendimento no bem. F raciocinada. Lgica nas decises. Pacincia na dor. Serenidade nas provas. Compreenso e fraternidade. Em suma, o conhecimento esprita elevado assemelha-se, de algum modo, mquina perfeita. Entretanto, qual acontece mquina valiosa, o conhecimento de alto gabarito somente vale se funciona e como funciona.

    Albino Teixeira

  • 55 - ANJOS DESCONHECIDOS H guardies espirituais que te apoiam a existncia no plano fsico e h tutores da alma que te protegem a vida na Terra mesmo. Freqentemente, centralizas a ateno nos poderosos do dia, sem ver os companheiros annimos que te ajudam na garantia do p. Admiras os artistas renomados que dominam nos cartazes da imprensa e esqueces facilmente os braos humildes que te auxiliam a plasmar, no santurio da prpria alma, as obras primas da esperana e da pacincia. Aplaudes os heris e tribunos que se agigantam nas praas, todavia, no te recordas daqueles que te sustentaram a infncia, de modo a desfrutares as oportunidades que hoje te facilitam. Ouves, em xtase, a biografia de vultos famosos e quase nunca te dispes a conhecer a grandeza silenciosa de muitos daqueles que te rodeiam, na intimidade domstica, invariavelmente dispostos a te estenderem generosidade e carinho. Homenageia, sim, os que te acenam dos pedestais que conquistaram, merecidamente, custa de inteligncia e trabalho; contudo, reverencie tambm aqueles que talvez nada te falem e que muito fizeram e ainda fazem por ti, muitas vezes ao preo de sacrifcios pungentes. So eles pais e mes que te guardaram o bero, professores que te clarearam o entendimento, amigos que te guiaram a f e irmos que te ensinaram a confiar e servir... Vrios deles fazem agora, na retaguarda, acabrunhados e encanecidos, experimentando agoniada carncia de afeto ou sentindo o frio entardecer; alguns prosseguem obscuros e devotados, no amparo s geraes que retomam a lide terrestre, enquanto outros muitos, embora enrugados e padecentes, quais cireneus do caminho, carregam as cruzes dos semelhantes. Pense nesses anjos desconhecidos que se ocultam na armadura da carne, e, de quando em quando, unge-lhes o corao de reconhecimento e alegria. Para isso, no desejam transfigurar-se em fardos nos teus ombros. Quase sempre, esperam de ti, simplesmente, leve migalha das sobras que atiras pela janela ou uma frase de estmulo, um aprece ou uma flor.

    Emmanuel

  • 56 - INFLUNCIA ESPRITA Ningum d unicamente aquilo que entrega ou cede, a benefcio dos semelhantes. Cada criatura, atravs de leis inalienveis que governam a vida, obrigada a dar de si prpria, nas situaes essenciais do cotidiano, como sejam: no pensamento; na palavra; no gesto; no lar; na comunidade; na profisso; no trabalho; na tarefa; no negcio; na sade; na doena; na administrao; na subalternidade. Em ao esprita, somos compreensivelmente chamados a dar todo o apoio material e socorro moral aos irmos em necessidade, conforme os recursos que usufrumos. Acima de tudo, porm, o esprita convocado a melhorar a Vida e o Planeta pela cooperao da influncia. Revisemos, pois, dia-a-dia, nossas atitudes pessoais, observando como distribumos as parcelas espirituais de ns mesmos, seja no que fazemos ou no que somos. Espiritismo orientao certa e orientao certa se define como sendo o caminho certo de auxiliar e o jeito certo de viver.

    Albino Silva

  • 57 - PERDOADOS, MAS NO LIMPOS Em nossas faltas, na maioria das vezes, somos imediatamente perdoados, mas no limpos. Fomos perdoados pelo fel da maledicncia, mas a sombra que tencionvamos esparzir, na estrada alheia, permanece dentro de ns por agoniado constrangimento. Fomos perdoados pela brasa da calnia, mas o fogo que arremessamos cabea do prximo passa a incendiar-nos o corao. Fomos perdoados pelo corte da ofensa, mas a perda atirada aos irmos do caminho volta incontinenti, a lanhar-nos o prprio ser. Fomos perdoados pela manifestao de fraqueza, mas o desastre que provocamos dor moral que nos segue os dias. Fomos perdoados por todos aqueles a quem ferimos, no delrio da violncia ma, onde estivermos, preciso extinguir os monstros do remorso que os nossos pensamentos articulam, desarvorados. Chaga que abrimos na alma de algum pode ser luz e renovao nesse mesmo algum, mas ser sempre chaga de aflio a pesar-nos na vida. Injria aos semelhantes azorrague mental que nos chicoteia. A serpente leva consigo a peonha que veicula. O escorpio carrega em si prprio a carga venenosa que ele mesmo segrega. Ridicularizados, atacados, perseguidos ou dilacerados, evitemos o mal, mesmo quando o mal assuma a feio de dessa, porque todo mal que fizermos aos outros mal a ns mesmos. Quase sempre aqueles que passaram pelos golpes de nossa irreflexo j nos perdoaram incondicionalmente, fulgindo nos planos superiores; no entanto, pela lei de correspondncia, ruminamos, por tempo indeterminado, os quadros sinistros que ns mesmos criamos. Cada conscincia vive e envolve entre os seus prprios reflexos. por isso que Allan Kardec afirmou, convincente, que, depois da morte, at que se redima no campo individual, para o criminoso a presena incessante das vtimas e das circunstncias do crime suplcio cruel.

    Emmanuel

  • 58 - TELAS DE SERVIOS O lavrador chega ao campo e, em muitos casos, observa no plano da tarefa a cumprir: A secura do solo; A lama do charco; A brutalidade do espinheiro; A praga na plantao; A enfermidade nos animais; Contudo, se acordado para a execuo dos compromissos que lhe competem, atira-se atividade pacfica com o propsito de trabalhar e servir. Tambm na lavoura do Cristo, muitas vezes o seareiro do bem encontra no quadro da prpria ao: A aspereza de muitas almas; O vcio triunfante; Os golpes da ingratido; A hostilidade ambiente; A sombra da ignorncia; A necessidade das criaturas. Entretanto, se ele consciente das obrigaes que lhe cabem, no perde tempo com desnimo e queixa, desespero ou censura, porque abraa o trabalho, em silncio, e passa automaticamente a servir.

    Albino Teixeira

  • 59 - PEQUENO APLOGO Com respeito luz do Evangelho que nos compete estender, a favor de ns mesmos, contou velho sbio antiga lenda que buscaremos sintetizar. A certo pas vergastado de fome, concedeu o Divino Pomicultor valiosas sementes de amor e redeno, cujo trato esmerado traria a toda gente benefcios essenciais. As sementes, no entanto, robustas e enceleiradas, revelavam-se to belas que provocaram aluvies de anseios e idias, palavras e teorias naqueles coraes em necessidade. Em xtase, a multido consagrou-lhes tempo e cuidado no que se referia pura contemplao. Botnicos eminentes vieram de muito longe lhes examinar a contextura, escrevendo enormes tratados quanto s virtudes de que se faziam portadora. Geneticistas de prol auscultaram-lhes os princpios, destacando-lhes a nobreza. Pintores exmios fixaram-lhes a imagem preciosa, escultores imitaram-lhe a forma divina, poetas cantaram-lhe a beleza, oradores dedicaram-lhes primosos discursos e longas turbas de crentes agradecidos ajoelharam-se ante o excelso legado, em adorao mstica e perene... Enquanto isso passou o tempo multiplicando os casos de inanio e morte... Vendo que a nao operosa e fiel desfalecia mngua de socorro e alimento, mandou o Eterno Amigo que viessem ao campo lavradores humildes que as plantassem ao preo de fadiga e suor, para que o po e a f restaurassem a vida. No aplogo singelo notamos a aflio da palavra excessiva, sem exemplo que ajude. Saibamos, pois, na Terra cultivar o Evangelho em nossos prprios atos, porque somente assim, custa de trabalho e esforo constante, faremos rebrilhar a palavra do Cristo, valorizando o verbo perante o mundo enfermo que roga paz e luz.

    Emmanuel

  • 60 - FENMENOS MEDINICOS Os fenmenos medinicos a se evidenciarem, inevitveis, nas estradas do homem, guardam expressiva similitude com a presena das guas nos caminhos da Terra. guas existem por toda a parte. Possumo-las cristalinas em fontes recamadas de areia, pesas de barro nos rios que desgastam o solo, tisnadas na sarjeta em que rolam depois da chuva, lodacentas no charco, furtadas de represas, concentradas em lagoas infectas, amargas em poos largados no esquecimento, semi-encenenadas nos esgotos de lama... Todas elas, contudo, podem ser decantadas, medicadas, purificadas e renovadas para servir. Assim tambm os fenmenos medinicos. Venham de onde vierem, assinalam-se por determinado valor. Entretanto, preciso no esquecer que devem ser examinados, raciocinados, interpretados e compreendidos para mostrarem proveito justo. Para eles e junto deles, todos ns temos a Doutrina Esprita por filtro de tratamento. vista disso, no desprezeis fato algum, mas, igualmente, em tempo algum no vos canseis de estudar.

    Albino Teixeira

  • 61 - A QUEM MAIS TEM A quem mais ama amor mais amplo. A quem mais despreza mais se evita. A quem mais serve maior auxlio. A quem mais desajuda embarao maior. A quem aprende firme lio. A quem foge do ensino experincia mais dura. A quem trabalha grande influncia. A quem busque a preguia tdio maior. A quem ampara vasto socorro. A quem prejudica larga aflio. A quem perdoa desculpa extensa. A quem critica maior censura. A quem tenha razo mais direito. A quem escasseie o direito mais compromisso. A quem desanime sombra envolvente. A quem persista luz de esperana. A quem se lembra memria pronta. A quem esquece total olvido. A quem adoa mel na passagem. A quem amarga fel no caminho. Quem planta recolhe segundo a sementeira. Recebemos por isso, em maior poro daquilo que mais dermos. Eis por que nos disse o Senhor: - A quem mais tem mais se lhe dar, porquanto, de tudo o que entregarmos existncia, receberemos de volta em medida cheia e recalcada.

    Emmanuel

  • 62 - CARIDADE, A NOSSA BANDEIRA Meus filhos: Jesus o nosso mestre. Amor o nosso clima. Caridade a nossa bandeira. Servio a nossa bno. Sim, filhos do corao. Quanto nos seja lcito; Tanto quanto pudermos; Seja com quem for; Em toda parte; Em qualquer tempo; frente de todos; Ante quaisquer circunstncias; Por todos os modos justos; Nos mnimos gestos; Sem restries de qualquer natureza; Como nos seja possvel; Atravs dos sentimentos; Pelo veculo das idias; Pela forma das palavras; E pela fora das aes; Levantemos o nosso estandarte de luz!... Que, em tudo, a caridade, por presena de Cristo resplandea de ns para com os outros, com o esquecimento de ns prprios, para o Reino Eterno do Pai Celestial, seja instalado, enfim, em nossos coraes, agora e para sempre.

    Fabiano

  • 63 - VOLTARAS POR AMOR Ante a fome de paz que te atormenta os dias, decerto j sonhaste com a disposio de repousar, alm da morte, recusando o clice de angstia que a existncia canal te sugere... Cultivas a virtude e aspiras, sem dvida, ao prmio natural que o trabalho irrepreensvel te granjeou. Sofres e reclamas consolo... Choras e pretendes alvio... Entretanto, para l das fronteiras terrestres, o amor te fulgir sublime, no corao, como estrela surpreendente, mas ouvirs os soluos daqueles que deixaste sob a nvoa do adeus... Escutars as preces de tua me e os rogos de teus filhos, quais poemas de lgrimas a desfalecem de dor sobre a tua cabea invadida de novas aspiraes e tocada de novos sonhos. Compreender a renncia com mais segurana e exercers o perdo sem dificuldade... A conscincia tranquila ser-te- uma bno; contudo, o anseio de ajudar fremir no teu peito inspirando-te a volta. E reconhecendo que o cu verdadeiro no existe sem a alegria daqueles que mais amamos, regressars por amor ao campo da luta para novamente experimentar e sofrer, es