Campeonato Interno de Destaques Karting · dois, voltando { inf}ncia de cada um onde outras pessoas...

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1 Karting Masculino 4 Est|gio EPIS 5 BTT: Silveira / Ericeira 6 Eu saio na próxima, e você? 7 Na Rota do D~o e da Bairrada 11 Colónia de Férias MyCamp 14 Viagem { Noruega: Cabo Norte 53 Shakira 54 Carmen Teve lugar, no passado dia 16 de junho, a eliminatória do Campeo- nato Interno de Karting Masculino, organizado pelo Clube Galp - Núcleo Centro. Foi no Kartódromo de Évora que decorreu esta prova, num dia que estava bom e em que o sol brilhava. Após um breve briefing, foi tempo de pôr as m~os ao volante e ini- ciar a prova. Houve lugar a 5 minutos de treinos livres, seguidos de 10 minutos de treinos cronometrados. Apurada a grelha de partida, deu-se o início da prova, que teve a duraç~o de 30 minutos, nos quais houve uma enorme e sempre saud|vel luta pelos lugares cimeiros! Finda a prova, deu-se início { entrega dos prémios e {s famosas fo- tos da praxe. Em seguida dirigimo-nos a um restaurante local, para aí nos deliciarmos com a gastronomia local e recuperar do desgas- te, em alegre convívio entre todos os participantes. Texto elaborado por José Alves Destaques Campeonato Interno de Karting Masculino 01 jan - Concerto de Ano Novo 05 jan - Cirque du Soleil 11 jan - Forever King of Pop 09 fev - Harry Potter e o Prisioneiro de Azbakan 15 fev - Irish Celtic 16 fev - The Gipsy Kings 16 fev - Amar Am|lia 16 fev - Caminhada: Lisboa Subterr}nea 16 fev - Snow Patrol 01 mar - Slava Snowshow 08 mar - Tango Pasión Próximas Iniciativas

Transcript of Campeonato Interno de Destaques Karting · dois, voltando { inf}ncia de cada um onde outras pessoas...

1 Karting Masculino

4 Est|gio EPIS

5 BTT: Silveira / Ericeira

6 Eu saio na próxima, e você?

7 Na Rota do D~o e da Bairrada

11 Colónia de Férias MyCamp

14 Viagem { Noruega: Cabo Norte

53 Shakira

54 Carmen

Teve lugar, no passado dia 16 de junho, a eliminatória do Campeo-

nato Interno de Karting Masculino, organizado pelo Clube Galp -

Núcleo Centro.

Foi no Kartódromo de Évora que decorreu esta prova, num dia

que estava bom e em que o sol brilhava.

Após um breve briefing, foi tempo de pôr as m~os ao volante e ini-

ciar a prova. Houve lugar a 5 minutos de treinos livres, seguidos de

10 minutos de treinos cronometrados.

Apurada a grelha de partida, deu-se o início da prova, que teve a

duraç~o de 30 minutos, nos quais houve uma enorme e sempre

saud|vel luta pelos lugares cimeiros!

Finda a prova, deu-se início { entrega dos prémios e {s famosas fo-

tos da praxe. Em seguida dirigimo-nos a um restaurante local, para

aí nos deliciarmos com a gastronomia local e recuperar do desgas-

te, em alegre convívio entre todos os participantes.

Texto elaborado por José Alves

Destaques Campeonato Interno de Karting

Masculino

01 jan - Concerto de Ano Novo

05 jan - Cirque du Soleil

11 jan - Forever King of Pop

09 fev - Harry Potter e o Prisioneiro de Azbakan

15 fev - Irish Celtic

16 fev - The Gipsy Kings

16 fev - Amar Am|lia

16 fev - Caminhada: Lisboa Subterr}nea

16 fev - Snow Patrol

01 mar - Slava Snowshow

08 mar - Tango Pasión

Próximas Iniciativas

www.clubegalpenergia.com 2 # 254 junho 2018

A publicaç~o deste inédito de Fernan-

do Pessoa revela um texto que, ao

contr|rio da maior parte dos seus iné-

ditos, estava completo, dactilografa-

do e pronto para ser publicado.

Trata-se de um guia de Lisboa, o Uni-

verso fundamental de Pessoa a que

chama o seu lar, escrito em inglês,

propositadamente turístico, despoja-

do de retórica, onde se percorre todo

o património importante da cidade,

seja ele arquitectónico, intelectual ou

de puro lazer.

a Direç~o do Clube Galp - Núcleo Cen-

tro vai proceder ao sorteio de dez

exemplares desta obra. Caso seja As-

sociado do Clube Galp e pretenda can-

didatar-se a um destes exemplares,

deve contatar, até 10 de janeiro próxi-

mo, a Secretaria do Clube Galp - Nú-

cleo Centro via mail para Clube GalpE-

nergia – Secretaria ou via telefone

para 21 724 05 31 (extens~o interna 10

531).

Campeonato Interno de Karting Masculino

Sorteio Fernando Pessoa

www.clubegalpenergia.com 3 # 254 junho 2018

Realizou-se, no passado dia 10 de

junho, o torneio de ver~o no Muni-

cipal de Oeiras, onde uma vez mais

a nossa equipa do Clube Galp foi

convidada a participar.

Desta feita na XII ediç~o do Tor-

neio de ver~o – Futebol de 11.

Manh~ quente, bem passada, onde

reinou o bom ambiente que tanto

caracteriza o nosso grupo e em

que lut|vamos para atingir a final,

tal como na ediç~o anterior.

Mas os dois jogos n~o nos corre-

ram da melhor forma, o esforço foi

muito, mas a falta de acerto na ba-

liza advers|ria ditou o afastamento

na decis~o do torneio.

Depois, no jogo da definiç~o do 3º

e 4º lugar, uma vez mais n~o fo-

mos felizes pecando no mesmo,

falta de efic|cia na finalizaç~o e,

após um empate, nem na decis~o

por pen|ltis conseguimos ser feli-

zes...

Ficou um amargo na boca mas o

futebol é mesmo assim.

De realçar a excelente organiza-

ç~o, quer na parte desportiva,

quer na parte do repasto realizado

no Bairro do Pombal, em Oeiras

em que o convívio entre todos du-

rou durante toda a tarde.

Em meu nome e da restante equi-

pa técnica o meu obrigado aos

atletas e ao esforço prestado.

António Minhoto (Tocha)

Torneio Pombal XXI

www.clubegalpenergia.com 4 # 254 junho 2018

De 4 de junho a 13 de julho, tivemos

connosco um estagi|rio da EPIS numa

aç~o de formaç~o/contacto com o

mercado de trabalho.

A formaç~o que o estagi|rio efetuou

baseou-se na aprendizagem daquele

que é o trabalho dos colaboradores

do Clube Galp.

Foi-lhe possível ver e analisar o funcio-

namento da empresa Galp e do Clube

Galp.

Esta formaç~o teve ainda como con-

sequência o estagi|rio obter a valida-

ç~o do seu est|gio curricular e prepa-

rar–se para a sua vida profissional

futura.

Carlos Gomes

Durante 30 dias deste ver~o, tivemos

a oportunidade de receber um jovem

estagi|rio da EPIS que nos causou bo-

as impressões. Helton de seu nome.

Calmo, educado, sempre disponível

para ajudar nas tarefas do dia, com-

portamento que causou um bem es-

tar e um convívio de trabalho salutar

para todos.

Chegados ao fim, esperamos que o

Helton tenha aprendido alguma coisa

connosco e que tenha outra vis~o em

relaç~o a continuidade dos estudos.

Para nós foi um prazer tê-lo a es-

tagiar no Clube Galp.

Manuel Ismael

BTT Silveira /

Santa Cruz / Ericeira

Est|gio EPIS

www.clubegalpenergia.com 5 # 254 junho 2018

Foram-me pedidas umas palavras pa-

ra descrever o passeio Rota do Oci-

dente, no percurso Silveira / Santa

Cruz / Ericeira, em vers~o maratona

com 65 km de dist}ncia e 1200D+, pro-

movido pelo Clube Galp.

Bem, antes fica sempre em memória o

impacto dos números: 65 km, 1200D+,

... e ficamos algo apreensivos.

O que nos espera?

Passando aos factos, logo cedo est|-

vamos na Bobadela para partirmos

em carrinhas do Clube para o ponto

de partida, onde nos esperavam, para

as boas vindas, dois representantes de

loja de bicicletas de Torres Vedras -

Movefree - que gentilmente nos enga-

lanaram a partida.

L| inici|mos a aventura, com uma fo-

to coletiva no meio de um vendaval

matinal.

L| nos pusémos { estrada, concreta-

mente aos trilhos e … assim sim ...

que belos trilhos nos esperavam, bem

dentro da montanha.

Num constante sobe e desce, trilh|-

mos um piso algo exigente em termos

de pilotagem, mas nada do outro

mundo.

Do outro mundo foram as paisagens

que nos passaram pela frente do ca-

pacete, com pinhal, serra, floresta e

por fim o mar, bem l| do alto da Praia

de Santa Rita, seguidos de single-

tracks técnicos mas que nos deram

um prazer imenso fazer, pois, com a

praia e o mar ao fundo, torna-se delici-

oso para qualquer rider poder usufruir

desta conjugaç~o.

Chegados { linha de costa, a norte de

Santa Cruz, a paragem.

Neste ponto a Organizaç~o brindou-

nos com uma necess|ria reposiç~o de

líquidos, para retomarmos sempre

pela costa até ao final desta primeira

parte muito a sul de Santa Cruz.

Com esta alteraç~o estratégica e ne-

cess|ria que foi dividir o passeio em

duas partes, fic|mo-nos pelos 40 km

mais ou menos.

Ficou assim agendado o restante com

uma linha de costa até ao final, que

nos levar| { Ericeira.

Da minha parte j| estou preparado, a

coisa promete, pois os poucos kilóme-

tros percorridos até ao destino foram

sobremaneira deliciosos, n~o só o cri-

ado pela constante proximidade com

o Mar, mas também pela generosida-

de dos trilhos!

Mas o dia ainda tinha algumas surpre-

sas n~o menos importantes, pois fo-

mos excelentemente recebidos nas

Piscinas Municipais da Ericeira, onde

tomamos banho em balne|rios reser-

vados para o nosso grupo e a cereja

no topo do bolo foi-nos servida ao al-

moço em forma de Paelha de marisco,

que deixou deliciado todo o grupo.

A organizaç~o, essa est| sempre a

responder {s expectativas.

Agradeço-vos o empenho por isso.

Até breve.

\lvaro Pardelhas

BTT Silveira / Santa Cruz / Ericeira

www.clubegalpenergia.com 6 # 254 junho 2018

Um Homem e uma Mulher conhe-

cem-se no metro, em Lisboa, nos

anos 70 do século passado, come-

çam a conversar e decidem voltar

a encontrar-se.

Após um mês de contatos casam-

se.

Mas o matrimónio est| condenado

ao fracasso.

Ambos se dirigem ao público apre-

sentando as suas razões do falhan-

ço da relaç~o evocando recorda-

ções, personagens do passado e

experiências que os marcaram e

que influenciaram comportamen-

tos posteriores.

Um casal que se conhece no Metro

e que em pouco tempo se apaixo-

na.

Mais tarde, em palco, contam a

sua vida conjugal, os bons e os

maus momentos, as complicações

e a família, os ciúmes e as contradi-

ções conjugais.

Marina Mota e Jo~o Bai~o enchem

o palco do Teatro Politeama na

comédia Eu Saio na Próxima, e Vo-

cê?.

Com texto adaptado por Filipe La

Féria, da autoria de Adolfo Marsi-

lhach, este trabalho além de per-

correr a vida de um casal cheio de

altos e baixos, como todos os ou-

tros, acompanha a história de um

país a partir dos anos 70, com v|-

rias dicas premonitórias sobre o

que vai acontecer no futuro, o atu-

al presente.

Os dois atores, muito bem acari-

nhados pelo público, mostram, ao

longo de mais de duas horas, a sua

versatilidade e talento em palco,

percorrendo memórias que v~o

muito para além do espaço dos

dois, voltando { inf}ncia de cada

um onde outras pessoas passaram,

olhando para a família nem sem-

pre aceite pelo outro lado de um

casal, porque sogra é sempre so-

gra e a m~e da sogra ent~o…

Olhando para o passado da naç~o

com a recordaç~o de espaços mar-

cantes de Lisboa como o Cabaret

Maxime e olhando para o momen-

to de liberdade com o 25 de Abril,

passando pela Guerra Colonial com

a memória sobre Raul Solnado,

v|rios s~o os momentos sociais

que ganham destaque nesta comé-

dia.

Da comédia ao musical, em Eu Saio

na Próxima, e Você?, Marina Mota

e Jo~o Bai~o mostram o { vontade

que lhes é t~o característico, pro-

tagonizando bons momentos de

comédia onde as intervenções jun-

to do público, existem intercaladas

com o canto e dança que se cru-

zam entre atos de riso mais f|cil,

onde nesse ponto Marina Mota

ganha destaque pelas suas perfor-

mances t~o bem trabalhadas que

com gestos ou trejeitos acabam

por mostrar que um bom ator n~o

debita somente textos de forma

exemplar, dando mesmo o corpo

{s balas, provando que um ator é

feito de um todo.

Eu saio na próxima, e você?

www.clubegalpenergia.com 7 # 254 junho 2018

Olhando para este trabalho, perce-

be-se que a escolha deste texto foi

feita exatamente para os dois ato-

res darem vida a estas persona-

gens que se cruzam com o passa-

do para explicarem o presente.

Marina e Jo~o s~o essencialmente

dois dos principais rostos da histó-

ria e olhando para este espet|culo,

n~o existem outros atores que me-

lhor encaixariam neste trabalho

onde a cumplicidade é muito im-

portante em palco.

Eu Saio na Próxima, e Você? acaba

por ser um retrato das últimas dé-

cadas da sociedade onde estamos

inseridos.

É um texto repartido por v|rios

atos, onde diversas histórias s~o

inseridas como que textos isolados

que se juntam para contarem vidas

ao longo de cada sess~o.

Simples, barato e feito a pensar na

rapidez do mundo do espet|culo

onde por vezes é necess|rio criar

algo mais leve para depois voltar a

apostar em grande. Marina Mota e

Jo~o Bai~o est~o na sua praia e

s~o essencialmente a alma deste

trabalho que só vive por serem

eles a darem o que de melhor sa-

bem perante um público muito fiel

aos espet|culos de Filipe La Féria.

Obrigado Clube Galp.

Eu saio na próxima, e você?

www.clubegalpenergia.com 8 # 254 junho 2018

Viagem que nos surpreendeu agra-

davelmente, em muito, devido {

diversificaç~o das visitas.

Começ|mos pela Cidade de Coim-

bra onde nos foi proporcionado

um passeio muito agrad|vel pelas

Ruas do Centro, possibilitando-nos

a visita a uma Feira de Artesanato

Itinerante que, para nossa sorte,

se encontrava nas suas artérias.

Tivemos a possibilidade de obser-

var o típico Beco que d| acesso ao

local onde os estudantes fazem as

suas conhecidas Serenatas, n~o

deixando de entrar e observar a

maravilhosa Igreja de Santa Cruz e

por último comprar as famosas

Arrufadas, o que muito poucos dei-

xaram de fazer.

Dali subimos até ao Santu|rio da

Rainha Santa Isabel, onde se vis-

lumbra uma vista muito alargada e

linda da Cidade de Coimbra.

Apenas com o reparo de que, co-

mo é uma entidade privada a ex-

plorar este espaço, ela age de for-

ma a criar muita dificuldade a

quem quer ter um pequeno acesso

ao seu Miradouro.

Depois, fomos visitar a interessan-

te Universidade de Coimbra, com

os seus emblem|ticos edifícios (a

precisarem de obras urgentes) e

seu terreiro, onde voltamos a ter

uma deslumbrante vista sobre a

Cidade e que também nos possibi-

lita observar o interior da sua ri-

quíssima Biblioteca e a n~o menos

interessante Capela de S~o Miguel,

que possui o seu altar feito em ta-

lha dourada muito trabalhada e

seus frescos maravilhosos, na suas

paredes e teto.

Depois, chegou a hora do almoço

onde, no Restaurante Manuel Júlio

em Barcouço, almoç|mos de for-

ma muito agrad|vel.

De tarde, começ|mos por visitar o

Aliança Underground Museum,

propriedade de Jô Berardo que

surpreende todos os visitantes

com uma exposiç~o not|vel de Ar-

te Indígena e Oriental e que, como

ninguém espera, por poucos ainda

a conhecerem, nos surpreende a

todos de forma agrad|vel.

Este espaço possui uma adega em

local enquadrado na referida expo-

siç~o que, com os seus tonéis em

madeira muito bem tratada e ex-

posta, nos proporciona um ambi-

ente diferente daquele a que esta-

mos habituados a ver em locais do

género.

Esta visita foi sempre acompanha-

da por Guia que nos deu uma expli-

caç~o muito pormenorizada da

referida exposiç~o: de como se

fazem as vindimas, da composiç~o

dos seus solos, de como se selecio-

nam as castas e da forma moderna

como se efetua a produç~o dos

vinhos nas suas diversas fases.

Na Rota … do D~o e da Bairrada

www.clubegalpenergia.com 9 # 254 junho 2018

Por fim, fomos presenteados com

a tradicional prova de espumantes,

que j| n~o s~o em nada inferiores

aos que se produzem no estrangei-

ro.

Com alguma chuvinha l| fomos até

ao nosso Hotel onde jant|mos e

dormimos em Caldas da Felgueira.

Continu|mos o nosso passeio no

dia seguinte, com visita {s Termas

locais, onde fomos elucidados dos

diversos tratamentos que ali se

fazem com as suas |guas sulfuro-

sas.

Dali fomos até Vale de Madeiros

visitar a Queijaria Artesanal da

Quinta da Coroa, explorada por

gente jovem e bastante conhece-

dora que ali trabalha, as famosas

ovelhas da regi~o que embora mui-

to pouco produtivas, s~o as res-

pons|veis pelo maravilhoso Queijo

da Regi~o Demarcada da Serra da

Estrela, contribuindo com o seu

leite t~o característico e único para

este delicioso produto.

Estamos certos que depois da ex-

plicaç~o que nos foi transmitida

pelos entendidos empres|rios so-

bre a forma cuidada e morosa co-

mo se confecionam os queijos, nin-

guém ir| mais dizer que eles s~o

caros.

Bem, depois da degustaç~o que

nos foi proporcionada, podemos

afirmar que o Grupo, que esperava

a nossa saída para depois entrar,

se viu bastante prejudicado pois

do mel aos doces, terminando nos

queijos amanteigados e ou secos,

poucos sobraram, pois compr|-

mos, quase tudo.

Dali, fomos até Santar, onde visit|-

mos a Casa Apalaçada que possuí o

nome da terra e onde pudemos

observar os seus bem cuidados

jardins e nos foi proporcionado

acesso { sua adega, com degusta-

ç~o dos seus vinhos e explicaç~o

das castas utilizadas na sua feitura.

N~o saímos do local sem voltar a

ser surpreendidos com a presença,

em muito bom estado de conser-

vaç~o, de alguns coches e liteiras,

que talvez mereçam um espaço

mais apropriado para estarem ex-

postos.

Cheg|mos depois a mais uma hora

de almoço no Restaurante Bem

Haja, em Nelas, onde volt|mos a

ter uma refeiç~o muito agrad|vel.

Visit|mos, de tarde, o Museu Ma-

nuel Soares de Albergaria, que

possui uma coleç~o muito interes-

sante de pintura moderna, obras

escultóricas dos anos 70, arqueolo-

gia composta por artefactos pro-

venientes de escavações arqueoló-

gicas locais, muitas deles perten-

centes { Pré-história e idade Mé-

dia.

Na Rota … do D~o e da Bairrada

www.clubegalpenergia.com 10 # 254 junho 2018

Também l| se encontram expostas

muitas peças alusivas { vinicultura

da Regi~o do D~o e algumas espin-

gardas de caça do século XIX, que

representam os h|bitos e pr|tica

de caça da regi~o naquela época.

Resumindo uma visita muito inte-

ressante.

Visit|mos também a Quinta do En-

contro e Quinta de Cabriz, onde

nos foram dados a provar os seus

maravilhosos vinhos e espumantes

de ótima qualidade e dada a co-

nhecer as suas adegas, modernas

e funcionais.

Depois, com muita chuva, mas

com boa disposiç~o, l| regress|-

mos a nossas casas, prontos para

mais uma qualquer outra iniciativa

futura do nosso Clube, desta vez

representado, e bem, pelo

“nosso” José Bregante.

Edgar Moreira

Na Rota … do D~o e da Bairrada

www.clubegalpenergia.com 11 # 254 junho 2018

Os sonhos medonhos s~o feitos

disto.

O irrascível e provocador Marilyn

Manson dominou, no passado dia

27 de junho, um Campo Pequeno

que parecia querer comê-lo, em

mais uma grande noite proporcio-

nada pelo Clube Galp.

A banda americana foi recebida

em apoteose depois de quase dez

anos de ausência de Portugal.

Igual a si próprio, Brian Warner

passou boa parte do concerto a

arremessar microfones para o

ch~o e a barafustar com a banda e

entourage.

Mas n~o se esqueceu de cantar os

hinos, e, aí, teve um público esfo-

meado e fabuloso.

Marilyn Manson subiu assim ao

palco do Campo Pequeno para

apresentar o novo |lbum de estú-

dio Heaven Upside Down, o décimo

da carreira, lançado no último tri-

mestre de 2017.

O disco que, para muitos, é uma

prova da capacidade de Marilyn

Manson surpreender e continuar a

dar voz a fortes polémicas.

Este |lbum chegou dois anos após

o bem-sucedido The Pale Emperor,

e conta com fortes elementos que

remetem a |lbuns mais antigos

como: Portrait of an American Fa-

mily e Holy Wood (In the Shadow of

the Valley of Death).

Nos últimos anos, a minha opç~o

para colónia de férias tem sido

sempre o MyCamp no Cartaxo.

Uma vez mais foi incrível… daí

adorar este campo de férias.

Para o próximo ano, espero, uma

vez mais, poder voltar e reencon-

trar os amigos e amizades efetua-

das no MyCamp.

Para quem n~o conheça, se puder

venha participar e conhecer uma

colónia de férias com muita oferta,

e fazer novas e boas amizades.

O MyCamp é fixe.

Marilyn Manson Colónia de Férias

MyCamp Cartaxo

www.clubegalpenergia.com 12 # 254 junho 2018

Campeonato Regional de Clubes

1ª Prova

Cabeç~o

3.junho.2018

No passado dia 3 de junho, iniciou-

se mais um Campeonato Regional

de Clubes da 1ª divis~o.

Definido o objetivo de regressar

novamente aos campeonatos naci-

onais, foi com natural ambiç~o que

os pescadores do Clube Galp se

prepararam e abordaram esta 1ª

prova, que decorreu na denomina-

da Pista Nova de Cabeç~o, próxi-

mo de Avis.

Sem possibilidades de realizar

qualquer treino no referido local,

por variadíssimas condicionantes e

com poucas informações, os pes-

cadores do Clube preparam-se pa-

ra todas as eventualidades.

Assim, preparam materiais para a

pesca { inglesa, mas também para

a pesca { francesa e para a pesca

de abletes (técnicas utilizadas).

Para o efeito, preparam-se 3 pes-

queiros: para a inglesa, entre os 40

e os 50 metros, com farinha

(engodo) e asticot colado; aos 13

metros (francesa) também com

engodo, asticot e sementes (milho,

trigo e c}nhamo); e entre os 3 e 4

metros, um pesqueiro para as ab-

lettes com engodos apropriado

para esta espécie.

A estratégia passava por fazer al-

gumas ablettes e “livrar a gra-

de” (termo utilizado para definir

que n~o apanha nada), e assim fi-

car descansado para a eventualida-

de de um dia de pesca muito difícil.

Ganha a confiança com a pesca de

algumas ablettes, e perante os si-

nais de que existia alguma ativida-

de de peixe grande (carpas, pim-

pões e barbos), optou-se, a partir

de determinado momento, por

esta hipótese, vindo a revelar-se a

opç~o correta, pois os peixes gran-

des apareceram, proporcionando,

nalguns sectores, pescarias signifi-

cativas.

Resultado final: com dois primeiros

e três segundos lugares nos cinco

sectores, o Clube Galp garantiu o 1º

lugar na classificaç~o deste campe-

onato, dando um passo importan-

te para a concretizaç~o do objeti-

vo.

Agora é esperar e preparar, dentro

do possível, a 2ª prova marcada

para o dia 15 de julho no mesmo

rio, mas na Vila de Mora.

Manuel Aboim

Campeonato Regional de Pesca Desportiva

www.clubegalpenergia.com 13 # 254 junho 2018

Na Visita { FNA destaca-se a tradiç~o e a alegria das pessoas que a visitam, num envolvente espaço de muitos

destaques em que cada canto é uma descoberta agrad|vel.

Num ambiente repleto de gente e de muita simpatia dos “feirantes” e de todos, incluindo os visitantes, uma

procura por conhecer a zona e outras tradições do Continente e Ilhas, onde cada sitio é uma descoberta de cos-

tumes magníficos.

A prova de vinhos e degustaç~o de v|rios alimentos de cada zona e o, mais interessante, descobrir o desconhe-

cido para tantas pessoas, os variados animais que est~o { disposiç~o para conhecer, desde aqueles que passam

ao nosso lado podendo dar-lhes um gesto meigo, vendo o brilho das crianças por cada momento que ali passam.

Uma descoberta interessante para eles e podermos conhecer o Presidente da República num envolvimento com

as pessoas, incrível!

No final podermos desfrutar no meio da multid~o de um concerto excecional onde cada salto e cada canto nos

fortalece e nos motiva!

Telmo Martins

FNA2018 - Uma Feira de Tradiç~o

www.clubegalpenergia.com 14 # 254 junho 2018

Era uma vez… quando eu era pe-

quena, era assim que começavam

as histórias que me contavam, al-

gumas das quais incluíam belas

paisagens, neve, vento e frio, re-

nas, alces, princesas, o sol da meia

noite e o Pai Natal.

Porém, desta vez o que era pro-

posto ao nosso grupo de viajantes

era uma viagem bem real a lugares

onde se podia encontrar tudo isto

e muito mais.

Mas vou contar tudo: como de cos-

tume, foi o encontro do nosso gru-

po de 34 pessoas (quase todas j|

conhecidas) no Aeroporto Hum-

berto Delgado, bem cedinho.

O avi~o partiu pontualmente { ho-

ra marcada e ao fim de 4 horas e

40 minutos, aterr|mos em Helsín-

quia.

O voo que nos levaria a Rovaniemi

só partiria de Helsínquia pelas 21

horas, de modo que tínhamos toda

uma tarde { nossa frente!

E ainda por cima com um calor in-

tenso, nada habitual nestas para-

gens e oposto ao que deix|ramos

em Lisboa, com um céu a ameaçar

chuva e bastante frio!

Tínhamos de tirar partido da tarde

e aproveit|-la da melhor maneira.

E assim aconteceu!

Um autocarro levou-nos aos pon-

tos mais interessantes da capital

da Finl}ndia.

Totalmente reconstruída após um

incêndio que a devastou em 1757,

Helsínquia é uma cidade bonita,

ampla, cheia de ilhas, pontes e bra-

ços de mar, com uma arquitetura

peculiar, interessantes museus,

gente simp|tica, restaurantes mo-

vimentados e uma populaç~o mui-

to jovem. Compõe-se de quartei-

rões de edifícios neocl|ssicos e

muitos apontamentos Arte Nova,

sem prédios altos. As cores dos

prédios v~o do azul claro, ao ama-

relo torrado e { cor de tijolo.

Assim e acompanhados pela guia

Ana (brasileira) pass|mos pelas

principais ruas e monumentos de

Helsínquia, pelo Teatro Nacional,

Estaç~o dos Caminhos de Ferro,

Museu de Arte, Museu da Arquite-

tura Finlandesa e Catedral situada

na Praça do Senado - evangélica

luterana, de estilo neocl|ssico.

Como património monumental,

merecem referência as igrejas e

catedrais da cidade: as luteranas (a

religi~o que tem maior express~o

na Finl}ndia) e as ortodoxas.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

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Para além da Catedral da Praça do

Senado, onde domina o rigor e

austeridade do luteranismo, é tam-

bém imponente a catedral ortodo-

xa Uspenski, de estilo Neo-

bizantino, construída na segunda

metade do século XIX, com a sua

forma a simbolizar a força do Espí-

rito Santo e rematada por 13 cúpu-

las de ouro fino.

Descemos na Praça do Mercado

cheia de barraquinhas onde est| {

venda toda a espécie de objetos

turísticos como bandeiras, t-shirts,

bijutarias e também peles, gorros,

luvas, sapatos e muitos legumes,

frutas e flores.

Fica perto do porto. No interior do

mercado propriamente dito havia

muitos restaurantes com comidas

típicas, com predomin}ncia para o

salm~o cozinhado das mais diver-

sas maneiras e que, na verdade, é

o peixe mais popular destas para-

gens.

De novo no autocarro, saímos ago-

ra um pouco do Centro da cidade e

par|mos no Parque Sibelius, um

pequeno parque onde est| o mo-

numento que presta homenagem

ao compositor finlandês Jean Sibe-

lius.

O monumento foi inaugurado em

1967 e ao lado da escultura princi-

pal est| uma efigie de Sibelius. A

escultura tem mais de 600 tubos

de aço, ocos, soldados de uma for-

ma que imita uma onda.

Mas tínhamos de regressar ao ae-

roporto, para prosseguirmos para

o nosso destino - Rovaniemi. Desta

vez o voo foi de curta duraç~o –

apenas 1h e 15 minutos. E quando

aterr|mos, a luz do sol era intensa,

apesar de serem quase 23 horas.

No aeroporto n~o tivemos quais-

quer dúvidas que est|vamos na

terra do Pai Natal. Vimos logo qua-

tro grandes renas iluminadas dian-

te do port~o de desembarque.

No interior do aeroporto, que é

bastante pequeno, havia muitas

|rvores de Natal cheias de luzes e,

pendurados do teto, carros puxa-

dos por renas e c~es Husky, enor-

mes bolas coloridas, grandes cai-

xas embrulhadas em papéis ale-

gres e cheias de laços, etc..

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

www.clubegalpenergia.com 16 # 254 junho 2018

As malas chegaram rapidamente e

fomos de imediato para o Hotel.

Ao chegar ao quarto, reparei que,

dentro do mesmo, havia uma divi-

s~o toda revestida de madeira, que

era uma sauna completa.

A palavra “sauna” é a única palavra

finlandesa que existe em todas as

outras línguas. Em qualquer lugar

do mundo a palavra sauna é pro-

nunciada da mesma maneira. E es-

ta, com certeza, é a palavra ideal

para representar a Finl}ndia, o seu

povo e a sua cultura.

A sauna tem um significado muito

profundo para os finlandeses, é

quase um lugar sagrado.

Existe até uma citaç~o que diz:

“Comporte-se dentro de uma sau-

na como se comportaria dentro de

uma igreja”.

Podemos encontrar saunas em to-

dos os locais: apartamentos, mora-

dias, piscinas públicas, gin|sios,

hotéis e até nas embaixadas finlan-

desas situadas noutros países.

H| cerca de dois a três milhões de

saunas na Finl}ndia para 5,4 mi-

lhões de habitantes.

Uma sauna consiste numa sala

com um ambiente muito aquecido.

O interior das saunas secas é re-

vestido de madeira e as cabinas de

sauna s~o aquecidas a lenha ou a

eletricidade.

H| quem diga que com a sauna se

consegue o alívio de dores da colu-

na, o aumento da circulaç~o san-

guínea, a hidrataç~o da pele e a

desobstruç~o dos poros, o comba-

te ao stress e { hipertens~o.

No final de cada dia, uma sauna é a

receita infalível para conseguir

aquecer o corpo e garantir a verda-

deira sensaç~o de tranquilidade e

relaxamento.

Mas na Finl}ndia a sess~o de sauna

n~o implica apenas estar uns lar-

gos minutos numa cabine muito

aquecida.

Uma sess~o completa significa

também um banho em |guas gela-

das.

Nas saunas que têm um rio ou um

lago na vizinhança - e muitas s~o

estrategicamente colocadas nas

margens de lagos - a superfície

congelada é rasgada num buraco

para permitir o acesso { |gua.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

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Da janela do meu quarto do Hotel

n~o se via o sol, mas a claridade

manteve-se durante toda a noite.

A guia tinha explicado que, nesta

altura do ano, h| sempre luz du-

rante três meses, o que para mui-

tas pessoas constitui um proble-

ma, pois têm dificuldade em

aguentar a luz durante tanto tem-

po, tal como acontece depois nos

meses de inverno em que é noite

também durante 3 meses e é mui-

to difícil suportar a escurid~o.

Nas zonas polares ocorre no ver~o

um fenómeno conhecido como Sol

da meia noite, que era um dos

principais atrativos e um dos

pontos altos da nossa viagem. Isto

acontece por causa da incidência

de dias após dias sem noites, pois

estes n~o escurecem nas regiões

polares.

Este fenómeno é devido {

localizaç~o geogr|fica dos polos e

do movimento de rotaç~o e

translaç~o da Terra e da inclinaç~o

do seu eixo.

E na manh~ seguinte, 27 de junho,

fomos descobrir a cidade.

Rovaniemi é uma cidade moderna,

com uma populaç~o de 60.000

habitantes, o que faz dela o maior

núcleo populacional próximo do

círculo polar |rtico e que vive

essencialmente do turismo, por

estar aqui situada a Aldeia do Pai

Natal.

Rovaniemi foi quase inteiramente

destruída na Segunda Guerra

Mundial e foi reconstruída com

base num projeto urbanístico de

Alvar Aalto, o mais conceituado

arquiteto finlandês, uma espécie

de Oscar Niemeyer l| do país. A

cidade é o verdadeiro port~o de

entrada da Lapónia finlandesa.

Começ|mos por visitar a Igreja

Evangélica luterana, com a sua tor-

re de 50 metros. O atual edifício

ficou concluído em 1950, pois o

anterior foi totalmente destruído

na guerra da Lapónia. Os frescos

da igreja s~o interessantes, pois

representam a vida e a natureza da

Lapónia e deparamos com figuras

de renas em vez de ovelhas, como

estamos acostumados a ver.

Em seguida, fomos visitar o Arkti-

kum - um centro de ciência e mu-

seu que inclui o Centro \rtico da

Universidade da Lapónia e realiza

pesquisas internacionalmente re-

conhecidas e multidisciplinares so-

bre o \rtico e o Museu Regional da

Lapónia.

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

www.clubegalpenergia.com 18 # 254 junho 2018

Este Museu é a principal autorida-

de na cultura, pré-história, história

e património arquitetónico e d|

uma vis~o geral das complexida-

des da natureza |rtica e da Lapó-

nia.

Aqui a história da Lapónia finlande-

sa vai desde Rovaniemi até a Lapó-

nia Superior e desde a pré-história

até { década de 1970. A regi~o |rti-

ca é examinada { luz da pesquisa

do \rtico de hoje e do futuro. As

exposições fornecem uma vis~o

abrangente da história e da cultura

da Lapónia, bem como do conheci-

mento do \rtico.

No Arktikum, que tem o aspecto

de um túnel de vidro, havia v|rias

exposições muito interessantes e

pudemos ver um filme sobre as

auroras boreais, deitados no ch~o,

em círculo, sobre almofadas, com

as c}maras dos telemóveis aponta-

das para o teto.

Muito sugestivo, pois fic|mos com

uma ideia bastante clara acerca do

fenómeno, que é assim explicado

pelos cientistas: “as Auroras

Boreais s~o um fenómeno

luminoso que ocorre nas zonas

polares.

Originam-se quando as partículas

eletricamente carregadas,

transportadas pelo vento solar,

chocam a grande velocidade com

os |tomos e moléculas da

atmosfera terrestre.

Os choques provocam a excitaç~o

dos |tomos e das moléculas que

emitem um fot~o luminoso,

quando se descarregam.”

As auroras boreais mais comuns

têm uma cor verde-amarelada, e

resultam do choque com |tomos

de oxigénio a alturas de entre 90 e

150 quilómetros.

Também as auroras vermelhas,

que ocasionalmente aparecem

acima das verdes, s~o produzidas

pelos |tomos de oxigénio,

enquanto as azuis se devem aos

iões das moléculas de hidrogénio.

As auroras boreais acontecem

tanto no inverno como no ver~o,

mas s~o invisíveis { luz do dia e,

por isso, n~o se vêem no ver~o.

As épocas em que h| mais

probabilidades de as ver s~o em

setembro – outubro e fevereiro –

março, a partir das 21 horas, mas

diz-se que a melhor hora é por

volta das 23:30 horas.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

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Após a visita ao Arktikum fomos

até { Aldeia do Pai Natal, outro dos

pontos altos da nossa viagem.

Situada junto ao Círculo Polar \rti-

co, a |rea é conhecida pela sua be-

leza natural, mas principalmente,

por fazer viver o clima de Natal du-

rante todos os dias do ano. Aqui as

construções foram pensadas para

levar os visitantes a sentir a magia

do Natal.

Na verdade, ficamos encantados

com as luzes, os pinheiros, as cons-

truções de madeira, as lojas de re-

cordações, os restaurantes, os ca-

fés, o acampamento Sami, o posto

dos Correios do Pai Natal (onde se

encontram as cartas vindas de to-

do o mundo dirigidas ao Pai Natal

e se podem comprar e escrever os

postais de Natal para enviar { famí-

lia e amigos), o Escritório do Pai

Natal e o Pai Natal, o personagem

de grandes barbas brancas, vesti-

do com as tradicionais roupas ver-

melhas e brancas, mas neste dia

com umas calças esverdeadas.

Aqui pode-se tirar uma foto com o

Pai Natal, que sabe algumas pala-

vras em v|rias línguas (como viu

que fazíamos parte de um grupo

de Portugueses, disse que Lisboa

era uma cidade muito bonita e o

nome de Cristiano Ronaldo tam-

bém foi logo referido). A foto n~o

é gratuita, mas sim paga …e bem!

Também n~o nos esquecemos de

tirar uma fotografia na linha bran-

ca que demarca o Círculo Polar \r-

tico e que atravessa a aldeia.

As coordenadas do Círculo Polar

\rtico, 66 ° 32’ 35”, est~o marca-

das no solo.

Existe ainda um poste onde est~o

indicadas as dist}ncias entre aque-

le lugar e algumas das grandes ci-

dades do mundo e a direç~o em

que as mesmas se situam.

Aqui encontr|mos um casal portu-

guês, que andava a viajar de mota

pela Escandin|via.

Após o almoço partimos para Saar-

iselka, em plena Lapónia, onde iría-

mos pernoitar.

Foram v|rias horas de caminho,

sempre ao longo de rios, lagos e

montanhas e observando, fre-

quentes vezes, rebanhos de renas.

A estrada é uma sequência de la-

gos e pinheirais a perder de vista.

E assim entr|mos na Noruega,

quase sem dar por isso!

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

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No terceiro dia, 28 de junho, de-

pois do pequeno-almoço e j|

acompanhados pela guia Nicole

(também brasileira) saímos para

Inari, a fim de visitarmos o Parque

– Museu da Cultura Sami, situado

perto de Karasjok, no norte da No-

ruega, que é o centro cultural des-

ta comunidade e onde podemos

encontrar o Parlamento e o Centro

de Artistas Sami.

Os Sami s~o um grupo indígena

que vive atualmente em regiões

situadas na Suécia, Noruega, Rús-

sia e Finl}ndia, no norte da Escan-

din|via. O território onde vivem os

Sami é conhecido por S|pmi e con-

sidera-se que os primeiros povoa-

dores chegaram aqui h| 11.000

anos.

Calcula-se que atualmente vivem

entre 50 e 65 mil Sami no norte da

Escandin|via e na península de Ko-

la (na Rússia).

Embora a maior parte dos Sami se

tenha adaptado aos costumes es-

candinavos, na verdade defendem

bastante a sua própria cultura e as

suas tradições.

O povo Sami da Finl}ndia tem o

direito de manter e desenvolver a

sua própria língua e cultura.

No início de 1996 foi constituído

através de decreto parlamentar o

novo parlamento Sami

(S|mediggi), como corpo repre-

sentante do povo Sami.

Ainda h| cerca de 8 mil Sami viven-

do com os seus costumes e língua

própria no norte da Finl}ndia.

Antigamente eram tribos nómadas

que viviam da caça, da pesca e do

comércio rudimentar com os vizi-

nhos, mas atualmente o panorama

é diferente e h| muito poucas co-

munidades que vivem no estilo an-

tigo.

Muitos dos Sami atuais dedicam-se

{ criaç~o de renas, atravessando

os campos com os seus rebanhos

acompanhados por c~es, embora

ajudados agora por tecnologia mo-

derna.

A cultura Sami conserva ainda hoje

três características fundamentais:

a sua língua própria (a língua Sami,

que é uma das línguas oficiais da

Noruega), o artesanato típico

(taças, facas com cabo de corno

de rena, tecidos, pulseiras de esta-

nho, gorros, sacos, peúgas, etc.) e

a criaç~o de renas.

E s~o precisamente as renas os ani-

mais que melhor representam os

Sami. Vimos bastantes em cercas

protegidas.

Todos os anos as renas trocam os

cornos: estes caem e, no ano se-

guinte, nascem maiores.

Uma vez encontrados no ch~o, s~o

usados com diversas finalidades e

como objetos de decoraç~o.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

www.clubegalpenergia.com 21 # 254 junho 2018

Nesta regi~o vimos, frequentes

vezes, paredes de hotéis e restau-

rantes decoradas com cabeças de

alces e renas.

Para os Sami o contacto com a na-

tureza é fundamental. Continuam

a venerar os deuses naturais e têm

uma religi~o panteísta com aspec-

tos crist~os.

Dormem em Lavvu , que s~o as ca-

banas circulares tradicionais, com

o feitio de um cone e com o ch~o

coberto de peles de rena. Aqui po-

dem dormir v|rias pessoas, depen-

dendo do tamanho da cabana.

O vestu|rio dos sami é muito colo-

rido. Os vestidos, sapatos e cha-

péus que usam est~o cheios de

bordados vermelhos, amarelos e

azuis. Os fatos chamam-se kolt e

têm enfeites feitos com peles de

rena.

A sua origem étnica remonta a

2.500 anos atr|s na história na Es-

candin|via. Em grupos espalhados

pelo interior da Lapónia, estes nati-

vos têm um estilo de vida muito

próprio.

Vivem essencialmente da criaç~o

de renas, mas, tradicionalmente,

subsistiam através da pesca, da

pecu|ria e da caça realizada ao lon-

go da costa nos fiordes e nos gran-

des rios, mais para o interior. O dia

nacional do povo Sami é o dia 6 de

fevereiro, pois o primeiro congres-

so Sami teve lugar em 6 de feverei-

ro de 1917.

Alguns ainda mantêm h|bitos nó-

madas.

Outros, com o turismo, comerciali-

zam o artesanato que fabricam.

Os Sami também têm uma bandei-

ra própria, com a cor amarela que

representa o sol, o azul que simbo-

liza o céu, o verde das |rvores e o

vermelho do fogo. Do lado direito

est| o sol e, do lado esquerdo, a

lua.

As lojas destas regiões s~o sempre

muito atraentes e vistosas, com os

seus objetos variados, onde predo-

minam as sweat-shirts e gorros

com muito pelo, os cachecóis, as

luvas e os casacos quentinhos e as

botas forradas, pois se o frio no

mês de Junho j| nos obrigava a

usar kispos, o que ser| nos meses

de inverno?

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

www.clubegalpenergia.com 22 # 254 junho 2018

Também se vêem muitas represen-

tações de Trolls, quer em lojas,

quer nos caminhos.

De acordo com o folclore escandi-

navo, os trolls s~o criaturas gigan-

tescas e feias cuja descriç~o se as-

semelha bastante { do Shrek em

tamanho grande!

S~o seres noturnos, os seus escon-

derijos favoritos s~o as cavernas e

as regiões montanhosas e, além de

serem muito feios, a inteligência

n~o ser| o melhor de seus atribu-

tos.

Por outro lado, segundo algumas

lendas, os trolls s~o capazes de

mudar de forma e até de se tornar

invisíveis.

Tal permite que eles possam en-

trar e sair dos mais variados locais

sem precisar de usar portas e jane-

las ou, ainda, aparecer de repente,

surpreendendo os humanos.

Diz-se que “realmente” est~o em to-

dos os lados.

Independentemente das lendas, a

verdade é que os trolls realmente

fazem parte da cultura norueguesa

e, no fundo, s~o amados pela po-

pulaç~o e s~o vendidos como re-

cordaç~o em todos os locais onde

passamos.

De novo a caminho, prosseguimos

por estradas bordeadas por rios e

lagos.

Aqui e { medida que nos dirigimos

mais para Norte, a vegetaç~o vai-

se tornando cada vez menos abun-

dante e mais rasa e vemos peda-

ços de neve nos pontos mais eleva-

dos.

Chegamos a Honningsvag, a cida-

de mais próxima do Cabo Norte.

Trata-se de uma pequena povoa-

ç~o com cerca de 2.500 habitan-

tes, com casinhas de madeira pin-

tadas de v|rias cores. É uma cida-

de portu|ria situada entre 2 ilhas,

bonita e com uma localizaç~o ex-

celente onde chegam numerosos

navios de cruzeiro.

E é aqui que se situa o Artico Ice

Bar, um bar de gelo que abriu as

portas em 2004 e pretende mos-

trar aos visitantes que chegam nos

meses menos frios (de abril a outu-

bro) como é o gelo que se formou

durante os meses de inverno, a

uma temperatura bastante fria

mas suport|vel (-5 graus). É o bar

de gelo mais setentrional do mun-

do.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

www.clubegalpenergia.com 23 # 254 junho 2018

Mas antes de entrarmos no bar de

gelo passamos por uma loja cheia

de lembranças da Noruega, ideal

para quem quer levar uma recor-

daç~o.

No piso superior da loja encontra-

mos uma série de artigos de Natal

muitíssimo variada.

Ao passearmos pela loja, pudemos

ver Lonchas, um c~o malamute do

Alaska que, embora gigantesco, é

t~o pacífico que est| deitado no

ch~o e quase n~o se d| por ele, se

n~o fosse o seu tamanho. Mas,

apesar disso, fomos avisados para

n~o lhe tocar!...

No que se refere ao bar de gelo,

antes de entrar tivemos que vestir

uma capa térmica prateada, com

capuz, por cima da nossa roupa.

No interior, onde o ambiente est|

escassamente iluminado com luz

azul, pudemos ver um vídeo que

nos mostrou o processo que se

utiliza todos os anos para cortar os

blocos de gelo e transport|-los até

ao bar. É muito interessante, so-

bretudo porque tudo é feito de

forma muito artesanal.

Para construir o Ice Bar, cuja estru-

tura muda todos os anos, s~o utili-

zados 55 blocos de gelo com 800

kg cada um, provenientes dos la-

gos da Lapónia.

Vimos v|rias mesas com bancos

cobertos de peles de rena, um tre-

nó no qual também nos podíamos

sentar e também havia um igloo.

Pudemos beber uma bebida sem

|lcool num copo de gelo. Mas n~o

fic|mos muito tempo no interior

do bar porque a temperatura era

de 5 graus negativos e tínhamos

de prosseguir com a nossa viagem

para chegarmos ao teto da Euro-

pa.

E, efetivamente, foi ao final da tar-

de que cheg|mos ao Cabo Norte.

Mais acima, só est| o Polo Norte.

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

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Logo que cheg|mos, a primeira

coisa que vimos foi o gigantesco

bloco de pedra coroado por um

conjunto de anéis - o monumento

ao globo terrestre que assinala o

Norte e que tem um aspecto ma-

jestoso, mas sóbrio.

E este globo terrestre, que é t~o

conhecido, converteu-se no símbo-

lo do Cabo Norte.

Senti uma certa emoç~o e um arre-

pio quando o contemplei, n~o por

causa da baixa temperatura que se

fazia sentir, mas porque tinha che-

gado ao ponto mais setentrional

da Europa.

O Cabo Norte é um promontório

situado na Ilha de Mageroya, plano

na parte superior, que se encontra

a cerca de 2.000 quilómetros do

Polo Norte; tem 307 metros de al-

tura e marca a separaç~o entre o

Oceano Atl}ntico e o Oceano Glaci-

ar \rtico.

A nossa expectativa era grande,

para ver ali o sol da meia noite.

Mas o tempo estava cinzento, o

céu cheio de nuvens escuras, pelo

que as expectativas saíram gora-

das.

Mesmo assim, o vento era t~o for-

te, que se tornou quase impossível

fazer fotos junto ao Globo Terres-

tre.

A curta dist}ncia encontramos um

Centro de Visitantes, o Nord-

kapphallen, um centro turístico

com v|rias instalações.

Um grande écran apresenta um

filme sobre as quatro estações do

ano no Cabo Norte. Também h|

uma loja de recordações, e um res-

taurante com vista para o Oceano

Glaciar \rtico e foi neste restauran-

te que jant|mos um prato { base

de salm~o.

Em 1664 chegou o primeiro turista

ao Cabo Norte: foi o sacerdote ita-

liano Francesco Negri que o des-

creve desta forma: “Aqui estou no

Cabo Norte. Poderia dizer que este

é o fim do mundo, porque nenhum

ponto mais ao norte est| habitado

por pessoas”.

Mas n~o h| dúvida que o Cabo

Norte é um dos lugares onde me-

lhor se sente a essência m|gica do

Norte.

Volt|mos ao autocarro, onde o ter-

mómetro marcava 4 graus.

Cerca de 30 quilómetros depois, ali

estava o nosso Hotel.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

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Era um Hotel curioso, de madeira,

com quartos pequenos, mas con-

fort|veis, sem televis~o e sem tele-

fone.

Parecia feito de contentores so-

brepostos! E aqui foi entregue a

cada um de nós um certificado

comprovativo da nossa presença

no Cabo Norte a 71º 10’ 21’’ N no dia

28 de junho de 2018.

Saímos para o nosso 4º dia de via-

gem, 29 de junho, sob uma chuva

intensa e durante muitos quilóme-

tros continu|mos a ver a mesma

paisagem com pouca vegetaç~o,

muitos lagos e rios e agora tam-

bém muitos rebanhos de renas.

O nosso destino era a cidade de

Alta - uma pequena cidade da No-

ruega e uma das cidades mais a

norte do mundo.

Alta é considerada um dos melho-

res destinos para se observar uma

aurora boreal e é conhecida como

“a cidade das auroras boreais”.

Um dos primeiros observatórios

da aurora boreal foi aqui construí-

do no século XIX, devido { fre-

quência com que este fenómeno

aqui se pode observar.

Devido {s suas características geo-

gr|ficas, a aurora boreal aparece

em Alta cerca de 200 noites por

ano.

E foi em Alta que, após a chegada,

fomos visitar a Catedral das Luzes

do Norte ou da Aurora Boreal,

inaugurada em 2013 e que fica a

cerca de 500 km ao norte do Círcu-

lo Polar \rtico.

A catedral foi concebida como um

símbolo e um marco que subli-

nhasse o papel da cidade como um

lugar a partir do qual o fenómeno

da aurora boreal pudesse ser ob-

servado.

O arquiteto da Catedral -John F.

Lassen - explica: “A Catedral das

Luzes do Norte ou da Aurora Bo-

real é, na sua conceç~o, um resul-

tado da natureza circundante e da

cultura local.

O edifício é um marco, que através

de sua arquitetura simboliza o fe-

nómeno natural extraordin|rio das

luzes do norte do \rtico. A cate-

dral reflete, literal e metaforica-

mente, o fenómeno da aurora bo-

real: etérea, transitória, poética e

bonita. Aparece como uma escul-

tura solit|ria em interaç~o com a

natureza espetacular."

Os contornos da igreja sobem, co-

mo uma espiral, para o topo da

torre do sino que est| a 47 metros

de altura.

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

www.clubegalpenergia.com 26 # 254 junho 2018

A fachada é revestida de tit}nio.

Dentro da |rea principal da cate-

dral, a sala da igreja faz um interes-

sante contraste com o exterior do

edifício. Os materiais utilizados s~o

o bet~o para as paredes e a madei-

ra para os pisos, painéis e tetos. A

luz do dia entra em toda a igreja

através das janelas, altas e delga-

das, posicionadas de forma irregu-

lar.

Uma claraboia ilumina toda a pare-

de atr|s do altar criando uma at-

mosfera muito especial. Atr|s do

altar est| um Cristo em tamanho

grande, com os braços abertos so-

bre um fundo azul. O conjunto da

catedral com o seu formato es-

guio, parece elevar-se para o céu.

Após o almoço fomos visitar o Mu-

seu Rupestre de Alta - World Heri-

tage Rock Art Centre, o principal

Museu de Alta que foi inaugurado

em 1991 e rapidamente foi conside-

rado o melhor museu europeu,

tendo sido declarado Património

da Humanidade em 1985, pela

UNESCO.

As pinturas rupestres, descobertas

em 1973, mostram gravuras e ce-

nas de caça e pesca e datam entre

os anos 4000 a.C. e 500 a.C.,

abrangendo a Idade da Pedra e a

Idade do Ferro. Estas pinturas ape-

nas se podem ver no ver~o, quan-

do o degelo derrete a neve e o ge-

lo que cobrem as rochas onde es-

t~o mais de 30.000 gravuras.

Os desenhos s~o coloridos para

que sejam mais facilmente visíveis

e est~o espalhados por uma vasta

zona, de frente para o fiorde e as

montanhas.

A técnica para realizar as gravuras

é um baixo relevo feito com golpes

de cinzel ou com pedras, mas o

colorido de muitos deles facilita

bastante o trabalho de compreen-

der aquilo que est| desenhado.

Em geral, s~o cenas da vida quoti-

diana, pelo que vemos animais co-

mo a rena ou o urso, o gado den-

tro de cercas, elementos de pesca

como barcos, apetrechos para a

pesca e |rvores e outros elemen-

tos da flora local.

Para chegarmos { zona onde est~o

as gravuras, h| um caminho sobre

estrados de madeira que permite

percorrer toda a zona.

Tudo est| muito bem sinalizado.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

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Também se pode ver a exposiç~o

permanente e mais coisas sobre

arte e outros temas culturais rela-

cionados com os Sami e a sua cul-

tura e ainda h| outras exposições,

conferências e outras manifesta-

ções artísticas.

Após a visita que demorou mais de

uma hora, continu|mos a meio da

tarde para Tromso.

A paisagem era agora diferente. A

vegetaç~o voltara a ser mais den-

sa, e, de vez em quando, víamos

um pequeno vilarejo, cinco ou seis

casas, uma fazenda de renas ou de

ovelhas.

Aqui e ali, viam-se manchas de ne-

ve.

Entretanto, tínhamos chegado a

Olderdalen, onde fizemos a traves-

sia em ferry-boat do Fiorde de Lyn-

gen e depois desta travessia che-

g|mos a Breivikeidet onde atraves-

s|mos o Fiorde de Ullsfoden.

As duas travessias foram tranqui-

las, sem agitaç~o, uma mais demo-

rada que a outra, mas estava bas-

tante frio e o tempo continuava

cinzento.

O norte da Noruega é muito boni-

to.

Mas a paisagem começava a ser

diferente, mais montanhosa.

E entre montanhas nevadas, a cer-

ca de 100 quilómetros antes de

Tromso, surgem os primeiros bra-

ços de mar do Oceano Glaciar \rti-

co. A princípio, parecem lagos.

Mas logo aparece ao longe a ponte

que liga o continente a Tromso,

que fica situada na Ilha de

Tromsoya.

E ao fim do dia cheg|mos ao Hotel

em Tromso, onde jant|mos e fic|-

mos alojados.

O nosso 5º dia de viagem, 30 de

junho, foi todo passado em

Tromso.

Cidade portu|ria e universit|ria,

Tromso é a cidade do mundo loca-

lizada mais a norte, exatamente a

350 km a norte do Círculo Polar

\rtico e é o maior núcleo urbano

do norte da Noruega, com cerca

de 50 mil habitantes compostos

por mais de 100 nacionalidades di-

ferentes.

É uma bonita cidade, cheia de cul-

tura e história. Est| rodeada de

montanhas, fiordes e ilhas e apre-

senta uma arquitetura curiosa,

com edifícios neo-cl|ssicos mistu-

rados com as típicas casas de ma-

deira de cores (a mais antiga data

de 1789), características das cida-

des costeiras do \rtico e, por estar

rodeada por |gua, é um importan-

te centro da industria pesqueira

Norueguesa.

Tromso tem um clima muito me-

nos rigoroso do que o da Lapónia,

devido { corrente do Golfo, que

passa por esta regi~o do \rtico e

suaviza os rigores do inverno.

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

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Raramente a temperatura é inferi-

or a 10 graus negativos, mesmo em

pleno inverno.

Dada a sua localizaç~o, a cidade é

um dos locais mais procurados pa-

ra apreciar as auroras boreais, um

fenómeno que ocorre entre se-

tembro e finais de março.

De facto, Tromso fica exatamente

no meio da zona onde ocorrem as

auroras boreais. O nosso 5º dia de

viagem foi todo dedicado { sua

visita, pois a cidade de Tromso ofe-

rece numerosos pontos de interes-

se.

Começ|mos pela Catedral de

Tromso, bastante pequena, que

mais parece uma igreja que uma

catedral e que foi construída em

1861.

É feita de madeira, com troncos

cobertos de painéis no exterior e o

interior é feito de xisto usado nos

telhados.

Foi construída em 1861 e o seu

desenho é de Christian Heinrich

Grosch. A capacidade do templo é

de 618 lugares e o seu estilo é neo-

gótico.

A planta da catedral est| construí-

da em forma de cruz e tem uma

única torre com um relógio no cen-

tro da fachada ocidental, lugar on-

de est| situada a entrada principal.

O órg~o desta Catedral foi cons-

truído por Claus Jensen em 1863 e

é o segundo maior órg~o da No-

ruega. As suas cores s~o o doura-

do e o creme e adapta-se perfeita-

mente ao acolhedor ambiente da

Igreja.

É a única catedral da Noruega

construída em madeira e est| loca-

lizada no centro da cidade, no

meio de uma praça tranquila.

Em seguida, fomos visitar o Museu

Universit|rio de Tromso. Este Mu-

seu est| a funcionar desde que foi

inaugurado, em 1872.

Localizado ao sul da Ilha de

Tromsoya, apresenta exposições

relacionadas com as investigações

realizadas na universidade, as

quais abrangem aspectos muito

vastos desta regi~o.

Este Museu é pouco vistoso no ex-

terior, mas muito interessante no

seu conteúdo, pois mostra a pro-

fundidade da cultura e a natureza

do norte da Noruega, com desta-

que para a cultura Sami - os povoa-

dores origin|rios da Lapónia, bem

como para a arqueologia, a arte

sacra, a civilizaç~o Viking, a geolo-

gia e a aurora boreal.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

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Pudemos ver uma projeç~o, com

uma duraç~o de meia hora, dedica-

da { aurora boreal, com a expli-

caç~o da mesma e as diferentes

teorias que têm surgido perante

este espet|culo da natureza.

Na minha ideia, a aurora boreal

aparecia no céu e n~o se movimen-

tava, mas pude desfazer uma im-

press~o, pois a aurora boreal est|

sempre em movimento.

Também faz parte do Museu o Jar-

dim Bot}nico \rtico - Alpino mais

setentrional do mundo, que con-

tém diferentes plantas de todo o

hemisfério norte, muitas delas de-

masiado sensíveis ao calor para se

desenvolverem em qualquer outro

jardim bot}nico.

Entre as espécies mais conhecidas

est~o as papoilas azuis dos Hima-

laias, as levísias das Montanhas

Rochosas, as prímulas do \rtico e

uma vasta seleç~o de plantas me-

dicinais tradicionais.

Seguiu-se o magnífico Museu Pola-

ria, que é o museu e aqu|rio mais

setentrional do mundo, marcado

por um belíssimo conjunto arquite-

tónico ultramoderno e que é outra

das atrações turísticas de Tromso.

Foi inaugurado en 1988 e aqui ve-

mos uma exposiç~o interativa e

educativa da fauna e da flora que

podemos encontrar na regi~o |rti-

ca e que s~o típicas desta regi~o.

[ parte, vimos uma projeç~o muito

interessante num ecr~ panor}mico

sobre o Arquipélago de Svalbard, o

lugar povoado mais ao norte da

Terra, que se estende entre os pa-

ralelos 75 e 82.

Observ|mos também uma |rea de

exploraç~o polar ou “caminho |rti-

co”, um aqu|rio que mostra a vida

marinha da localidade, tanques

abertos que contêm animais cos-

teiros, assim como um aqu|rio on-

de existem três espécies de focas,

uma delas as focas barbudas, uma

espécie |rtica muito popular pela

sua natureza tranquila e a sua inte-

ligência.

Nos tanques de peixes grandes

também se podem ver as espécies

mais comuns do Mar de Barents e

de Svalbard.

Nesta visita, temos a oportunidade

de ver uma reconstruç~o fiel e por-

menorizada do clima e do ambien-

te |rtico.

Depois do Museu Polaria, fomos

visitar a Catedral do \rtico.

Esta imponente Catedral é o mo-

numento mais simbólico de

Tromso e caracteriza-se pela sua

arquitetura ultramoderna.

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

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A sua estrutura especial foi inspira-

da nas paisagens do norte da No-

ruega. É um interessante edifício

triangular em bet~o que foi dese-

nhado por Jan Inge Hovig e cons-

truído en 1965.

Devido { sua imagem diferente e {

sua situaç~o, chamam-lhe com fre-

quência o «Teatro da Ópera de No-

ruega», comparando-a { Ópera de

Sidney, na Austr|lia, porque o seu

desenho faz lembrar este monu-

mento.

No interior da catedral podemos

ver um magnífico vitral policroma-

do de 140 m2, que representa a re-

surreiç~o de Cristo.

Pass|mos em seguida pela Biblio-

teca de Tromso que se destaca,

principalmente, pela sua curiosa

forma arquitetónica.

Em seguida, foram passadas de

m~o em m~o as diferentes peças

de vestu|rio usadas pelos Sami. Os

vestidos, as calças, as botas, os

carapuços, as luvas, as bolsas, as

peças de madeira usadas na cozi-

nha e o que me chamou particular-

mente a atenç~o, uma espécie de

berço muito estreito, feito de cou-

ro, com uma alça que servia para

transportar o bebé ao ombro en-

quanto a m~e trabalhava, ao mes-

mo tempo que embalava o bebé.

Depois destas explicações, pass|-

mos para uma outra divis~o da ten-

da, onde foi servido o lanche ajan-

tarado.

Começ|mos por comer uma espé-

cie de panqueca recheada acompa-

nhada de salada verde e de toma-

te. A seguir, veio o prato principal,

que podia ser ou vegetariano ou

de carne de rena. Eu j| tinha expe-

rimentado uns dias antes língua de

rena e n~o gostei da textura. Mas

mesmo assim, pedi a rena.

Quando teria outra oportunidade

para a voltar a comer? E a verdade

é que estava bem cozinhada e o

paladar era bom!... Este é um dos

pratos tradicionais dos Sami: carne

de rena fumada durante v|rios di-

as e servida com batatas cozidas e

legumes.

Para a sobremesa, comemos uma

fatia de um bolo escuro, acompa-

nhado de mirtilos e de um pedaço

de natas. Também era muito

bom!...

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

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As bebidas servidas foram ch| e

café!

E após esta tarde bem passada,

era tempo de regressar ao Hotel

para um novo jantar, mas muito

leve e para dormir, pois no dia se-

guinte, um longo percurso nos es-

perava.

E assim foi: tínhamos chegado ao

6º dia de viagem, 1 de julho. …o

despertar foi bastante cedo, dado

que havia um longo caminho a per-

correr até ao nosso destino – Svol-

vaer.

Desta vez, o sol brilhava e acompa-

nhou-nos ao longo de todo o dia.

A temperatura tinha aumentado

bastante e parecia quase impossí-

vel encontrar um tempo t~o agra-

d|vel nesta parte da Noruega.

Apesar da sua localizaç~o, esta re-

gi~o sofre a influência da corrente

do Golfo, pelo que tem um clima

muito mais suave do que se pode

esperar e tem um ver~o agrad|vel

embora curto. Mas a verdade é

que o tempo estava mais quente

do que em Lisboa, quando inici|-

mos a viagem h| apenas 6 dias…

Pass|mos primeiramente pelo Ar-

quipélago das Ilhas Vesteralen

com alguns pontos de interesse.

Aqui o maior aglomerado populaci-

onal fica em Harstad, um lugar on-

de foi construída a Trondenes Kir-

ke, que foi durante muitos séculos

a igreja crist~ situada mais ao Nor-

te no mundo. Outra localidade in-

teressante é Nyksund, uma antiga

aldeia de pescadores que foi aban-

donada h| alguns anos, mas que

agora est| a renascer a pouco e

pouco como colónia de artistas.

Mas o maior atrativo em Vestera-

len est| no antigo porto pesqueiro

de Andenes.

Vamos agora a caminho das Ilhas

Lofoten, um dos arquipélagos mais

belos do mundo, formado por um

conjunto de ilhas que se encon-

tram a norte da Noruega, na pro-

víncia de Nordland, ancoradas nas

|guas tumultuosas do Mar da No-

ruega, bem acima do Círculo Polar

\rtico. As ilhas principais est~o li-

gadas por terra pela conhecida es-

trada do Rei Olav V, com 300 kiló-

metros de extens~o, que une o

arquipélago ao continente.

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

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Esta estrada é provavelmente um

dos lugares mais fotogénicos da

terra, com as suas majestosas

montanhas e fiordes profundos,

que desafiam a paz das suas |guas

de um azul e de um turquesa pro-

fundos, bem como com as suas

dezenas de praias desertas, de

areia branca e |guas de cor esme-

ralda.

Esta pérola da natureza em estado

selvagem oferece paisagens de

montanha majestosas, colónias de

aves e abundante fauna marinha.

As suas pitorescas aldeias piscató-

rias s~o Património da Humanida-

de.

A beleza deste lugar é simplesmen-

te assombrosa e n~o é f|cil encon-

trar palavras para a descrever.

É um arquipélago situado no fim

do mundo, onde as formações ro-

chosas de picos e impressionantes

alcantilados se erguem como se se

tratasse de uma muralha, que che-

ga aos 1.100 metros de altura e on-

de as estradas apresentam um tra-

çado impressionante e de grande

beleza. Aqui quase n~o se distin-

gue qualquer vestígio de vida ve-

getal ou animal. Mas { medida que

nos aproximamos, v~o aparecendo

pequenos pontos coloridos nas

enseadas, barquinhos fundeados

nas baías e pequenas aldeias de

pescadores.

No país das grandes paisagens es-

tas chegam a cortar a respiraç~o e

acho que posso dizer que s~o a

joia da coroa.

As montanhas de Lofoten est~o

separadas de terra firme pelo

Vestfjorden, famoso entre os mari-

nheiros noruegueses porque, em

determinadas condições meteoro-

lógicas, é dificilmente naveg|vel.

A populaç~o das Ilhas Lofoten é de

cerca de 24000 habitantes. Esta

regi~o é aquilo que os próprios no-

ruegueses chamam o Norte Lon-

gínquo. Mais acima só existem as

Ilhas Svalbard, o território Norue-

guês situado mais a Norte.

Os Noruegueses, até mesmo os

que vivem nas cidades, est~o em

contacto constante com a nature-

za que respeitam, cuidam e prote-

gem. Gostam do ar livre e dos es-

paços naturais. Além dos bosques,

os Noruegueses (pelo menos os

desta regi~o) est~o também em

contacto com o mar e, devido {

riqueza das suas |guas, todos pes-

cam o seu próprio peixe.

Os habitantes das ilhas vivem prin-

cipalmente da pesca do bacalhau

no inverno e do turismo no ver~o.

A pesca tem sido e é uma das ra-

zões por que as pessoas vivem

aqui e a regi~o é conhecida pelas

suas numerosas aldeias piscató-

rias. Aqui pode-se comer peixe se-

co, { base de bacalhau de desova.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

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As principais Ilhas Lofoten s~o:

Hinnoya, Austvagoy, Gimsoy,

Vestvagoy, Flakstadoya, Mos-

kenesoya e s~o o destino ideal pa-

ra os grandes apaixonados da na-

tureza.

Numerosos p|ssaros marinhos,

terrestres e migratórios juntam-se

nas Ilhas devido, certamente, {

abund}ncia do peixe.

As Ilhas Lofoten s~o a principal zo-

na de pesca de inverno na Norue-

ga e, sobretudo, do skrei, o baca-

lhau do norte, que migra todos os

invernos do Mar de Barents até {s

Ilhas Lofoten { procura da segu-

rança dos seus fiordes e da tempe-

ratura mais amena das suas |guas

para desovar.

O bacalhau é a espécie mais co-

mum, mas também se encontra

halibute, badejo, arinca e escamu-

do.

No século XI o bacalhau das Ilhas

Lofoten, considerado o melhor do

mundo, j| era apreciado na corte

de Inglaterra.

Atualmente continua a ser muito

apreciado pelos habitantes do ar-

quipélago, que vivem, na sua gran-

de maioria, da pesca que tem sido

a principal fonte económica destas

ilhas.

Na verdade, o bacalhau continua a

ser secado em curiosas grades tri-

angulares de madeira no início do

Ver~o. Estes secadores est~o pre-

sentes na maioria das aldeias pis-

catórias desta regi~o, impregnan-

do a atmosfera das ilhas com um

“cheiro” forte, que é t~o caracte-

rístico.

A estrada cheia de curvas e contra-

curvas continua até {s montanhas

e permite observar as pequenas

povoações (Henninsgvaer, Moske-

nes, A…), com casas de um verme-

lho intenso.

A atmosfera é quase irreal: o mar,

extraordinariamente claro, onde

se reflecte o sol, brilha com os

seus tons azulados, verdes e tur-

quesas.

As Ilhas Lofoten est~o em proces-

so de certificaç~o como destino

sustent|vel, uma distinç~o de qua-

lidade que é concedida {queles

destinos que trabalham de forma

continuada para reduzir o impacto

do turismo no meio ambiente.

Além disso, as Ilhas Lofoten esfor-

çam-se por salvaguardar os seus

ativos naturais e culturais, promo-

ver laços sociais e ser vi|veis do

ponto de vista económico.

Tínhamos chegado a Svolvaer, que

é uma localidade animada e com

muitos bares e restaurantes.

É a maior cidade do arquipélago e

a capital das Ilhas Lofoten.

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A primeira coisa que chama a aten-

ç~o em Svolvaer é a sua localiza-

ç~o. Onde quer que estejamos, pa-

ra onde quer que olhemos, a vista

é magnífica.

A paisagem continuava a ser des-

lumbrante, mas o encantamento

n~o se dissipou com a chegada ao

Hotel.

Ainda tent|mos ver o sol da meia

noite, mas n~o conseguimos. Mas

havíamos de ter essa satisfaç~o

ainda antes da viagem terminar…

Inici|mos o 7º dia de viagem, 2 de

julho, com a visita ao Museu Lofotr

Viking.

As Ilhas Lofoten têm uma forte

ligaç~o com a era Viking.

O Arquipélago das Lofoten foi ocu-

pado pelos Vikings durante sécu-

los.

Em 1983 arqueólogos descobriram

no lado norte da Ilha Vestvagoy,

no condado de Nordland, aquela

que seria a casa do chefe da aldeia

de Borg, um enorme edifício da era

dos Vikings, que se pensa datar do

ano 500.

Quando as escavações termina-

ram, os vestígios daquela que ter|

sido uma casa Viking ficaram visí-

veis e o edifício foi reconstruído

ligeiramente a norte do local das

escavações e convertido num mu-

seu.

O Museu Lofotr Viking consiste na

total reconstruç~o da casa do che-

fe, com 83 metros de cumprimen-

to e 9 metros de altura.

Aqui podemos ver uma forja de

ferreiro, duas réplicas de barcos

Vikings e v|rias reconstituições

que nos permitem penetrar no es-

tilo de vida da época dos Vikings e

experimentar a era Viking como

efetivamente foi.

O Museu Lofotr abriu em 1995. O

principal edifício foi planeado pelo

arquiteto Norueguês, Gisle

Jakhelln. O que é aqui mais interes-

sante, é que, ao contr|rio do que

acontece noutros museus, as pes-

soas podem tocar em todos os

objetos que se encontram no seu

interior. Aqui tudo est| disposto

de modo a podermos ter uma no-

ç~o exata de como os Vikings vivi-

am.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

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Vemos as roupas que fabricavam e

os materiais que utilizavam, as ca-

mas onde dormiam, os utensílios

de cozinha, o peixe pendurado a

secar, os jogos com que se entreti-

nham, o calçado que usavam, a

bancada onde trabalhava o carpin-

teiro, a oficina do ferreiro, os brin-

quedos das crianças…mas o que

achei mais interessante foi poder

agarrar numa espada e enfiar na

cabeça um capacete bélico, fazen-

do uma cara façanhuda…

Alguns guias est~o vestidos como

os Vikings h| 1000 anos atr|s e en-

caminham-nos nesta espantosa

experiência histórica.

Pensa-se que esta casa foi abando-

nada por volta de 950.

O último chefe que aqui viveu foi

talvez o grande chefe Viking Olaf

Tvennumbruni, que se mudou para

a Isl}ndia por causa de um conflito

com os outros chefes.

E no final da visita vimos um filme,

que conta exatamente esta histó-

ria: Olaf Tvennumbruni tem um

conflito com o Conde de Haloyg,

Hakon Grjotgardsson e com o

construtor da naç~o Harald

Fairhair.

Para defender a sua liberdade e a

sua fé nórdica, Olaf leva a família e

os seus homens e faz a viagem por

mar até { Isl}ndia. Porém, a filha

Asa nunca consegue esquecer

Borg e a sua casa em Lofoten. Com

o decorrer do tempo h| muitas

alterações tanto na Isl}ndia como

na Noruega e, por fim, Asa conse-

gue o que pretende através da for-

ça do amor. Na verdade, aquilo de

que gostei mais no filme foi do

chefe, que devia ser bem interes-

sante, com as suas tranças e a sua

barba louras!...

O museu foi nomeado para dois

prémios em dois anos: em 2011 pa-

ra o Museu do Ano na Noruega e

em 2013 para o Prémio do Museu

Europeu do Ano.

Após esta interessantíssima visita,

volt|mos { estrada e, alguns quiló-

metros depois, cheg|mos ao Mu-

seu da Aldeia de Pescadores da

Noruega (Norsk Fiskeværsmu-

seum).

Este é um museu dedicado { pesca

norueguesa situado na vila de pes-

cadores A, no final da Estrada do

Rei Olav, no município de Moske-

nes, em Lofoten, no norte da No-

ruega. Fomos acompanhados por

um guia muito jovem que nos deu

numerosas explicações acerca de

tudo o que íamos vendo.

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O museu foi fundado em 3 de julho

de 1987 pela Moskenes History and

Museum Society em colaboraç~o

com o município de Moskenes e

foi inaugurado oficialmente em

junho de 1988, recebendo subsí-

dios públicos desde 1990.

O Museu da Aldeia de Pescadores

da Noruega, em A i Lofoten, mos-

tra a história da pesca nas Ilhas Lo-

foten e tem a aparência de um mu-

seu ao ar livre, composto por nove

edifícios (n~o se podem visitar to-

dos), onde podemos ver v|rias ex-

posições, embora a maioria destes

edifícios esteja nos seus locais ori-

ginais.

Uma padaria construída em pedra,

de 1844, é conhecida por fabricar

p~es de canela e p~o tradicional.

Outros edifícios incluem uma mer-

cearia numa casa de 1843, uma ca-

sa de barcos contendo barcos de

madeira tradicionais Nordland,

uma f|brica de óleo de fígado de

bacalhau e uma forja de ferreiro.

O edifício mais apreciado é o ror-

bu, uma casa tradicional de pesca-

dores. O tema principal do museu

é a vida na vila de pescadores e a

pesca em Lofoten nos últimos 250

anos e aqui podemos ter uma ideia

de como era a vida quando cente-

nas de pescadores viviam em caba-

nas e pescavam neste mesmo lu-

gar h| muitos anos atr|s.

Uma vila de pescadores costumava

ter um propriet|rio, que era dono

do terreno onde ficava a vila, alu-

gava cabanas rorbu para os pesca-

dores que vinham para a pesca,

comprava o peixe que os pescado-

res eram obrigados a fornecer-lhe

e que depois era vendido.

Todo o poder de um dono de al-

deia provinha dessa mesma aldeia.

Existem muitas aldeias em Lofo-

ten, mas A é uma das mais remo-

tas e das mais bem conservadas e

todo o conjunto da aldeia constitui

o Museu da Aldeia de Pescadores.

A aldeia de pescadores de A per-

tence { família Ellingsen desde

1842. O complexo é formado pelas

casas da família construídas em

1869 e 1875 e um armazém e uma

loja que datam de 1843 também

s~o partes centrais do complexo.

As cabanas rorbu e as instalações

de processamento de peixe est~o

espalhadas pela |rea: a planta de

salga é de 1927, o est|bulo de

1885, o cais de 1934, a f|brica de

óleo de fígado de bacalhau de 1850

e existe também a casa de campo

e a casa do ferreiro.

A casa de barcos é uma das jóias

do Museu da Aldeia de Pescadores

da Noruega.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

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Ele contém uma coleç~o de barcos

antigos, desde o pequeno barco

de quatro remos para duas pesso-

as, passando pelo barco de seis

remos para três pessoas, até ao

barco de oito remos para quatro

pessoas. H| também um barco

Nordland convertido, com um mo-

tor de 1915. Também se podem ver

equipamentos de pesca.

Durante os dias de pesca, as pesso-

as arriscavam a vida todos os dias.

Assim, n~o é de surpreender que a

maioria das pessoas acreditasse no

sobrenatural e tivesse receio dos

mortos. O rei-bacalhau, um baca-

lhau mutante com a cabeça defor-

mada, é pendurado como um pei-

xe seco e diz-se que o vento vai

soprar no dia seguinte na direç~o

para onde que a cabeça do peixe

estiver a apontar.

O óleo de fígado de bacalhau foi

usado para fazer óleo e tinta para

l}mpadas e para tratar o couro e

as peles.

O edifício do Museu da Aldeia de

Pescadores da Noruega foi cons-

truído em 1850, mas a f|brica origi-

nal de óleo de fígado de bacalhau

j| n~o se encontra aqui.

Em 1854, o farmacêutico Peter

Moller construiu um navio com um

fundo duplo e dois lados.

O espaço entre as duas camadas

de madeira continha |gua a ferver

e isso permitiu a produç~o de um

óleo de fígado de bacalhau de sa-

bor suave para fins medicinais. A

maneira tradicional de produzir

óleo de fígado de bacalhau era por

flutuaç~o, quando os fígados de

bacalhau eram colocados em bar-

ris durante semanas e meses e o

óleo de fígado de bacalhau subia

gradualmente até ao topo do bar-

ril. O cheiro do óleo de fígado de

bacalhau no interior do Museu fez-

me recuar até { inf}ncia, quando

ouvia toda a gente dizer que as

crianças o detestavam.

Mas nunca o bebi, felizmente!

O museu também produz tinta fei-

ta com óleo de fígado de bacalhau,

a qual ainda é usada em casas anti-

gas ao longo da costa.

As centenas de pescadores de Lo-

foten que saíam de A em barcos a

remos necessitavam de muito p~o.

A padaria foi construída em 1844 e

tem um enorme forno de tijolos

que pode cozer 100 p~es. A pada-

ria ainda funciona hoje, usando

madeira de bétula para aquecer o

forno para cozer o p~o. A padaria

est| a funcionar como o café do

museu e podemos ver os padeiros

a trabalhar.

A pesca é considerada atualmente

a ocupaç~o mais perigosa da Noru-

ega. As estatísticas mostram que é

cinco vezes mais perigoso ser pes-

cador do que agricultor. A maioria

das mortes é devida a uma perda

ou acidente. Entre 2000 e 2012,

morreram no mar 102 pescadores,

o que significa uma média de 8

mortes por ano.

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

www.clubegalpenergia.com 38 # 254 junho 2018

Destes, 33 morreram devido a nau-

fr|gio ou acidente, enquanto 27

pescadores se afogaram.

Outros tipos de acidentes com

desfecho fatal s~o acidentes no

porto, derrame de combustível e

soldaduras. O pior de tudo é o tra-

balho em pequenas embarcações

de pesca com apenas um homem a

bordo, onde uma queda pode ser

fatal.

As causas de acidentes em barcos

de pesca podem ser o mau tempo,

a escurid~o, a falta de visibilidade,

o peso dos objetos…

Um fato de sobrevivência para a

chuva é considerado a medida

mais segura a bordo.

O recrutamento para a indústria da

pesca tem sido reduzido ao longo

de v|rios anos. As razões podem

ser por a profiss~o dar piores con-

dições de trabalho do que outras

alternativas.

S~o longos dias passados no mar,

em que todos os trabalhos s~o rea-

lizados ao ar livre e sob a influência

da neve, frio, vento e estado do

mar.

Outras ocupações no mar, como a

indústria offshore, oferecem fre-

quentemente melhores sal|rios,

melhores condições de trabalho e

um emprego mais organizado. Os

principais acidentes também atu-

am negativamente.

N~o posso deixar de referir aqui

que um dos meus primos andou

durante 8 anos na Universidade de

Coimbra e n~o fez nenhuma cadei-

ra.

Os pais ficaram muito aborrecidos

e, como castigo, enviaram-no para

a pesca do bacalhau na Noruega.

N~o h| dúvida que o castigo foi

mesmo duro, mas proveitoso!...

A guia explicou que a raz~o pela

qual víamos tantas cabeças de pei-

xe a secar é porque as mesmas s~o

enviadas para \frica. A \frica Oci-

dental e em especial a Nigéria, ti-

nha sido um comprador importan-

te de bacalhau.

Mas, entretanto, este deixou de

ser um alimento barato, passando

a ser um produto de luxo e tornou-

se, assim, muito caro para os afri-

canos com menos posses.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

www.clubegalpenergia.com 39 # 254 junho 2018

Durante muito tempo as cabeças

secas foram enviadas para \frica,

onde eram moídas e usadas para

raç~o de frangos ou caldos.

Agora isto ainda se verifica, mas a

\frica est| novamente a passar

por um período de crescimento

económico e o bacalhau est| a co-

meçar a ser vendido de novo para

l|.

Klippfisk é o bacalhau que foi sal-

gado antes de ser colocado a secar

(embora hoje em dia seja também

seco em grandes instalações de

secagem). Este produto é mais co-

nhecido na parte norte da Norue-

ga, mas também é produzido em

Lofoten.

O peixe salgado é um bacalhau ao

qual foram adicionadas grandes

quantidades de sal, mas que n~o

passa por um processo de seca-

gem. Alguns klippfisk e peixe sal-

gado s~o exportados para a It|lia,

mas muito mais vai para Portugal e

Brasil e também para Espanha, Mé-

xico e República Dominicana.

O tempo continuava magnífico.

Depois de um jantar muito agrad|-

vel, com vista para um fiorde, em

Moskenes, embarc|mos para uma

viagem de 3 horas e meia, com

destino a Bodo. Atravess|mos o

Vestfjord e estivemos perto do Sal-

tstraumen, o tal que é famoso pe-

las suas fortes correntes, que pro-

vocam os mais violentos remoi-

nhos do mundo. Mas a travessia

decorreu tranquilamente, apenas

com bastante vento.

E foi aqui que, precisamente {

meia-noite, pudemos fotografar o

sol, que se refletia bem dourado,

nas |guas.

Mais um objectivo cumprido e

mais um ponto alto neste passeio

inesquecível.

A chegada ao Hotel em Bodo foi

bastante tardia, mas o sol continu-

ava a brilhar!...

E tínhamos chegado ao 8º dia de

Viagem, 3 de julho. A cidade de Bo-

do est| situada numa península,

entre montanhas e o mar, a norte

do Círculo Polar \rtico.

É uma cidade portu|ria, a segunda

maior cidade no norte de Noruega

e é o ponto de início para desco-

brir o verdadeiro norte.

Tem uma populaç~o de cerca de

50.000 habitantes e é uma das ci-

dades que mais crescem no país,

com uma vida urbana intensa.

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

www.clubegalpenergia.com 40 # 254 junho 2018

A cidade destaca-se igualmente

pela música, que tem dado e conti-

nua a dar novos talentos a nível

local, nacional e internacional, mas

também tem uma comunidade di-

versificada de artistas locais, vidrei-

ros, oleiros e fabricantes de joias.

Mas o grande encanto da cidade

est| no extraordin|rio cen|rio de

picos acidentados contrastando

com os fiordes e o mar.

A cadeia de montanhas que se po-

de ver oferece oportunidades para

caminhadas de montanha e as flo-

restas s~o o cen|rio perfeito para

longos passeios durante o ver~o.

Foi considerada cidade desde o

início do século XIX (em 1816).

Uma grande parte de Bodo foi des-

truída no ataque alem~o da Lu-

ftwaffe em 27 de Maio de 1940.

Felizmente, apenas 15 pessoas

morreram durante o bombardea-

mento e a cidade foi reconstruída

depois da guerra, terminando os

trabalhos em 1952.

A cidade é sede de uma base aérea

da OTAN, da CAOC3 (Centro de

Operações Aéreas Combinadas) e

das Forças Aéreas Norueguesas e

aqui pode-se disfrutar daquilo que

a natureza tem de melhor.

É um dos lugares perfeitos para

todos aqueles que querem apaixo-

nar-se pelo sol da meia-noite. Tal-

vez este seja um dos seus princi-

pais atrativos turísticos e um dos

motivos por que recebe todos os

anos cada vez mais turistas que

querem disfrutar de toda a beleza

natural que rodeia esta zona da

Noruega.

Por outro lado, também é zona de

grandes fiordes, alguns dos mais

famosos do país, que d~o lugar

também a grandes lagos, ideais

para os amantes da natureza. Em

redor desta localidade também se

podem encontrar pequenas ilhas e

ver alguns dos amanheceres e en-

tardeceres mais belos de toda esta

regi~o.

É f|cil chegar a estas ilhas, j| que

est~o ligadas ao continente atra-

vés de interessantes pontes que

s~o também um dos atrativos e

obras de engenharia mais destaca-

das desta |rea.

Cruzando o Fiorde Vestfjord por

barco encontram-se as mundial-

mente famosas Ilhas Lofoten.

E quem quiser apreciar um dos es-

pet|culos mais selvagens da natu-

reza, basta ir até Saltstraumen, um

dos turbilhões mais impressionan-

tes do mundo, sobretudo quando

a maré est| alta, para o ver em to-

do o seu esplendor.

Aqui também se podem contem-

plar as |guias marinhas a sobrevo-

ar o horizonte.

Bodo abriga a maior concentraç~o

de |guias marinhas de cauda bran-

ca do mundo, o que conferiu { ci-

dade o título de Capital das \guias

Marinhas.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

www.clubegalpenergia.com 41 # 254 junho 2018

Em Bodo h| numerosas maravilhas

naturais, mas a principal atraç~o é

o pano de fundo formado pelos

famosos picos de Bodo e as belíssi-

mas paisagens.

No que se refere { cozinha típica

do Mar de Nordland baseia-se em

especialidades como o skrei

(bacalhau fresco), o bacalhau seco

e o de Lofoten.

Também é típico o cordeiro com

sabor a ervas da costa e as almôn-

degas.

A nossa primeira visita foi a Cate-

dral de Bodo, que é a maior igreja

da cidade.

É um exemplo da arquitetura fun-

cionalista norueguesa e est| cons-

truído em aço e bet~o.

O templo é uma basílica sem torre,

com cinco naves, um pequeno co-

ro e uma |bside poligonal.

O plano da catedral procura resol-

ver v|rias necessidades; por isso,

além do espaço da catedral, o edi-

fício tem do lado sul dois corpos

anexos de menor altura que inclu-

em uma sala de reuniões e tam-

bém escritórios e residências.

Como a catedral n~o tem torres,

h| um campan|rio independente,

formado por uma moldura de be-

t~o e um pin|culo, onde existem 3

sinos, que tocam de hora a hora.

A nave divide-se numa nave maior

e quatro naves laterais. Na divis~o

entre a nave e o coro vemos uma

escultura que representa o Calv|-

rio, com Jesus na cruz.

Na |bside do coro localiza-se o al-

tar, um simples desenho de metal

com uma cruz no centro. Sobre o

altar h| um grande vitral com 12 m

de altura, desenhado por Aage

Storstein e pintado por Borgar

Hauglid.

No coro h| também uma capela

lateral e um púlpito de madeira,

muito simples. A igreja tem uma

galeria na extremidade ocidental

do interior da nave, com decora-

ç~o de madeira. Aqui se encontra a

ros|cea, também da autoria de

Hauglid.

Neste local existiu uma outra igreja

que foi destruida por um bombar-

deamento alem~o em maio de

1940, durante a Segunda Guerra

Mundial.

Depois da guerra o governo deci-

diu situar aqui a catedral de Bodo.

A primeira pedra da catedral foi

colocada em 1954 e foi consagrada

dois anos depois, em 1956.

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

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Prosseguimos para o Museu da

Aviaç~o Norueguesa que est| loca-

lizado no centro de Bodo e é um

museu excelente e bastante com-

pleto, que nos surpreende por es-

tar situado nesta cidade t~o lon-

gínqua.

Est| dividido em duas partes, sen-

do uma dedicada { aviaç~o civil e a

outra { aviaç~o militar, qualquer

delas envolvente e muito informa-

tiva. Na parte militar podemos

apreciar aviões da época pioneira e

do período entre-guerras, da Se-

gunda Guerra Mundial e do perío-

do do pós-guerra e da Guerra Fria.

Na parte civil est~o expostos avi-

ões também da época pioneira e

do período entre-guerras e do perí-

odo do pós-guerra.

É emocionante ver ao alcance da

m~o aviões famosos com o Spitfire

(um caça da Segunda Guerra Mun-

dial), o Focke Wulf 190, o Starfigh-

ter (que pode ser considerado o

símbolo do impacto da Guerra Fria

na sociedade norueguesa), The

Black Lady (um avi~o de espiona-

gem), os despojos de um avi~o da

Luftwaffe ou os aviões de passa-

geiros Junkers 52 e Twin Otter.

Mas h| muitos outros, pois est~o

expostos mais de 40 aviões e heli-

cópteros.

Aqui também nos s~o dadas infor-

mações sobre a navegaç~o polar e

o controlo do tr|fego aéreo, a his-

tória de voo da Noruega com mui-

tos pormenores sobre a ocupaç~o

alem~ da Segunda Guerra Mundial

e a presença da NATO em Bodo e

muito mais.

Também podemos ter uma ideia

do que é estarmos sentados no

banco do piloto de um avi~o.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

www.clubegalpenergia.com 43 # 254 junho 2018

H| também um simulador de voo e

na |rea exterior do Museu pode-

mos ainda subir { antiga Torre do

Aeroporto de Bodo e ver daqui o

primeiro radar da aviaç~o comerci-

al na Noruega e a torre de controlo

original do aeroporto de Namsos.

Devido { escassez de tempo, esta

subida j| n~o foi possível.

O nosso almoço foi em Bodo e,

após o mesmo, fomos para o aero-

porto, com destino a Oslo, na reta

final da nossa viagem, onde cheg|-

mos ao final do dia.

E est|vamos mesmo no último

dia… 4 de julho.

Oslo é a capital da Noruega e tal-

vez a cidade mais cara da Europa e

uma das mais caras do mundo.

Tem uma populaç~o de cerca de

600 000 habitantes e é uma cidade

com um grande património históri-

co e cultural.

Est| situada numa posiç~o privile-

giada no fundo do fiorde de Oslo e

os seus atrativos s~o numerosos e

est~o na sua maioria relacionados

com a natureza e alguns fenóme-

nos atmosféricos que se verificam

neste país e noutros países da Es-

candin|via.

Dentro dos limites da cidade exis-

tem cerca de 40 ilhas e mais de

340 lagos.

O ponto mais alto da cidade é Kir-

keberget, a 629 metros de altitu-

de, e a |rea que ocupa é bastante

grande, dois terços da qual s~o

|reas protegidas como bosques,

colinas e lagos, raz~o pela qual h|

muitos parques e zonas ao ar livre,

muito frescas e verdes.

Os seus mundialmente conhecidos

fiordes, também s~o uma das gran-

des maravilhas que nos proporcio-

na esta zona da Europa.

Oslo foi fundada pelo Rei Harald

Hardrade aproximadamente em

1048 d.C. e de início n~o foi uma

das cidades mais importantes do

país.

Em 1314 o Rei HaakonV foi o pri-

meiro monarca a residir permanen-

temente na cidade, a que passa a

chamar a capital do país.

A cidade foi destruída quase na

sua totalidade na Idade Média por

v|rios incêndios, mas foi recons-

truída no início do século XVIII,

tendo ent~o tido um grande cresci-

mento económico, graças ao co-

mércio marítimo e { exportaç~o de

madeira.

O século XIX foi um período de

progresso e expans~o para a cida-

de e foram construídos v|rios edi-

fícios como o Pal|cio Real, a Uni-

versidade e o Teatro Nacional e

surgiram novos bairros onde se

estabeleceram os imigrantes que

procuravam trabalho nas novas

f|bricas.

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

www.clubegalpenergia.com 44 # 254 junho 2018

Este crescimento deu origem a

que Cristiania (nome que foi dado

{ cidade alguns anos antes) se tor-

nasse na cidade mais povoada da

Noruega em 1850.

A cidade continuou a crescer { me-

dida que se lhe incorporavam mais

zonas até que, em 1924, foi resta-

belecido o nome original de Oslo.

Em abril de 1940 a invas~o alem~

da Noruega tinha Oslo como prin-

cipal objetivo, porque este porto

era necess|rio para manter o abas-

tecimento das tropas alem~s a nor-

te. Mas os alem~es desistiram do

ataque naval a Oslo devido { forte

defesa da costa. Porém, paraque-

distas alem~es tomaram o Aeró-

dromo, que ofereceu pouca resis-

tência e assim entraram e ocupa-

ram Oslo.

Em 1950 foi inaugurada a C}mara

Municipal de Oslo onde é entregue

o Prémio Nobel de Paz em 10 de

dezembro de cada ano.

Oslo est| atravessada por dois pe-

quenos rios e é uma importante

cidade portu|ria e o centro econó-

mico do sector marítimo na Euro-

pa.

O Porto de Oslo é o maior porto de

carga e de passageiros do país.

Desenvolvida, organizada e mo-

derna, Oslo é o perfeito equilíbrio

entre design e natureza. No meio

de florestas, lagos e ilhas surge

uma cidade de cultura urbana e

arquitetura bonita e harmoniosa,

limpa e organizada onde se vive

bem e também extraordinariamen-

te atraente, com muitos museus,

edifícios históricos, castelos, tem-

plos e parques.

Inici|mos as nossas últimas visitas

pela Radhus ou C}mara Municipal

que é um edifício de tijolo verme-

lho que originou forte controvérsia

na altura da sua construç~o, em

1950, porque foi considerado de-

masiado moderno para a época.

No entanto, embora escuro e de

linhas mais modernas, o seu exteri-

or tem determinados aspectos in-

teressantes que decoram as pare-

des exteriores.

Este edifício com duas torres, ape-

sar de n~o ser muito atraente no

exterior, tem no seu interior ainda

v|rios painéis esculpidos em ma-

deira, que representam cenas da

mitologia norueguesa e grandiosas

pinturas de Henrik Sorensen e ou-

tros artistas da primeira

metade do século XX, en-

tre eles Edvard Munch,

um famoso pintor e artis-

ta pl|stico norueguês,

precursor do expressio-

nismo alem~o e que inspi-

rou as correntes artísticas

modernas.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

www.clubegalpenergia.com 45 # 254 junho 2018

É um dos edifícios mais significati-

vos de Oslo, pelo facto de aqui te-

rem lugar as cerimónias do Prémio

Nobel da Paz.

Todos os anos a 10 de dezembro o

Prémio Nobel da Paz é entregue

neste edifício, após a pessoa esco-

lhida fazer o seu discurso de agra-

decimento.

Os laureados com o prémio Nobel

da Paz recebem uma medalha de

ouro, um diploma e determinada

quantia em dinheiro. Segue-se um

banquete e um baile de gala.

Alfred Nobel nasceu em Estocolmo

em 1833 e faleceu em 1896.

Foi um químico que inventou a di-

namite e era detentor de centenas

de patentes em diferentes |reas

da ciência.

Os seus interesses comerciais em

todo o mundo tornaram-no um

dos homens mais ricos da Europa.

Deixou a sua fortuna a um banco,

estipulando que os juros anuais

fossem usados para financiar cinco

prémios: os da Química, Física e

Medicina deviam ser concedidos a

invenções ou descobertas com o

maior benefício para a humanida-

de.

O prémio da Literatura devia ser

concedido a uma literatura inédita

e o 5º prémio, o da Paz, devia ser

entregue a homens e mulheres

que tivessem trabalhado com êxi-

to ou incansavelmente nos interes-

ses do desarmamento, reconcilia-

ç~o ou causa da paz.

Afred Nobel deu como condiç~o

que este prémio fosse concedido

por um comité norueguês compos-

to por 5 membros designados pelo

parlamento norueguês. Os outros

4 prémios s~o concedidos e apre-

sentados em Estocolmo. Desde

1990 que a cerimónia de entrega

do Prémio da Paz se realiza na C}-

mara Municipal de Oslo.

Este prémio j| foi concedido a polí-

ticos, dissidentes, generais, pacifis-

tas, filósofos e pessoas que tives-

sem conseguido realizações not|-

veis. Mais de uma vez j| foi conce-

dido a duas pessoas em conjunto e

em 1994, pela primeira vez, foi divi-

dido por 3 pessoas: Yasser Arafat,

Simon Peres e Izhak Rabin, pelo

seus esforços para estabelecer a

paz no Médio Oriente.

Depois prosseguimos para o Pal|-

cio Real de Oslo, que é um comple-

xo neocl|ssico debruçado sobre a

cidade, com uma arquitetura um

tanto austera e sem a sumptuosi-

dade de outros pal|cios reais. Mas

também se diz que os reis da Noru-

ega s~o uns reis bastante próxi-

mos do povo e pessoas absoluta-

mente normais.

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

www.clubegalpenergia.com 46 # 254 junho 2018

É isso que os distingue e é isso que

o povo aprecia e admira.

O Pal|cio foi construído no século

19 (entre 1824 e 1848) como resi-

dência de ver~o do rei sueco-

norueguês Carl Johan XIV. Seguin-

do o conselho do arquiteto dina-

Marquês Hans Detlef Linstow, que

projetou o edifício, o rei ordenou a

construç~o de um pal|cio numa

colina fora da cidade. Em 1825, Carl

Johan XIV, pessoalmente, colocou

a primeira pedra da futura residên-

cia. O pal|cio foi concluído em

1848 e, em 1849, Carl Johan mor-

reu.

O pal|cio est| rodeado por um be-

lo parque, embora pequeno, com

fontes e zonas ajardinadas. [ fren-

te do Pal|cio h| uma est|tua do rei

Carl Johan XIV, a cavalo. No início

da visita foi-nos pedido que pusés-

semos uma proteç~o nos pés e

que n~o tir|ssemos fotos, o que

acontece em muitos outros locais.

A visita é muito interessante! A

guia explicou a import}ncia de ca-

da sala e falou na história recente

da monarquia norueguesa.

O interior do edifício é ricamente

decorado com obras de arte noru-

eguesa.

As divisões mais bonitas do pal|-

cio, como: o vestíbulo, o sal~o do

Conselho de Estado, a sala de jan-

tar da família real, o sal~o de baile

e a capela real podem ser visita-

das, tal como a Sala dos P|ssaros,

com pinturas de aves em todas as

paredes, estando o teto decorado

com pequenos p|ssaros, entre pai-

sagens da Noruega e uma grande

|guia.

Atualmente o sal~o de baile utiliza-

se para banquetes oficiais e é o

lugar onde o Rei da Noruega entre-

ga ordens e condecorações.

En 2001 foi o cen|rio do baile do

casamento real dos Príncipes Her-

deiros Haakon e Mette-Marit.

Durante o Ver~o, quando a Familia

Real se encontra noutras residên-

cias fora de Oslo, o Pal|cio Real

pode ser visitado. E foi o que acon-

teceu no dia em que l| estivemos:

a família real estava de férias e era

o dia do anivers|rio da rainha.

Visit|mos o Pal|cio divididos em

dois grupos. E o segundo grupo,

no qual eu n~o estava incluída, foi

abordado por um automóvel, do

qual saiu o Embaixador de Portu-

gal em Oslo, que conversou duran-

te alguns minutos com os nossos

companheiros de viagem.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

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Seguiu-se o Museu dos Barcos Vi-

kings, que est| integrado no Mu-

seu de História e Cultura, perten-

cente { Universidade de Oslo.

Quando imaginamos os Vikings a

ideia é que s~o homens muito al-

tos e loiros, com capacetes com

cornos, sulcando os mares e sa-

queando aldeias { beira-mar.

Na verdade, eram loiros, mas pare-

ce que n~o eram assim t~o altos e

nunca chegaram a usar cornos nos

seus capacetes…

No Museu dos Barcos Vikings es-

t~o expostos três barcos da época:

o barco de Oseberg construído por

volta do ano 820, o barco de Goks-

tad construído por volta do ano

900, com quase 22 metros de com-

primento e que podia contar com

30 remadores e o barco de Tune,

que foi descoberto em 1867 e s~o

os mais bem preservados barcos

vikings do mundo. No Museu tam-

bém se podem ver artefactos úni-

cos destes barcos – túmulo.

Todos estes barcos foram utiliza-

dos como barcos de longo curso,

nos quais os vikings noruegueses

realizavam pilhagens e saques pela

Europa.

Estas bem conservadas embarca-

ções do século IX foram descober-

tas entre 1867 e 1903 e batizadas

com os nomes dos locais onde fo-

ram encontradas, tendo sido de-

senterradas do fundo do fiorde de

Oslo. Eram utilizadas como parte

de cerimónias fúnebres e nelas fo-

ram depositados ricos tesouros

que acompanharam os seus donos

quando estes morriam.

Vemos ornamentos inspirados em

animais no barco de Oseberg, in-

cluindo entalhes de dragões e uma

cabeça de cobra... Mais de 90%

desta embarcaç~o reconstruída

contém madeira original.

O barco de Tune é o mais pequeno

dos três e foi o primeiro a ser des-

coberto, tendo ficado muito danifi-

cado durante as escavações para o

retirar do fiorde.

A fim de proteger os chefes vikings

na "vida após a morte", as embar-

cações foram envolvidas em mon-

tes de argila, que protegeram a

madeira contra a decomposiç~o.

Os nobres "levavam" suas posses

com eles para o além, e est~o em

exibiç~o no museu muitos desses

objetos como camas, trenós, baús,

tapeçarias, vestes, ferramentas e

utensílios domésticos. Nas carro-

ças de madeira podemos ver cenas

entalhadas das antigas histórias

vikings.

Os barcos vikings tinham uma tec-

nologia própria e especial para a

navegaç~o em grande velocidade.

Possuiam uma quilha rasa e acha-

tada que lhes permitia ancorar nas

praias. Eram barcos especiais e

com eles os vikings realizaram

grandes feitos, pois eram excelen-

tes navegadores. Do século VIII ao

século XI, os Vikings ou Homens do

Norte, saíram dos fiordes da Noru-

ega e descobriram a Gronel}ndia, a

Isl}ndia e chegaram até ao Canad|

por volta do ano 1000.

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

www.clubegalpenergia.com 48 # 254 junho 2018

No Museu também est~o expostos

barcos encontrados em diversas

sepulturas vikings, após escava-

ções efetuadas em diversas locali-

dades. Este edifício só ficou con-

cluído em 1957.

Continuando pelas ruas de Oslo

cheg|mos ao imponente edifício

da Casa de Ópera de Oslo, localiza-

do em frente ao Fiorde de Oslo. O

edifício da Ópera é recente, pois

foi inaugurado em 2008.

A sua arquitetura é arrojada e mo-

derna e o prédio parece sair do

mar, misturando elementos como

m|rmore, madeira, vidros e me-

tais. A inclinaç~o da estrutura per-

mite uma interaç~o do edifício

com a populaç~o.

Fomos subindo e tivemos uma be-

la vista de Oslo.

Aqui est~o sediados a Ópera e o

Ballet Nacionais da Noruega e to-

dos os anos realizam-se aqui espe-

t|culos de ballet, música, dança e

teatro e também numerosos con-

certos.

Uma antiga bailarina de ballet de

Oslo levou-nos a ver as instalações

do teatro: entr|mos nos camarins

dos artistas, observ|mos os fatos

usados pelos artistas nos espet|-

culos, admir|mos toda a espécie

de adereços e soubemos porme-

nores acerca da forma como um

espet|culo ganha forma.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

www.clubegalpenergia.com 49 # 254 junho 2018

Estivemos também a admirar o in-

terior da sala de espet|culos e fo-

mos ao palco, que é enorme, pois

a parte que n~o é vista pelo públi-

co é muito maior do que aquela

que se vê. Depois a nossa anfitri~

perguntou se alguém queria can-

tar, mas ninguém se atreveu a fazê

-lo!

Após esta visita, fomos almoçar ao

Restaurante Louise, junto ao por-

to. Foi um almoço delicioso, { base

de mexilhões.

Depois do almoço prosseguimos

para o Parque das Esculturas Vige-

land, que é um dos lugares mais

visitados de Oslo e da Noruega.

Este parque repleto de esculturas

bastante originais é o resultado do

trabalho de toda a vida do artista

norueguês Gustav Vigeland (1869-

1943) e possui mais de 200 escultu-

ras gigantescas em bronze, granito

e ferro fundido.

Vigeland nunca deu um nome {s

suas esculturas.

Elas s~o meras descrições do que

vemos, ou seja, “O homem e a mu-

lher”, “A mulher e a menina”, etc..

Mesmo sem entender a definiç~o

precisa das esculturas, o parque

cheio de obras de arte é muito bo-

nito.

A escultura do “Angry Boy” (o me-

nino zangado) é uma das mais fa-

mosas do Parque, juntamente com

o “Monolito” e a “Roda da Vida” e

é considerada a obra prima de Vi-

geland.

O “Monolito” é um obelisco de

granito com 17 metros de altura e

com 121 figuras entrelaçadas, que

formam um emaranhado de cor-

pos que representam também as

diversas fases da vida.

As esculturas principais formam

um magnífico conjunto dedicado

ao amor, ao conflito e ao lazer. A

escultura foi talhada num único

bloco de granito e levou cerca de

14 anos para ser concluída.

Vigeland foi também o desenhador

do Parque, bem como das suas

pontes, fontes e jardins.

E após esta visita, continu|mos

para Holmenkollen, onde iríamos

fazer a última visita da nossa via-

gem. Holmenkollen é uma colina

localizada na parte norte de Oslo e

a regi~o é muito famosa pela pr|ti-

ca de desportos de inverno, em

particular pela torre de saltos com

ski e pelas pistas de ski de fundo.

Em Holmenkollen s~o disputadas

todos os anos diversas competi-

ções nacionais e internacionais de

ski de fundo e de saltos com ski.

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

www.clubegalpenergia.com 50 # 254 junho 2018

A Torre de Saltos de Holmenkollen

é a mais antiga torre para saltos de

ski do mundo.

Foi inaugurada em 31 de janeiro de

1982, mas sofreu v|rias modifica-

ções ao longo do tempo para me-

lhorar as condições de salto, a se-

gurança e a capacidade do público.

Aqui se disputa o troféu Holmen-

kollen, uma das maiores competi-

ções de ski nórdico do mundo.

O recorde do trampolim é de 136

metros, alcançado em 25 de janei-

ro de 2006 pelo norueguês Tommy

Ingerbrigtsen durante o campeo-

nato nacional.

O recorde feminino é de 128 me-

tros da norueguesa Anette Sagen

em 12 de março de 2005.

A torre do trampolim tem 60 me-

tros e est| 417 metros acima do

nível do mar e foi fabricada utili-

zando 1.000 toneladas de aço.

Viagem { Noruega: Cabo Norte e Sol da Meia-Noite

www.clubegalpenergia.com 51 # 254 junho 2018

Na sua parte superior h| uma pla-

taforma para visitantes, donde po-

demos ter uma maravilhosa vista

de Oslo e arredores e onde só se

pode ir, quando n~o est~o a decor-

rer eventos desportivos.

Na base da torre est| o Museu do

Ski, que apresenta a história do ski

dos últimos 4.000 anos e d| gran-

de destaque {s duas edições das

Olimpíadas de inverno organizadas

pela Noruega em 1953 em Oslo e

1994 em Lillehammer.

Também existe um simulador de

ski.

Em 1982 e 2011 foi sede do campe-

onato Mundial de Ski Nórdico.

O Rei Olav V da Noruega partici-

pou na modalidade de combinado

nórdico (um tipo de desporto de

inverno, onde os participantes

competem no ski cross-country e

em saltos de ski) no Ski Festival

Holmenkollen, na década de 1920.

Esta modalidade foi introduzida

pela primeira vez nos Jogos Olím-

picos de inverno em 1924.

Junto { Torre de Saltos de Holmen-

kollen est| uma est|tua do rei, a

andar de ski e acompanhado por

um c~o.

E o tempo n~o p|ra.

Assim, tínhamos de seguir para o

Aeroporto, para apanharmos o avi-

~o de regresso a Lisboa e a casa.

A guia Nicole acompanhou-nos até

ao último momento em que o pô-

de fazer.

Esta foi, mais uma vez, uma via-

gem maravilhosa, onde houve um

excelente convívio e onde vimos

coisas que dificilmente nos sair~o

da memória.

Tudo o que eu possa dizer a favor

do Clube GALP só far| com que me

esteja a repetir…

Assim, e dado que sou uma admi-

radora incondicional de tudo o que

o Clube GALP organiza, daqui a

pouco tempo aqui estarei outra

vez, a contar mais histórias!

Maria Isabel Soares da Costa

de 26 de junho a 4 de julho de 2018

www.clubegalpenergia.com 52 # 254 junho 2018

Através do Clube Galp, estive, du-

rante uma semana, na colónia de

férias do Jardim Zoológico.

O meu grupo tinha 11 rapazes e ra-

parigas e os monitores: a Joana e o

Jo~o, foram sempre muito simp|ti-

cos e divertidos.

N~o foi a primeira vez que tive esta

experiência, pois j| tinha estado

no ZOO nas minhas férias de 2014,

mas desta vez a minha perspetiva

foi completamente diferente.

Além da vantagem óbvia de conhe-

cer gente nova e de outras esco-

las, aprender sobre a vida animal é

sempre muito enriquecedor.

Todos os dias fizemos coisas dife-

rentes relacionadas com os ani-

mais.

And|mos por zonas restritas no

zoo, fizemos jogos entre equipas

sempre relacionados com a vida

animal…

Entre as v|rias atividades, estar

com os tratadores dos animais e

seguir as suas rotinas di|rias foi o

que mais me entusiasmou.

Aprendemos sobre características

específicas de alguns dos animais,

entre eles uma espécie de sanguim

que me despertou atenç~o, e que

se chama o Saguim Dourado por

terem uma cor mais alaranjada.

Conforme j| eram as minhas ex-

pectativas, e { semelhança da últi-

ma vez, gostei imenso desta sema-

na pois foi uma experiência fant|s-

tica!

Joana Traquina

Entre os dias 25 a 29 de Junho, par-

ticipei na Colónia de férias do ZOO,

através do Clube Galp, juntamente

com a minha amiga Joana Traqui-

na.

No primeiro dia, fomos divididos

em grupos, por idades, sendo o

meu grupo constituído por sete

raparigas e quatro rapazes.

Os monitores eram a Joana e o Jo-

~o Barata.

Na maioria dos dias fal|mos essen-

cialmente dos mamíferos terres-

tres, a forma da sua preservaç~o e

tratamento.

Dedic|mos um dia {s aves e outro

aos répteis.

Todos os dias eram efetuados jo-

gos que tinham como objetivo o

conhecimento dos animais.

Além disso, tivemos contato com

tratadores de certos animais, que

nos explicaram a rotina di|ria de

cada animal e todas as atividades

necess|rias.

Por vezes reuníamo-nos com ou-

tros grupos, efetuando jogos de

competiç~o em conjunto.

Semana no ZOO

Take II

Take I

www.clubegalpenergia.com 53 # 254 junho 2018

Aprendi muito sobre a preservaç~o

da natureza e em especial dos ani-

mais, ficando mais sensibilizada

para as questões ecológicas.

Gostei imenso dos jogos realizados

pelos monitores, pois em forma de

brincadeira aprendi a conhecer

melhor as características de cada

animal.

A experiência foi t~o boa que gos-

taria de me inscrever nos próximos

anos na Colónia de férias do ZOO e

aconselho a todos que o façam.

Leonor Marques

No dia 28/6/2018 eu e a minha me-

lhor amiga fomos ao Mcdonald’s

com as nossas m~es, com os nos-

sos pais e com os nossos irm~os/

irm~s.

A comida estava muito boa. Mas

era óbvio que estava boa (era

Mcdonald’s ) por isso (se era

Mcdonald’s). Quer dizer quem é

que n~o gosta de comer Mcdonal-

d’s?

Pois toda a gente gosta!

Mas, continuando, quando entr|-

mos no (CONCERTO DA SHAKIRA)

n~o conseguíamos ver, mas as

m~es arranjaram uma soluç~o, que

propriamente o segurança n~o

concordou, ent~o as m~es ignora-

ram e fingiram que n~o era com

elas.

O concerto foi muito giro, mas so-

bretudo porque estava com a mi-

nha melhor amiga!

Quando saímos o irm~o da minha

melhor amiga, a Mariana, adorme-

ceu com a minha irm~ mais nova e

com eles estava o pai da Mariana,

o Sérgio, e o meu pai, o Daniel.

Foi o melhor concerto da minha

vida!

Esta sim é a história do concerto

da SHAKIRA.

Pelo menos a história do concerto

da Shakira a que eu fui e por aqui

chega.

Carolina Paes Domingos

Semana no ZOO

Shakira

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O Ballet Español de Murcia, compa-

nhia fundada por Carmen e Matilde

Rubio, apresentou, no passado dia 09

de junho, no Teatro Tivoli em Lisboa,

o espet|culo Carmen.

E, como vem sendo h|bito, o nosso

Clube Galp n~o podia perder a oportu-

nidade de nos convidar a participar

nesta iniciativa, pois, neste }mbito, é

dos espet|culos mais encenadas em

todo o mundo.

Este bailado foi apresentado numa

vers~o flamenca com narrativa tr|gi-

ca, onde n~o v~o faltou o fogo e a

paix~o.

Originalmente Carmen é uma ópera da

autoria de Georges Bizet, dividida em

quatro atos.

A sua estreia ocorreu no ano de 1875,

a 3 de março, em Paris.

Esta ópera aborda a história de uma

cigana que n~o se importa de morrer

em nome da liberdade e do amor, ten-

do ao longo dos anos ganho v|rias

facetas nas encenações e leituras le-

vadas a palco no mundo inteiro.

De enaltecer a qualidade da sala, que

conseguiu conjugar em perfeita har-

monia o som e as luzes deste espaço.

Um Muito Obrigado ao Clube Galp -

Núcleo Centro por mais esta iniciativa!

Carmen