Campus de Ilha Solteira

Assunto: Resposta ao Oficio CAOS-MEC n° 005/2013.

Prezados Conselheiros,

Utilizarei o meu valioso tempo para responder ponto por ponto ao referido Ofìcio, como já o fiz em diversas outras oportunidades, pois trata-se, a meu ver, de um direito dos alunos, à moda de “jus esperneandi”. Assim seja.

1- “Foi relatado pelos alunos que na referida matéria o professor não divulgou o critério de notas que seria adotado durante o semestre”. Uma enorme inverdade, passível de fácil acareação, pois desde o primeiro dia todos sabiam que o critério adotado foi o mesmo das Ciências Térmicas, conforme acordo, de 0,6 para as provas P1 e P2 (com o mesmo peso, ambas) e uma Prova-Extra para quem justificadamente perdeu a P1 ou a P2, e 0,4 para os trabalhos, que nesse foram compostos de 10 testes, cada um de 10-15 minutos antes de cada aula, cada um com o mesmo peso. De todos os testes, 30% das piores notas seriam descartados. TODOS sabiam disso!

2- “Segundo os alunos, não é passado o assunto que será cobrado a cada novo trabalho. Também nos foi passado que não há resolução de exercícios a cada novo trabalho”. A disciplina Motores de Combustão Interna, que é terminal e altamente indisciplinar, mas obrigatória, teve a suia carga horária reduzida para apenas 30 horas. Mesmo assim, a exemplo das demais disciplinas sob meu controle, em praticamente cada aula aos alunos é entregue um exercício que deve ser resolvido individualmente em cerca de 10-15 minutos, sob o tema corrente, justamente para mantê-los estudando e resolvendo suas dúvidas. A demanda, portanto, não tem sentido algum!

3- “Outra dificuldade encontrada por ele (sic) é pelo fato de a bibliografia utilizada ser no idioma inglês e também por existirem poucos exemplares do mesmo na biblioteca. Uma proposta seria verificar a literatura em português [...]”. Quanto ao livro-texto, Internal Combustion Engines – 2nd edition, de Collin Ferguson, Wiley (2001), embora já com mais de uma década, é suficientemente compacto, rigoroso e, de certa forma, suficientemente completo, para caber em 30 horas de aula. Não existe bibliografia em Português que consiga cobrir em um volume desse tamanho a matéria da disciplina. O livro mais moderno em Português, Motores de Combustão Interna, do Franco Brunetti, da Blucher, possui dois volumes, em mais de 1000 páginas e mesmo assim não possui o rigor termodinâmico que o livro do Ferguson apresenta. Até mesmo as apostilas em Português que pudemos avaliar são muito inferiores ao que precisamos. Por outro lado, não é mais concebível que alunos praticamente engenheiros formandos reclamem de uma bibliografia técnica em língua inglesa.

4- “Adotando o critério que é utilizado pela Área de Ciências Térmicas em algumas matérias[...]” . Eles todos sabiam desde o dia um, este foi exatamente o critério por nós adotado....

5- Quanto as médias, o professor adotou o critério de que todos aqueles que possuem (sic) notas acima de 3,79 seriam aprovados, o que não condiz com o critério adotado pela UNESP”. Qual a demanda aqui? Que os alunos aprovados pelo critério de corte sejam efetivamente reprovados? Todos os alunos

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conhecem o meu rigor na ministração e cobrança da matéria e na correção das provas e trabalhos. Da mesma forma, todos os alunos sabem que quaisquer que sejam os critérios para a avaliação final de cada aluno, são SEMPRE para ajudá-lo, NUNCA para prejudicá-lo.

6- “A partir desses relatos, vários alunos que estavam para se formar, se sentiram prejudicados, uma vez que o tempo para a formação se estenderá.” O aluno é responsável pela sua própria formação e pelas suas decisões. Se ele decide não levar a disciplina a sério por achar que já está formado, é sua decisão unilateral, bem como, é óbvio, as consequências advindas de sua escolha. À guiza de informação complementar, eu afirmei a TODOS que participaram da Recuperação, que se eles conseguissem provar para mim que desempenhariam melhor do que o fizeram durante todo o semestre, isso seria levado em conta. Pois bem, de todos, apenas um aluno atendeu a esse critério e foi aprovado. Os demais, responderam da mesma forma, ou até pior, do que atuaram durante o semestre. A propósito, para que serve uma recuperação que não recupera?

7- Finalmente, com o seu mal alinhavado ofício os alunos me ensejaram a oportunidade para reiterar a minha demanda primordial. A disciplina altamente interdisciplinar Motores de Combustão Interna nunca deveria ter sido reduzida em sua carga horária para apenas 30 horas de aula. Algumas consequências dessa decisão completamente equivocada poderiam, de fato, ser objeto da reclamação dos alunos, mas, é claro, não o foram! Por exemplo, o programa fica espremido e raramente pode ser completamente ministrado, mesmo usando como apoio um livro compacto como é o Ferguson. Além disso, não há tempo suficiente para discutir exemplos detalhados e discorrer sobre assuntos importantes, tais como medição e controle de motores e desempenho de veículos. Mas na verdade quem está interessado nessa questão, cujo caráter é eminentemente pedagógico, ou seja, envolve a formação de nossos alunos?

Ilha Solteira, 12 de agosto de 2013.

Prof. Dr. Emanuel Rocha Woiski

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