CANAIS DE MARKETING · 2019. 10. 28. · (CALEFFI, 2013, p. 67). A terapia aquática tem um ótimo...

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295 EFEITOS DA TERAPIA AQUÁTICA NA REABILITAÇÃO DE MULHERES MASTECTOMIZADAS: Relato de caso EFFECTS OF AQUATIC THERAPY ON REHABILITATION OF MASTECTOMIZED WOMEN: Case report Analu Grasiela dos Santos - [email protected] Carla Carolina Mota - [email protected] Jhony Costa - [email protected] Graduandos do Curso de Fisioterapia – UniSALESIANO Lins Prof. Me. Marco Aurélio Schiavon Gabanela – UniSALESIANO Lins [email protected] Prof.ª Ma. Jovira Maria Sarraceni – UniSALESIANO Lins [email protected] RESUMO O presente estudo consiste em verificar os efeitos da terapia aquática em pacientes mastectomizadas. Possui o objetivo de mensurar as mudanças no quadro álgico, melhorar a amplitude de movimento, avaliar se há presença de linfedema e ganhar força muscular para membros superiores das pacientes mastectomizadas. Foram coletados dados pessoais de duas pacientes que realizaram o procedimento cirúrgico de mastectomia total com período de 1 a 4 anos e que procuraram o serviço de atendimento em fisioterapia no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco do UniSALESIANO/Lins-SP no setor Saúde da mulher. A proposta de avaliação foi dividida em 3 partes avaliando início, meio e final. O protocolo consistiu em 7 exercícios ativos enfatizando membros superiores, seguido pelo relaxamento e alongamentos. Para obter os resultados foi utilizado goniometria, escala visual analógica (EVA) e a prova de função muscular dos membros superiores. A abordagem fisioterapêutica apresentou resultados satisfatórios. Conclui-se que o protocolo se mostrou eficaz nos quesitos ao qual foi proposto e sua aplicação é recomendada. Palavras-chave: Goniometria. Prova de Função Muscular. Fisioterapia Oncologica. ABSTRACT The present study consists of verifying the effects of aquatic therapy in mastectomized patients. It has the objective of measuring changes in pain, improving range of motion, assessing the presence of lymphedema and gaining muscle strength for upper limbs of mastectomized patients. Personal data were collected from two patients who underwent the total mastectomy surgical procedure with a period of 1 to 4 years and who sought the physical therapy service at the Don Bosco Physical Rehabilitation Center of UniSalesiano / Lins-SP in the women's health sector. The evaluation proposal was debated in 3 parts evaluating beginning, middle and final. The protocol consisted of 7 active exercises emphasizing upper limbs, followed by relaxation and stretching. Goniometry, visual analogue scale (VAS), and upper limb muscle function were used to obtain the results. The physiotherapeutic approach presented satisfactory results. It is concluded that the protocol was effective in the issues to which it was proposed and its application is recommended.

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    EFEITOS DA TERAPIA AQUÁTICA NA REABILITAÇÃO DE MULHERES MASTECTOMIZADAS: Relato de caso

    EFFECTS OF AQUATIC THERAPY ON REHABILITATION OF MASTECTOMIZED WOMEN: Case report

    Analu Grasiela dos Santos - [email protected] Carla Carolina Mota - [email protected]

    Jhony Costa - [email protected] Graduandos do Curso de Fisioterapia – UniSALESIANO Lins

    Prof. Me. Marco Aurélio Schiavon Gabanela – UniSALESIANO Lins [email protected]

    Prof.ª Ma. Jovira Maria Sarraceni – UniSALESIANO Lins [email protected]

    RESUMO

    O presente estudo consiste em verificar os efeitos da terapia aquática em

    pacientes mastectomizadas. Possui o objetivo de mensurar as mudanças no quadro álgico, melhorar a amplitude de movimento, avaliar se há presença de linfedema e ganhar força muscular para membros superiores das pacientes mastectomizadas. Foram coletados dados pessoais de duas pacientes que realizaram o procedimento cirúrgico de mastectomia total com período de 1 a 4 anos e que procuraram o serviço de atendimento em fisioterapia no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco do UniSALESIANO/Lins-SP no setor Saúde da mulher. A proposta de avaliação foi dividida em 3 partes avaliando início, meio e final. O protocolo consistiu em 7 exercícios ativos enfatizando membros superiores, seguido pelo relaxamento e alongamentos. Para obter os resultados foi utilizado goniometria, escala visual analógica (EVA) e a prova de função muscular dos membros superiores. A abordagem fisioterapêutica apresentou resultados satisfatórios. Conclui-se que o protocolo se mostrou eficaz nos quesitos ao qual foi proposto e sua aplicação é recomendada. Palavras-chave: Goniometria. Prova de Função Muscular. Fisioterapia Oncologica.

    ABSTRACT The present study consists of verifying the effects of aquatic therapy in mastectomized patients. It has the objective of measuring changes in pain, improving range of motion, assessing the presence of lymphedema and gaining muscle strength for upper limbs of mastectomized patients. Personal data were collected from two patients who underwent the total mastectomy surgical procedure with a period of 1 to 4 years and who sought the physical therapy service at the Don Bosco Physical Rehabilitation Center of UniSalesiano / Lins-SP in the women's health sector. The evaluation proposal was debated in 3 parts evaluating beginning, middle and final. The protocol consisted of 7 active exercises emphasizing upper limbs, followed by relaxation and stretching. Goniometry, visual analogue scale (VAS), and upper limb muscle function were used to obtain the results. The physiotherapeutic approach presented satisfactory results. It is concluded that the protocol was effective in the issues to which it was proposed and its application is recommended.

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    Keywords: Goniometry. Muscle Function Test. Oncological Physiotherapy.

    INTRODUÇÃO

    O câncer é umas das principais causas de morte no mundo. Dentre todos os

    tipos de câncer, o que mais afeta o sexo feminino é o de mama. Onde são vários

    fatores que podem envolver essa situação, sendo eles fatores etiológicos,

    ambientais e genéticos. (MAJEWSKI et al., 2011).

    Em geral, o câncer de mama não dói, principalmente em sua fase inicial. O sinal mais comum é um nódulo, um caroço no seio, que pode variar de tamanho, desde muito pequeno, com menos de 1 cm, até́ grande, com vários centímetros. Esse caroço costuma ser bem endurecido e indolor. Não é muito comum encontrar uma região mal delimitada mais endurecida no seio, a pele mais rugosa e espessa ou mesmo uma área da pele retraída, repuxada. Algumas vezes, pode apenas haver vermelhidão, coceira e descamação junto à aréola e ao mamilo, chamada doença de Paget. Outros sintomas mais raros são: covinha ou enrugamento na pele, inversão e saída de secreção do mamilo, que se inicia de repente e pode ser sanguinolenta. (MACHADO, 2013, p. 4).

    A glândula mamaria é encontrada próximo da quarta costela, é um órgão par,

    visto anteriormente no tórax, superiormente apoiada no músculo peitoral maior e

    também na segunda costela, descendo inferiormente até a sexta costela. (FARIA;

    LEME; OLIVEIRA, 1994).

    O desenvolvimento das glândulas mamárias é idêntico nos fetos a termo de ambos os sexos, continuando assim, até o início da puberdade. Durante a infância, os ductos glandulares crescem lentamente e se ramificam. No sexo masculino, esse crescimento cessa na puberdade, enquanto que no feminino aumenta a partir desta época. Na puberdade, ocorre, na mulher, crescimento das mamas anatomicamente visível devido ao desenvolvimento do tecido conjuntivo, principalmente do adiposo. O desenvolvimento completo e o preparo dos alvéolos para a lactação só ocorrem de modo completo se houver gravidez a termo. (PIATO, 1995, p.1).

    De acordo com Majewski et al. (2011) existem dois tipos de cirurgia para o

    câncer de mama que são: conservadora, que consiste em uma cirurgia que retira

    apenas parte da glândula mamária que contém o tumor e normalmente não causam

    prejuízo na sobrevida total, porém há uma maior chance de recidiva do tumor e a

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    mastectomia que ocorre a retirada de toda glândula mamária que contém o tumor e

    visa aumentar a expectativa de vida da paciente.

    A mastectomia é considerada uma cirurgia radical, pois retira toda a glândula mamária. O ideal é que a reconstrução mamária (pelo menos a primeira parte) seja feita durante a mastectomia (colocação de expansores/próteses ou com retalhos de músculo e pele). Depois, pode ser necessária a realização de outra cirurgia para finalizar a reconstrução mamária, a fim de evitar o sentimento de mutilação da mulher. O mastologista é o especialista que pode indicar o tipo de cirurgia adequado para cada paciente. (CALEFFI, 2013, p. 67).

    A terapia aquática tem um ótimo efeito para pacientes mastectomizadas pois

    além de promover a melhora da amplitude do movimento (ADM), ela realiza o

    aumento da força muscular, analgesia e o relaxamento. (ELSNER; TRETIN; HORN,

    2009).

    Como em todo programa de saúde, a hidroterapia objetiva o bem-estar social do indivíduo. Quando se passa por dificuldades, o organismo tende a se desorganizar e essa desarmonia pode trazer sérias consequências físicas e/ou psíquicas. O bem-estar, não consiste apenas em respostas do corpo e da estrutura física, mas, sobretudo, de uma integração do corpo e da mente para a obtenção de resultados ideais, levando a uma perfeita condição de exercício da cidadania. (ELSNER; TRETIN; HORN, 2009, p.68).

    De acordo com Kopittke (2014), a flutuabilidade dentro da água faz com que

    os movimentos fiquem muito mais confortáveis. A amplitude de movimento e

    flexibilidade aumentam quando o paciente está dentro da água morna, assim como

    também o sistema cardiovascular trabalha de forma mais eficaz promovendo um

    treinamento aeróbico.

    As propriedades da água são ideais para alcançar objetivos terapêuticos em

    um ambiente seguro e efetivo. Muitas pessoas que não são capazes de se

    restabelecerem em clinicas de fisioterapia poderão obter os resultados pretendidos

    através de um programa de exercício na água. Além disso a água também pode

    reduzir desgastes e impactos comuns em exercícios de lazer. (WHITE, 1998).

    O objetivo deste trabalho é avaliar os benefícios da terapia aquática para

    pacientes mastectomizadas. A pergunta que norteia o trabalho é “de que maneira a

    terapia aquática auxilia as pacientes mastectomizadas?”. Para esse questionamento

    foi levantada a seguinte hipótese:

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    Espera-se que o ambiente aquático por meio da sua temperatura de

    aproximadamente 32° relaxe e melhore a amplitude de movimento das pacientes,

    além de seu quadro álgico. Através da força de resistência imposta naturalmente

    pela água é criada a expectativa de aumento da força.

    A terapia aquática proporciona diferentes resultados e reações, daquelas experimentadas em solo, incluindo a melhora da circulação periférica, favorecimento do retorno venoso, além de proporcionar um efeito massageador e relaxante. Os exercícios realizados em água aquecida são muito bem aceitos, pois o ambiente morno ajuda a abolir ou diminuir a dor e espasmos musculares. É possível obter uma suave resistência durante os movimentos nos exercícios feitos na água e, ainda, a oportunidade de treinamento em várias velocidades. (COELHO; LEMOS; LUZES, 2015 apud FERREIRA, 2008, p. 136).

    O presente trabalho trata-se relato de caso. A estrutura será dividida em

    conceitos preliminares e experimento.

    1 METODOLOGIA

    Foram coletados dados pessoais de duas pacientes que realizaram o

    procedimento cirúrgico de mastectomia, e procuraram serviço no atendimento de

    fisioterapia no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco do UniSALESIANO/Lins-SP

    no setor Saúde da mulher. Ambas pacientes realizaram mastectomia simples, sem

    linfadenectomia com a retirada total da glândula mamaria e preservação da

    musculatura. As pacientes fizeram a mastectomia em janeiro de 2018 e possuem a

    profissão do lar. Trata-se de dois relatos de caso com apresentação de resultados.

    A proposta de avaliação foi dividida em 3 partes, sendo avaliado no início,

    meio do tratamento e final. Utilizando a goniometria para avaliar a amplitude de

    movimento (ADM), perimetria para avaliar se há presença de linfedema ou não,

    escala visual analógica (EVA) utilizada para avaliar a dor e a prova de função

    muscular dos membros superiores bilaterais avaliando a força. Onde foi realizado

    uma proposta de exercícios contendo 7 exercícios ativos enfatizando membros

    superiores, seguido pelo relaxamento e finalizando as atividades com alongamentos.

    2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

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    A partir de agora, serão apresentados os resultados das pacientes que foram

    tratadas no presente estudo. Sendo denominadas como paciente 1 e paciente 2.

    Será apresentada a porcentagem (%) de diferença entre o pré e pós-atendimento.

    Especificamente com relação a paciente 1 deve-se ter uma informação, os dados

    apresentados referem-se ao início e meio do tratamento pois em virtude de

    problemas de saúde a paciente teve que interromper a pesquisa.

    2.1 Resultados da Goniometria

    Tabela 1: Evolução da goniometria em paciente 1

    Paciente 1

    INICIAL DURANTE FINAL Resultado % de diferença

    D E D E

    D E

    FLEXÃO 180 110 180 140 Não realizou 0,00% 27,27%

    ABDUÇÃO 180 105 180 135 Não realizou 0,00% 28,57%

    EXTENSÃO 60 60 60 60 Não realizou 0,00% 0,00%

    Fonte: Autores, 2018.

    Os resultados apesentados pela paciente 1 mostraram positividade em

    relação ao ganho de ADM na flexão e abdução de ombro esquerdo. Nas avaliações

    o ombro direito apresentou normalidade em todos movimentos. Em relação a flexão

    de ombro do lado esquerdo houve uma melhora de 27,27% como pode ser

    observado na tabela 1. Ao analisar o movimento de abdução é possível notar uma

    melhora de 28,57% no lado esquerdo. Quanto a extensão já estava com a amplitude

    normalizada no início do tratamento. A paciente 1 realizou apenas 5 sessões, o

    tratamento foi interrompido devido a pedido médico decorrente do início do

    tratamento quimioterápico

    Tabela 2: Evolução da goniometria em paciente 2

    Paciente 2

    INICIAL DURANTE FINAL Resultado Final

    D E D E D E D E

    FLEXÃO 180 160 180 166 180 178 0,00% 11,25%

    ABDUÇÃO 180 161 180 169 180 177 0,00% 9,94%

    EXTENSÃO 60 60 60 60 60 60 0,00% 0,00%

    Fonte: Autores, 2018.

  • 300

    Os resultados do paciente 2 mostraram evolução em relação ao ganho de

    ADM. Nas avaliações o ombro direito apresentou normalidade em todos os

    movimentos. Em relação a flexão de ombro do lado esquerdo houve uma melhora

    de 11,25% como pode ser observado na tabela 2. Ao ser analisado o movimento de

    abdução se nota uma melhora de 9,94%. Quanto a extensão já estava com a

    amplitude normalizada no início do tratamento. Foram realizadas 10 sessões com

    essa paciente.

    2.2 Resultados da Perimetria

    A perimetria foi realizada de 5 em 5 centímetros, sendo o primeiro ponto

    correspondente a articulação do ombro, região axilar e o último na articulação do

    punho, totalizando nove pontos.

    Com relação a paciente 1 não foi obtido nenhum resultado no membro

    superior esquerdo em virtude desse estar sendo utilizado durante o procedimento de

    quimioterapia. A paciente realizou apenas 5 sessões e o tratamento teve de ser

    interrompido devido a pedido médico decorrente do início do tratamento

    quimioterápico.

    Como pode ser observado na tabela 3 o membro superior direito teve uma

    melhora de 3% nos dois primeiros pontos e os demais se mantiveram estabilizados.

    Na média o membro citado melhorou 0,66%.

    Tabela 3: Evolução da perimetria em paciente 1

    INICIAL DURANTE FINAL Resultados

    Direito Esquerdo Direito Esquerdo Direito Esquerdo D E

    5cm 35 34 34 34 Não realizou Não realizou 3% 0%

    10cm 34 33 33 33 Não realizou Não realizou 3% 0%

    15cm 30 29 30 29 Não realizou Não realizou 0% 0%

    20 cm 26 26 26 26 Não realizou Não realizou 0% 0%

    25cm 25 25 25 25 Não realizou Não realizou 0% 0%

    35cm 21 21 21 21 Não realizou Não realizou 0% 0%

    40cm 18 17 18 17 Não realizou Não realizou 0% 0%

    45cm 18 17 18 17 Não realizou Não realizou 0% 0%

    50cm 16 16 16 16 Não realizou Não realizou 0% 0%

    média 0,66% 0,00%

    Fonte: Autores, 2018.

  • 301

    Com relação a perimetria da paciente 2 todos os parâmetros foram os

    mesmos utilizados, porém nesse caso houve evolução nos dois membros.

    A tabela 4 mostra que o membro superior direito teve uma melhora média de

    4,33% enquanto o esquerdo 0,54%. É importante ressaltar que mesmo que tenha

    ocorrido redução na perimetria do lado esquerdo, a paciente não apresentou o

    quadro de linfedema.

    Tabela 4: Evolução da perimetria em paciente 2

    INICIO DURANTE FINAL Resultados

    Direito Esquerdo Direito Esquerdo Direito Esquerdo D E

    5cm 30 28 29 28 28 28 7% 0%

    10cm 28 26 27 26 26 26 8% 0%

    15cm 26 24 25 24 24 25 8% -4%

    20cm 25 23 24 22 23 22 9% 5%

    25cm 22 22 22 22 22 22 0% 0%

    35cm 22,5 21 21 20 21 19 7% 11%

    40cm 20 19 19 19 20 19 0% 0%

    45cm 17 17 17 17 17 17 0% 0%

    50cm 16 15 16 16 16 16 0% -6%

    média 4,33% 0,54%

    Fonte: Autores, 2018.

    2.3 Resultados da Escala Visual Analógica

    Tabela 5: Evolução da EVA da paciente 1.

    Paciente 1 EVA

    Inicial Durante Final Resultado final

    Grau de dor 6 3 não realizou 50%

    Fonte: Autores, 2018.

    Com relação a escala de dor representado pela EVA, pode ser observada

    uma melhora de 50% da dor entre o início do tratamento e a metade das seções, a

    expectativa era de zerar a dor da paciente, porém por motivos já elucidados a

    mesma não conseguiu terminar as seções.

  • 302

    Tabela 6: Evolução da EVA da paciente 2.

    Paciente 2 EVA

    Inicial Durante Final Resultado final

    Grau de dor 5 0 0 100%

    Fonte: Autores, 2018.

    Com relação a paciente 2 os resultados apresentados foram ainda melhores,

    a dor foi totalmente eliminada, conseguindo zerar os parâmetros através do

    protocolo proposto.

    2.4 Resultados da Prova de função muscular

    Pode ser observado com relação à prova de função muscular que a paciente

    avaliada já se apresentou em uma ótima condição de força muscular. Condição essa

    que foi mantida durante o tratamento. Os resultados mostram que o protocolo não

    teve interferência nesse parâmetro, haja em vista que já se encontrava em ótima

    situação.

    Tabela 7: Evolução da prova de função da paciente 1.

    Paciente 1 Prova de Função Muscular – Deltoide

    Inicial Durante Final

    Contra Resistência Máxima 5 5 5

    Fonte: Autores, 2018.

    Pode ser observado com relação a prova e função muscular que a paciente 1

    avaliada já se apresentou em uma ótima condição de força muscular. Condição essa

    que foi mantida durante o tratamento. Nesse caso não foi possível concluir se o

    protocolo teve interferência na condição de força muscular devido a condição prévia

    apresentada pelas duas pacientes.

    Tabela 8: Evolução da prova de função da paciente 2

    Paciente 2 Prova de Função Muscular - Deltoide

    Inicial Durante Final

    Contra Resistência Máxima 5 5 5

    Fonte: Autores, 2018.

  • 303

    Pode ser observado com relação a prova e função muscular que a paciente 2

    avaliada já se apresentou em uma ótima condição de força muscular. Condição essa

    que foi mantida durante o tratamento. Os resultados mostram que o protocolo não

    teve interferência nesse parâmetro, haja em vista que já se encontrava em ótima

    situação.

    De acordo com Bellé; Santos (2014), o termo câncer remete a uma centena

    de doenças, todas elas correspondem ao crescimento desordenado de células, seu

    caráter de malignidade condiz com a invasão de tecidos e órgãos. O câncer tem o

    poder de espalhar-se para outras regiões e órgãos, quando surge um segundo

    câncer em outra região dizemos que ocorreu uma metástase.

    O câncer de mama tem se tornado um assunto cada vez mais explorado

    devido ao aumento de sua incidência e alto índice de mortalidade, é o que mais

    acomete mulheres e o segundo tipo mais comum dentre todos os cânceres. O

    tratamento cirúrgico tende a causar medo pelas suas consequências, muitas

    pacientes apresentam além de alterações na consciência corporal e interação com a

    sociedade, complicações na amplitude do movimento e até mesmo linfedema.

    Segundo o Giacon et al. (2013), realizou um protocolo de exercícios com 18

    pacientes do gênero feminino, recrutadas voluntariamente da Liga Sorocabana de

    Combate ao Câncer (LSCC), e que estavam em acompanhamento médico no

    conjunto hospitalar de Sorocaba. O protocolo era constituído por 10 seções com

    duração de 30 a 40 minutos e com frequência de uma vez por semana. O protocolo

    realizado apresentava 19 exercícios ativos enfatizando os membros superiores e

    sendo avaliados os movimentos de: flexão, abdução, extensão, adução, rotação

    lateral/medial, mudando sua posição ortostática em decúbito dorsal e lateral.

    A distribuição dos dados foi verificada através do teste de Shapiro-Wilk,

    comprovando-se a normalidade para todas as variáveis estudadas. Os resultados

    apresentados nesse estudo foram positivos com relação ao ganho de amplitude de

    movimento do lado que foi realizado o procedimento cirúrgico de mastectomia

    simples.

    Comparando o presente estudo com o do Giacon et al. (2013), os dois

    estudos foram constituídos por 10 seções, tendo como foco realizar exercícios ativos

    para membros superiores. A diferença é que no estudo de Giacon o protocolo era

    composto por 19 exercícios ativos, já o presente estudo tinha 7 exercícios ativos,

    seguindo por um período de relaxamento e finalizando com 10 manobras de

  • 304

    alongamentos. Ambos estudos apresentaram ganho na amplitude de movimentos.

    Segundo Retti et al. (2013), nessa pesquisa, as mulheres que se

    enquadraram foram as que tiveram quadrandectomia associada à linfadenectomia

    axilar ou mastectomia. Foram avaliados dados pessoais e dados oncológicos. Foi

    utilizado o goniômetro para saber a amplitude de movimento na articulação do

    ombro em 10 sessões, sendo 3 vezes na semana. Também foi realizado um

    questionário chamado DASH (Deficiência do ombro, braço e mão), que avalia

    desempenho funcionais e sintomas físicos levando em conta 30 questões.

    O tratamento foi constituído de mobilização de cicatriz e alongamento de

    diversos grupos musculares utilizando exercícios ativos livres em todos os planos de

    movimento, sendo composto por 15 séries. Em análise estatística foi usado o

    programa BioEstat 5.0 e os testes para confrontar a ADM e os escores da DASH.

    Em comparação, a maioria das mulheres avaliadas eram casadas, do lar e

    não possuíam doenças associadas, sendo parecidas com o resultado encontrado na

    atual pesquisa. Em questão de goniômetria a ADM de movimentos que era menor

    no membro contralateral teve uma grande melhora após os exercícios

    fisioterapêuticos, correlacionando resultados que também tiveram um ótimo

    desempenho no presente estudo.

    O estudo de Pereira, Vieira e Alcântra (2004) realizou um protocolo de

    atendimento para pacientes que realizaram mastectomia do tipo Madden visando

    melhorar a ADM e a evolução do linfedema. O protocolo associou alongamentos de

    membro superior (MS), mobilização escapular, exercícios passivos e ativos de

    ombro e a partir da 3° sessão foi ensinada a automassagem. As sessões ocorreram

    duas vezes na semana e cada sessão durou 45 minutos. Foram acompanhadas 44

    pacientes, onde 33 participaram até ter a alta das sessões (Grupo A), e 11

    desistiram do tratamento (Grupo B).

    Os resultados desse estudo foram positivos, ao final as pacientes do Grupo A

    apresentavam a média de flexão de 174° enquanto que o Grupo B apresentou a

    média de 128°. Para a abdução de ombro o Grupo A a média foi de 175° e o grupo B

    apresentou a média de 121°. O quadro de linfedema se instalou em 4 pacientes.

    Comparando o presente estudo com o de Pereira, Vieira e Alcântra os

    resultados da paciente 2 que realizou todas as sessões apresentaram uma flexão

    final de 178° e uma abdução de 177° enquanto que os pacientes do Grupo A

    apresentaram flexão de 174° e uma abdução de 175°. Enquanto que a paciente 1

  • 305

    que realizou apenas 5 sessões apresentou uma flexão final de 140° e uma abdução

    de 135° e o grupo B uma média de 128° de flexão e abdução em 121°. Sobre os 4

    casos de surgimento de linfedema, neste estudo não houveram casos devido à

    ausência de linfadenectomia.

    Segundo Silva (2013) foi realizado estudo com participantes mulheres pós

    mastectomizadas do tipo mastectomia simples e quadrantectomia associada a

    linfadenectomia, contou como métodos para que os dados pessoais e clínico-

    cirúrgicos registrados a partir dos prontuários disponíveis no local do estudo. O

    goniômetro serviu para mensurar a ADM de ombro homolateral e contralateral,

    apenas para o controle. Todos os movimentos em posição ortostática, menos os de

    rotação que são em posição dorsal.

    Outro ponto avaliado foi a qualidade de vida das pacientes, pelo European

    Organization for Research and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire C-

    30 (EORTC QLQ-C30), versão 3.012 seguido do módulo especifico para câncer de

    mama Breast câncer module e (EORTC BR-23)13. Foram feitas 10 sessões

    compostas em 3 vezes na semana e os exercícios realizados foram mobilização

    passiva da articulação glenoumeral e escapulo torácica, mobilização cicatricial,

    alongamento de musculatura cervical e MMSS, exercícios pendulares e ativos-livres

    em flexão, extensão, abdução, adução, RM e RL de ombro, aplicados isoladamente

    ou combinados.

    Os resultados foram positivos, com uma melhora na função física e uma

    diminuição na dor. Todos os escores da escala de função aumentaram e da escala

    de sintomas diminuíram e as referentes as questões especificas EORTC QLQ BR-23

    também tiveram uma diminuição significativa, comparando ao presente estudo que a

    escala de dor foi feita pela EVA em que as pacientes relatavam antes e depois em

    uma escala de 1 a 10 qual sua dor, em que um fosse menos dor e o 10 o máximo de

    dor. Os resultados também foram significativamente positivos, assim como os da

    melhora da função.

    CONCLUSÃO

    A abordagem fisioterapêutica através da terapia aquática apresentou

    resultados satisfatórios quanto a amplitude de movimento do ombro nos movimentos

    de flexão e abdução. Com relação a perimetria poucas alterações foram

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    apresentadas, vale ressaltar que em nenhum dos casos houve formação de

    linfedema. Quanto ao quadro álgico, uma das pacientes finalizou sem dor na região

    da cicatriz e a outra teve sua dor reduzida pela metade através de mensuração feita

    pela escala visual analógica, mostrando assim eficácia nessa variável.

    Na prova de função muscular ambas pacientes se apresentaram com o

    melhor resultado possível e assim se mantiveram até o final. Conclui-se que o

    protocolo se mostrou eficaz nos quesitos ao qual foi proposto e sua aplicação é

    recomendada.

    REFERÊNCIAS

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    PIATO, Sebastião. Mastologia. São Paulo: Roca, 1995.

    WHITE, Martha D. Exercícios na água. São Paulo: Manole, 1998.