1 1. INTRODUÇÃO 1.1. Abordagem do câncer de mama O câncer ...
CÂNCER
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CÂNCER
A palavra Câncer é empregada para descrever um complexo e heterogêneo
grupo de estados patológicos no qual as células proliferam descontroladamente e invadem
tecidos vizinhos. Outra forma de denominação do câncer é neoplasia, que significa
literalmente “novas proliferações” ou multiplicação progressiva de células, e estas podem se
iniciar a partir de células normais em qualquer tecido sadio.
Durante o desenvolvimento normal e ao longo da vida adulta, sistemas genéticos de
controle regulam o equilíbrio entre o nascimento celular e morte em resposta a sinais de
crescimento, sinais inibidores do crescimento, e sinais de morte.
Ciclo celular: Em alguns tecidos adultos, a proliferação celular ocorre continuamente
como uma estratégia de tecido-renovação constante. Células epiteliais intestinais , por
exemplo, vivem apenas alguns dias antes de morrer e são substituídas; determinados glóbulos
brancos são substituídos rapidamente, e células da pele normalmente sobrevivem por apenas
2-4 semanas. As células em muitos tecidos de adulto, no entanto, normalmente não
proliferam, exceto durante os processos de cura. Tais células estáveis (por exemplo,
hepatócitos, células do músculo cardíaco, os neurônios) podem permanecer funcionais por
longos períodos ou mesmo durante toda a vida de um organismo.
O câncer é uma enfermidade de caráter genético, que se produz ao serem eliminadas
as restrições que limitam a divisão celular em células de tecidos já diferenciados e na maioria
dos casos é uma enfermidade adquirida e, com freqüência, de caráter irreversível.
Com base em alterações genéticas relacionadas com a presença de mutações
(alterações produzidas na estrutura ou no número de genes que se transmite aos descendentes
por herança), translocações (mudança de um segmento de cromossomo para a outra parte de
um cromossomo homólogo ou ao interior de um cromossomo não homólogo) ou deleções
(forma de alteração cromossômica que consiste na perda de uma porção de um cromossomo).
O câncer geralmente é derivado mutações causadas por exposição a produtos
químicos ou radiações carcinogênicas. Mutações que causam câncer ocorrem principalmente
em células somáticas, não nas células de linhagem germinativa, e mutações somáticas não
são passadas para a próxima geração. Em contraste, determinadas mutações herdadas, que
são transportadas na linhagem germinativa, aumentam a probabilidade de que câncer irá
ocorrer em algum tempo. Numa destrutiva parceria, mutações somáticas podem se combinar
com mutações herdadas para causar o câncer.
Mutações em duas grandes classes de genes têm sido implicadas no aparecimento de
câncer: proto-oncogenes e genes supressores tumorais. Os genes em ambas as classes
codificam proteínas que ajudam a regular o nascimento celular (isto é, a entrada e a
progressão através do ciclo celular) ou de morte celular por apoptose; outros codificam
proteínas que participam reparação de DNA danificado.
Proto-oncogenes são ativados para se tornarem oncogenes por mutações que fazem o
gene ser excessivamente ativo na promoção do crescimento celular. Oncogenes são genes
envolvidos com o processo de proliferação celular que, quando superexpressos, promovem o
fenótipo maligno. Superexpressão pode ser causada por mutação, rearranjo cromossômico ou
amplificação gênica (geração de novas cópias).
Exemplos:
MYC (codifica fator de transcrição nuclear pró-proliferativo. Mutaçãopode aumentar
a expressão desse gene e a proliferação celular.)
RET (codifica receptor celular que pode sofrer mutação e se tornar ativo sem ligação
do respectivo fator de crescimento)
RAS (codifica proteína de transdução de sinal proliferativo que pode se tornar ativo
mesmo sem receber sinal anterior – produzindo continuamente sinal)
Genes supressores tumorais normalmente contêm o crescimento, de modo que
danos nesses genes permitem o crescimento inadequado. São genes que em seu estado normal
codificam uma proteína inibitória do crescimento ou da proliferação celular, ou seja, os GST
mantêm a integridade a nível celular.
Exemplos:
TGFBR – receptor que inibecrescimento celular em resposta à citocina TGF beta
Rb – regula o cilo celular
NF1 – inibe a transdução de sinal proliferativo RAS
APC – inibe a transdução do sinal proliferativo
gene p53 - é um GST e que possui ciclo celular no “ponto de checagem (checkpoint)”
G1/S (intervalo 1/síntese). Quando ocorre uma alteração no DNA a p53 se acumula e através
de induções e ativações o ciclo é detectado e mantido corretamente. Caso a p53 falhe o ciclo
continuará mantendo a alteração no DNA levando a mutação do gene.
O que ocorre é um crescimento descontrolado de um grupo de células dentro de um
tecido fazendo com que, na maioria das vezes, se inicie a produção de uma massa celular
diferenciada do resto, denominado tumor.
Este tumor pode ser:
1 - Não invasivo: constituído por um conjunto de células que permanecem
“encapsuladas” no local de origem sem produzir maiores danos aos tecidos adjacentes. Neste
caso considera-se o tumor como benigno.
2 - Invasivo: quando somamos ao crescimento e proliferação descontrolados a
propriedade de invasão e dispersão a outros tecidos com produção de metástase, neste caso o
tumor será catalogado como maligno.
Biológica e clinicamente a classificação mais importante dos tumores se encontra
entre tumores benignos e malignos, dos quais somente estes últimos são considerados
propriamente cânceres:
- Tumor benigno:
1) não necessariamente avança para a malignidade,
2) se mantêm parecido com o tecido de origem,
3) nem todos os tipos de tecidos podem estar implicados
4) muitas vezes estão separados do tecido normal por uma espécie de cápsula de tecido
conjuntivo.
Citologicamente não se diferenciam muito de células normais e os problemas clínicos
surgem, em muitos casos, de maneira indireta por pressão da massa tumoral sobre nervos ou
outros tecidos próximos;
- Tumor maligno: ao contrário do anterior apresenta numerosas anormalidades citológicas,
tais como:
1) variações na forma e tamanho,
2) aumento da densidade e tamanho do núcleo celular,
3) mitoses anormais,
4) não se “encapsulam”,
5) destroem a membrana basal invadindo vasos sangüíneos e nódulos linfáticos.
Metástase é um tumor secundário originado pela disseminação de células cancerosas
procedentes de um primeiro tumor (ou tumor primário).
A metástase é um processo complexo com muitos passos. Invasão de novos tecidos
não é aleatória, dependendo da natureza tanto a célula de metastização e o tecido invadido.
Metástase é facilitada se as células tumorais produzem crescimento e angiogénese fatores
(indutores de crescimento de vasos sanguíneos). Células com motricidade, invasivas,
agregáveis e deformáveis são as mais perigosas. Tecidos sob ataque são mais vulneráveis se
eles produzem fatores de crescimento e prontamente crescem novas vascularizações.
MUDANÇAS CELULARES QUE CARACTERIZAM O CÂNCER.
Durante a carcinogênese, seis propriedades celulares fundamentais
são alteradas, como se mostra aqui, para dar origem ao completo, mais
destrutivo fenótipo do câncer. Tumores menos perigosos surgem quando
apenas algumas dessas mudanças ocorrem.
Células neoplásicas exibem simultaneamente seis fenótipos que conferem vantagem
proliferativa:
- auto-suficiência em sinais proliferativos (independem de fatores de crescimento)
- insensibilidade aos sinais proliferativos (insensíveis aos inibidores de crescimento)
- evasão da apoptose
-potencial replicativo ilimitado (imortalidade)
- Angiogênese sustentada
- invasão e metástase
BIBLIOGRAFIAhttp://pt.slideshare.net/caroline41/biologia-moleculardocancerLODISH, H et al., Biologia Celular e Molecular. 5 ed. ArtMed, Porto Alegre, 2005.
OLIVEIRA-JÚNIOR, Itamar S. CÂNCER DE PULMÃO E BIOLOGIA
MOLECULAR: CONCEITOS BÁSICOS. UNIFESP-EPM