CÂNCER DE ESTÔMAGO

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FAHESA – Faculdade de Ciências Humanas, Econômicas e da Saúde de Araguaína ITPAC – Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Ltda. CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM CÂNCER DE ESTÔMAGO ESTUDO DE CASO Raab Moreira de Araújo

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FAHESA – Faculdade de Ciências Humanas, Econômicas e da Saúde de Araguaína

ITPAC – Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Ltda.

CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

CÂNCER DE ESTÔMAGO

ESTUDO DE CASO

Raab Moreira de Araújo

Araguaina/TO

Out./2013

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Raab Moreira de Araújo

CÂNCER DE ESTÔMAGO

ESTUDO DE CASO

Trabalho apresentado como requisito

parcial para a obtenção de nota na

disciplina de Assistência de enfermagem

em Oncologia.

Araguaina/TO

Out./2013

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CÂNCER DE ESTÔMAGO

1. CONTEXTUALIZAÇÃO

O câncer de estômago de estômago é a segunda causa de morte por câncer no mundo, e quase dois terços dos casos ocorrem em países em desenvolvimento. A maioria dos casos de CA de estômago se iniciam a partir da infecção por HelicobacterPylori (H. Pylori). A mortalidade por câncer de estômago exibe uma definida graduação socioeconômica, sendo as taxas nos grupos sociais mais baixas aproximadamente o dobro da verificada nos estratos socioeconômicos superiores.

O adenocarcinoma é o tipo mais comum de neoplasia maligna no estômago, corresponde a 94,5% de todos os casos. A doença é freqüente no Brasil e apresenta variações regionais, sendo mais comum em estados do sul e sudeste e menos comum em estados do norte como o Pará e o Amazonas.

Em 1980 o câncer de estômago era a neoplasia mais comum no mundo, cerca de 896.000 pacientes desenvolveram a doença a cada ano, mas nas últimas décadas tem se observado um declínio acentuado nas taxas de incidência e mortalidade pela neoplasia. Apesar de o câncer de estômago ter diminuído sua incidência em homens, o sexo masculino ainda representa a maioria dos casos.

2. FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE ESTÔMAGO

2.1 Infecção pelo H. pylori

Como já foi dito anteriormente a infecção pelo H. pylori tem surgido como a principal causa relacionada com o surgimento do câncer de estômago devido à sua ação lesiva sobre a mucosa gástrica causando alterações que posteriormente pode vir a evoluir para o surgimento da neoplasia.

2.2 Alimentos defumados e riscos em sal

Apesar de o câncer de estômago ser atualmente a segunda maior causa de morte por câncer no mundo, há algumas décadas sua incidência era muito maior o que pode ser relacionado com o fato de algumas décadas atrás ser comum o uso do sal para a conservação de alimentos. Estudos revelam que o sal além de lesar a mucosa gástrica facilitando a ação de genotóxicos, facilita a carcinogênese no estômago, aumenta a absorção de hidrocarbonetospolicíclicos aromáticas que são substâncias carcinogênicas.

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2.3 Carência de vitamina C

A vitamina C é um importante protetor contra o desenvolvimento do câncer de estômago, visto que estas agem inibindo a formação dos N-compostos (N-nitrosamidas e N-nitrosamidas), substâncias formadas com a interação entre um grupo de nitrogênio secundário. Essas substâncias foram consideradas de risco para o surgimento do câncer por estar presente na alimentação da maioria da população na qual se realizou um estudo dirigido. A exposição aos NOC causada pela dieta ou pela síntese endógena se mostrou importante para a síntese do câncer de estômago.

2.4 Tabagismo e Etilismo

O uso do fumo e do álcool está relacionado ao surgimento da maioria dos cânceres. Os indivíduos que fazem uso de cigarro e de álcool conjuntamente tem um risco ainda maior de desenvolver diversos tipos de cânceres entre eles o câncer de estômago.

O câncer de estômago se desenvolve a partir de uma alteração inicial na mucosa gástrica a qual pode ser desencadeada por diversos fatores, à partir dessa alteração e a interferência de diversos outros fatores evolui e desenvolve o câncer de estômago. Estudos da mucosa gástrica em populações de alto risco têm revelado uma série de lesões que sequencialmente evoluíram da condição normal para gastrite crônica não atrófica (GCNA), que evoluíram para gastrite atrófica (GA) e metaplasia intestinal (MI) e, finalmente para displasia.

3. SINAIS E SINTOMAS DO CÂNCER DE ESTÔMAGO

O sintomas relacionados ao câncer gástrico, principalmente em sua fase inicial, são frustos e habitualmente se confundem com os de outras doenças pépticas . Raramente ocorre a descoberta do câncer ainda na forma assintomática, isso ocorre devido a falta de programas de esclarecimento populacional e da classe médica e, muitas vezes da dificuldade de acesso ao exame endoscópico do trato digestivo alto. É importante a detecção do câncer em estágio inicial pois isto proporciona um melhor prognóstico pro paciente e maior possibilidade de cura.

A sintomatologia inicia-se por dor epigástrica, sintoma este que pode prevalecer por um período de em média 12 meses. Com a evolução da doença e a ausência de tratamento podem surgir sintomas como a sensação de plenitude gástrica. Este sintoma pode surgir ainda na fase inicial da doença, no período onde ainda é classificada como Câncer Gástrico Precoce (CGP).

Na fase mais avançada da doença surgem sintomas que devido a gravidade “obrigam” o paciente a procurar ajuda médica. A epigastralgia se

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intensifica, a sensação de plenitude gástrica torna o paciente anorexo levando ao emagrecimento, surgem episódios de emese freqüentes devido a náusea intensa.

O achado de hepatomegalia, ascite, aumento do linfonodo de Virchow (em localização supraclavicuar esquerda, também conhecido como sinal de Troisier), nódulos umbilicais (sinal de Sister Mary Joseph), aumento do linfonodo axilar esquerdo (sinal de Irish) e nodulações do fundo de as de Douglas ao toque retal (sinal das prateleiras de Blumer) são indicativos da doença avançada.

4. DIAGNÓSTICO DO Ca GÁSTRICO

O exame endoscópico é o método de escolha no diagnóstico do câncer do estômago do câncer do estômago. Permite além da descrição macroscópica da lesão , que muitas vezes é característica, a realização de biópsia para a confirmação. A precisão diagnóstica é superior a 90%, principalmente se pelo menos 4 fragmentos de biópsia são retirados da lesão.

Em certos casos, o emprego da macroscopia pode aumentar o índice de diagnóstico dos tumores, sobretudo aqueles localizados no terço superior do estômago.

O desenvolvimento do método endoscópico de exame do tubo digestivo superior permite despistar com facilidade o câncer gástrico em sua fase precoce, diante da ocorrência de modesta sintomatologia dispéptica própria desta fase da doença, este método tem permitido a identificação de tumores menores que 1 cm ou menos que 0,5cm.

5. CLASSIFICAÇÃO DO Ca DE ESTÔMAGO

Existem diversas classificações relacionadas a histologia do câncer de estômago. Serão analisadas duas classificações consideradas as mais importantes para a avaliação histológica do tumor maligno gástrico: a classificação de Lauren, a classificação, a classificação de Nakamura e Iryia. Esta última é a atualmente aceita pela Sociedade Brasileira de Patologia e empregada pela Associação Brasileira de Câncer Gástrico.

5.1 Lauren

A maioria dos cânceres gástricos são adenocarcinomas e apresentam dois tipos histológicos básicos: o tipo intestinal e o tipo difuso, segundo a classificação de Lauren.

O câncer de estômago de tipo intestinal revela a presença de metaplasia substituindo o epitélio gástrico por elementos histológicos que reproduzem o

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epitélio duodenal. O tipo intestinal se caracteriza pela presença de células neoplásicas coesas formando estruturas tubulares e uma massa discreta, ao passo que no tipo difuso as células cancerosas infiltram-se difusamente na parede do estômago. Enquanto o tipo intestinal apresenta uma estrutura globular definida, às vezes com papila ou componentes sólidos, o tipo difuso é composto por células separadas ou pequenos agrupamentos de células com secreção mucinosa distribuída por todo o citoplasma das células, ou, se extracelular, dispersa no estroma.

Os estágios pré-cancerosos do tipo intestinal são prolongados e bem definidos e resultam na transformação de uma mucosa gástrica normal em mucosa de tipo intestinal. As mudanças morfológicas observadas são classificadas basicamente em três categorias: inflamação, atrofia e perda de diferenciação celular. Os estágios pré-cancerosos do tipo difuso já não são tão longos e tão bem definidos quanto o tipo intestinal.

Do ponto de vista histopatológico, a classificação de Lauren para o câncer de estômago em tipo intestinal e difuso tem recebido especial atenção por parte dos investigadores em função de sua relativa simplicidade e aplicabilidade.

A importância do tipo histopatológico na análise epidemiológica do câncer gástrico resulta do fato de que o tipo intestinal é mais freqüente em áreas onde o risco de desenvolver a doença é mais elevado, enquanto o tipo difuso tem freqüência similar em áreas de alto e baixo risco. Do ponto de vista da distribuição por gênero e idade, o tipo intestinal é mais freqüente em homens, sobretudo em faixas etárias mais avançadas; por outro lado, o tipo difuso apresenta a razão de casos entre homens e mulheres próxima à unidade. Em função destas diferenças sugerem que os tumores gástricos do tipo intestinal e do tipo difuso são, na realidade, doenças distintas, com características próprias e fatores de risco específicos.

5.2 Nakamura e Iriya

A classificação aceita pela Sociedade Brasileira de Patologia e Empregada pela Associação Brasileira de Câncer Gástrico (ABCG) é baseada nas publicações de Nakamura e Iriya a qual baseia-se na histogênese do câncer:

-Adenocarcinoma do tipo intestinal de Irya: origina-se em área de mucosa intestinalizada, sendo habitualmente bem definidos. São compostos por ploriferação de glândulas tubulares simples ou ramificadas, com lúmen bem definido, às vezes com projeções papilares, assumindo padrões papilíferos, tubulopapilíferos ou tubulares. As células colunares apresentam borda em escova, núcleo ovalado ou redondo e diferentes graus de atipia. O estroma é rico em capilares sanguíneos, o que propicia as metástases hematogênicas. Quando a neoplasia tem túbulos de lúmen estreito, com células menos diferenciadas , é classificada como moderadamente diferenciadas.

-Adenocarcinoma do Tipo Gástrico de Iryia: tem origem em área de mucosa gástrica própria.

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-Adenocarcinoma Tubular: apresenta túbulos ou papilas formadas por células colunares, sem bordas em escova e semelhante à célula faveolar gástrica. São mais freqüentes na cárdia e no corpo alto.

-Adenocarcinoma Microtubular: nesta classificação observa-se ploriferação de túbulos pequenos revestidas por células cúbicas com pouco citoplasma e núcleo relativamente grande, redondo e hipercromático.

-Adenocarcinoma Mucinoso: possui mucocelular (com células em anel de sinete) é a forma mais comum entre os gástricos . A célula em anel de sinete apresenta-se de diversas formas , desde a forma mais clássica até uma forma plasmocitóide.

-Adenocarcinoma Mucinoso Mucocelular: é uma variante da mucocelular em que o muco é predominantemente extracelular, localizado em lacunas do intestício.

-Adenocarcinoma pouco diferenciado: é formado por cordões de células esboçando padrão tubular ou formando pequenos grupamentos.

6. ESTADIAMENTO

O estadiamento do câncer gástrico mais aceito é o da AJCC (American Joint Committee on Cancer), e a classificação TNM mais utilizada é a da UICC (União Internacional Contra o Câncer), traduzida pelo INCA/Ministério da Saúde (14,15).

Ressalta-se que há discussão sobre a utilização desta classificação para a definição de tratamento e o estabelecimento do prognóstico dos casos, uma vez que as recomendações terapêuticas encontradas nos estudos baseiam-se em diversas versões dela, com variações significativas, como ocorreu entre a 6ª edição, de 2002, e a 7ª edição, de 2010 e que se resume a seguir:

 

RESUMO DA CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA TNM (14)

Tx O tumor não pode ser avaliado.

NX Os linfonodos regionais não podem

ser avaliados.

T0Sem evidência de tumor

primário N0Sem invasão linfática

regional.

Tis Tumor in situ/displasia de alto grau: tumor intraepitelial sem

invasão da lâmina própria

N1 1 a 2 linfonodos regionais acometidos.

T1 O tumor invade a lâmina própria ou muscular da

N2 3 a 6 linfonodos regionais acometidos.

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mucosa (T1a) ou submucosa (T1b).

T2 O tumor invade a muscular própria.

N3 7 ou mais linfonodos regioanais

acometidos.

T3 O tumor invade a subserosa.

N3a 7 a 15 linfonodos regionais acometidos.

T4 O tumor perfura a serosa (T4a) ou invade estruturas adjacentes

(T4b).

N3b

16 ou mais linfonodos regionais acometidos.

M0 Sem metástase à distância

M1 Metástase à distância

GRUPAMENTO POR ESTÁDIOS CLÍNICOS (EC) (14)

EC 0 Tis N0 M0

EC IA T1 N0 M0

EC IB T2 N0 M0

T1 N2 M0

EC IIA T3 N0 M0

T2 N1 M0

T1 N2 M0

EC IIB T4a N0 M0

T3 N1 M0

T2 N2 M0

T1 N3 M0

EC IIIA T4a N1 M0

T3 N2 M0

T2 N3 M0

EC IIIB T4b N0, N1 M0

T4a N2 M0

T3 N3 M0

EC IIIC T4a N3 M0

T4b N2, N3 M0

EC IV Qualquer T Qualquer N M1

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7. TRATAMENTO DO CÂNCER DE ESTOMAGO

7.1 CIRURGIA

O único tratamento curativo do câncer gástrico é a cirurgia. Tumores extremamente precoces podem ser removidos por endoscopia. Os demais pacientes são candidatos a uma gastrectomia (cirurgia retirada do tumor do estômago), que pode ser total, em que todo o estômago é removido, ou subtotal, em que uma parte do órgão é preservada. 

O paciente pode manter uma vida praticamente normal a despeito da falta do estômago, com algumas adaptações. Cuidados com a alimentação são necessários, mas a rigor a principal modificação será a necessidade de se fazer refeições em maior número, porém em menores quantidades.

O primeiro local para o qual o tumor do estômago se dissemina são os linfonodos. Estes se encontram em toda a extensão do órgão e ao longo dos vasos que o nutrem de sangue. Como parte do tratamento cirúrgico, é obrigatório, que todos esses linfonodos sejam retirados, diferente de uma cirurgia para úlcera ou outra doença benígna. O procedimento para essa remoção é a linfadenectomia D2, que acompanha a gastrectomia. Se não retirados, os linfonodos, ou gânglios, como chamados popularmente, são um importante local de retorno da doença. Casos em que este procedimento não deve ser realizado são exceção.

Para determinar quais são estes pacientes é necessária a avaliação multidisciplinar por especialista em câncer desde o primeiro momento do tratamento. 

Os exames mencionados anteriormente são de suma importância e devem ser realizados previamente à cirurgia. Muitas vezes a quimioterapia deve ser administrada previamente à cirurgia. A literatura médica mostra que mais de 90% dos pacientes completam o tratamento quimioterápico proposto antes da cirurgia, enquanto que apenas cerca de 50% o fazem após a ressecção, dado que após uma gastrectomia, o paciente se encontra em recuperação, ainda em fase de adaptação para as modificações da dieta que se estabeleceram.

Quando o tratamento cirúrgico é adequado e o correto esquema de quimioterapia e/ou radioterapia é aplicado, entre 60% e 70% dos pacientes com doença localizada ou regional tratados irá se curar.

7.2 Quimioterapia

A quimioterapia é uma modalidade de tratamento que utiliza medicamentos específicos para a destruição das células cancerosas. Como atuam em diversas etapas do metabolismo celular, as medicações alcançam as células malignas em qualquer parte do organismo com o objetivo de diminuir ou cessar a atividade do tumor.

A aplicação da quimioterapia é definida pelo médico oncologista e pode ser realizada durante a internação ou em ambulatório. O tratamento quimioterápico

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pode contar com um único medicamento ou com a combinação de vários deles (mistura de drogas e doses), por via intravenosa (na veia ou por catéteres) ou via oral (comprimidos ou cápsulas).

O tratamento pode ser indicado como terapia exclusiva, adjuvante ou neo-adjuvante. A terapia exclusiva é quando o principal tratamento adotado para combater o câncer é o de quimioterapia. Adjuvante, é geralmente o tratamento complementar aplicado após o tratamento primário, como a cirurgia, por exemplo. E neo-adjuvante é o que precede a cirurgia, utilizado para diminuir o tumor e a agressividade do procedimento.

Em todos os casos, o tratamento é acompanhado pelo médico oncologista que avalia a eficácia da terapêutica adotada e decide, a partir dos resultados e das reações orgânicas apresentadas em cada paciente, a necessidade de adotar algum ajuste em relação ao tratamento. Além da quimioterapia, existem outros medicamentos utilizados, como antagonistas hormonais, anticorpos monoclonais e algumas modalidades da chamada terapia alvo-dirigida.

7.3 Radioterapia

A Radioterapia compõe ao lado da cirurgia e quimioterapia o tripé do tratamento oncológico. É uma modalidade clínica que utiliza radiações ionizantes para combater o câncer. As doses de radiação e o tempo de aplicação são calculados de acordo com o tipo e tamanho do tumor. Isso é feito de modo que a incidência de radiação seja eficiente para destruir as células doentes e preserve as sadias. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 70% dos pacientes com diagnóstico de câncer serão submetidos à radioterapia em alguma fase de seu tratamento.

O serviço de Radioterapia do A.C.Camargo Cancer Center - detentor do nível máximo de Acreditação pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão das Nações Unidas (ONU) - atua de forma interdisciplinar e integrada com todos os outros serviços do Hospital. Composta por médicos radioncologistas, físicos, dosimetristas e técnicos, conta ainda com o apoio de outras equipes como a enfermagem e a nutrição, por exemplo.

À disposição dos pacientes está um completo parque tecnológico que inclui aceleradores lineares de última geração e modernas técnicas de tratamento como a Radioterapia Conformada ou Tridimensional (RT3D), Radioterapia Convencional (RT2D), Radioterapia com Modulação da Intensidade do Feixe (IMRT), Radioterapia Intraoperatória, Radiocirurgia ou Radioterapia Estereotáxica Fracionada (REF), Radiocirurgia (RCIR), Braquiterapia e Radioterapia Guiada por Imagem (IGRT).

8. CASO CLÍNICO

8.1 Histórico do Paciente

8.1.1 Identificação do paciente

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F.R.L 69 anos, sexo masculino, casado, aposentado, 3 filhos, natural de Araguaína-TO, reside em Araguaína-TO na zona urbana, em casa de alvenaria com telhas de barro, com saneamento básico e água encanada, com a esposa e uma filha, ensino fundamental incompleto, católico, pais falecidos mãe por doenças cardíacas e pai acidente automobilístico, gosta de estar com a família e conversar com amigos.

8.1.2 História Pregressa

Paciente nega HAS, DM, casos pregressos de Ca na família, foi fumante durante 15 anos e deixou fumo desde 1997, relata ingerir bebida alcoólica esporadicamente, relata alimentar-se com alimentação variada incluindo frutas, verduras, legumes mas também ingere frituras, relata não ter o hábito de ir ao médico periodicamente, e nem fazer consultas odontológicas.

8.1.2 História da doença Atual

Paciente procurou atendimento médico queixando-se de epigastralgia, vômito e náuseas intensa a mais ou menos 30 dias, foi atendido inicialmente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e encaminhado ao Hospital Regional Público de Araguaína. Relata não ter conhecimento sobre a doença.

8.2 Evolução de enfermagem

22. 10. 13 às 08:00, paciente em 7 DIH, em tratamento de adenocarcinoma gástrico, encontra-se lúcido, orientado em tempo e espaço, deambulante, comunicativo, hipoidratado, hipocorado. Ao exame encontra-se normotenso, eupneico, afebril, (PA:120/80mmhg, P:98bpm, R: 18rpm, T:35.8graus), crânio simétrico,couro cabeludo íntegro sem sujidade, olhos simétricos, pupilas fotorreagentes, pavilhão auricular sem alterações esse, sujidades, cavidade oral com lábios e mucosa íntegra e hidratadas, língua saburrosa, arcada dentária incompleta e com cáries; região cervical sem nódulos palpáveis, pescoço com rotação normal; tórax simétrico AP: MV(+) e difusos sem RA, AC: B 2T NF com ritmo sinusal, abdome plano e flácido, com RHA (+), indolor à palpação, genitália íntegra, sem edema, com AVP em MSE salinizado, diurese (+) evacuações ausentes em tempo.

8.3 Medicamentos prescritos ao paciente

8.3.1 Solução Fisiológica 0,9%

Indicações: solução de cloreto de sódio 0,9% é indicado para restabelecer fluido celular e eletrólitos. É utilizado para repor água e eletrólitos em caso de alcalose metabólica de grau moderado, em carência de sódio, e como diluente para medicamentos.

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Contra Indicações: solução de cloreto de sódio 0,9% é contra-indicado em casos de hipernatremia, retenção hídrica e hipercloremia.

8.3.2 Dipirona

Indicação: Dipirona sódica é utilizada no tratamento das manifestações dolorosas e da febre.Os efeitos analgésico e antipirético podem ser esperados em 30 a 60 minutos após a administração e geralmente duram aproximadamente 4 horas.

Contra-indicações: O uso deste medicamento é contra-indicado em caso de hipersensibilidade conhecida à dipirona sódica e/ou demais componentes da formulação e/ou a outras pirazonas (Ex. fenezona, propilenazona) e/ou a pirazolidinas (Ex. fenilbutazona, oxifembutazona), incluindo, por exemplo, caso anterior de agranulocitose em reação a um destes medicamentos. Durante o tratamento com dipirona sódica, pode-se observar uma coloração avermelhada na urina que desaparece com a descontinuação do tratamento, devido à excreção do ácido rubazônico.

8.3.3 Bromoprida

Indicação: Este medicamento está indicado para o alívio dos distúrbios da motilidade gastrintestinal, situações de refluxo gastroesofágico, náuseas, vômitos e para facilitar procedimentos radiológicos do trato gastrintestinal. 

Contra-indicações: Este medicamento não deve ser utilizado em pacientes com antecedentes de alergia aos componentes da fórmula ou quando a estimulação da motilidade gastrintestinal for perigosa, como por exemplo, na presença de hemorragia, obstrução mecânica ou perfuração gastrintestinal e também em pacientes epiléticos ou que estejam recebendo outras drogas que possam causar reações extrapiramidais, uma vez que a frequência e intensidade destas reações podem ser aumentadas é contra indicado também para pacientes com feocromocitoma, pois pode desencadear crise hipertensiva, devido à provável liberação de catecolaminas do tumor. Tal crise hipertensiva pode ser controlada com fentolamina. Não há contraindicação relativa a faixas etárias. 

8.3.4 Omeprazol

Contra-Indicações: É contra indicado em pacientes com hipersensibilidade ao omeprazol e aos componentes da fórmula  

Indicações de Omeprazol: É um potente protetor gástrico indicado no tratamento da úlcera duodenal, úlcera gástrica, esofagite de refluxo, síndrome de Zollinger-Ellison e pacientes refratários a outros tratamentos.  

8.3.5 Amplictil

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Indicações: Pode ser prescrito em quadros psiquiátricos agudos, ou então no controle de psicoses de longa evolução, manifestação de ansiedade e agitação, soluços incoercíveis, náuseas e vômitos e neurotoxicoses infantis; também pode ser associado à barbitúricos no tratamento do tétano. É utilizado também na analgesia obstétrica e no tratamento da eclampsia. Amplictil é indicado nos casos em que haja necessidade de uma ação neuroléptica, vagolítica, simpatolítica, sedativa ou antiemética.

Contra-indicações: Glaucoma de ângulo fechado, em pacientes com risco de retenção urinária, ligado a problemas uretroprostáticos; uso concomitante com levodopa.

8.3.6 Nausedron

Indicações: está indicado para o controle da náusea e do vômito induzidos por quimioterapia citotóxica e radioterapia, em pacientes com neoplasias.  Também está também indicado para a prevenção e tratamento de náuseas e vômitos do pós-operatório.

Contra-indicações: O Cloridrato de Ondansetrona está contra-indicado a pacientes que apresentem hipersensibilidade conhecida à droga.

8.4 Exames Solicitados ao paciente - Alterações

8.4.1 Uréia

Resultado: 56,0 mg/dL

Valores de referência: 10,0 a 40,0mg/dL

8.4.2 KPPT – Tempo de Tromboplastina Parcial ativado

Resultado: 30 segundos

Valores de referência: 33 a 43segundos

8.4.3 HC

8.4.3.1 VCM (Volume corpuscular Médio)

Resultado: 79 fl

Valores de Referência: 84 a 94 u3

8.4.3.2 Heritrócito

Resultado: 38%

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Valores de referência: 40 a 53%

8.4.3.3 HCM (hemoglobina corpuscular média)

Resultado: 25pg

Valores de referência: 26 a 34pg

8.4.3.4 CHCM(concentração de hemoglobina corpuscular média)

Resultado: 31%

Valores de referência: 31 a 36%

8.4.3.4 Eosinófilos

Resultado: 0,5

Valores de referência: 50 a 500/ml 1 a 5%

8.4.3 Glicose

Resultado: 108mg/dL

Valores de referências: 70 a 99mg/Dl

8.5DIAGNÓSTICOS E PRESCRIÇÕES E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

8.5.1 Risco de infecção, relacionada a punção venosa periférica.

- Prescrições:

Realizar curativo em PVP 1x ao dia ou sempre que necessário.

Realizar a troca do cateter da PVP a cada 72 horas ou sempre que necessário.

Observar presença de sinais flogísticos e se houver informar o médico.

Manipular o AVP de forma asséptica.

8.5.2 Risco de desequilíbrio eletrolítico, relacionado a frequentes episódios de vômito.

-Prescriçoes e intervenções

Orientar quanto a ingesta hídrica adequada.

Administrar a medicação antiemética conforme a prescrição.

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Observar a eficácia da terapêutica medicamentosa.

Elaborar juntamente com o profissional nutricionista uma dieta rica em fibras e que contribua para o uma melhor digestão.

Avaliar a necessidade de hidratação e reposição eletrolítica EV.

8.5.3 Ansiedade relacionada à ameaça ao estado de saúde.

8.5.4 Medo relacionada à hospitalização e procedimentos hospitalares.

- Prescrições e intervenções

Tranquilizar o paciente fazendo esclarecimento sobre a doença e o tratamento.

Orientar o acompanhante sobre como lidar com a ansiedade e o medo do paciente.

Solicitar o apoio psicológico para o paciente e familiares se necessário.

8.5.5 Dentição prejudicada relacionada a higiene oral ineficaz, evidenciada por ausência de dentes e cáries na boca.

- Prescrições e intervenções

Orientar o paciente sobre a importância da higiene oral eficaz.

Observa se a higiene oral está sendo mantida.

8.5.6 Dor aguda, relacionada a agentes lesivos, evidenciado por relato verbal.

- Prescrições e intervenções

Administrar a medicação analgésica conforme a prescrição.

Observar a eficácia da terapêutica analgésica.

Estar atento aos efeitos colaterais dos analgésicos.

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REFERÊNCIAS

1. GUYTON, Arthur C.; HALL, John E.; – Tratado de fisiologia médica; tradução de Barbara de Alencar Martins ... [et al.]. 11ª edição. – Rio de Janeiro :Elsevier, 2006; pp.37: 471 – 482.

2. CARPENITO, Linda Juall. Diagnóstico de Enfermagem:aplicação à prática clínica; tradução Regina Machado Garcez. – 11 ed. – Porto Alegre: Artmed, 2009.

3. Diagnóstico de Enfermagem da NANDA: definição e classificação 2009-2011 / NANDA Internacional; tradução Regina Machado Garcez – Porto Alegre: Artmed, 2010.

4. FONSECA, Luís Augusto Marcondes et. Al. Tendências da Mortalidade por câncer nas capitais dos estados do Brasil. Revista da Associação Médica Brassileira. V.56, n.3, p.309-312. 2010.

5. CARPENITO, Linda Juall. Diagnóstico de Enfermagem:aplicação à prática clínica; tradução Regina Machado Garcez. – 11 ed. – Porto Alegre: Artmed, 2009.