Capacidade de Carga Roraima

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O Método de Cifuentes e a Avaliação da Capacidade de Carga na Trilha na ‘Serrinha’. São João da Baliza, Roraima Revista Rosa dos Ventos Turismo e Hospitalidade 7(1) 120-132, jan-mar, 2015 © O(s) Autor(es) 2015 ISSN: 2178-9061 Associada ao: Programa de Mestrado e Doutorado em Turismo e Hospitalidade Hospedada em: http://ucs.br/revistarosadosventos Paulo Roberto Teixeira 1 , Lillian Tavares Oliveira 2 RESUMO Este artigo tem como objetivo apresentar cálculo da capacidade de carga de uma trilha localizada no sul do estado de Roraima, no município de São João da Baliza. A trilha é popularmente conhecida como ‘Serrinha’ e está entre os principais atrativos da cidade. Os principais fatores para a realização desta pesquisa são os impactos ambientais causados pela visitação, uma vez que a trilha não possui um monitoramento de uso. Baseado no Método de Capacidade de Carga de Miguel Cifuentes foi possível calcular o número desejável de visitas diárias e anuais, levando em consideração a situação atual da trilha. Com esses resultados se pretende dar subsídios ao planejamento do turismo local, assim como garantir a manutenção desse ambiente, que é muito visitado, mas que não possui um controle de fluxo de visitantes. Palavras-chave: Turismo. Impactos Ambientais. Capacidade de Carga. Trilha da ‘Serrinha’. São João da Baliza, RR. ABSTRACT Cifuentes Method of Load and Evaluation on the trail 'Serrinha'. São João da Baliza, Roraima, Brazil - This article aims at perform the calculation of the load capacity of trail a track located in the southern state of Roraima, in the town of São João da Baliza. The trail is popularly known as ‘Serrinhaand is among the main attractions of the city. The main factors for this research are the environmental impacts caused by visitors, since the track has no usage monitoring. Based on Miguel Cifuentes Method of Load Capacity was possible to reach a number of daily and annual visits, taking into consideration the current situation of the track. With these results it is intended to provide subsidies to local Keywords: Tourism. 1 Paulo Roberto Teixeira - Mestre em Turismo. Especialista em Geografia e Meio Ambiente. Professor da do Curso de Turismo da Universidade Estadual de Roraima. E-mail: [email protected] 2 Lillian Tavares Oliveira - Turismóloga. Professora do Curso Técnico em Turismo do Senac Roraima.

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Capacidade de carga da trilha da serrinha em Roraima - Turismo

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  • O Mtodo de Cifuentes e a Avaliao da Capacidade de Carga na Trilha na Serrinha. So Joo da Baliza, Roraima

    Revista Rosa dos Ventos Turismo e Hospitalidade

    7(1) 120-132, jan-mar, 2015 O(s) Autor(es) 2015

    ISSN: 2178-9061

    Associada ao: Programa de Mestrado e Doutorado em Turismo e

    Hospitalidade

    Hospedada em: http://ucs.br/revistarosadosventos

    Paulo Roberto Teixeira1, Lillian Tavares Oliveira2

    RESUMO

    Este artigo tem como objetivo apresentar clculo da capacidade de carga

    de uma trilha localizada no sul do estado de Roraima, no municpio de

    So Joo da Baliza. A trilha popularmente conhecida como Serrinha e

    est entre os principais atrativos da cidade. Os principais fatores para a

    realizao desta pesquisa so os impactos ambientais causados pela

    visitao, uma vez que a trilha no possui um monitoramento de uso.

    Baseado no Mtodo de Capacidade de Carga de Miguel Cifuentes foi

    possvel calcular o nmero desejvel de visitas dirias e anuais, levando

    em considerao a situao atual da trilha. Com esses resultados se

    pretende dar subsdios ao planejamento do turismo local, assim como

    garantir a manuteno desse ambiente, que muito visitado, mas que

    no possui um controle de fluxo de visitantes.

    Palavras-chave: Turismo.

    Impactos Ambientais.

    Capacidade de Carga. Trilha da

    Serrinha. So Joo da Baliza,

    RR.

    ABSTRACT

    Cifuentes Method of Load and Evaluation on the trail 'Serrinha'. So

    Joo da Baliza, Roraima, Brazil - This article aims at perform the

    calculation of the load capacity of trail a track located in the southern

    state of Roraima, in the town of So Joo da Baliza. The trail is popularly

    known as Serrinha and is among the main attractions of the city. The

    main factors for this research are the environmental impacts caused by

    visitors, since the track has no usage monitoring. Based on Miguel

    Cifuentes Method of Load Capacity was possible to reach a number of

    daily and annual visits, taking into consideration the current situation of

    the track. With these results it is intended to provide subsidies to local

    Keywords: Tourism.

    1Paulo Roberto Teixeira - Mestre em Turismo. Especialista em Geografia e Meio Ambiente. Professor da do Curso de Turismo da Universidade Estadual de Roraima. E-mail: [email protected] 2 Lillian Tavares Oliveira - Turismloga. Professora do Curso Tcnico em Turismo do Senac Roraima.

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    tourism planning, as well as ensure the maintenance of this environment

    which is much visited, but that does not have a control flow of visitors.

    Environmental Impacts Load

    Capacity. Trail Serrinha. So

    Joo da Baliza, RR, Brazil.

    INTRODUO

    Diferentes motivaes levam as pessoas a praticar formas diversificadas de turismo, destacando-se o realizado em ambientes naturais como o de maior nmero de praticantes. Segundo a Organizao Mundial do Turismo (OMT), o ecoturismo apresenta um crescimento de 20% ao ano, enquanto outros segmentos alcanam 7,5% ao ano (Arajo e Silva, 2006). Esses dados, associados fragilidade dos ecossistemas naturais, incentivam a adoo de cuidados em relao prtica desse tipo de turismo, pois esta e outras aes antrpicas so responsveis pela degradao dos ecossistemas, colocando em risco a sobrevivncia de diferentes formas de vida na Terra. O estudo da relao entre o turismo e o meio ambiente pode auxiliar na preservao de ecossistemas, os quais, por sua vez, so de grande importncia para o turismo, que os utiliza como base para seus atrativos (Rudzewicz et al., 2009).

    Os impactos do turismo distribuem-se em nvel ambiental, sociocultural e econmico, cada um deles avaliado com indicadores de caractersticas especficas. Em ambientes naturais, a atividade turstica deve ser tratada com especial ateno, visto que, nesses locais, a presena humana pode causar alteraes. A floresta amaznica, entre outros locais, desperta o interesse internacional para fins de visitao, seja por sua riqueza natural, seja por sua beleza e atrativos naturais. Elevado nmero de visitantes procuram-na anualmente, para conhecer seus rios, fauna e flora. Por outro lado, os impactos causados pelo desmatamento e queimadas tm aumentado desde em un o de mudan as econ micas relacionadas presen a de randes e mdios empreendimentos a r colas (Fearnside, 2006). Portanto, aes para tentar reduzir tais impactos so importantes e o turismo deve dar sua contribuio, para a preservao dos locais em que tem influncia.

    A interao entre os recursos naturais e o Turismo , portanto, invarivel, resultando na busca de um ponto de equilbrio entre seu uso e proteo, inclusive para sobrevivncia da fora de atratividade dos locais (Ruschmann, 2003). A crescente demanda turstica por recursos naturais decorre da expanso da procura por atividades junto natureza e toda visitao a esses locais causa algum tipo de impacto. Para isso importante adotar medidas de identificao e controle para assegurar o uso sustentvel dos ambientes.

    Segundo Mitraud (2003), para resolver um problema deve-se isolar suas causas, elaborar estratgias para elimin-las ou minimiz-las, estabelecendo metas e acompanhando sua implementao, at que o problema tenha sido resolvido. A pesquisa aqui relatada foi realizada no municpio de So Joo da Baliza, Roraima, em uma trilha conhecida como Serrinha local visitado por moradores e considerado pela comunidade como um importante atrativo turstico. O objetivo da pesquisa foi o de calcular a capacidade de carga dessa trilha, a fim de estabelecer o nmero de visitaes adequado a utilizao da mesma, sem ocasionar danos ao local. A metodologia aplicada foi a elaborada por Cifuentes (1992) e se baseia em uma srie de clculos a partir de indicadores fsicos, biolgicos e de manejo.

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    CAPACIDADE DE CARGA E TURISMO

    O Turismo praticado em ambientes naturais apresenta nmeros crescentes, levando a que gestores e mesmo praticantes busquem a sustentabilidade, tanto do patrimnio natural quanto do cultural, cientes da srie de impactos causados, em especial quando h um nmero excessivo de pessoas. Para mitigar os impactos decorrente do excesso de uso, utilizam-se metodologias como as que tm por objetivo avaliar o nmero de visitaes que uma rea suporta.

    O termo capacidade de car a ori ina-se na pecuria, onde foi utilizado pelos criadores de gado que precisavam saber se o pasto que dispunham seria suficiente para um nmero determinado de cabeas e se a pastagem cresceria em tempo de alimentar a todos, incessantemente (Instituto Theoros, 2004 apud Souza, 2005). O conceito de capacidade de carga comum na literatura do Turismo e significa estabelecer a relao visitante, espao e tempo, ou seja, quantos turistas podem visitar um determinado lugar durante um perodo de tempo estabelecido, sem causar danos ao meio (Souza, 2005). Seu uso em atividades de recreao surgiu por volta de 1950 nos Estados Unidos, porm a expectativa da experincia e o comportamento do pblico no eram, ento, levados em considerao (Cifuentes, 1999).

    Zilioli (2008) afirma que uma das aes mais comuns a serem tomadas pelos planejadores tursticos diante do aumento descontrolado do fluxo de visitantes em determinado destino, a utilizao da capacidade de carga. E para um planejamento nesses termos, muitas metodologias visando o controle de capacidade de carga e manejo de visitantes, foram desevolvida. Para Oliveira (2009) uma vez que a visitao causa impactos ao ambiente natural, necessrio adotar medidas de monitoramento e controle para proteg-lo e ao mesmo tempo assegurar a qualidade visita. Dentre as metodologias de capacidade de carga destacam-se: Visitor Activity Management Process (VAMP); Limits of Acceptable Change (LAC); Recreation Opportunities Spectrum (ROS); Visitor Experience and Resourse Protection (VERP); Visitor Activity Management Process (VAMP); Tourism Optimization Model (TOMM) e a de Miguel Cifuentes.

    A capacidade de carga um mtodo para a preservao e minimizao dos impactos ambientais causados pela visitao, porm muitas vezes esses impactos no so fruto do excesso de visitante e, sim, das atividades desenvolvidas por eles (Zilioli, 2008). Para Vaz (2010) respeitar a capacidade de carga condio primordial para que as visitas sejam realizadas de acordo com a estrutura do local, sem que isso afete o meio ambiente.

    CARACTERIZAO DA REA DE ESTUDO

    A trilha da Serrinha est localizada no sudeste do estado de Roraima, no municpio de So Joo da Baliza, a 352 km da capital, Boa Vista, e encontra-se a 05702 de latitude norte e 5 544 de lon itude oeste a 225m de altitude. O municpio foi criado pela Lei Federal n 7.009 de 1 de Julho de 1982, com terras desmembradas do municpio de Caracara. A populao do municpio de 6.769 habitantes, com uma densidade demogrfica de 1.58 hab./km2 (Fig. 1).

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    Figura 1: Mapa de Localizao do Municpio de So Joo da Baliza, Roraima.

    Fonte: Elaborado pelos autores, com dados do IBGE.

    Com relao cobertura vegetal, a regio caracterizada como floresta ombrfila aluvial, que ocorre nas plancies, com sua maior distribuio nas bacias dos rios (Branco, Uraricoera, Parim, Amajar, Tacutu-I e II, Surumu, Ma, Anau, It, Itapar, Jauaper-I e II, Macucua e Alala), sobre solos neossolo flvico, gleissolos, planossolo hidromrfico e neossolo quartzarnico hidromrfico. As atividades de uso do solo observadas so lavouras temporrias irrigadas, pecuria extensiva, pesca esportiva (CPRM, 2002). Segundo a classificao Kppen- ei er o clima do munic pio do po Awi tropical chuvoso com pe ueno per odo de seca e A i tropical chuvoso sem esta o seca . O relevo apresenta predomin ncia em super cie plana (80%), relevo ondulado com colinas e vales (10%) e relevo com vertentes de declive forte 0% COPERRADLISCIAT 20 0 . A mor oestrutura da re io apresenta super cies colinosas subordinadas Depresso Marginal do Norte da Amaznia, com presena de morrarias reliquiares do Planalto Dissecado do Norte da Amaznia. Representam terrenos de dissecao fraca a mdia cujas cotas variam no intervalo de 80 a 160 metros (CPRM, 2002).

    A TRILHA - A trilha fica localizada a dois quilmetros a leste da sede municipal e conhecida popularmente com a trilha da Serrinha Fi . 2). H relatos sobre a existncia de um documento com o nome oficial da serra, porm, sua localizao desconhecida. O acesso se d por uma estrada de terra, que leva o visitante at o incio da trilha, sendo livre o acesso ao local, pois no h fiscalizao de uso. No local no apresenta qualquer infraestrutura, sejam placas, bancos ou lixeiras, porm h boas condies de uso. A trilha possui 1.192m de extenso, apresentando trechos no nvel de dificuldade difcil, devido ao alto grau de inclinao, com presena de rochas e de razes expostas. A caminhada para percorr-la dura cerca de 2h30min para subida, e 1h para descida, variando de acordo com situao meteorolgica.

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    Figura 2: Mapa de localizao da trilha Serrinha.

    Fonte: Paulo Barni (UERR). Em amarelo, a trilha.

    Delimitado em preto, So Joo da Baliza (Permetro desenhado a partir de curva de desnvel derivado do SRTM).

    INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS E APLICAO - Para coleta de dados foram utilizados os seguintes instrumentos: fichas de levantamento de impactos de visitao; mquina fotogrfica, fita mtrica e GPS. Alm disso, foi utilizada a metodologia de clculo de capacidade de carga de Cifuentes (1992). A aplicao da pesquisa foi dividida em trs partes, atravs de visitas tcnicas em diferentes pocas climticas do ano de 2012. A primeira visita, no ms de maro, houve o reconhecimento e registro da situao fsica da trilha. A segunda visita, em julho, realizou mapeamento, onde foram marcados pontos com GPS e identificado o percurso da trilha. Na terceira visita, a trilha foi dividida em trechos de 60 metros para auxiliar no estudo e identificar os impactos em cada trecho. Para obter os resultados esperados, para anlises dos dados foram feitas anotaes em ficha de todos os impactos causados pela visitao, encontrados no percurso da trilha. Dados de pluviosidade foram disponibilizados pela Companhia Eltrica de Roraima (CERR), obtidos na Usina Hidroeltrica de Jatap.

    Adotou-se a metodologia de Cifuentes (1992) na qual define uma srie de clculos de fatores de correo, com a Capacidade de Carga Fsica (CCF) sendo o limite mximo de visitantes que uma rea suporta no espao de um dia. Este nmero dado pela relao entre os fatores de visita, onde devem ser considerados os horrios de visitas disponveis e o tempo de deslocamento necessrio para cada atrativo. Aps definido o CCF, a metodologia utiliza outro clculo, acrescentando fatores de correo, que so definidos em funo das caractersticas da trilha. Os fatores de correo so obtidos considerando as variveis fsicas, ambientais, ecolgicas, sociais e de manejo a fim de se chegar a um nmero mais coerente com a realidade local, sendo eles: Fator de Erodibilidade (FCero), Acessibilidade (FCac), Precipitao (FCpre), Fechamento Eventual (FCeven) e Fator Social (CFsoc).

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    RESULTADOS E DISCUSSO

    Os resultados sero apresentados, inicialmente, com uma descrio dos impactos encontrados na trilha, para, a seguir, apresentar os clculos da capacidade de carga. Durante o percurso da trilha foram encontrados diversos impactos causados pela visitao, alm dos impactos naturais, que so inevitveis (Fig. 3).

    Figura 3 - Impactos encontrados

    Fonte: os autores. Imagem (1) Inscries em rochas; (2) Vestgios de fogueiras; (3) Impacto na

    vegetao; (4) Lixo.

    De acordo com Cooper et al. (2001) no momento em que a atividade turstica acontece, o ambiente inevitavelmente modificado. No local foram encontrados vestgios de fogueiras, inscries em rochas, degradao ambiental, inscrio e cortes nos caules das rvores, alm da grande quantidade de resduos descartados, que ferem a imagem da trilha. Os impactos ambientais negativos decorrentes da visitao podem ser controlados com um planejamento correto, gerenciado com objetivo de minimizao dos impactos negativos e ao mesmo tempo estimulando os impactos positivos (Cooper et al., 2001). Inclusos nos impactos que danificam e abalam a estrutura fsica da trilha foram identificados: compactao no solo, eroso que resultaram em razes expostas e tambm em exposio das rochas encontradas no percurso.

    Quando se trata do solo, Andrade (2003) afirma que existem dois fatores de alterao decorrente do uso deste: compactao e eroso. Acrescenta que quando as pessoas pisam h um efeito mecnico direto que provoca a exposio das razes das rvores o que as torna vulnerveis a doenas, e at quedas e diminui a capacidade de reteno de gua. A eroso do solo expe as razes das plantas, dificultando sua sustentao, alm de causar acidentes s pessoas que esto visitando o local. Esse um dos problemas mais graves e pode ser, em alguns casos, irreversvel, e a recuperao dessas reas extremamente onerosa e no garante a completa reabilitao do local (Lobo & Simes, 2009). Outros impactos associados vegetao seriam: diminuio da cobertura vegetal, mudana na diversidade de espcies e o impacto sobre as rvores que ficam mais prximas trilha, com quebra de galhos e inscries.

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    Esses impactos poderiam ser, em grande parte, reduzidos se tcnicas de manejo e controle ossem e etivamente implementadas. Vale lembrar tambm ue todas as interven es do turismo se traduzem necessariamente na a resso ou de rada o do meio ambiente natural (Ruschmann, 2003, p.56). Portanto, ao se relacionar os impactos causados pela visitao, h de se ter o cuidado em relacionar somente os impactos causados pelo turismo e no os j existentes resultantes de outras causas.

    A trilha possui um desnvel de 341 m. (Fig. 5), uma vez que inicia a 140m e finaliza em 341m de altitude. Pode ser classificada como trilha de nvel difcil, devido a grande quantidade de rochas, razes expostas, trocos cados e a ngreme subida.

    Figura 5: Perfil altimtico da trilha da

    Serrinha

    Fonte: os autores.

    Para Mitraud (2003), a anlise da inclinao importante pois uma trilha se torna suscetvel a eroso de acordo com o tipo de solo, a declividade do terreno e o tipo de atividade nela desenvolvida. A declividade o fator que determinar o grau de dificuldade de uma trilha. Em casos de extrema declividade (mais de 20%) deve-se estudar cuidadosamente a possibilidade de alterar o traado proposto para a trilha, ou adequ-la com solues tcnicas construtivas. Quanto mais inclinao o local apresentar, maior cuidado ser necessrio no planejamento da trilha quanto ao manejo da eroso, sendo que acima de 12 graus ou 20% necessria a construo de escadas, se o trecho for extenso a trilha deve ser construda em ziguezague (Andrade, 2008).

    Clculo de Capacidade de Carga Fsica (CCF) - Para chegar ao resultado, primeiro calcula-se a varivel NV (nmero de vezes que o local poder ser utilizado pela mesma pessoa no mesmo dia), para poder prosseguir com os clculos. Para isso utilizada a seguinte frmula: Nv = Hv/Tv. Onde: Hv (horrio de visita) = 12 horas; Tv (tempo necessrio para cada visita) = 3h e 30 min ou 3,5 horas. Resultando no seguinte clculo:

    Nv = Hv/Tv Nv = 12/3,5 Nv = 3,43

    Com esse nmero, possvel aplicar a frmula de capacidade de carga fsica. O mtodo assume que qualquer pessoa necessita de pelo menos 1m para locomover-se, alm disso, devero ser utilizados no clculo o comprimento da trilha e a necessidade de espao de cada visitante, conforme a frmula: CCF = (S/SP) x Nv. Onde: S (superfcie disponvel em metros lineares) = 1192 m; SP (superfcie utilizada por cada pessoa) = 1 m; Nv (nmero de vezes que o

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    local poder ser utilizado pela mesma pessoa no mesmo dia) = 3,63. Resultando no seguinte clculo:

    CCF = (1.192/1) x 3,43 CCF = 4.088,56

    Capacidade de Carga Real (CCR) - Aps definido a CCF, a metodologia utiliza outro clculo, acrescentando fatores de correo, que so definidos em funo das caractersticas da trilha. Os fatores de correo so obtidos considerando as variveis fsicas, ambientais, ecolgicas, sociais e de manejo a fim de se chegar na Capacidade de Carga Real. Cifuentes (1992) utiliza fatores como eroso, precipitao e dificuldade na trilha como alguns fatores de correo. A frmula a seguinte: CCR = CCF x (Fator de Correo 1 x Fator de Correo 2 x Fator de Correo 3...).

    Para calcular cada fator, utilizada a frmula: FC = 1 - (Ml/Mt). Onde: FC (fator de correo); Ml (magnitude limitante); Mt (magnitude total). No presente trabalho, foram escolhidas as seguintes variveis como fatores de correo: erodibilidade, acessibilidade, precipitao, fator social e fechamento eventual.

    Fator de Correo de Erodibilidade (FCero) - O fator de correo de Erodibilidade representa a resistncia do solo eroso h drica. Foram encontrados na trilha da Serrinha al uns pontos com eroso e com grande quantidade de razes expostas, o que, associado ao declive acentuado, contribui para o aumento da eroso e a dificuldade no acesso. A frmula utilizada foi a seguinte: FCero = 1 - (Ml/Mt). Onde: Ml (metros da trilha com problemas de eroso) = 124,20 m; Mt = (distncia total da trilha) = 1.192 m

    FCero = 1 (Mpe/Mt) FCero = 1 (124,20/1192) FCero = 0,896

    Fator de Correo de Acessibilidade (FCac) - O fator de correo de Acessibilidade leva em considerao os graus de dificuldade alta e mdia, sendo passvel de estabelecimentos de restries de uso. Para o clculo usam-se fatores de ponderao para cada grau de dificuldade, sendo 1,5 para locais com dificuldade ruim (Ar) e 1 para dificuldade mdia (Am). O autor utiliza o termo acessibilidade mdia ou ruim, no entanto, optou-se por usar o termo dificuldade. Na trilha foram identificados 240m de acessibilidade considerada ruim e 90m de mdia. A frmula aplicada foi a seguinte: FCac = 1 - (Ar x 1,5) + (Am x 1)/Mt. Onde: Mt = (distncia total da trilha) = 1.192 m.

    FCac = 1 - {[(Ar x 1,5) + (Am x 1)] / Mt} FCac = 1 - {[(240 x 1,5) + (90 x 1)] / 1192} FCac = 0,623

    Fator de Correo de Precipitao (FCprec) - O fator de correo de Precipitao leva em considerao os perodos mais chuvosos do ano, portanto, limitantes para a visitao na trilha. Os dados de precipitao (Fig. 6) foram coletados na Usina Hidroeltrica de Jatap, prxima ao municpio de So Joo da Baliza - RR e representam os meses com maiores volumes de chuva do ano.

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    Figura 6: Pluviosidade dos anos de 2007 a 2011

    Fonte: Usina Hidroeltrica de Jatap, So Joo da Baliza - RR.

    Para o clculo, foram utilizados os dados do ano de 2007 at 2012 e foram considerados os meses de abril a junho os perodos mais chuvosos (Tabela 1), o que resultou em 66,8 dias limitantes por ano em funo das constantes e fortes chuvas.

    Tabela 1: Meses e quantidades de dias que choveram entre os anos de 2007 a 2011.

    Ano/Ms Abril Mail Junho Total

    2007 24 30 27 81

    2008 13 21 23 57

    2009 12 17 21 50

    2010 25 25 24 74

    2011 21 29 22 72

    Soma dos dias de chuva 334

    Mdia de dias de chuva por ano 66,8

    Fonte: Usina Hidroeltrica de Jatap, So Joo da Baliza, RR.

    A frmula utilizada foi a padro para todos os fatores de correo, ou seja, FCpre = 1 - (Ml/Mt). Onde: Ml (dias de chuva limitantes por ano) = 66,8; Mt (dias do ano em que a trilha encontra-

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    se aberta) = 91 dias3. Nesse clculo so considerados os meses de abril, maio e junho de 2001. Portanto, o resultado foi o seguinte:

    FCpre = 1 - (Ml/Mt) FCpre = 1 - (66,8 / 91) FCpre = 1 - 0,73 = 0,266

    Fator de Correo Social (FCsoc) - Fator de Correo Social visa a manuteno da visitao por grupos, considerando aspectos referentes qualidade da visita, satisfao e conforto de todos. De acordo com a metodologia de Cifuentes (1992), a visitao dever ser controlada pela limitao de grupos, propondo visitas de no mximo 15 pessoas por grupo. No entanto, o autor recomenda o nmero mximo de 10 pessoas a cada visita. Alm disso, foi utilizada a distncia para cada grupo de 50m, mais 1m para cada pessoa, totalizando 60m de uso de espao na trilha por grupo. Seguindo os passos da metodologia de Cifuentes (1992), o nmero de pessoas que foi estabelecido para cada grupo que subir a trilha da Serrinha tambm oi de dez pessoas por grupo.

    Para realizar esse clculo, deve-se inicialmente calcular o nmero mximo de grupos (com 10 pessoas) que a trilha suporta em um dia normal de funcionamento. Portanto, utiliza-se a frmula: Nmero de grupos = comprimento da trilha / distncia entre os grupos.

    Ngrupos = 1.192m/60m = 19,8

    O nmero mximo de grupos que a trilha suporta de 19,8 por dia, sendo que cada grupo constitudo por 10 pessoas, sero 198 pessoas ao mesmo tempo na trilha. Como cada visitante necessita de 1m para se locomover, so 198 metros de trilha ocupada. Para identificar a Magnitude Limitante, deve-se subtrair esse valor da distncia total da trilha, que de 1.192m, resultando em 994 metros. Com esse nmero em mos, pode-se calcular a varivel Correo Social com a seguinte frmula: FCsoc = 1 - (Ml/Mt). Onde: Ml (nmero de metros ocupados na trilha) = 198m; Mt (comprimento total da trilha) = 1.192m.

    FCsoc = 1 - (Ml/Mt) FCsoc = 1 - (994/1.192) FCsoc = 0,166

    Fator de Correo Fechamento Eventual (FCeven) - Para o Fechamento Eventual, por razes de conserva o e manuten o oi proposto ue a trilha da Serrinha no recebesse visitantes em um dia da semana. Para o clculo, foram considerados 260 dias abertos, uma vez que dos 365 dias do ano, 47 estaro fechados em virtude de manuteno e outros 58 dias em virtude do perodo de chuva que ocorre nos meses de abril a junho (Tabela 3), portanto, 105 dias do ano fechados. O ano de 2011 foi utilizado como base para este clculo. O clculo do Fator de Correo Fechamento Eventual usa a seguinte frmula: FCeven = 1- (Mt - Ml). Onde: Mt = (Dias por ano em que a trilha estar fechada) = 105; Ml = (dias totais do ano) = 365.

    FCeven = 1 - (105/365) FCeven = 1 0,288 = 0,712 FCeven = 0,712

    3 Dias do ano em que a trilha encontra-se aberta (levando em considerao que a soma dos dias de

    Abril, Maio e Junho de 2011) = 91 dias.

  • 130 O Mtodo de Cifuentes e a Avaliao da Capacidade de Carga na Trilha na Serrinha. So Joo da Baliza, Roraima

    ______________________________________________________________________________________________ Revista Rosa dos Ventos Turismo e Hospitalidade, 7(1), pp. 120-132, jan-mar, 2015.

    Capacidade de Carga Real - Aps ter encontrado os resultados de todos os fatores de correo, aplica-se a seguinte frmula: CCR = CCF (FCero x FCac x FCpre x FCsoc x FCeven).

    CCR = 4.088,56 (0,896 x 0,623 x 0,266 x 0,166 x 0,172) CCR = 71,75

    Capacidade Efetiva - A capacidade Efetiva representa o nmero mximo de visitas que a trilha pode suportar em um dia. A frmula para seu clculo a seguinte: CCE = CCR x CM, onde: CCE = (capacidade de carga efetiva); CCR = (capacidade de carga real) = 71,75; CM = (capacidade de manejo) = 75%. O clculo leva em considerao variveis jurdicas, polticas, equipamentos, capacidade tcnica e de pessoal, financiamentos, infraestrutura e facilidades de instalaes. Para uma melhor capacidade de manejo, essas variveis devem estar presentes na gesto da trilha de forma que se alcance os objetivos de preservao e lazer adequados. Cifuentes (1999), determina o valor aproximado de 75% como um valor satisfatrio para uma capacidade de manejo, portanto, para a trilha da Serrinha esse valor tambm ser adotado.

    CCE = CCR x CM CCE = 73,38 x 75% = 55 visitas/dia

    Importante destacar que esse o valor de visitas que a trilha pode receber por dia e no o nmero de visitantes. Ento, tem-se o resultado da capacidade de car a da trilha da Serrinha que dever ser estabelecida para o nmero de visitantes. Dessa forma seguindo a metodologia de Cifuentes (1992), so estabelecidas as variveis e os resultados do nmero de visitas dirias e anuais do local pesquisado (tabela 2).

    Tabela 2: Valores de Capacidade de Carga referentes a trilha da Serrinha

    Variveis e indicadores Valor

    Tempo necessrio para cada visita 3h 30 min

    Tempo que a trilha est aberta para visitao 12h

    Capacidade de Carga Fsica (CCF) 4.088,56

    Fator de Correo de Erodibilidade (FCero) 0,896

    Fator de Correo de Acessibilidade (FCac) 0,623

    Fator de Correo de Precipitao (FCprec) 0,266

    Fator de Correo Social (FCsoc) 0,166

    Fator de Correo Fechamento Eventual (FCeven) 0,712

    Capacidade de Carga Real 71,75

    Capacidade de Carga Efetiva 55 visitas/dia

    Fonte: Os Autores.

  • Paulo Roberto Teixeira, Lillian Tavares Oliveira

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    _____________________________________________________________________________________________ Revista Rosa dos Ventos Turismo e Hospitalidade, 7(1), pp. 120-132, jan-mar, 2015.

    Os nmeros obtidos (tabela 2) so os que iro balizar o controle do nmero de visitantes na trilha. Nmeros que baseados na metodologia da capacidade de carga de Cifuentes (1992) so o ideal para que os impactos causados pela visitao sejam minimizados. A capacidade de Car a F sica da trilha da Serrinha maior ue a Capacidade de Car a Real ue por sua vez maior do que a Capacidade de Carga Permissvel, o que condiz com o mtodo utilizado. E verifica-se que se torna necessria uma continuao de estudos por ser uma rea que possui um potencial para receber um maior nmero de visitaes por dia e por ano, assim tornando a qualidade do uso da trilha satisfatria e evitando grandes impactos.

    CONSIDERAES FINAIS

    Determinar a capacidade de carga um importante passo para o uso adequado de um ambiente natural, principalmente uma trilha que sofre grandes impactos em locais especficos. Calcular o nmero mximo de visitantes um meio de se planejar maneira sustentvel a atividade turstica realizada em uma rea natural e a proposta de sua aplicao no local da pesquisa se apresenta como uma alternativa que deve auxiliar o plo receptor a utilizar seu atrativo natural de maneira a fazer com que o mesmo oferea condies para a prtica de um turismo de qualidade.

    Os resultados obtidos no trabalho exibem na realidade a situa o da trilha da Serrinha e os impactos causados pela visitao. Dados esses que foram essenciais para a realizao dos clculos de capacidade de carga com o objetivo de acercar-se ao nmero de visitao que a rea pode suportar. Para a trilha da Serrinha aplicado o mtodo de Ci uentes che ou-se a concluso que a trilha suporta diariamente 16 pessoas, pelo fato de no haver um plano de manejo e por no ter ainda uma boa estrutura. Para propor a organizao da trilha e acercar-se ao nmero de visitaes foi proposto que a trilha estivesse aberta 12 horas dirias, fechada em pelo menos um dia da semana por razes de conservao e que nos perodos mais chuvosos do ano no houvesse visitaes. Alm disso, estipulou-se que para cada grupo no ultrapassem o nmero de 10 pessoas tornando assim a visitao confortvel.

    A pesquisa foi de grande importncia, pois estabeleceu nmeros e critrios para a conservao da trilha, apresentando um modelo que pode ser seguido levando reduo dos impactos da visitao. Ainda lembrando que havendo o controle dos impactos de visitao e aplicao de tcnicas de manejo, o nmero de visitantes dirios e anual pode aumentar.

    REFERNCIAS

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  • 132 O Mtodo de Cifuentes e a Avaliao da Capacidade de Carga na Trilha na Serrinha. So Joo da Baliza, Roraima

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    Recebido: 20 MAI 2014 Avaliado e revisado: OUT DEZ 2014 Aceito em: 03 ABR 2015