Capital de giro

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ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO: MODELO DINÂMICO VERSUS MODELO TRADICIONAL Autoria: Felix Christiano Theiss Júnior e Pedro Paulo Hugo Wilhelm RESUMO O presente trabalho oferece uma contribuição para a discussão sobre a importân- cia e o potencial da análise do fluxo de capital de giro como ferramenta de apoio na gestão econômica e financeira de empresas. Neste sentido, são utilizados e comparados dois modelos de análise do capital de giro de empresas, classificados como modelo tradicional e modelo dinâmico. Trata-se de um estudo de caso de balanços gerados em atividades de treinamento de formação gerencial, baseadas na tecnologia dos Jogos de Empresas que dispõe de sistemas de informação computadorizados. Do “banco” de casos disponíveis, foram selecionadas dez empresas e, a partir de seus demonstrativos contábeis, foram aplicadas as análises tradicional e dinâmica do capital de giro. Isto oportunizou um exercício ímpar, pois a análise dinâmica exigiu uma reclassificação de balanços das empresas para que o modelo pudesse ser aplicado. O estudo procurou destacar as semelhanças, diferenças e omissões que existem entre os dois modelos, sempre no sentido de avaliar a utilidade destes modelos no processo de gestão e tomada de decisão. De forma conclusiva, esta pesquisa possibilita uma reflexão objetiva e concreta para os profissionais que atuam na gestão e tomada de decisão sobre a saúde financeira da empresa, comparando a informação e a utilidade dos parâmetros do modelo tradicional, já consolidados e bem conhecidos, com os parâmetros proporcionados pelo modelo dinâmico, que somente recentemente (Balanço Anual da Gazeta Mercantil 1999) começaram a ser utili- zados e a contribuir para melhorar a eficácia na análise do desempenho e diagnóstico sobre a situação financeira das empresas. Palavras Chave: análise tradicional, análise dinâmica, capital de giro - CDG, necessidade de capital de giro - NCG, saldo de tesouraria - T, ciclo financeiro. 1. INTRODUÇÃO Embora de utilização generalizada por parte dos analistas, vale a pena testar a lei- tura realizada por meio dos índices de liquidez (corrente, seca e geral) que habitualmente é feita em relação ao capital de giro das empresas, verificando-se a sua eficiência. Tendo-se aprendido em sala de aula uma metodologia diferente para essa avaliação, resolveu-se testar o modelo tradicional com esse novo, denominado modelo dinâmico. Para tanto, selecionou-se 10 empresas virtuais a partir do banco de casos do Labo- ratório de Gestão de Negócios - IPS/FURB. Tal laboratório dispõe de uma boa quantidade e diversidade de casos (167), os quais são oriundos dos cursos realizados com alunos de gradu- ação, pós-graduação e cursos "fechados" para empresas, desde 1997. Em seguida, avaliou-se o desempenho dessas empresas pelo modelo dinâmico de análise do capital de giro para veri- ficar quais são as efetivas contribuições deste modelo em relação ao modelo tradicional. Procurou-se, também, avaliar a utilidade do modelo dinâmico como ferramenta de apoio de gestão empresarial, no sentido de classificar e qualificar com maior precisão, a evo- lução da situação e do risco financeiro que a empresa apresenta. 1

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ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO: MODELO DINÂMICO VERSUS MODELO TRADICIONAL

Autoria: Felix Christiano Theiss Júnior e Pedro Paulo Hugo Wilhelm RESUMO

O presente trabalho oferece uma contribuição para a discussão sobre a importân-cia e o potencial da análise do fluxo de capital de giro como ferramenta de apoio na gestão econômica e financeira de empresas.

Neste sentido, são utilizados e comparados dois modelos de análise do capital de giro de empresas, classificados como modelo tradicional e modelo dinâmico.

Trata-se de um estudo de caso de balanços gerados em atividades de treinamento de formação gerencial, baseadas na tecnologia dos Jogos de Empresas que dispõe de sistemas de informação computadorizados. Do “banco” de casos disponíveis, foram selecionadas dez empresas e, a partir de seus demonstrativos contábeis, foram aplicadas as análises tradicional e dinâmica do capital de giro. Isto oportunizou um exercício ímpar, pois a análise dinâmica exigiu uma reclassificação de balanços das empresas para que o modelo pudesse ser aplicado.

O estudo procurou destacar as semelhanças, diferenças e omissões que existem entre os dois modelos, sempre no sentido de avaliar a utilidade destes modelos no processo de gestão e tomada de decisão.

De forma conclusiva, esta pesquisa possibilita uma reflexão objetiva e concreta para os profissionais que atuam na gestão e tomada de decisão sobre a saúde financeira da empresa, comparando a informação e a utilidade dos parâmetros do modelo tradicional, já consolidados e bem conhecidos, com os parâmetros proporcionados pelo modelo dinâmico, que somente recentemente (Balanço Anual da Gazeta Mercantil 1999) começaram a ser utili-zados e a contribuir para melhorar a eficácia na análise do desempenho e diagnóstico sobre a situação financeira das empresas.

Palavras Chave: análise tradicional, análise dinâmica, capital de giro - CDG, necessidade de capital de giro - NCG, saldo de tesouraria - T, ciclo financeiro. 1. INTRODUÇÃO

Embora de utilização generalizada por parte dos analistas, vale a pena testar a lei-

tura realizada por meio dos índices de liquidez (corrente, seca e geral) que habitualmente é feita em relação ao capital de giro das empresas, verificando-se a sua eficiência. Tendo-se aprendido em sala de aula uma metodologia diferente para essa avaliação, resolveu-se testar o modelo tradicional com esse novo, denominado modelo dinâmico.

Para tanto, selecionou-se 10 empresas virtuais a partir do banco de casos do Labo-ratório de Gestão de Negócios - IPS/FURB. Tal laboratório dispõe de uma boa quantidade e diversidade de casos (167), os quais são oriundos dos cursos realizados com alunos de gradu-ação, pós-graduação e cursos "fechados" para empresas, desde 1997. Em seguida, avaliou-se o desempenho dessas empresas pelo modelo dinâmico de análise do capital de giro para veri-ficar quais são as efetivas contribuições deste modelo em relação ao modelo tradicional.

Procurou-se, também, avaliar a utilidade do modelo dinâmico como ferramenta de apoio de gestão empresarial, no sentido de classificar e qualificar com maior precisão, a evo-lução da situação e do risco financeiro que a empresa apresenta.

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2. ESTUDO DE CASO ATRAVÉS DA ANÁLISE TRADICIONAL Para ilustrar o estudo realizado, apresentar-se-á o caso da empresa RelAdn992i,

cujo balanço consta da Tabela 1. O nome da empresa equivale ao nome do arquivo gerado em laboratório.

Tabela 1 – Balanço da Empresa RelAdn992i Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Ativo Circulante 586.182 706.135 768.166 784.132 772.098 822.685 Caixa Disponível 86.991 0 13.198 53.951 0 24.929 Aplicações 90.248 160.248 100.248 90.248 90.248 90.248 Estoques MP 116.933 283.695 288.525 273.664 273.447 285.651 Estoques Produtos 89.457 36.033 124.408 149.658 188.093 207.920 Contas a Receber 225.605 246.367 265.919 236.530 237.352 233.792 Prov.Deved.Duvidosos -23.053 -20.207 -24.131 -19.919 -17.041 -19.854

Realizável a Longo Prazo 540.820 521.646 454.087 357.159 499.660 438.990

Permanente 265.562 273.779 270.737 340.155 332.822 325.660

Ativo Total 1.392.563 1.501.560 1.492.989 1.481.446 1.604.579 1.587.336

Passivo Circulante 223.072 278.493 340.318 296.223 365.579 356.690 Fornecedores 42.930 0 0 26.875 55.802 90.452 Salários e Encargos 65.451 63.221 68.521 67.669 62.513 62.513 Empréstimos 4.000 193.086 4.000 4.000 43.625 4.000 Duplic. Descontadas 90.000 0 162.561 175.000 185.050 179.000 Dividendos a Pagar 0 0 51.582 0 0 0 Imposto Renda a Pagar 0 0 34.716 0 0 0 Impostos e Taxas 20.691 22.186 18.938 22.679 18.589 20.725 Participação Lucros 0 0 0 0 0 0

Exigível a Longo Prazo 227.039 252.360 172.200 203.395 244.108 244.457

Patrimônio Líquido 942.452 970.707 980.472 981.828 994.892 986.189

Passivo Total 1.392.564 1.501.560 1.492.990 1.481.446 1.604.579 1.587.336 Jul Ago Set Out Nov Dez

Ativo Circulante 673.321 852.170 698.556 817.073 804.375 787.512 Caixa Disponível 12.386 29.881 15.173 15.616 14.691 9.923 Aplicações 90.248 90.248 0 0 0 55.000 Estoques MP 155.573 188.524 70.231 307.248 218.553 106.224 Estoques Produtos 209.568 273.072 370.013 220.090 272.857 292.104 Contas a Receber 226.319 292.374 272.466 301.466 328.961 350.890 Prov.Deved.Duvidosos -20.772 -21.928 -29.328 -27.348 -30.687 -26.628

Realizável a Longo Prazo 606.527 499.428 676.828 680.573 729.323 670.070

Permanente 318.176 310.692 303.264 297.363 288.615 280.106

Ativo Total 1.598.025 1.662.291 1.678.648 1.795.008 1.822.313 1.737.689

Passivo Circulante 315.523 348.855 299.805 314.219 283.828 100.764 Fornecedores 63.577 34.650 0 0 0 0 Salários e Encargos 59.873 59.873 61.234 66.634 75.746 75.206 Empréstimos 4.000 4.000 4.000 4.000 2.792 2.792 Duplic. Descontadas 167.000 226.319 211.400 220.000 185.000 0 Dividendos a Pagar 0 0 0 0 0 0 Imposto Renda a Pagar 0 0 0 0 0 0 Impostos e Taxas 21.073 24.013 23.171 23.585 20.290 22.766 Participação Lucros 0 0 0 0 0 0

Exigível a Longo Prazo 238.089 235.101 267.191 317.489 345.697 394.787

Patrimônio Líquido 1.044.413 1.078.335 1.111.652 1.163.301 1.192.788 1.242.139

Passivo Total 1.598.025 1.662.291 1.678.648 1.795.008 1.822.313 1.737.689

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A partir do balanço da empresa, calculou-se e plotou-se seus índices de liquidez,

respectivamente na Tabela 2 e Gráfico 1:

Tabela 2 – Índices de Liquidez da Empresa RelAdn992i Índice de Liquidez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezCorrente 2,63 2,54 2,26 2,65 2,11 2,31 2,13 2,44 2,33 2,60 2,83 7,82Seca 1,70 1,39 1,04 1,22 0,85 0,92 0,98 1,12 0,86 0,92 1,10 3,86Geral 2,50 2,31 2,38 2,28 2,09 2,10 2,31 2,31 2,43 2,37 2,44 2,94

Gráfico 1 – Índices de Liquidez da Empresa RelAdn992i

Índices de Liquidez

0,001,002,003,004,005,006,007,008,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

CorrenteSecaGeral

Diagnóstico: A empresa manteve-se saudável financeiramente e estável desde ja-

neiro até novembro, quando apresentou um forte crescimento em todos os índices de liquidez, motivado pela anulação das Duplicatas Descontadas no passivo circulante.

Possivelmente, a empresa aumentou o volume de vendas à vista no último mês do

ano, gerando caixa para não mais precisar descontar duplicatas, bem como manter disponibi-lidades aplicadas no mercado financeiro.

3. ESTUDO DE CASO ATRAVÉS DA ANÁLISE DINÂMICA

Para analisar o mesmo caso anterior através do modelo dinâmico, é necessário

primeiro reclassificar as contas do balanço apresentado na Tabela 1. Tal reclassificação impli-ca agrupar as contas do balanço por afinidade, em obediência aos novos objetivos de utiliza-ção dos dados financeiros. Dessa forma, surgem 3 novas contas: 1) as operacionais, que guardam relação com as atividades da empresa, ou seja, que se vinculam ao seu negócio; 2) as estratégicas, que se referem às movimentações vinculadas à alta administração da empresa; e 3) as táticas, que são aquelas de curto e curtíssimo prazos, geralmente administradas pela tesouraria da empresa.

Necessidade de Capital de Giro- NCG: abordando as contas operacionais, pode-

se reclassificar o balanço da Tabela 1 num primeiro grupo, da seguinte forma:

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ATIVO: APLICAÇÕES PASSIVO: FONTES Estoques MP Prov. p/ Devedores Duvidosos

Estoques Produtos Fornecedores Contas a Receber Salários e Encargos

Impostos e taxas Participação nos lucros

Como essas contas giram rapidamente em uma empresa, elas são também chama-

das de cíclicas. Tratando-as num único bloco, ou melhor, pela diferença entre as contas cícli-cas do ativo (CCA) e as contas cíclicas do passivo (CCP), chega-se ao conceito da NCG - Necessidade de Capital de Giro. Em resumo, tem-se:

NCG = CCA - CCP

Aqui, vale a pena chamar a atenção para a diferença entre a atual classificação e

aquela tradicional. Com efeito, no balanço clássico, clientes e estoques eram contas denomi-nadas realizáveis, querendo com isso dizer-se que o empresário poderia lançar mão delas a qualquer momento. No entanto, isso só é possível com o fechamento da empresa. Operando, acontece exatamente o contrário. Ao ser retirado um item de estoque para uso na fabricação, outro deverá ser adquirido, caso se queira manter o mesmo nível de produção. Uma vez paga uma duplicata, outra irá tomar-lhe o lugar. O mesmo acontece com as contas de fornecedores. Na realidade, essas contas representam investimentos operacionais e como tais deve ser con-sideradas. Esse enfoque representa uma diferença conceitual importante e se refletirá na ges-tão da empresa.

Capital de Giro - CDG: além das contas cíclicas, existem as permanentes. Estes

dois agrupamentos diferem em função de seus tempos de giro. Enquanto as cíclicas giram rapidamente, as permanentes não giram ou giram lentamente, ou seja, são de longo prazo. As contas permanentes podem ser assim reclassificadas a partir do balanço da Tabela 1:

ATIVO: APLICAÇÕES PASSIVO: FONTES Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Permanente Patrimônio Líquido De forma idêntica ao efetuado com as contas cíclicas - por diferença - chega-se a

um novo conceito: o CDG - Capital de Giro, dado pela diferença entre as contas permanentes do passivo (CPP) e as contas permanentes do ativo (CPA). Em resumo, tem-se:

CDG = CPP - CPA

Essa definição já nos era familiar no modelo tradicional. No entanto, difere pelo

fato de que é calculada através das contas de longo prazo e não pelo circulante ou contas de curto prazo, apesar de o resultado matemático ser o mesmo.

Saldo de Tesouraria - T: para concluir a reclassificação do balanço da Tabela 1,

resta ainda um último agrupamento, que são as contas de curto e curtíssimo prazos, que não guardam relação com o processo produtivo e não são estratégicas como as de longo prazo. Pode-se assim classificá-las:

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ATIVO: APLICAÇÕES PASSIVO: FONTES Caixa disponível Duplicatas descontadas

Aplicações Dividendos a pagar IR a pagar Empréstimos

Essas contas são chamadas de erráticas e, pelo método das diferenças, tem-se o

conceito de T - Saldo de Tesouraria. É a diferença entre as contas erráticas do ativo (CEA) e as contas erráticas do passivo (CEP). Em resumo, tem-se:

T = CEA - CEP Neste ponto, pode-se finalmente apresentar o modelo funcional dinâmico do ba-

lanço patrimonial, escrevendo: T = CDG - NCG Agrupando-se, então, o balanço apresentado na Tabela 1, conforme as contas do

modelo dinâmico, tem-se o seguinte:

Tabela 3 – Reclassificação do Balanço da Empresa RelAdn992i Jan Fev Mar Abr Mai Jun Contas Operacionais: (+) Estoques MP 116.933 283.695 288.525 273.664 273.447 285.651 (+) Estoques Produtos 89.457 36.033 124.408 149.658 188.093 207.920 (+) Contas a Receber 225.605 246.367 265.919 236.530 237.352 233.792 (-) Prov. p/ Deved. Duv. 23.053 20.207 24.131 19.919 17.041 19.854 (-) Fornecedores 42.930 0 0 26.875 55.802 90.452 (-) Salários e Encargos 65.451 63.221 68.521 67.669 62.513 62.513 (-) Impostos e taxas 20.691 22.186 18.938 22.679 18.589 20.725 (-) Particip. nos lucros 0 0 0 0 0 0 (=) Nec. Cap. Giro 279.871 460.481 567.261 522.711 544.946 533.819 Contas Estratégicas: (+) Exigível Longo Prazo 227.039 252.360 172.200 203.395 244.108 244.457 (+) Patrimônio Líquido 942.452 970.707 980.472 981.828 994.892 986.189 (-) Realiz. Longo Prazo 540.820 521.646 454.087 357.159 499.660 438.990 (-) Permanente 265.562 273.779 270.737 340.155 332.822 325.660 (=) Cap. De Giro 363.110 427.642 427.848 487.909 406.519 465.995 Contas Táticas: (+) Caixa disponível 86.991 0 13.198 53.951 0 24.929 (+) Aplicações 90.248 160.248 100.248 90.248 90.248 90.248 (-) Dupl. descontadas 90.000 0 162.561 175.000 185.050 179.000 (-) Dividendos a pagar 0 0 51.582 0 0 0 (-) IR a pagar 0 0 34.716 0 0 0 (-) Empréstimos 4.000 193.086 4.000 4.000 43.625 4.000 (=) Saldo de Tesouraria 83.238 -32.839 -139.413 -34.802 -138.428 -67.824 Jul Ago Set Out Nov Dez Contas Operacionais: (+) Estoques MP 155.573 188.524 70.231 307.248 218.553 106.224 (+) Estoques Produtos 209.568 273.072 370.013 220.090 272.857 292.104 (+) Contas a Receber 226.319 292.374 272.466 301.466 328.961 350.890 (-) Prov. p/ Deved. Duv. 20.772 21.928 29.328 27.348 30.687 26.628 (-) Fornecedores 63.577 34.650 0 0 0 0 (-) Salários e Encargos 59.873 59.873 61.234 66.634 75.746 75.206 (-) Impostos e taxas 21.073 24.013 23.171 23.585 20.290 22.766 (-) Particip. nos lucros 0 0 0 0 0 0 (=) Nec. Cap. Giro 426.165 613.505 598.977 711.238 693.647 624.617

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Jul Ago Set Out Nov Dez Contas Estratégicas: (+) Exigível Longo Prazo 238.089 235.101 267.191 317.489 345.697 394.787 (+) Patrimônio Líquido 1.044.413 1.078.335 1.111.652 1.163.301 1.192.788 1.242.139 (-) Realiz. Longo Prazo 606.527 499.428 676.828 680.573 729.323 670.070 (-) Permanente 318.176 310.692 303.264 297.363 288.615 280.106 (=) Cap. De Giro 357.799 503.316 398.750 502.854 520.547 686.749 Contas Táticas: (+) Caixa disponível 12.386 29.881 15.173 15.616 14.691 9.923 (+) Aplicações 90.248 90.248 0 0 0 55.000 (-) Dupl. descontadas 167.000 226.319 211.400 220.000 185.000 0 (-) Dividendos a pagar 0 0 0 0 0 0 (-) IR a pagar 0 0 0 0 0 0 (-) Empréstimos 4.000 4.000 4.000 4.000 2.792 2.792 (=) Saldo de Tesouraria -68.366 -110.190 -200.227 -208.384 -173.100 62.132

Ciclo Financeiro: o ciclo financeiro de uma empresa começa com o pagamento

aos fornecedores e termina com o recebimento das duplicatas, incluindo no intervalo vários outros desembolsos referentes a salários, impostos, encargos, etc.

O ciclo financeiro contém todos os componentes da NCG, ou seja, duplicatas a

pagar e a receber, estoques e outras obrigações ligadas a salários, encargos, impostos, etc. Sendo assim, pode-se estabelecer a seguinte relação para o ciclo financeiro:

NCG Ciclo Financeiro = x 100

V onde: NCG = Necessidade de Capital de Giro e

V = Vendas Nesta fórmula, onde se calcula o percentual das vendas investido nas contas ope-

racionais, fica evidente que, quanto menor o ciclo financeiro, mais confortável será a situação da empresa. Visando diminui-lo, o empresário poderá definir estratégias para aumentar as vendas proporcionalmente mais do que a NCG ou, por outro lado, diminuir a NCG proporcio-nalmente mais do que as vendas.

Sabendo-se que os valores referentes às vendas mensais da empresa em questão

encontram-se na Tabela 4, pode-se calcular seu ciclo financeiro, conforme Tabela 5.

Tabela 4 – Vendas da Empresa RelAdn992i Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Vendas 355.204 525.142 443.720 378.759 453.579 371.774 Mês Jul Ago Set Out Nov Dez Vendas 414.492 576.859 480.260 463.420 635.059 572.189

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Tabela 5 – Ciclo Financeiro da Empresa RelAdn992i Jan Fev Mar Abr Mai Jun (+) Estoques MP 32,92% 54,02% 65,02% 72,25% 60,29% 76,83% (+) Estoques Produtos 25,18% 6,86% 28,04% 39,51% 41,47% 55,93% (+) Contas a Receber 63,51% 46,91% 59,93% 62,45% 52,33% 62,89% (-) Prov. p/ Deved. Duv. 6,49% 3,85% 5,44% 5,26% 3,76% 5,34% (-) Fornecedores 12,09% 0,00% 0,00% 7,10% 12,30% 24,33% (-) Salários e Encargos 18,43% 12,04% 15,44% 17,87% 13,78% 16,81% (-) Impostos e taxas 5,83% 4,22% 4,27% 5,99% 4,10% 5,57% (-) Particip. nos lucros 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% (=) Ciclo Financeiro 78,79% 87,69% 127,84% 138,01% 120,14% 143,59% Jul Ago Set Out Nov Dez (+) Estoques MP 37,53% 32,68% 14,62% 66,30% 34,41% 18,56% (+) Estoques Produtos 50,56% 47,34% 77,04% 47,49% 42,97% 51,05% (+) Contas a Receber 54,60% 50,68% 56,73% 65,05% 51,80% 61,32% (-) Prov. p/ Deved. Duv. 5,01% 3,80% 6,11% 5,90% 4,83% 4,65% (-) Fornecedores 15,34% 6,01% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% (-) Salários e Encargos 14,44% 10,38% 12,75% 14,38% 11,93% 13,14% (-) Impostos e taxas 5,08% 4,16% 4,82% 5,09% 3,20% 3,98% (-) Particip. nos lucros 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% (=) Ciclo Financeiro 102,82% 106,35% 124,72% 153,48% 109,23% 109,16%

Plotando-se as informações de Vendas, CDG, NCG, T e Ciclo Financeiro, tem-se

o seguinte (no Gráfico 2, a escala da direita é válida, somente, para o ciclo financeiro; as de-mais curvas valem-se da escala à esquerda):

Gráfico 2 – Vendas, CDG, NCG, T e CF da Empresa RelAdn992i

-400.000

-200.000

0

200.000

400.000

600.000

800.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses

R$

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

140%

160%

180%

VendasNCGCDGTCF

Tipos de Estruturas Financeiras: a combinação dos três elementos que com-

põem a posição de capital de giro da organização (CDG, NCG e T) determina sua estrutura financeira em dado período – além da tendência assumida para um horizonte de tempo mais dilatado – assim como a situação de liquidez e solvência da entidade em igual momento – e sua evolução no decorrer de exercícios sucessivos.

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Identificou-se seis situações possíveis pelo confronto daqueles elementos, como mostra a Tabela 6. Nessa tabela, além da classificação dos elementos que compõem a posição de capital de giro da empresa em um dos 6 tipos de estruturas financeiras e visando concluir a respeito da performance da situação de capital de giro, aplicou-se um modelo de pontuação dentro de cada estrutura.

Tabela 6 – Tipos de Estruturas Financeiras e respectivas Notas

Tipo CDG NCG T Situação Nota I – + – Péssima 0,00 a 1,66 II – – – Muito ruim 1,67 a 3,32 III + + – Insatisfatória 3,33 a 4,99 IV – – + Razoável 5,00 a 6,66 V + + + Sólida 6,67 a 8,32 VI + – + Excelente 8,33 a 10,00

Este modelo de notas, proposto pelos autores, tem o intuito de permitir que seja

feita a comparação da situação da empresa no caso de diversos meses manterem-se dentro de um mesmo tipo de Estrutura Financeira, que é o que geralmente ocorre na prática. Desta for-ma, acredita-se que a empresa poderá contar com uma ferramenta para gerir suas finanças.

Cabe, agora, explicar a operacionalização do modelo apresentado. Inicialmente,

como são 6 os tipos de estruturas financeiras, dividiu-se a nota máxima – 10 – por 6, o que resultou a amplitude de cada estrutura, ou seja, 1,6667. Em seguida, com os 6 tipos alinhados em ordem crescente de performance, atribuiu-se a cada um deles, de forma acumulada, a am-plitude mencionada, como pode ser visto na Tabela 6. Percebe-se, por exemplo, que uma em-presa que tiver sua situação de capital de giro classificada como “Sólida”, receberá uma nota entre 6,67 e 8,32. Resta explicar como se chega a esta nota.

Os Saldos de Tesouraria (T), dentro de um mesmo tipo de Estrutura Financeira,

serão somados e transformados em valor relativo (percentual do total). Por exemplo: conside-re-se uma empresa que, em dois meses, tenha apresentado os seguintes valores de CDG, NCG e T:

Mês CDG NCG T

X 500 400 100 Y 610 310 300

Nota-se que, nos 2 meses deste exemplo, a situação da empresa é “Sólida”, visto

que CDG, NCG e T são positivos. Independente de os meses X e Y serem consecutivos ou não, importa separar todos os meses que apresentem uma mesma situação. No exemplo apre-sentado, considerou-se que nos 2 meses a empresa apresentou situação “Sólida”.

Somando-se os Saldos de Tesouraria (T) dessa estrutura e transformando-os em

valor relativo, tem-se o seguinte:

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Mês

CDG

NCG

T Valor

relativoX 500 400 100 25% Y 610 310 300 75%

Total 400 100% O próximo passo, é aplicar os percentuais obtidos para cada mês (dentro de uma

mesma estrutura financeira) sobre 1,6667, resultado da divisão entre 10 (nota máxima) e 6 (quantidade de tipos de Estrutura Financeira). Finalmente, se o saldo de tesouraria for negati-vo, aquele valor (percentual sobre 1,6667) será diminuído da nota máxima do tipo de Estrutu-ra Financeira em que estiver enquadrada a situação da empresa e, essa diferença, acrescida de 0,01. Por outro lado, se o saldo de tesouraria for positivo ou igual a zero, aquele valor será somado à nota mínima do tipo de Estrutura Financeira em que estiver enquadrada a situação da empresa.

Retornando ao exemplo apresentado anteriormente e aplicando-se os percentuais

(25% e 75%) sobre 1,6667, tem-se, para os meses X e Y, respectivamente, 0,42 e 1,25. Como para esses 2 meses o saldo de tesouraria é positivo, deve-se somar estes valores (0,42 e 1,25) à nota mínima do tipo de Estrutura Financeira “Sólida”, que é 6,67. Assim, o mês X terá nota igual a 7,09 (6,67 + 0,42) e o mês Y terá nota 7,92 (6,67 + 1,25).

Diante das notas obtidas pela empresa em cada mês, tecer-se-ão comentários a

respeito das tomadas de decisão mais indicadas, ou daquelas que não deveriam ser tomadas em função de poder colocar a empresa numa situação pior do que aquela em que se encontra.

Recorrendo novamente ao exemplo anterior, percebe-se que, no mês Y (nota

7,92), a empresa teve um desempenho melhor do que no mês X (nota 7,09), apesar de, em ambos os casos, ter classificado a estrutura financeira como “sólida”. O empresário, nesta situação, indo mais a fundo para verificar as causas da melhora, constataria que, simultanea-mente, houve aumento do CDG e diminuição da NCG. Em outras palavras, a empresa teve, simultaneamente, variação das contas permanentes do passivo (Exigível a Longo Prazo e/ou Patrimônio Líquido) maior do que a variação das contas permanentes do ativo (Realizável a Longo Prazo e/ou Ativo Permanente) e variação das contas cíclicas do ativo (duplicatas a re-ceber, estoques, etc.) menor do que a variação das contas cíclicas do passivo (fornecedores, salários, etc.). Isto é um bom sinal, desde que não seja afetado o faturamento da empresa.

Voltando ao caso da empresa RelAdn992i e classificando-a conforme o tipo de

Estrutura Financeira, tem-se as situações e notas apresentadas na Tabela 7, em função da combinação CDG x NCG x T:

Tabela 7 – Tipo de Estrutura Financeira, com nota, da

Empresa RelAdn992i Mês Situação Nota Mês Situação Nota Jan Sólida 7,62 Jul Insatisfatória 4,90 Fev Insatisfatória 4,95 Ago Insatisfatória 4,84 Mar Insatisfatória 4,80 Set Insatisfatória 4,72 Abr Insatisfatória 4,95 Out Insatisfatória 4,70 Mai Insatisfatória 4,80 Nov Insatisfatória 4,75 Jun Insatisfatória 4,90 Dez Sólida 7,38

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Diagnóstico: Todas as curvas plotadas no Gráfico 2 apresentaram fortes oscila-ções durante o ano, demonstrando que a empresa não teve um comportamento homogêneo, certamente, por falta de parâmetros capazes de classificar e qualificar a situação efetiva do desempenho financeiro.

Mesmo com tantas oscilações, percebe-se que há uma tendência de alta nas curvas

de vendas, CDG, NCG e CF. Contudo, pelo fato de a NCG estar crescendo num ritmo mais acelerado do que o CDG, o T apresenta uma tendência de queda. Mesmo assim, ao final do ano, houve uma recuperação do T, motivada pelo crescimento do CDG e queda da NCG de forma simultânea. Um ciclo financeiro mais reduzido nesse período foi o grande responsável por esta melhora de performance. A redução no ciclo financeiro, por sua vez, foi motivada, principalmente, pela redução do estoque de matéria-prima, que, em dezembro, atingiu o se-gundo menor valor do ano.

Como recomendações, pode-se alertar:

Meses Recomendações Jan e Dez Evitar aumento dos prazos de recebimento das vendas e de

rotação dos estoques, bem como a diminuição do prazo de pagamento das compras.

Fev a Nov Diminuir os prazos de recebimento das vendas e/ou de rotação dos estoques, bem como aumentar o prazo de pa-gamento das compras, diminuindo o ciclo financeiro.

Análise Tradicional X Análise Dinâmica: ambas as análises demonstram a me-

lhora da empresa no final do ano. Contudo, a tradicional não apresentou sensibilidade para detectar as significativas oscilações que ocorrem durante o período da gestão. Não detectou também, o efeito da redução do estoque de matéria-prima em dezembro, o qual se constituiu na principal causa da melhora da empresa e que permitiu à mesma liquidar as operações de desconto de duplicatas e manter disponibilidades aplicadas no mercado financeiro. 4. CONCLUSÕES

O problema de diagnosticar e avaliar a situação e o desempenho da gestão finan-ceira de uma empresa constitui-se sem dúvida numa questão relevante para os processos de gestão e tomada de decisão empresarial. Quanto mais eficazes e quanto maior a sensibilidade dos parâmetros, melhor será a qualidade do diagnóstico ou da gestão.

Espera-se, pois, que as conclusões a que se chegou neste estudo não só enfatizem

a importância da qualidade e a sensibilidade que devem possuir os parâmetros de avaliação s0obre o desempenho financeiro de uma empresa, mas também, que tenha contribuído positi-vamente para a discussão sobre a utilidade do uso da análise dinâmica como ferramenta na gestão empresarial.

Os casos estudados comprovaram que a análise dinâmica oferece parâmetros que

apresentam um grau de sensibilidade sobre mudanças na situação financeira significativamen-te mais apurado que a análise tradicional, bem como, permite ainda uma classificação e quali-ficação do desempenho.

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Page 11: Capital de giro

Uma limitação poderia ser considerada: no exemplo apresentado, pode-se obser-var que o modelo alternou apenas entre dois tipos de Estrutura Financeira, isto é, entre as situ-ações “Insatisfatória” e “Sólida”. Cabe ressaltar que estes dois tipos de estrutura, entre os seis existentes, são os únicos em que tanto o CDG, como a NCG, são positivos e que o T poderá ser positivo (situação “Sólida”) ou negativo (situação “Insatisfatória”), dependendo de qual dos dois, CDG ou NCG for o maior. Isto pode ser explicado se observarmos o seguinte fato: os grupos que realizaram a gestão das empresas durante o treinamento, receberam as respecti-vas empresas inicialmente numa situação que pode ser qualificada como financeiramente só-lidas e saudáveis, com elevados valores de CDG e NCG. Sabendo-se que para alterar o sinal desses valores seria necessária uma mudança radical na estratégia empresarial, acredita-se que o prazo de 1 ano não seria suficiente para tais empresas experimentarem CDG e/ou NCG ne-gativos.

De qualquer forma, o fato de não se contar, no caso estudado, com CDG e/ou

NCG negativos, não constitui numa limitação relevante, pois os parâmetros demonstraram neste intervalo uma significativa sensibilidade de diagnóstico e capacidade de classificação do desempenho. Neste sentido, é possível estabelecer as seguintes considerações conclusivas:

1) No caso analisado, o estudo revelou conclusões gerais semelhantes, ou seja,

tanto a análise tradicional, como a dinâmica, detectou uma melhora da situação financeira no final do ano.

2) Contudo, a análise tradicional apresentou pouca sensibilidade em relação às

oscilações havidas na sua saúde financeira, bem como aos efeitos da redução do estoque de matéria-prima em dezembro, que se constituiu na principal causa da melhora financeira da empresa.

3) segundo a análise tradicional, os meses de outubro e novembro foram respecti-

vamente, o quinto e o segundo melhores meses do ano, em relação à liquidez corrente. Se-gundo a análise dinâmica, tais meses se constituíram em termos de situação financeira, no décimo segundo (pior) e o décimo, respectivamente. Portanto divergentes.

4) uma importante divergência na qualidade da gestão ficou evidente quando se

observa o Gráfico 3, no qual foram plotadas as tendências lineares dos índices de liquidez corrente da Tabela 2 (análise tradicional) e as notas da Tabela 7 (análise dinâmica). Neste gráfico, enquanto a análise tradicional sinaliza uma significativa melhora na situação financei-ra da empresa ao longo do ano, através da análise dinâmica o que se verifica é uma situação praticamente estável.

Gráfico 3 - Gráfico de Tendência segundo Análises Tradicional e Dinâmica

110

2

4

6

8

10

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

An.DinâmicaAn.Tradicional

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5) vale ressaltar que a leitura proporcionada pela análise tradicional tem mais uti-

lidade no campo da avaliação de risco de insolvência, enquanto que a análise dinâmica apre-senta maior utilidade no campo da avaliação sobre o situação do fluxo de caixa, o que pode ser especialmente útil para as empresas que dispõe de sistemas de simulação capazes de testar diferentes cenários de fluxo de caixa.

Diante dos fatos observados e consideradas as limitações do estudo, pode-se esta-

belecer que as evidências indicam que: 1) o modelo dinâmico de análise do capital de giro das empresas oferece parâme-

tros que apresentam maior sensibilidade para detectar mudanças na situação fi-nanceira da empresa;

2) neste sentido, o modelo dinâmico tende a detectar mudanças na situação finan-

ceira da empresa, antes da análise tradicional; 3) O modelo dinâmico oferece parâmetros que melhoram significativamente a

qualidade da análise da situação financeira da empresa, pois gera informações sobre as oscilações e as tendências evolutivas do CDG – Capital de Giro, da NCG – Necessidade de Capital de Giro, do T – Saldo de Tesouraria e do CF – Ciclo Financeiro; com tais informações, o gestor pode avaliar com melhor pre-cisão os limites para sustentar as atividades da empresa com segurança, dadas mudanças estratégicas na política de vendas o de investimentos;

4) o diagnóstico sobre a situação financeira da empresa proporcionado pela análi-

se dinâmica mostrou-se em alguns casos, bastante divergente do que o indicado pela análise tradicional;

5) o modelo de analise dinâmica é especialmente útil quando a empresa dispõe de

um sistema que permite simular cenários e respectivos fluxos de caixa, consti-tuindo-se como uma boa ferramenta para o planejamento de tomada de decisão. Apesar de requerer um trabalho adicional (reclassificação do balanço) para a-plicação do modelo dinâmico, os benefícios são compensadores.

É oportuno registrar que este modelo também tem sido experimentado com suces-

so, através dos serviços de consultoria que o autor da dissertação presta na região de Blume-nau, comprovando sua utilidade tanto no diagnóstico econômico e financeiro de empresas, como no apoio à gestão.

Portanto, a forma de uso do modelo dinâmico proposto neste estudo pode ser in-corporada também no ensino e treinamento, sobretudo nos cursos de pós-graduação em finan-ças e/ou em contabilidade.

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