Capítulo 03 A lenda · Ele comparou o livro com o rascunho que tinha feito das runas na ......

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1 Light Novel Project Capítulo 03 A lenda Colbert era um professor que dedicou vinte anos à Academia de magia de Tristain e agora é uma pessoa importante. Chamavam-no de “Colbert, a Serpente ardente”, e, naturalmente, era um mago especializado em magia do tipo fogo. Desde a Invocação de alguns dias atrás, ele tem estado preocupado acerca do plebeu que Louise invocara. Melhor dizendo, estava preocupado com as runas que apareceram na mão esquerda do garoto. Realmente são runas pouco comuns, então nas últimas noites ele têm se confinado na biblioteca e investigou vários livros. A biblioteca da Academia de Magia de Tristain estava localizada no mesmo prédio do refeitório. As estantes eram incrivelmente altas, aproximadamente 30 metros de altura, e por todo o caminho havia livros enfileirados contra a parede. A biblioteca era espetacular. E com razão, já que este lugar estava cheio de história desde a criação do novo mundo em Halkeginia pelo Fundador Brimir. Colbert estava agora na seção da biblioteca chamada “Biblioteca de Fenir” a qual somente os professores tinham entrada permitida. As estantes ordinárias onde os estudantes tinham livre acesso não continham nenhuma resposta que o satisfizera. Usando um feitiço de levitação, flutuou até uma estante que estava fora de seu alcance, e pegou um livro em particular. Seus esforços foram recompensados quando seus olhos se dirigiram ao título do livro. Era um livro muito antigo que tinha a descrição dos familiares que foram usados pelo Fundador Brimir. Sua atenção se focou em um parágrafo em particular, e, enquanto lia fascinado, seus olhos se abriram de surpresa. Ele comparou o livro com o rascunho que tinha feito das runas na mão esquerda do garoto.

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Capítulo 03 – A lenda

Colbert era um professor que dedicou vinte anos à Academia de magia de Tristain e

agora é uma pessoa importante.

Chamavam-no de “Colbert, a Serpente ardente”, e, naturalmente, era um mago

especializado em magia do tipo fogo.

Desde a Invocação de alguns dias atrás, ele tem estado preocupado acerca do plebeu

que Louise invocara. Melhor dizendo, estava preocupado com as runas que apareceram na

mão esquerda do garoto. Realmente são runas pouco comuns, então nas últimas noites ele

têm se confinado na biblioteca e investigou vários livros.

A biblioteca da Academia de Magia de Tristain estava localizada no mesmo prédio do

refeitório. As estantes eram incrivelmente altas, aproximadamente 30 metros de altura, e por

todo o caminho havia livros enfileirados contra a parede. A biblioteca era espetacular. E com

razão, já que este lugar estava cheio de história desde a criação do novo mundo em Halkeginia

pelo Fundador Brimir.

Colbert estava agora na seção da biblioteca chamada “Biblioteca de Fenir” a qual

somente os professores tinham entrada permitida.

As estantes ordinárias onde os estudantes tinham livre acesso não continham

nenhuma resposta que o satisfizera.

Usando um feitiço de levitação, flutuou até uma estante que estava fora de seu

alcance, e pegou um livro em particular.

Seus esforços foram recompensados quando seus olhos se dirigiram ao título do livro.

Era um livro muito antigo que tinha a descrição dos familiares que foram usados pelo

Fundador Brimir.

Sua atenção se focou em um parágrafo em particular, e, enquanto lia fascinado, seus

olhos se abriram de surpresa.

Ele comparou o livro com o rascunho que tinha feito das runas na mão esquerda do

garoto.

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–Ah! – exclamou surpreendido. Nesse momento, havia perdido a concentração

necessária para manter a levitação e quase caiu no chão.

Mantendo o livro em suas mãos, desceu até o chão e saiu correndo da biblioteca. Seu

destino era a sala do diretor.

A sala do diretor estava localizada no piso mais alto do prédio, Sr. Osmond, o atual

diretor da Academia de Magia de Tristain, se sentou com os cotovelos apoiados em sua

elegante mesa de sequóia. Parecia terrivelmente entediado enquanto sacudia sua barba e

cabelo branco. Ele estava preguiçosamente arrancando pelos do nariz, quando lentamente

murmurou “hrm” e tirou com força uma gaveta da escrivaninha.

Ele estava procurando um cachimbo.

Enquanto ele procurava, a Senhorita Longueville, a secretária que estava escrevendo

algo em outra mesa na sala, agitou sua pena.

O cachimbo flutuou e caiu nas mãos da Senhorita Longueville. O diretor Osmond

suspirou desanimado.

–É divertido tirar-me um dos meus pequenos prazeres? Senhorita...

–Cuidar de você também é um dos meus trabalhos, Velho Osmond

O Diretor Osmond se levantou de sua cadeira e caminhou até a tranqüila e calma

Senhorita Longueville. Ficando atrás de Longueville, que permanecia sentada, cerrou

seus olhos em uma expressão séria.

–Com os dias passando-se tão tranquilamente, pensar em como gastar o meu tempo

tem sido um grande problema.

As rugas que marcavam profundamente o rosto de Osmond davam pistas sobre a

história de sua vida. As pessoas especulavam que ele tinha entre cem e trezentos anos.

Mas quanto a sua verdadeira idade ninguém sabia. É possível que até mesmo ele não

se lembre.

–Velho Osmond – chamou Longueville, sem tirar os olhos da pena que estava

escrevendo em um pergaminho.

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–O que foi Senhorita?

–Por favor, pare de dizer que não tem nada pra fazer como desculpa para passar a

mão em minha bunda!

Então Osmond abriu ligeiramente sua boca e começou a caminhar cambaleando.

–Por favor, pare de fingir que está senil quando a situação não o favorece. – disse

Longueville calmamente.

Osmond suspirou profundamente. Era um suspiro de quem carregava vários

problemas.

–Onde acredita que se esconda a verdade, senhorita? Já se perguntou isso?

–Onde quer que seja eu te asseguro que não é debaixo de minha saia. Então tire seu

rato de debaixo da minha mesa.

Osmond fez cara feia e murmurou tristemente:

–Motsognir.

De debaixo da mesa da Senhorita Longueville saiu um pequeno rato. Subiu correndo

pela perna de Osmond e ficou em seu ombro, movendo sua minúscula cabeça. Pegou uma noz

do bolso e deu ao rato.

–Chuchu – chiou o rato aparentemente satisfeito.

–Esse é o único amigo em que posso confiar: Motsognir.

O rato começou a mordiscar a noz. Esta desapareceu rapidamente e o rato voltou a

chiar mais uma vez.

–Ah, sim, sim. Quer mais? Muito bem, lhe darei mais. Mas primeiro, me de a

informação, Motsognir.

–Chuchu

–Hmm, Então é branca, hmm. Mas a Senhorita Longueville deveria usar preto. Não

acha meu lindo Motsognir?

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Um tique de sobrancelha atacou Miss Longueville.

–Velho Osmond

–O quê?

–Na próxima vez que fizer isso comunicarei ao palácio.

–Huh! Acha que eu poderia ser o diretor desse lugar se tivesse medo do palácio?

Os olhos de Osmond se arregalaram e ele gritou com raiva. Foi uma exibição incrível,

algo completamente inesperado de um homem velho que parece tão frágil.

–Não se ponha toda arrogante só porque eu dei uma espiada em sua calcinha! Assim

você nunca irá se casar! Ahhh... Ser jovem de novo... Senhorita...

Osmond começou a passar a mão em Longueville novamente.

A Senhorita Longueville se levantou e, sem dizer uma palavra, começou a chutar a

cabeça de Osmond.

–Sinto muito! Pare! Ai! Não farei mais isso! Verdade!

O velho Osmond cobriu a cabeça e se encolheu assustado. A senhorita Longueville

respirava com dificuldade enquanto continuava chutando Osmond.

–Ahh! Como pode fazer isso? Tratando um superior dessa maneira! Olhe! Ai!

Este “pacífico” momento foi interrompido por uma intromissão repentina.

A porta se abriu com um golpe, e Colbert entrou rapidamente

–Velho Osmond!

–O que é?

Longueville voltou à sua mesa e agiu como se nada tivesse acontecido.

Osmond estava com os braços por trás de si e virou para o visitante com uma

expressão séria. Certamente foi uma recuperação rápida.

–T-Trago grandes notícias!

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–Não existem grandes notícias. Tudo é um conjunto de pequenos eventos.

–P-Por favor, olhe isto!

Colbert lhe entregou o livro que estava lendo há momentos atrás.

–É o livro dos familiares do Fundador Brimir, não é? Mas por que você está

desenterrando coisas velhas como essa? Se tem tempo para fazer esse tipo de coisa, por que

não pensa em melhores maneiras de cobrar os honorários da escola de todos esses nobres

frouxos? Senhor... Como é mesmo seu nome?– Osmond disse abaixando um lado da cabeça.

–É Colbert! Lembra?

–Certo, certo. Agora me lembrei. É que você fala tão rápido que nunca entendo. Então

Colby, o que faz com este livro?

–Por favor, olhe isto!

Colbert lha entregou o desenho das runas na mão esquerda de Saito.

No momento que viu, a expressão de Osmond mudou. Seus olhos assumiram uma

aparência solene.

–Miss Longueville, poderia nos dar licença por um momento?

Longueville se levantou e deixou a sala. Osmond falou assim que confirmou que ela

tinha saído.

–Explique-me com todos os detalhes, Senhor Colbert...

Já era quase hora do almoço quando terminaram de arrumar a sala que Louise havia

destruído. Como castigo, usar magia para restaurar a sala havia sido proibido, por isso

demoraram bastante. Mas como Louise não podia usar a maioria dos feitiços isso não tinha

importado muito. A Senhorita Chevreuse havia despertado duas horas depois da explosão, e,

mesmo que ela tenha voltado à sala, ela não deu lições sobre transformação pelo resto do dia.

Ela parecia bem traumatizada.

Uma vez que terminaram de arrumar, Louise e Saito se dirigiram ao refeitório para o

almoço. Durante o caminho, Saito zombava de Louise. Afinal, fora culpa de Louise ele ter de

fazer todo esse trabalho. Foi Saito que teve de levar a nova janela. Foi Saito que teve que

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pegar todas aquelas mesas pesadas. E é claro que foi Saito que teve de limpar todo o chão da

sala. Tudo o que Louise fez foi limpar algumas mesas e ainda o fez de cara feia.

Tenho que dormir no chão. A comida é a pior. E ainda tenho que lavar roupa! (não que

eu já tenha feito isso...)

Com todos os abusos por parte de Louise, Saito não podia manter o silencio sobre sua

recém descoberta fraqueza. Ele zombou muito de Louise.

–“Louise o Zero”. Agora eu entendo. É um apelido perfeito! Índice de êxito: ZERO!

Mesmo assim é uma nobre... Maravilhoso!

Louise não disse nem uma palavra, o que só provocava ainda mais Saito.

–Transformação! Ah! Kaboom! “Eu cometi um pequeno engano”! Somente “o Zero” se

engana com isso!

Saito dançava em círculos ao redor de Louise, levantando seus braços cada vez que

dizia “Kaboom” imitando uma explosão. Foi uma interpretação bem detalhada.

–Louise-sama. Este humilde familiar lhe fez uma canção– Disse Saito inclinando a

cabeça respeitosamente. Obviamente era um gesto sem significado, uma completa piada.

A sobrancelha de Louise tremia furiosamente. Ela estava a ponto de explodir, mas

Saito estava excitado demais para notar.

–Por que não a canta?

–Lou-Lou-Louise é um caso perdido! Um mago que nem sequer pode usar magia! Mas

está tudo bem! Pois ela é apenas uma garota!

Saito segurava a barriga enquanto morria de dar risada.

–Hahahahahaha!

Ele estava rindo da própria piada. Talvez ele também fosse um caso perdido.

Quando chegaram ao refeitório, Saito pegou uma cadeira para Louise.

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–Lembre-se, senhorita: não lance nenhum feitiço na comida. Imagine o desastre que

seria se ela explodisse!

Louise se sentou sem dizer uma palavra. Saito se sentia completamente satisfeito se

vingando da grosseria e maus tratos da arrogante Louise com suas piadas. Nem a usual falta de

comida importou muito.

A sopa miserável e o pão continuavam tristes de se olhar, mas era um sacrifício muito

justo por ter rido tanto da garota.

–Bem Fundador não-sei-quem. Sua Alteza a Rainha. Muito obrigado por essa comida

asquerosa. Itadakimasu.

Quando ia começar a comer, o prato foi tirado.

–O que está fazendo?!

–Es-Es-Es...

–Es-Es-Es?

Os ombros de Louise tremiam furiosamente assim como também a sua voz. De alguma

forma ela tinha guardado sua transbordante raiva até chegarem ao refeitório. Provavelmente

para dar um castigo apropriado.

–Es-Es-Es-Este familiar, como se atreve a di-dizer e-e-essas coisas de sua ama?

Saito se deu conta que havia se excedido.

–Me desculpe! Não direi nunca mais! Por favor, devolva minha comida!

–Não! Não é brincadeira!– gritou Louise com o seu lindo rosto contorcido com ira.

–Uma refeição para cada vez que disse “Zero”!

No final Saito saiu do refeitório sem ter comido uma migalha.

Não devia ter sido sarcástico... Mas já era tarde demais para se lamentar.

–Droga! Estou morrendo de fome! Maldição!

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Apertando seu estomago, colocou uma mão na parede.

–Está se sentindo mal?

Ele se virou e viu uma garota normal em um traje de empregada levando uma enorme

bandeja prateada. Ela o olhava com preocupação. Seu cabelo preto estava cuidadosamente

preso com uma fita e ela tinha lindas sardas.

– Não... –Saito moveu sua mão esquerda.

–Por acaso você não é o familiar da Senhorita Vallière...? – parece que ela tinha notado

as runas em sua mão esquerda.

–Você me conhece?

–Um pouco. Há um rumor que diz que um plebeu foi invocado por uma maga.

A garota sorriu docemente. Era a primeira vez que Saito viu um sorriso tão

despreocupado desde que chegou a este mundo.

–Você também é maga? – perguntou Saito

–Oh não, eu não sou. Sou uma plebéia, assim como você. Sirvo a nobreza que vive aqui

fazendo tarefas domésticas.

Na verdade, eu venho da Terra, não sou um plebeu. Mas não serviria de nada explicar.

Saito decidiu se apresentar.

–Entendo... Bom. Eu me chamo Hiraga Saito. Prazer em conhecê-la.

–Que nome mais estranho... Eu me chamo Siesta. – Nesse instante o estomago de

Saito roncou.

–Deve estar faminto.

– Sim...

–Venha comigo, por favor. – Dito isso Siesta saiu andando.

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Saito foi guiado até a cozinha localizada na parte de trás do refeitório. Um montão de

panelas e fogões estavam alinhados. Os cozinheiros e outras empregadas assim como Siesta

estavam ocupados fazendo comida.

–Espere um momento, por favor.

Siesta fez com que Saito se sentasse em uma cadeira localizada na parede da cozinha e

desapareceu rapidamente.

Ela voltou logo com uma tigela de guisado em suas mãos.

–Este é um pouco de guisado feito com as sobras das comidas dos nobres. Se você não

se importar pode comer.

–Posso?

–Sim. Desculpe-me por serem apenas sobras...

Sua amabilidade era comovente. Era completamente diferente da sopa que Louise

havia lhe dado. Encheu uma colher e levou a boca.

–Delicioso! Acho que vou chorar! Está simplesmente delicioso!

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–Que bom! Tem bastante caso queira repetir, assim pode comer à vontade.

Saito comeu o guisado como se estivesse em um sonho. Siesta continuou parada

apenas o olhando, sorrindo docemente todo o tempo.

–Não te deram nada para comer?

–Aquela garota tirou meu prato quando a chamei de “Louise o Zero”.

–Oh não! Não pode dizer coisas assim para os nobres!

–Nobres? Que nobres? São apenas uns arrogantes só por que podem usar magia.

–Você deve ser muito corajoso... – Siesta olhou Saito com cara de assombro.

Saito entregou para Siesta a tigela vazia.

–Estava delicioso! Muito obrigado!

–Fico feliz que tenha gostado. Sinta-se livre para vir aqui quando tiver fome. Se não se

importar de comer o que quer que estejamos comendo no momento, nos sentiremos felizes

em compartilhar.

Que oferta mais amável. Saito estava ainda mais comovido.

–Realmente muito, muito obrigado, obri...– de repente Saito começou a chorar,

surpreendendo Siesta.

–O que aconteceu?

–Nada... É que agora é a primeira vez que alguém é tão bom comigo desde que

cheguei a este mundo... Fiquei um pouco emocionado...

–I-Isso é exagero...

–Não! Não é! Se tiver alguma coisa, qualquer coisa, que eu possa fazer por você, me

diga. Eu te ajudarei.

Não estava interessado em algo como lavar as roupas de Louise. Preferia muito mais

ajudar essa garota.

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–Nesse caso, me ajude a servir essas sobremesas– Siesta disse com um sorriso.

–Okay! – Saito assentiu entusiasmado.

Colocaram um monte de pastéis em uma grande bandeja prateada. Saito levava a

bandeja, enquanto Siesta pegava os pastéis com uma pinça e os servia aos nobres um a um.

Um mago em particular se levantou. Ele tinha o cabelo louro e encaracolado, usava

uma camisa com babados e parecia ser auto-importante. Também tinha uma rosa no bolso de

sua camisa.

Ao lado dele estavam os amigos dele que estavam zombando dele.

–Com quem vai sair agora, Guiche? Quem vai ser sua amante agora, Guiche?

Parecia que o mago orgulhoso se chamava Guiche. Suavemente ele pôs um dedo em

seus lábios.

–Sair? Não há nenhuma mulher que me mereça. Uma rosa nasce para o prazer de

muitos!

Esse garoto estava se comparando com uma rosa. Um egocêntrico como este é um

caso perdido. Era o tipo de narcisista que fazia com que quem estava por perto sentisse

vergonha. Saito o olhou enfurecido desejando que morresse.

Nesse momento algo caiu do bolso de Guiche. Era um pequeno frasco de vidro com

um líquido roxo dentro.

Esse garoto me irrita, mas acho que devo dizer-lhe que caiu.

Saito chamou Guiche.

–Ei, caiu algo de seu bolso.

Mas Guiche não fez caso.

Esse maldito está me ignorando.

Saito passou a bandeja para Siesta e agachou para pegar o frasco.

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–Eu disse que isso caiu, Don Juan. – Saito colocou o frasco em cima da mesa. Guiche

olhou com um olhar assassino para Saito e empurrou o frasco.

–Isso não é meu! O que está dizendo?

Os amigos de Guiche se deram conta de onde havia saído o frasco e começaram um

alvoroço.

–Oh! Esse perfume não é de Montmorency?

–Sim! Essa cor roxa é o perfume que Montmorency faz somente para ela.

–Como isso caiu do seu bolso, Guiche, quer dizer que está saindo com Montmorency,

certo?

–Não, esperem, escutem-me. Estou dizendo isso pelo bem da reputação dela, mas... –

quando Guiche ia dizer outra coisa, uma garota que usava uma capa marrom que estava

sentada na mesa detrás deles, se levantou e caminhou até a cadeira de Guiche.

Era uma linda garota com cabelos castanhos. Pela cor de sua capa era uma estudante

do primeiro ano.

–Guiche-sama... – E com isto começou a chorar incontrolavelmente. –Eu sabia, você e

a

Senhorita Montmorency são... –

–Isso é apenas um mal entendido Katie. Escute, a única pessoa que tenho em meu

coração é você...

Mas a garota chamada Katie bateu na cara de Guiche com muita força.

–Este perfume que deixou cair de seu bolso é prova suficiente! Adeus!

Guiche esfregou sua bochecha. Nesse momento, uma garota com cabelo encaracolado

se levantou de seu assento um pouco mais longe na mesma mesa. Saito a reconheceu. Era a

garota que Louise tinha discutido logo após ele ter sido invocado.

Com uma expressão séria, se aproximou de Guiche dando pequenos passos.

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–Montmorency, isso tudo é um engano. Tudo o que fiz foi acompanhá-la em uma

viagem aos bosques de La Rochelle – Disse Guiche movendo sua cabeça. Fingia estar

tranqüilo, mas uma gota de suor frio escorreu em seu rosto.

–Assim como pensei! Estava flertando com aquela garota do primeiro ano, não é?

–Por favor, Montmorency. Não enrugue seu lindo rosto com a raiva. Entristece-me ver

isso!

Montmorency pegou o frasco de vidro que estava em cima da mesa e esvaziou o seu

conteúdo na cabeça de Guiche. E então...

–Mentiroso! – gritou com raiva.

Houve um grande silencio no salão.

Guiche pegou um pano e lentamente limpou o seu rosto. Movendo sua cabeça, falou

drasticamente.

–Parece que essas senhoritas não entendem o significado da existência de uma rosa.

É, e você continua com esse pensamento. Saito pensou enquanto pegava a badeja das

mãos de Siesta e voltava a andar.

Guiche ordenou que ele parasse.

–Pare aí mesmo!

–O que foi agora?

Guiche estirou seu corpo na cadeira e cruzou as pernas. Cada ação dele esbanjava

arrogância, e isso causou uma dor de cabeça em Saito.

–Graças a você que pegou o frasco de perfume sem pensar, a reputação de duas

garotas foi manchada. Como se responsabilizará por isso?

Saito contestou em um tom exasperado.

–A culpa é sua por sair com duas ao mesmo tempo!

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Os amigos de Guiche começaram a rir.

–Exatamente Guiche! A culpa é sua!

O rosto de Guiche ficou vermelho carmesim.

–Escute empregado. Quando você pôs o frasco de perfume em cima da mesa não me

fiz de desentendido? Teria te afetado em algo se tivesse um pouco de tato e seguido a

corrente?

–Como queira. De todas as formas elas iam descobrir cedo ou tarde. E outra coisa, não

sou empregado.

–Hmph... Ah, você é...

Guiche bufou, mostrando sua superioridade.

–Você deve ser o plebeu invocado por “Louise o Zero”. Foi um erro meu esperar que

um plebeu como você raciocinasse tão bem quanto um nobre. Pode ir.

Saito reagiu nesse momento. Menino bonito ou não, não havia maneira de Saito ficar

quieto enquanto esse narcisista vaidoso lhe dizia tudo isso, Não pode evitar de fazer um

comentário para provocá-lo.

–Cale a boca, pretensioso desgraçado! Por que você e sua rosa não morrem de uma

vez me deixando em paz?

Os olhos de Guiche se entrecerraram.

–Parece que não sabe como dirigir-se apropriadamente a um nobre.

–Desafortunadamente, venho de um mundo onde não existem tais coisas.

Saito levantou a mão direita autoritariamente, imitando os gestos de Guiche.

–Muito bem. Então te ensinarei uma lição sobre isso. Vai ser uma maneira perfeita de

liberar o estresse. – Guiche se levantou.

–Que divertido! – Saito mostrou seus dentes e murmurou.

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Primeiro não vou com a cara desse sujeito desde o começo. Segundo, está saindo com

duas garotas bonitas ao mesmo tempo (embora nenhuma delas é tão bonita quanto Louise). E

por último me ridicularizou. É mais que o suficiente para que eu brigue. E também o baterei

algumas vezes mais em nome de Louise. Depois de tudo ela ainda é uma menina!

–E quer fazer isso aqui? –Disse Saito.

Embora Guiche fosse mais alto que Saito era bem mais magro e fraco. Dizem que o

Don Juans não tem força. Saito não era forte, mas pensou que não perderia.

Guiche se dirigiu para a direção contrária.

–Está fugindo?

–Não seja estúpido. Não posso sujar o refeitório dos nobres com o sangue de um

plebeu.

Estarei te esperando no Jardim de Vestri. Venha assim que terminar de entregar os

pastéis.

Os amigos de Guiche, que estavam emocionados, se levantaram e o seguiram. Mas

uma pessoa ficou para assegurar que Saito não escapasse. Siesta olhou fixamente para Saito,

todo o seu corpo estava tremendo. Saito falou com um grande sorriso.

–Fique tranqüila! Não há maneira de eu perder para este garoto fraco. Nobre o quê!

–V-Vão te matar.

–O quê?

– Se deixa um nobre com raiva... – Siesta saiu correndo

O que foi isso? Esse cara é tão forte assim? Pensou Saito

Louise se aproximou de Saito por trás.

–Ei! O que está fazendo? Eu vi tudo isso!

–Yo Louise.

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–Você devia estar me dizendo “Yo, Louise” agora? Como pode andar por aí

prometendo duelos como se não fosse grande coisa?

–Mas aquele cara é muito irritante... – disse Saito indignado.

Louise suspirou e encolheu os ombros decepcionada.

–Peça desculpas.

–Por quê?

–Se não quer se machucar, vá se desculpar. Se o fizer agora talvez ele te perdoe.

–Está brincando? Por que sou eu que tenho de me desculpar? Ele me insultou primeiro.

E além do mais eu só estava tentando ajudar...

–Apenas faça! – Louise fixou os olhos em Saito com uma expressão firme.

–De maneira nenhuma!

–Seu estúpido! Sabe o que mais? Não pode ganhar! Ficará seriamente ferido. Pra falar

a verdade, terá sorte se voltar com vida.

–Nunca saberei se eu não tentar não é?

–Escute. Um plebeu nunca poderá ganhar de um mago!

–Onde fica esse Jardim Vestri? – Saito foi caminhando. O amigo de Guiche que estava

observando a conversa de Saito e Louise apontou com a varinha.

–Por aqui, plebeu.

–Ahhh! Deus! Por que esse familiar continua fazendo tudo o que lhe vem à mente?

Depois disso Louise foi atrás de Saito.

O Jardim de Vestri era o jardim central que estava situado entre as torres elementares

do Vento e Fogo. Como estava localizado ao oeste, o Jardim não recebia muita luz do sol,

mesmo em pleno dia. Era o lugar perfeito para um duelo.

–Cavalheiros! É um duelo!

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Guiche levantou sua rosa, fazendo com que os espectadores o aclamassem.

–Guiche vai duelar! Seu oponente é o plebeu de Louise!

Eu também tenho um nome... Pensou Saito amargamente.

Movendo sua mão, Guiche agradeceu a aclamação. E então, como se finalmente

tivesse notado a presença de Saito, se virou parar ele.

Saito e Guiche estavam de pé no meio do jardim, olhando fixamente um ao outro.

–Antes de qualquer coisa, eu te felicito por ter vindo em vez de ter fugido. – Recitou

Guiche enquanto girava sua rosa.

–Como se eu fosse fugir!

–Bom, então comecemos! – Disse Guiche.

–Menos papo e mais ação!– Saito correu. –Em brigas quem ganha é quem dá o

primeiro golpe!

Estou a menos de dez passos de Guiche. Não me importo com nobres e magos, só

quero dar um soco no nariz desse idiota!

Guiche olhou Saito com um sorriso e girou sua rosa. Uma pétala caiu até o solo

dançando no ar... E assim que tocou o solo se transformou em um guerreiro com armadura.

Seu tamanho era como de uma pessoa normal, mas parecia ser feito e algum tipo de metal.

Debaixo da pálida luz do dia, sua pele... Sua armadura brilhava.

Ele ficou parado de pé, petrificado, no caminho de Saito.

–O que é isso?!

–Eu sou um mago, portanto luto usando magia. Certamente você não tem queixas não

é mesmo?

–V-Você...

–Suponho que ouviu falar antes. As pessoas me chamam de “Guiche o Bronze”. Então

meu golem de bronze “Valkyrie” será teu oponente.

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–Huh?

O golem com forma de guerreiro bateu em Saito. Seu punho direito impactou

fortemente o estomago de Saito.

–Argh! – Saito gemeu e caiu no chão, não era de se surpreender, considerando que

havia sido golpeado no estomago por um punho de bronze.

O golem se virou para Saito sem mostrar nenhuma emoção. Não podia levantar por

causa da dor.

Suponho que é assim que se sente ao ser golpeado por um boxeador profissional...

Pensou

–O quê?! Isso é tudo? – Guiche falava pouco satisfeito.

–Guiche!

–Oh, Louise! Não se preocupe. Só estou pegando seu familiar emprestado por um

momento.

Louise movendo seu grande cabelo gritou com Guiche:

–Isso já é suficiente! E duelar é estritamente proibido!

–Somente duelos entre nobres estão proibidos! Não diz nada sobre duelos de nobres

com plebeus!

Louise ficou sem palavras por um momento.

–I-Isso é por que nunca aconteceu antes...

–Louise, você gosta desse plebeu?

O rosto de Louise ficou vermelho de raiva.

–Não! Não seja ridículo! O que acontece é que eu não posso ver meu familiar tomando

uma surra diante de meus olhos!

–... Quem está tomando uma surra? Eu estou bem.

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–Saito! – Vendo que Saito estava levantando de novo, Louise praticamente gritou seu

nome.

–Hehehe... Finalmente me chamou pelo nome. – Louise estava tremendo.

–Entendeu agora? Um plebeu não pode ganhar de um mago!

–Eu apenas fui um pouco descuidado. Só isso. Eu estou bem, assim vá para trás. – Saito

empurrou Louise.

–O que significa isso? Não pensei que poderia levantar... Talvez peguei muito leve com

você.

Saito caminhou lentamente até Guiche. Louise o seguiu e agarrou seu ombro.

–Pare! Seu idiota! Por que continua de pé? – ela continuou segurando o ombro de

Saito.

–Porque ele me irrita.

–Te irrita? Olhe, não é vergonhoso perder para um mago!

–Cale a boca! – Disse Saito enquanto caminhava cambaleando.

–Eh?!

–Você também está começando a me irritar! Eu não sei nada sobre magos e nobres,

mas para mim eles são apenas um bando de idiotas egocêntricos. O que é tão interessante na

magia? Idiotas!

Guiche olhava Saito com um sorriso tênue em seu rosto.

–Quanto mais você tentar, mais inútil será!

O espírito de luta de Saito se acendeu e ele lançou um pequeno grunhido.

–Isso não foi nada! Sua pequena estátua é bem fraquinha! – Deixou de sorrir. A mão

direita do golem golpeou o rosto de Saito. O golpe foi direto na bochecha e ele foi derrubado.

Sangue gotejava de seu nariz quebrado.

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Saito foi pego de surpresa. Tentava conter o sangramento.

Merda... Então esta é a força de um mago. Já estive em outras brigas, mas esse soco

não se compara com nenhum que eu tenha recebido antes.

Apesar disso ele se levantou lentamente. Sem piedade o golem o derrubou de novo

com um chute.

Saito levantou-se outra vez. E foi derrubado de novo. E outra vez, e o processo se

repetia. O oitavo golpe acertou o braço direito de Saito. Escutou-se um horrível ruído seco.

Incapaz de olhar se braço com seu olho esquerdo inchado, ele o examinou com a mão

esquerda. Tinha sido virado no ângulo errado.

Enquanto Saito estava olhando seu braço, o golem se aproximou e pôs o pé em sua

cara.

Sua cabeça foi golpeada fortemente contra o solo e ele perdeu a consciência por um

momento. Quando voltou a si, pode ver o rosto de Louise modelado com o fundo azul do céu.

–Por favor... Pare agora...

Os olhos avermelhados de Louise estavam úmidos com lágrimas.

Saito tentou falar, mas a dor em seu peito, causada pelos repetitivos golpes, era

demasiadamente forte.

Pesar disso ele concentrou toda a sua força de vontade para falar com voz rouca:

–Está chorando?

–Não! Quem está chorando aqui? Em todo o caso você fez muito bem. Nunca havia

visto um plebeu como você.

Seu braço quebrado latejava em agonia. Saito fez uma careta.

–Isso dói...

–Claro que dói! É Óbvio! O que estava pensando?

Lagrimas rolavam pelo rosto de Louise e caíam no rosto de Saito.

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–Você é meu familiar! Entendeu? Não vou te perdoar se fizer mais desses atos

estúpidos.

Guiche falou com o casal.

–Já acabou?

–Espere. Eu só estou esquentando.

–Saito!

Guiche sorriu e moveu sua rosa. Desta vez a pétala se transformou em ma espada.

Guiche a pegou e lançou em direção a Saito. A ponta da espada cravou no chão, não muito

longe de onde Saito estava.

–Se está disposto a continuar, então pegue essa espada. Se não, tudo o que você tem

de fazer é dizer um simples “sinto muito”, então o perdoarei e terminaremos com isso.

–Não o insulte! – Louise gritou e se levantou. Mas Guiche a ignorou completamente e

continuou falando.

–Entendeu? A espada. Em outras palavras uma arma. É o mínimo que vocês plebeus

necessitam se quiserem vingança de nós nobres. Assim como disse, se quiser continuar, pegue

a espada.

Saito estendeu sua mão direita para pegar a espada, mas com o braço quebrado seus

dedos não tinham força.

Louise o deteve.

–Não! Não vou deixar você fazer isso de nenhuma maneira! Se pegar a espada Guiche

não terá compaixão de você!

–Eu não posso voltar ao meu mundo... Isso significa que estou preso neste lugar,

certo?– Saito murmurou quase que para ele mesmo. Não olhava para Louise.

–Está certo... Mas e daí? Isso não importa agora!

Louise agarrou a mão direita dele fortemente. Saito declarou com uma voz forte e

clara.

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–Não me importo de ser um familiar. Posso suportar ter de dormir no chão. Não me

importo se minha comida é ruim. Lavar roupa? O farei também! Não tenho escolha mesmo... –

Saito fez uma pausa e fechou seu punho esquerdo.

–Mas...

–“Mas” o quê?

–Não penso em baixar a cabeça diante de alguém contra minha vontade.

Usando suas últimas reservas de força, Saito se forçou a levantar. Afastou Louise e

pegou a espada, que estava cravada no chão, com sua mão esquerda.

Nesse momento... As runas em sua mão começaram a brilhar fortemente.

Trocaremos de cenário por um momento e voltemos à sala do diretor. Colbert

explicava fervorosamente a Osmond sobre o plebeu que fora invocado por Louise. Sobre o

porquê da sua preocupação com as runas que haviam aparecido na mão do garoto, que era a

prova do contrato entre ele e Louise... E quando foi investigar, mas...

–Você descobriu que ele é o familiar do Fundador Brimir, Gandalfr?

Osmond examinou o desenho de Colbert das runas na mão esquerda de Saito.

–Sim! As runas que apareceram na mão do garoto são exatamente as mesmas que

estavam inscritas nas mãos do familiar lendário Gandalfr!

–E conclusão chegou com tudo isso?

–Que esse garoto é Gandalfr! Se estas não são grandes notícias então que são, Velho

Osmond?

Colbert se levantou enquanto limpava sua cabeça cava com um pano.

–Hmm... É verdade que as runas são as mesmas. Mas um simples plebeu sendo

Gandalfr somente por ter as mesmas runas... Pergunto-me se isso poderia realmente

acontecer...

–O que devemos fazer?

–Ainda é muito cedo para afirmar qualquer coisa...

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–Isso é verdade.

Osmond brincava com os dedos em cima da mesa. Escutou-se uma batida na porta.

–Quem é?

Do outro lado da porta ouviu-se a voz de Miss Longueville.

–Sou eu, Velho Osmond.

–O que aconteceu?

–Parece que alguns estudantes estão duelando no Jardim Vestri. Estão causando uma

grande confusão. Alguns professore foram tentar detê-los, mas os estudantes impedemnos de

fazer algo.

–Por Deus! Esses garotos nobres têm muito tempo disponível para causar problemas.

Quem são os envolvidos?

–Um deles é Guiche de Gramont

–Ah... Aquele filho idiota de Gramont. Ser amante de saias deve ser de família,

considerando que o pai dele é ainda mais mulherengo. Não ficaria surpreso se ele conhecesse

cada garota da escola. E quem é seu oponente?

–... Bem, não é um mago. Informaram-me que é o familiar de Louise de La Vallière. –

Osmond e Colbert se entreolharam. –Os professores estão pedindo que se utilize o “Sino do

Sono” para parar o duelo.

Os olhos de Osmond brilharam como o de um falcão.

–Ridículo! Não é preciso usar um artefato tão importante para deter uma briga de

crianças. Deixe-os estar.

–Entendido – Os passos de Longueville desapareceram no corredor.

Colbert engoliu seco e pressionou verbalmente Osmond.

–Velho Osmond.

–Hmm.

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Sir Osmond moveu seu bastão e um grande espelho que estava na parede começou a

mostrar a situação no Jardim Vestri.

Saito estava surpreendido. No instante em que tocou a espada, toda a dor de seu

corpo

desapareceu.

Deu-se conta que as runas em sua mão esquerda estavam brilhando. E então...

Meu corpo se sente mais leve que uma pluma! Sinto como se quase pudesse voar!

Além disso, a espada que levava em sua mão esquerda era tão familiar que parecia ser

uma extensão de seu corpo.

Isso é estranho... Nunca toquei em uma espada antes...

Ao ver Saito com a espada em suas mãos, Guiche sorriu friamente.

–Antes de tudo, deixe-me felicitar-te. Estou honestamente impressionado em como

um plebeu como você chegou tão longe em um duelo contra um mago.

Com isso girou a rosa em sua mão.

Essa rosa artificial em sua mão deve ser sua varinha. Honestamente, quão presunçoso

ele é?

Saito estava tão assombrado que podia se dar ao luxo de andar pensando em tais

coisas.

Ele acabou de me dar a maior surra. O que será que está acontecendo?

O golem de Guiche atacou de novo.

Estúpido pedaço de lata!

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A estátua modelada com a forma mítica de Valkiria se aproximou de Saito em câmera

lenta.

O quê? Pensou Saito. Essa pilha de sucata que me golpeou como se fosse um boneco

de pano?

Saito entrou em ação.

Ao ver como seu golem foi cortado em dois como se fosse um pedaço de argila, Guiche

deixou escapar um gemido.

Cada metade do golem caiu no chão com um som metálico. Enquanto Isso, Saito corria

em direção a Guiche como um furacão em ação. Em pânico, Guiche moveu sua rosa

freneticamente. Pétalas dançaram e seis novos golems apareceram.

No total, sete golems era o arsenal completo de Guiche. Nunca imaginou que um mero

plebeu pudesse derrotar sequer um.

Os golems rodearam a Saito e se lançaram contra ele ao mesmo tempo.

E justo quando pareceu que eles o tinham pegado, cinco deles foram cortados. Tinha

sido tão rápido que ninguém viu a espada, fazendo com que todos se perguntassem que tipo

de habilidade sobre-humana era essa.

O golem restante correu imediatamente para proteger Guiche. Mas ele também foi

cortado com uma espadada que não se viu.

–Hiiiii!!

Um chute na cara jogou Guiche no chão. Viu como Saito saltou até ele. Vou morrer!

Pensou enquanto cobria a cabeça. Quando timidamente abriu seus olhos de novo...

Saito havia cravado a espada no solo, bem ao lado da cabeça de Guiche.

–Quer continuar? – Perguntou Saito.

Guiche moveu a cabeça freneticamente. Havia perdido toda a vontade de brigar

Saito soltou a mão da espada e saiu caminhando. Podia escutar uma grande aclamação

por parte da grande audiência.

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–Wahh! Esse familiar é genial!

–Oh meu Deus! Guiche perdeu!

Eu... Ganhei? Como?

Os pensamentos de Saito estavam confusos.

O que aconteceu comigo? Estava me dando uma surra sem piedade... E então, no

momento em que minha mão tocou a espada, meu corpo se sentiu leve como uma pluma.

Depois só me lembro dos golems de Guiche despedaçados. Nem sequer sabia usar uma espada.

Não entendo muito bem, mas... O que importa? De alguma maneira ganhei e isso é que é o

importante. Pensarei nisso depois. Agora eu me sinto cansado. Quero dormir.

Pode ver Louise correndo até ele. “Veja eu ganhei!” isso é o que queria gritar, mas

seus joelhos se dobraram.

A sensação de fatiga era maior que ele. Sentiu-se perdendo a consciência lentamente.

Saito caiu.

Ao ver que Saito começava a cair, Louise correu mais rápido para tentar apoiá-lo nela,

mas não chegou a tempo. Saito caiu no chão com um forte golpe.

–Saito!

Louise o sacudiu. Não, não parecia que estava morto.

–Guhhhh... – Podia escutar como ele roncava. Estava dormindo.

–Está dormindo... – Louise parecia aliviada e deixou sair um suspiro. Guiche se

levantou e moveu a cabeça assombrado.

–Louise quem é esse garoto? Todas minhas Valkyries foram derrotadas facilmente...

–Ele é apenas um plebeu.

–Não há maneira de eu ter perdido para “apenas um plebeu”.

–Hmph. Não perdeu por que era o mais fraco?

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Louise tentou levantar Saito, mas não foi capaz de apoiá-lo apropriadamente e acabou

caindo com ele em cima dela.

–Deus! Você é muito pesado, idiota!

Um dos alunos no meio da multidão lançou um feitiço de levitação em Saito.

Louise começou a empurrar suavemente o corpo de Saito. Louise precisava levar ele

de volta para o quarto e cuidar dele.

Louise limpava os olhos com a manga da camisa. Parecia que ele estava sofrendo.

Estava tão lamentável que ela não podia parar de chorar. Ele ficou tão forte quando pegou a

espada, mas se não fosse por isso ele podia mesmo ter morrido.

Agora isso era mais importante do que a vitória de Saito.

Aposto que esse idiota pensou que não importaria se ele morresse. O que há com você?

Indo por aí, sendo tão teimoso quando é somente um plebeu...

–Você é apenas um familiar, então por que continua fazendo tudo o que quer? –

Louise gritou para Saito que dormia. Seu alívio foi logo sendo substituído por aborrecimento.

O Senhor Osmond e Colbert terminaram de ver todo o acontecido pelo Espelho da

Vista Remota. Trocaram olhares.

–Viu Osmond?

–Hmm

–O plebeu acabou ganhando...

–Hmm

–Guiche é só um mago de primeira classe, mas mesmo assim não poderia ter perdido

parar um plebeu qualquer... Que velocidade incrível! Nunca havia visto um plebeu como ele!

Não há dúvidas que ele seja Gandalfr!

–Hmm

Colbert pressionou Osmond.

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–Velho Osmond. Devemos reportar isso para o palácio imediatamente e pedir

instruções.

–Não há necessidade.

Osmond assentiu gravemente despenteando sua barba branca.

–Mas senhor! Esse é o maior descobrimento do século! Um Gandalfr renascido no

mundo moderno!

–Colbert, Gandalfr não era um familiar qualquer.

–Exatamente! O familiar usado pelo Fundador Brimir, Gandalfr! Nunca houve uma

descrição de sua aparência, mas dizem que ele foi criado especificamente para o propósito de

proteger o Fundador Brimir enquanto ele recitava seus conjuros.

–Correto. Os conjuros do Fundador Brimir eram especialmente grandes, mas eram

bem poderosos. E como sabe, os magos são mais vulneráveis enquanto recitam conjuros.

Gandalfr era o familiar que usava para protegê-lo nesses momentos de vulnerabilidade.

Era sua força.

Colbert o interrompeu nesse ponto, parecendo bastante emocionado

–Podia eliminar um exercito de mil soldados sozinho! Magos normais não são nada

para ele!

–Então Senhor Colbert...

–Sim...

–Esse garoto é mesmo somente um plebeu normal, não é?

–Sim... Não importa como eu olhe, é um plebeu normal. Até confirmei, quando Miss

Vallière o invocou, com um feitiço de detecção, ele é apenas um plebeu normal.

–E como ele se converteu no Gandalfr moderno?

–Seria por causa de Miss Vallière, mas...

–Suponho que ela deva ser uma maga muito talentosa, não?

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–Na verdade não. Bom, pode-se dizer que ela é sem talento...

–Não há dúvidas que eles formam um par misterioso...

–Sim

–Como é que um garoto normal invocado por uma maga sem talento se converteu em

Gandalfr? Que piada! Não vejo como isso poderia acontecer.

–Exatamente.

–Em todo o caso, não há necessidade de entregar Gandalfr e sua mestra para aqueles

tontos do palácio. Dar brinquedos como esses nas mãos deles só vai resultar em guerras

desnecessárias. Os conselheiros da corte têm muito tempo livre e adoram combater.

–Entendo. Peço desculpas por não considerar assuntos tão importantes.

–Tomarei a responsabilidade por esse caso. Não fale disso com mais ninguém, Senhor

Colbert.

–Si-Sim! Entendido!

Osmond tomou seu bastão e olhou para fora pela janela. Estava imerso em

pensamentos sobre a história antiga.

–O familiar lendário Gandalfr... Gostaria de saber que outras formas ele tomou no

passado...

Colbert murmurou como se estivesse sonhando.

–Dizem que Gandalfr é capaz de usar qualquer tipo de arma para derrotar seus

inimigos.

–Hmm

–Assim sendo, acredito que tinha pelo menos um braço e uma mão. Acho...

A luz da manhã despertou Saito. Seu corpo estava coberto de ataduras.

É mesmo... Aceitei um duelo com aquele Guiche e ele estava me dando a maior surra...

Então de alguma maneira milagrosa pude ganhar usando a espada... E então desmaiei.

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Estava no quarto de Louise. E por alguma razão, estava dormindo na cama dela. Louise

estava sentada, dormindo profundamente com a cabeça apoiada em uma mesa. Os olhos de

Saito se dirigiram aas runas em sua mão esquerda. Quando essas runas brilharam, seu corpo

se sentiu leve como uma pluma, Nunca tinha pegado em uma espada em toda a sua vida, mas

se sentiu como se ela fizesse parte de seu braço e cortou os golems de Guiche como se eles

não fossem nada. Naquele momento as runas estavam brilhando.

Pergunto-me o que terá sido isso...

Enquanto olhava sua mão esquerda curiosamente, bateram na porta, que depois se

abriu.

Era Siesta. A plebéia que lhe deu guisado na cozinha. Vestia seu uniforme de

empregada, com uma fita presa no cabelo.

Olhou Saito e sorriu. Na bandeja prateada que carregava trazia pão e água.

–Siesta!

–Já acordou Saito-san?

–Sim, eu...

–Depois de tudo isso, a Senhorita Vallière trouxe você aqui para dormir. Ela buscou um

professor para que ele conjurasse um feitiço de cura em você. Foi uma situação séria.

–Feitiço de cura?

–Sim. É uma magia que ajuda a curar feridas. Não sabia?

–Não... – Saito moveu a cabeça.

Siesta ficou confusa por Saito não conhecer as terminologias básicas, mas ela não

chegaria a lugar nenhum se ficasse calada.

–Senhorita Vallière pagou pelo reativo que era necessário para o feitiço de cura, assim

não se preocupe com isso.

Seu silencio era uma clara indicação que ele estava preocupado com o dinheiro.

–Esse reativo foi muito caro?

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– Bom, definitivamente não é algo que um plebeu poderia pagar.

Saito tentou levantar, mas só para poder gritar de dor.

–Aii!

–Ah! Não pode se mover! Suas feridas eram tão severas que nem um feitiço de cura

pode curá-las completamente! Você precisa pegar leve!

Saito assentiu e se recostou na cama.

–Trouxe um pouco de comida. Por favor, coma. – Siesta pôs a bandeja na cabeceira da

cama, junto a Saito.

–Obrigado! Siesta, por quanto tempo eu dormi?

–Três dias e três noites seguidas. Todos estavam preocupados de que não acordasse.

–Todos?

–O pessoal da cozinha... – Siesta baixou os olhos timidamente.

–O que foi?

–Hmm... Desculpe-me. Por ter fugido naquele momento.

Ela estava falando de como fugiu aterrorizada quando Saito enfureceu Guiche no

corredor.

–Não se preocupe. Não há nada para se desculpar.

–Nobres sempre são assustadores para nós... Já que nós, plebeus, não podemos usar

magia...

De repente Siesta levantou a cabeça. Seus olhos brilhavam.

–Mas agora eu não tenho mais medo! Você me inspirou Saito-san! Mesmo sendo um

plebeu ganhou de um nobre!

–É verdade... Haha.

Mesmo que na verdade eu não tenha nenhuma idéia de como ganhei...

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Um pouco embaraçado, Saito coçou a cabeça. Então se deu conta que estava usando o

braço direito, que tinha sido quebrado. Estava completamente curado. Embora doesse um

pouco movê-lo, mas parecia que os ossos estavam juntos de novo.

Wow! Então isso é magia? Pensou Saito admirado. Acho que é por isso que eles são tão

orgulhosos...

–Siesta, você que cuidou de mim todo esse tempo?

–Oh não, eu não. Foi a Senhorita Vallière...

–Louise?

–Sim. Trocou as ataduras e limpou o suor de seu rosto... Não dormiu nem um pouco,

ela deve estar exausta.

Enquanto dormia, a respiração de Louise era constante e suave. Ela estava com

olheiras.

Seu rosto quando dorme é sempre tão adorável. Parece uma boneca. Até você pode ser

amável às vezes... Pensou

Repentinamente seu rosto de perfil parecia muito lindo.

Louise piscou e abriu os olhos.

–Fuaaaaa~~ – Ela se estirou com um grande bocejo, e então olhou para Saito, que

estava sentado na cama surpreendido.

–Oh. Está acordado.

–Si-Sim...

Saito abaixou os olhos. Pensou em agradecer.

–Hmm, Louise...

–O que foi?

–Obrigado, e... Desculpe-me por ter te preocupado.

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Louise se levantou e se aproximou de Saito.

O coração de Saito acelerou.

Dirá algo como “Bom trabalho, estava excelente lá fora” e talvez me beije?

Claro que não era isso que aconteceria.

Louise tirou-lhe o lençol e o agarrou pelo pescoço.

–Se se sente melhor, saia de minha cama!

Agarrando ele pelo pescoço, Louise tirou Saito de sua cama.

–Wah! Ai!– Saito caiu no chão.

Saito se levantou. O corpo dele doía, mas que não era nada que não pudesse agüentar.

Mesmo assim ele queria dormir um pouco mais.

–Hmm... Nesse caso eu já vou indo.

Siesta saiu do quarto com um sorriso estranho. Ou melhor, fugiu do quarto.

Louise jogou uma montanha de roupas, incluindo roupa interior, a Saito.

–Ahhh!

–Essa é a roupa que se acumulou enquanto você estava dormindo. Quando terminar

com isso, limpe meu quarto. Apresse-se!

–Hmmm... Sabe...

–O quê? – Louise olhou furiosamente para Saito. –O que foi? Achou que só por que

ganhou de Guiche eu lhe trataria diferente? Pensou que seria elogiado? O que você é? Um

idiota?

Saito olhou ofendido para Louise. Decidiu retirar o que tinha pensado sobre ela ser

linda.

Mesmo assim... A maneira em que Louise se sentava em sua cama balançando suas

pernas... Era um nível inegável de beleza que era de outro mundo.

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Seus longos cabelos cor de morango balançavam. Seus olhos castanho-avermelhados

brilhavam com malícia. Ela é grosseira, arrogante e egoísta, mas não importa o quanto Saito

tenta negá-lo, sua aparência era encantadora.

Levantando um dedo triunfante, Louise declarou.

–E nunca se esqueça! Você é o meu familiar!