Capitulo 03A - Mineral e Cristal

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Disciplina: GEOLOGIA GERAL TEMA 3: CONCEITO DE MINERAL E CRISTAL 1.INTRODUÇÃO Mineralogia é o estudo das substâncias cristalinas que ocorrem naturalmente – os minerais. Todos temos algum contacto com os minerais, já que eles se encontram à nossa volta nas rocas, nas areias das praias, rios, lagos, etc.  !s gemas s"o e#emplares e#cepcionalmente belos de minerais. $ conecimento do que s"o os minerais, de como se %ormaram e onde ocorrem é a base para a compreens"o dos materiais largamente aplicados na nossa cultura tecnol&gica, já que praticamente todos os produtos inorgânicos comerciali'ados s"o minerais ou de origem mineral. 2. DEFINIÇÃO DE MINERAL (e bem que seja di%)cil %ormular uma de%ini*"o sucinta do termo mineral , geralmente a de%ini *"o que se segue é geralmente aceite: Mineral é um sólido homogéneo de ocorrência natural, com propriedades físicas e uma compos ição quí mic a bem def inidas, ou var iando dentro de certos limites , um arr anj o ató mic o altamente ordenado e geralmente formado por processos inorgânicos +ma análise desta de%ini*"o %acilita a sua compreens"o: a $ termo de ocorrência natural  distingue substâncias %ormadas a partir de processos naturais da qu elas %o rmadas em labora t& rio- os laborat &r io s industriais e de pe sq uisa pr odu'em rot ineiramente equivalen tes de sub stâncias de oco rr ncia natural, incluindo gemas com o a esmeralda, o rubi e o diamante. /stas substâncias produ'idas em laborat&rio levam o nome das suas equivalentes naturais, simplesmente s"o apelidadas de sintéticas. Muitos dos estudos sobre minerais %a'em0se em minerais sintéticos, dada a sua pure'a qu)mica. 1ace a isto, poderia perguntar0se se a substância 2a2$ 3 , geralmente conecida por calcite, que se deposita nos tubos das canali'a*4es da cidade é mineral ou n"o, uma ve' que ele é precipitado a partir da água num sistema produ'ido pelo 5omem. ! maioria dos mineralogistas considera0a como calcite, uma ve' que a interven*"o umana na sua %orma*"o %oi casual. (e n"o se depositasse nos tubos, depositar0se0ia noutro local. b ! de%ini*"o di ' ai nda qu e o mineral é um sólido homogéneo. 6uer di'er que consiste duma substância s&lida simples que n"o pode ser subdividida por processos %)sico s e mecâni cos nos seus componentes qu)mico s. ! determina* "o da omoge neidad e depend e da escala. +ma determinada substância pode parecer omogénea a olo0nu, mas ao microsc&pio ela pode ser constitu)da por vários componentes.  ! quali%ica*"o de sólido e#clu), obviamente, l)quidos e gases. !ssim, o gelo 75 8$ dos glaciares é um mineral, mas já n"o o é a água l)quida 758$ também. Do mesmo modo, o merc9rio que ocorre na %orma de gotas l)quidas em ja'igos de merc9rio, deve ser e#clu)do da no*"o de mineral, pela de%ini*"o. 2ontudo, na classi%ica*"o de substâncias naturais, tais substâncias s"o consideradas como mineralóides e como tal estudadas na mineralogia. c ! a %irma*"o de que um mineral tem uma composição química bem definida implica que ela pode ser e#pressa por uma %&rmula qu)mica simples. or e#emplo, a %&rmula qu)mica do quart'o e#pressa0se por (i$ 8 , uma ve' que o quart'o s& contém os elementos sil)cio e o#igénio. !ssim o quart'o é considerado uma substância pura. $ut ros minerais contudo n"o t m uma %&rmula t"o simple s. or e#emplo, a dolomite 2aMg72$38 – nem sempre é um carbonato puro de 2a0Mg. /le contém muitas ve'es 1e e Mn a substituir átomos de Mg. orque as quantidades de 1e0Mn podem variar, di'0se que a composi*"o da dolomite varia dentro de certos limites. !ssim, a %&rmula da dolomite poderia escrever0se como 2a7Mg,1e,Mn72$38. d +m arranjo atómico altamente ordenad o indica uma rede interna de átomos arranjados seg undo um pad r"o geo mét ric o. (endo ist o um cri tér io de cristalinid ade , os minerais s" o substâncias cristalinas. 1

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Apostila detalhando abordagens sobre mineral e cristal

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Disciplina: GEOLOGIA GERAL

TEMA 3: CONCEITO DE MINERAL E CRISTAL

1.INTRODUÇÃO

Mineralogia é o estudo das substâncias cristalinas que ocorrem naturalmente – os minerais.

Todos temos algum contacto com os minerais, já que eles se encontram à nossa volta nas rocas,nas areias das praias, rios, lagos, etc.

 !s gemas s"o e#emplares e#cepcionalmente belos de minerais.

$ conecimento do que s"o os minerais, de como se %ormaram e onde ocorrem é a base para acompreens"o dos materiais largamente aplicados na nossa cultura tecnol&gica, já que praticamente todosos produtos inorgânicos comerciali'ados s"o minerais ou de origem mineral.

2. DEFINIÇÃO DE MINERAL

(e bem que seja di%)cil %ormular uma de%ini*"o sucinta do termo mineral , geralmente a de%ini*"oque se segue é geralmente aceite:

Mineral é um sólido homogéneo de ocorrência natural, com propriedades físicas e umacomposição química bem definidas, ou variando dentro de certos limites, um arranjo atómicoaltamente ordenado e geralmente formado por processos inorgânicos

+ma análise desta de%ini*"o %acilita a sua compreens"o:

a $ termo de ocorrência natural  distingue substâncias %ormadas a partir de processos naturaisdaquelas %ormadas em laborat&rio- os laborat&rios industriais e de pesquisa produ'emrotineiramente equivalentes de substâncias de ocorrncia natural, incluindo gemas como aesmeralda, o rubi e o diamante. /stas substâncias produ'idas em laborat&rio levam o nome dassuas equivalentes naturais, simplesmente s"o apelidadas de sintéticas. Muitos dos estudos sobreminerais %a'em0se em minerais sintéticos, dada a sua pure'a qu)mica.

1ace a isto, poderia perguntar0se se a substância 2a2$3, geralmente conecida por calcite,que se deposita nos tubos das canali'a*4es da cidade é mineral ou n"o, uma ve' que ele éprecipitado a partir da água num sistema produ'ido pelo 5omem. ! maioria dos mineralogistasconsidera0a como calcite, uma ve' que a interven*"o umana na sua %orma*"o %oi casual. (en"o se depositasse nos tubos, depositar0se0ia noutro local.

b ! de%ini*"o di' ainda que o mineral é um sólido homogéneo. 6uer di'er que consisteduma substância s&lida simples que n"o pode ser subdividida por processos %)sicos emecânicos nos seus componentes qu)micos. ! determina*"o da omogeneidade depende daescala. +ma determinada substância pode parecer omogénea a olo0nu, mas ao microsc&pioela pode ser constitu)da por vários componentes.

 ! quali%ica*"o de sólido e#clu), obviamente, l)quidos e gases. !ssim, o gelo 75 8$ dos glaciaresé um mineral, mas já n"o o é a água l)quida 758$ também. Do mesmo modo, o merc9rio queocorre na %orma de gotas l)quidas em ja'igos de merc9rio, deve ser e#clu)do da no*"o de

mineral, pela de%ini*"o. 2ontudo, na classi%ica*"o de substâncias naturais, tais substâncias s"oconsideradas como mineralóides e como tal estudadas na mineralogia.

c ! a%irma*"o de que um mineral tem uma composição química bem definida implica queela pode ser e#pressa por uma %&rmula qu)mica simples. or e#emplo, a %&rmula qu)mica doquart'o e#pressa0se por (i$8, uma ve' que o quart'o s& contém os elementos sil)cio eo#igénio. !ssim o quart'o é considerado uma substância pura.

$utros minerais contudo n"o tm uma %&rmula t"o simples. or e#emplo, a dolomite –2aMg72$38 – nem sempre é um carbonato puro de 2a0Mg. /le contém muitas ve'es 1e e Mna substituir átomos de Mg. orque as quantidades de 1e0Mn podem variar, di'0se que acomposi*"o da dolomite varia dentro de certos limites. !ssim, a %&rmula da dolomite poderiaescrever0se como 2a7Mg,1e,Mn72$38.

d +m arranjo atómico altamente ordenado  indica uma rede interna de átomos arranjados

segundo um padr"o geométrico. (endo isto um critério de cristalinidade, os minerais s"osubstâncias cristalinas.

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5á s&lidos, como o vidro, que n"o tm este arranjo ordenado, e por isso s"o camados deamorfos. 5á certas substâncias naturais sem estrutura interna que, como atrás aconteceu como merc9rio, s"o tratados de mineral&ides: limonite 7idr&#ido de %erro, microlite, gadolinite eallanite 7os trs s"o substâncias radioactivas e a sua estrutura cristalina %oi destru)da pelosprocessos radioactivos.

e De acordo com a de%ini*"o natural, um mineral é %ormado por geralmente processosinorgânicos. ;nclui0se a palavra <geralmente= para se incluir no âmbito da mineralogia oscompostos de origem orgânica e que respondem a todos os requisitos dum mineral. > o queacontece com as concas dos moluscos e as pérolas, que s"o compostas duma substância emtudo idntica ao mineral aragonite.

?árias outras substâncias podem ser precipitadas por organismos vivos: opala 7(i$ 8 amor%o,magnetite 71e3$@, %luorite 72a18. Ao caso do ser umano, os ossos e os dentes s"oconstitu)dos %undamentalmente por apatite 0 2aB7$@37$5. $ corpo também produ'concre*4es de matéria mineral – os cálculos renais e urinários – constitu)das essencialmentepor %os%atos de cálcio.

$ petr&leo e o carv"o, %requentemente re%eridos como combustíveis minerais, s"o e#clu)dos.(e bem que ocorram naturalmente, n"o tm nem composi*"o qu)mica de%inida nem arranjoat&mico ordenado

% ! a%irma*"o de que as  propriedades físicas são bem definidas ou variam dentro de certoslimites, resulta do %acto de as re%eridas propriedades serem uma consequncia da composi*"oqu)mica e do arranjo at&mico interno.

3. CRISTAIS

$s minerais, com poucas e#cep*4es, tmum arranjo interno ordenado  caracter)stico doss&lidos cristalinos.

6uando as condi*4es de %orma*"o s"o%avoráveis, os minerais podem estar limitados por 

super%)cies planas lisas e assumir %ormasgeométricas regulares, a que se dá o nome de!ris"a# 71ig. 3.C.

5oje em dia a maioria dos cientistas usa otermos cristal para descrever qualquer s&lido comum arranjo interno ordenado, independentementede possuir ou n"o %aces e#ternas, uma ve' queessas %aces s"o um acidente do crescimento.

a$ F#%&ri"e '$ (iri"e

!$ )%ar"*&

+$ T%rma#ina

Fig. 3.1. A#g%mas ,&rmas !ris"a#inas

 !ssim, uma de%ini*"o mais lata de cristal será um sólido homogéneo possuindo uma ordeminterna tridimensional .

$ estudo dos s&lidos cristalinos e os princ)pios que controlam o seu crescimento, a sua %ormae#terna e a sua estrutura interna cama0se !ristalografia. (e bem que a 2ristalogra%ia tena aparecido

como um ramo da Mineralogia, oje é uma cincia separada e que se dedica a todas as substânciascristalinas, minerais ou n"o.

$ desenvolvimento e aparecimento de%aces pode ser tal que d origem a cristais com%aces de desenvolvimento per%eito. /ssedesenvolvimento pode n"o ser t"o bom e as %acesserem imper%eitas, ou n"o aparecerem sequer %aces. !ssim, os s&lidos cristalinos designam0se por euédricos,  subédricos e  anédricos,respectivamente 7do rego hedronE%ace, eu- Ebom,an- Esem e do Fatim sub- Ealgo. ! 1ig. 3.8 mostraum esquema de cada uma destas substâncias

cristalinas.

a$ -eri#& '$ C&rin+& !$ O%r&

Fig. 3.2. S%'s"n!ias !ris"a#inas /a$ e%0+ri!a /'$ s%'0+ri!a e /!$an0+ri!a

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 !trás re%erimos aindasubstâncias sem estrutura cristalina –amorfas  71ig. 3.3.c – que s"oconsideradas mineral&ides.

 !s substâncias cristalinas podemocorrer em agregados de gr"os t"o %inosque a sua nature'a cristalina s& pode ser observada ao microsc&pio. /stamos empresen*a de substâncias microcristalinas71ig. 3.3.a. $u pode acontecer que s& ao

a$ A!"in&#i"e '$ ga"a !$ 4i+r& 5%#!ni!&

Fig. 3.3. /a$ S%'s"n!ia mi!r&!ris"a#ina6 /'$ S%'s"n!ia !ri7"&!ris"a#ina6/!$ S%'s"n!ia am&r,a

microsc&pio electr&nico essa nature'a seja percept)vel. /stamos ent"o em presen*a de substânciascriptocristalinas 71ig. 3.3.b.

8. OS SISTEMAS CRISTALINOS

6uando se observam cristais de várias substâncias, veri%ica0se que eles tm %ormas muitovariadas. +ns s"o c9bicos, como a pirite, outros octaédricos, como a %luorite 71ig. 3.C, outros prismáticos,como o berilo 71ig. 3.8.a, o quart'o 71ig. 3.C e a turmalina, outros romboédricos, como a calcite, outrospiramidais, como o quart'o também 71ig. 3.C., etc. 6uando se %ala em %ormas prismáticas e piramidais, á aconsiderar prismas e pirâmides de base triangular, quadrangular, rectangular e e#agonal. 2ada uma destas%ormas geométricas tem os seus elementos de simetria pr&prios: planos, ei#os e centro de simetria.

?ejamos por e#emplo, um cubo 71ig. [email protected]. /le tem 3 ei#os de grau @, @ ei#os de grau 3, G ei#osde grau 8, H planos de simetria e um centro de simetria. $ mesmo se passa com um octaedro 71ig. [email protected]á por e#emplo, um prisma e uma pirâmide de base quadrada s& tm C ei#o de grau @, @ ei#os de grau 8, Bplanos de simetria e C centro 71ig. [email protected] e 1ig. [email protected]. $utros e#emplos poderiam ser dados.

a$ '$!$ +$

Fig. 3.8. E#emen"&s +e Sime"ria +e:a$ %m !%'& e '$ %m &!"ae+r&: 3E8 8E3 9E2 C ('$ !$ %m 7risma ;%a+rang%#ar e +$ %ma 7irmi+e ;%a+rang%#ar: 1E8 8E2 C <(

2omo se pode ver, o cubo e o octaedro, tendo os mesmos elementos de simetria, pertencem a umdeterminado grupo de cristais, ao passo que o prisma e a pirâmide quadrangular pertencem a outro grupode cristais. /stes grupo s"o camados "istemas !ristalinos. / á J destes sistemas cristalinos 71ig. 3.B.:c9bico, e#agonal, tetragonal, trigonal, ortorrKmbico, monocl)nico e tricl)nico.

2ada um destes sistemas é caracteri'ado por um conjunto de ei#os imaginários à volta dos quaisos cristais crescem e se desenvolvem. /stes ei#os s"o camados ei#os cristalogr$ficos e o seu conjuntoé a cru% a#ial . !ssim, os sistemas cristalinos s"o caracteri'ados pelas seguintes cru'es a#iais:

a !&bico: trs ei#os iguais e normais entre si-

b 'e#agonal  e (rigonal : trs ei#os iguais coplanares, %a'endo um ângulo de C8L entre si eum quarto ei#o di%erente, normal ao plano dos outros trs ei#os- ! di%eren*a entre os sistemase#agonal e trigonal está no grau de simetria

c (etragonal : trs ei#os normais entre si, sendo dois iguais entre si-

d )rtorr*mbico: trs ei#os di%erentes e normais entre si-

e Monoclínico: trs ei#os di%erentes, sendo dois obl)quos e o terceiro normal ao planode%inido pelos outros dois-

% (riclínico: trs ei#os di%erentes e obl)quos entre si.

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C='i!&>e?ag&na#e Trig&na# Te"rag&na# Or"&rr@m'i!& M&n&!#ni!& Tri!#ni!&

Fig. 3.<. As !r%*es a?iais +&s Sis"emas Cris"a#in&s.

<. (RO(RIEDADES FBSICAS DOS MINERAIS

 !s propriedades %)sicas dos minerais s"o uma consequncia directa da sua composi*"o qu)mica eda sua estrutura cristalina. Aeste ponto vamos e#aminar as seguintes propriedades: ábito e agregados,clivagem e %ractura, dure'a, tenacidade, densidade, cor, risca ou tra*o, brilo ou lustre, dia%anidade, re%le#"oe re%rac*"o, %luorescncia, %os%orescncia e luminescncia, eléctricas e magnéticas, radioactivas,isomor%ismo, polimor%ismo e pseudomor%ismo.

<.1. >'i"& e Agrega+&s +e Minerais

$ ábito dum cristal ou a maneira como os cristais crescem juntos para originar agregados éde ajuda considerável à identi%ica*"o dos minerais. 2omo o ábito depende, entre outras coisas, doambiente em que o mineral se %orma, este pode ter vários ábitos. $s termos usados para e#primir o ábitoou os agregados s"o os seguintes 71ig. 3.G.a)  +cicular : os cristais tm %orma de

agulas- b) !apilar ou filiforme: os cristais tm

aspecto de cabelo ou de %ios-c) (abular : cristais alongados e

acatados-d) quigranular : os cristais n"o tm

uma dimens"o pre%erencial-e) -endrítico: os cristais crescem duma%orma arborescente-

f) .rism$tico: os cristais tm umadirec*"o pre%erencial-

g) /ibroso: os cristais aparecem em%ibras-

h) 0lobular ou botrióide: os cristaiscrescem em %orma de gl&bulos semelantes aes%érulas ou emis%eras-

i) -r&sico: super%)cie coberta por umacamada de cristais individuais-

 j) 0eódico: cavidade rocosa cobertapor cristais individuais-k) !oncêntrico: camadas mais ou

menos es%éricas sobrepostas umas sobre as outrasà volta dum centro comum-

l) .iramidal : os cristais aparecem sob a%orma de pirâmides.

a$ A!i!%#ar: 2amerola)te '$ Ca7i#ar: 2anavesite !$ Ta'%#ar: !utunite+$ E;%igran%#ar: irite

e$ Den+r"i!&: $uro ,$ (rism"i!&: Milarite g$ Fi'r&s&: esso $ -&"rii+e: Turquesa

i$ Dr%sa: 2alcite  $ Ge&+e: 6uart'o $ C&n!Hn"ri!&: Malaquite #$ (irami+a#: Nenotima

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Fig. 3.9. Di5ers&s 'i"&s +e !ris"ais e agrega+&s

?ários outros ábitos poderiam ser re%eridos: concre*"o, maci*o, bandado, estalagt)tico, etc., etc.

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<.2. C#i5agem e Fra!"%ra

/stas propriedades representam a resposta da estrutura cristalina a uma força e#terna.6uando essa %or*a é aplicada, o mineral é sujeito a um es%or*o. ! resistncia do material cristalino a essees%or*o é %un*"o do tipo de liga*4es moleculares e at&micas na rede cristalina.

Muitos minerais tm direc*4es planares dentro da estrutura que s"o mais %racas que outras-

noutros minerais, n"o e#istem essas direc*4es. !ssim, consoante um mineral quebra segundo super%)ciesregulares ou irregulares, ele tem clivagem ou fractura. ! 1ig. 3.J mostra duas redes cristalinas, uma dummineral com clivagem 7a outra dum mineral sem clivagem, mas com %ractura 7b.

a$ Mi!a '$ )%ar"*&Fig. 3.. I#%s"raJK& +as re+es !ris"a#inas +e minerais /a$ !&m !#i5agem e /'$ !&m ,ra!"%ra

2omo se pode ver da %igura anterior, a rede cristalina da mica mostra 'onas onde os átomos est"odispostos em planos, sendo estes as 'onas de %raque'a onde se %ormam as super%)cies de clivagem. or seu lado,a estrutura do quart'o mostra uma distribui*"o tridimensional regular, sem 'onas de %raque'a, da) a %ractura.

2onsoante as direc*4es da super%)cie de clivagem, ela pode ser classi%icada em 71ig. 3.O:

a) !&bica – galena-

 b) )ctaédrica  –%luorite-

c) -odecaédrica  –%luorite-

d) 1omboédrica  –calcite-

e) .rism$tica  –piro#ena-

f) 2asal – mica.

a$'$ !$

+$e$

,$

Fig. 3.. Di5ers&s "i7&s +e !#i5agem: /a$ C='i!a6 /'$ O!a"0+ri!a6 /!$ D&+e!a0+ri!a6 /+$ R&m'&0+ri!a6 /e$ (rism"i!a6 /,$ -asa#.

or seu lado, a %ractura pode ser um caracter distintivo de alguns minerais, e podem ser classi%icadas em 71ig. 3.H:

a !oncoidal  7ou conchoidal  – super%)cies curvas, lisas e brilantes, semelantes ao interior de concas – berilo e vidro-

 b) /ibrosa – $lo de Tigre-

c) 3rregular  – super%)cies irregulares e rugosas, às ve'es com aspecto terroso 0 magnetite.

a$ '$ !$

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Fig. 3.. Di5ers&s "i7&s +e ,ra!"%ra: /a$ C&n!&i+a#6 /'$ Fi'r&sa6 /!$ Irreg%#ar 

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<.3. D%re*a

 ! dure'a é a resistência que um mineral oferece 4 abrasão, determinada pela sua resistncia a ser riscado por um objecto. Todos os minerais tm uma dure'a determinada 7ou variando dentro de limitesestreitos que depende da estrutura cristalina do mineral. ! determina*"o prática da dure'a %a'0se a partir daes!a#a +e M&s. ! escala de Mos é um conjunto de CL minerais, de dure'as variando de C a CL, e que s"o:

C. Talco – MgH(i@$CL7$58

8. esso – 2a([email protected]$3. 2alcite – 2a2$3

@. 1luorite – 2a18

B. !patite – 2aB7$@37$5,1,2l

G. $rtoclase – P!l(i3$O

J. 6uart'o – (i$8

O. Topá'io – !l8(i$@7$5,18

H. 2orindo – !l8$3

CL.  Diamante - C

 ! determina*"o da dure'a dum mineral %a'0se riscandoum mineral de dure'a conecida sobre esse mineral. Muitasve'es a escala de Mos n"o está dispon)vel e o ge&logo recorrea objectos vários de dure'a conecida, como o canivete e o vidro7d E B.B0G ou a una 7d E 808.B.

 !s super%)cies o#idadas dos minerais apresentampropriedades %)sicas di%erentes das do mineral %resco, por issotodos os ensaios se devem %a'er em super%)cies recentes. ;sto éválido para todas as propriedades %)sicas.

 !o se di'er que o diamante tem dure'a CL e apatitetem dure'a B, poder0se0ia pensar que o diamante é duas ve'esmais duro que a apatite, o que n"o corresponde à verdade, poisa escala de Mos n"o é linear, como se pode ver na 1ig. 3.CL. !escala de Mos dá uma dure'a relativa, isto é, se um mineral émais duro ou mais mole que outro. ! 1ig. 3.CL dá a dure'aabsoluta. Fig. 3.1. C&m7araJK& en"re +%re*a re#a"i5a

/Es!a#a +e M&s$ e +%re*a a's&#%"a

<.8. Tena!i+a+e ! tenacidade é a resistência que um mineral oferece 4 quebra, esmagamento, dobramento

ou rompimento, ou seja, a sua coes"o interna. ! tenacidade é descrita com os seguintes termos:

a) 5uebradiço: mineral que se quebra e redu' %acilmente a p& – calcite-

 b) Male$vel : mineral que pode ser redu'ido a %olas – ouro-

c) "éctil : mineral que pode ser cortado com uma %aca – galena-

d) -&ctil : mineral que pode ser modelado em arame – cobre-

e) /le#ível : mineral que pode ser dobrado, mas que n"o retoma a sua %orma original quando apress"o é retirada – talco-

f) l$stico: mineral que pode ser dobrado, e que retoma a sua %orma original quando apress"o é retirada – mica-

<.<. Densi+a+e

 ! densidade é um n9mero que e#pressa a ra%ão entre o peso duma substância e o peso deigual volume de $gua a 67! . !ssim, um mineral de densidade 8 é duas ve'es mais pesado que a água.

 ! densidade dum mineral depende de:

a tipo de átomos componentes-

b modo como os átomos est"o empacotados

or e#emplo, os minerais quart'o e tridimite, ambos constitu)dos por (i$8, apesar de terem osmesmos átomos, tm estruturas di%erentes, estando mais empacotados no quart'o do que na tridimite. !ssim, o quart'o tem densidade 8.GB e a tridimite tem densidade 8.8G. or outro lado, a celestite 7(r($ @ e

a anglesite 7b($@ tm a mesma estrutura, mas como o cumbo 7b é mais pesado que o estrKncio 7(r,a anglesite tem densidade G.38 e a celestite 3.HJ.

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<.9. C&r 

Qasicamente a cor dos minerais resulta da absorção selectiva de certos comprimentos deonda da lu% branca pelos átomos da sua estrutura. ! lu' transmitida ou re%lectida representa a parte quen"o é absorvida pela estrutura.

 ! cor raramente é 9til na identi%ica*"o dos minerais, devido às impure'as que os mesmos

possuem e ao estado de cristalinidade e imper%ei*4es estruturais que a estrutura cristalina apresenta. or e#emplo, a ematite 71e8$3, quando pulveri'ada, tem cor vermela de sangue, mas em massa ou cristaisapresenta uma cor cin'enta, preta ou a'ulada. $ quart'o, quando pulveri'ado é branco, mas em massa oucristal pode ser incolor, branco, amarelo, a'ul, rosa, negro, etc., em %un*"o do tipo de impure'as quecontém.

<.. Ris!a &% TraJ&

 ! risca ou tra*o é a cor que o mineral apresenta quando redu%ido a pó. (e bem que a cor dummineral possa variar, a cor do seu p& é sempre o mesmo. ! risca é determinada es%regando o mineral numaplaca de porcelana n"o vidrada, que tem dure'a J. or isso este método n"o pode ser usado para mineraismais duros que J.

<.. -ri#& &% L%s"re

$ brilo é a maneira como um mineral reflecte a lu% . > uma propriedade <super%icial= do mineral,por isso deve ser determinada numa super%)cie %resca, n"o o#idada. $ brilo é independente da cor, e podeser caracteri'ada do seguinte modo:

a) 8ítreo: brilo idntico ao do vidro – quart'o e turmalina-

 b) 1esinoso: brilo idntico ao da resina – en#o%re-

c) 9acarado:.erlado: brilo iridiscente idntico ao do nácar 7pérola – talco-

d) !eroso: brilo que lembra uma super%)cie coberta de &leo ou cera– quart'o maci*o-

e) "edoso: brilo idntico ao da seda – malaquite-

f)  +damantino: brilo e#cepcionalmente intenso como o do diamante-

g) (erroso: brilo lembrando terra.

<.. Dia,ani+a+e /Trans7arHn!ia$

> a capacidade de um mineral se dei#ar atravessar pela lu% . $s minerais s"o classi%icados emtransparentes, transl9cidos ou opacos, consoante dei#am que se veja nitidamente através de si 7quart'o,se veja algo 7ágata, às ve'es ou n"o se veja nada 7pirite.

<.1. Re,#e?K& e Re,ra!JK&

6uando a lu' incide sobre um mineral n"o opaco, parte dela ére%lectida e parte é absorvida, so%rendo um desvio de camino, a que secama re%rac*"o. Aum mineral opaco, a lu' é praticamente toda

re%lectida. Muitos dos minerais opacos, quando cortados a espessurasmuito %inas, tornam0se transl9cidos ou mesmo transparentes.

<.11. F#%&res!Hn!ia F&s,&res!Hn!ia e L%mines!Hn!ia

 ! %luorescncia é a emissão de lu% por um mineral quandoirradiados por lu% ultravioleta 71ig. 3.CC. (e depois de se parar airradia*"o o mineral continuar a emitir essa lu', di'0se que é%os%orescente. ! Fuminescncia é lu' pr&pria emitida por certos minerais,que s& se v no escuro, pois é muito %raca.

 !s propriedades eléctricas podem ser classi%icadas emtermoeléctricas, piroeléctricas ou pie'oeléctricas, consoante ganamcargas eléctricas por ac*"o de aquecimento por es%rega ou %ogo7turmalina, ou quando se e#erce press"o sobre eles 7quart'o.

a$

'$

Fig. 3.11. F#%&res!Hn!ia +a An+ers&ni"e/a$ L%* na"%ra#6 /'$ L%* %#"ra5i&#e"a

2<

7/21/2019 Capitulo 03A - Mineral e Cristal

http://slidepdf.com/reader/full/capitulo-03a-mineral-e-cristal 10/10

Disciplina: GEOLOGIA GERAL

<.12. (r&7rie+a+es E#0!"ri!as e Magn0"i!as

 !lguns minerais, principalmente a magnetite 71e3$@ e a pirrotite 71e(, s"o magnéticos, isto é,atraem objectos de ferro. ("o minerais de magnetismo natural. $utros á que, sob a ac*"o dum campoeléctrico, se tornam magnéticos, magnetismo esse que desaparece quando o campo é anulado.

<.13. (r&7rie+a+es Ra+i&a!"i5as

Radioactividade é a desagregação espontânea de certos $tomos, levando a mudan*asde%initivas nesses mesmos átomos, dando origem a átomos de outros elementos, que podem ser radioactivos, até se cegar a um elemento n"o radioactivo, estável. 2ada desagrega*"o é acompanada deemiss"o de part)culas at&micas e de energia térmica.

 ! equa*"o seguinte dá um e#emplo de desagrega*"o do urânio 7+83O em cumbo 7b8LG:

 ! este processo de trans%orma*"o de átomos dum elemento em átomos doutros elementos por 

emiss"o de part)culas at&micasSenergia cama0se desintegração radioactiva.

<.18. Is&m&r,ism& (&#im&r,ism& e (se%+&m&r,ism&

2ama0se substâncias is&mr,i!as  7do rego isos  E igual morphos  E %orma aquelas que,tendo uma composição química totalmente diferente, têm a mesma estrutura cristalina. > o que sepassa com a uraninite 7+$8 e a %luorite 72a18. !mbas tm uma rede c9bica, em que os átomos de + e 2aocupam os mesmos lugares e ambos est"o ligados a O átomos de $.

 !s substâncias 7&#imr,i!as 7do rego poli  E muito morphosE %orma s"o aquelas que tm a mesma composição química, masestruturas cristalinas totalmente diferentes. > o caso do quart'o ecoesite, ambos compostos de (i$8, mas o primeiro é e#agonal e osegundo é monocl)nico. $ mesmo se passa com a calcite e aragonite

7ambos 2a2$3, em que o primeiro é trigonal e o segundo éortorrKmbico.

or seu lado, as substâncias 7se%+&mr,i!as  7do rego pseudos E %also morphos E %orma s"o substâncias que apresentamformas cristalinas típicas doutros minerais. ;sto surge porque osátomos do mineral 7cristal original v"o sendo progressivamentesubstitu)dos por átomos doutro mineral, mantendo a %orma original. +me#emplo muito t)pico dos pegmatitos da Uambé'ia 7e aparentemente9nico no mundo é a ocorrncia de micas de l)tio 7lepidolite, rosa0liláscom a %orma de cristais de %eldspato 71ig. 3.C8.

Fig. 3.12. (se%+&m&r,&se +eLe7i+&#i"e +e7&is +e F#+s7a"& /M%iane

A#"& Lig&na$

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