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CAPÍTULO 1

A VIDA

Ainda que pareça incrível, é muito certo e de todaverdade que esta tão cacarejada civilização moderna éespantosamente feia; não reúne as característicastranscendentais do sentido estético; está desprovidade beleza interior.

É muito o que presumimos com esteshorripilantes edifícios de sempre, que parecemverdadeiras ratoeiras.

O mundo tornou-se tremendamente tedioso; asmesmas ruas de sempre e os prédios horripilantespor onde quer que se vá.

Tudo isto virou rotina, no Norte e no Sul, no Lestee no Oeste do mundo.

É o mesmo uniforme de sempre: horripilante,nauseante, estéril. Modernismo! − Exclamam asmultidões.

Parecemos verdadeiros pavões vaidosos com otraje que vestimos e com os sapatos muito brilhantes,ainda que por toda parte circulem milhões deinfelizes famintos, desnutridos, miseráveis.

A simplicidade e a beleza natural, espontânea,ingênua, desprovida de artifícios e pinturas vaidosas,

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desapareceu no sexo feminino. Agora somosmodernos! Assim é a vida.

As pessoas tornaram-se espantosamente cruéis, acaridade esfriou e já ninguém se apieda de ninguém.

As vitrines ou mostruários das luxuosas lojasresplandecem com luxuosas mercadorias que,definitivamente, estão fora do alcance dos infelizes.

E só o que podem fazer os párias da vida écontemplar sedas e jóias, perfumes em luxuososfrascos e guarda-chuvas para tempestades. Ver sempoder tocar, suplício semelhante ao do Tântalo.

As pessoas destes tempos modernos tornaram-sedemasiado grosseiras. O perfume da amizade e afragrância da sinceridade desapareceramradicalmente.

As multidões gemem sobrecarregadas deimpostos. Todo mundo está com problemas; nosdevem e devemos; nos ajuízam e não temos com quepagar; as preocupações despedaçam cérebros;ninguém vive tranquilo.

Os burocratas, com a curva da felicidade nabarriga e um bom charuto na boca, no qualpsicologicamente se apóiam, jogam malabarismospolíticos com a mente, sem dar a mínima para a dordos povos.

Ninguém é feliz por estes tempos, menos ainda aclasse média que se encontra entre a espada e aparede.

A Grande Rebelião

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Ricos e pobres, crentes e descrentes, comerciantese mendigos, sapateiros e funileiros, vivem porquetêm que viver; afogam em vinho suas torturas e até seconvertem em drogados para escapar de si mesmos.

As pessoas tornaram-se maliciosas, receosas,desconfiadas, astutas, perversas, já ninguém confiaem ninguém. Diariamente, inventam-se novascondições, certificados, papelada de todo tipo,documentos, credenciais, etc.; mas nada dissoadianta. Os espertalhões zombam de todas estastolices; não pagam, esquivam-se da lei, ainda quetenham que ir parar na cadeia.

Nenhum emprego dá felicidade. O sentido doverdadeiro amor se perdeu e as pessoas casam-se hojee divorciam-se amanhã.

A unidade dos lares se perdeu lamentavelmente.A vergonha orgânica já não existe. O lesbianismo e ohomossexualismo tornaram-se mais comuns quelavar as mãos.

Saber algo sobre tudo isto, tratar de conhecer acausa de tanta podridão, inquirir, buscar, écertamente o que nos propomos neste livro.

Estou falando na linguagem da vida prática;desejoso de saber o que se esconde por trás dessamáscara horripilante da existência.

Estou pensando em voz alta e que digam osvelhacos do intelecto o que Ihes dê na telha.

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As teorias já se tornaram cansativas e até sevendem e revendem no mercado… Então, o quê?

As teorias só servem para nos ocasionarpreocupações e amargurar-nos mais a vida.

Com justa razão disse Goethe: « Toda teoria écinza e só é verde a árvore de dourados frutos que é avida »…

As pobres pessoas já se cansaram de tantasteorias. Agora se fala muito sobre praticismo.Necessitamos ser práticos e conhecer realmente ascausas dos nossos sofrimentos.

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CAPÍTULO 2

A CRUA REALIDADE DOS FATOS

Em breve, milhões de habitantes da África, Ásia eAmérica Latina podem morrer de fome.

O gás lançado pelos « sprays » pode acabarradicalmente com o ozônio da atmosfera terrestre.

Alguns sábios prognosticam que para o ano doismil o subsolo de nosso globo terráqueo estaráesgotado

As espécies marítimas estão morrendo devido àcontaminação dos mares. Isto já está demonstrado.

Do jeito que vamos, é inquestionável que para ofinal deste século todos os habitantes das grandescidades deverão usar máscaras de oxigênio, paradefenderem-se da fumaça.

Continuando a contaminação em sua formaalarmante atual, em pouco tempo já não será possívelcomer peixes, pois estes, vivendo em águas assim,totalmente contaminadas, serão perigosos para asaúde.

Antes do ano dois mil, será quase impossívelencontrar uma praia onde alguém possa banhar-secom água pura.

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Devido ao desmedido consumo e exploração dosolo e do subsolo, logo as terras já não poderãoproduzir os elementos agrícolas necessários para aalimentação das pessoas.

O « animal intelectual », equivocadamentechamado homem, ao contaminar os mares com tantaimundície, envenenar o ar com a fumaça de seuscarros e de suas fábricas e destruir a terra com suasexplosões atômicas subterrâneas e abuso deelementos prejudiciais para a crosta terrestre, é claroque está submetendo o planeta Terra a uma longa eespantosa agonia que, sem a menor dúvida, haverá determinar em uma grande catástrofe.

Dificilmente o mundo poderá cruzar o umbral doano dois mil, já que o « animal intelectual » estádestruindo o ambiente natural a mil por hora.

O mamífero racional equivocadamente chamadohomem está empenhado em destruir a Terra. Querfazê-la inabitável e é óbvio que o está conseguindo.

No que se refere aos mares, é notório que estesforam convertidos, por todas as nações, numa espéciede grande lixeira.

Setenta por cento de todo o lixo do mundo estáindo para cada um dos mares.

Enormes quantidades de petróleo, inseticidas detoda classe, múltiplas substâncias químicas, gasesvenenosos, gases neurotóxicos, detergentes, etc.,

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estão aniquilando todas as espécies viventes dooceano.

As aves marítimas e o plâncton, tão indispensávelpara a vida, estão sendo destruídos.

Indiscutivelmente, a aniquilação do plânctonmarinho é de uma gravidade incalculável, porque estemicrorganismo produz setenta por cento do oxigênioterrestre.

Mediante a investigação científica se pôde verificarque já certas partes do Atlântico e do Pacífico seencontram contaminadas com resíduos radioativos,produto das explosões atômicas.

Em distintas metrópoles do mundo e muitoespecialmente na Europa, a água doce é bebida,eliminada, depurada e logo é bebida novamente.

Nas grandes cidades « super civilizadas », a águaservida à mesa passa pelos organismos humanosmuitas vezes.

Na cidade de Cúcuta, fronteira com a Venezuela,república da Colômbia, América do Sul, os habitantesse vêem obrigados a beber as águas negras e imundasdo rio que carrega todas as porcarias que vêm dePamplona.

Quero referir-me, de forma enfática, ao rioPamplonita, que tem sido tão nefasto para a « Pérolado Norte » (Cúcuta).

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Felizmente agora existe outro aqueduto queabastece a cidade, sem que por isso se tenha deixadode beber das águas negras do rio Pamplonita.

Enormes filtros, gigantescas máquinas,substâncias químicas tratam de purificar as águasnegras das grandes cidades da Europa; mas asepidemias continuam propagando-se com essas águasnegras imundas que tantas vezes passaram pelosorganismos humanos.

Os famosos bacteriólogos encontraram, na águapotável das grandes capitais, toda classe de vírus,colibacilos, patógenos, bactérias de tuberculose, tifo,varíola, larvas, etc.

Ainda que pareça incrível, dentro das própriasusinas potabilizadoras de água de países europeus, foiencontrado o vírus da vacina da poliomielite.

Além disso, o desperdício de água é espantoso.Cientistas modernos nos afirmam que, para o ano de1990, o « humanóide racional » morrerá de sede.

O pior de tudo isto é que as reservas subterrâneasde água doce se encontram em perigo devido aosabusos do « animal intelectual ».

A exploração sem misericórdia dos poços depetróleo continuasendo fatal. O petróleo que se extraido interior da terra atravessa as águas subterrâneas eas contamina.

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Como consequência , o petróleo tornouimpotáveis as águas subterrâneas da terra durantemais de um século.

Obviamente, como resultado de tudo isto,morrem os vegetais e até multidões de pessoas.

Falemos agora um pouco sobre o ar que tãoindispensável é para a vida das criaturas…

Com cada aspiração ou inalação, os pulmõestomam meio litro de ar, ou seja, uns doze metroscúbicos ao dia. Multiplique-se tal quantidade pelosquatro bilhões e quinhentos milhões de habitantesque possui a Terra e, então, teremos a quantidadeexata de oxigênio que diariamente é consumida pelahumanidade inteira, sem contar o que consomemtodas as outras criaturas animais que povoam a faceda Terra.

A totalidade do oxigênio que inalamos encontra-se na atmosfera e se deve ao plâncton que agoraestamos destruindo com a contaminação e, também,à atividade fotossintética dos vegetais.Desgraçadamente, as reservas de oxigênio já estão seesgotando.

O « mamífero racional », equivocadamentechamado homem, mediante suas inumeráveisindústrias, está diminuindo, de forma contínua, aquantidade de radiação solar, tão necessária eindispensável para a fotossíntese; e por isto aquantidade de oxigênio que produzem atualmente as

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plantas é agora muitíssimo menor que no séculopassado.

O mais grave de toda esta tragédia mundial é queo « animal intelectual » continua contaminando osmares, destruindo o plâncton e acabando com avegetação.

O « animal racional » prossegue destruindo,lamentavelmente, suas fontes de oxigênio.

O « smog » que o « humanóide racional » estáconstantemente expulsando para o ar, além de matar,põe em perigo a vida do planeta Terra.

O « smog » está não só aniquilando as reservas deoxigênio, mas também está matando as pessoas.

O « smog » origina estranhas e perigosasenfermidades impossíveis de curar, isto já estádemonstrado.

O « smog » impede a entrada da luz solar e dosraios ultravioletas, originando, com isto, gravesdesordens na atmosfera.

Vem uma era de alterações climáticas, glaciações,avanço dos gelos polares para o equador, ciclonesespantosos, terremotos, etc.

Devido não ao uso, mas sim ao abuso da energiaelétrica, no ano dois mil haverá mais calor emalgumas regiões do planeta Terra e isto coadjuvará noprocesso de revolução dos eixos da Terra.

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Já logo os pólos ficarão transformados no equadorda Terra e este último converter-se-á em pólos.

O degelo dos pólos já começou e um novo dilúviouniversal, precedido pelo fogo, se avizinha.

Nos próximos decênios multiplicar-se-á o dióxidode carbono; então, este elemento químico formaráuma grossa capa na atmosfera da Terra.

Tal filtro, ou capa, absorverá lamentavelmente aradiação térmica e atuará como uma estufa defatalidades.

O clima da Terra se fará mais quente em muitoslugares e o calor derreterá o gelo dos pólos, por talmotivo subirá escandalosamente o nível dos oceanos.

A situação é gravíssima! O solo fértil estádesaparecendo e diariamente nascem duzentas milpessoas que necessitam de alimento.

A catástrofe mundial da fome que se avizinha serácertamente pavorosa. Isto já está às portas.

Atualmente, a cada ano morrem quarenta milhõesde pessoas pela fome, por falta de comida.

A criminosa industrialização dos bosques e aexploração desapiedada de minas e petróleo estãodeixando a terra convertida num deserto.

Se é certo que a energia nuclear é mortal para ahumanidade, não é menos certo que atualmenteexistem também « raios da morte », bombasbacteriológicas e muitos outros elementos

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destrutivos, terrivelmente malignos, inventados peloscientistas.

Inquestionavelmente, para conseguir a energianuclear se requerem grandes quantidades de calor,difíceis de controlar e que a qualquer momentopodem originar uma catástrofe.

Para conseguir a energia nuclear, se requeremenormes quantidades de minerais radiativos, dosquais só se aproveita uns trinta por cento; isto fazcom que o subsolo terráqueo se esgote rapidamente.

Os desperdícios atômicos que ficam no subsolotornam-se espantosamente perigosos. Não existelugar seguro para o lixo atômico.

Se o gás de uma lixeira atômica chegasse aescapar, ainda que só fosse uma mínima porção,morreriam milhares de pessoas.

A contaminação de alimentos e águas trazalterações genéticas e monstros humanos; criaturasque nascem deformadas e monstruosas.

Antes do ano de 1999, haverá um grave acidentenuclear que causará verdadeiro espanto.

Certamente, a humanidade não sabe viver,degenerou-se espantosamente e precipitou-sefrancamente ao abismo.

O mais grave de toda esta questão é que os fatoresde tal desolação, como fomes, guerras, destruição doplaneta em que vivemos, etc., estão dentro de nós

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mesmos; carregamo-los em nosso interior, em nossapsique.

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CAPÍTULO 3

A FELICIDADE

As pessoas trabalham diariamente, lutam porsobreviver; querem existir de alguma maneira, porémnão são felizes.

Isso da felicidade está em chinês, como se diz poraí. O pior é que as pessoas sabem disto mas, no meiode tantas amarguras, parece que não perdem asesperanças de alcançar a felicidade algum dia, semsaber como, nem de que maneira.

Pobres pessoas! Quanto sofrem! E, no entanto,querem viver, temem perder a vida…

Se as pessoas entendessem algo sobre PsicologiaRevolucionária, possivelmente até pensariamdiferente; mas na verdade nada sabem. Queremsobreviver em meio a sua desgraça e isso é tudo.

Existem momentos prazeirosos, muito agradáveis,mas isso não é felicidade. As pessoas confundem oprazer com a felicidade.

Folia, farra, bebedeira, orgia, é prazer bestial, masnão é felicidade. No entanto, há festinhas sãs, sembebedeiras, sem bestialidades, sem álcool, etc., masisso tampouco é felicidade…

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Você é uma pessoa amável? Como se sentequando dança? Você está enamorado? Ama deverdade? Como se sente dançando com o serquerido? Permita que me torne um pouco cruel,nestes momentos, ao dizer-lhe que isto também nãoé felicidade.

Se você está velho e esses prazeres já não lheatraem, desculpe-me se lhe digo que seria diferentese você fosse jovem e cheio de ilusões.

De todas as maneiras, diga-se o que se diga; danceou não dance, namore ou não namore, tenha ou nãoisso que se chama dinheiro, você não é feliz, aindaque pense o contrário.

Passamos a vida buscando a felicidade por todasas partes e morremos sem havê-la encontrado.

Na América Latina são muitos os que têmesperanças de tirar algum dia o prêmio gordo daloteria, crêem que assim vão conseguir a felicidade.Alguns até de verdade o tiram, mas nem por issoconseguem a tão ansiada felicidade.

Quando somos jovens sonhamos com a mulherideal, alguma princesa das « Mil e Uma Noites », algoextraordinário… Depois vem a crua realidade dosfatos: mulher, filhos pequenos para sustentar, difíceisproblemas econômicos, etc.

Não há dúvida de que à medida que os filhoscrescem, os problemas também crescem e até setornam impossíveis…

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Conforme o menino ou a menina vão crescendo,os sapatinhos vão sendo cada vez maiores e o preçotambém, isso é claro.

Conforme as crianças crescem, a roupa vaicustando cada vez mais e mais cara. Havendodinheiro não há problemas nisto; mas, se não há , acoisa é grave e se sofre horrivelmente…

Tudo isso seria mais ou menos tolerável, se setivesse uma boa mulher; mas quando o pobre homemé traído, quando lhe põem « chifres », de que lheserve então lutar para conseguir dinheiro ?

Existem casos extraordinários, mulheresmaravilhosas, companheiras de verdade, tanto naopulência quanto na desgraça, mas para o cúmulo doscúmulos, então o homem não sabe apreciá-la e até aabandona por outras mulheres que vão lhe amargurara vida.

Muitas são as mocinhas que sonham com um «príncipe azul », infelizmente, na verdade as coisas setornam bem diferentes e, no terreno dos fatos, apobre mulher casa-se com um verdugo…

A maior ilusão de uma mulher é chegar a ter umbelo lar e ser mãe; santa predestinação! No entanto,ainda que tenha um marido muito bom, coisa porcerto muito difícil, no fim tudo passa. Os filhos e asfilhas se casam, se vão ou são ingratos com seus paise o lar termina definitivamente.

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Conclusão: neste mundo cruel em que vivemos,não existe gente feliz!… Todos os pobres sereshumanos são infelizes.

Na vida conhecemos muitos « burros » carregadosde dinheiro, cheios de problemas, disputas de todaespécie, sobrecarregados de impostos, etc. Não sãofelizes.

De que serve ser rico se não se goza de boa saúde?Pobres ricos! Às vezes são mais desgraçados quequalquer mendigo.

Tudo passa nesta vida: passam as coisas, aspessoas, as idéias, etc. Os que têm dinheiro passam eos que não têm também passam e ninguém conhece aautêntica felicidade.

Muitos querem escapar de si mesmos por meiodas drogas ou do álcool mas, em verdade, não só nãoconseguem escapar mas, o que é pior, ficam presos noinferno do vício.

Os amigos do álcool, da maconha ou do L.S.D.,etc., desaparecem como por encanto, quando oviciado resolve mudar de vida.

Fugindo do « mim mesmo », do « eu mesmo », nãose alcança a felicidade. Interessante seria agarrar o «touro pelos chifres ». Observar o « eu », estudá-locom o propósito de descobrir as causas da dor.

Quando descobrimos as causas verdadeiras detantas misérias e amarguras, é óbvio que algo podeacontecer…

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Se conseguimos acabar com o « mim mesmo »,com « minhas bebedeiras », « meus vícios », « meusafetos » que tanta dor me causam no coração, minhaspreocupações que me destroçam o cérebro e meadoecem, etc., etc., etc., é claro que então advém issoque não é do tempo; isso que está mais além docorpo, das emoções e da mente; isso que realmente édesconhecido para o entendimento e que se chamaFelicidade!

Inquestionavelmente, enquanto a consciênciacontinuar engarrafada, embutida no « mim mesmo »,no « eu mesmo », de nenhuma maneira se poderáconhecer a legítima felicidade.

A felicidade tem um sabor que o « eu mesmo », o «mim mesmo » nunca jamais conheceu.

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CAPÍTULO 4

A LIBERDADE

O sentido da Liberdade é algo que ainda não foientendido pela humanidade.

Sobre o conceito Liberdade, apresentado semprede forma mais ou menos equivocada, cometeram-segravíssimos erros.

Certamente se luta por uma palavra; tiram-sededuções absurdas; cometem-se atropelos de todaespécie e se derrama sangue nos campos de batalha.

A palavra Liberdade fascina a todo mundo, masninguém a compreende de verdade. Existe muitaconfusão com relação a esta palavra.

Não é possível encontrar uma dezena de pessoasque defina a palavra Liberdade da mesma forma e domesmo modo.

É que o termo Liberdade não poderia, denenhuma maneira, ser compreensível para oracionalismo subjetivo.

Cada pessoa tem idéias diferentes sobre estapalavra; opiniões subjetivas, desprovidas de todarealidade objetiva.

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Ao se propor a questão Liberdade, existeincoerência, indefinição, incongruência em cadamente.

Estou seguro de que nem sequer Emmanuel Kant,o autor da « Crítica da Razão Pura » e da « Crítica daRazão Prática », jamais analisou esta palavra para dar-lhe o sentido exato.

Liberdade, linda palavra, belo termo! Quantoscrimes se cometeram em seu nome!

Indiscutivelmente, o termo Liberdade hipnotizouas multidões. As montanhas e os vales, os rios e osmares tingiram-se com sangue ao conjuro destamágica palavra…

Quantas bandeiras, quanto sangue e quantosheróis sucederam-se no curso da história, cada vezque se colocou a questão da Liberdade sobre o tapeteda vida.

Infelizmente, depois de toda independência a tãoalto preço alcançada, a escravidão continua dentro decada pessoa.

Quem é livre? Quem conseguiu a famosaLiberdade? Quantos se emanciparam? Ai! Ai! Ai!

O adolescente anseia por Liberdade. Pareceincrível que, muitas vezes, tendo pão, agasalho erefúgio, queira fugir da casa paterna em busca daLiberdade.

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É incongruente que o jovenzinho que tem tudoem casa queira evadir-se, fugir, afastar-se de suamorada, fascinado pela palavra Liberdade. É estranhoque, gozando do conforto do lar, queira perder o quetem para viajar por estas terras do mundo emergulhar na dor.

Que o desventurado, o pária da vida, o mendigo,queira de verdade afastar-se do casebre, da choça,com o propósito de obter alguma mudança paramelhor, é correto; porém, que o jovem de bem, ofilhinho da mamãe busque escapatória, fugir, torna-seincongruente e até absurdo. Entretanto, assimacontece; a palavra Liberdade fascina, enfeitiça, aindaque ninguém saiba defini-la de forma precisa.

Que a donzela queira Liberdade, que anele mudarde casa, que deseje casar-se para escapar do larpaterno e viver uma vida melhor, é em parte lógico,porque ela tem direito de ser mãe. No entanto, já navida de casada, se dá conta de que não é livre e que,com resignação, haverá de seguir carregando ascadeias da escravidão.

O empregado, cansado de tantos regulamentos,quer ver-se livre e se consegue independizar-se,encontra-se com o problema de que continua sendoescravo de seus próprios interesses e preocupações.

Certamente, cada vez que se luta pela Liberdade,encontramo-nos defraudados apesar das vitórias.

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Tanto sangue derramado inutilmente em nome daLiberdade e, no entanto, continuamos sendo escravosde nós mesmos e dos demais.

As pessoas lutam por palavras que nuncaentendem, ainda que os dicionários as expliquemgramaticalmente.

A Liberdade é algo para se conseguir dentro de simesmo. Ninguém pode alcançá-la fora de si mesmo.

« Cavalgar pelo ar » é uma frase muito orientalque alegoriza o sentido da genuína Liberdade.

Ninguém poderia realmente experimentar aLiberdade, enquanto sua Consciência continueengarrafada no mim mesmo, no si mesmo.

Compreender esse eu mesmo, minha pessoa, oque eu sou, é urgente, quando se quer muitosinceramente conseguir a Liberdade.

De modo algum poderíamos destruir os grilhõesda escravidão sem antes haver compreendido todaesta questão minha, tudo isto que corresponde ao eu,ao mim mesmo.

Em que consiste a escravidão? O que é isto quenos mantém escravos? Quais são estas travas? Tudoisso é o que necessitamos descobrir.

Ricos e pobres, crentes e descrentes, estão todosformalmente presos, ainda que se considerem livres.

Enquanto a Consciência, a Essência, o mais dignoe decente que temos em nosso interior, continue

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engarrafada no mim mesmo, no eu mesmo, emminhas apetências e temores, em meus desejos epaixões, em minhas preocupações e violências, emmeus defeitos psicológicos, estaremos em formalprisão.

O sentido de Liberdade só pode ser compreendidointegralmente, quando forem aniquilados os grilhõesde nosso própio cárcere psicológico.

Enquanto o eu mesmo exista, a Consciência estaráem prisão. Evadir-se do cárcere só é possívelmediante a aniquilação budista, dissolvendo o eu,reduzindo-o a cinzas, a poeira cósmica.

A Consciência livre, desprovida do eu, emausência absoluta do mim mesmo sem desejos, sempaixões, sem apetências ou temores, experimenta deforma direta a verdadeira Liberdade.

Qualquer conceito sobre Liberdade, não éLiberdade. As opiniões que formemos sobre aLiberdade estão muito longe de serem a realidade. Asidéias que forjemos sobre o tema Liberdade, nadatêm a ver com a autêntica Liberdade.

A Liberdade é algo que temos que experimentarde forma direta e isto só é possível morrendopsicologicamente, dissolvendo o eu, acabando parasempre com o mim mesmo.

De nada serviria continuar sonhando com aLiberdade se de toda maneira prosseguimos comoescravos.

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Mais vale ver-nos a nós mesmos, tal qual somos,observar cuidadosamente todos esses grilhões daescravidão que nos mantém em formal prisão.

Auto-conhecendo-nos, vendo o que somosinteriormente, descobriremos a porta da autênticaLIBERDADE.

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CAPÍTULO 5

A LEI DO PÊNDULO

É interessante ter um relógio de parede em casa,não só para saber as horas mas também para refletirum pouco.

Sem o pêndulo o relógio não funciona. Omovimento do pêndulo é profundamentesignificativo.

Nos tempos antigos, o dogma da evolução nãoexistia, então os sábios entendiam que os processoshistóricos se desenvolvem sempre de acordo com aLei do Pêndulo.

Tudo flui e reflui, sobe e desce, cresce e decresce,vai e vem de acordo com esta lei maravilhosa.

Nada tem de estranho que tudo oscile, que tudoesteja submetido ao vai e vem do tempo, que tudoevolucione e involucione.

Num extremo do pêndulo está a alegria e no outroa dor. Todas as nossas emoções, pensamentos, anelos,desejos oscilam com a Lei do Pêndulo.

Esperança e desespero; pessimismo e otimismo;paixão e dor; triunfo e fracasso; lucro e perdacorrespondem certamente aos dois extremos domovimento pendular.

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Surgiu o Egito com todo seu poderio e senhorio àsmargens do rio sagrado mas, quando o pêndulo foipara o outro lado, quando se levantou pelo extremooposto, caiu o país dos faraós e se levantouJerusalém, a cidade querida dos profetas.

Quando o pêndulo mudou de posição caiu Israel esurgiu, no outro extremo, o Império Romano.

O movimento pendular levanta e derrubaimpérios; faz surgir poderosas civilizações e logo asdestrói, etc.

Podemos colocar no extremo direito do pênduloas diversas escolas pseudo-esotéricas e pseudo-ocultistas, religiões e seitas.

Podemos colocar no extremo esquerdo domovimento pendular todas as escolas materialistas,marxistas, ateístas, cépticas, etc. Antíteses domovimento pendular, mutantes, sujeitas àpermutação incessante.

O fanático religioso, devido a qualqueracontecimento insólito ou decepção, pode ir ao outroextremo do pêndulo, converter-se em ateu,materialista, cético.

O fanático materialista ateu, devido a qualquerfato inusitado, talvez um acontecimento metafísicotranscendental ou um momento de terror indizível,pode ser levado ao extremo oposto do movimentopendular e converter-se num reacionário religiosoinsuportável.

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Exemplos: um sacerdote, vencido numa polêmicapor um esoterista, desesperado, tornou-se incrédulo ematerialista.

Conhecemos o caso de uma senhora ateísta eincrédula que, devido a um fato metafísicoconcludente e definitivo, converteu-se numaexpoente magnífica do esoterismo prático.

Em nome da verdade, devemos declarar que oateísta materialista verdadeiro e absoluto é uma farsa,não existe.

Ante a proximidade de uma morte inevitável, emum instante de terror indizível, os inimigos doEterno, os materialistas e incrédulos passaminstantaneamente ao outro extremo do pêndulo eacabam orando, chorando e clamando com fé infinitae enorme devoção.

O mesmo Karl Marx, autor do MaterialismoDialético, foi um fanático religioso judeu e, depois desua morte, renderam-lhe honras fúnebres de granderabino.

Karl Marx elaborou sua Dialética Materialista comum só propósito: « criar uma arma para destruir todasas religiões do mundo por meio do ceticismo. »

É um caso típico dos ciúmes religiosos levados aoextremo. De modo algum Marx poderia aceitar aexistência de outras religiões e preferiu destruí-lasmediante sua Dialética.

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Karl Marx cumpriu com um dos protocolos deSion que diz textualmente « Não importa queenchamos o mundo de materialismo e de repugnanteateísmo; no dia em que triunfarmos, ensinaremos areligião de Moisés, devidamente codificada e emforma dialética, e não permitiremos nenhuma outrareligião no mundo. »

É muito interessante que na União Soviética asreligiões sejam perseguidas e ao povo se ensinedialética materialista, enquanto nas sinagogas seestuda o Talmud, a Bíblia e a religião, e trabalhamlivremente, sem problema algum.

Os amos do governo russo são fanáticos religiososda lei de Moisés; mas eles envenenam o povo comessa farsa do Materialismo Dialético.

Jamais nos pronunciaríamos contra o povo deIsrael; só estamos nos declarando contra certa elite dejogo duplo que, perseguindo fins inconfessáveis,envenena o povo com a Dialética Materialistaenquanto pratica, em segredo, a religião de Moisés.

Materialismo e espiritualismo, com toda suasequela de teorias, dogmas e preconceitos de todaespécie, processam-se na mente de acordo com a Leido Pêndulo e mudam de moda de acordo com ostempos e os costumes.

Espírito e matéria são dois conceitos muitodiscutíveis e espinhosos, que ninguém entende.

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A mente nada sabe sobre o espírito, nada sabesobre a matéria.

Um conceito não é mais que isso: um conceito. Arealidade não é um conceito, ainda que a mente possaforjar muitos conceitos sobre a realidade.

O espírito é espírito (o Ser) e só a si mesmo podeconhecer.

Escrito está: « O Ser é o Ser e a razão de ser do Seré o mesmo Ser. »

Os fanáticos do deus matéria, os cientistas doMaterialismo Dialético são cem por cento empíricos eabsurdos. Falam sobre matéria com uma auto-suficiência deslumbrante e estúpida, quandorealmente nada sabem sobre a mesma.

Que é matéria? Qual destes tontos cientistas osabe? A tão cacarejada matéria é também umconceito demasiado discutível e bastante espinhoso.

Qual é a matéria? O algodão? O ferro? A carne? Oamido? Uma pedra? O cobre? Uma nuvem ou o que?Dizer que tudo isto é matéria seria tão empírico eabsurdo como assegurar que todo o organismohumano é um fígado, um coração ou um rim.Obviamente, uma coisa é uma coisa e outra coisa‚outra coisa; cada orgão é diferente e cada substância édistinta. Então, qual de todas estas substâncias é atão cacarejada matéria?

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Muita gente joga com os conceitos do pêndulo;porém, em realidade, os conceitos não são arealidade.

A mente só conhece formas ilusórias da natureza,porém nada sabe sobre a verdade contida em taisformas.

As teorias passam de moda com o tempo e com osanos e o que aprendemos na escola depois já nãoserve. Conclusão: ninguém sabe nada.

Os conceitos da extrema direita ou da extremaesquerda do pêndulo, passam como a moda dasmulheres; todos esses são processos da mente; coisasque sucedem na superfície do entendimento; tolices,vaidades do intelecto.

A qualquer disciplina psicológica opõe-se outradisciplina; a qualquer processo psicológicologicamente estruturado opõe-se outro semelhante, edepois de tudo, o que resta?

O que nos interessa é o Real, a Verdade; mas istonão é questão do pêndulo, não se encontra entre o vaie vem das teorias e crenças.

A Verdade é o desconhecido de instante ainstante, de momento a momento.

A Verdade está no centro do pêndulo, não naextrema direita, nem tampouco na extrema esquerda.

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Quando perguntaram a Jesus: « Que é a Verdade?» guardou profundo silêncio. E, quando ao Budafizeram a mesma pergunta, deu as costas e se retirou.

A Verdade não é questão de opiniões, nem deteorias, nem sequer de preconceitos de extremadireita ou de extrema esquerda.

O conceito que a mente possa forjar sobreverdade, jamais é a Verdade.

A idéia que o entendimento tenha sobre averdade, nunca é a Verdade.

A opinião que tenhamos sobre a verdade, pormuito respeitável que seja, de modo algum é aVerdade.

Nem as correntes espiritualistas, nem suasoponentes materialistas, podem jamais conduzir-nosà Verdade.

A Verdade é algo que deve ser experimentado emforma direta, como quando colocamos o dedo no fogoe nos queimamos, ou como quando engolimos água enos afogamos.

O centro do pêndulo está dentro de nós mesmos eé ali onde devemos descobrir e experimentar, emforma direta, o Real, a Verdade.

Necessitamos auto-explorar-nos diretamente paraauto-descobir-nos e conhecermos profundamente anós mesmos.

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A experiência da verdade só advém quandoeliminamos os elementos indesejáveis que em seuconjunto constituem o mim mesmo.

Só eliminando o erro, advém a verdade. Sódesintegrando o eu mesmo, meus erros, meuspreconceitos e temores, minhas paixões e desejos,crenças e fornicações, encastelamentos intelectuais eauto-suficiências de toda espécie, advém a nós aexperiência do real.

A verdade nada tem a ver com o que se tenha ditoou deixado de dizer; com o que se tenha escrito oudeixado de escrever; ela somente advém a nós quandoo mim mesmo morreu.

A mente não pode buscar a verdade, porque não aconhece. A mente não pode reconhecer a verdade,porque jamais a conheceu. A verdade advém a nós deforma espontânea, quando eliminamos todos oselementos indesejáveis que constituem o mimmesmo, o eu mesmo.

Enquanto a Consciência continue engarrafadaentre o eu mesmo, não poderá experimentar isso queé o Real, isso que não é do tempo, isso que está maisalém do corpo, dos afetos e da mente, isso que é aVerdade.

Quando o mim mesmo fica reduzido a poeiracósmica, a Consciência se libera para despertardefinitivamente e experimentar, de forma direta, aVerdade.

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Com justa razão disse o Grande Kabir Jesus: «Conhecei a Verdade e ela vos fará livres. »

De que serve ao homem conhecer cinquenta milteorias se jamais experimentou a Verdade?

O sistema intelectual de qualquer homem é muitorespeitável, mas a qualquer sistema se opõe outro enem um, nem outro é a verdade.

Mais vale auto-explorar-nos para autoconhecer-nos e chegar a experimentar, um dia, em forma direta,o Real, a Verdade.

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CAPÍTULO 6

CONCEITO E REALIDADE

Quem ou o quê pode garantir que conceito erealidade são absolutamente iguais?

O conceito é uma coisa e a realidade é outra eexiste a tendência a superestimar nossos própriosconceitos.

Realidade igual a conceito é algo quaseimpossível; no entanto a mente, hipnotizada por seupróprio conceito, supõe sempre que este e a realidadesão iguais.

A um processo psicológico qualquer, corretamenteestruturado mediante uma lógica exata, opõe-seoutro diferente, rigidamente formado com lógicasimilar ou superior; e então ?

Duas mentes severamente disciplinadas dentro deférreas estruturas intelectuais, discutindo entre si,polemizando sobre tal ou qual realidade, crêem, cadauma, na exatidão de seu próprio conceito e nafalsidade do conceito alheio; mas, qual delas tem arazão? Quem poderia, honestamente, inclinar-se porum ou outro dos polemizadores? Como poderíamos,honestamente, garantir um ou outro lado? Em qualdeles conceito e realidade são iguais?

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Indiscutivelmente, cada cabeça é um mundo e emtodos e em cada um de nós existe uma espécie dedogmatismo pontifício e ditatorial que quer nos fazercrer na igualdade absoluta de conceito e realidade.

Por muito fortes que sejam as estruturas de umraciocínio, nada pode garantir a igualdade absoluta deconceito e realidade.

Aqueles que estão auto-encerrados dentro dequalquer procedimento logístico intelectual, queremsempre fazer coincidir a realidade dos fenômenoscom os conceitos elaborados e isto não é mais que oresultado da alucinação raciocinativa.

Abrir-se ao novo é a difícil facilidade do clássico.Infelizmente, as pessoas querem descobrir, ver emtodo fenômeno natural seus própriosdogmas/prejulgamentos, conceitos, preconceitos,opiniões e teorias; ninguém sabe ser receptivo, ver onovo com mente limpa e espontânea.

Que os fenômenos falassem ao sábio seria oindicado. Desafortunadamente, os sábios dessestempos não sabem escutar, não sabem ver osfenômenos, só querem ver nos mesmos aconfirmação de todos os seus preconceitos.

Ainda que pareça incrível, os cientistas modernosnada sabem sobre os fenômenos naturais.

Quando vemos nos fenômenos da naturezaexclusivamente nossos próprios conceitos,

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certamente não estamos vendo os fenômenos, mas osconceitos.

Contudo, os tontos cientistas alucinados por seufascinante intelecto, crêem, de forma estúpida, quecada um de seus conceitos é absolutamente igual a talou qual fenômeno observado, quando a realidade édiferente.

Não negamos que nossas afirmações sejamrechaçadas por todo aquele que esteja auto-encerradopor tal ou qual procedimento logístico.Inquestionavelmente, a condição pontifícia edogmática do intelecto de modo algum poderiaaceitar que tal ou qual conceito, corretamenteelaborado, não coincida exatamente com a realidade.

Tão logo a mente observe tal ou qual fenômenoatravés dos sentidos, apressa-se de imediato a rotulá -lo com tal ou qual termo científico que,indiscutivelmente, só vem a servir como remendopara tapar a própria ignorância.

A mente não sabe realmente ser receptiva aonovo, mas sabe inventar termos complicadíssimoscom os quais pretende qualificar de forma auto-enganosa o que certamente ignora.

Falando desta vez em sentido socrático, diremosque a mente não somente ignora senão, ademais,ignora que ignora.

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A mente moderna é terrivelmente superficial,especializou-se em inventar termos dificílimos paratapar sua própria ignorância.

Existem duas classes de ciência. A primeira não émais que essa podridão de teorias subjetivas queabundam por aí. A segunda é a ciência pura dosgrandes iluminados, a ciência objetiva do Ser.

Indubitavelmente, não seria possível penetrar noanfiteatro da ciência cósmica, se antes nãomorrêssemos em nós mesmos.

Necessitamos desintegrar todos esses elementosindesejáveis que carregamos em nosso interior e queem seu conjunto constituem o mim mesmo, o eu dapsicologia.

Enquanto a Consciência Superlativa do Sercontinuar engarrafada no mim mesmo, entre meuspróprios conceitos e teorias subjetivas, seráabsolutamente impossível conhecer diretamente acrua realidade dos fenômenos naturais em simesmos.

A chave do laboratório da natureza está na mãodireita do Anjo da Morte.

Muito pouco podemos aprender do fenômeno donascimento, mas da morte poderemos aprender tudo.

O templo inviolado da ciência pura encontra-se nofundo da negra sepultura. Se o germe não morre, aplanta não nasce. Só com a morte advém o novo.

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Quando o ego morre, a Consciência desperta paraver a realidade de todos os fenômenos da natureza talqual são em si mesmos e por si mesmos .

A Consciência sabe o que experimentadiretamente por si mesma: o cru realismo da vidamais além do corpo, dos afetos e da mente.

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CAPÍTULO 7

A DIALÉTICA DA CONSCIÊNCIA

No trabalho esotérico relacionado com aeliminação dos elementos indesejáveis quecarregamos em nosso interior, surge, às vezes, ofastio, o cansaço e o aborrecimento.

Inquestionavelmente necessitamos voltar sempreao ponto de partida original e revalorizar osfundamentos do trabalho psicológico, se é que, deverdade, anelamos a mudança radical.

Amar o trabalho esotérico é indispensável quando,de verdade, se quer uma transformação interiorcompleta.

Enquanto não amemos o trabalho psicológico queconduz à mudança, a reavaliação dos princípios torna-se algo mais que impossível.

Seria absurdo supor que pudéssemos nosinteressar pelo trabalho se na realidade não chegamosa amá-lo.

Isto significa que o amor é indispensável quandouma e outra vez tratamos de revalorizar osfundamentos do trabalho psicológico.

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Urge, antes de tudo, saber o que é isso que sechama Consciência, pois são muitas as pessoas quenunca se interessaram por saber algo sobre a mesma.

Qualquer pessoa comum e corrente jamaisignoraria que um boxeador ao cair nocauteado sobreo ringue perde a consciência.

É claro que, ao voltar a si, o desventuradopugilista adquire novamente a consciência.

Sequencialmente, qualquer um compreende queexiste uma clara diferença entre a personalidade e aConsciência.

Ao vir ao mundo, todos trazemos à existência unstrês por cento de Consciência, e uns noventa e setepor cento repartíveis entre sub-consciência,infraconsciência e inconsciência.

Os três por cento de Consciência desperta podemser acrescidos à medida em que trabalhamos sobrenós mesmos.

Não é possível acrescentar Consciência medianteprocedimentos exclusivamente físicos ou mecânicos.

Indubitavelmente, a Consciência somente podedespertar à base de trabalhos conscientes epadecimentos voluntários.

Existem vários tipos de energia dentro de nósmesmos que devemos compreender. Primeiro:energia mecânica; segundo: energia vital; terceiro:energia psíquica. Quarta: energia mental. Quinta:

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energia da vontade. Sexta: energia da consciência.Sétima: energia do espírito puro.

Por muito que multiplicássemos a energiaestritamente mecânica, jamais conseguiríamosdespertar a Consciência.

Por muito que incrementássemos as forças vitaisdentro de nosso organismo, nunca chegaríamos adespertar Consciência.

Muitos processos psicológicos realizam-se dentrode nós mesmos sem necessidade da intervenção daConsciência.

Por muito grandes que sejam as disciplinas damente, a energia mental nunca poderá despertar osdiversos funcionalismos da Consciência.

A força da vontade, ainda que fosse multiplicadaaté o infinito, não consegue despertar a Consciência.

Todos estes tipos de energia se escalonam emdistintos níveis e dimensões que nada têm a ver coma Consciência.

A Consciência só pode ser despertada mediantetrabalhos conscientes e retos esforços.

O pequeno percentual de Consciência que ahumanidade possui, em vez de ser incrementado,costuma ser desperdiçado inutilmente na vida.

E óbvio que ao nos identificarmos com todos osacontecimentos da nossa existência, desperdiçamosinutilmente a energia da Consciência.

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Nós deveríamos ver a vida como um filme, semidentificar-nos jamais com nenhuma comédia, dramaou tragédia; assim, economizaríamos energiaconscientiva.

A Consciência em si mesma é um tipo de energiacom elevadíssima frequência vibratória.

Não confundamos a Consciência com a memória,pois são diferentes uma da outra, como o é a luz dosfaróis do automóvel com relação à estrada por ondeandamos.

Muitos atos se realizam, dentro de nós mesmos,sem participação alguma disso que se chamaConsciência.

Em nosso organismo sucedem muitos ajustes ereajustes, sem que a Consciência participe dosmesmos.

O centro motor de nosso corpo pode manobrarum automóvel ou dirigir os dedos que tocam oteclado de um piano, sem a mais insignificanteparticipação da Consciência.

A Consciência é luz que o inconsciente nãopercebe.

O cego tampouco percebe a luz física solar; masela existe por si mesma.

Necessitamos abrir-nos para que a Luz daConsciência penetre nas trevas espantosas do mimmesmo, do si mesmo.

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Agora compreenderemos melhor o significado daspalavras de João, quando diz no Evangelho: « A luzveio às trevas mas as trevas não a compreenderam. »

Mas seria impossível que a Luz da Consciênciapudesse penetrar dentro das trevas do eu mesmo, sepreviamente não usássemos o sentido maravilhoso daauto-observação psicológica.

Necessitamos franquear a passagem da luz parailuminar as profundidades tenebrosas do eu dapsicologia.

Jamais nos auto-observaríamos se não tivéssemosinteresse em mudar. Tal interesse só é possívelquando amamos de verdade os ensinamentosesotéricos.

Agora compreenderão nossos leitores o motivopelo qual aconselhamos revalorizar, uma e outra vez,as instruções concernentes ao trabalho sobre simesmo.

A Consciência desperta nos permite experimentar,de forma direta, a realidade.

Infelizmente, o « animal intelectual »,equivocadamente chamado homem, fascinado pelopoder formulativo da lógica dialética, esqueceu aDialética da Consciência.

Sem dúvida alguma, o poder para formularconceitos lógicos é, no fundo, terrivelmente pobre.

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Da tese podemos passar à antítese e, mediante adiscussão, à síntese; mas, esta última, em si mesma,continua sendo um conceito intelectual que, de modoalgum, pode coincidir com a realidade.

A Dialética da Consciência é mais direta, nospermite experimentar a realidade de qualquerfenômeno em si mesmo.

Os fenômenos naturais de modo algum coincidemexatamente com os conceitos formulados pela mente.

A vida se desenvolve de instante em instante e,quando a capturamos para analisá -la, matamo-la.

Quando tentamos inferir conceitos ao observar talou qual fenômeno natural, de fato deixamos deperceber a realidade do fenômeno e só vemos, nomesmo, o reflexo das teorias e conceitos rançososque, de modo algum, nada tem a ver com o fatoobservado.

A alucinação intelectual é fascinante e queremos,à força, que todos os fenômenos da naturezacoincidam com nossa lógica dialética.

A Dialética da Consciência fundamenta-se nasexperiências vividas e não no mero racionalismosubjetivo.

Todas as leis da natureza existem dentro de nósmesmos e se em nosso interior não as descobrimos,jamais as descobriremos fora de nós mesmos.

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O homem está contido no universo e o universoestá contido no homem.

Real é aquilo que experimentamos em nossointerior. Só a consciência pode experimentar arealidade.

A Linguagem da Consciência é simbólica, íntima,profundamente significativa e só os despertos podemcompreendê-la.

Quem queira despertar Consciência deve eliminarde seu interior todos os elementos indesejáveis queconstituem o ego, o eu, o mim mesmo, dentro dosquais encontra-se engarrafada a Essência.

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CAPÍTULO 8

O JARGÃO CIENTIFICISTA

A dialética lógica fica condicionada e aindaqualificada pelas proposições « em » e « acerca de »,que jamais nos levam à experiência direta do real.

Os fenômenos da natureza estão muito longe deserem como os cientistas os vêem.

Certamente, tão logo um fenômeno qualquer édescoberto, de imediato é qualificado ou rotuladocom tal ou qual termo difícil do jargão científico.

Obviamente, esses dificílimos termos docientificismo moderno só servem de remendo paraesconder a ignorância.

Os fenômenos naturais de modo algum são comoos cientistas os vêem.

A vida, com todos os seus processos e fenômenos,desenvolve-se de momento em momento, de instanteem instante e, quando a mente cientificista a detémpara analisá-la, de fato a mata.

Qualquer inferência extraída de um fenômenonatural qualquer, de nenhuma maneira é igual àrealidade concreta do fenômeno. Desgraçadamente, amente do cientista, alucinada por suas própias

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teorias, crê firmemente no realismo de suasinferências.

O intelecto alucinado não somente vê nosfenômenos o reflexo de seus próprios conceitos mas,e o que é pior, quer de forma ditatorial fazer com queos fenômenos se tornem exata e absolutamente iguaisa todos esses conceitos que levamos no intelecto.

O fenômeno da alucinação intelectual éfascinante. Nenhum desses tontos cientistasultramodernos admitiria a realidade de sua própiaalucinação.

Certamente, os sabichões destes tempos de modoalgum admitiriam que se os qualificasse dealucinados.

A força da auto-sugestão lhes faz crer na realidadede todos esses conceitos do jargão cientificista.

Obviamente, a mente alucinada se presume deonisciente e, de forma ditatorial, quer que todos osprocessos da natureza andem pelos trilhos de suassabichonices.

Nem bem apareceu um fenômeno novo, éclassificado, rotulado e o põem em tal ou qual lugar,como se em verdade o houvessem compreendido.

São milhares os termos que se inventaram pararotular fenômenos; mas, nada sabem os pseudos-sapientes sobre a realidade dos mesmos.

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Como exemplo vívido de tudo o que estamosafirmando neste capítulo, citaremos o corpo humano.

Em nome da verdade podemos afirmar, de formaenfática, que este corpo físico é absolutamentedesconhecido para os cientistas modernos.

Uma afirmação desta classe poderia aparecercomo muito insolente ante os pontífices docientificismo moderno. Sem dúvida, merecemos delesa excomunhão.

No entanto, temos bases muito sólidas para fazertão tremenda afirmação. Infelizmente, as mentesalucinadas estão tão convencidas de sua pseudo-sapiência, que nem remotamente poderiam aceitar ocru realismo de sua ignorância.

Se disséssemos aos hierarcas do cientificismomoderno que o Conde Cagliostro, interessantíssimopersonagem dos séculos XVI, XVII, XVIII, ainda viveem pleno século XX; se Ihes disséssemos que oinsigne Paracelso, facultativo da Idade Média, aindaexiste, podem estar seguros de que os hierarcas docientificismo atual ririam de nós e jamais aceitariamnossas afirmações.

No entanto, é assim. Vivem atualmente sobre aface da terra autênticos mutantes, homens imortais,com corpos que datam de milhares e de milhões deanos atrás.

O autor desta obra conhece os mutantes.Entretanto não ignora o ceticismo moderno, a

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alucinação dos cientistas e o estado de ignorância dossabichões.

Por tudo isto, de modo algum cairíamos na ilusãode crer que os fanáticos do jargão cientificistaaceitassem a realidade de nossas insólitasdeclarações.

O corpo de qualquer mutante é um franco desafioao jargão cientificista destes tempos.

O corpo de qualquer mutante pode mudar defigura e retornar logo ao seu estado normal semreceber dano algum.

O corpo de qualquer mutante pode penetrarinstantaneamente na quarta vertical e até assumirqualquer forma vegetal ou animal e retornar,posteriormente, ao seu estado normal sem nadasofrer.

O corpo de qualquer mutante desafiaviolentamente os velhos textos de anatomia oficial.

Infelizmente, nenhuma destas declarações poderiaconvencer os alucinados do jargão cientificista.

Esses senhores, sentados sobre seus sólidospontifícios, sem dúvida nos olharão com desdém,talvez com ira e possivelmente até com um pouco depiedade.

Entretanto, a verdade é o que é e a realidade dosmutantes é um franco desafio a toda teoriaultramoderna.

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O autor da obra conhece os mutantes; porém, nãoespera que alguém o creia.

Cada órgão do corpo humano é controlado por leise forças que nem remotamente conhecem osalucinados do jargão cientificista.

Os elementos da natureza são, em si mesmos,desconhecidos para a ciência oficial. As melhoresfórmulas químicas estão incompletas: H2O, doisátomos de Hidrogênio e um de Oxigênio, para formarágua é algo empírico.

Se tratamos de juntar, num laboratório, o átomode Oxigênio com dois de Hidrogênio, não obteremoságua nem nada, porque esta fórmula está incompleta.Falta-lhe o elemento fogo; só com este citadoelemento se poderia criar água.

O intelecto, por muito brilhante que pareça,jamais pode nos conduzir à experiência do real.

A classificação de substâncias e os termos difíceiscom que se rotula as mesmas, só serve comoremendo para esconder a ignorância.

Isso de o intelecto querer que tal ou qualsubstância possua determinado nome e característica,torna-se absurdo e insuportável.

Por que o intelecto se presume onisciente? Porque se alucina pensando que as substâncias e osfenômenos são como ele crê que são ? Por que quer aintelecção que a natureza seja uma réplica perfeita de

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todas as suas teorias, conceitos, opiniões, dogmas,preconceitos, prejulgamentos?

Na realidade, os fenômenos naturais não sãocomo se crê que são; e as substâncias e forças danatureza de nenhuma maneira são como o intelectopensa que são.

A Consciência desperta não é a mente, nem amemória, nem nada semelhante. Só a Consciêncialiberada pode experimentar, por si mesma e em formadireta, a realidade da vida livre em seu movimento.

Porém devemos afirmar, de forma enfática, queenquanto exista dentro de nós mesmos qualquerelemento subjetivo indesejável , a Consciênciacontinuará engarrafada em tal elemento e, porconseguinte, não poderá gozar da iluminaçãocontínua e perfeita.

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CAPÍTULO 9

O ANTI-CRISTO

O brilhante intelectualismo, como atividademanifesta do eu psicológico é, indubitavelmente, oAnti-Cristo.

Aqueles que supõem que o Anti-Cristo é umpersonagem nascido em tal ou qual lugar da Terra, ouvindo deste ou daquele país estão por certocompletamente equivocados.

Dizemos de forma enfática que o Anti-Cristo nãoé, de modo algum, um sujeito definido, mas todos ossujeitos.

Obviamente, o Anti-Cristo radica no fundo decada pessoa e se expressa de forma múltipla.

O intelecto posto a serviço do espírito é útil, ointelecto divorciado do espírito torna-se inútil.

Do intelectualismo sem espiritualidade surgem osvelhacos, viva manifestação do Anti-Cristo.

Obviamente o velhaco é, em si mesmo e por simesmo, o Anti-Cristo. Desgraçadamente o mundoatual, com todas as suas tragédias e misérias, estágovernado pelo Anti-Cristo.

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O estado caótico em que se encontra ahumanidade atual se deve, indubitavelmente, aoAnti-Cristo.

O iníquo, de quem Paulo de Tarso falava em suasepístolas, é certamente um cru realismo destestempos.

O iníquo já veio e se manifesta por toda parte,tem certamente o dom da ubiquidade.

Discute nos cafés, faz negociações na ONU, senta-se comodamente em Genebra, realiza experimentosde laboratório, inventa bombas atômicas, foguetesteleguiados, gases asfixiantes, bombasbacteriológicas, etc., etc., etc.

O Anti-Cristo fascinado por seu própriointelectualismo, exclusividade absoluta dossabichões, crê que conhece todos os fenômenos danatureza.

O Anti-Cristo, julgando-se onisciente, engarrafadoem toda a podridão de suas teorias, rechaça deimediato tudo aquilo que se pareça a Deus ou que seadore.

A auto-suficiência do Anti-Cristo, o orgulho e asoberba que possui são algo insuportável.

O Anti-Cristo odeia mortalmente as virtudescristãs da fé, da paciência e da humildade.

Todo joelho se dobra diante do Anti-Cristo.Obviamente, este inventou aviões supersônicos,

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navios maravilhosos, flamejantes automóveis,medicamentos surpreendentes, etc.

Nestas condições, quem poderia duvidar do Anti-Cristo? Quem se atreva, nestes tempos, a sepronunciar contra todos estes milagres e prodígios dofilho da perdição, condena-se a ser alvo da zombariade seus semelhantes, do sarcasmo, da ironia e a serqualificado de estúpido e ignorante.

Custa trabalho fazer com que as pessoas sérias eestudiosas entendam isto, elas reagem ou opõemresistência.

É claro que o animal intelectual equivocadamentechamado homem é um robô, programado através dojardim de infância, curso primário e secundário,universidade, etc.

Ninguém pode negar que um robô programadofunciona de acordo com o programa; de nenhumamaneira poderia funcionar se o tirássemos doprograma.

O Anti-Cristo elaborou o programa com o qual seprogramam robôs humanóides destes temposdecadentes.

Fazer estes esclarecimentos, pôr ênfase no queestou dizendo, torna-se espantosamente díficil porestar fora do programa.

É tão grave esta questão e são tão tremendos oscondicionamentos da mente que um robô humanóidequalquer, de modo algum, nem remotamente

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suspeitaria que o programa não serve, pois ele foicondicionado de acordo com o programa e duvidar domesmo lhe pareceria uma heresia, algo incongruentee absurdo.

Que um robô duvide de seu programa é umdespropósito; algo absolutamente impossível, poissua mesmíssima existência se deve ao programa.

Infelizmente, as coisas não são como pensa o robôhumanóide; existe outra ciência, outra sabedoriainaceitável para os robôs humanóides.

Reage o humanóide robô e tem razão em reagir,pois não foi programado para outra ciência, nem paraoutra cultura, nem para nada diferente do seu sabidoprograma.

O Anti-Cristo elaborou os programas do robôhumanóide. O robô prostra-se, humilde, ante seuamo. Como poderia duvidar da sapiência de seu amo?

A criança nasce inocente e pura. A Essência,expressando-se em cada criatura, é realmentepreciosa.

Inquestionavelmente, a natureza deposita nocérebro dos recém-nascidos todos esses dadosselvagens, naturais, silvestres, cósmicos,espontâneos, indispensáveis para a captura ouapreensão das verdades contidas em qualquerfenômeno natural perceptível para os sentidos.

Isto significa que a criança recém-nascida poderia,por si mesma, descobrir a realidade de cada

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fenômeno natural. Desgraçadamente, o programa doAnti-Cristo interfere e as maravilhosas qualidadesque a natureza depositou no cérebro do recém-nascido são logo destruídas.

O Anti-Cristo proíbe pensar de forma diferente.Toda criatura que nasce, por ordem do Anti-Cristo,deve ser programada.

Não há dúvida de que o Anti-Cristo odeiamortalmente aquele precioso sentido do Serconhecido como « faculdade de percepção instintivadas verdades cósmicas. »

Ciência pura, distinta de toda a podridão deteorias universitárias que existem por toda parte, éalgo inadmissível para os robôs do Anti-Cristo.

Muitas guerras, fomes e doenças o Anti-Cristopropagou em toda a redondez da Terra e não hádúvida de que as seguirá propagando, antes quechegue a catástrofe final.

Infelizmente, chegou a hora da grande apostasiaanunciada por todos os profetas e nenhum serhumano se atreveria a pronunciar-se contra o Anti-Cristo.

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CAPÍTULO 10

O EU PSICOLÓGICO

Esta questão do mim mesmo, o que eu sou, issoque pensa, sente e atua, é algo que devemos auto-explorar para conhecer profundamente.

Existem por toda parte lindas teorias que atraem efascinam, porem tudo isso de nada serviria se não nosconhecêssemos a nós mesmos.

É fascinante estudar astronomia ou distrair-se umpouco lendo obras sérias; no entanto, chega a serirônico converter-se num erudito e não saber nadasobre si mesmo, sobre o eu sou, sobre apersonalidade humana que possuímos.

Cada qual é muito livre para pensar o que queira ea razão subjetiva do « animal intelectual »,equivocadamente chamado homem, dá para tudo;tanto pode fazer de uma pulga um cavalo, como deum cavalo uma pulga. São muitos os intelectuais quevivem jogando com o raciocínio, mas, e daí ?

Ser erudito não significa ser sábio. Os ignorantesilustrados abundam como erva daninha e não apenasnão sabem como nem sequer sabem que não sabem.

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Entenda-se por ignorantes ilustrados os sabichõesque pensam que sabem e nem sequer se conhecem asi mesmos.

Poderíamos teorizar lindamente sobre o eu dapsicologia, mas não é exatamente isso o que nosinteressa neste capítulo.

Necessitamos conhecer a nós mesmos pela viadireta, sem o processo deprimente da opção.

De modo algum seria isto possível se não nosauto-observássemos em ação de instante a instante,de momento em momento.

Não se trata de ver-nos através de alguma teoriaou de uma simples especulação intelectiva.

Ver-nos diretamente tal qual somos é ointeressante; só assim poderemos chegar aoconhecimento verdadeiro de nós mesmos.

Ainda que pareça incrível, nós estamosequivocados com respeito a nós mesmos.

Muitas coisas que cremos não ter, as temos; emuitas que cremos ter, não as temos.

Temos formado falsos conceitos sobre nósmesmos e devemos fazer um inventário para saber oque nos sobra e o que nos falta.

Supomos que temos tais ou quais qualidades queem realidade não temos e muitas virtudes quepossuímos, certamente as ignoramos.

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Somos pessoas adormecidas, inconscientes e issoé o grave. Infelizmente, pensamos o melhor de nósmesmos e nem sequer suspeitamos que estamosadormecidos.

As sagradas escrituras insistem na necessidade dedespertar, mas não explicam o sistema para conseguiresse despertar.

O pior do caso é que são muitos os que leram assagradas escrituras e nem sequer entendem que estãoadormecidos.

Todo mundo pensa que se conhece a si mesmo enem remotamente suspeita que existe a Doutrina dosmuitos.

Realmente, o eu psicológico de cada um émúltiplo; sobrevém sempre como muitos.

Com isto queremos dizer que temos muitos eus enão só um, como supõem sempre os ignorantesilustrados.

Negar a Doutrina dos muitos é fingir-se de bobopara si mesmo; pois, de fato, seria o cúmulo doscúmulos ignorar as contradições íntimas que cada umde nós possui.

Vou ler um jornal, diz o eu do intelecto; ao diabocom tal leitura,exclama o eu do movimento, prefirodar um passeio de bicicleta. Que passeio, que nada!Grita um terceiro em discórdia, prefiro comer, tenhofome.

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Se pudéssemos nos ver num espelho de corpointeiro, tal como somos, descobriríamos, por nósmesmos, em forma direta, a Doutrina dos muitos.

A personalidade humana é tão somente umamarionete controlada por fios invisíveis.

O eu que hoje jura amor eterno pela Gnose é maistarde substituído por outro eu que nada tem a vercom o juramento; então o sujeito se retira.

O eu que hoje jura amor eterno a uma mulher émais tarde substituído por outro que nada tem a vercom esse juramento; então o sujeito se enamora deoutra e castelo de cartas vai ao chão.

O « animal intelectual », equivocadamentechamado homem, é como uma casa cheia de muitagente.

Não existe ordem nem concordância alguma entreos múltiplos eus. Todos eles brigam entre si edisputam a supremacia. Quando algum delesconsegue o controle dos centros capitais da máquinaorgânica, sente-se o único, o amo; porém acaba sendoderrocado.

Considerando as coisas deste ponto de vista,chegamos à conclusão lógica de que o « mamíferointelectual » não tem verdadeiro sentido deresponsabilidade moral.

Indiscutivelmente, o que a máquina faça ou diganum momento dado depende exclusivamente do tipode eu que nesses instantes a controla.

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Dizem que Jesus de Nazaré tirou do corpo deMaria Madalena sete demônios, sete eus, vivapersonificação dos sete pecados capitais.

É óbvio que cada um destes sete demônios écabeça de legião; daí devemos estabelecer, comocorolário, que o Cristo Íntimo pôde expulsar do corpoda Madalena milhares de eus.

Refletindo em todas estas coisas podemos inferirclararnente que a única coisa digna que nóspossuímos em nosso interior é a ESSÊNCIA.Infelizmente, a mesma encontra-se enfrascada entretodos estes múltiplos eus da PsicologiaRevolucionária.

É lamentável que a Essência se processe sempreem virtude de seu própio condicionamento.

Indiscutivelmente, a Essência, que é a mesmacoisa que a Consciência, dorme profundamente.

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CAPÍTULO 11

AS TREVAS

Um dos problemas mais difíceis da nossa épocavem a ser certamente o intrincado labirinto dasteorias.

Indubitavelmente, por estes tempos semultiplicaram exorbitantemente por aqui, ali e acolá,as escolas pseudo-esoteristas e pseudo-ocultistas.

O comércio de almas, de livros e de teorias épavoroso; raro é aquele que, entre o emaranhado detantas idéias contraditórias, consiga em verdade acharo caminho secreto.

O mais grave de tudo isto é a fascinaçãointelectiva; existe a tendência a nutrir-se estritamentede forma intelectual, com tudo o que chega à mente.

Os vagabundos do intelecto já não se contentamcom toda essa livraria subjetiva e de tipo geral queabunda nos mercados de livros; agora, para o cúmulodos cúmulos, também se empanturram e indigestamcom o pseudo-esoterismo e pseudo-ocultismo baratoque abundam por toda parte como erva daninha.

O resultado de todos estes jargões é a confusão edesorientação manifesta dos velhacos do intelecto.

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Constantemente recebo cartas e livros de todaespécie. Os remetentes, como sempre, interrogando-me sobre esta ou aquela escola, sobre tal ou quallivro. Eu me limito a responder o seguinte: deixe essaociosidade mental, você não tem por que se importarcom a vida alheia; desintegre o eu animal dacuriosidade; não se preocupe com as escolas alheias;torne-se sério, conheça-se a si mesmo, estude-se a simesmo, observe-se a si mesmo, etc., etc., etc.

Realmente, o importante é conhecer-se a simesmo, profundamente, em todos os níveis damente.

As trevas são a inconsciência; a luz é aConsciência. Devemos permitir que a luz penetre emnossas próprias trevas. Obviamente, a luz tem poderpara vencer as trevas.

Desgraçadamente, as pessoas encontram-se auto-encerradas dentro do ambiente fétido e imundo desua própia mente, adorando seu querido ego.

As pessoas não querem dar-se conta de que nãosão donas de sua própria vida; certamente, cadapessoa está controlada desde dentro por muitasoutras pessoas. Quero referir-me, de forma enfática, atoda essa multiplicidade de eus que trazemos dentro.

Evidentemente, cada um desses eus põe em nossamente o que devemos pensar; em nossa boca o quedevemos dizer, no coração o que devemos sentir, etc.

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Nestas condições, a personalidade humana não émais que um robô governado por diferentes pessoasque disputam a supremacia e que aspiram o supremocontrole dos centros capitais da máquina orgânica.

Em nome da verdade, afirmamos solenemente queo pobre « animal intelectual », equivocadamentechamado homem, ainda que se creia muitoequilibrado, vive em um completo desequilíbriopsicológico.

O mamífero intelectual de modo algum éunilateral; se o fosse, seria equilibrado.

O « animal intelectual » é, desgraçadamente,multilateral e isso está demonstrado até a saciedade.

Como poderia ser equilibrado o humanóideracional? Para que exista equilíbrio perfeito necessita-se da Consciência desperta.

Só a luz da Consciência dirigida não desde osângulos, mas em forma plena, central, sobre nósmesmos, pode acabar com os contrastes, ascontradições psicológicas e estabelecer em nós overdadeiro equilíbrio interior.

Se dissolvemos todo esse conjunto de eus quetrazemos em nosso interior, vem o despertar daConsciência e, como sequência ou corolário, oequilíbrio verdadeiro de nossa própria psique.

Infelizmente, as pessoas não querem dar-se contada inconsciência em que vivem, dormemprofundamente.

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Se as pessoas estivessem despertas, cada qualsentiria seus próximos em si mesmo.

Se as pessoas estivessem despertas, nossospróximos nos sentiriam em seu interior.

Então, obviamente, as guerras não existiriam e aTerra inteira seria, em verdade, um paraíso.

A luz da Consciência, dando-nos verdadeiroequilíbrio psicológico, vem estabelecer cada coisa emseu lugar e o que antes entrava em conflito íntimoconosco, de fato fica em seu lugar adequado.

É tal a inconsciência das multidões que nemsequer são capazes de encontrar a relação existenteentre luz e Consciência.

Inquestionavelmente, luz e Consciência são doisaspectos da mesma coisa; onde há luz, háConsciência.

A inconsciência é trevas e estas últimas existemem nosso interior.

Só mediante a auto-observação psicológicapermitimos que a luz penetre em nossas própiastrevas.

« A luz veio às trevas, mas as trevas não acompreenderam. »

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CAPÍTULO 12

AS TRÊS MENTES

Existem, por toda parte, muitos velhacos dointelecto, sem orientação positiva e envenenados peloasqueroso ceticismo.

Certamente, o veneno repugnante do ceticismocontagiou as mentes humanas de forma alarmantedesde o século XVIII.

Antes daquele século, a famosa ilha Nontrabada,ou Encubierta, situada frente às costas da Espanha, sefazia visível e tangível contantemente

Não há dúvida de que tal ilha se encontra situadadentro da « quarta vertical ». Muitas são as lendasrelacionadas com essa ilha misteriosa.

Depois do século XVIII, a citada ilha perdeu-se naeternidade e ninguém sabe nada sobre a mesma.

Na época do Rei Artur e dos cavaleiros da TávolaRedonda, os elementais da natureza se manifestavam-se por toda parte, penetrando profundamente dentrode nossa atmosfera física.

São muitos os relatos sobre duendes, gênios efadas que ainda abundam na verde Erim, Irlanda.Infelizmente, todas essas coisas inocentes, toda essabeleza da alma do mundo, já não são percebidas pela

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humanidade, devido às sabichonices dos velhacos dointelecto e ao desenvolvimento desmesurado do egoanimal.

Hoje em dia, os sabichões riem de todas estascoisas; não as aceitam, ainda que no fundo nemremotamente tenham alcançado a felicidade.

Se as pessoas entendessem que temos trêsmentes, outro galo cantaria; possivelmente até seinteressariam mais por estes estudos.

Desgraçadamente, os ignorantes ilustrados,metidos nos becos de suas difíceis erudições, nemsequer têm tempo para se ocupar de nossos estudosseriamente.

Essas pobres pessoas são auto-suficientes.Acham-se envaidecidas com o vão intelectualismo.Pensam que vão pelo caminho certo e nemremotamente supõem que se encontram metidasnum beco sem saída.

Em nome da verdade devemos dizer que, emsíntese, temos três mentes.

A primeira, podemos e devemos chamá -la demente sensorial. A segunda, batizaremos com o nomede mente intermediária. A terceira chamaremos demente interior.

Vamos agora estudar cada uma destas três mentespor separado e de forma criteriosa.

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Indiscutivelmente, a mente sensorial elabora seusconceitos de conteúdo mediante as percepçõessensoriais externas.

Nestas condições, a mente sensorial éterrivelmente grosseira e materialista e não podeaceitar nada que não tenha sido demonstradofisicamente.

Como os conceitos de conteúdo da mentesensorial têm por fundamento os dados sensonaisexternos, é óbvio que esta nada pode saber sobre oReal, sobre a Verdade, sobre os mistérios da vida e damorte, sobre a Alma e o Espírito, etc.

Para os velhacos do intelecto, aprisionadostotalmente pelos sentidos externos e engarrafadosnos conceitos do conteúdo da mente sensorial,nossos estudos esotéricos parecem loucura.

Dentro da razão dos sem razão, no mundo aodescabelado, eles têm razão, devido a que estãocondicionados pelo mundo sensorial externo. Comopoderia a mente sensorial aceitar algo que não sejasensorial?

Se os dados dos sentidos servem de mola secretapara todos os processos de funcionamento da mentesensorial, é óbvio que só podem originar conceitossensoriais.

A mente intermediária é diferente, emboratambem nada saiba de forma direta sobre o Real.Limita-se a crer e isso é tudo.

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Na mente intermediária estão as crençasreligiosas, os dogmas inquebrantáveis, etc.

Mente interior é fundamental para a experiênciadireta da verdade.

Indubitavelmente, a mente interior elabora seusconceitos de conteúdo com os dados proporcionadospela Consciência Superlativa do Ser.

Inquestionavelmente, a Consciência podevivenciar e experimentar o Real. Não há dúvida deque a Consciência sabe de verdade.

Contudo, para sua manifestação, a Consciêncianecessita de um mediador, de um instrumento deação e este é a mente interior.

A Consciência conhece diretamente a realidade decada fenômeno natural e pode manifestá-la mediantea mente interior.

A fim de sair do mundo das dúvidas e daignorância, o indicado seria abrir a mente interior.

Isto significa que só abrindo a mente interiornasce a fé autêntica no ser humano.

Olhando esta questão deste outro ângulo, diremosque o ceticismo materialista é a característica peculiarda ignorância. Não há dúvida de que os ignorantesilustrados são cem por cento céticos.

A fé é percepção direta do real; sabedoriafundamental; vivência disso que está mais além docorpo, dos afetos e da mente.

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Distinga-se entre fé e crença. As crençasencontram-se depositadas na mente intermediária; afé é característica da mente interior.

Infelizmente, existe sempre a tendência geral deconfundir a crença com a fé. Ainda que pareçaparadoxal enfatizaremos o seguinte: « AQUELE QUETEM FÉ VERDADEIRA, NÃO NECESSITA CRER. »

É que a fé autêntica é sapiência vivida, cogniçãoexata, experiência direta.

Sucede que durante muitos séculos confundiu-sea fé com a crença e agora custa muito trabalho fazercom que as pessoas compreendam que a fé ésabedoria verdadeira e nunca vãs crenças.

A atividade sapiente da mente interior tem, comorecursos íntimos, todos esses dados formidáveis dasabedoria contida na Consciência.

Quem abriu a mente interior recorda suas vidasanteriores, conhece os mistérios da vida e da morte,não pelo que tenha lido ou deixado de ler; não peloque alguem haja dito ou deixado de dizer; não peloque tenha acreditado ou deixado de acreditar, maspela experiência direta, vivida, terrivelmente real.

Isto que estamos dizendo não é do gôsto da mentesensorial, porque sai de seus domínios; nada tem aver com as percepções sensoriais externas; é algoalheio a seus conceitos de conteúdo, ao que lheensinaram na escola, ao que aprendeu em distintoslivros, etc., etc., etc.

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Isto que estamos dizendo tampouco é aceito pelamente intermediária, porque de fato contraria suascrenças, desvirtua o que seus preceptores religiososlhe fizeram aprender de memória, etc.

Jesus, o Grande Kabir, adverte a seus discípulosdizendo-lhes: « Cuidai-vos da levedura dos saduceuse da levedura dos fariseus. »

É evidente que Jesus, o Cristo, com estaadvertência, referiu-se às doutrinas dos materialistassaduceus e dos hipócritas fariseus.

A doutrina dos saduceus está na mente sensorial,é a doutrina dos cinco sentidos.

A doutrina dos fariseus encontra-se situada namente intermediária, isto é irrefutável e irrebatível.

É evidente que os fariseus comparecem a seusritos para que os outros os vejam, para que se digaque são boas pessoas, para manter as aparências, masnunca trabalham sobre si mesmos.

Não seria possível abrir a mente interior, se nãoaprendêssemos a pensar psicologicamente.

Inquestionavelmente, quando alguém começa aobservar-se a si mesmo é sinal de que começou apensar psicologicamente.

Enquanto não admitamos a realidade de nossaprópria psicologia e a possibilidade de mudá -lafundamentalmente, indubitavelmente não sentiremosa necessidade da auto-observação psicológica.

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Quando alguem aceita a Doutrina dos Muitos ecompreende a necessidade de eliminar os diversos «eus » que carrega em sua psique com o propósito deliberar a Consciência, a Essência, indubitávelmenteinicia, de fato e por direito próprio, a auto-observaçãopsicológica.

Obviamente, a eliminação dos elementosindesejáveis que trazemos em nossa psique origina aabertura da mente interior.

Tudo isto significa que a citada abertura é algo quese realiza de forma gradativa, à medida em que vamosaniquilando os elementos indesejáveis que temos emnossa psique.

Quem tenha eliminado cem por cento doselementos indesejáveis de seu interior, obviamentetambém terá aberto sua mente interior em cem porcento.

Uma pessoa assim possuirá a fé absoluta. Agoravocês compreenderão as palavras do Cristo, quandodisse: « Se tivésseis fé como um grão de mostarda,moveríeis montanhas. »

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CAPÍTULO 13

MEMÓRIA-TRABALHO

Inquestionavelmente, cada pessoa tem sua própriapsicologia particular; isto é irrebatível,incontrovertível, irrefutável.

Desafortunadamente, as pessoas nunca pensamnisto e muitos nem o aceitam, porque se achamaprisionados na mente sensorial.

Qualquer um admite a realidade do corpo físico,porque pode vê-lo e apalpá-lo; porém, a Psicologia équestão distinta; não é perceptível para os cincosentidos e, por isto, a tendência geral é rechaçá-la ou,simplesmente, subestimá-la e depreciá-la,qualificando-a de algo sem importância.

Indubitavelmente, quando alguém começa a auto-observar-se é sinal inequívoco de que aceitou atremenda realidade se sua própria psicologia.

É claro que ninguém tentaria auto-observar-se senão encontrasse antes um motivo fundamental.

Obviamente, quem inicia a auto-observaçãoconverte-se num sujeito muito diferente dos demais;de fato indica a possibilidade de uma mudança.

Desafortunadamente, as pessoas não queremmudar; contentam-se com o estado em que vivem.

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Causa dor ver como as pessoas nascem, crescem,reproduzem-se como bestas, sofrem o indizível emorrem sem saber porque.

Mudar é algo fundamental; porém, isto éimpossível se não se inicia a auto-observaçãopsicológica.

É necessário começar a ver-se a si mesmo com opropósito de auto-conhecer-se; pois, na verdade, ohumanóide racional não se conhece a si mesmo.

Quando descobrimos um defeito psicológico defato damos um grande passo, porque isto nospermitirá estudá-lo e até eliminá-lo radicalmente.

Em verdade, nossos defeitos psicológicos sãoinumeráveis; ainda que tivéssemos mil línguas parafalar, não conseguiríamos enumerá-los totalmente.

O grave de tudo isto é que não sabemos medir oespantoso realismo de qualquer defeito. Sempre ovemos de forma vã, sem pôr-lhe a devida atenção;vemo-lo como algo sem importância.

Quando aceitamos a doutrina dos muitos eentendemos o cru realismo dos sete demônios queJesus, o Cristo, tirou do corpo de Maria Madalena,ostensivelmente, nosso modo de pensar, com respeitoaos defeitos psicológicos, sofre uma mudançafundamental.

Não é demais afirmar, de forma enfática, que adoutrina dos muitos é de origem Tibetana e Gnósticaem cem por cento.

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Na verdade, não é nada agradável saber quedentro de nossa pessoa vivem centenas e milhares depessoas psicológicas.

Cada defeito psicológico é uma pessoa diferente,existindo dentro de nós mesmos aqui e agora.

Os sete demônios que o Grande Mestre Jesus, oCristo, expulsou do corpo de Maria Madalena, são ossete pecados capitais: Ira, Cobiça, Luxúria, Inveja,Orgulho, Preguiça e Gula.

Naturalmente, cada um destes demônios, emseparado, é cabeça de legião.

No velho Egito dos Faraós, o iniciado deveriaeliminar, de sua natureza interior, os demôniosvermelhos de SETH, se é que quisesse lograr oDespertar da Consciência.

Visto o realismo dos defeitos psicológicos, oaspirante deseja mudar; não quer continuar no estadoem que vive, com tanta gente metida dentro de suapsique e, então, inicia a auto-observação.

À medida que nós progredimos no trabalhointerior, podemos verificar, por nós mesmos, umordenamento muito interessante no sistema deeliminação.

Assombramo-nos quando descobrimos ordem notrabalho relacionado com a eliminação dos múltiplosagregados psíquicos que personificam os nossoserros.

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O interessante de tudo isto é que tal ordem, naeliminação de defeitos, se realiza de forma gradativa ese processa de acordo com a Dialética da Consciência.

Nunca, jamais, poderia a dialética raciocinativasuperar o formidável labor da Dialética daConsciência.

Os fatos nos vão demonstrando que oordenamento psicológico, no trabalho da eliminaçãodos defeitos, é estabelecido por nosso próprio Serinterior profundo.

Devemos esclarecer que existe uma diferençaradical entre o ego e o Ser. O eu jamais poderiaestabelecer ordem em questões psicológicas; pois ele,em si mesmo, é o resultado da desordem.

Só o Ser tem o poder para estabelecer a ordem emnossa psique. O Ser é o Ser. A razão de Ser do Ser é omesmo Ser.

O ordenamento no trabalho de auto-observação,julgamento e eliminação de nossos agregadospsíquicos, vai sendo evidenciado pelo sentidojudicioso da auto-observação psicológica.

Em todos os seres humanos acha-se o sentido daauto-observação psicológica em estado latente; mas,se desenvolve, de forma gradativa, à medida em que ovamos usando.

Tal sentindo nos permite perceber, diretamente, enão mediante simples associações intelectuais, osdiversos « eus » que vivem dentro de nossa psique.

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Esta questão de extrapercepções sensoriaiscomeça a ser estudada no terreno da parapsicologia e,de fato, foi demonstrada em múltiplos experimentosque se tem realizado, judiciosamente, através dotempo e sobre os quais existe muita documentação.

Aqueles que negam a realidade dasextrapercepções sensoriais são ignorantes em cempor cento; velhacos do intelecto, embotelhados namente sensual.

No entanto, o sentido da auto-observaçãopsicológica é algo mais profundo; vai muito além dossimples enunciados parapsicológicos; permite-nos aauto-observação íntima e a plena verificação dotremendo realismo subjetivo de nossos diversosagregados.

O ordenamento sucessivo das diversas partes dotrabalho relacionadas com o tema tão grave daeliminação dos agregados psicológicos, permite-nosinferir uma « memória-trabalho » muito interessantee até muito útil na questão do desenvolvimentointerior.

Esta « memória-trabalho » se bem que é certo quenos pode dar diferentes fotografias psicológicas dasdiversas etapas da vida passada, juntadas na suatotalidade, trariam à nossa imaginação, uma estampaviva, e, até repugnante, do que fomos antes de iniciaro trabalho psico-transformista radical.

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Não há dúvida de que jamais desejaríamosregressar a essa horrorosa figura, viva representaçãodo que fomos.

Deste ponto de vista, tal fotografia psicológicaresultaria útil como meio de confrontação entre opresente transformado e um passado regressivo,rançoso, torpe e desgraçado.

A memória-trabalho escreve-se sempre à base desucessivos eventos psicológicos registrados pelocentro de auto-observação psicológica..

Existem, em nossa psique, elementos indesejáveisque nem remotamente suspeitamos.

Que um homem honrado, incapaz jamais detomar nada alheio, honorável e digno de toda honra,descubra, de forma insólita, uma série de eus ladrõeshabitando nas zonas mais profundas de sua própriapsique, é algo espantoso, mas não impossível.

Que uma magnífica esposa, cheia de grandesvirtudes, ou uma donzela de grande espiritualidade eeducação magnífica, mediante o sentido da auto-observação psicológica descubra, de forma inusitada,que em sua psique íntima vive um grupo de eusprostitutas, resulta repugnante e até inaceitável parao centro intelectual ou o sentido moral de qualquercidadão; mas tudo isso é possível dentro do terrenoda auto-observação psicológica.

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CAPÍTULO 14

COMPREENSÃO CRIADORA

O Ser e o Saber devem equilibrar-se, mutuamente,a fim de estabelecer, em nossa psique, a labareda dacompreensão.

Quando o saber é maior do que o ser originaconfusão intelectual de toda espécie.

Se o ser é maior que o saber, pode dar casos tãograves como o do santo estúpido.

No terreno da vida prática convém auto-observar-nos, com o propósito de autodescobrir-nos.

É, precisamente a vida prática, o ginásiopsicológico mediante o qual podemos descobrirnossos defeitos.

Em estado de alerta percepção, alerta novidade,poderemos verificar, diretamente, que os defeitosescondidos afloram espontaneamente.

É claro que o defeito descoberto deve sertrabalhado conscientemente, com o propósito desepará-lo de nossa psique.

Antes de tudo, não devemos identificar-nos comnenhum eu-defeito, se é que, em realidade,desejamos eliminá-lo.

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Se, parados sobre uma tábua, desejamos levantaresta para colocá-la encostada em uma parede, istonão seria possível se continuássemos parados sobreela.

Obviamente, devemos começar por separar atábua de nós mesmos, retirando-nos da mesma e,logo, com nossas mãos, levantar a tábua e colocá-laencostada ao muro.

Similarmente, não devemos identificar-nos comnenhum agregado psíquico, se é que, na verdade,desejamos separá-lo de nossa psique.

Quando nos identificamos com tal ou qual eu, defato, o fortificamos, em vez de desintegrá-lo.

Suponhamos que um eu qualquer de luxúria seapossa dos rolos que temos no centro intelectual paraprojetar, na tela da mente, cenas de lascívia emorbosidade sexual; se nos identificamos com taisquadros passionais, indubitavelmente, aquele euluxurioso se fortificará tremendamente.

Mas, se nós, ao invés de identificar-nos com essaentidade, a separamos de nossa psique,considerando-a como um demônio intruso,obviamente haverá surgido, em nossa intimidade, acompreensão criadora.

Posteriormente, poderíamos dar-nos ao luxo dejulgar, analiticamente, a tal agregado com o propósitode fazer-nos plenamente conscientes do mesmo.

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O grave erro das pessoas consiste, precisamente,na identificação e isto é lamentável.

Se as pessoas conhecessem a Doutrina dosmuitos; se, de verdade, entendessem que nem suaprópria vida lhes pertence, então, não cometeriam oerro da identificação.

Cenas de ira, quadros de ciúmes, etc., no terrenoda vida prática, resultam úteis, quando nosencontramos em constante auto-observaçãopsicológica.

Então, comprovamos que nem nossospensamentos, nem nossos desejos, nem nossas açõesnos pertencem.

Inquestionavelmente, múltiplos eus intervêmcomo intrusos de mau agouro para colocar, em nossamente, pensamentos; em nosso coração, emoções; emnosso centro motor, ações de qualquer natureza.

É lamentável que não sejamos donos de nósmesmos; que diversas entidades psicológicas façamde nós o que querem.

Desafortunadamente, nem remotamentesuspeitamos o que nos sucede e atuamos comosimples marionetes controladas por fios invisíveis.

O pior de tudo isto é que, em vez de lutar paranos libertarmos de todas estas entidades secretas,cometemos o erro de fortalecê-las e isto acontecequando nos identificamos com elas.

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Qualquer cena de rua, qualquer drama familiar,qualquer briga banal entre cônjuges deve-se,indubitavelmente, a tal ou qual eu e isto é algo quejamais devemos ignorar.

A vida prática é o espelho psicológico ondepodemos ver-nos, a nós mesmos, tal qual somos.

Mas, antes de tudo, devemos compreender anecessidade de ver-nos a nós mesmos e a necessidadede mudar, radicalmente; só assim, teremos gana deobservar-nos realmente.

Quem se contenta com o estado em que vive, onéscio, o retardatário, o negligente, não sentirá nuncao desejo de ver-se a si mesmo; querer-se-á demasiadoe, de modo algum, estará disposto a revisar suaconduta e seu modo de ser.

De forma clara, diremos que em algumascomédias, dramas e tragédias da vida práticaintervêm vários eus que é necessário compreender.

Em qualquer cena de ciúmes passionais, entramem jogo eus de luxúria, ira, amor próprio, ciúmes,etc., etc., que, posteriormente, deverão ser julgados,analiticamente, cada um em separado,a fim decompreendê-los, integralmente, com o evidentepropósito de desintegrá-los totalmente.

A compreensão resulta muito elástica; por isto,necessitamos penetrar cada vez mais profundamente.O que hoje compreendemos de um modo, amanhã ocompreendemos melhor.

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Olhando as coisas deste ângulo, podemosverificar, por nós mesmos, quão úteis são as diversascircunstâncias da vida, quando, em verdade, asutilizamos como espelho para o autodescobrimento.

De modo algum, trataríamos jamais de afirmarque os dramas, comédias e tragédias da vida práticaresultam sempre formosos e perfeitos; tal afirmaçãoseria descabida.

No entanto, por absurdas que sejam as diversassituações da existência, resultam maravilhosas comoginásio psicológico.

O trabalho relacionado com a dissolução dosdiversos elementos que constituem o mim mesmo,resulta espantosamente difícil.

Entre as cadências do verso, também se esconde odelito. Entre o perfume delicioso dos templos, seesconde o delito.

O delito, às vezes, torna-se tão refinado que seconfunde com a santidade; e tão cruel que chega aparecer-se à doçura.

O delito veste-se com a toga do juiz, com a túnicado mestre, com a roupagem do mendigo, com o trajedo senhor e até com a túnica do Cristo.

Compreensão é fundamental; mas, no trabalho dedissolução dos agregados psíquicos, não é tudo, comoveremos no capítulo seguinte.

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Resulta urgente, inadiável, fazer-nos conscientesde cada eu para separá-lo de nossa psique; mas issonão é tudo, falta algo mais.

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CAPÍTULO 15

A KUNDALINI

Chegamos a um ponto muito espinhoso. Queroreferir-me à questão esta da Kundalini, a SerpenteÍgnea de Nossos Mágicos Poderes, citada em muitostextos da sabedoria oriental.

Indubitavelmente, a Kundalini tem muitadocumentação e é algo que bem vale a penainvestigar.

Nos textos de alquimia medieval, a Kundalini é osinal astral do esperma sagrado, STELLA MARIS, aVIRGEM DO MAR, que guia, sabiamente, ostrabalhadores da Grande Obra.

Entre os Astecas, ela é TONANTZIN; entre osGregos, A CASTA DIANA; e, no Egito, é ISIS, A MÃEDIVINA a quem menhum mortal levantou o véu.

Não há dúvida alguma de que o CristianismoEsotérico jamais deixou de adorar a Divina MãeKundalini; obviamente é MARAH ou, melhordizendo, RAM-IO, MARIA.

O que não especificaram as religiões ortodoxas,pelo menos no que corresponde ao círculo exotéricoou público, é o aspecto de ÍSIS em sua formaindividual, humana.

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Ostensivelmente, só em secreto se ensinou aosIniciados que essa Divina Mãe existe,individualmente, dentro de cada ser humano.

Não é demais esclarecer, de forma enfática, queDeus-Mãe, REA, CIBELES, ADÔNIA, ou comoqueiramos chamá-la, é uma variante de nosso próprioSer individual aqui e agora.

Concretizando, diremos que cada um de nós temsua própria Mãe Divina particular, individual.

Há tantas Mães no Céu, quanto criaturasexistentes sobre a face fa Terra.

A Kundalini é a energia misteriosa que faz existir,no mundo, um aspecto de BRAHAMA.

Em seu aspecto psicológico, manifesto naanatomia oculta do ser humano, a KUNDALINIencontra-se enroscada três vezes e meia dentro decerto centro magnético, localizado no osso coccígeo.

Ali descansa, entumecida, como qualquerserpente, a Divina Princesa.

No centro daquele chacra, ou estância, existe umtriângilo feminino, ou YONI, onde está estabelecidoum LINGAM masculino.

Neste LINGAM atômico ou mágico querepresenta o poder criador sexual de BRAHAMA,enrosca-se a sublime serpente KUNDALINI.

A Rainha Ígnea, em sua figura de serpente,desperta com o « secretum secretorum » de certo

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artifício alquimista que ensinei claramente, em minhaobra « O Mistério do Áureo Florescer ».

Inquestionavelmente, quando esta Divina Forçadesperta, ascende vitoriosa pelo canal medualrespinhal, para desenvolver em nós os poderes quedivinizam.

Em seu aspecto transcendental, divinal, sublime, aSerpente Sagrada transcendendo ao meramentefisiológico, anatômico, em seu estado étnico é, comojá disse, nosso próprio Ser, porém derivado.

Não é meu propósito ensinar, neste tratado, atécnica para o despertar da Serpente Sagrada.

Só quero pôr certa ênfase ao cru realismo do ego eà urgência interior relacionada com a dissolução deseus diversos elementos inumanos.

A mente, por si mesma, não pode alterar,radicalmente, nenhum defeito psicológico.

A mente pode rotular qualquer defeito, passá-lode um nível ao outro, escondê-lo de si mesma ou dosdemais, desculpá-lo, etc., mas nunca eliminá-loabsolutamente.

Compreensão é uma parte fundamental; porém,não é tudo, necessita-se eliminar.

Defeito observado deve ser analisado ecompreendido de forma íntegra antes de se procedera sua eliminação.

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Necessitamos de um poder superior à mente; deum poder capaz de desintegrar, atomicamente,qualquer eu-defeito que, previamente, tenhamosdescoberto e julgado profundamente.

Afortunadamente, tal poder subjazprofundamente, mais além do corpo, dos afetos e damente; ainda que tenha seus exponentes concretos noosso do centro coccígeo, como já o explicamos emparágrafos anteriores do presente capítulo.

Depois de haver compreendido, integralmente,qualquer eu-defeito, devemos submergir emmeditação profunda, suplicando, orando, pedindo anossa Divina Mãe particular, individual, para quedesintegre o eu-defeito previamente compreendido.

Esta é a técnica precisa que se requer para aeliminação dos elementos indesejáveis que em nossointerior carregamos.

A Divina Mãe Kundalini tem poder para reduzir acinzas qualquer agregado psíquico subjetivo,inumano.

Sem esta didática, sem este procedimento, todoesforço para a dissolução do ego resulta infrutífero,inútil, absurdo.

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CAPÍTULO 16

NORMAS INTELECTUAIS

No terreno da vida prática, cada pessoa tem seucritério, sua forma mais ou menos rançosa de pensare nunca se abre ao novo; isso é irrefutável, irrebatível,incontrovertível.

A mente do humanóide intelectual estádegenerada, deteriorada, em franco estado deinvolução.

Realmente, o entendimento da humanidade atualé similar a uma velha estrutura mecânica inerte eabsurda; incapaz, por si mesma, de qualquerfenômeno de elasticidade autêntica.

Falta ductibilidade à mente; encontra-seenfrascada em múltiplas normas rígidas eextemporâneas.

Cada qual tem seu critério e determinadas normasrígidas dentro das quais aciona e reacionaincessantemente.

O mais grave de toda questão é que os milhões decritérios equivalem a milhões de normas putrefatas eabsurdas.

Em todo caso, as pessoas nunca se sentemequivocadas; cada cabeça é um mundo e, não há

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dúvida, que entre tantos recôncavos mentais, existemmuitos sofismas de distração e estupidezinsuportáveis.

Mas, o critério estreito das multidões nemremotamente suspeita o embotelhamento intelectualem que se encontra.

Estas pessoas modernas, com cérebro de barata,pensam, de de si mesmas, o melhor; presumem-se deliberais, supergênios; crêem que têm critério muitoamplo.

Os ignorantes ilustrados resultam ser os maisdifíceis; pois, em realidade, falando desta vez emestilo socrático, diremos: « Não somente não sabem,senão que, ademais, ignoram que não sabem. »

Os velhacos do intelecto, aferrados a essas normasantiquadas do passado, processam-se violentamenteem virtude de seu próprio embotelhamento e negam-se, de forma enfática, a aceitar algo que, de modoalgum, possa encaixar dentro de suas normas de aço.

Pensam os sabichões ilustrados que tudo aquiloque, por uma ou outra causa, saia do caminho rígidode seus procedimentos oxidados é absurdo em cempor cento. Assim, deste modo, estas pobres pessoasde critério tão difícil se auto-enganammiseravelmente.

Presumem-se de geniais os pseudo-sapientesdesta época, vêem, com desdém, àqueles que tem ovalor de afastar-se de suas normas carcomidas pelo

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tempo. O pior de tudo isto é que nem remotamentesuspeitam da crua realidade de sua própria torpeza.

A mesquinhez intelectual das mentes rançosas étal que até se dá ao luxo de exigir demonstraçõessobre isso que é o real, sobre isso que não é damente.

Não querem entender as pessoas doentendimento raquítico e intolerante que aexperiência do real só advém na ausência do ego.

Inquestionavelmente, de modo algum, seriapossível reconhecer, diretamente, os mistérios da vidae da morte, enquanto não se tenha aberto, dentro denós mesmos, a mente interior.

Não é demais repetir, neste capítulo, que só aConsciência Superlativa do Ser pode conhecer averdade.

A mente interior só pode funcionar com os dadosque aportam à Consciência Cósmica do Ser

O intelecto subjetivo, com sua dialéticaraciocinativa, nada pode saber sobre isso que escapada sua jurisdição.

Já sabemos que os conceitos de conteúdo dadialética raciocinativa, elaboram-se com os dadosfornecidos pelos sentidos de percepção externa.

Aqueles que se encontram embotelhados dentrode seus procedimentos intelectuais e normas fixas,apresentam sempre resitência a estas idéias

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revolucionárias.Só dissolvendo o ego, de forma radical e

definitiva, é possível despertar a Consciência e abrir,realmente, a mente interior.

No entanto, como estas declaraçõesrevolucionárias não cabem dentro da lógica formal,nem, tampouco, dentro da lógica dialética, as reaçõessubjetivas das mentes involucionantes opõemresistência violenta.

Querem, essas pobres pessoas do intelecto, metero oceano dentro de um vaso de cristal; supõem que auniversidade pode controlar toda a sabedoria douniverso e que todas as leis do cosmos estãoobrigadas a se submeter às suas velhas normasacadêmicas.

Nem remotamente suspeitam estes incultosmodelos de sabedoria, o estado degenerativo em quese encontram.

Às vezes se destacam tais pessoas, por ummomento, quando vêm ao mundo esoterista; mas,logo se apagam, como fogos fátuos; desaparecem dopanorama das inquietudes espirituais, traga-os ointelecto e desaparecem de cena para sempre.

A superficialidade do intelecto nunca podepenetrar no fundo legítimo do SER; porém, osprocessos subjetivos do racionalismo podem levar osnéscios a qualquer classe de conclusões muitobrilhantes, porém absurdas.

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O poder formulativo de conceitos lógicos de modoalgum implica na experiência autêntica do real.

O jogo convincente da dialética raciocinativa auto-fascina o raciocinador, fazendo-o confundir sempregato com lebre.

A brilhante procissão de idéias ofusca ao velhacodo intelecto e lhe dá certa auto-suficiência tãoabsurda como para rechaçar a tudo isso que nãocheira a pó de biblioteca e tinta de universidade.

O « delirium tremens » dos bêbados alcoólicostem sintomas inconfundíveis; porém, o dos ébrios dasteorias se confunde, facilmente, com a genialidade.

Ao chegar a esta parte de nosso capítulo, diremosque, certamente, resulta muito difícil saber ondetermina o intelectualismo dos velhacos e ondecomeça a loucura.

Enquanto continuemos embotelhados dentro dasnormas apodrecidas e rançosas do intelecto, será algomais que impossível a experiência disso que não é damente, disso que não é do tempo, disso que é real.

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CAPÍTULO 17

A FACA DA CONSCIÊNCIA

Alguns psicólogos simbolizam a consciência comouma faca, muito capaz de separar-nos do que estápegado a nós e nos extrai a força.

Crêem tais psicólogos que a única maneira deescapar ao poder de tal ou qual eu é observá-lo, cadavez com mais claridade, com o propósito decompreendê-lo para nos tornarmos conscientes domesmo.

Pensam essas pessoas que, assim, nos separamos,eventualmente, deste ou daquele eu, ainda que sejapela espessura do fio de uma faca.

Desta maneira, dizem, o eu separado pelaConsciência, parece como uma planta cortada.

Fazer-se consciente de qualquer eu, segundo eles,significa separá-lo de nossa psique e condená-lo àmorte.

Inquestionavelmente, tal conceito, aparentementemuito convincente, falha na prática.

O eu que mediante a Faca da Consciência, foicortado de nossa personalidade, expulso de casacomo ovelha negra, continua no espaço psicológico,converte-se em um demônio tentador; insiste em

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regressar à casa, não se resigna tão facilmente; denenhuma maneira quer comer o pão amargo dodesterro; busca uma oportunidade e, ao menordescuido da guarda, acomoda-se novamente dentrode nossa psique.

O mais grave é que dentro do eu desterrado,encontra-se sempre engarrafada certa porcentagem deEssência, de Consciência.

Todos esses psicólogos que assim pensam, jamaistêm logrado dissolver nenhum de seus eus. Emrealidade têm fracassado.

Por muito que se tente evadir da questão essa doKundalini, o problema é muito grave.

Na realidade, o « filho ingrato » não progride,jamais, no trabalho esotérico sobre si mesmo.

Obviamente, « filho ingrato » é todo aquele quedespreza a Ísis, nossa Divina Mãe Cósmica, particular,individual.

Ísis é uma das partes autônomas do nosso próprioSer; porém, derivada, a Serpente Ígnea de NossosMágicos Poderes, a Kundalini.

Ostensivelmente, só Ísis tem poder absoluto paradesintegrar qualquer eu; isto é irrefutável, irrebatível,incontrovertível.

Kundalini é uma palavra composta: « Kunda » vemrecordar-nos o abominável órgão « Kundartiguador »;« lini » é um termo atlante que significa fim.

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Kundalini quer dizer: fim do abominável órgãoKundartiguador. É, pois, urgente não confundir oKundalini com o Kundartiguador.

Já dissemos, em um passado capítulo, qua aSerpente Ígnea de Nossos Mágicos Poderes encontra-se enroscada, três vezes e meia, dentro de certocentro magnético localizado no osso coccígeo, base daespinha dorsal.

Quando a serpente sobe, é o Kundalini; quandodesce, é o abominável órgão Kundartiguador.

Mediante o « Tantrismo Branco », a serpenteascende vitoriosa pelo canal medular espinhal,despertando os poderes que divinizam.

Mediante o « Tantrismo Negro », a serpente seprecipita desde o cóccix para os infernos atômicos dohomem. Assim é como muitos se convertem emdemônios terrivelmente perversos.

Aqueles que cometem o erro de atribuir àserpente ascendente todas as característicasesquerdas e tenebrosas da serpente descendente,fracassam, definitivamente, no trabalho sobre simesmos.

As más consequências do Abominável ÓrgãoKundartiguador só podem ser aniquiladas com oKundalini.

Não é demais esclarecer que tais másconsequências estão cristalizadas no eu pluralizadoda Psicologia Revolucionária.

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O poder hipnótico da serpente descendente tem ahumanidade submergida na inconsciência.

Só a serpente ascendente, por oposição, podedespertar-nos. Esta verdade é um axioma daSabadoria Hermética. Agora compreendemos melhora profunda significação da palavra sagrada Kundalini.

A Vontade Consciente está sempre representadapela mulher sagrada, Maria, Ísis, que esmaga a cabeçada serpente descendente.

Declaro aqui, francamente e sem rodeios, que adupla corrente de luz, o fogo vivo e astral da terra, foifigurado pela serpente com cabeça de touro, de bodeou de cão nos antigos mistérios.

É a dupla Serpente do Caduceu de Mercúrio; é aSerpente Tentadora do Éden; porém é, também, sema menor dúvida, a Serpente de Cobre de Moisésentrelaçada no « Tao », isto é, no « Lingam Gerador ».

É o « Bode de Sabbat » e o Bafometo dosTemplários Gnósticos; o Hyle do gnosticismouniversal; a dupla cauda da serpente que forma aspatas do Galo Solar dos Abraxás.

No « lingam negro » embutido no « yoni »metálico, símbolos do Deus SHIVA, a divindadehindu, está a chave secreta para despertar edesenvolver a serpente ascendente, ou Kundalini, soba condição de não derramar jamais, na vida, o « Vasode Hermes Trismegisto », o Três Vezes Grande DeusÍbis de Thoth.

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Temos falado em entrelinhas para quem saibaentender. Quem tenha entendimento que entenda,porque aqui há sabedoria.

Os tântricos negros são diferentes; eles despertame desenvolvem o abominável órgão Kundartiguador, aSerpente Tentadora do Éden, quando cometem, emseus ritos, o crime imperdoável de derramar o « vinhosagrado ».

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CAPÍTULO 18

O PAÍS PSICOLÓGICO

Inquestionavelmente, assim como existe o paísexterior no qual vivemos, também, em nossaintimidade, existe o País Psicológico.

As pessoas não ignoram jamais a cidade ou acomarca onde vivem; desafortunadamente, sucedeque desconhecem o lugar psicológico onde seencontram localizadas.

Em dado instante, qualquer um sabe em quebairro ou colônia se encontra; mas, no terrenopsicológico não sucede o mesmo; normalmente aspessoas nem remotamente suspeitam, em dadomomento, o lugar de seu País Psicológico onde semeteram.

Assim como no mundo físico existem colônias depessoas decentes e cultas, assim também sucede nacomarca psicológica de cada um de nós; não hádúvida de que existem colônias muito elegantes eformosas.

Assim como no mundo físico há colônias e bairroscom becos perigosíssimos, cheios de assaltantes,assim também sucede o mesmo na comarcapsicológica do nosso interior.

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Tudo depende da classe de pessoas que nosacompanhe; se temos amigos bêbados, iremos pararna cantina; e se estes últimos são boêmios,indubitavelmente, nosso destino estará nosprostíbulos.

Dentro de nosso País Psicológico cada qual temseus acompanhantes, seus eus; estes nos levarãoonde nos devem levar de acordo com nossascaracterísticas psicológicas.

Uma dama virtuosa e honorável, magníficaesposa, de conduta exemplar, vivendo em formosamansão no mundo físico, devido a seus eusluxuriosos, poderia estar localizada em antros deprostituição dentro de seu País Psicológico.

Um cavalheiro honorável, de honra intocável,magnífico cidadão, poderia, dentro de sua comarcapsicológica, encontrar-se localizado numa cova deladrões, devido a seus péssimos acompanhantes, eusdo roubo, muito submergidos dentro do inconsciente.

Um anacoreta e penitente, possivelmente ummonge azul, vivendo austero dentro de sua cela, emalgum monastério, poderia, psicologicamente,encontrar-se localizado em uma colônia deassassinos, pistoleiros, assaltantes, drogados, devido,precisamente, a eus infra-conscientes ouinconscientes, submersos, profundamente, dentro dascavidades mais difíceis da sua psique.

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Por alguma razão nos disseram que há muitavirtude nos malvados e que há muita maldade nosvirtuosos.

Muitos santos canonizados, contudo, ainda vivemdentro dos antros psicológicos do roubo ou em casasde prostituição.

Isto que estamos afirmando, de forma enfática,poderia escandalizar aos falsos beatos, aos pietistas,aos ignorantes ilustrados, aos modelos de sabedoria;porém, jamais aos verdadeiros psicólogos.

Ainda que pareça incrível, entre o incenso daoração, também se esconde o delito; entre ascadências do verso, também se esconde o delito; soba cúpula sagrada dos santuários mais divinos o delitose reveste com a túnica da santidade e da palavrasublime.

Nos fundos mais profundos dos santos maisveneráveis, vivem eus do prostíbulo, do roubo, dohomicídio, etc.

Acompanhantes infra-humanos escondidos entreas insondáveis profundezas do inconsciente.

Muito sofreram, por tal motivo, os diversos santosda história. Recordemos as tentações de SantoAgostinho e todas aquelas abominações contra as queteve que lutar nosso irmão Francisco de Assis.

No entanto, nem tudo foi dito por estes santos e amaior parte dos anacoretas se calaram.

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Assombra pensar que alguns anacoretaspenitentes e santíssimos, vivem nas colôniaspsicológicas da prostituição e do roubo.

Contudo, são santos e se, todavia, não têmdescoberto essas coisas espantosas de sua psique,quando as descubram, usarão silícios sobre suascarnes; e jejuarão, possivelmente se açoitarão erogarão à sua Divina Mãe Kundalini para que eliminede sua psique esses maus acompanhantes que nestesantros tenebrosos de seu próprio País Psicológico, ostêm metido.

Muito têm falado as diferentes religiões sobre avida depois da morte e o mais além.

Que não se desgastem mais os cérebros as pobrespessoas sobre o que existe lá do outro lado, maisalém do sepulcro.

Inquestionavelmente, depois da morte cada qualcontinua vivendo na colônia psicológica de sempre.

O ladrão nos antros dos ladrões continuará; osluxuriosos nas casas de encontro prosseguirá comofantasma de mau agouro; o iracundo, o furiososeguirá vivendo nos becos perigosos do vício e da ira,ali onde também brilha o punhal e soam os tiros daspistólas.

A Essência, em si mesma, é muito formosa; veiode cima, das estrelas e, desgraçadamente, está metidadentro de todos esses eus que levamos dentro.

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Por oposição, a Essência pode retroceder ocaminho, regressar ao ponto de partida original,voltar às estrelas; mas, deve libertar-se, primeiro, deseus maus acompanhantes que a têm metida nossubúrbios da perdição.

Quando Francisco de Assis e Antônio de Pádua,insígnes mestres cristificados, descobriram dentro deseu interior os eus da perdição, sofreram o indizível enão há dúvida de que, à base de trabalhos conscientese padecimentos voluntários, lograram reduzir apoeira cósmica todo esse conjunto de elementosinumanos que em seu interior viviam.Inquestionavelmente, esses santos se cristificaram eregressaram ao ponto de partida original, depois dehaverem sofrido muito.

Antes de tudo é nescessário, é urgente, inadiávelque o centro magnético que em forma anormal temosestabelecido em nossa falsa personalidade, sejatransferido à Essência. Assim poderá o homemcompleto iniciar sua viagem desde a personalidadeaté as estrelas, ascendendo de forma didática,progressiva, de grau em grau, pela Montanha do Ser.

Enquanto continue o centro magnéticoestabelecido em nossa personalidade ilusória,viveremos nos antros psicológicos mais abomináveis;ainda que, na vida prática, seja,os magníficoscidadãos.

Cada qual tem um centro magnético que ocaracteriza: o comerciante tem o centro magnético do

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comércio e por isso ele se desenvolve nos mercados eatrai o que lhe é afim, compradores e mercadores.

O homem de ciência tem, em sua personalidade, ocentro magnético da ciência e, por isso, ele atrai parasi, todas as coisas da ciência: livros, laboratórios, etc.

O esoterista tem, em si mesmo, o centromagnético do esoterismo; e como essa classe decentro se torna diferente das questões dapersonalidade, indubitavelmente, sucede, por talmotivo, a transferência.

Quando o centro magnético se estabelece naConsciência, quer dizer, na Essência, então se inicia oregresso do homem total às estrelas.

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CAPÍTULO 19

AS DROGAS

O desdobramento psicológico do homem nospermite evidenciar o cru realismo de um nívelsuperior em cada um de nós.

Quando pudermos verificar, por nós mesmos e deforma direta, o fato concreto de dois homens em nósmesmos, o inferior em nível normal, comum ecorrente, o superior numa oitava mais elevada; entãotudo muda e procuramos, neste caso, atuar, na vida,de acordo com os princípios fundamentais quelevamos no fundo de nosso SER.

Assim como existe uma vida externa, assimtambém existe uma vida interna.

O homem exterior não é tudo; o desdobramenteopsicológico nos ensina a realidade do homem interior.

O homem exterior tem seu modo de ser; é umacoisa com múltiplas atitudes e reações típicas na vida;uma marionete movida por fios invisíveis.

O homem interior é o SER autêntico; processa-seem outras leis muito diferentes; jamais poderia serconvertido em robô.

O homem exterior não dá ponto sem nó; senteque lhe pagaram mal, se compadece de si mesmo, se

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autoconsidera demasiado; se é soldado, aspira sergeneral; se é trabalhador de uma fábrica, protestaquando não o promovem; quer que seus méritossejam devidamente reconhecidos, etc.

Ninguém poderia chegar ao Segundo nascimento,renascer, como diz o Evangelho do Senhor, enquantocontinue vivendo com a psicologia do homeminferior, comum e corrente.

Quando reconhecemos nossa própria nulidade emiséria interior, quando temos o valor de revisarnossa vida, indubitavelmente, vimos a saber, por nósmesmos, que de nenhuma maneira possuímosméritos de nenhuma espécie.

« Bem-aventurados os pobres de espírito, porqueeles receberão o reino dos céus. »

Pobres de espírito, ou indingentes de espírito, sãorealmente aqueles que reconhecem sua próprianulidade, desvergonha, miséria interior. Essa classede seres, inquestionavelmente, recebem a iluminação.

« Mais fácil é passar um camelo pelo buraco deuma agulha que um rico entrar no reino dos céus. »

É ostensível que a mente enriquecida por tantosméritos, condecorações e medalhas, distinguidasvirtudes sociais e complicadas teorias acadêmicas,não é pobre de espírito e, portanto, nunca poderiaentrar no reino dos céus.

Para entrar no reino se faz impostergável otesouro da FÉ. Enquanto não se tenha produzido, em

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cada um de nós, o desdobramento psicológico, a FÉresulta algo mais que impossível.

A FÉ é o conhecimento puro, a sabedoriaexperimental direta do Ser.

A FÉ foi sempre confundida com as vãs crenças.Os gnósticos não devemos cair jamais em tão graveerro.

A FÉ é a experiência direta do real; vivênciamagnífica do homem interior; cognição divinalautêntica.

O homem interior ao conhecer, por experiênciamística direta, seus próprios mundos internos, éostensível que conhece, também, os mundos internosde todas as pessoas que povoam a face da Terra.

Ninguém poderia conhecer os mundos internosdo Planeta Terra, do sitema solar e da galáxia em quevivemos, se antes não tenha conhecido seus própriosmundos internos. Isto é similar ao suicida que escapada vida por porta falsa.

As extrapercepções do viciado têm sua raizparticular no abominável órgão Kundartiguador (aserpente tentadora do Éden).

A Consciência, engarrafada entre os múltiploselementos que constituem o ego, processa-se emvirtude de seu próprio engarrafamento.

A Consciência egóica advém, pois, em estadocomatoso, com alucinações hipnóticas, muito

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similares às de qualquer sujeito que se encontra sob ainfluência de tal ou qual droga.

Podemos colocar esta questão da seguinte forma:alucinações da consciência egóica são iguais àsalucinações provocadas pelas drogas.

Obviamente, estes dois tipos de alucinações têmsuas causas originais no abominável órgãoKundartiguador. (Ver capítulo 16).

Indubitavelmente, as drogas aniquilam os raiosalfa, então, inquestionavelmente, vem a perder-se aconexão intrínseca entre mente e cérebro; isto, defato, resulta fracasso total.

O drogado converte o vício em religião e,desviado, pensa experimentar o real sob a influênciadas drogas, ignorando que as extrapercepçõesproduzidas pela maconha, o L.S.D., a morfina, osfungos alucinógenos, a cocaína, a heroína, o haxixe,comprimidos tranquilizantes em excesso,anfetaminas, barbitúricos, etc., etc., etc., são merasalucinações elaboradas pelo abominável órgãoKundartiguador.

Os drogados, involuindo e degenerando no tempo,submergem, por fim, de forma definitiva, dentro dosmundos infernais.

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CAPÍTULO 20

INQUIETUDES

Não há dúvida de que entre o pensar e o sentirexiste uma grande diferença, isto é incontrovertível.

Existe uma grande frieza entre as pessoas; é o friodo que não tem importância, do superficial.

Crêem as multidões que importante é o que não éimportante; supõem que a última moda, ou oautomóvel último modelo, ou a questão esta dosalário básico é a única coisa séria.

Chamam de sério a crônica do dia, a aventuraamorosa, a vida sedentária, a taça de licor, a corridade cavalos, a corrida de automóveis, a tourada, omexerico, a calúnia, etc.

Obviamente, quando o homem comum ou amulher do salão de beleza, escutam algo sobreesoterismo, como isto não está em seus planos, nemem suas tertúlias, nem em seus prazeres sexuais,respondem com um não-sei-o-quê de friezaespantosa ou, simplesmente, retorcem a boca,levantam os ombros e se retiram com indiferença.

Essa apatia psicológica, essa frieza que espanta,tem dois embasamentos: primeiro, a ignorância mais

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tremenda; segundo, a ausência mais absoluta deinquietudes espirituais.

Falta um contato, um choque elétrico, ninguém odeu na loja, tampouco entre o que se acreditava sério,nem, muito menos, nos prazeres da cama.

Se alguém fosse capaz de dar, ao frio imbecil ou àsuperficial mulherzinha, o choque elétrico domomento, a faísca do coração, alguma reminiscênciaestranha, um não-sei-o-quê demasiado íntimo, talvezentão, tudo seria distinto.

Mas, algo desloca a vozinha secreta ao primeiropressentimento, ao anelo íntimo; possivelmente umatolice; o formoso chapéu de alguma vitrine oumostruário; o doce delicioso de um restaurante; oencontro de um amigo que, mais tarde, não tem, paranós, nenhuma importância, etc.

Tolices, necessidades que, não sendotrancendentais, têm força num dado instante, comopara apagar a primeira inquietude espiritual, o íntimoanelo, a insignificante chispa de luz, opressentimento que, sem saber porquê, nos inquietoupor um momento.

Se esses que hoje são cadáveres viventes, friosfrequentadores noturnos de clube ou, simplesmente,vendedores de guarda-chuvas nas lojas da ruaprincipal, não houvessem sufocado a primeirainquietude íntima, seriam, neste momento,luminárias do espírito, adeptos de luz, homensautênticos no sentido mais completo da palavra.

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A faísca, o pressentimento, um suspiromisterioso, um não sei quê foi sentido alguma vezpelo açougueiro da esquina, pelo engraxate ou pelodoutor de primeira categoria; mas, tudo foi em vão;as necessidades da personalidade apagaram aprimeira faísca de luz, depois, prossegue o frio damais espantosa indiferença.

Inquestionavelmente, às pessoas, traga-as a luatarde ou cedo; esta verdade resulta incontrovertível.

Não há ninguém que, na vida, não haja sentido,alguma vez, um pressentimento, uma estranhainquietude; desgraçadamente, qualquer coisa dapersonalidade, por tola que esta seja, é suficientecomo para reduzir a poeira cósmica isso que, nosilêncio da noite, nos comoveu por um momento.

A Lua ganha sempre estas batalhas; ela sealimenta, nutre-se, precisamente, com nossaspróprias debilidades.

A Lua é terrivelmente mecanicista; o humanoidelunar, desprovido por completo de toda a inquietudesolar, é incoerente e se move no mundo de seussonhos.

Se alguém fizesse o que ninguém faz, isto é, avivara íntima inquietude surgida, talvez, no mistério dealguma noite, não há dúvida de que, com o tempo,assimilaria a inteligência solar e converter-se-ia, portal motivo, em homem solar.

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Isso é precisamente, o que o Sol quer; porém,estas sombras lunares, tão frias, apáticas eindiferentes, sempre são tragads pela Lua; depois vema igualação da morte.

A morte iguala tudo. Qualquer cadáver vivente,desprovido de inquietudes solares, degeneraterrivelmente, de forma progressiva, até que a Lua odevore.

O Sol quer criar homens; está fazendo esse ansaiono laboratório da natureza; desgraçadamente, talexperimento não lhe tem dado bons resultados; a Luatraga as pessoas.

Sem dúvida, isto que estamos dizendo, nãointeressa a ninguém, muito menos aos ignorantesilustrados; eles se sentem a mãe dos pintinhos ou opai de Tarzan.

O Sol depositou dentro das glândulas sexuais do «animal intelectual », equivocadamente chamadohomem, certos germens solares que,convenientemente desenvolvidos, poderiamtransformar-nos em homens autênticos.

Contudo, o experimento solar resultaespantosamente difícil, devido, precisamente, ao friolunar.

As pessoas não querem cooperar com o Sol e, portal motivo, com o tempo, os germens solaresinvolucionam, degeneram e se perdemlamentavelmente.

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A chave-mestra da obra do Sol está na dissoluçãodos elementos indesejáveis que levamos dentro.

Quando uma raça humana perde todo interessepelas idéias solares, o Sol a destrói, porque já nãoserve para seu experimento.

Como esta raça atual se tornou insuportavelmentelunar, terrivelmente superficial e mecanicista, já nãoserve para o experimento solar, motivo mais quesuficiente pelo qual será destruída.

Para que haja inquietude espiritual contínua,requer-se passar o centro magnético de gravidade àEssência, à Consciência.

Desafortunadamente, as pessoas têm o centromagnético de gravidade na personalidade, no café, nobar, nos negócios de banco, na casa de encontros ouna praça do mercado, etc.

Obviamente, todas estas são as coisas dapersonalidade e o centro magnético da mesma atraitodas estas coisas; isto é incontrovertível e qualquerpessoa que tenha sentido comum pode verificá-lo porsi mesma e de forma direta.

Desgraçadamente, ao ler tudo isto, os velhacos dointelecto, acostumados a discutir demasiado ou acalar com um orgulho insuportável, preferem jogar olivro com desdém e ler o jornal.

Uns quantos goles de bom café e a crônica do diaresultam magnífico alimento para os mamíferosracionais.

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No entanto, eles se sentem muito sérios;indubitavelmente, suas próprias sabichonices osalucinaram e estas coisas do tipo solar, escritas nestelivro insolente, molestam-nos demasiado. Não hádúvida de que os olhos boêmios dos homúnculos darazão não se atreveriam a continuar com o estudodesta obra.

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CAPÍTULO 21

MEDITAÇÃO

Na vida, a única coisa importante é a mudançaradical, total e definitiva; o demais, francamente, nãotem a menor importância.

A meditação resulta fundamental quando,sinceramente, nós queremos tal mudança.

De modo algum desejamos a meditaçãointranscendente, superficial e vã.

Necessitamos tornar-nos sérios e deixar de ladotantas tolices que abundam por aí no pseudo-esoterismo e pseudo-ocultismo baratos.

Há que se saber ser sério, há que saber mudar, seé que na realidade, de verdade, não queremosfracassar no trabalho esotérico.

Quem não sabe meditar, o superficial, o leviano,jamais poderá dissolver o ego; será sempre um lenhoimpotente entre o furioso mar da vida.

Defeito descoberto, no terreno da vida prática,deve ser compreendido profundamente através datécnica da meditação.

O material didático para a meditação encontra-se,precisamente, nos distintos eventos, ou

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circunstâncias diárias da vida prática, isto éincontrovertível.

As pessoas sempre protestam contra os eventosdesagradáveis; nunca sabem ver a utilidade de taiseventos.

Nós, ao invés de protestarmos contra ascircunstâncias desagradáveis, devemos extrair dasmesmas, mediante a meditação, os elementos úteispara nosso crescimento anímico.

A meditação profunda sobre tal ou qualcircunstância agradável ou desagradável nos permite,em nós mesmos, o sabor, o resultado.

É necessário fazer uma plena diferenciaçãopsicológica entre o que é o sabor trabalho e o saborvida.

Em todo o caso, para sentir, em nós mesmos, osabor trabalho, requer-se inversão total de atitudecom que, normalmente, encaramos as circunstânciasda existência.

Ninguém poderia gostar do sabor trabalho,enquanto cometer o erro de identificar-se com osdiversos eventos.

Certamente, a identificação impede a devidaapreciação psicológica dos eventos.

Quando nos identificamos com tal ou qualacontecimento, de modo algum logramos extrair, do

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mesmo, os elementos úteis para o autodescobrimentoe crescimento interior da Consciência.

O trabalhador esoterista que regressa àidentificação, depois de haver perdido a vigilância,volta a sentir o sabor vida ao invés do sabor trabalho.

Isto indica que a atitude psicológica, antesinvertida, voltou a seu estado de identificação.

Qualquer circunstância desagradável deve serreconstruída por meio da imaginação consciente,através da técnica da meditação.

A reconstrução de qualquer cena nos permiteverificar, por nós mesmos e, em forma direta, aintervenção de vários eus participantes da mesma.

Exemplo: Uma cena de ciúmes amoroso; nelaintervém eus de ira, ciúmes, e até ódio.

Compreender cada um destes eus, cada um destesfatores implica, de fato, em profunda reflexão,concentração, meditação.

A marcada tendência de culpar os outros é obice,obstáculo para a compreensão de nossos próprioserros.

Desgraçadamente, resulta tarefa muito difícildestruir, em nós, a tendência de culpar os outros.

Em nome da verdade, diremos que nós somos osúnicos culpados das diversas circunstâncias da vida.

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Os distintos eventos agradáveis ou desagradáveisexistem sem nós ou conosco e se repetem,mecanicamente, em forma contínua.

Partindo deste princípio, nenhum problema podeter uma solução final.

Os problemas são da vida e se houvesse umasolução final, a vida não seria vida, senão morte.

Então, pode haver modificação das circunstânciase dos problemas; mas, nunca deixarão de se repetir ejamais terão uma solução final.

A vida é uma roda que gira mecanicamente, comtodas as circunstâncias agradáveis e desagradáveis;sempre recorrente.

Não podemos deter a roda; as circunstâncias boasou más processam-se sempre mecanicamente;unicamete podemos mudar nossa atitude ante oseventos da vida.

Conforme aprendamos a extrair o material parameditação dentre as mesmas circunstâncias daexistêcia, iremos nos autodescobrindo.

Em qualquer circunstância agradável oudesagradável, existem diversos eus que devem sercompreendidos, integralmente, com a técnica dameditação.

Isto significa que qualquer grupo de eus,intervindo em tal ou qual drama, comédia ou tragédiada vida prática, depois de ter sido compreendido

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integralmente, deverá ser eliminado mediante opoder da Divina Mãe Kundalini.

À medida que façamos uso do sentido daobservação psicológica, este último irá também sedesenvolvendo maravilhosamente. Então podemosperceber os eus durante o trabalho de meditação.

Resulta interessante perceber, interiormente, nãosomente os eus antes de haverem sido trabalhados,senão, também, durante todo o trabalho.

Quando estes eus são decapitados edesintegrados, sentimos um grande alívio, umagrande dita.

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CAPÍTULO 22

RETORNO E RECORRÊNCIA

Um homem é o que é a sua vida; se um homemnão trabalha sua própria vida, está perdendo o tempomiseravelmente.

Só eliminando os elementos indesejáveis que emnosso interior carregamos, podemos fazer de nossavida uma obra mestra.

A morte é o regresso ao princípio da vida, com apossibilidade de repetí-la, novamente, no cenário deuma nova existência.

As diversas escolas do tipo pseudo-esoterista epseudo-ocultista sutentam a teoria eterna das vidassucessivas; tal conceito está equivocado.

A vida é um filme; concluída a projeção,enrolamos a fita em seu carretel e a levamos para aeternidade.

O reingresso existe; o retorno existe. Ao voltar aeste mundo projetamos sobre o tapete da existência omesmo filme, a mesma vida.

Podemos sustentar a tese de existênciassucessivas; mas, não de vidas sucessivas, porque ofilme é o mesmo.

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O ser humano tem uns três por cento de Essêncialivre e noventa e sete por cento de Essênciaembotelhada entre os eus.

Ao retornar, os três por cento de Essência livreimpregnam, totalmente, o ovo fecundado;inquestionavelmente, continuamos na semente denossos descendentes.

Personalidade é diferente; não existe nenhumamanhã para a personalidade do morto; esta últimavai se dissolvendo, lentamente, no panteão oucemitério.

No recém-nascido só se encontra reincorporada apequena porcentagem de Essência livre; isto dá a cadacriatura autoconsciência e beleza interior.

Os diversos eus que retornam dão voltas ao redordo recém-nascido; vão e vem, livremente, por ondequer que seja; querem se meter dentro da máquinaorgânica, mas isto não é possível, enquanto não setenha criado uma nova personalidade.

Covém saber que a personalidade é energética eque se forma com a experiência através do tempo.

Está escrito que a personalidade há de formar-sedurante os primeiros sete anos da infância e que,posteriormente, se robustece e se fortifica com todasas experiências da vida prática.

Os eus começam a intervir dentro da máquinaorgânica, pouco a pouco, à medida que se vai criandoa nova personalidade.

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A morte é uma subtração de frações; terminada aoperação matemática, o único que continua são osValores; isto é, os eus bons e maus, úteis e inúteis,positivos e negativos.

Os valores, na luz astral, se atraem e se repelem,entre si, de acordo com as Leis da imantaçãouniversal.

Nós somos pontos matemáticos no espaço eservimos de veículo a determinadas somas deValores.

Dentro da personalidade humana de cada um denós existem sempre estes valores que servem deembasamento à Lei da Recorrência.

Tudo volta a ocorrer tal como sucedeu, mais oresultado, ou consequência, de nossas açõesprecedentes.

Como dentro de cada um de nós existem muitoseus de vidas precedentes, podemos afirmar, de formaenfática, que cada um deles é uma pessoa diferente.

Isto nos convida a compreender que dento de cadaum de nós vivem muitíssimas pessoas com distintoscompromissos.

Dentro da personalidade de um ladrão existe umverdadeiro covil de ladrões; dentro da personalidadede um homicida existe todo um clube de assassinos;dentro da personalidade de um luxurioso existe umacasa de encontros; dentro da personalidade dequalquer prostituta, existe todo um prostíbulo, etc.

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Cada uma dessas pessoas que dentro de nossaprópria personalidade carregamos, tem seusproblemas e seus compromissos.

Gente vivendo dentro da gente; pessoas vivendodentro das pessoas; isto é irrefutável, irrebatível.

O grave de tudo isto é que cada uma dessaspessoas, ou eus, que dentro de nós vive, vem deantigas existências e tem determinadoscompromissos.

O eu que na passada existência teve uma aventuraamorosa na idade de trinta anos, na nova existênciaaguardará tal idade para manifestar-se e, chegado omomento, buscará a pessoa de seus sonhos; por-se-áem contato telepático com a mesma e, ao fim, virá oreencontro e a repetição da cena.

O eu que na idade de quarenta anos teve umpleito por bens materias, na nova existênciaaguardará tal idade para repetir o mesmoacontecimento.

O eu que na idade de vinte e cinco anos brigoucom outro homem na cantina ou no bar, aguardará,na nova existência, a nova idade de vinte e cinco anospara buscar seu adversário e repetir a tragédia.

Buscam-se entre si os eus de um e outro sujeitomediante as ondas telepáticas e logo se reencontrampara repetir, mecanicamente, o mesmo.

Esta é, realmente, a mecânica da Lei daRecorrência; esta é a tragédia da vida.

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Através de milhares de anos os diversospersonagens se reencontram para reviver os mesmosdramas, comédias e tragédias.

A pessoa humana não é mais do que umamáquina a serviço destes eus com tantoscompromissos.

O pior de toda esta questão é que todos estescompromissos das pessoas que levamos em nossointerior, cumprem-se sem que nosso entendimentotenha, previamente, alguma informação.

Nossa personalidade humana, nesse sentido,parece um carro arrastado por múltiplos cavalos.

Existem vidas de exatíssima repetição; recorrentesexistências que nunca se modificam.

De modo algum poderiam repetir-se as comédias,dramas e tragédias da vida sobre a tela da existência,se não existissem atores.

Os atores de todas estas cenas são os eus que emnosso interior carregamos e que vêm de antigasexistências.

Se desintegramos os eus da ira, as cenas trágicasda violência concluem inevitavelmente.

Se reduzirmos a poeira cósmica os agentessecretos da cobiça, os problemas da mesmafinalizarão totalmente.

Se aniquilarmos os eus da luxúria, as cenas doprostíbulo e da morbosidade finalizam.

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Se reduzimos a cinzas os personagens secretos dainveja, os eventos da mesma concluir-se-ãoradicalmente.

Se matamos os eus do orgulho, da vaidade, dapresunção, da auto-importância, as cenas ridículasdestes defeitos finalizarão por falta de atores.

Se eliminamos, de nossa psique, os fatores dapreguiça, da inércia e da indolência, as horripilatescenas desta classe de defeitos não poderão repetir-sepor falta de atores.

Se pulverizamos os eus asquerosos da gula e daglutonaria, finalizarão os banquetes, as bebedeiras eetc., por falta de atores.

Como estes múltiplos eus se processam,lamentavelmente, nos distintos níveis do Ser, faz-senecessário conhecer suas causas, sua origem e osprocedimentos crísticos que, finalmente, haverão deconduzir-nos à morte do mim mesmo e à LiberaçãoFinal.

Estudar o Cristo Íntimo; estudar o esoterismocrístico é básico, quando se trata de provocar, em nós,uma mudança radical e definitiva; isto é o queestudaremos nos próximos capítulos.

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CAPÍTULO 23

O CRISTO ÍNTIMO

Cristo é o Fogo do Fogo, a Chama da Chama, aAssinatura Astral do Fogo.

Sobre a cruz do Mártir do Calvário está definido oMistério do Cristo com uma só palavra que consta dequatro letras: INRI − Ignis Natura RenovaturIntegram − « O Fogo Renova Incessantemente aNatureza. »

O advento do Cristo, no coração do homem, nostransforma radicalmente.

Cristo é o LOGOS SOLAR , Unidade MúltiplaPerfeita. Cristo é a vida que palpita no universointeiro, é o que é, sempre tem sido e o que sempreserá.

Muito se falou sobre o Drama Cósmico;inquestionavelmente, este drama está formado pelosquatro Evangelhos.

Foi-nos dito que o Drama Cósmico foi trazidopelos Elohim à Terra; o Grande Senhor da Atlântidarepresentou esse drama em carne e osso.

O Grande Kabir JESUS também teve querepresentar o mesmo drama, publicamente, na TerraSanta.

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Ainda que o Cristo nasça mil vezes em Belém, denada serve se não nasce em nosso coração também.

Ainda que tenha morrido e ressuscitado aoterceiro dia, dentre os mortos, de nada serve isso senão morre e ressuscita em nós também.

Tratar de descobrir a natureza e a essência do fogoé tratar de descobrir a Deus, cuja presença realsempre se revelou sob a aparência ígnea.

A sarça ardente (Êxodo, III, 2) e o incêndio doSinai, a raiz do outorgamento do Decálogo (Êxodo,XIX, 18), são duas manifestações pelas quais Deusapareceu a Moisés.

Sob a figura de um ser de Jaspe e Sardônico da corda chama, sentado em trono Incandescente efulgurante, são João descreve o dono do universo(Apocalipse, IV, 3, 5).

« Nosso Deus é um Fogo Devorador », escreve SãoPaulo em sua « Epístola aos Hebreus ».

O Cristo Íntimo, o Fogo Celestial, deve nascer emnós e nasce, em realidade, quando temos avançadobastante no trabalho psicológico.

O Cristo Íntimo deve eliminar de nossa naturezapsicológica as próprias causas do erro: os eus-causa.

Não seria possível a dissolução das causas do ego,enquanto o Cristo Íntimo não tenha nascido em nós.

O Fogo Vivente e Filosofal, o Cristo Íntimo, é oFogo do Fogo, o Puro do Puro.

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O Fogo nos envolve e nos banha por todas aspartes; vem a nós pelo ar, pela água e pela terra quesão seus conservadores e seus diversos veículos.

O Fogo Celestial deve cristalizar, em nós, é oCristo Íntimo, nosso Salvador interior profundo.

O Senhor Íntimo deve encarregar-se de toda nossapsique, dos cinco cilindros da máquina orgânica, detodos os nossos processos mentais, emocionais,motores, instintivos, sexuais.

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CAPÍTULO 24

TRABALHO CRÍSTICO

O Cristo Íntimo surge, interiormente, no trabalhorelacionado com a dissolução do eu psicológico.

Obviamente, o Cristo Interior só advém nomomento culminante de nossos esforços intencionaise padecimentos voluntários.

O advento do Fogo Crístico é o acontecimentomais importante de nossa própria vida.

O Cristo Íntimo se encarrega, então, de todos osnossos processos mentais, emocionais, motores,instintivos e sexuais.

Inquestionavelmente, o Cristo Íntomo é o nossoSalvador interior profundo.

Ele, sendo perfeito, ao meter-se em nós, pareceriacomo imperfeito; sendo casto, pareceria como se nãoo fosse; sendo justo, pareceria como se não o fosse.

Isto é semelhante aos distintos reflexos da luz. Seusarmos óculos azuis tudo nos parecerá azul e se osusarmos de cor vermelha veremos todas as coisasdesta cor.

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Ele, ainda que seja branco, visto de fora, cada qualo verá através do cristal psicológico com que o olha;por isso é que as pessoas vendo-o, não o vêem.

Ao encarregar-se de todos os nossos processospsicológicos, o Senhor da Perfeição sofre o indizível.

Convertido em homem entre os homens, há depassar por muitas provas e suportar tentaçõesindizíveis.

A tentação é o fogo, o triunfo sobre a tentação éluz.

O iniciado deve aprender a viver perigosamente;assim está escrito; isto o sabem os alquimistas.

O iniciado deve percorrer com firmeza a Senda doFio da Navalha; de um e outro lado do difícil caminhoexistem abismos espantosos.

Na difícil senda da dissolução do ego, existemcomplexos caminhos que têm sua raiz, precisamente,no caminho real.

Obviamente, da Senda do Fio da Navalha sedesprendem múltiplas sendas que não conduzem anenhuma parte, algumas delas nos levam ao abismo eao desespero.

Existem sendas que poderiam converter-nos emmajestades de tais ou quais zonas do universo,porém, que, de nenhum modo, nos trariam deregresso ao seio do eterno Pai Cósmico Comum.

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Existem sendas fascinantes, de santíssimaaparência, inefáveis; desafortunadamente, só podemconduzir-nos à involução submersa dos mundosinfernos.

No trabalho da dissolução do eu, necessitamosentregar-nos, por completo, ao Cristo Interior.

Às vezes aparecem problemas de difícil solução;logo o caminho se perde em labirintos inexplicáveis enão se sabe por onde continua; só a obediênciaabsoluta ao Cristo Interior e ao Pai que está emsecreto, pode, em tais casos, orientar-nos sabiamente.

A Senda do Fio da Navalha está cheia de perigospor dentro e por fora.

A moral convencional de nada serve; a moral éescrava dos costumes, da época, do lugar.

O que foi moral em épocas passadas agora resultaimoral; o que foi moral na Idade Média, por estestempos modernos pode resultar imoral. O que numpaís é moral em outro país é imoral, etc.

No trabalho da dissolução do ego sucede que, àsvezes, quando pensamos que vamos muito bem,resulta que vamos muito mal.

As mudanças são indispensáveis durante o avançoesotérico; mas, as pessoas reacionárias permanecemembotelhadas no passado, petrificam-se no tempo etrovejam e relampejam contra nós, à medida querealizamos avanços psicológicos profundos emudanças radicais.

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As pessoas não resistem às mudanças do Iniciado;querem que este continue petrificado em múltiplosontens.

Qualquer mudança que o Iniciado realizar éclassificada, de imediato, como imoral.

Olhando as coisas deste ângulo, à luz do trabalhocrístico, podemos evidenciar, claramente, a ineficáciados diversos códigos de moral que, no mundo, seescreveram.

Inquestionavelmente, o Cristo manifesto é, noentanto, oculto no coração do homem real, aoencarregar-se de nossos diversos estadospsicológicos, sendo desconhecido para as pessoas é,de fato, qualificado como cruel, imoral e perverso.

Resulta paradoxal que as pessoas adorem o Cristoe, no entanto, lhe coloquem tão horripilantesqualificativos.

Obviamente, as pessoas inconscientes eadormecidas só querem um Cristo histórico,antropomórfico, de estátuas e dogmasinquebrantáveis, ao qual podem acomodar,facilmente, todos os seus códigos de moral torpes erançosos e todos os seus pré-julgamentos econdições.

As pessoas não podem conceber jamais o CristoÍntimo no coração do homem; as multidões sóadoram o Cristo estátua e isso é tudo.

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Quando se fala às multidões, quando se lhesdeclara o cru realismo do Cristo Revolucionário, doCristo Vermelho, do Cristo Rebelde, de imediato serecebe qualificativos como os seguintes: blasfemo,herege, malvado, profanador, sacrílego, etc.

Assim são as multidões; sempre inconscientes,sempre adormecidas. Agora compreenderemosporque o Cristo crucificado no Gólgota exclama comtodas as forças de sua alma: Meu Pai, perdoai-osporque não sabem o que fazem!

O Cristo, em si mesmo, sendo um, aparece comomuitos e, por isso, é que se tem dito que é UnidadeMúltipla Perfeita. Ao que sabe, a palavra dá poder;ninguém a pronunciou, ninguém a pronunciará,senão, somente aquele que O TEM ENCARNADO.

Encarná-lo é fundamental no trabalho avançadoda morte do eu pluralizado.

O Senhor da Perfeição trabalha em nós, à medidaque nos esforçamos, conscientemente, no trabalhosobre nós mesmos.

Resulta espantosamente doloroso o trabalho queo Cristo Íntimo tem que realizar dentro de nossaprópria psique.

É verdade que nosso Mestre Interior deve vivertoda sua Via-Crucis no fundo mesmo de nossaprópria alma.

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Está escrito: « A Deus rogando e com o malhodando ». Também está escrito: « Ajuda-te que eu teajudarei ».

Suplicar à Divina Mãe Kundalini é fundamental,quando se trata de dissolver agregados psíquicosindesejáveis; porém, o Cristo Íntimo, nos recônditosmais profundos do mim mesmo, opera, sabiamente,de acordo com as próprias responsabilidades que Elecoloca sobre seus ombros.

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CAPÍTULO 25

O DIFÍCIL CAMINHO

Inquestionavelmente, existe um lado escuro denós mesmos que não conhecemos, ou que nãoaceitamos; devemos levar a luz da Consciência a esselado tenebroso de nós mesmos.

Todo o objeto de nossos estudos gnósticos é fazercom que o conhecimento de nós mesmos se tornemais consciente.

Quando temos muitas coisas, em nós mesmos,que não conhecemos, nem aceitamos, então taiscoisas nos complicam a vida espantosamente eprovocam, na verdade, toda sorte de situações quepoderiam ser evitadas mediante o conhecimento desi.

O pior de tudo isto é que projetamos esse ladodesconhecido e inconsciente de nós mesmos emoutras pessoas e, então, o vemos nelas.

Por exemplo: as vemos como se fossemembusteiras, infiéis, mesquinhas, etc., em relaçãocom o que carregamos em nosso interior.

A Gnose diz, sobre este particular, que vivemosem uma parte muito pequena de nós mesmos.

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Significa isso que nossa Consciência se estende só emuma parte muito reduzida de nós mesmos.

A idéia do trabalho esotérico gnóstico é a deampliar, claramente, nossa própria Consciência.

Indubitavelmente, enquanto não estejamos bemrelacionados com nós mesmos, tampouco estaremosbem relacionados com os demais e o resultado seráconflitos de toda espécie.

É indispensável chegar a ser muitíssimo maisconsciente para consigo mesmo, mediante uma diretaobservação de si.

Uma regra gnóstica geral no trabalho esotéricognóstico é que, quando não nos entendemos comalguma pessoa, podemos ter a segurança de que estaé a mesma coisa contra a qual é preciso trabalharsobre nós mesmos.

O que se critica tanto nos outros é algo quedescansa no lado escuro de nós mesmos, e que não seconhece, nem se quer conhecer.

Quando estamos em tal condição, o lado escurode nós mesmos é muito grande; porém, quando a luzda observação de si ilumina esse lado escuro, aConsciência acresce mediante o conhecimento de si.

Esta é a Senda do Fio da Navalha, mais amargaque o fel. Muitos a iniciam, muito raros são os quechegam à meta.

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Assim como a Lua tem um lado oculto que não sevê, um lado desconhecido, assim também sucede coma lua psicológica que carregamos em nosso interior.

Obviamente, tal lua psicológica está formada peloego, o eu, o mim mesmo, o si mesmo.

Nesta lua psicológica, carregamos elementosinumanos que espantam, que horrorizam e que, demodo algum, aceitaríamos ter.

Cruel caminho é este da AUTO-REALIZAÇÃOÍNTIMA DO SER. Quantos precipícios! Quepassagens tão difíceis! Que labirintos tão horríveis!…

Às vezes, o caminho interior, depois de muitasvoltas e reviravoltas, subidas horripilantes eperigosíssimas descidas, se perde em desertos deareia, não se sabe por onde segue e nem um raio deluz o ilumina.

Senda cheia de perigos por dentro e por fora;caminho de mistérios indizíveis onde só sopra umhálito de morte.

Neste caminho interior, quando um crê que vaimuito bem, em realidade, vai muito mal.

Neste caminho interior, quando um crê que vaimuito mal, sucede que marcha muito bem.

Neste caminho secreto existem instantes em quejá nem sabemos o que é bom, nem o que é mau.

O que, normalmente, se proíbe, às vezes, resultaque é o justo; assim é o caminho interior…

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Todos os códigos morais, no caminho interior,ficam sobrando; uma bela máxima ou um formosopreceito moral, em determinados momentos, podeconverter-se num obstáculo muito sério para a Auto-Realização Íntima do Ser.

Afortunadamente, o Crísto Íntimo, desde opróprio fundo de nosso Ser, trabalha intensivamente,sofre, chora, desintegra elementos perigosíssimosque em nosso interior levamos.

O Cristo nasce como um menino no coração dohomem; porém, à medida que vai eliminando oselementos indesejáveis que levamos dentro, vaicrescendo, pouco a pouco, até converter-se numHomem Completo.

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CAPÍTULO 26

OS TRÊS TRAIDORES

No trabalho interior profundo, dentro do terrenoda mais restrita auto-observação psicológica, temosde vivenciar, em forma direta, todo o drama cósmico.

O Cristo Íntimo, eliminará todos os elementosindesejáveis que em nosso interior carregamos.

Os múltiplos agregados psíquicos, em nossasprofundidades psicológicas, gritam, pedindocrucificação para o Senhor Interior.

Inquestionavelmente, cada um de nós leva em suapsique os três traidores.

Judas, o demônio do desejo; Pilatos, o demônio damente; Caifás, o demônio da má vontade.

Estes três traidores crucificam o Senhor dasPerfeições, no fundo mesmo de nossa alma.

Trata-se de três tipos específicos de elementosinumanos fundamentais no drama cósmico.

Indubitavelmente, o citado drama foi vividosempre secretamente, nas profundidades daConsciência Superlativa do Ser.

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Não é, pois, o drama cósmico, propriedadeexclusiva do Grande Kabir Jesus, como supõem,sempre, os ignorantes ilustrados.

Os Iniciados de todas as Idades, os Mestres detodos os séculos tiveram que viver o drama cósmicodentro de si mesmos, aqui e agora.

Porém, Jesus, o Grande Kabir, teve a coragem derepresentar tal drama íntimo publicamente, na rua e àluz do dia, para abrir o sentido da Iniciação a todos osseres humanos, sem distinção de raça, sexo, casta oucor.

É maravilhoso que haja alguém que, em formapública, tivesse ensinado o drama íntimo a todos ospovos da terra.

O Cristo Íntimo, não sendo luxurioso, tem queeliminar, de si mesmo, os elementos psicológicos daluxúria.

O Cristo Íntimo, sendo em si mesmo paz e amor,deve eliminar, de si mesmo, os elementosindesejáveis da ira.

O Cristo Íntimo, não sendo cobiçoso, deveeliminar, de si mesmo, os elementos indesejáveis dacobiça.

O Cristo Íntimo, não sendo invejoso, deveeliminar de si mesmo, os agregados psíquicos dainveja.

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O Cristo Íntimo, sendo humildade perfeita,modéstia infinita, simplicidade absoluta, deveeliminar, de si mesmo, os asquerosos elementos doorgulho, da vaidade, da presunção.

O Cristo Íntimo, a Palavra, o Logos Criador,vivendo sempre em constante atividade, tem queeliminar, em nosso interior, em si mesmo e por simesmo, os elementos indesejáveis da inércia, dapreguiça, do estancamento.

O Senhor da Perfeição, acostumado a todos osjejuns, de têmpera, jamais amigo das bebedeiras e dosgrandes banquetes, tem que eliminar, de si mesmo,os abomináveis elementos da gula.

Estranha simbiose a do Cristo Jesus, o CristoHomem; rara mistura do Divino e do Humano; doperfeito e do imperfeito; prova sempre constante parao Logos.

O mais interessante de tudo isto é que o CristoSecreto é sempre um triunfador; alguém que venceconstantemente as trevas; alguém que elimina astrevas dentro de si mesmo aqui e agora.

O Cristo Secreto é o Senhor da Grande Rebelião,rechaçado pelos sacerdotes, pelos anciãos e pelosescribas do templo.

Os sacerdotes o odeiam; isto é, não ocompreendem; querem que o Senhor da Perfeiçãoviva, exclusivamente, no tempo, de acordo com seusdogmas inquebrantáveis.

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Os anciãos, quer dizer, os moradores da Terra, osbons donos de casa, as pessoas judiciosas, as pessoasde experiência, aborrecem o Logos, o CristoVermelho, o Cristo da Grande Rebelião, porque estesai do mundo de seus hábitos e costumes antiquados,reacionários e petrificados em muitos ontens.

Os escribas do templo, os velhacos do intelectoaborrecem o Cristo Íntimo, porque este é a antítesedo Anticristo, o inimigo declarado de toda essapodridão de teorias universitárias que tanto abundamnos mercados de corpos e de almas.

Os três traidores odeiam, mortalmente, o CristoSecreto e o conduzem à morte dentro de nós mesmose em nosso próprio espaço psicológico.

Judas, o demônio do desejo, troca sempre oSenhor por trinta moedas de prata; isto é, por licores,dinheiro, fama, vaidades, fornicações, adultérios, etc.

Pilatos, o demônio da mente, sempre lava asmãos; sempre se declara inocente, nunca tem culpa.Constantemente se justifica ante si mesmo e ante osdemais; busca evazivas, escapatórias para iludir suaspróprias responsabilidades, etc.

Caifás, o demônio da má vontade, trai,incessantemente, o Senhor dentro de nós mesmos; oAdorável Íntimo lhe dá o báculo para pastorear suasovelhas; no entanto, o cínico traidor converte o altarem leito de prazeres; fornica incessantemente,adultera, vende os sacramentos, etc.

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Estes três traidores fazem sofrer, secretamente, oAdorável Senhor Íntimo, sem compaixão alguma.

Pilatos faz com que ponham a coroa de espinhossobre suas têmporas; os malvados eus o flagelam,insultam-no e o amaldiçoam, no espaço psicológicoíntimo, sem piedade de nenhuma espécie.

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CAPÍTULO 27

OS EUS-CAUSA

Os múltiplos elementos subjetivos queconstituem o ego têm raízes causais.

Os Eus-Causa estão vinculados às leis de causa eefeito. Obviamente, não pode existir causa semefeito, nem efeito sem causa, isto é inquestionável,indubitável.

Seria inconcebível a eliminação dos diversoselementos inumanos que em nosso interiorcarregamos, se não eliminássemos, radicalmente, ascausas intrínsicas de nossos defeitos psicológicos.

Obviamete, os Eus-Causa acham-se intimamenteassociados a determinadas dívidas cármicas.

Só o arrependimento mais profundo e osrespectivos negócios com os Senhores da Lei podemdar-nos a dita de lograr a desintegração de todosesses elementos causais que de uma ou outra formanos podem conduzir à eliminação natural doselementos indesejáveis.

As causas intrínsicas de nossos erros, certamente,podem ser erradicadas de nós mesmos, graças aoseficientes trabalhos do Cristo Íntimo.

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Obviamente, os Eus-Causa costumam tercomplexidades espantosamente difíceis.

Exemplo: Um estudante esoterista poderia serdefraudado por seu instrutor e, em consequência, talneófito tornar-se-ia céptico. Neste caso concreto, oEu-Causa que originou tal erro só poderiadesintegrar-se mediante o supremo arrependimentoíntimo e com negociações esotéricas muito especiais.

O Crísto Íntimo, dentro de nós mesmos, trabalhaintensamente, eliminando, à base de trabalhosconscientes e padecimentos voluntários, todas essascausas secretas de nossos erros.

O Senhor das Perfeições deve viver, em nossasíntimas profundidades, todo o drama cósmico.

Assombra-nos ao contemplar, no mundo causal,todas as torturas pelas quais passa o Senhor dasPerfeições.

No mundo causal, o Cristo Secreto passa portodas as amarguras indizíveis de sua Via-Crucis.

Indubitavelmente, Pilatos lava as mãos e sejustifica; porém, no final, condena o Adorável à mortena cruz.

Resulta extraordinário para o iniciado vidente, oascenso ao Calvário.

Indubitavelmente, a Consciência solar integradacom o Cristo Íntimo, crucificada na cruz majestosa do

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Calvário, pronuncia frases terríveis que aos sereshumanos não lhes é dado compreender.

A frase final: « Meu Pai, em tuas mãos encomendomeu espírito », vai seguida de raios e trovões egrandes cataclismos.

Posteriormente, o Crsito Íntimo, depois dedespregado da cruz é depositado em seu SantoSepulcro.

Mediante a morte, o Cristo Íntimo mata a morte.Muito mais tarde, no tempo, o Cristo Íntimo deveressucitar em nós.

Inquestionavelmente, a ressurreição crística vem atranformar-nos radicalmente.

Qualquer Mestre Ressurrecto possui poderesextraordinários sobre o fogo, o ar, as águas e a terra.

Indubitavelmente, os Mestres Ressurrectosadquirem a imortalidade, não somente psicológica,como também, corporal.

Jesus, o Grande Kabir, ainda vive com o mesmocorpo físico que teve na Terra Santa; o Conde SaintGermain que transmutava o chumbo em ouro e faziadiamantes da melhor qualidade, durante os séculosXV, XVI, XVII, XVIII, etc., todavia ainda vive.

O enigmático e poderoso Conde Cagliostro quetanto assombrara a Europa com seus poderes duranteos séculos XVI, XVII, XVIII, é um Mestre Ressurectoe, todavia, conserva seu mesmo corpo físico.

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CAPÍTULO 28

O SUPER-HOMEM

Um código de Anahuac disse: « Os deuses criaramos homens de madeira e, depois de havê-los criado,os fusionaram com a divindade »; mas, logoacrescenta: « Nem todos os homens logram integrar-se com a divindade ».

Inquestionavelmente, a primeira coisa que senecessita é criar o Homem antes de poder integrá-locom o Real.

O « animal intelectual », equivocadamentechamado homem, de modo algum é o homem.

Se compararmos o Homem com o « animalintelectual » poderemos, então, verificar, por nósmesmos, o fato concreto de que o « animal intelectual», ainda que fisicamente se pareça ao Homem,psicologicamente é absolutamente distinto.

Desafortunadamente, todos pensamerroneamente; supõem ser Homens, qualificam-se detais.

Sempre temos acreditado que o homem é o rei dacriação; o « animal intelectual », até a presente data,não demonstrou sequer ser o rei de si mesmo; se nãoé rei de seus próprios processos psicológicos, se não

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pode dirigí-los à vontade, muito menos poderágovernar a natureza.

De modo algum poderíamos aceitar o Homemconvertido em escravo, incapaz de governar-se a simesmo e convertido em joguete das forças bestiais danatureza.

Ou se é rei do universo, ou não se é. No últimodestes casos, inquestionavelmente, fica demonstradoo fato concreto de não haver chegado, ainda, aoestado de Homem.

Dentro das glândulas sexuais do « animalintelectual », o Sol depositou os germens para oHomem.

Obviamente, tais germens podem desenvolver-seou perder-se definitivamente.

Se queremos que tais germens se desenvolvam,faz-se indispensável cooperar com o esforço que o Solestá fazendo para criar Homens.

O Homem legítimo deve trabalhar,intensivamente, com o propósito evidente deeliminar, de si mesmo, os elementos indesejáveis queem nosso interior carregamos.

Se o Homem real não eliminasse de si mesmo taiselementos, fracassaria lamentavelmente. Converter-se-ia em um aborto da Mãe Cósmica, em um fracasso.

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O Homem que, verdadeiramente, trabalhe sobre simesmo com o propósito de despertar Consciência,poderá integrar-se com o divinal.

Ostensivelmente, o Homem Solar, integrado coma divindade, converte-se, de fato e por direito próprio,em Super-Homem.

Não é tão fácil chegar ao Super-Homem.Indubitavelmente, o caminho que conduz ao Super-Homem está mais além do bem e do mal.

Uma coisa é boa quando nos convém; é má,quando não nos convém. Entre as cadências do versotambém se esconde o delito. Há muita virtude nomalvado e muita maldade no virtuoso.

O caminho que conduz ao Super-Homem é aSenda do Fio da Navalha. Esta senda está cheia deperigos por dentro e por fora.

O mal é perigoso; o bem também é perigoso. Oespantoso caminho está mais além do bem e do mal;é terrivelmente cruel.

Qualquer código de moral pode deter-nos namarcha até o Super-Homem. O apego a tais ou quaisontens, a tais ou quais cenas, pode deter-nos nocaminho que chega até o Super-Homem.

As normas, os procedimentos, por muito sábiosque sejam, se encontram enfrascados em tal ou qualfanatismo, em tal ou qual pré-julgamento, em tal ouqual conceito, pode obstaculizar-nos no avanço até oSuper-Homem.

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O Super-Homem conhece o bem do mal e o maldo bem; empunha a espada da justiça cósmica e estámais além do bem e do mal.

O Super-Homem, havendo liquidado, em simesmo, todos os valores bons e maus, converteu-seem algo que ninguém entende; é o raio, é a chama doEspírito Universal da Vida, resplandecendo no rostode um Moisés.

Em cada tenda do caminho algum anacoretaoferece suas dádivas ao Super-Homem; mas, estecontinua seu caminho mais além das boas intençõesdos anacoretas.

O que disseram as pessoas sob o pórtico sagradodos templos, tem muita beleza; porém, o Super-Homem está mais além dos ditados piedosos daspessoas.

O Super-Homem é o raio e sua palavra é o trovãoque desintegra os poderes do bem e do mal.

O Super-Homem resplandece nas trevas; mas, astrevas odeiam o Super-Homem.

As multidões qualificam o Super-Homem deperverso, pelo fato mesmo de que não cabe dentrodos dogmas indiscutíveis, nem dentro das frasespiedosas, nem dentro da sã moral dos homens sérios.

As pessoas aborrecem o Super-Homem e ocrucificam entre criminosos, porque não o entendem,porque o pré-julgam, olhando-o através da lente

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psicológica do que se crê santo, ainda que sejamalvado.

O Super-Homem é como a centelha que cai sobreos perversos, ou como o brilho de algo que não seentende e que se perde, depois, no mistério.

O Super-Homem não é santo nem é perverso; estámais além da santidade e da perversidade; mas, aspessoas o qualificam de santo ou de perverso.

O Super-Homem brilha, por um momento, entreas tervas deste mundo e logo desaparece para sempre.

Dentro do Super-Homem resplandece,abrasadoramente, o Cristo Vermelho, o CristoRevolucionário, o Senhor da Grande Rebelião.

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CAPÍTULO 29

O SANTO GRAAL

O Santo Graal resplandece na noite profunda detodas as idades. Os cavaleiros da Idade Média, naépoca das Cruzadas, buscaram, inutilmente, o SantoGraal na Terra Santa, mas não o encontraram.

Quando Abraão, o Profeta, voltava da guerracontra os reis de Sodoma e Gomorra, dizem queencontrou a Melquisedec, o Gênio da Terra.Certamente, esse Grande Ser vivia numa fortaleza,localizada, exatamente, naquele lugar, onde, maistarde, se edificou Jerusalém, a cidade querida dosprofetas.

Diz a lenda dos séculos, e isto o sabem os divinose os humanos, que Abraão celebrou a Unção Gnósticacom a repartição do pão e do vinho na presença deMelquisedec.

Não é demais afirmar que então Abraão entregoua Melquisedec os dízimos e primícias, tal como estáescrito no Livro da Lei.

Abraão recebeu das mãos de Melquisedec o SantoGraal. Muito mais tarde no tempo, este cálice foi darno templo de Jerusalém.

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Não havia dúvida de que a Rainha de Sabá serviude mediadora para este fato. Ela se apresentou ante oRei Salomão com o Santo Graal e, depois de submetê-lo a rigorosas provas, fez-lhe entrega de tão preciosajóia.

O Grande Kabir Jesus bebeu nesse cálice nacerimônia sagrada da Última Ceia, tal como estáescrito nos quatro Evangelhos.

José de Arimatéia encheu o cálice com o sangueque emanava das feridas do Adorável no Monte dasCaveiras.

Quando a polícia romana invadiu a morada docitado senador não achou esta preciosa jóia.

O senador romano não só escondeu a tão preciosajóia, como também, ademais, junto com ela, guardousob a terra a lança de Longibus com a qual o ceturiãoromano ferira o costado do Senhor.

José de Arimatéia foi encerrado numa horrívelprisão, porque não quis entregar o Santo Graal.

Quando o referido senador saiu do cárcere,dirigiu-se para Roma, portando o Santo Graal.

Ao chegar em Roma, José de Arimatéia encontrouNero em perseguição aos cristãos e foi-se pelasmargens do Mediterrâneo.

Uma noite, em sonho, apareceu-lhe um anjo e lhedisse: « Este cálice tem um grande poder, porque nelese encontra o sangue do Redentor do Mundo. » José

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de Arimatéia, obedecendo às ordens do anjo,enterrou o cálice num templo localizado emMontserrat, na Catalunha, Espanha.

Com o tempo, tal cálice fez-se invisível, junto como templo e parte da montanha.

O Santo Graal é o vaso de Hermes, a taça deSalomão, a urna preciosa de todos os templos demistérios.

Na Arca da Aliança não faltava nunca o SantoGraal, na forma de taça ou gômor, dentro da qual seencontrava depositado o maná do deserto.

O Santo Graal alegoriza, em forma enfática, o Yonifeminino; dentro desta santa taça está o néctar daimortalidade, o « soma »dos místicos, a supremabebida dos Deuses Santos.

O Cristo Vermelho bebe do Santo Graal na horasuprema da crucificação; assim está escrito noEvangelho do Senhor.

Nunca falta o Santo Graal no altar do Templo.Obviamente, o sacerdote deve beber o vinho da luz nataça santa.

Seria absurdo supor um Templo de Mistérios noqual faltasse a bendita taça de todas as idades.

Isto vem a recordar-nos Ginebra, a Rainha dosJinas, aquela que a Lancelot servia o vinho nas taçasdeliciosas de SUKRA e de MANTI.

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Os Deuses Imortais alimentam-se com a bebidacontida na taça santa: aqueles que odeiam a benditataça blasfemam contra o Espírito Santo.

O Super-Homem deve alimentar-se com o néctarda imortalidade contido no cálice divinal do templo.

Transmutação da energia criadora é fundamentalquando se quer beber no vaso santo.

O Cristo Vermelho, sempre revolucionário,sempre rebelde, sempre heróico, sempre triunfante,brinda pelos Deuses, bebendo no cálice de ouro.

Levantai bem vossa taça e cuidai de não verternem sequer uma gota do precioso vinho.

Recordai que nosso lema-divisa é thelema(vontade).

Do fundo do cálice, simbólica figura do órgãosexual feminino, brotam chamas que resplandecemno rosto incendiado do Super-Homem.

Os Deuses inefáveis de todas as galáxias bebemsempre da bebida da imortalidade no Cálice eterno.

O frio lunar produz involuções no tempo. Énecessário beber do vinho sagrado da luz no Vasosanto da alquimia.

A púrpura dos reis sagrados, a coroa real e o ouroflamígero só é para o Cristo Vermelho.

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O Senhor do Raio e do Trovão empunha, em suadestra, o Santo Graal e bebe o vinho de ouro paraalimentar-se.

Aqueles que derramam o « Vaso de Hermes »,durante a cópula química, de fato se convertem emcriaturas infra-humanas do submundo.

Tudo o que aqui escrevemos encontra plenadocumentação em meu livro intitulado « OMatrimônio Perfeito ».

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INDICE

A Vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2A crua realidade dos fatos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6A felicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15A Liberdade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20A Lei do pêndulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26Conceito e realidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35A dialética da consciência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40O jargão cientificista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47O Anti-Cristo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53O eu psicológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58As Trevas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63As três mentes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67Memória-trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74Compreensão criadora. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80A Kundalini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86Normas intelectuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90A faca da consciência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95O país psicológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100As drogas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106Inquietudes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110Meditação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116Retorno e recorrência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121O Cristo Íntimo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127Trabalho Crístico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130

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O difícil caminho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136Os três traidores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140Os Eus-Causa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145O Super-Homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148O Santo Graal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153

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