Capitulo 1: O Despertar da Luz e das Trevas

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Prólogo:

"O Guerreiro Ancestral"

Era noite, mas não uma noite comum, os céus eram profundamente negros, e as nuvens

estavam avermelhadas. Não se viam estrelas, chovia torrencialmente, era uma tempestade com

relâmpagos poderosíssimos e ventos arrasadores. Nessa tempestade, uma vila iluminava o horizonte, mas não eram luzes de uma população

alegre, eram chamas de um povo em ruina. Fumaça subia dos escombros das casas, e no meio de tudo

isso, duas figuras se destacavam. — É.... é tudo culpa minha...— diz um garoto de cabelos azuis, em uma armadura negra com

detalhes dourados, de joelhos, olhando para o chão. A manopla de seu braço esquerdo era maior que a

do direito, lembrava um pouco uma garra de uma fera, nela havia um cristal verde-água. Sua capa

estava cheia de agua de chuva, assim como seu rosto estava cheio de suas lagrimas — .... Porque eu

sou fraco!!!!

— Você não é fraco, muito pelo contrário...— diz uma

jovem garota na frente do garoto, ela tinha longos cabelos azuis,

usava uma roupa leve de cavaleira, com ombreiras pequenas e

sem armadura no corpo, apenas com manoplas, perneiras e

caneleiras. Ela também tinha uma flor clara e brilhante como a

lua presa em seus cabelos — ...me de sua mão, e levante sua

cabeça, vamos encarar isso juntos irmãozinho!

Como uma luz que surge para alguém perdido na

escuridão, as palavras ditas com a voz doce e meiga da garota

dão fé ao seu irmão.

— Kasari... — diz o jovem de cabelos azuis,

enquanto Kasari estende sua mão a ele e o olha com um

alegre sorriso.

Por um momento, um raio de esperança parece surgir

no ar, porém:

— A batalha,

a guerra, sua miserável e

inútil tentativa de parar os planos do

Lorde Daruke, tudo isso, acabou... — diz um

misterioso ser que surge a alguns metros dos dois irmãos.

Sua voz era como a de um homem calmo, mas sua

presença era como a de um demônio. Usava uma

armadura cinzenta por baixo de seu manto negro e suas

ombreiras com espinhos. Em sua cabeça vestia um elmo

fechado com inúmeros chifres, e uma viseira tapando seu

rosto por completo.

— T-The Void?! — Exclama Kasari

apavoradamente.

— ...E vocês perderam... — diz The Void com

uma voz demôniacamente calma, atrás de Kasari, após ter

se movido em um piscar de olhos.

— O-o que?! Eu nem vi ele se mexer, como

chegou tão rápido?! — Pensa Kasari, suando frio.

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Tão rápido quanto The Void foi parar atrás de Kasari, seu braço direito atravessa o estomago

de Kasari. A mão de The Void estava escarlate com o sangue de Kasari assim

como o ar ao seu redor. O sangue escorria desde a barriga de Kasari, passando

por suas pernas e enfim chegava a grama no chão, formando uma poça que

não parava de aumentar. Na expressão do rosto de Kasari percebia-se a agonia

que ela sentia.

— Eu, The Void, condeno vocês por desafiarem a supremacia dos

demônios de Daruke. — Diz The Void com uma incrível serenidade.

— KASARI!!!!!!! — Grita desesperadamente o garoto de cabelos

azuis.

The Void tira seu braço do buraco que ele fez no estomago de

Kasari, deixando ainda mais sangue jorrar fora.

— Apenas morram, humanos... — diz The Void.

— K-Kaennn... — diz Kasari, agonizando no chão cheio de seu

próprio sangue.

Então, The Void se vira para o garoto, e da passos em sua

direção, contornando o corpo da Kasari.

— Agora é a sua vez.... — Diz The Void, enquanto levanta o

lado esquerdo de sua capa, para puxar sua espada com uma lamina

negra como a noite, com a mão ensanguentada que ele usou para

matar Kasari — Desapareça!!!!

Com uma surpreendente mudança de personalidade, a

voz serena e calma de The Void passa a ser bruta e cheia de

ódio. Com um rápido movimento de seu braço, The Void

corta diagonalmente o rosto do garoto.

— Ah!!! — Grita assustado o garoto de cabelos azuis. Ele

estava apenas sonhando, mas não era um sonho comum, era uma

lembrança de seu passado. Saindo da sala escura onde ele estava

para um lugar onde o sol podia ilumina-lo, percebia-se que ele

estava diferente. Ele estava um pouco mais velho, seu cabelo estava

maior e, o mais chamativo era uma cicatriz diagonal em seu rosto. —

Era só um sonho.... mas, essa sensação que senti agora há pouco... são eles, não é, Gaia? — Pergunta

o garoto olhando para cima.

Ele fecha os olhos enquanto o vento bate em seu rosto, como se o mundo o respondesse.

— Nesse caso, se eles são nossos inimigos, Gaia — diz o garoto calmamente no início, mas

então começa a se enfurecer — Eu vou EXTERMINAR esses malditos demônios!!! — Com um olhar

cheio de raiva, o garoto volta para o lugar de que saiu.

Capitulo 1:

"O Despertar da Luz e das Trevas"

Planeta Terra, lar de uma infinidade de formas de vida. Muitas guerras já ocorreram nele,

todas envolvendo seres humanos. Mas a guerra que está prestes a acontecer, entrará para a história

como a maior que a humanidade já viu.... Em algum lugar no meio do oceano entre as Américas e Itari, dois dos maiores continentes do

mundo, em termos de desenvolvimento, um enorme círculo de runas surge, seu tamanho era próximo

a de uma pequena cidade, toda a agua abaixo dele cessou sua maré, ficou parada, quase como se fosse

um chão transparente. Em compensação, o mar ao redor do círculo as ondas parecem tsunamis em

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alto-mar, indo em direção as runas, mas se quebrando nelas como

ondas comuns se quebram em praias. Nuvens negras começar a

se formar em espiral a partir do meio do círculo, e as runas

brilham em um tom roxo, enquanto o céu escurece e raios

azulados cortam o horizonte.

Rachaduras começam a aparecer no círculo de runas,

como se o próprio ar estivesse se quebrando, desde as bordas,

em direção ao meio.

Após as runas se quebrarem, um enorme buraco surge em

seu local, parecia um abismo, não se dava para ver nada. Na parte

mais profunda e mais distante desse abismo, onde nenhuma luz parecia alcançar,

alguma coisa sorria diabolicamente...

— Hruhruhruhruhruhruhru... estamos livres... o mundo é meu a partir de agora... — diz a

figura macabra.

De volta ao local onde o irmão de Kasari estava, a voz de uma mulher extremamente gentil

ecoa pelas paredes ladrilhadas de um grande salão sem teto, que se não fossem os gigantes cristais

verde-água posicionados em seu centro seria vazio:

— Sim, eles voltaram após tantos milênios. Preciso de sua ajuda para ensinar os novos

Guardians, Kae... — a voz de mulher gentil é interrompida.

— Gaia, não ouse falar esse nome amaldiçoado! — Diz o garoto de cabelos azuis, com uma

voz irritada e em um tom mais grave que o comum, enquanto olha para cima.

— M-me perdoe, eu esqueci que você tem problemas com o seu nome. Bem, agora eu devo

me concentrar em encontrar Guardians o mais rápido possível, e você também não deve ficar parado,

eu consegui sentir quatro reunidos em um mesmo lugar, o lugar em que mais Guardians nascem

sempre, a "nascente da luz", por favor, se dirija para lá agora mesmo, o inimigo já está quase lá — diz

Gaia ao garoto de cabelos azuis.

— Certo, Gaia. A "nascente da luz"... quanto tempo faz desde a última vez que estive lá? O

lugar está muito diferente? — Pergunta o garoto a Gaia.

— Érr... desde que você se tornou conhecido como "o cavaleiro negro" e ajudou a derrotar

Morgana?... Melhor você ir ver com seus próprios olhos. E antes que eu me esqueça, não seja mau

com os outros, ouviu? Você tem esse mau costume... — diz Gaia.

— Mau? Eu? Quem disse que eu os trato mau? — Diz o garoto com um leve sorriso,

enquanto coloca sua mão direita em um dos grandes cristais — Hum.... muito pelo contrário, sou o

mais gentil possível com eles. Até mais Gaia, desejo boa sorte para todos nós.

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Um raio de luz surge ao redor do cristal, em direção ao céu, envolvendo o garoto de cabelos

azuis, e o fazendo desaparecer.

Enquanto isso, no pequeno continente localizado entre as Américas e a África, Itari, mais

especificamente em sua capital, o berço do avanço tecnológico conhecido como "nascente da luz",

devido a lendas antigas, a cidade Asahi, as pessoas vivem suas vidas cotidianas...

— Olha mamãe, quero ser que nem ela quando eu crescer! — Uma garotinha de uns 6 anos

aponta para uma TV.

Um show de K-Pop passava em uma TV na vitrine de uma loja, era de uma cantora solo bem

famosa.

— Olá continente Itari! Espero que estejam ansiosos pela minha turnê! Lembrem-se, será no

começo do mês que vem, um abraço a todos, e um beijo do fundo do meu kokoro! Não se esqueçam, a

Moestar ama todos vocês! — Diz a garota que se intitulava "Moestar", com uma peruca arco-íris e um

cosplay de uma certa cantora virtual.

Na TV ao lado, se via um programa totalmente diferente, que falava sobre ciências. Um

"garoto gênio" dava uma entrevista:

— Continuando a reportagem especial de hoje, estamos aqui com o jovem Tiago, conte-nos

mais sobre como você conseguiu seu doutorado com 16 anos — diz o repórter animado.

— Foi graças a minha tese de mecanização com apenas metais. Ela afirma que determinadas

ligas com tratamento adequado podem substituir materiais cerâmicos e até poliméricos em certas

situações. Um dos maiores problemas para a realidade que eu abordei sobre isso seria o custo para

fabricar tais materiais... — dizia o Garoto chamado Tiago.

Longe dali, no porto da cidade, em que navios usavam

o gigantesco rio Haze, que cortava o continente, o sol

brilhava radiantemente no céu azul. Um pequeno barco

clandestino era praticamente imperceptível para as

pessoas. Ele ia em direção a terra firme. Um dos seus

passageiros era um homem moreno, com grande

estatura, com cabelos arrepiados e castanhos, da

mesma cor que seus olhos. Ele tinha um tapa-olho no

olho direito, que tinha uma cicatriz visível, usava

uma roupa que lembrava uma roupa de soldado ou

mercenário e em seu pescoço havia um colar com

uma pedra azul marinho.

— "Nascente da luz".... esse nome parece....

paz... será que terei finalmente? — Pensava alto o

grande homem, olhando para a cidade de longe,

enquanto se apoiava no corrimão do barco.

Em uma escola qualquer, sentada ao lado

de uma janela, uma garota com cabelos vermelhos

observava o céu, enquanto seus colegas

conversavam sobre como passariam suas férias. Eis

que um raio de luz cruza o céu verticalmente e

parece cair na cidade, chamando a atenção da

garota.

— E-ei, vocês viram aquilo?! — Pergunta a garota de cabelos vermelhos.

— O que, Elize? — Pergunta uma de suas colegas.

— Uma luz caiu do céu na cidade! — Responde Elize.

— Hahahaha, claro, Elize, claro — riem as garotas próximas a ela.

Elize fica emburrada com as garotas e encosta sua cabeça na janela, observando o local onde a

luz parecia ter caído. E, nesse tal local, nesse exato momento, após um raio de luz atingir o chão, no

meio da rua, um monte de fumaça se forma ao redor de uma silhueta indistinguível.

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— Todos, anunciem ao restante dos cidadãos dessa cidade que devem evacuar para o sul, em

breve o resto dos locais não será seguro! — Anuncia um homem na fumaça.

O transito havia parado, e as pessoas se reuniram ao redor da fumaça, mas nenhum deles

parecia de fato estar dando importância ou acreditando nas palavras do homem que estava na fumaça.

— Acho que não estão acreditando em mim por bem. Nesse caso, acho que terei que manda-

los para lá por mal... — diz o homem na fumaça.

Com um rápido movimento, ele tira sua mão direita para fora da fumaça, materializa a partir

da luz uma espada dourada e, com um movimento de corte horizontal lança um arco de luz para cima,

e o explode. O som é forte e a explosão grande, porem nada é destruído.

Mesmo assim, é o suficiente para deixar as pessoas em pânico. Os policias da área cercaram o

local e apontaram suas armas para o suspeito.

— Agora, me escutem todos! Vão para o sul da cidade se não quiserem se machucar! E se

abriguem! — Diz o homem na fumaça.

— Nós não negociamos com terroristas! Homens, fogo!!!! — Grita o chefe de polícia.

Todos os policias ao redor do homem descarregam sua munição contra ele, mas elas batem e

ricocheteiam para cima. Com os disparos das balas dava para se ver com mais clareza o homem na

fumaça. Ele usava uma armadura negra e, com seu braço esquerdo, equipado com uma manopla maior

que o direito e um cristal verde-água adornado, protegia seu rosto. Após a chuva de balas acabar, ele

abaixa seu braço, e suspira, enquanto a cortina de fumaça desaparece. Era o garoto de cabelos azuis,

irmão de Kasari.

— Vocês me obrigaram a isso... — diz o garoto de cabelos azuis.

Ele faz um movimento de 360 graus em seu próprio eixo, lançando pequenos feixes de luz

dentro dos canos das armas de cada policial. Elas explodem, mas não causam ferimento a ninguém.

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— E agora, vão me ouvir? — Pergunta o garoto ao chefe de polícia.

O chefe de polícia então pega seu radio, enquanto assim como seus homens olha fixamente

assustado o garoto.

— Aqui é o chefe de polícia Lawthric, todas as unidades, evacuar a cidade para o sul, cambio

— diz o chefe de polícia Lawthric no rádio.

— Bom, obrigado por me ouvir. Agora devo explicar a situação para vocês... — dizia o garoto

ao chefe Lawthric.

Enquanto o garoto explicava a polícia o que estava acontecendo, os policias já faziam seu

trabalho e evacuavam a cidade, até mesmo na escola de Elize:

— Atenção todos, hoje encerraremos as aulas mais cedo, por favor, todos acompanhem os

monitores e se dirijam a saída imediatamente — dizia a diretora pelo microfone da escola.

Todos os alunos saiam da escola, Elize era a última da sua fila. Pouco antes de virar o

corredor que dava para a saída, Elize se lembra que esse era o último dia de aula antes das férias, e

que ela estava se esquecendo de uma coisa muito importante.

Elize decide voltar para os armários para pegar esse objeto tão importante para ela. Ao abrir

seu armário, joga para trás vários livros e quadrinhos, até encontrar uma flor

preservada dentro de um pote de vidro. Após guardar o pote com a flor

em sua bolsa, Elize se vai em direção a saída da escola. Ao sair,

Elise percebe que as ruas estavam desertas, mas simplesmente

ignorou o fato e começou a andar em direção a sua casa.

Um pouco depois de sair da escola, Elize começa a

lembrar de alguns momentos de seu passado, com uma bela e gentil

mulher com cabelos vermelhos, como o dela, e com uma flor clara

e brilhante como a lua nos cabelos conversando com ela:

— Durma bem, meu amorzinho — Diz a mulher de cabelos

vermelhos a uma Elize criança deitada na cama, então dando um

beijo em sua testa.

Elize boceja com sono.

— Mamãe, é verdade aquilo que a senhora falou pra

mim? Que quando eu for grande eu vou ser que nem a senhora, e

eu vou conseguir um príncipe encantado pra se casar comigo? —

Pergunta Elize a sua mãe, com uma voz sonolenta.

— Huhuuh... claro que sim Elize — Responde a mãe de

Elize.

— E ele pode ser um cavaleiro com uma armadura e uma

espada também? — Pergunta Elize a sua mãe, com mais alegria em sua

voz, porem com ainda mais sono.

— Tudo que você quiser minha pequena... se quiser ele até pode ser um mago, uma garota tão

especial como você com certeza vai atrair vários homens huhuhhu — Responde carinhosamente a

mãe de Elize.

— Yawn — Boceja Elize — Espero que a senhora goste dele, e que a senhora esteja no

primeiro banco no nosso casamento.... — Diz Elize a sua mãe, enquanto caia no sono.

Após isso, Elize volta a realidade, e olha cima. Estranhamente, ela percebe que o céu estava

começando a se encher de nuvens negras, e que o horizonte estava se tornando avermelhado.

— O-o que está acontecendo?! — Pergunta Elize assustada.

Após tudo escurecer, vários objetos começam a cair do céu. Um deles cai bem em frente a

Elize, e quebra um pouco do chão, assustando Elize. Curiosa, Elize decide ver o que caiu do céu, mas,

antes que ela pudesse dar um passo, o objeto começa a se mover, e, como se fosse um ser vivo,

levanta-se.

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Era uma criatura horrível, com uma pele roxa e olhos vermelhos, tinha cerca de dois metros e

meio, e em sua cabeça haviam dois enormes chifres notavelmente assimétricos. Ele usava uma

espécie de saia feita de trapos.

— Rrrghhhhghuuhhh — Rosnou a criatura na direção de Elize.

O monstro estende sua mão para tentar agarrar Elize, mas

ela consegue se abaixar e decide sair correndo, desesperada.

— M-mas que coisa é essa? — Pergunta Elize.

Elize corre sem olhar para trás, e após virar uma

esquina, vê um beco bem apertado, no qual ela passaria, mas

o monstro provavelmente não. Ela tinha que arriscar, então

correu e entrou entre as paredes dos dois prédios.

O monstro vê Elize entrando no beco, e tenta

alcança-la com seu braço, mas sem sucesso.

— Ah, garotinha, não tenha medo, só quero brincar

com você. Sabe, eu amo pintar, mas não tenho tinta, e você

pode me ajudar a conseguir um pouco de vermelho,

hehehehehe.... — Diz a criatura a Elize.

Elize fica desesperadamente assustada e começa a

chorar, pensando que não havia mais esperança, porém, no

momento de seu desespero, uma luz surge próxima a seu

rosto, e dela surge a voz de Gaia.

— Não tema, criança da luz, eu a ajudarei a purificar este mundo da peste desses demônios —

Diz Gaia a Elize.

Elize se surpreende e fica curiosa

— Q-quem é você? E como você vai me ajudar? — Pergunta

Elize a luz com a voz de Gaia.

— Eu sou Gaia, a guardiã da Terra, apenas

aceite o poder que estou te dando, se concentre e

diga... — Dizia Gaia a Elize, como se fosse em

sua mente.

Com uma sincronia incrível, Elize

diz as palavras de Gaia ao mesmo tempo

que ela, porem com mais entusiasmo:

— Anima Awaken! — Grita Elize. Após isso, uma luz surge

ao redor de Elize e vai em direção ao céu.

Emergindo da luz, Elize aparece diferente. Seu cabelo

estava um pouco maior, e suas roupas estavam diferentes, ela

usava uma enorme saia branca que ia até seus pés, e vestia uma

espécie de poncho amarelo claro, com um detalhe dourado, sua

manga direita era como a de uma camisa comum, mas a

esquerda ia até sua mão. Em sua mão direita, ela usava uma

luva amarela sem dedos.

Além das diferenças físicas, o ar ao redor de Elize

mudou, ela parecia estar confiante e cheia de força, sem medo

nenhum.

— Esse poder... com ele, posso acabar com esse

demônio! AH! — Grita Elize.

Ela aponta sua mão para frente, e uma varinha

branca com detalhes espirais dourados em seu cabo e topo, e

uma lacrima azul-claro na ponta surge. Dela uma lança de

energia branca é lançada em direção ao demônio.

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A energia o atinge na barriga e o empurra pelo ar, até atingir uma parede. Então, a parede se

quebra e a energia atravessa o demônio, deixando um enorme buraco por onde passou.

— Tá bom de vermelho pra você?! — Grita Elize enfurecida.

Após derrotar o demônio, Elize se arrasta pelas paredes do beco com as pernas tremendo, até

ir para a calçada, se sentar no chão e apoiar suas costas na parede de um prédio.

— Arf... arf... até que enfim acabou.... — Diz Elize cansada.

— Está longe de acabar, minha pequena — Diz a voz de Gaia.

— C-como? O que quer dizer com isso, Gaia? — Pergunta Elize a voz de Gaia.

— Todo o seu mundo está sendo invadido por essas coisas, e você faz parte do grupo de

escolhidos para derrota-los. É claro, a decisão de lutar ou não é sua, você deseja enfrentar os

demônios? — Diz Gaia a Elise.

Elize levanta animada para responder.

— Mas é claro que eu quero!!! — Responde Elize animadamente para Gaia.

— Certo, então agora você é oficialmente uma “Guardian”. Além de você, tem outros quatro

Guardians na cidade. Quero que você e outros três se encontrem com um deles que está no centro

dessa cidade — Diz Gaia a Elize.

— Pode deixar comigo! — Responde Elize a Gaia — M-mas eu tenho que ver se o pessoal da

minha escola está bem, sabe onde eles estão, Gaia?

Antes de Gaia responder à pergunta, Elize ouve três tiros vindos de um lugar próximo a sua

escola.

— Eu só acho... que eles devem estar por ali... — Elize responde sua própria pergunta —

Obrigado Gaia, vou resolver isso e então vou para o centro!

Elize corre na direção do barulho e encontra três demônios, com aparência bem diferente

aquele que ela matou. Um tinha o rosto um pouco parecido, mas era menos e um de seus olhos era

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esbugalhado. Outro parecia uma formiga gigante humanoide, e outro tinha o corpo como o dos dois,

mas sua cabeça lembrava um parasita.

Alguns policias escoltavam as pessoas da escola de Elize, e tentavam matar os demônios com

suas pistolas, mas sem sucesso.

Elize chega correndo, e pula na direção do demônio que lembrava uma formiga, e com um

movimento de sua varinha brilhando com energia, lança um arco que separa o demônio em dois a

partir de seu tórax.

— E-ei, aquela é a Elize? — Pergunta uma das garotas.

— A-acho que sim.... — Responde outra garota.

Elize lança outro arco de energia, dessa vez um vertical, na direção do demônio que parecia

um parasita, o cortando em dois e deixando um sangue escuro espirrar.

O outro demônio tenta ataca-la por trás, porém Elize bate nele com a base de sua varinha, sem

se virar. Como a energia que Elize usava estava na base da varinha, um buraco surgiu no peito do

demônio, que caiu no chão e começou a sangrar o mesmo sangue escuro.

— De nada pessoal, não posso ficar aqui para me gabar com quem fazia bullyng comigo

porque tenho que salvar o mundo, ops, já me gabei, hahaha, valeu falou, valentonas patricinhas

hahaha! — Elize grita para o grupo de pessoas, com certo sarcasmo e alegria, e sai correndo em

direção ao centro.

— Hahahaha! Eu sempre quis fazer isso! — Pensa Elize enquanto saltita em direção ao

centro.

Após alguns minutos de caminhada, Elize estava próxima de alcançar o centro, já estava em

um local com prédios bem altos, e tudo parecia bem, por sorte ela não havia encontrado mais nenhum

demônio, porem...

— Ahhhhhh! Socorro!!!! — Um grito com voz de mulher vindo do topo de um prédio surge.

— O que?! Ei, o que está havendo?! — Pergunta Elize gritando.

— T-tem alguém ai?! Por favor, me ajude, um monstro está tentando matar a mim e a minha

filha! — Responde a mulher.

Elize pensa que não daria tempo para subir o prédio, e que a melhor ideia seria usar a lança de

energia de novo.

— Senhora, eu posso ajudar, mas me ouça bem, preciso que você venha o mais próximo

possível da borda do prédio, para que eu possa ter uma visão clara do demônio! — Diz Elize.

— De-demônio? — Pergunta a mulher assustada.

— Não há tempo senhora, apenas faça o que estou te pedindo! — Grita Elize.

A mulher, com sua filha pequena, de uns seis anos, em seus braços, fica o mais próximo

possível da borda do prédio e se abaixa, tanto para deixar uma visão clara para Elize, quanto por medo

de cair.

— AHHHHH!!! — Elize grita ao lançar a lança de energia no demônio que estava à vista.

Sua cabeça era mais alongada do que a dos outros e seus chifres apontavam para trás. Ele lembrava

um lagarto, mas da cintura para baixo era como uma cobra, ele usava suas asas para se mover.

O ataque de Elize atinge o demônio no peito, e faz um grande estrago, desintegrando a metade

inferior do seu corpo e estourando algumas partes do que restou.

Infelizmente, a carcaça restante do demônio atingiu a mãe e a criança, e elas começaram a

cair do prédio.

— AH! O que eu fiz?! E agora o que eu faço?! — Gritava Elize euforicamente enquanto

pensava em como salvar a mãe e a filha em queda livre.

— Deixe comigo! — A voz de um homem surge. Era uma voz seria, sem emoção, era como

alguém solitário, mas parecia ter um pouco de orgulho também.

Pouco antes da mãe e da filha atingirem o chão, alguma coisa passa dando um rasante bem

rápido e as impede de morrer.

Esse objeto então desacelera, dá um looping e pousa próximo a Elize. Era um homem

moreno, bem alto, com cabelos castanhos. Usava uma espécie de elmo laranja que não possibilitava

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ver seu rosto, apenas seu olho direito,

pois o outro olho tinha uma espécie de

viseira. Tinha um peitoral e ombreiras de

um metal branco, e na barriga uma espécie de

armadura também branca. Seu braço esquerdo

tinha uma braçadeira laranja, e seu braço direito uma

espécie de manopla com um lacrima alaranjado no meio. Seu

cinto tinha um símbolo estranho e dois objetos que pareciam

turbinas retangulares. Suas calças eram verdes como de

soldados, e ele vestia uma bota. Porém, o detalhe mais

chamativo eram quatro asas de metal laranjas em suas

costas que saiam de uma espécie de mochila.

O homem deixa a mãe e sua filha no chão, e suas

asas se retraem para o aparato em suas costas. A criança

começa a chorar enquanto sua mãe fica agarrada ao homem,

em estado de choque enquanto o agradecia.

— Obrigada!!!! Obrigada!! — A mulher agradecia o

homem enquanto chorava em seu peito.

— É.... de nada... — Respondeu o homem

indiferentemente.

Após a mulher se estabilizar, ela agradece o homem

mais uma vez, pega a mão de sua filha e se dirige ao sul da

cidade.

— H-hey, senhora, pra onde a senhora está indo? —

Pergunta Elize preocupada.

— Pro abrigo no sul. Você não ouviu do cavaleiro negro que surgiu no centro da cidade e

avisou a polícia sobre a invasão? — Diz a mulher.

— Não... deve ter sido na hora que eu fui pegar a flor... hum... cavaleiro negro?... — Pensa

alto Elize enquanto a mulher continua seu caminho.

Após alguns momentos, Elize volte a si e olha o homem com um sorriso idiota no rosto.

— O que foi? — Pergunta o homem.

— Você também é um Guardian! Qual o seu nome? — Pergunta Elize.

— ... Shihon... — Responde Shihon.

— Eu sou Elize! Muito prazer! — Responde Elize.

Enquanto os dois ficam com a guarda baixa, a carcaça ainda viva do demônio que Elize

atingiu volta a se mover e se esgueira lentamente na direção de Elize. Após ficar em uma distância

boa, ele se lança nela usando seu único braço, e tenta morde-la, sem nenhum dos dois perceber,

porém:

Uma enorme explosão ocorre no centro. Elize e Shihon ficam em choque. Um pedaço de

pedra voa em direção aos dois, que se abaixam, porém, o demônio não tem tanta sorte e é atingido,

sendo transformado em uma pilha de sangue escuro.

Os Guardians ficam em choque. O que poderia ter causado aquilo? Que tipo de

monstruosidade teria poder e ousadia o suficiente para destruir todo o centro da cidade? Será que

alguém se feriu? Essas eram algumas das perguntas em um turbilhão de dúvidas e medo na mente dos

Guardians.

— O-o que foi isso?... Veio do centro, não é?.... — Kasari pergunta amedrontada a Shihon.

— Sim... e parece que isso vai ser um problema... — Responde Shihon, receosamente — Mas,

querendo ou não, temos que continuar o nosso caminho.

— Sim, você tem razão — Responde Elize recobrando a coragem.

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Elize e Shihon continuam seu caminho em direção ao que era o centro, e agora era apenas

uma cratera enorme no meio da cidade. Eles estavam em uma distância curta da cratera, felizmente

para eles, era uma distância segura para a explosão.

Não demoraram muito para chegar na borda da cratera. Ela tinha uns 15 metros de

profundidade, mas seu diâmetro era de cerca de 250 metros. No meio dela tinham algumas chamas do

que restou de alguma construção.

Elize e Shihon descem para investigar o que tinha nessa cratera, e talvez descobrir o que

causou a grande explosão. No meio da descida eles percebem dois seres com formas humanas

descendo a cratera do lado oposto ao deles. Como estava longe, não se dava para saber se eram de fato

humanos.

— Vamos prosseguir com cuidado, podem ser demônios

— Disse Shihon a Elize.

Ambos ficam preparados para uma batalha, mas, ao

se aproximarem percebem que as duas silhuetas eram um

homem e uma mulher. O homem tinha cerca de um metro e

oitenta, com um corpo atlético, vestia uma camisa branca

aberta no peito, que não ia até o fim da barriga, com as

mangas cortadas até o ombro e com o capuz cobrindo o

rosto, deixando apenas duas mechas de seu cabelo escuro

amostra. Usava uma calça jeans rasgada nos joelhos e nas

pernas e um sapato comum, porém, o que mais chamava

a atenção eram as duas bainhas cruzadas de katanas em

suas costas.

Já a garota tinha cerca de um metro e sessenta,

o mais chamativo nela era seu cabelo rosa, ele era um

pouco arrepiado e tinha um rabo de cavalo do lado

esquerdo que ia até as coxas da garota. Usava uma

camisa roxa curta, que mostrava o umbigo, com

mangas curtas, mas que cobriam os ombros e possuía

detalhes pretos nas bordas da camisa e no meio dela,

em uma linha vertical. Usava uma calça tactel azul

escuro bem solta, que cobria seus pés de tão longa, porem

parecia que ela estava descalça. Ela usava luvas pretas com placas acinzentadas em cima, adornadas

com corações vermelhos que cobriam as costas da mão. Em seu pescoço havia um cachecol vermelho

sangue que ia até o fim da camisa.

Por um momento houve tensão no ar, quando as duas duplas se aproximavam lentamente

uma da outra, com passos largos e pesados, até ficarem alguns metros de distância e se encararem em

silencio. Mas, a tensão foi quebrada.

— Hiiiiii! — Acena Elize para a dupla a sua frente — Eu sou Elize, e esse do meu lado é o

Shihon, nós somos Guardians. E vocês, são também? — Pergunta Elize com um tom incrivelmente

alegre.

— O-oi... — Responde a garota de cabelos rosas meio constrangida — Sim, nós somos

Guardians. Eu e esse cara nos encontramos agora há pouco enquanto matávamos alguns demônios, e

assim que nos conhecemos esse lugar explodiu — Diz a garota.

— Falando nisso... — Diz o encapuzado, com uma voz calma, mas sombria — Algum de

vocês tem ideia de quem ou o que explodiu esse lugar?

Logo após a pergunta do garoto encapuzado, das chamas ao lado dos Guardians uma silhueta

surge, e coloca seu pé direito sobre uma rocha, fazendo barulho e chamando a atenção de todos.

— Chamou?.... — Pergunta a silhueta misteriosa no meio das chamas.

Todos menos Elize ficam em posição de luta, se sentindo ameaçados pela presença que o ser

misterioso emanava.

Page 13: Capitulo 1: O Despertar da Luz e das Trevas

— Vo-voce causou essa explosão?! — Pergunta Elize assustada.

— Sim, mas acho que eu... — A figura dizia calmamente enquanto saia das chamas. Era o

garoto dos cabelos azuis, irmão de Kasari — ...exagerei um pouco...

O misterioso garoto de cabelos azuis se reúne aos outros quatro Guardians, qual será a

explicação para os eventos que ocorreram nesse dia? O único que parece ter respostas para tais

perguntas era o garoto de cabelos azuis.