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Capítulo 11
Senso comum e ciência
Senso comum – conjunto de crenças, é espontâneo, não-crítico, subjetivo.
Conhecimento científico – baseia-se em investigações sistemáticas, crítico, objetivo, dispõe de uma linguagem rigorosa, está em constante evolução.
Ciência e valores
Características da ciência: Visa a valores cognitivos
(conhecimento) Imparcialidade (respeito a dados
empíricos) Autonomia (isenta de pressões
externas) Neutralidade (valores morais e sociais –
não influência em um trabalho de investigação)
Segundo Professor Lacey:
No momento atual, as práticas de controle da natureza estão nas mãos do neoliberalismo e servem a determinados valores e não a outros.
Servem ao individualismo em vez de à solidariedade; à propriedade particular e ao lucro em vez de aos bens sociais.
Servem aos interesses dos ricos em vez de aos direitos dos pobres.
Benefícios das ciências
Os valores morais e sociais influenciam de tal forma as escolhas das pesquisas que se torna impossível considerar a ciência neutra.
É de grande importância o esforço para identificar os tipos de valores que estão guiando a prioridade dada a certas pesquisas.
O grande risco da excessiva interferência econômica pode ser ilustrado pelas conquistas obtidas na engenharia genética, que levam grandes corporações a buscarem justificativas legais para patentear, por exemplo, as descobertas realizadas a partir da manipulação do código genético de sementes (transgênicos).
Clonagem de seres humanos. Células-tronco. Questões abordadas pela bioética.
Bioética
Atualíssimo campo que abriga as mais variadas tendências ideológicas. Também abrem espaço para alentadas discussões jurídicas, a fim de regularizar procedimentos legais.
A responsabilidade social do cientista Não deve se restringir apenas aos conteúdos cognitivos é preciso que o mesmo se perceba como parte de uma comunidade e identifique os valores subjacentes (inferiores) à sua prática.
Capítulo 12
1. Matemática e medicina
Egípcios, hindus e chineses já conheciam diversas propriedades geométricas, mas sempre tendo em vista a aplicação prática.
São os gregos pré socráticos que racionalizam a geometria transformando o conhecimento empírico em ciência por meio de demonstrações.
Tales, Pitágoras e Hipócrates.
2. Platão
Se o indivíduo permanece dominado pelos sentidos, fica restrito a um conhecimento imperfeito do mundo dos fenômenos.
Caberá ao sábio, ao filósofo, empreender o percurso desde o mundo obscuro das sombras da realidade sensível até a proximidade da luz representada pela ideia do Bem.
A matemática e a geometria são consideradas prelúdio da ciência que é a dialética, graças à qual o filósofo poderá chegar ao conhecimento das essências.
O mundo sensível é cópia do mundo inteligível.
Descreve o Universo como um ser vivo, esférico, uno e indivisível. No centro se encontra a Terra, imóvel, em torno da qual giram o Sol, a Lua e os planetas.
Ao tratar do microcosmo, o “pequeno mundo” do ser humano, Platão enfatiza sua ligação com o macrocosmo (o “grande mundo” do Universo), descrevendo a união estreita entre a natureza humana e a natureza universal, do Todo.
3. Aristóteles
Admite que só o indivíduo concreto existe e critica o “mundo separado”, as ideias platônicas.
Desenvolve estudos de física, astronomia e biologia.
Utilizou o instrumento da lógica.
O movimento é explicado pelas noções de matéria/forma e ato/potência
O movimento é a passagem da potência para o ato.
A observação do movimento dos astros são explicados racionalmente pela primeira vez pelos gregos.
O modelo astronômico de Aristóteles baseia-se no modelo geocêntrico.
O movimento inicial vem de Deus
O Universo se divide em: Mundo supralunar – constituído pelos
Céus (Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter , Saturno e a esfera das estrelas fixas; esses corpos são formados por uma substância desconhecida, o éter – conhecido como quinta-essência).
Mundo sublunar – região da Terra, que, embora imóvel, é o local dos corpos em constante mudança, portanto, perecíveis, corruptíveis. Os movimentos constitutivos são os quatro elementos: terra, água, ar e fogo.
4. A ciência em Alexandria Arquimedes : Mecânica – princípios
da hidrostática “o peso da água deslocada por um corpo nela imerso é igual à força de empuxo que o líquido aplica no corpo”.
Galileu vê em Arquimedes o único cientista verdadeiro da Grécia.
Ptolomeu – matemático, geômetra e astrônomo (astronomia geocêntrica).
5. O período medieval
A Igreja se transforma em soberana absoluta da vida espiritual do mundo ocidental.
Nem toda Idade Média é obscuridade intelectual, uma época das “trevas”.
Manifestações culturais e expressões diversas de produção intelectual.
6. A ciência árabe
“Casa da Sabedoria” – centro de estudos.
Criados observatórios astronômicos e desenvolvidos estudos de óptica, geografia, geologia, meteorologia, bem como retomados os pensamentos de Platão, Aristóteles e Plotino.
Na astronomia, os árabes aperfeiçoam os métodos trigonométricos (conceito de seno).
Algarismos arábicos e criação da álgebra.
Na medicina, transmitem as obras de Hipócrates e Galeno.
Alquimia – aceleram a passagem do ocultismo para o estudo racional e cuidadoso de minerais e metais.
7. Patrística e Escolástica Idade Média – conciliação de razão e fé. “Crer para compreender e compreender
para crer”. Filosofia – “serva da teologia”. Patrística - trabalhos dos chamados
Padres da Igreja – principais preocupações são as relações entre fé e ciência, a natureza de Deus e da alma e a vida moral.
Principal figura: Santo Agostinho.
Santo Tomás de Aquino recupera o pensamento original de Aristóteles fazendo as devidas adaptações à visão cristã.
Escreve a Suma teológica.
8. Exceções à tradição
Alquimia: Três objetivos principais:1.Transmutação dos metais
inferiores em ouro2.Obtenção do elixir da vida (cura
de todas as doenças) - só seria obtido após obter a pedra filosofal.
3.Criar vida humana artificial
Combinação de elementos de física, química, astrologia, arte, metalurgia, medicina, misticismo e religão.
9. Decadência da escolástica Século XIV em diante posturas
dogmáticas, contrárias à reflexão, obstruem as pesquisas e a livre investigação.
Santo Ofício (Inquisição). Index e Nihil obstat. Giordano Bruno – queimado
vivo.
Capítulo 13
1. Características do pensamento moderno Ao desenvolver a mentalidade crítica,
questiona a autoridade da Igreja e o saber aristotélico.
Racionalismo – interesse pelo método. O filósofo passa a se preocupar com o
sujeito que conhece, mais do que o objeto conhecido.
O método – sentido de invenção e descoberta.
A ciência rompe com a filosofia aristotélico-escolástica e sai em busca do seu próprio caminho.
Antropocentrismo. Laicização do saber. Reforma Protestante. Valorização do saber ativo
em oposição ao saber contemplativo dos antigos.
2. Galileu
Liga a ciência da astronomia à física. Perseguição política e religiosa. Substitui o modelo ptolomaico
(geocentrismo) pelo modelo copernicano (heliocentrismo).
Mudança radical nos campos da óptica geométrica, termologia, hidrostática, óptica física e mecânica.
Valoriza a experiência e se preocupa com a descrição dos fenômenos.
Enquanto a física antiga se preocupa com o “porquê” do fenômeno o explicando pelas qualidades, Galileu se interessa pelo “como”, o que supõe a descrição quantitativa do fenômeno.
3. A expansão do espírito científico Kepler (1571-1630) descobre as leis do
movimento planetário. William Gilbert – estuda fenômenos
elétricos e descobre as propriedades do ímã.
Boyle e Mariotte – estudam a elasticidade do gás.
Von Guericke – inventa a bomba a vácuo e a máquina elétrica.
Palcal e Torricelli – criam o barômetro e descobrem a pressão atmosférica.
Huygens – desenvolve a teoria ondulatória da luz.
Na matemática, surge a geometria analítica com Fermat e Descartes.
O cálculo diferencial com Newton e Leibniz.
O cálculo das probabilidades com Pascal. A anatomia teve a contribuição de
Vesalius. Servet e Harvey explicam a circulação
sanguínea. Hooke descreve a estrutura celular das
plantas.
A síntese newtoniana
Isaac Newton (1642-1727) nasce no ano em que morre Galileu.
Os resultados obtidos por Galileu e Descartes possibilitaram a Newton a elaboração da teoria da gravitação universal.
O sistema newtoniano realiza a maior síntese científica sobre a natureza do mundo físico.
Teoria da Gravitação de Newton “A força de atração é proporcional às
massas e inversamente proporcional ao quadrado das distâncias”.
Estudos sobre óptica e a contribuição para a matemática, com a teoria do cálculo infinitesimal.
Na primeira metade do século XX, a teoria da relatividade e a física quântica suplantaram o paradigma newtoniano.
Capítulo 23
1. Os valores
São num primeiro momento, herdados por nós. Ao nascermos, o mundo cultural é um sistema de significados já estabelecido.
Conforme atendemos ou transgredimos os padrões, os comportamentos são avaliados como bons ou maus.
2. A moral
Moral – conjunto de regras de conduta admitidas em determinada época ou por um grupo de pessoas.
Ética – ou filosofia moral, é a parte da filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral.
3. Caráter histórico e social da moral
A fim de garantir a sobrevivência, o ser humano age sobre a natureza transformando-a em cultura.
Estabelece-se regras. Em função da adequação ou não à
norma estabelecida, o ato será considerado moral ou imoral.
Lentas modificações nas normas de comportamento coletivo.
4. Caráter pessoal da moral A ampliação do grau de consciência e
de liberdade, e portanto de responsabilidade pessoal no comportamento moral, introduz um elemento que irá angustiar a pessoa: a moral, ao mesmo tempo que é o conjunto de regras que determina como deve ser o comportamento dos indivíduos do grupo, é também a livre e consciente aceitação das normas.
5. Caráter social e pessoal da moral Ao caracterizar o ato moral como
aquele que se adapta à norma estabelecida, privilegiamos os regulamentos, os valores dados e não discutidos.
Se aceitarmos como predominante a interrogação do indivíduo que põe em dúvida a regra, corremos o risco de destruir a moral.
Relação dialética – flexibilidade.
6. Estrutura do ato moral A instauração do mundo moral exige
consciência crítica, que chamamos de consciência moral.
O ato moral é constituído de dois aspectos:
1.O normativo – normas ou regras de ação e os imperativos que enunciam o “dever ser”.
2.O fatual – atos humanos enquanto se realizam efetivamente.
7. Desejo e vontade
O desejo não resulta de escolha, por surgir em nós com toda a sua força e exigência de realização.
A vontade consiste no poder de parada que exercemos diante do desejo.
8. Responsabilidade, dever e liberdade Para que um ato seja considerado
moral, deve ser livre, consciente, intencional, mas também solidário.
Responsável é aquele que “responde por seus atos” – a pessoa consciente e livre assume a autoria do seu ato, reconhecendo-o como seu e respondendo pelas consequências dele.
Por ser consciente, livre e responsável, é também obrigatório, cria um dever. O próprio sujeito se impõe a necessidade do cumprimento da norma.
Para sermos realmente livres, devemos ter a possibilidade sempre aberta da transgressão da norma, mesmo daquelas que nós mesmos escolhemos respeitar.
9. A virtude
É o ser capaz de exercer uma atividade em termos de excelência.
A vida moral não se resume a um só ato moral, mas é a repetição do agir moral.
A virtude é a força com a qual nos aplicamos ao dever e o realizamos. É a permanente disposição para querer o bem, o que supõe a coragem de assumir os valores escolhidos e enfrentar os obstáculos que dificultam a ação.