Capitulo-12_Purificação de Produtos Biotecnológicos

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BIOENGENHARIA Capítulo -12 – Purificação de Produtos Biotecnológicos 12.1 – Introdução 12.2 – Definição e Escolha do Processo de Purificação 12.3 – Clarificação 12.4 – Rompimento de Células Microbianas 12.5 – Purificação de Baixa Resolução 12.6 – Purificação de Alta Resolução 12.7 – Tratamentos Finais 12.8 – Exercícios Resolvidos

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BIOENGENHARIA

Capítulo -12 – Purificação de Produtos Biotecnológicos

12.1 – Introdução12.2 – Definição e Escolha do Processo de Purificação12.3 – Clarificação12.4 – Rompimento de Células Microbianas12.5 – Purificação de Baixa Resolução12.6 – Purificação de Alta Resolução12.7 – Tratamentos Finais12.8 – Exercícios Resolvidos

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12.1 – Introdução

A diversidade e crescente importância apresentada pelos produtos biotecnoló- gicos incentivou o desenvolvimento de vários processos de purificação, (ope- rações unitárias), bem como estímulou a introdução de modificações genéticas no desenvolvimento do microorganismo, com o objetivo de aumentar a resolu- ção na purificação, integrando as etapas de desenvolvimento do processo.

Produtos da indústria biotecnológica são altamente diversificados : - Ácidos orgânicos - Antibióticos - Polissacarídeos - Hormônios - Aminoácidos - Peptídeos - Proteínas Suas localizações na célula também variam conforme o produto.

Portanto, não há processos de purificação de aplicação geral.

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O processo de purificação pode ser dividido em 4 etapas principais :

Etapas do Processo Objetivo da Etapa Operações Unitárias

ClarificaçãoSeparação de células e seus fragmentos do meio de cultivo.

- Filtração convencional- Centrifugação- Filtração tangencial- Floculação

Rompimento de CélulasPromover a retirada do produto das células para o meio de cultivo.

- Homogeinização- Moagem em moinho de

bolas- Rompimento químico- Rompimento enzimático

Purificação de Baixa Resolução

Separação da molécula alvo, por exemplo uma proteína, em relação a moléculas com características físico-químicas significativamente diferentes, tais como água, ions, pigmentos, ácidos nucleicos, polissacarídeos e lipídeos).

- Precipitação- Ultrafiltração- Extração em sistemas de

duas fases líquidas.

Purificação de Alta Resolução

Compreende a separação de classes de moléculas com algumas características físico-químicas semelhantes, como por exemplo proteínas.

- Cromatografia de troca iônica

- Cromatografia de afinidade biológica ou química.

- Cromatografia de fase reversa

- Cromatografia de exclusão molecular.

Tratamentos FinaisOperações de acondicionamento final do produto.

- Cristalização- Liofilização- Secagem

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Etap

as d

e um

Pro

cess

o de

Pur

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ção

Etap

as d

e um

Pro

cess

o de

Pur

ifica

ção

Baixa resolução

Alta resolução

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A definição das operações unitárias de um processo de purificação dependedo uso da molécula alvo, suas características físico-químicas, bem como aquelasdas impurezas.

Produtos destinados a usos terapêuticos são, obviamente, os que requeremmaior nível de pureza e, portanto, a complexidade do processo de purificação émaior.

Uma medida dessa complexidade é o custo do processo de purificação emrelação ao custo final do produto, o qual pode chegar a 80%.

Em resumo, pode dizer que o sucesso técnico e econômico do processo está re-lacionado à seleção adequada das técnicas e da ordem de aplicação das mesmas.de forma geral, algumas regras podem ser analisadas para uma abordagem inicial:- Escolha de processos de purificação baseados nas diferenças apresentadas em uma dada propriedade físico-química das moléculas (produto e impurezas);- Remoção das impurezas presentes em maior concentração nas etapas iniciais do processo;- Aplicação de técnicas de alta resolução em relação ao produto, nas etapas finais do processo.

12.2 – Definição e Escolha do Processo de Purificação

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OPERAÇÃO UNITÁRIA CARACTERÍSTICAS DETERMINANTES

CentrifugaçãoDensidade e tamanho das células,Viscosidade do meio.

Filtração convencional Compressibilidade e tamanho das células.

Microfiltração Tamanho das células ou partículas.

Homogeinização Resistência física da parede celular ao gradiente de pressão.

Moinho de bolasResistência física da parede celular à tensão de cisalhamento.

Extração em SDFA precipitação Solubilidade de proteínas.

Cromatografia de troca iônica Mobilidade eletroforética de proteínas.

Ultrafiltração, gel filtração Massa molecular

A determinação da características do produto e das principais impurezas éfundamental no sucesso das operações subsequentes de purificaçãopropriamente dita, uma vez que o fracionamento está baseado nas proprie-dades físico-químicas das moléculas envolvidas :

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Alguns critérios norteiam a escolha das op. unitárias de clarificação e homogeinização :-Grandes volumes de suspensões de leveduras são eficientemente clarificados por centrifugação, enquanto que para volumes moderados de suspensões , uma comparação entre a centrifugação e a filtração tangencial pode ser feita.-Micoorganismos filamentosos, por outro lado, são clarificados através de filtração convencional, devido à reduzida velocidade de sedimentação destes organismos de baixa densidade.

A modificação da estrutura de moléculas é um recurso importante para o aumento do poderde resolução de determinadas operações de purificação e, consequentemente , redução donúmero de etapas envolvidas.- Por exemplo, a introdução de sequências terminais à estrutura da proteína alvo que a enderecem para o espaço periplásmico e implementação destas modificações via em- genharia genética, possibilita a extração apenas das moléculas do espaço periplasmá- tico, o que significa menor contaminação da molécula alvo.- Por exemplo, um peptídeo humano de ação diurética e hipotensiva, de apenas 2 kda, foi modificado pela introdução da sequência relativa a uma proteína natural de E. coli , a tioredoxina de 11.700 kda, e uma sequência de 6 histidinas em seu gene estrutural, constituindo uma molécula de fusão. A primeira modificação teve por objetivo aumentar o nível de produção intracelular do peptídeo e protege-lo da ação de proteases; a segun- da modificação destina-se a tornar a molécula passível de purificação em processo cro- matográfico por afinidade com ions níquel imobilizados na matriz. A molécula foi total- mente purificada unicamente por este processo, aplicado à fase solúvel das células rom- pidas. Após a purificação, foi necessária uma hidrólise efetuada por enzima específica sobre o sítio introduzido para este fim (sítio de clivagem), a fim de se obter o peptídeo somente.

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A adsorção em leito expandido tem sido cada vez mais adotada, pois possibilita aredução do número de etapas, uma vez que a captura de proteínas se dá a partirde meios que contém partículas, procedimento que viabiliza a clarificação de umasuspensão ou de um homogeinizado de células e a purificação da molécula alvoem uma única operação. Além disso, a redução do tempo de processamento dimi-nui a possibilidade de hidrólise da molécula alvo por ação de proteases, normal-mente presentes quando se trata de produtos intracelulares.

É importante comentar que além das caracterizações físico-químicas das moléculas, também devem ser consideradas características inerentes às operações. Por exemplo, na gel filtração ocorre diluição significativa, isto é, a concentração das moléculas nas frações coletadas é menor que a concentração no meio injetado na coluna. Por essa razão, a gel filtração é empregada na última etapa de um processo de purificação, pois do contrá- rio, acarretaria umento do volume do meio a ser tratado ao longo do pro- cesso. Ao final do processo, pode-se empregar a utrafiltração para ajuste da concentração. A cromatografia de troca iônica, ao contrário da gel filtra- ção, promove o aumento da concentração das moléculas.

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12.3 – ClarificaçãoA separação de células suspensas de um meio de cultivo é frequentemente aprimeira operação unitária de purificação. O meio resultante, isento de células,é denominado clarificado ou filtrado.

As operações unitárias, nesta primeira etapa após o processo de fermentação,podem ser :

-Decantação-Filtração Convencional-Filtração Tangencial-Centrifugação

A figura abaixo ilustra a faixa de dimensão de partícula e a operação unitária :

Classificação de operações unitárias de clarificação em função das dimensões de células microbianas

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12.3.1 - Decantação

Processo de separação sólido-líquido que tem como força propulsora a ação da gravidade sobre as partículas sólidas.

A velocidade de ascensão do líquido (e de decantação das partículas sólidas) é a principal variável e é afetada por : ρL e ρS ; μ(T) ; dp e φp Concentração de sólidos em suspensão (Lei de Stokes, Velocidade Terminal)

EntradaSuspensãoSólidos

SaídaClarificado

SaídaLamaRastelo

MedidorDensidade

BombaVelocidadeVariável

MecanismoDe Elevação Torque

QA , CA

QL , CL

QB, CB

QCzonalimite

VL

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Dimensionamento Básico de Decantadores ( Área )- Método pela Velocidade de Ascensão

Considera a velocidade de ascensão e concentração em todas as interfaces das zonas de clarificação,garantindo que a mínima velocidade de ascensão do líquido não provoque o arrastamento de partículassólidas (máx. área).

Fluxo de Líquido na Zona Limite (interface) QC = QA – QB

VL = QA - QB S = QA - QB

S VL

Fluxo Mássico de Sólidos em Regime Contínuo

QA . CA = QB . CB QB = QA . CA CB

VL Conhecido e tabelado pelo histórico de operação em instalações existentes.

S = QA . ( 1 - CA ) VL CB

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12.3.2 - Filtração

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Filtro Rotativoa Vácuo

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12.3.3 - Centrifugação

Na filtração, o objetivo é a obtenção do meio clarificado, enquanto que nacentrifugação, além deste adiciona-se o objetivo de obter uma massa decélulas de forma que proporcione a recuperação e o reciclo destas célu-las recuperadas para os fermentadores.

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Quando as células ou o caldo fermentadodevem voltar ao biorreator, pode-se usarcentrífugas esterilizáveis por vapor.

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Fc deve ser mencionado na caracterização de uma centrifugação juntamente com o tempo adotado para se obter determinado grau de clarificação.

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12.4 – Rompimento de Células Microbianas

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Biomolécula Alvo

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12.4.1 - Rompimento Mecânico

Muito utilizados industrialmente.

Dois equipamentos predominantes : - Homogeinizador - Moinho de bolas

O tamanho e aaforma das células, assim a estrutura da parede celular, são fatores determinantes para o tipo de processo a ser utilizado.

- Os homogeinizadores são, basicamente, constituídos de pistões projetados para aplicar altas pressões à suspensão celular, forçando sua passagem através de um orifício estreito seguida de colisão contra uma superfície em uma câmara de baixa pressão.

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12.4.2 - Rompimento Não-Mecânico

1) Choque Osmótico

Não ocorre rompimento total das células;

Pode propiciar a permeabilização seletiva;

As células são mantidas por 30 minutos em meio com concentração de sacarose de ~20% (m/v), separadas por centrifugação e ressuspensas em água destilada a 4ºC.

Mais indicado para bactérias Gram-negativas, pois possuem parede celular mais sensível que as Gram-positivas.

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Rompimento total e permeabilização seletiva

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2. Congelamento-Descongelamento

As células passam por repetidos ciclos de congelamento e descongelamento, formando-se cristais de gelo que podem perfurar a célula e provocar seu total rompimento ou lesioná-la formando poros permeáveis à biomolécula-alvo.

Fatores que mais influenciam: ◦ tipo e idade da célula; ◦ Temperatura◦ Velocidades dos ciclos de congelamento e descongelamento;

Método de difícil implantação em grande escala

Enzimas sensíveis ao congelamento podem ser inativadas

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3. Termólise (Aquecimento)

Consiste no aquecimento da suspensão celular em banho termostatizado, com injeção direta de vapor, tambor rotativo ou em spray-drier.

Sãos os mais utilizados para rompimento em larga escala devido à sua simplicidade;

Principalmente utilizados para algas, fungos filamentosos, leveduras e bactérias destinadas à produção de proteína microbiana;

Apresenta a vantagem de gerar fragmentos celulares com maiores dimensões e, portanto, de mais fácil remoção por filtração ou centrifugação.

Rompimento total de células de uma suspensão de E. coli (bactéria Gram-negativa), ocorre com aquecimento a 90 ºC por 15 minutos com liberação de enzimas intracelulares

Uma suspensão de Bacilus megaterium nas mesmas condições proporciona o rompimento de menos da metade das células (bactéria Gram-positiva- camada mais espessa de peptideoglicano)

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12.4.3 - Rompimento Químico

1. ÁlcalisAdequado quando a molécula-alvo é estável em pH maior que 11Método simples e de baixo custo;Ocasiona geração de poluentes;

2. DetergentesSão capazes de dissociar proteínas e lipoproteínas das paredes celulares, provocando a formação de poros e liberar a molécula-alvo;A célula pode ser totalmente rompida;Ex.: lauril sulfato de sódio, Triton, etc. Formação de espuma e desnaturação e/ou precipitação de proteínas

3. SolventesConsiste na desidratação das células, sendo os solventes mais utilizados o etanol, metanol, tolueno e acetona;Adequado para biomoléculas que não sejam desnaturadas na presença do solvente empregado;

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12.4.4 - Rompimento Enzimático

Lise enzimática:

Mecanismo de rompimento: membrana citoplasmática é rompida pela pressão osmótica interna, após a parede celular, ou parte dela, ser removida por ação das enzimas, permitindo que o conteúdo intracelular seja liberado.

Adequado para recuperação de biomoléculas sensíveis ao rompimento mecânico, temperatura, tensão de cisalhamento e elevadas pressões.

Fatores a ser considerados: presença de inibidores, possibilidade de reciclo da enzima.

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Sistema enzimático deve ser adequado para cada tipo de microrganismo:

◦ Leveduras: glucanases, proteases e mananases, as quais hidrolisam componentes específicos da parede, como glucanas, proteínas e mananas.

◦ Bactérias Gram-negativas: enzimas que ajam sobre as ligações covalentes da estrutura do peptideoglicano

Parede Celular Bacteriana Peptideoglicano

Ex.: lisozima, catalisa ahidrólise das ligações

glicosídicas do peptideoglicano, mais

eficiente no rompimentos de bactérias Gram positivas.

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Preservação da Biomolécula-alvo

Adição de inibidores de proteases (para diminuir o efeito da degradação de proteínas);

Adição de agentes redutores (para evitar a oxidação dos sítios ativos das enzimas após o rompimento);

Adição de nucleases ou proteases podem melhorar as características do meio, desde que não destruam a molécula de interesse;

Alteração de pH pode melhorar a viscosidade do meio.

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12.5 – Purificação de Baixa Resolução

Concentração e/ou Purificação de Baixa Resolução consiste na separação da molécula alvo, por exemplo uma proteína, em relação a moléculas com características físico-químicas significativamente diferentes, tais como água, ions, pigmentos, ácidos nucleicos, polissacarídeos e lipídeos).

As principais operações unitárias envolvidas neste processo são :

-Precipitação

-Ultrafiltração (filtração por membranas)

-Extração em sistemas de duas fases líquidas.

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12.5.1 – Precipitação da Molécula Alvo

Uma perturbação , química ou física, em uma solução protéica causa a formação de partículas insolúveis de proteína, recuperadas posteriormente por uma operação de separação sólido-líquido

Precipitação :Sem elevada capacidade de separação de diferentes proteínas

Método de moderado poder de purificação

Precede processos de elevada resolução : cromatografia

Método agressivo

Proteínas precipitadas têm sua estrutura tridimensional modificada Função bioquímica depende da estrutura desta estrutura (enzima)

Portanto, só é viável quando a adequada conformação da proteína é recuperada após a precipitação

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Os meios que contêm a proteína a ser purificada apresentam, em geral misturas de diferentes biomoléculas e as precipitações devem ser conduzidas em duas ou mais etapas :

Primeira etapa → remoção de proteínas indesejáveis menos solúveis

Seguintes etapas → precipitação de um ou mais biomolécula alvo

Ppt simples, em um único estágio → concentração

Ppt fracionada → largamente utilizada industrialmente para a purificação

Inconvenientes :

•Pouca reprodutibilidade dos resultados obtidos em laboratório•Redução da eficiência observada com o aumento da escala

- O sobrenadante de uma precipitação fracionada é o material inicia para o próximo fracionamento e podem ocorrer mudanças conformacionais e perdas.- Principal variável é a concentração de precipitante. Porém, pH, temperatura, força iônica e concentração de proteínas também podem ser usadas como variáveis.

Precipitação Fracionada

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Em soluções aquosas a precipitação pode ocorrer por :

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Precipitante Princípio Vantagens Desvantagens Sais neutros

(Salting-out)Interações hidrofóbicas pela

redução da camada de hidratação da proteína

- Uso universal - Corrosivo

- Baixo custo - Liberação de amônia em pH alcalino

Polímeros não-iônicos Exclusão da proteína da fase aquosa reduzindo a quantidade de água disponível para a solvatação da

proteína

- Uso de pequenas quantidades de precipitante

- Aumento da viscosidade

Calor interações hidrofóbicas e interferência das moléculas de água

nas ligações de hidrogênio,

- Baixo custo - Risco de desnaturação- Simples

Polieletró-litos Ligação com a molécula de proteína atuando como agente floculante

- Uso de pequenas quantidades de precipitante

- Risco de desnaturação

Precipitação isoelétrica Neutralização da carga global da proteína pela alteração do pH do

meio

- Uso de pequenas quantidades de precipitante

- Risco de desnaturação

Sais metálicos Formação de complexos - Uso de pequenas quantidades de precipitante

- Risco de desnaturação

Solventes orgânicos Redução da constante dielétrica do meio aumentando as interações eletrostáticas intermoleculares

- Facilidade de reciclagem - Risco de desnaturação de proteínas

- Facilidade na remoção do precipitado

- Inflamável e explosivo

Precipitantes e princípios :

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Estrutura das ProteínasEstrutura das ProteínasConstituição

◦ Aminoácidos (aa) com elevada massa molar (> 6000Da); dos quase 200 aa conhecidos, apenas 20 constituem as proteínas.

◦ Os 20 aa das proteínas se diferenciam pela cadeia lateral R, que determina o caráter ácido ou básico do aa em solução.

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Estrutura das Proteínas

Estrutura primária: refere-se à seqüência dos aminoácidos na cadeia linear peptídica.

Estrutura secundária: refere-se ao grau de ordenação espacial da cadeia polipeptídica. São estruturas helicoidais ou folhas pregueadas.

Estrutura terciária: refere-se ao arranjo espacial obtido pelas dobraduras e enrolamentos da estrutura secundária. Envolve a otimização de várias interações (hidrofóbicas, eletrostáticas e de van der Waals) e pontes de hidrogênio entre vários grupos na estrutura da proteína.

As estruturas secundária e terciária conferem à proteína a sua estrutura tridimensional.

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Estrutura das Estrutura das ProteínasProteínas

Estrutura quaternária: envolve a associação de subunidades terciárias de proteínas. Para sua estabilização concorrem ligações iônicas, pontes de hidrogênio, forças de van der Waals, pontes bissulfeto e interações hidrofóbicas.

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Solubilidade de Proteínas

Região Hidrofóbica

(Apolar) Regiões Hidrofílicas(Polares)

Determina sua solubilidade

Além dos aa, íons ferro e cobre, oligossacarídeos e lipídeos conferem diferentes solubilidades às proteínas.

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Solubilidade: resultado global das interações atrativas e repulsivas entre moléculas do solvente e soluto;

É favorecida quando há interações repulsivas entre moléculas de soluto e atrativas entre moléculas do soluto e solvente;

Interações entre soluto e solvente são não covalentes => interações eletrostáticas e forças de Van der Waals;

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pH: grande influência => altera o grau de dissociação dos grupamentos;

◦Carga total zero leva ao da agregação devido à repulsão => perfis de solubilidade em diferentes valores de pH

O ponto de solubilidade mínima é igual ou próximo ao ponto isoelétrico (pI), que corresponde ao valor de pH no qual a proteína possui carga global igual a zero.

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pH e distribuição de cargas:

pI

- - + +

De modo geral, o solvente é aquoso, e, alterando-se as propriedades do meio por mudanças na força iônica e no pH, por adição de solventes orgânicos miscíveis e polímeros orgânicos, altera-se a solubilidade das proteínas.

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DesnaturaçãoDesnaturação X X PrecipitaçãoPrecipitaçãoA desnaturação compreende a destruição da

estrutura terciária de uma molécula de proteína e a formação de cadeias polipeptídicas ao acaso.- as variáveis pH, temperatura e solventes orgânicos, dependendo dos valores, causam desnaturação das proteínas.

A precipitação compreende a modificação da estrutura tridimensional da molécula de proteína.- as mesmas variáveis, dependendo dos valores, causam precipitação das proteínas.

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A precipitação deve permitir que a conformação adequada da proteína seja recuperada, para que a mesma possa “exercer” sua função bioquímica após o processo.

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Precipitação por saisPrecipitação por saisNeutralização das cargas superficiais com redução da camada de hidrataçãoSalting-out: adição de sais que promovem o aprisionamento de moléculas de água que tornam-se escassas e o consequente consumo das moléculas de água nas regiões hidrofóbicas, que expostas interagem e se agregam.Os sais mais adequados são aqueles

que apresentam elevada solubilidade, ex.: citrato de sódio, sulfato de sódio e sulfato de amônio.

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◦ Salting-in: redução na concentração de sais induz interações iônicas e agregação entre moléculas de proteína.

Método mais comumente usado para separação de proteínas é o da adição de sais neutros (salting out)

Globulinas se precipitam sob força iônica baixa

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Precipitação por solventes A solubilidade das proteínas varia com a distribuição

dos resíduos hidrofílicos e hidrofóbicos na superfície da molécula;

Álcoois de cadeia inferior, acetona, éteres e outros: precipitantes;

Deve ser miscível em água, não reagir diretamente com as moléculas e ser bom precipitante;

Mais usados: metanol, etanol e acetona;

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Mecanismo da Precipitação por Solventes

Agregação de proteínas por interações eletrostáticas entre superfícies com cargas de sinal oposto em meio aquoso contendo solvente orgânico.

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Variáveis que afetam o processo◦Temperatura: 20 – 30 ºC estimulam a

desnaturação < 0º C podem garantir que não haja desnaturação

adição do solvente temperatura => deve ser lenta e sob refrigeração

◦pH: próximo ao pI favorece a precipitação

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Precipitação por polímeros PEG (polietilenoglicol), polímero de alta massa molar,

neutro e miscível em água, disponível em diversos graus de polimerização;◦ Em geral, proporções de polímero (15 a 30%);◦ 4000 g/mol ou mais são os mais eficientes◦ Mecanismo: exclusão da proteína do meio aquoso;◦ Concentração depende do tamanho da molécula a

ser precipitada e da massa molar do polímero, sendo inversamente proporcional à concentração da proteína;

◦ Remoção do polímero: ultrafiltração, adição de etanol, separação pela formação de duas fases aquosas pela adição de sais.

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Polieletrólitos: polímeros iônicos solúveis em água; usados devido ao baixo custo e pouca concentração residual;◦ Policátion polietilenoimina e poliânion ácido poliacrílico,

utilizados para precipitar ácidos nucléicos e proteínas.◦ Mecanismo: Ocorre a agregação à proteína (floculação)

ou eletrostático (neutralização de cargas); a proteína e o polieletrólito devem ter cargas opostas , por isso, deve-se operar longe do ponto isoelétrico da proteína.

Precipitação pela temperatura Mecanismo:1) diminuição: redução na solubilidade; 2) aumento: desnaturação => exposição de grupos hidrofóbicos que interagem e formam complexos insolúveis;

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Precipitação isoelétricaResulta da atração eletrostática das proteínas

quando estas estão próximas a seu pI;Método bastante simples: ajuste do pH

◦ Próximo ao pI a repulsão eletrostática é mínima => precipitação isoelétrica, por interação entre as zonas hidrofóbicas;

Vantagem: baixo custoDesvantagem: possibilidade desnaturação Obs.: Método útil para precipitar proteínas

indesejáveis e otimizar outros tipos de precipitação;

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12.5.2 – Separação por Membranas

Os processos mais empregados para purificação de bioprodutos são os que utilizam a diferença de pressão como força motriz;

Em razão da natureza e do tipo de solutos e da presença ou não de partículas em suspensão, existem diferentes membranas com diferentes tamanhos e distribuição de poros caracterizando 4 principais processos:

◦ Microfiltração;◦ Ultrafiltração;◦ Nanofiltração.◦ Osmove inversa.

A membrana atua como uma barreira seletiva permitindo a passagem de determinados componentes enquanto impede a passagem de outros.

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Vantagens da Separação por Membranas

Economia de Energia :Os PSM, em sua grande maioria, promovem a separação sem que ocorra mudança de fase.

Seletividade :Em algumas aplicações estes processos se apresentam como a única alternativa técnica de separação.

Separação de Compostos Termolábeis :São operados à temperatura ambiente, podendo ser aplicados no fracionamento de misturas envolvendo substâncias termossensíveis amplamente empregados na indústria farmacêutica e de alimentos.

Simplicidade de Operação e Escalonamento :São simples do ponto de vista operacional e em termos de escalonamento(scaleup)..Os sistemas são modulares e os dados para o dimensionamento de uma planta podem ser obtidos a partir de equipamentos pilotos operando com módulos de membrana de mesma dimensão daqueles utilizadosi ndustrialmente. Além disso, a operação dos equipamentos com membranas é simplese nãoi ntensiva em mão-de-obra.

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Classificação dos Sistemas :

FORÇA MOTRIZ : - Concentração - Pressão - Potencial Elétrico - Temperatura

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Principais características dos processos que utilizam diferença de pressão como força motriz :

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Faixas de tamanho de poros das membranas

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Microfiltração É similar a uma filtração clássica que utiliza membranas

sintéticas como barreira seletivaEmprega membranas microporosas, isotrópicas ou

anisotrópicas, com tamanho de poros entre 0,05 a 5 mmÉ empregada para reter partículas em suspensão, tanto no

ar quanto em misturas aquosasSão membranas totalmente permeáveis aos compostos

solúveis, independentemente do valor de suas massas molares

Aplicação: filtração estéril, tanto de líquidos (mosto) quanto de gases (ar).

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Ultrafiltração Emprega membranas microporosas anisotrópicas, com

diâmetros de poros entre 1 e 500 nm.

Capaz de reter macromoléculas em solução, e permeável a todos os solutos de baixa massa molar

O limite de retenção de uma membrana de ultrafiltração é definido como o valor da massa molar de uma macromolécula rejeitada em 95% pela membrana

Aplicações :-Utilizada na purificação quanto na concentração de proteínas e enzimas-Indústria alimentícia–pré concentração do leite e recuperação de proteínas do

soro do queijo,-Indústria automobilística e têxtil– recuperação de pigmentos para reciclo da

água

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Nanofiltração

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Osmose Inversa Utiliza membranas anisotrópicas densas, portanto, são

permeáveis apenas ao solvente, em geral, água, retendo, praticamente, todas as moléculas solúveis e materiais em suspensão;

Alta pressão faz a água atravessar a membrana no sentido da solução mais concentrada para a menos concentrada.

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Osmose Inversa

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Diafiltração

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12.5.3 – Separação por Extração Líquido-Líquido

• Utilizada na purificação de antibióticos e ácidos orgânicos;

• Consiste na separação da molécula-alvo e impurezas baseada em suas diferentes solubilidades nas fases líquidas

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Vantagens

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Sistemas de duas fases aquosas são formados pela reunião de determinados polímeros, polieletrólitos, ou polímeros em combinação com solutos de baixa massa molar formando quatro grupos de combinações :

◦ 2 polímeros não-iônicos.◦ Polieletrólito e um polímero não-iônico;◦ 2 polieletrólitos ◦ Polímero não-iônico e um composto de baixa massa

molecular

Extração em sistemas de duas fases aquosas

Sistemas formados por polietilenoglicol e um sal são intensamente empregados por apresentarem rápida separação das fases, baixo custo e elevada seletividade na separação de moléculas com base na solubilidade

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Extração em sistemas de duas fases aquosas

Duas soluções aquosas imiscíveis; Molécula-alvo P apresenta maior solubilidade na fase de topo em relação à fase de fundo;

Maior grau de pureza da molécula-alvo se os contaminantes apresentarem solubilidade maior na fase de fundo

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Diagrama de Equilíbrio em sistemas de Diagrama de Equilíbrio em sistemas de duas fases aquosas (SDFA)duas fases aquosas (SDFA)Curva de equilíbrio de um sistema PEG/fosfatoCurva de equilíbrio de um sistema PEG/fosfato

Reta TMB: linha de amarração (“tie-line”)

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Curvas de equilíbrio do sistema PEG/fosfato Curvas de equilíbrio do sistema PEG/fosfato de potássio em função dos parâmetros de potássio em função dos parâmetros massa molecular e pH do meiomassa molecular e pH do meio

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Coeficiente de Partição (K)

Grandeza adimensional que representa a relação entre as concentrações da molécula de interesse na fase de topo e na fase de fundo no equilíbrio:

K= CTi

CFi

CTi = Concentração de soluto i na fase de topo (g/L); CFi= Concentração de soluto i na fase de fundo (g/L);

Utilizado para avaliação da extensão das separações nos sistemas de duas fases aquosas;Ocorrência de purificação: coeficientes distintos para a molécula de interesse e para as demais moléculas.

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Fatores que influenciam no coeficiente de partição K

Interações hidrofóbicasCargas superficiais / pHDiferença de potencial elétrico entre as

fasesEfeito de salting-out da fase salinaDiferenças de viscosidadeDiferenças de densidadeDiagramas de fases (ex.: concentração de

PEG e sal)Massa molecular da biomolécula

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12.6 – Purificação de Alta Resolução

Concentração e/ou Purificação de Alta Resolução consiste na separação da molécula alvo, em relação a moléculas com algumas características físico-químicas semelhantes, tais como algumas proteínas.

As principais operações unitárias envolvidas neste processo são :

-Cromatografia de exclusão molecular

-Cromatografia de troca-iônica

-Cromatografia de interação hidrofóbica

- Cromatografia de afinidade

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Cromatografia

Princípio Geral:

Retenção e Liberação da molécula-alvo.

A matriz sólida é capaz de reter a molécula por um determinado período de tempo (tempo de retenção),

normalmente por processo de adsorção.

Eluição do fluido e consequente separação da molécula-alvo.

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Cromatografia

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CromatografiaCromatografia

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Cromatografia de exclusão Cromatografia de exclusão molecularmolecular

Processo:

Os solutos de um meio líquido (proteínas, peptídeos, anticorpos) são adsorvidos ou retidos em um leito de material poroso;

As moléculas sofrem partição em virtude das diferenças no tamanho das espécies entre um solvente (fase móvel) e uma fase estacionária de porosidade definida;

A posterior remoção gradual dos solutos por ação de uma fase líquida móvel (eluente), resulta na separação das diferentes moléculas

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Cromatografia de exclusão molecular

A ordem de recuperação seletiva das moléculas no fluxo eluente tem início com as maiores moléculas, prosseguindo em direção às menores.

Separação por tamanho das moléculas

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Cromatografia de exclusão molecular

Eluição de uma mistura de três proteínas de massas moleculares diferentes em uma coluna de permeação em gel, com a formação de faixas distintas à medida que a amostra permeia a coluna

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Cromatografia de exclusão molecular

Aplicações:

◦Dessalinização

◦Determinação de massas moleculares

◦Determinação de tamanho de poros

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Baseia-se na afinidade que componentes de uma amostra tem com os sítios iônicos em uma matriz sólida, ou seja, existe uma competição entre íons de interesse e contaminantes pelos grupos carregados da matriz ou da fase estacionária.

As resinas empregadas apresentam elevada capacidade de adsorção de proteínas

A fase estacionária, eletricamente carregada, tem a capacidade de reter solutos que estão na fase móvel e apresentam cargas de sinais opostos

Controle de pH e força iônica

Cromatografia de troca-iônica

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Matrizes de troca-iônica:

Trocadores aniônicos: contém grupos positivamente carregados e adsorvem proteínas com carga líquida negativa

Trocadores catiônicos: contém grupos negativamente carregados e adsorvem proteínas com carga líquida positiva

Após serem adsorvidos à matriz, os solutos podem ser eluídos por deslocamento com outros íons, com a mesma carga da proteína adsorvida, porém com maior força de interação com a fase estacionária.

Cromatografia de troca-iônica

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Princípio básico da cromatografia de troca iônica

Cromatografia de troca-iônicaCromatografia de troca-iônica

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Cromatografia de interação hidrofóbica

Baseia-se na retenção das moléculas pela interação da sua região hidrofóbica com a matriz

A proteína é colocada em meio com elevada concentração de sal (expõe a região hidrofóbica, aumentando a interação com a matriz)

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Cromatografia de interação hidrofóbica

Molécula de proteína Molécula de proteína

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Cromatografia de interação hidrofóbica

Modelos de adsorçãoModelos de adsorção

a: modelo uniponto; b e c: adsorção uniponto; d: forças hidrofóbicas de intensidades diferentes em razão das irregularidades na superfície da matriz.

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Técnica de separação altamente específica que depende das interações entre os pares de materiais biológico: enzima-substrato, enzima-inibidor, antígeno-anticorpo.

O ligante é imobilizado em uma matriz porosa

Cromatografia de Afinidade

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Cromatografia de Afinidade

Alta especificidade

Separação de formas ativas de formas desnaturadas

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Cromatografia de Afinidade

Alta especificidadeAlta especificidade

Separação de formas nativas de formas Separação de formas nativas de formas desnaturadasdesnaturadas

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O complexo formado entre o ligante e a proteína tem que O complexo formado entre o ligante e a proteína tem que ser reversível;ser reversível;

A proteína é eluída e o ligante regenerado.A proteína é eluída e o ligante regenerado.

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Cromatografia – Ampliação Cromatografia – Ampliação de Escalade Escala

Critérios:

Manter os mesmos graus de pureza, rendimento, atividade biológica e, se possível, rendimento, alcançados em escala de bancada;

Purificação de miligramas a gramas de produto;

Principal característica: aumento do diâmetro da coluna e a manutenção constante da altura do leito cromatográfico, exceto para exclusão molecular (ainda deve ser aumentado em 10 % a altura do leito);

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Parâmetros que devem ser mantidos constantes: Volume da fase estacionária; Grau de empacotamento; Altura do leito cromatográfico; Velocidade linear de alimentação (vazão volumétrica dividida

pela área de corte transversal da coluna).

Parâmetros que devem ter o valor aumentado: Diâmetro da coluna; Fluxo volumétrico; Volume de amostra

Cromatografia – Ampliação de Escala

Colunas industriais• Altura de leito em torno de 30 cm e diâmetro da ordem de 1 m.• Maiores volumes de colunas da ordem de 700 a 2000 L (ex.:

purificação do soro de queijo)

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Cromatografia – Ampliação de Escala

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12.7 – Tratamentos Finais

Operações para acondicionamento final do produto

-Liofilização

-Cristalização

-Secagem

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