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Capítulo 13 Avaliação Neuromotora em Pré-Escolares Tereza Cristina Carbonari de Faria * , Sílvia Regina M. S. Boschi, Janaína P. de Souza, Érica Mie Okumura Resumo: O objetivo desta pesquisa foi avaliar e comparar o de- senvolvimento psicomotor em crian¸cas de 3 a 6 anos, de uma escola particular e de uma p´ ublica. Foram avaliadas 80 crian¸cas, 40 em cada institui¸c˜ao, por meio de um protocolo de avalia¸c˜ ao baseado no exame neurol´ogico evolutivo de Lef` evre (1975). Este protocolo avaliou equil´ ıbrio,coordena¸c˜ao,persistˆ encia motora e sensibilidade. Nos resultados observou-se diferen¸ca entre as escolas, sendo que a particular obteve uma pontua¸c˜ ao maior do que a p´ ublica, tanto no equil´ ıbrio dinˆamico, quanto na coordena¸c˜ ao apendicular. Por´ em, tais diferen¸cas n˜ao apontam d´ eficits no desenvolvimento psicomo- tor. Palavras-chave: Psicomotricidade, Crian¸cas, Coordena¸ c˜ao,Equi- ıbrio. Abstract: This research aimed at assessing the psychomotor deve- lopment in children from 3 to 6 year old, of a private and a public elementary schools. A total of 80 children were evaluated, 40 of each institution. An assessment protocol based on the neurological evolutional protocol of Lef` evre (1975) was applied to all subjects. It analyzes balance, motor persistence, coordination and sensibility. Results showed differences between the schools. The private school obtained a better score. The most significant differences were in the dynamic balance and in limbs coordination. However, such diffe- rences do not show impairments in the psychomotor development in those children. Keywords: Psychomotor, Children, Coordination, Balance. * Autor para contato: [email protected] Castilho-Weinert & Forti-Bellani (Eds.), Fisioterapia em Neuropediatria (2011) ISBN 978-85-64619-01-2

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Capítulo 13

Avaliação Neuromotora em Pré-Escolares

Tereza Cristina Carbonari de Faria∗, Sílvia Regina M. S. Boschi,Janaína P. de Souza, Érica Mie Okumura

Resumo: O objetivo desta pesquisa foi avaliar e comparar o de-senvolvimento psicomotor em criancas de 3 a 6 anos, de uma escolaparticular e de uma publica. Foram avaliadas 80 criancas, 40 emcada instituicao, por meio de um protocolo de avaliacao baseadono exame neurologico evolutivo de Lefevre (1975). Este protocoloavaliou equilıbrio, coordenacao, persistencia motora e sensibilidade.Nos resultados observou-se diferenca entre as escolas, sendo que aparticular obteve uma pontuacao maior do que a publica, tanto noequilıbrio dinamico, quanto na coordenacao apendicular. Porem,tais diferencas nao apontam deficits no desenvolvimento psicomo-tor.

Palavras-chave: Psicomotricidade, Criancas, Coordenacao, Equi-lıbrio.

Abstract: This research aimed at assessing the psychomotor deve-lopment in children from 3 to 6 year old, of a private and a publicelementary schools. A total of 80 children were evaluated, 40 ofeach institution. An assessment protocol based on the neurologicalevolutional protocol of Lefevre (1975) was applied to all subjects. Itanalyzes balance, motor persistence, coordination and sensibility.Results showed differences between the schools. The private schoolobtained a better score. The most significant differences were in thedynamic balance and in limbs coordination. However, such diffe-rences do not show impairments in the psychomotor developmentin those children.

Keywords: Psychomotor, Children, Coordination, Balance.

∗Autor para contato: [email protected]

Castilho-Weinert & Forti-Bellani (Eds.), Fisioterapia em Neuropediatria (2011) ISBN 978-85-64619-01-2

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1. Introdução

O desenvolvimento motor e a contınua alteracao no comportamento motorao longo do ciclo da vida, proporcionada pela interacao entre as necessida-des da tarefa, a biologia do indivıduo e as condicoes do ambiente (Gallahue& Ozmun, 2005).

Os padroes do desenvolvimento expandem-se desde o inıcio, no indivı-duo normal em crescimento, como uma unidade perfeitamente integrada.Ao mesmo tempo normas parciais crescem no interior do padrao total e, porum processo de individualizacao, adquire-se posteriormente varios graus deindependencia (Diament & Cypel, 1996).

A intensa etapa de mudancas no perıodo da infancia e uma caracte-rıstica inerente ao ser humano. A crianca reflete o dinamismo do seu pro-cesso maturacional, expressando seu desenvolvimento por atos motores oucomportamentos sucessivamente mais complexos, seguindo uma sequenciaprogressiva de estruturacao do sistema nervoso (Caon & Ries, 2003).

Este processo de alteracao no comportamento motor, o qual esta re-lacionado com a idade, ocorre tanto na postura quanto no movimento dacrianca. Quando a crianca nasce, o seu Sistema Nervoso Central (SNC)ainda nao esta completamente desenvolvido. Ela percebe o mundo pelossentidos e age sobre ele, criando uma interacao que se modifica no decorrerdo seu desenvolvimento. Deste modo, por meio de sua relacao com o meio,o SNC se mantem em constante evolucao, em um processo de aprendizagemque permite sua adaptacao ao meio em que vive.

Um bom desenvolvimento motor repercute na vida futura da crianca,nos aspectos sociais, intelectuais e culturais. Assim, uma dificuldade mo-tora faz com que a crianca se refugie do meio que nao domina, deixandode realizar ou realizando com pouca frequencia determinadas atividades(Diament & Cypel, 1996).

Do ponto de vista neuropsicossensorial e motor, o desenvolvimento dacrianca, depende do processo de maturacao do SNC, principalmente noprimeiro ano de vida (Olhweiler et al., 2005).

No perıodo de 3 a 6 anos de idade a crianca adquire movimentos maiscontrolados e coordenados, consegue se movimentar com certa habilidadedando ritmo a coordenacao de braco e perna, e, uma das principais carac-terısticas e a espontaneidade e a naturalidade de seus gestos motores (LeBoulch, 2001).

O aprendizado do movimento esta envolvido em todas as atividadesmotoras (correr, saltar, rolar, saltitar, entre outras) e capacidades fısicas(forca, resistencia, velocidade). O enfoque deste aprendizado e o desenvol-vimento motor (Mattos & Neira, 2000; Freire, 2001; Rodrigues & Amadeu,2002).

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A motivacao na realizacao desta pesquisa foi o interesse pela compre-ensao dos fatores que afetam o desenvolvimento psicomotor em criancasque estao inseridas em diferentes contextos de vida.

Este trabalho teve como objetivos principais avaliar e comparar o de-senvolvimento psicomotor em criancas de 3 a 6 anos inseridas numa unidadede educacao pre-escolar (educacao particular) e criancas da mesma idadeinseridas num programa institucional (creche – educacao publica). Comoobjetivos especıficos, o equilıbrio estatico, o equilıbrio dinamico, a coorde-nacao apendicular, a persistencia motora, a sensibilidade e a coordenacaotronco-membros, foram avaliados. Os dados obtidos nas avaliacoes foramanalisados e comparados.

2. Fundamentação Teórica

2.1 Desenvolvimento NeuropsicomotorO desenvolvimento motor e fundamental, considerando que a crianca de-senvolve sua linguagem e cognicao no intercambio com o ambiente, pelaexploracao ativa, por meio da manipulacao dos objetos, pela repeticao dasacoes, pelo domınio do proprio corpo e pelas relacoes que estabelece noambiente (Amaral et al., 2005).

O desenvolvimento da crianca do ponto de vista neuropsicomotor de-pende do processo de maturacao do SNC (Olhweiler et al., 2005). A ma-turacao cerebral promove melhora nas funcoes motoras. Este desenvolvi-mento esta intimamente ligado as estimulacoes que a crianca recebe domeio ambiente em que esta inserida. Assim, o ritmo proprio de cada cri-anca pode variar conforme a qualidade das estimulacoes propiciadas pelosmeios sociais em que ela cresce (Bobbio et al., 2006).

O ambiente e uma importante fonte de informacoes com as quais ascriancas podem aprender a apreciar as experiencias de aprendizagem domovimento (Castanho & Assis, 2004). As fases evolutivas devem ser res-peitadas, evitando ensinar a crianca qualquer atividade antes que ela possaestar madura para aprender (Martins & Moser, 1996).

As capacidades fısicas estao relacionadas com a forma que as criancasutilizam seu proprio corpo, na expressao de suas emocoes e na locomocaode modo seguro, reconhecendo suas potencialidades corporais (Brandao,2006).

Erckert (1993) e Rodrigues (2003) propoem um resumo sobre o desen-volvimento das habilidades motoras das criancas de 3 a 6 anos, descrevendoas mudancas que ocorrem de um ano para o outro nas diferentes habilida-des, como se segue:

Andar: aos 3 anos a crianca e capaz de andar para tras e andar nas pontasdos pes, dos 3 aos 4 anos possui um andar mais coordenado, dos 4aos 5 anos possui um andar firme e dos 5 aos 6 anos adquire maiorvelocidade;

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Correr: aos 3 anos corre sem controle adequado e tocando o pe por inteirono chao, dos 3 aos 4 anos tem um melhor controle e consegue corrersobre a ponta dos pes, dos 4 aos 5 anos a passada e um pouco maior,possui mais forca e e bem controlada, e dos 5 aos 6 anos e capaz decorrer de modo eficiente nos jogos;

Pular com um dos pes, galopar e saltitar: aos 3 anos consegueequilibrar-se em um dos pes e saltar para o alto, dos 3 aos 4 anossalta com os dois pes de forma consecutiva, dos 4 aos 5 anos possuiritmo no seu galope e dos 5 aos 6 anos salta mais de dez vezescom um pe, possui melhor habilidade no galopar e saltita de formaalternada;

Subir escadas: aos 3 anos sobe escadas e desce sozinha e sem alternanciados membros inferiores, dos 3 aos 4 anos alterna os pes na subida, e,com ajuda, na descida. Dos 4 aos 5 anos sobe e desce bem escadas edos 5 aos 6 anos sobe e desce escada de mao sozinha, alternando ospes e dando ritmo ao movimento;

Pular: aos 3 anos o salto e o alcance sao efetuados de forma rudimentar,dos 3 aos 4 anos pula corda mais baixa que 2 cm e utiliza os bracoscomo estabilizadores, dos 4 aos 5 anos ha um aumento na distanciae na altura do salto e utiliza os bracos para ampliar a acao de formamais eficiente, e dos 5 aos 6 anos ha um aumento contınuo relacionadoa distancia e altura dos saltos;

Chutar: aos 3 anos consegue fazer contato com a bola enquanto anda, dos3 aos 4 anos faz contato com a bola de forma direta pela frente, dos4 aos 5 anos faz maior lancamento para tras e ajusta-se a bola e dos5 aos 6 anos apresenta melhor coordenacao na execucao do chute;

Arremessar: aos 3 anos apresenta alguma forca na acao do movimentode arremessar, dos 3 aos 4 anos melhora a coordenacao durante o atode arremesso, dos 4 aos 5 anos inclui ao movimento de arremessar arotacao do tronco e dos 5 aos 6 anos faz a acao horizontal dos bracosjunto com a rotacao do tronco.

A crianca e um ser dinamico, em constante mudanca, que apresentauma sequencia previsıvel e irregular de crescimento fısico e de desenvol-vimento neurologico. Esta sequencia sofre influencias contınuas de forcasinternas e externas, provocando variacoes de um indivıduo para outro, tor-nando o seu desenvolvimento individual. Desta forma, um ambiente pobrede estımulos pode ter influencia direta no desenvolvimento motor destacrianca (Castanho & Assis, 2004).

2.2 PsicomotricidadeA psicomotricidade constitui uma abordagem multidisciplinar do corpo eda motricidade humana. Seu objeto e o sujeito humano total e suas relacoes

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com o corpo, sejam elas integradoras, emocionais, simbolicas ou cognitivaspropondo desenvolver faculdades expressivas do sujeito (Fonseca, 2004).

A acao da psicomotricidade encontra-se na sua intervencao sobre asfuncoes do corpo, da mente, do comportamento e psicologicas (Menezes &Hartmann, 2009). A organizacao psicomotora humana engloba em primeirolugar a organizacao de base, e, posteriormente, a organizacao propriocep-tiva. Nesta ocorre a suspensao dos reflexos, como produto da maturacaomesencefalica e medular. Seguindo com a organizacao do plano motor,isto e, o movimento, a socializacao, o ritmo e a percepcao corporal, comoproduto da maturacao cortical (Bretas et al., 2005).

A educacao psicomotora atua com criancas em desenvolvimento e seuobjetivo e propiciar experiencias que possibilitem e viabilizem a formacaoneurologica bem constituıda pela estimulacao correta da crianca (Loren-zon, 1995). A imagem do corpo representa uma forma de equilıbrio entreas funcoes psicomotoras e a sua maturidade. Ela nao corresponde so auma funcao, mas a um conjunto funcional, cuja finalidade e favorecer odesenvolvimento infantil (Le Boulch, 2001; Fonseca, 1996).

O termo geral de desenvolvimento psicomotor compreende ao mesmotempo motricidade, adaptacao, socializacao e linguagem (Metayer, 2001).A infancia e a etapa mais importante a caminho da maturidade para a vidaadulta, por isto ha necessidade de garantir que este perıodo traga condicoespropıcias e pertinentes ao aprendizado e ao desenvolvimento motor.

A aprendizagem e um processo de mudanca de comportamento influ-enciada pelo meio ambiente. Esta influencia interfere, auxiliando ou atra-sando o desenvolvimento neurologico e psicomotor da crianca (Martins &Moser, 1996). Ao longo do ciclo do desenvolvimento, os movimentos cres-cem em independencia e coordenacao: ao mesmo tempo em que e capaz decontrolar separadamente cada seguimento motor, a crianca torna-se, aospoucos, capaz de coordenar estes movimentos independentes, formandomovimentos complexos. Alem disto, a crianca torna-se capaz de automati-zar a sequencia que forma estes movimentos, sem precisar prestar atencaoneles enquanto os executa (Corso, 2007).

Diversos autores buscam compreender o funcionamento dos elementosda cognicao humana (percepcao, atencao, memoria, tomada de decisao,respostas motoras, entre outros) em termos de estrutura, conteudo e funci-onalidade, atraves da preposicao de modelos de controle cognitivo (Henriq-son et al., 2009). As habilidades especiais se tornam importantes, e parecehaver uma acao recıproca entre o comportamento motor de uma crianca esuas respostas emocionais, pois a atividade promove um bem-estar a cri-anca e isto, por sua vez, esta associado com o sucesso no desempenho daatividade (Flinchum, 1981).

Segundo Silva et al. (2009) percebe-se que as praticas de atividadesfısicas elaboradas, auxiliam a construcao do processo cognitivo que levamao desenvolvimento do raciocino logico e a tomada de decisao. Assim, o

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trabalho da psicomotricidade deve ser iniciado logo nas primeiras fases davida das criancas, visando derrubar ou impedir a formacao de barreirascognitivas, possibilitando o desenvolvimento da motricidade, da afinidadee da mente.

A coordenacao motora e uma estrutura psicomotora basica, concreti-zada pela maturacao motora e neurologica da crianca e desenvolvida atra-ves da sua estimulacao psicomotora (Bessa & Pereira, 2002).

O equilıbrio e a forma mais basica do movimento humano, portanto,refere-se a capacidade que se tem em manter a estabilidade em relacao aforca da gravidade, ao centro de gravidade e a base de suporte. O equilı-brio e basico para todos os movimentos, desde aqueles do cotidiano ate osmais elaborados, que permeiam as categorias de locomocao e manipulacao(Papalia & Olds, 2000).

A lateralidade e um elemento importante para a adaptacao psicomotora(Erckert, 1993). Para Gomes (1998) ela e a tendencia que o ser humanopossui de utilizar mais um lado do corpo que o outro, em tres nıveis: mao,olho e pe. Existe uma dominancia de um dos lados, e o lado dominanteapresenta maior forca muscular, precisao e rapidez. Este lado executa aacao principal, enquanto o outro auxilia esta acao, e tem igual importancia.

O conceito de crianca, infancia e educacao variam de acordo com aclasse social a que se refere. Para conhece-la e compreende-la melhor enecessario sempre considerar suas condicoes sociais e culturais, pois e apartir deste contexto determinante que ela constroi seu conhecimento. Aalimentacao, as condicoes de saude e habitacao, a organizacao familiar, alinguagem e os valores culturais e sociais influenciam e afetam todos osaspectos do desenvolvimento (Aroeira et al., 1996).

A crianca com dificuldade de adaptacao, com experiencias de fracassoescolar, com disturbios instrumentais (alteracoes de coordenacao, equilı-brio, lateralidade, esquema corporal, espaco, tempo, ritmo, relaxamento)e com disturbios de comportamento psicomotor (instabilidade e inibicao)pode beneficiar-se da atividade psicomotora (Lorenzon, 1995).

Criancas com atrasos importantes em seu desenvolvimento e que naorecebem intervencao precocemente podem desenvolver padroes anormais deposturas e movimento, transitorios ou permanentes, que podem dificultarsua recuperacao neuromotora tardia (Caon & Ries, 2003).

Alem da necessidade de movimentacao, e importante ressaltar que, namaioria das vezes, a motricidade da crianca e pouco explorada durante ainfancia, gerando alteracoes em seu desenvolvimento psicomotor que vaorefletir na idade adulta (Bessa & Pereira, 2002).

2.3 Educação InfantilA creche (instituicao publica) e as unidades de educacao pre-escolar (infan-til) sao contexto de desenvolvimento da crianca. Alem de prestar cuidados

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fısicos, criam condicoes para o desenvolvimento cognitivo, simbolico, so-cial e emocional. Nelas ocorrem os cuidados e a educacao de criancas queconvivem, exploram, conhecem, e, constroem uma visao do mundo e de simesmas, constituindo-se desta forma como sujeitos. Porem, e importanteque estes ambientes nao substituam a acao da famılia (Silva & Bolsanello,2002).

Houve um enfraquecimento da visao estigmatizante e assistencialistada educacao. Este processo instalou um movimento social e governamentalpelo atendimento de novas demandas que resultou no recente reconheci-mento da educacao infantil em creches e pre-escolas como um dever doEstado e um direito da crianca, legalmente estabelecido no artigo 208, in-ciso IV, da Constituicao Federal de 1988. Esta mudanca foi reafirmadapelo Estatuto da Crianca e do Adolescente (ECA) na decada de 1990, e,em 1996, pela Lei no 9394 de Diretrizes e Bases da Educacao Nacional(Vokoy & Pedroza, 2005).

Com a Lei de Diretrizes e Bases, surge a Educacao Infantil com novosobjetivos e que engloba as criancas entre 0 e 6 anos. Passa-se a olhar omomento de desenvolvimento da crianca, vendo-a como um sujeito inte-grado, sem dissociar aspectos cognitivos, afetivos, expressivos, motores ousimbolicos (Vokoy & Pedroza, 2005).

A necessidade das mulheres saırem de casa para trabalhar faz com quetenham seu tempo de dedicacao para os cuidados da casa e dos filhos redu-zido. Assim a creche (instituicao publica) torna-se um lugar propıcio parao desenvolvimento da crianca e uma opcao para os cuidados dos filhos demaes trabalhadoras durante o dia todo. Enquanto as unidades de educacaopre-escolar (instituicoes particulares) geralmente oferecem tais atividadessomente em um perıodo do dia (Pacheco & Dupret, 2004).

Para a sociedade, a creche e vista como uma instituicao que visa apenassuprir as necessidades de sobrevivencia infantil, ou seja, como uma solucaopara atender criancas cujos pais nao podem cumprir seu papel (Verıssimo& Fonseca, 2003). De acordo com Abramowicz & Wajskop (1999) a pa-lavra creche tem origem francesa e significa manjedoura. Assim a crechefoi criada para educar, guardar e abrigar criancas pequenas cujas maes ne-cessitavam trabalhar ou criancas que necessitavam de assistencia. Muitosfatos ocorreram e influenciaram mudancas nas creches: o desenvolvimentourbano, as reivindicacoes populares, o trabalho da mulher, a transformacaodas funcoes familiares, as ideias de infancia e as condicoes socioculturaispara o desenvolvimento das criancas.

Na creche, com as cuidadoras, a crianca passa boa parte de seu tempoe desenvolve suas atividades cotidianas. Nesta fase passa a ter nocoes maisclaras de tempo e de espaco (antes e depois, perto e longe, acima e abaixo)e de lateralidade (direita e esquerda). Amplia-se, tambem a sua conscienciado esquema corporal, a coordenacao motora fina e o equilıbrio (Martins &Moser, 1996).

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O momento em que a crianca passa a ir as instituicoes de educacaoesta marcado pelo instante da separacao da famılia e pelo tempo que ficaradistante dela. A instituicao representa um espaco privilegiado para oferecera crianca oportunidades e alternativas que estimulem suas potencialidades.Neste ambiente a crianca estara em interacao constante com outros sujeitosque interferirao em seu desenvolvimento. Assim, os profissionais ligados aeducacao devem compreender a importancia e a amplitude de seu papelno desenvolvimento infantil dos usuarios deste servico (Pacheco & Dupret,2004).

A instituicao de educacao infantil nao pode desconhecer a naturezado conhecimento infantil ou como ele se processa. Precisa conhecer comoas criancas pequenas constroem sua inteligencia, na faixa marcada pelapossibilidade de representar (3 a 6 anos), isto e, nesta idade falam e brincamsimbolicamente (Rodrigues & Amadeu, 2002). A crianca em idade pre-escolar e um ser dinamico, cheio de indagacoes espontaneas e com multiplashabilidades fısicas. Sua habilidade motora e utilizada para expansao de seudesenvolvimento afetivo e cognitivo (Flinchum, 1981).

De nada vale um enorme esforco para alfabetizar se a aprendizagemnao for significativa. O significado nesta primeira fase de vida depende daacao corporal. Entre os sinais graficos de uma lıngua escrita e o mundoconcreto, existe um mediador que e a acao corporal (Freire, 2001).

As instituicoes particulares que lidam com a infancia estao ampliandoseus servicos para alem do suprimento das necessidades basicas da crianca,rumo a uma funcao pedagogica e educacional, e nao so assistencialista.Isto inclui a introducao de atividades psicomotoras desde o momento doingresso da crianca na pre-escola, fato que e muito importante para o seudesenvolvimento (Bhering & Nez, 2002; Stokoe, 1987).

Atualmente a inatividade motora das criancas e cada vez maior. Dentroda faixa etaria de 3 a 6 anos e raro aquele que nao sabe escrever, ou pelomenos reconhecer letras do alfabeto. Porem, ha grande dificuldade empular corda ou subir em uma arvore.

Alem da preocupacao com a violencia, a vida moderna, coloca nascriancas uma exigencia em termos de desenvolvimento intelectual. Estapreocupacao e tao grande, que mesmo criancas bem pequenas sao matri-culadas em escolas de lıngua estrangeira, diminuindo ainda mais a suamobilidade. O ser humano e constituıdo de corpo, mente e espırito. Eimpossıvel matricular so a mente de criancas em pre-escolas e esquecer ocorpo em movimento. Como ser completo deve-se considerar a formacaoinfantil como um todo (Oliveira, 2005).

Segundo a Secretaria de Educacao Fundamental (1998) do Ministerioda Educacao e do Desporto, cada crianca possui maneiras diferentes dedesenvolver suas capacidades. Assim a educacao infantil deve ter comoobjetivo oferecer condicoes para que elas se desenvolvam de modo integrallevando em consideracao as possibilidades de aprendizagem, de acordo com

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a sua faixa etaria. Para que este trabalho seja eficiente e necessario ofereceratividades direcionadas ao seu desenvolvimento psicomotor.

As unidades de educacao infantil devem ir alem da funcao de “guardae cuidado” e realizar um trabalho organizado com espacos adequados paraestimular o processo de desenvolvimento (motor, cognitivo, emocional esocial) das criancas (Silva & Bolsanello, 2002).

3. Método

Para a realizacao dos objetivos desta pesquisa foram selecionadas, aleato-riamente, 80 criancas de ambos os sexos, com idade de 3 a 6 anos, de umapre-escola particular (escola A), e outra publica (escola B). Foram 40 cri-ancas de cada instituicao, 20 criancas de cada faixa etaria. As instituicoesse localizam na regiao do Alto Tiete.

Os criterios de inclusao foram criancas com idade de 3 a 6 anos, deambos os sexos, matriculadas na instituicao e com frequencia regular. Oscriterios de exclusao foram criancas com idade inferior a 3 anos ou supe-rior a 6 anos, comprometimento neurologico e/ou ortopedico, presenca dedisturbio visual, auditivo ou labirıntico.

Para a coleta dos dados utilizou-se o protocolo de avaliacao baseado noexame neurologico evolutivo de Lefevre (1975). Aplicou-se testes especıficospara cada faixa etaria, para obter informacoes sobre o desenvolvimentopsicomotor (Anexo 1). Os materiais utilizados para a aplicacao do exameforam uma bola de 14 cm de diametro, uma corda de pular com madeira naponta, uma caixa de lapis de cor com 12 cores, papel sulfite, fita metrica,fita adesiva, 10 cubos de 4 cm de aresta e uma escada com corrimao.

Apos a aprovacao do Comite de Etica em Pesquisa da Universidade deMogi das Cruzes (CAAE 0051.0.237.000-07), encaminhou-se um ofıcio asdiretoras de cada instituicao solicitando a autorizacao para a realizacao dapesquisa e explicando os objetivos da mesma. Posteriormente obteve-sea assinatura dos responsaveis pelas criancas no termo de consentimentolivre e esclarecido, e, agendou-se uma data para explicacao do protocolode avaliacao. Entao realizou-se a avaliacao com o protocolo de Lefevre,aplicando-se testes especıficos para cada faixa etaria.

A pontuacao do exame varia de 1 a 3, a pontuacao 1 e atribuıda quandoa crianca nao consegue realizar a tarefa, a pontuacao 2 quando a criancarealiza parcialmente e a pontuacao 3 quando completa a tarefa.

De acordo com o protocolo, na avaliacao das criancas de 3 anos, fo-ram avaliados itens relacionados a equilıbrio estatico, equilıbrio dinamicoe coordenacao apendicular. Na avaliacao do equilıbrio estatico realizou-sea posicao de Romberg (em pe com membros inferiores unidos e superioresflexionados a 90o, e olhos abertos, permanecendo nesta posicao por trintasegundos). Na avaliacao do equilıbrio dinamico foram realizadas cinco ati-vidades: andar em linha reta por cinco metros, subir escadas sem apoio,

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descer escadas sem apoio, correr contornando obstaculos e apanhar um ob-jeto do chao sem o auxılio da outra mao. Na avaliacao da coordenacaoapendicular foram executadas quatro atividades: construir uma torre comnove cubos ou mais, jogar uma bola para cima na direcao do examinador,manobra index(dedo)- nariz com olhos abertos e chutar uma bola.

Na avaliacao das criancas de 4 anos, foram observados os seguintesitens: equilıbrio estatico, equilıbrio dinamico, coordenacao apendicular epersistencia motora. Na avaliacao do equilıbrio realizou-se a posicao deRomberg. Na avaliacao do equilıbrio dinamico, foram realizadas tres ativi-dades: andar nas pontas dos pes por cinco metros, subir escadas sem apoioalternado os pes e descer escadas sem apoio alternando os pes. Na avaliacaoda coordenacao apendicular foram realizadas tres atividades: copiar umacruz do modelo desenhado em um cartao, manobra index-nariz com olhosabertos e fazer uma bolinha de papel com a mao dominante. Na avaliacaoda persistencia motora foram realizadas tambem tres atividades: manteros olhos fechados durante vinte segundos, reconhecer a cor branca e a corpreta).

Com as criancas de 5 anos, foram avaliados os seguintes itens: equi-lıbrio estatico, equilıbrio dinamico, coordenacao apendicular, persistenciamotora e sensibilidade. Na avaliacao do equilıbrio estatico foi realizada aatividade de ficar em pe, com apoio plantar, a ponta de um pe encostado nocalcanhar do outro e olhos abertos, permanecendo nesta posicao por dezsegundos. Na avaliacao do equilıbrio dinamico, foram realizadas quatroatividades: andar para frente colocando o calcanhar de um pe encostadona ponta do outro por dois metros, saltar de uma corda de quinze cm dealtura com os pes juntos, deslocar-se cinco metros pulando em um pe so eficar parado depois do salto. Na avaliacao da coordenacao apendicular, fo-ram realizadas tres atividades: copiar um cırculo do modelo desenhado emum cartao, sentado bater com os pes alternadamente num ritmo escolhidoe abrir uma mao e fechar a outra alternadamente com os membros supe-riores horizontalmente para frente. Na avaliacao da persistencia motora,foi realizada a atividade de manter a lıngua protusa com os olhos fecha-dos durante quarenta segundos. Na avaliacao da sensibilidade tambem foirealizada somente uma atividade de reconhecimento de cores.

Na avaliacao das criancas de 6 anos verificou-se equilıbrio estatico, equi-lıbrio dinamico, coordenacao apendicular, coordenacao tronco- membros esensibilidade. Na avaliacao do equilıbrio estatico solicitou-se a posicao empe com apoio plantar e a ponta de um pe encostado no calcanhar do outro,com os olhos fechados, durante dez segundos. Na avaliacao do equilıbriodinamico foram realizadas duas atividades: andar para tras colocando ocalcanhar de um dos pes encostados na ponta do outro por dois metrose deslocar-se cinco metros pulando sobre um pe so com o pe dominante.Na avaliacao da coordenacao apendicular foram realizadas tres atividades:

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descrever um cırculo com os dedos indicadores com os bracos estendidos ho-rizontalmente para os lados, bater o indicador e o pe do mesmo lado no chaoe alternar os lados. Na avaliacao da coordenacao de tronco-membros foirealizada a posicao em pe com o examinador forcando o tronco da criancapara tras e observando a flexao de joelhos. Na avaliacao da sensibilidadeforam realizadas tres atividades: reconhecimento dos dedos, dominanciade lateralidade direita e dominancia de lateralidade esquerda.

Logo com o termino da avaliacao, os dados foram registrados nos pro-tocolos de avaliacao, para que fossem analisados, tabulados e discutidos.De acordo com protocolo de Lefevre, os testes somente foram consideradossatisfatorios e os resultados positivos quando atingiu-se um percentual deacertos igual ou superior a 75%.

4. Resultados

Os dados obtidos no presente estudo foram estruturados de acordo com asfaixas etarias avaliadas, comparando-se as duas escolas: escola A (particu-lar) e escola B (publica). Os graficos apresentados correspondem a linhade base de cada atividade, da qual participaram 40 sujeitos de cada escola,10 de cada faixa etaria. Foi realizado o teste t para verificar possıveis alte-racoes no desenvolvimento psicomotor de cada grupo, adotando p < 0, 05como significancia estatıstica.

A Figura 1 representa a comparacao dos resultados das atividades psi-comotoras aplicadas nas criancas de 3 anos. Observa-se pequena diferencano percentual e nas medias de uma escola para outra. Na comparacaodo equilıbrio estatico nao houve diferenca entre as escolas, obteve-se umapontuacao de 100% correspondente a uma media 3. No equilıbrio dina-mico a escola A obteve uma pontuacao de 96%, correspondente a mediade 14,4 pontos, e a escola B 86%, correspondente a media de 12,9 pontos,com diferenca significativa entre as escolas (p= 0,005). Na comparacao dacoordenacao apendicular a escola A atingiu 99% (11,9 pontos em media)e a escola B 90% (10,9 pontos em media) e tambem houve uma diferencasignificativa (p=0,007).

Nesta faixa etaria, a comparando-se todas as atividades, a escola Aobteve uma pontuacao de 97% (29,3 pontos em media), e a escola B umapontuacao de 89% (26,8 pontos), e houve diferenca significativa entre asescolas (p=0,0004).

A Figura 2 mostra a comparacao dos resultados das atividades psico-motoras realizadas nas criancas de 4 anos de idade entre as escolas A e B,onde se observa uma pequena diferenca no percentual e nas medias de umaescola para outra.

No equilıbrio estatico, a escola A obteve 96% (media de 2,9 pontos)e a escola B 93% (media de 2,8) e nao houve uma diferenca significativa(p=0,29). No equilıbrio dinamico a escola A atingiu 92% (media de 8,3

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pontos) e a escola B 87% (media de 7,9), e tambem nao houve uma dife-renca significativa (p=0,27). Na coordenacao apendicular a escola A obteveuma pontuacao de 97% (media de 8,8 pontos) e a escola B uma pontua-cao de 85% (media de 7,7 pontos), havendo uma diferenca significativa(p=0,0016). Na persistencia motora a escola A obteve 96% (8,7 pontos) eescola B 88% (8 pontos), nao havendo uma diferenca significativa (p=0,12).

Na comparacao total entre as escolas, nesta faixa etaria, obteve-se naescola A uma pontuacao de 95% (28,7 pontos em media), e na Escola B88% (media de 26,4 pontos), havendo uma diferenca significativa (p= 0,01).

A Figura 3 mostra a comparacao dos resultados das atividades psico-motoras realizadas nas criancas de 5 anos de idade entre as escolas A e B,onde se observa uma pequena diferenca no percentual e nas medias de umaescola para outra.

No equilıbrio estatico nao houve diferenca entre as escolas, obtendo umapontuacao de 100%. No equilıbrio dinamico a escola A obteve 98% (mediade 11,8 pontos) e a escola B 99% (11,9 pontos) e nao houve uma diferencasignificativa (p= 0,27). Na coordenacao apendicular a escola A obteveuma pontuacao de 97%, correspondente a uma media de 8,8 pontos, e aescola B 96%, 8,7 pontos e tambem nao houve uma diferenca significativa(p= 0,33). Na comparacao da persistencia motora a escola A obteve umapontuacao de 90% (media de 2,7 pontos) e a escola B 96% (2,9 pontos)e nao houve diferenca significativa (p= 0,17). Na sensibilidade as duasescolas obtiveram 100%.

Na comparacao total entre as escolas, na idade de 5 anos, a escola Aobteve uma pontuacao total de 97% (media de 29,3 pontos) e a escolaB uma pontuacao de 98% (media de 29,5 pontos). Nao houve diferencasignificativa entre as escolas (p= 0,29).

A Figura 4 mostra a comparacao dos resultados das atividades psico-motoras realizadas nas criancas de 6 anos de idade entre as escolas A e B,onde se observa uma pequena diferenca no percentual e nas medias de umaescola para outra. No equilıbrio estatico as duas escolas obtiveram 100%.No equilıbrio dinamico a escola A obteve 93% (5,6 pontos) e a escola B98% (5,9 pontos), havendo diferenca significativa (p= 0,04). Na coorde-nacao apendicular a escola A obteve 97% (8,8 pontos) e a escola B 100%(9 pontos), nao havendo diferenca significativa (p= 0,17). Na coordena-cao tronco-membros nao houve diferenca entre as escolas, ambas atingiram100%. Na sensibilidade a escola A obteve uma pontuacao de 81% (mediade 7,3 pontos) e a escola B 82% (7,4 pontos), e tambem nao houve diferencasignificativa (p= 0,44).

Na comparacao total entre as escolas nesta idade, a escola A obteve umapontuacao de 92% (media de 27,7 pontos) e a escola B uma pontuacao de95% (media de 28,5 pontos), e nao houve diferenca significativa entre asescolas (p= 0,10).

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Figura 1. Comparacao das medias entre as escolas A e B, com relacao asatividades psicomotoras em criancas de 3 anos de idade.

Figura 2. Comparacao entre as escolas A e B, com relacao as atividadespsicomotoras em criancas de 4 anos de idade.

5. Discussão

No presente estudo avaliou-se 80 criancas, 46% do sexo feminino e 54%do sexo masculino. No entanto, nao se observou diferencas com relacaoao sexo nas atividades aplicadas. Bessa & Pereira (2002) ressaltam que eimportante respeitar as diferencas entre os sexos. Cada um apresenta umritmo diferente no desenvolvimento psicomotor. Os meninos desenvolvem oequilıbrio e a coordenacao motora bem mais cedo do que as meninas, porem

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Figura 3. Comparacao entre as escolas A e B, com relacao as atividadespsicomotoras em criancas de 5 anos de idade.

Figura 4. Comparacao entre as escolas A e B, com relacao as atividadespsicomotoras nas criancas de 6 anos de idade.

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as meninas sao mais habilidosas em atividades que exploram a coordenacaomotora fina.

Observa-se nos resultados, nas diferentes faixas etarias, que nao houvediferencas entre as escolas A e B com relacao ao teste de equilıbrio esta-tico. Para Meinel (1976) o equilıbrio e uma capacidade que pode alcancarnıveis muito bons na idade pre-escolar. E normal um desenvolvimento pre-coce neste aspecto, porque esta capacidade e iniciada quando bebe. Como passar do tempo, ha uma solicitacao muito grande nas oportunidades deatividades que necessitam de equilıbrio, isto acontece muito nas brincadei-ras.

Como se observa na Figura 1, houve diferenca significativa entre asescolas A e B quanto ao equilıbrio dinamico, sendo que a escola A alcan-cou uma pontuacao maior. Segundo Erckert (1993) e Rodrigues (2003) acrianca com 3 anos ja consegue subir e descer escadas sem alternancia eequilibra-se em um dos pes, o que demonstra uma melhora da maturacaocerebelar e labirıntica. Gallahue & Ozmun (2005) relatam que, neste pe-rıodo, a crianca e capaz de andar com mais equilıbrio e coordenacao, poisnesta fase a marcha ja se assemelha com o padrao de maturacao da marchade um adulto, e o correr encontra-se ainda meio desajustado, com passoscurtos, pouca movimentacao de bracos, e menor evolucao no saltar e nolancar.

Como as criancas da escola A (particular), obtiveram uma pontuacaomaior, este resultado pode estar relacionado ao fato de que estas criancastem aulas de educacao fısica desde os 3 anos e na escola B (creche) istonao foi observado. Alem disto, as criancas da escola A realizam atividadesao ar livre diariamente. Para Soler (2003), a crianca na fase pre-escolar eextremamente ativa e, por meio de movimentos experimenta suas possibi-lidades e seus limites motores. A educacao fısica e a unica disciplina quese caracteriza por trabalhar a crianca em seus movimentos mais amplos,com os quais e estimulada a compreender progressivamente seu corpo, paraobter a autoconfianca necessaria a sua autonomia.

Quanto a coordenacao apendicular, como observado na Figura 1 (cri-ancas de 3 anos) e na Figura 2 (criancas de 4 anos), houve diferenca signi-ficativa e a escola A obteve uma pontuacao maior. Segundo Moura (1993)a ludicidade evidenciada nas atividades de educacao fısica, possibilita queo professor oportunize as criancas em programa educativo de atividades.

Observou-se tambem neste trabalho que as criancas da escola particu-lar, ja comecam a realizar atividades que estimulam a coordenacao motorafina e a coordenacao motora grossa, atraves de atividades inseridas na pro-pria instituicao, como aula de piano, de danca, de informatica, e praticasesportivas Estas atividades extras estimulam precocemente tais habilida-des. Em comparacao, foi visto neste trabalho, que a instituicao publica(creche) por apresentar carencias economicas, torna-se impossibilitada deoferecer estas atividades para suas criancas. Para Barbosa (2007) a pratica

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destas atividades favorece estımulos importantes para o desenvolvimento,que as vezes sao pouco explorados nestas idades, como, a coordenacao mo-tora.

Na comparacao total a escola A obteve uma pontuacao maior do quea B. Estes resultados corroboram os achados de Bhering & Nez (2002) eStokoe (1987) que relatam que estas diferencas sao notadas porque as insti-tuicoes particulares estao ampliando seus servicos, introduzindo atividadespsicomotoras desde o momento do ingresso da crianca na pre-escola.

Nos resultados da avaliacao psicomotora em criancas de 4 anos, naohouve diferenca entre as escolas, talvez por ja estarem inseridas ha pelomenos um ano nestes programas educacionais. Isto poderia propiciar ex-periencias psicomotoras por um maior perıodo de tempo, com consequenteaprendizado. Le Boulch (2001) relata que, neste perıodo a crianca ja possuiseus movimentos mais controlados e coordenados, conseguindo se movimen-tar com certa habilidade e ritmo a coordenacao dos membros.

Com relacao aos resultados obtidos na avaliacao das criancas de 5 anos,nao houve diferenca entre as escolas em nenhuma das atividades realizadas.O presente resultado pode estar relacionado ao fato de que nesta idadetodas as criancas ja iniciaram os projetos educacionais que objetivam apre-alfabetizacao, permanecendo por mais tempo na sala de aula, comatividades mais formais em termos pedagogicos. Rodrigues & Amadeu(2002) afirmam que a instituicao de educacao infantil nao pode desconhecera natureza do conhecimento infantil ou de como ele se processa.

Quanto aos resultados da avaliacao das criancas de 6 anos, houve umadiferenca significativa com relacao ao equilıbrio dinamico, onde a escola Bobteve uma pontuacao maior que a escola A. Este resultado pode estarrelacionado ao fato da inatividade das criancas de uma classe social maisfavorecida (escola A) ser cada vez maior, a exemplo do que acontece como mundo adulto. A vida sedentaria dos adultos, a rotina e a cobrancaintelectual tem levado as criancas a condicao de domınio motor cada vezmenor, trazendo danos aos aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais.Esta imobilidade e chamada por Oliveira (2005) de “analfabetismo motor”.

Atualmente as criancas de classe media alta e alta quase nao possuema chance de fazer aquelas brincadeiras de ruas como pega-pega, esconde-esconde, entre outras. Estas atividades oferecem as criancas oportunidadede vivenciar experiencias motoras diversas. De acordo com Rodrigues &Amadeu (2002) e preciso haver mudancas na preparacao destes alunos paraa vida, e nao apenas para um mero acumulo de informacoes. E preciso,tambem, conscientizar o trabalho pedagogico para a importancia da forma-cao das criancas como um todo, com sua afetividade, percepcao, sentido,crıtica, criatividade e expressao corporal. E possıvel orientar o aluno aampliar seus referenciais de mundo e trabalhar com todas as linguagens(escrita, sonora, corporal, dramatica, artıstica, entre outras), integrando-opara que construa sua propria visao do universo.

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6. Conclusão

As avaliacoes foram realizadas em ambas as instituicoes e as diferencas maissignificantes nos resultados foram nas avaliacoes do equilıbrio dinamico eda coordenacao apendicular, onde se observou maior pontuacao na escolaA (particular) em relacao a escola B (publica). Assim, deve-se orientardirigentes, professores e cuidadores para fornecer um estımulo adequado aestas faixas etarias.

Sugere-se a realizacao de mais estudos referentes a este assunto, paraque os profissionais envolvidos com o desenvolvimento infantil conhecam aimportancia da psicomotricidade como um recurso facilitador na aquisicaodas habilidades neuromotoras.

Por todos estes conhecimentos e, hoje, imprescindıvel que os profis-sionais das areas da saude preocupem-se com o desenvolvimento globaldo indivıduo, pois nao ha aprendizagem do movimento sem um estımuloadequado e contınuo.

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Notas Biográficas

Tereza Cristina Carbonari de Faria e Fisioterapeuta (FCNM, 1989), Mestreem Reabilitacao (UNIFESP-EPM, 2000) e Doutor em Neurologia/Neurociencia(UNIFESP-EPM, 2009). Atualmente e docente da Universidade de Mogi dasCruzes (UMC).

Sılvia Regina M. Silva Boschi e Fisioterapeuta (PUCCAMP, 1988) eMestre em Engenharia Biomedica (UMC, 2003). Atualmente e doutoranda emEngenharia Biomedica na UMC e docente da mesma instituicao.

Janaına Pereira de Souza e Fisioterapeuta (UMC, 2008) e atua na PrefeituraMunicipal de Guararema (SP).

Erica Mie Okamura e Fisioterapeuta (UMC, 2009) e atua no Hospital A.C.Camargo (SP).

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Anexo 1: Protocolo de avaliação

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