CAPITULO 2 - Convesrao e Dimensionamento e Associacao de Reactores Quimicos - 2014.doc
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CAPÍTULO 2. CONVERSÃO E DIMENSIONAMENTO E ASSOCIAÇÃO
DE REACTORES QUÍMICOS
2.1. DEFINIÇÃO DE CONVERSÃO
A conversão é definida com base em um dos reagentes e é depois relacionada com as demais espécies envolvidas na reacção.
Em muitos casos é melhor escolher-se o reagente limitante como o composto base do cálculo.
Consideremos a reacção:
Tomemos o composto A como a base do cálculo, assim dividimos todos os coeficientes estequiométricos pelo de A de modo que o de A seja igual a 1:
Ao estudar esta reacção, surgem questões como:
- Como quantificar até onde a reacção acima progrediu?
- Quantos moles de C são formados por cada mole de A consumido?
- Etc.
Resposta mais conveniente: definir o parâmetro conversão.
A conversão do composto A, XA é o número de moles do composto A que tiverem reagido em cada mole de A alimentados/colocados no reactor.
Conversão do composto A:
● Para um reactor batch:
● Para um reactor contínuo:
A conversão é usada para relacionar as concentrações, pressões parciais e caudais de alimentação dos diferentes constituintes de um sistema reacional
1
2.2. CONVERSÃO NO DIMENSIONAMENTO DE REACTORES
Neste parágrafo, exprimimos as equações de dimensionamento dos diversos reactores em termos de conversão.
2.2.1. Reactor BATCH
A equação geral de balanço molar sobre o volume reacional para um reactor batch é:
(com Entrada = Saída = 0)
Assim, o balanço molar para o reagente A num reactor batch no qual uma reacção tem lugar é dada por:
A variação do número de moles de A com o tempo pode ser expressa em termos de conversão:
Substituindo na equação de balanço molar:
2.2.2. Reactor contínuo de agitação perfeita (CSTR)
A equação geral de balanço molar em torno de um CSTR é:
(com Acumulação = 0)
Deste modo, o balanço molar para o reagente A num CSTR no qual uma reacção tem lugar é dada por:
O caudal molar do reagente A à saída do CSTR (FA) é dado por:
e assim,
2
Equação de dimensionamento de um reactor BATCH expressa em termos de conversão (XA)
Substituindo esta equação na de balanço molar:
ou
Constatando que
Definições:
Tempo espacial: tempo necessário para processar uma quantidade de fluído correspondente ao volume do reactor com base nas condições de entrada
Velocidade espacial: recíproco do tempo espacial
Tempo de residência: tempo que as partículas realmente ficam no reactor
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Equação de dimensionamento de um reactor CSTR expressa em termos de conversão (XA)
Equação de dimensionamento de um reactor CSTR na forma implícita
Ar
AC
Ordenada na origem:
Declive:
2.2.3. Plug flow reactor (PFR)/Packed bed reactor (PBR)
A equação geral de balanço molar sobre um elemento de volume/massa diferencial num PFR/PBR é:
(com Acumulação = 0)
O balanço molar para um reagente A num elemento de volume/massa de um PFR/PBR no qual uma reacção simples tenha lugar é dada por:
(PFR)
(PBR)
Desenvolvendo equações diferenciais (tomando limites de ΔV ou ΔW 0):
(PFR)
(PBR)
O fluxo molar do reagente A à jusante do CSTR (FA) é dado por:
, diferenciando
Substituindo …..
(PFR)
(PBR)
Separados as variáveis e integrando:
(PFR)
(PBR)
4
Equações de dimensionamento de um reactor PFR/PBR expressa em termos de conversão (XA)
na forma integral
Equações de dimensionamento de um reactor PFR/PBR expressa em termos de conversão (XA)
na forma diferencial
Rebuscando a definição de tempo espacial:
(PFR)
(PBR)
2.3. DIMENSIONAMENTO DE UM REACTOR
Objectivo:
1. Determinar o tempo/caudal requerido para se obter uma certa conversão num tanque de um dado tamanho (definindo a máxima taxa de produção anual no tanque);
2. Achar o tamanho do tanque necessário para se obter uma certa conversão a uma específica taxa de produção.
Procedimento:
1) Definir o sistema (para reacções na fase líquida reacção líquida; para reacções na fase gasosa volume actual do reactor)
2) Definir a conversão
3) Construir uma tabela de compostos (estequiométrica) em termos de conversão
4) Fazer o balanço molar
5) Definir a velocidade da reacção em termos de conversão
6) Resolver o problema
Exemplo
A reacção na fase líquida:a A + b B c C + d D
está sendo processada num reactor batch. A velocidade de consumo de A é dada por:
, com . O reactor é originalmente cheio de uma
solução contendo 0.1 moles A/litro e excesso de B. Determine o tempo requerido para obter-se 95% de conversão de A, se o volume do líquido fôr 1 m3.
5
Resolução
1. Definir o tipo de sistema
Líquido: sistema no qual a reacção tem lugar.
2. Definir conversão de A
A conversão do composto B é ligada à conversão de A:
θi é geralmente usado para denotar a taxa de alimentação de um certo composto i relativamente ao composto para o qual a conversão é definida
3. Tabela estequiométrica
Composto Initially, @ t=0 Formed Final @ t=t
A NA,0 -NA,0.XA NA,0
.(1-XA)
B NB,0= B.NA,0 -b/a.NA,0
.XA NA,0.(B –b/a.XA)
C 0 c/a.NA,0.XA NA,0
.(c/a.XA)
D 0 d/a.NA,0.XA NA,0
.(d/a.XA)
Inertes Nin,0= in.NA,0 0 in
.NA,0
Uma vez que esta é uma reacção em fase líquida num sistema altamente diluído, o volume de reacção pode ser assumido como sendo constante (i.e. Vt=t = Vt=0). Assim, a concentração de cada componente pode ser obtida em termos da concentração inicial
Composto Início, @ t=0 Final, @ t=t
A CA,0 CA,0.(1-XA)
B CB,0= B.CA,0 CA,0
.(B –b/a.XA)
C 0 CA,0.(c/a.XA)
D 0 CA,0.( d/a.XA)
Inertes Cin,0= in.CA,0 in
.CA,0
6
4. Fazer o balanço molar
A equação geral de balanço molar para o reactor batch é:
(with In = Out = 0)
Temos 5 componentes no reactor e assim, em princípio teremos 5 equações de balanço. Contudo, estes balanços molares estão todos relacionados entre si (uma vez que estamos a lidar com um sistema em existe apenas uma única reacção a ocorrer no reactor).
Balanço molar para o composto A:
Balanço molar para o composto B:
, simplificando
Balanço molar para o composto C:
, simplificando
Balanço molar para o composto D:
, simplificando
Balanço molar para os inertes:
O balance molar resultante para um reactor batch no qual uma reacção única tem lugar é então dada por:
A variação no número de moles de A com o tempo pode ser expressa em termos de conversão:
7
Substituting this back into the mole balance:
(In the case of constant volume reactors, e.g. for reactions in the liquid phase, the mole balance can be developed differently:
5. Defina a velocidade da reacção em termos de conversão
A velocidade de consumo de A é dada por:
Conhecendo a relação entre a concentração e a conversão (apartir da tabela estequiométrica):
6. Resolução do problema
A equação de velocidade em termos de conversão, deve ser substituída na equação do balanço molar:
, ou seja
, simplificando,
Separando as variáveis:
e integrando dentro dos limites apropriados:
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Para retornar ao problema original (para o qual não necessitámos do volume da reacção!!):
2.4. COMPARAÇÃO DE UM CSTR COM UM PFR/PBR
O balanço molar para o reagente A:
Num CSTR:
Num PFR/PBR:
Num traçado de 1/-rA vs XA a razão entre o volume e o caudal molar do reagente A entrando para o reactor é dado por:
Área de um rectângulo (CSTR)
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1/-rA
XA
VCSTR/FA,0
Área sob a curva (PFR)
Para a mesma reacção em idênticas condições, o tamanho de um PFR é menor que o de um CSTR para obter uma certa conversão, se a velocidade de consumo dos reagentes decrescer monotonamente com o aumento da conversão (ou 1/-rA aumenta com o aumento de XA).
2.5. REACTORES EM SÉRIE
O CSTR tem baixo rendimento por unidade de volume, por isso normalmente usa-se associação (bateria, série ou cascada) de CSTR’s.
Ao se aumentar o nº de CSTR’S, diminui o volume total dos reactores (diminuem os custos de equipamento), entretanto, aumentam os custos de operação.
Existe, contudo, um ponto óptimo (ponto de compromisso):
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1/-rA
XA
Avaliação numérica de integrais:
Método dos trapézios:
Com
Método de Simpson:
Com
2.5.1. DOIS CSTR’s EM SÉRIE
Balanço molar para o composto A no primeiro CSTR:
Volume do primeiro reactor:
Balanço molar para o composto A no segundo CSTR:
Volume do segundo reactor:
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FA,1=FA,0*(1-XA,1)
FA,0
FA,2=FA,0*(1-XA,2)
FA,1=FA,0*(1-XA,1)
FA,0
FA,2=FA,0*(1-XA,2)
FA,0
FA,2=FA,0*(1-XA,2)
The total reactor volume V is given by:
Nota: A velocidade da reacção no reactor 1 (-rA,1) difere da velocidade da reacção no reactor 2 (-rA,2)
Perante reactores CSTR de volume conhecido, 2 questões podem colocar-se:
1. Qual é a conversão final a conseguir?
2. Para uma dada conversão final, qual deve ser a combinação óptima dos reactores?
Estas questões podem ser respondidas através de um método analítico ou de um método gráfico.
Recordemos a equação , forma implícita da equação de
dimensionamento do CSTR, para cada um dos reactores pode ser escrito:
ou
Determinar CAi é responder à questão 1 (solução analítica).
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1/-rA
XA
VCSTR,1/FA,0
VCSTR,2/FA,0
1/-rA
XA
VCSTR,1/FA,0
VCSTR,2/FA,0
Determinar CA1 e CA2 (ou τ se V fôr conhecido)
Se fôr complexa, a solução do sistema acima é complicada. O método gráfico permite resolver esses casos:
Procedimento:i) Traçar a curva ii) Determinar o ponto CA0 no eixo das abscissasiii) Determinar a partir de V1 e vf , por exemplo, e traçar o
primeiro declive . Note que
iv) A partir do ponto de intersecção entre o declive e a curva, traçar uma linha vertical que até a sua intersecção com o eixo das abcissas, onde encontrará CA1
v) Proceder similarmente para determinar sucessivamente CA2, CA3, etc.
Nota: Se então os declives são iguais.
Analisemos agora a questão 2 (sobre a combinação óptima dos CSTR’s):
Tomemos o caso de 2 CSTR’s diferentes (um de maior volume e outro menor) em que se pretende obter uma conversão final XA2
Existem duas hipóteses de combinação dos 2 reactores. A questão é qual delas permite minimizar o volume total?
Hipótese 1 Hipótese 2
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Os seguintes gráficos ilustram as hipóteses discutidas:
A melhor combinação é aquela minimiza o volume total (a área V/FA0), quer dizer aquela que maximiza a área livre.
A minimização de ou seja de é, pois, função de XA1.
A solução analítica consiste pois em minimizar volume total em função de XA1
i)
ii)
iii) Determinar XA1 óptimo a partir da expressão determinada em (ii)
iv) Tendo o valor de XA1 óptimo pode-se determinar o volume individual e total dos reactores.
A solução gráfica consiste na determinação tentativa do valor óptimo de XA1. Este valor corresponde graficamente àquele que produz uma tangente da curva
que seja paralela à linha que une os vértices 1-2.
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2.5.2. N CSTR’s DE IGUAL TAMANHO EM SÉRIE
Balanço molar do composto A no n-esimo CSTR:
Volume do n-esimo reactor:
Nota:1. A velocidade da reacção difere de reactor para reactor2. As áreas de todos os CSTR’s (V/FA,0) são idênticas (volumes iguais)3. n CSTR’s aproximam-se do comportamento de um PFR, se n
2.5.3. DOIS PFR’s EM SÉRIE
Balanço molar para o componente A sobre o 1º PFR:
Balanço molar para o componente A sobre o 2o PFR:
O volume total V do reactor é dado por:
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1/-rA
XA
FA,1=FA,0*(1-XA,1)
FA,0
FA,2=FA,0*(1-XA,2)
Nota: Colocar dois PFR’s em série não traz nenhum ganho em termos de volume de reactor! O tamanho necessário para obter uma certa conversão é idêntico!
Comparação de PFR vs. CSTR e PFR vs. nCSTR’s
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1/-rA
XA
• Para uma ordem de reacção positiva, o volume de um CSTR é sempre maior que o de um PFR, para todos os graus de conversão.
• Quanto maior o grau de conversão final pretendido, maior a disparidade entre os volumes dos dois tipos de reactores.
• Para uma dada conversão, quanto maior a ordem da reacção envolvida, maior a razão de volumes entre o CSTR e o PFR.
• O volume dos reactores é o mesmo no caso de reacções de ordem zero
2.6. REACTORES EM PARALELO
Nunca existe uma boa razão para se colocarem reactores operando em condições isotérmicas em paralelo, a menos que tal seja necessário sob o ponto de vista mecânico.
Por exemplo, para um CSTR único de volume V:
Ter dois CSTR’s em paralelo implica que devemos bifurcar o caudal para alimentar os dois reactores. Se por exemplo um CSTR único é substituído por dois CSTR’s de igual volume (V½) operando em paralelo, a alimentação para cada reactor deverá ser metade. Assim, o balanço molar para cada reactor torna-se:
A mesma argumentação pode ser aplicada para o caso de PRF’s em paralelo.
Resumo:
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Exemplos de Cálculo
Exemplo de cálculo 2.1 (Problema P2.5A , in Fogler)
Estão disponíveis dois reactores de igual volume para o seu uso: o primeiro é um CSTR e o outro é um PFR. É processada isotermicamente uma reacção irreversível de
segunda ordem , .
Existem três formas possíveis a seguir no arranjo do sistema de reactores:
(1) Reactores em série: CSTR seguido pelo PFR
(2) Reactores em série: PFR seguido pelo CSTR
(3) Reactores em paralelo com metade da corrente da alimentação sendo direcionada para cada reactor, sendo que à saída as correntes dos efluentes dos dois reactores é misturada.
(a) Se possível, diga qual dos sistemas resultará na maior conversão.
(b) Se possível, indique que sistema dará a menor conversão.
(c) Se em um ou mais dos casos acima não fôr possível obter uma resposta, explique porquê (exame final, inverno de 1996).
(d) Comente se esta é ou não um problema razoável para um exame final.
Exemplo de cálculo 2.2 (Problema P2.6B , in Fogler)
A reacção exotérmica foi processada adiabaticamente e os seguintes dados experimentais foram recolhidos:
X 0 0.2 0.4 0.5 0.6 0.8 0.9
-rA, mol/dm3.min 10 16.67 50 50 50 12.5 9.09
O caudal molar da alimentação foi de 300 mol/min.
(a) Quais são os volumes do PFR e do CSTR necessários para se alcançar uma conversão de 40% de A? (VPFR = 7.2 dm3, VCSTR = 2.4 dm3)?
(b) Em que intervalo de conversão é que o volume do CSTR será idêntico ao do PFR?
(c) Qual é a máxima conversão que pode ser alcançada num CSTR de 10.5dm3?
(d) Qual é a conversão que pode ser alcançada se um PFR de 7.2dm3 fôr seguido por um CSTR de 2.4 dm3?
(e) Qual é a conversão que pode ser alcançada se um CSTR de 2.4 dm3 fôr seguido por um PFR de 7.2 dm3?
(f) Faça o traçado da conversão e velocidade da reacção em função do volume do PFR até o valor de 10 dm3.
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Exemplo de cálculo 2.3 (Problema P2.8B , in Fogler)
A Figura P2-8(a) mostra CA0/-rA vesus XA para de reacção múltipla de decomposição não isotérmica e não elementar do reagente A na fase líquida.
(a) Considere os dois sistemas apresentados na Figura P2-8(b) nos quais um CSTR e um PFR estão conectados em série. A conversão intermédia é 0.3 e a final 0.7. Como é que os reactores deverão ser arranjados para que se possa usar o mínimo volume possível? Explique.
(b) Se o caudal volumétrico fôr 50 litros/min, qual é o volume mínimo total necessário? (Resposta V = 750 dm3).
(c) Diga se existe alguma melhor forma (i.e. menor volume em comparação com os acima apresentados, para alcançar-se uma conversão de 70%)? (Resposta: 512 litros)
(d) A que conversão(ões) os volumes dos reactores CSTR e PFR serão idênticos? (Resposta: X = 0.45 e X = ?)
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(e) Usando a informação na Figura P2-8(a) juntamente com a equação do dimensionamento do CSTR, faça o traçado de τ versus X. Se o volume do reactor fôr 700 litros e o caudal volumétrico 50 litros/min, quais são as possíveis conversões à saída (i.e., estados estacionários múltiplos) para este reactor?
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