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Luís Fábio Silveira 1, 2 1. Universidade de São Paulo, Instituto de Biociências, Departamento de Zoologia. Caixa Postal 11461, CEP 05422-970 São Paulo, SP, Brasil 2. Curador Associado das Coleções Ornitológicas, Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Caixa Postal 42494, CEP 04218-970 São Paulo, SP; [email protected] CAPÍTULO 32 As aves: uma revisão histórica do conhecimento ornitológico em uma Reserva de Mata Atlântica do Estado de São Paulo

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Luís Fábio Silveira 1, 2

1. Universidade de São Paulo, Instituto de Biociências, Departamento de Zoologia. Caixa Postal 11461, CEP 05422-970 São Paulo, SP, Brasil

2. Curador Associado das Coleções Ornitológicas, Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo.

Caixa Postal 42494, CEP 04218-970 São Paulo, SP; [email protected]

CAPÍTULO 32

As aves: uma revisão histórica do conhecimento ornitológico em uma Reserva de Mata Atlântica do Estado de São Paulo

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As aves: uma revisão histórica do conhecimento ornitológico em uma Reserva de Mata Atlântica do Estado de São Paulo

ABSTRACT

The birds: a hisToric review of The orniThological knowledge in a reserve of aTlanTic foresT in são Paulo sTaTe

The forest of Reserva Biológica de Paranapiacaba is located at Serra do Mar, in São Paulo State, Brazil. The first records of birds from this Reserve can be traced back to 1898 and this locality was intensively studied by the staff of Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) until the 1920´s with some additional specimens collected in the 1960´s and 1970´s. The Reserva de Paranapiacaba is important as a type-locality of four bird taxa, two of them valid. From the beginning of the research in the Reserve, in the late XIX century and to the 1970´s, 124 species of birds were recorded. In March and August, 2004, field work was carried in the Reserve in order to do a new bird list and compare that with the records obtained until the 1970´s. Species were identified with the aid of binoculars and mist nests and tape-recordings were used also. Some specimens were collected and are housed at Museu Paulista. A total of 112 species of birds were registered and this number, combined with the previous studies, points to 183 species of birds recorded in the Reserva de Paranapiacaba. Despite this number, at least 28 species could be considered as extinct or probably extinct in the Reserve probably due the modifications in the vegetation caused by the pollution.

Key words: birds, extinctions, São Paulo, Serra de Paranapiacaba

RESUMO

as aves: uma revisão hisTórica do conhecimenTo orniTológico em uma reserva de maTa aTlânTica do esTado de são Paulo

A Reserva Biológica de Paranapiacaba (RBP) é uma importante área de Mata Atlântica localizada na Serra do Mar paulista. Os primeiros registros da avifauna desta Unidade de Conservação datam de 1898; posteriormente, foi muito visitada pelos naturalistas do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) até a década de 1920. Algumas poucas coletas foram realizadas novamente apenas nas décadas de 1960 e 1970. A Reserva de Parana-piacaba é muito importante por abrigar a localidade-tipo de quatro táxons de aves, sendo que apenas dois deles são atualmente considerados válidos. Entre o final do século XIX e a década de 1970 foram registradas 124 espécies de aves nessa Reserva. Em março e agosto de 2004 foram realizadas duas visitas à área, com o objetivo de realizar um novo levantamento das aves e comparar a lista resultante com os dados obtidos até a década de 1970. Nesse levan-tamento foram utilizados diferentes métodos, como observações com binóculos, gravações das diversas vocalizações das aves e redes-de-neblina. Alguns espécimes foram coletados e encontram-se depositados no MZUSP. Foram anotadas, nesse novo levantamento, 112 espé-cies de aves. Este número, combinado com os resultados dos autores anteriores, aponta para um total de 183 espécies de aves já registradas na Reserva de Paranapiacaba. Apesar deste número expressivo, pelo menos 28 espécies podem, hoje, ser consideradas como extintas ou, provavelmente, extintas na Reserva, graças, provavelmente, às drásticas alterações na estrutura da vegetação, causadas pelas interferências antrópicas.

Palavras-chave: aves, extinções, São Paulo, Serra de Paranapiacaba

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4 Luís Fábio Silveira

A Mata Atlântica é um bioma reconhecida-mente complexo. Estendendo-se, originalmen-te, da região costeira do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, no Brasil, além de estender-se até algumas porções da Argentina e Paraguai; apresenta uma elevada variação latitudinal e altitudinal, que proporciona a existência de uma grande variedade de hábi-tats. Nesse bioma rico e heterogêneo vivem aproximadamente 700 espécies de aves, e cerca de 200 delas são endêmicas, entre elas, 140 espécies de Passeriformes (Goerck 1997, Silva et al. 2004). Além disso, a Mata Atlântica abriga alguns “centros de endemismo”, entre os quais o da “Serra do Mar”, redefinido recentemente por Silva et al. (2004), e que se situa entre os Estados do Espírito Santo e Santa Catarina. Essa região da Mata Atlântica é especialmente interessante por abrigar um elevado gradiente altitudinal, que varia de zero a 1.700 m acima do nível do mar. Entretanto, a despeito da sua importância, boa parte dessa região encontra-se alterada, especialmente nas áreas de menor altitude e topografia menos acidentada.

Situada próxima da cidade de São Paulo, onde se localiza o Museu Paulista (cujas cole-ções zoológicas, posteriormente, foram trans-feridas e deram origem ao Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo - MZUSP), e com acesso facilitado pela existência da estrada de ferro mantida pela São Paulo Railway Com-pany, a Reserva de Paranapiacaba foi alvo de pesquisas ornitológicas desde o ano de 1898, poucos anos depois da inauguração do Museu Paulista, em setembro de 1895. As florestas extensas e bem preservadas que cobriam toda a vertente leste da Serra do Mar atraíram a atenção dos primeiros naturalistas e colecio-nadores do antigo Museu Paulista, que fizeram da Reserva Biológica de Paranapiacaba uma localidade contumaz de coletas, especialmente durante o primeiro quartel do século XX. Essas expedições, cuja duração variou entre um dia a pouco mais de um mês cada uma, formaram a base do nosso conhecimento sobre a avifauna desta porção da Serra do Mar.

O início da exploração ornitológica na Reserva de Paranapiacaba é marcado pelas

coletas, ainda que modestas, de Helmuth Pin-der, considerado como o primeiro coletor de aves do MZUSP (Camargo 1998). Em julho de 1898 esse naturalista coletou exemplares de apenas três espécies, todas típicas da Mata Atlântica montana. Pelo pequeno número de exemplares, pode-se admitir que Pinder passou apenas umas poucas horas na Reserva; este coletor trabalhou principalmente no litoral, e deve ter aproveitado o intervalo de uma parada dos trens para coletar aves. A primeira grande expedição à Reserva (à época conhecida apenas por Alto da Serra) foi realizada 13 meses depois por João Leonardo Lima e Adolph Hempel que, entre os dias 1° e 12 de agosto de 1899, cole-taram mais de cinquenta espécies diferentes. O sucesso dessa expedição, comprovado pela coleta de espécies que são raras ou cuja cap-tura é bastante difícil, como a pararu-espelho (Claravis godefrida) e o entufado (Merulaxis ater), estimulou uma série de outras viagens, como as realizadas apenas por João Lima, en-tre os dias 6 e 8 de julho de 1900 e em 18 de novembro deste mesmo ano; na primeira, cole-tou 16 espécies e na segunda, obteve um raro curiango-do-banhado, Eleothreptus anomalus, com dois ovos, além de um tucano-de-bico-ver-de, Ramphastos dicolorus. Esse mesmo coletor retornou nos meses de julho e agosto de 1904, quando coletou exemplares pertencentes a 65 diferentes espécies.

Cabe aqui uma pequena explicação sobre como trabalhavam os naturalistas naqueles tempos pioneiros. Diferentemente de hoje, onde o ornitólogo usa diversos meios para atrair, identificar ou coletar as aves, como binóculos, gravações de cantos e chamados ou redes-de-neblina, naturalistas e coletores como Pinder ou Lima valiam-se apenas da sua perspicácia e da boa pontaria; o objetivo não era apenas abater o exemplar, mas fazê-lo de forma que o mesmo pudesse ser aproveitado para as cole-ções zoológicas; em resumo, o tiro não deveria causar grandes danos ao animal. Além disso, as condições de trabalho eram muito distintas das atuais. Sozinhos ou em duplas, os coletores profissionais não apenas capturavam as aves, mas também as taxidermizavam em campo,

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preparando os exemplares em uma posição padrão, para possibilitar os estudos posteriores. E, para taxidermizar as aves, contava-se ape-nas com a luz solar, já que a luz emanada por lampiões muitas vezes não era suficiente para possibilitar a preparação dos espécimes. Dessa forma, o número de indivíduos coletados por dia não deveria ser muito grande, pois não existiam refrigeradores onde o excedente poderia ser armazenado para ser preparado em um outro momento mais propício. Assim, o número de exemplares, por expedição, nunca era muito elevado, e sempre houve uma tendência para coletar uma maior variedade de espécies em detrimento de séries de umas poucas espécies. A vantagem imediata desse procedimento foi uma amostragem que enfatizou claramente a diversidade e que, hoje, nos proporciona uma rara oportunidade de acompanhar as mudanças na comunidade de aves da Reserva Biológica de Paranapiacaba.

A exploração ornitológica da Reserva de Paranapiacaba continuou durante a primeira década do século XX. Entretanto, nunca houve um plano definido de pesquisas para a Reserva, e muitas das expedições foram, além de espo-rádicas, de curta duração, obtendo resultados muito modestos. Ernst Garbe, em agosto de 1905, coletou apenas um exemplar de tovacuçu (Grallaria varia) e não deve ter permanecido na região por mais do que algumas horas. Outro coletor que passou por lá no mesmo ano, Fran-cisco Günther, coletou apenas seis espécies, destacando-se, entre elas, uma murucututu (Pulsatrix perspicillata), coruja que, na Mata Atlântica, é habitualmente encontrada nas bai-xadas quentes do litoral. Outra expedição do Museu foi levada a cabo entre março e abril de 1906, quando João Lima retornou à Reserva de Paranapiacaba juntamente com Hermann Lue-derwaldt, e juntos coletaram 28 espécies. Entre estas estavam os, atualmente ameaçados de extinção, sabiá-pimenta (Carpornis melanoce-phala), cigarra-verdadeira (Sporophila falciros-tris) e pichochó (Sporophila frontalis), sendo as duas últimas migratórias e ligadas às formações de bambus nativos. Lima ainda realizou mais quatro expedições à Reserva de Paranapiacaba,

em junho e agosto de 1909, junho de 1911 e julho de 1923, coletando apenas 14 espécies nestas quatro viagens, sendo o ornitólogo que mais tempo passou nesta localidade.

A Reserva de Paranapiacaba, desde a últi-ma viagem de Lima, em 1923, não foi objeto de maiores estudos pela equipe do Museu. As prioridades de pesquisa voltaram-se para algu-mas regiões amazônicas, para a Mata Atlântica das baixadas quentes do Rio Doce e o sul da Bahia, e para o interior do Estado de São Paulo, este ainda largamente desconhecido. Isso pode explicar a ausência de visitas e de exemplares por quase quatro décadas. Apenas um exem-plar de joão-bobo (Nystalus chacuru), habitante típico de áreas abertas ou alteradas, chegou ao Museu em junho de 1932, trazido pelo Senhor Heitor Morazof. Em fevereiro de 1962, o orni-tólogo alemão Rolf Grantsau, recém-chegado ao Brasil, coletou exemplares de três espécies diferentes, chamando novamente a atenção do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo para a Reserva de Paranapiacaba. Prova disso é que, alguns meses depois (em junho e agosto), Alfonso Martins Olalla, famoso coletor equatoriano radicado no Brasil, trouxe para o Museu, exemplares de 27 espécies diferentes, muitas delas não capturadas por qualquer ou-tro pesquisador que tenha trabalhado na Reser-va e demonstrando que o conhecimento sobre a comunidade de aves dessa área ainda era insuficiente. Um ano depois, Olalla retornou à Reserva e coletou exemplares pertencentes a 14 espécies. O ciclo de expedições ornitológi-cas na Reserva encerrou-se com duas coletas muito pequenas, uma em junho de 1966, feita por Werner Bokermann, e outra em agosto de 1970, com Olalla. Durante esses 72 anos de pesquisas ornitológicas na Reserva de Pa-ranapiacaba foram registradas 124 espécies, listadas no final deste capítulo (Tabela 1) e seguidas do respectivo ano em que foi anotada para a área.

Na Reserva de Paranapiacaba também foram coletados quatro exemplares que, após estudos mais detalhados, foram descritos como espécies novas. Em 1907, Ihering & Ihering descreveram Guaracava difficilis (atualmente

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6 Luís Fábio Silveira

Phylloscartes difficilis), listando um exemplar coletado em julho de 1898 como parátipo; em 1920, João Lima descreveu Sporophila serta-nicola (mais tarde considerado como sinônimo de Sporophila falcirostris); e, em 1937 e 1941, Olivério Pinto descreveu Hylopezus nattereri e Cichlocolaptes leucophrus holti, respectiva-mente. A descoberta de novos táxons de aves, o grupo de vertebrados já naquela época consi-derado como um dos mais bem conhecidos, em uma área tão próxima da cidade de São Paulo, é um exemplo da riqueza de endemismos que a Mata Atlântica abriga e de como o nosso co-nhecimento sobre a diversidade desta região ainda era reduzido.

As pesquisas sobre a avifauna da Reserva de Paranapiacaba entraram em um relativo declínio após a segunda metade de década de 1960. A Reserva foi esporadicamente visitada por diferentes ornitólogos durante os anos seguintes, que lá permaneceram poucos dias, não existindo relatórios ou qualquer outra informação disponível sobre os resultados ob-tidos. Apenas em dezembro de 1999, o Centro de Estudos Ornitológicos (CEO), de São Paulo, realizou uma excursão de dez horas de dura-ção à Reserva, registrando 59 espécies, cuja listagem está disponível em um relatório não publicado (CEO 1999).

Com o objetivo de fazer um levantamento das espécies que hoje habitam a Reserva de Paranapiacaba e de comparar a lista atual com os resultados dos autores que nos antecede-ram, foram realizadas duas visitas à Reserva, a primeira entre 4 e 8 de março e a segunda entre 6 e 8 de agosto de 2004. Para uma me-lhor e mais eficiente amostragem da avifauna utilizamos diversos métodos. Registros visuais e auditivos foram feitos durante todo o trajeto dentro da Reserva, enquanto que a coleta se-letiva de alguns exemplares concentrou-se em duas transecções previamente selecionadas. As espécies foram identificadas visualmente com o auxílio de binóculos 10x40 e as diversas ma-nifestações sonoras emitidas pelas aves foram gravadas em fita cassete (gravador Sony TCM 5000 EV e microfone Sennheiser ME 66). A cap-tura das aves foi realizada por meio do uso de

redes-de-neblina, estendidas em transecções abertas nas áreas escolhidas. Algumas aves foram coletadas e taxidermizadas, enquanto que alguns exemplares foram fixados inteiros em formol 10% e, posteriormente, preservados em etanol 70%, assim como todas as carcaças das aves que foram taxidermizadas. Foram anotados os dados biométricos (massa e com-primento total) e a coloração das partes nuas; amostras de tecido foram retiradas de todas as aves coletadas. Esse material está depositado no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo e as cópias das gravações realizadas estão depositadas no Arquivo Sonoro Elias Coelho (ASEC, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ).

As atividades de campo iniciaram-se antes do nascer do sol e estenderam-se até por volta das 20 horas, para a observação de aves notur-nas, totalizando cerca de 50 horas de trabalho de campo. As redes-de-neblina foram abertas às 6 horas e fechadas às 18 horas. Dez redes foram estendidas na primeira campanha e sete na segunda (cada uma com 12 m de comprimento e 2,40 m de altura, com malha de 36 mm) em linha, nas transecções abertas nas localidades escolhidas, durante quatro dias, num total de 360 horas por rede.

Durante os trabalhos de campo na Reserva de Paranapiacaba foram registradas 112 espé-cies de aves. Este número, combinado com as 124 espécies registradas anteriormente por ou-tros ornitólogos e coletores que passaram pela Reseva, aponta para um total de 183 espécies já registradas nessa Unidade de Conservação, que são apresentadas no Tabela 1, seguidas dos seus respectivos anos de registro.

Apesar desse razoável número de espécies, quando se comparam as listas obtidas até a década de 1970 com as atuais (CEO 1999 e a do presente trabalho), observa-se que algumas espécies desapareceram ou que suas popula-ções foram drasticamente reduzidas. As tri-lhas aproveitadas para esse trabalho foram as mesmas que as dos coletores do passado, pois foram abertas à época da criação da Reserva, ainda no século XIX. Ao percorrer essas trilhas, nota-se que as espécies de aves mais sensíveis

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às alterações ambientais de natureza antrópi-ca desapareceram ou foram substituídas por aquelas menos sensíveis (Stotz et al. 1996) que se tornaram muito comuns onde a vegetação perdeu boa parte da sua estrutura original.

Aparentemente, os efeitos antrópicos sobre a vegetação da região da Reserva de Paranapiacaba já poderiam preceder os sérios problemas ambientais causados pela poluição nas décadas de 1970 e 1980, visto o comentá-rio de Pinto (1945): “Hoje, no Alto da Serra, pouco parece restar da fauna original, se não também da pujante mata virgem dos primeiros tempos...”. Embora Pinto (1945) não tenha fundamentado melhor esse comentário, não permitindo uma análise mais objetiva, uma comparação dos registros históricos com os recentes, aliado à experiência do autor do presente trabalho com as espécies que ocor-rem na Mata Atlântica, sugere que diversas espécies podem ter se extinguido nas matas da Reserva.

Ao analisar a coluna “Histórico” da Tabe-la 1, observa-se que 68 espécies da lista não foram mais encontradas, apesar dos esforços especialmente dispendidos para localizar al-gumas delas durante nossas coletas. Muitas dessas espécies não foram registradas por serem migratórias ou por problemas inerentes ao próprio trabalho de campo (por exemplo, não cantaram durante o período de estudo ou não existiam territórios nas áreas percorridas) e certamente serão registradas na Reserva de Paranapiacaba com o aumento do esforço amostral. Entre as que se enquadram nesses casos, podem ser citadas Florisuga fusca (Vieillot, 1817), Leucochloris albicollis (Vieillot, 1818), Trogon viridis (Linnaeus, 1766), Celeus flavescens (Gmelin, 1788), Cranioleuca pallida (Wied, 1831), Drymophila malura (Temminck, 1825), Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) e Thraupis ornata (Sparrman, 1789). Entretan-to, devido às suas características ecológicas e exigências em relação à qualidade do hábi-tat, 28 espécies podem ter passado por uma drástica redução nas suas populações e até mesmo se extinguido na Reserva de Paranapia-caba (Tabela 2). As cinco espécies atualmente

consideradas como ameaçadas de extinção (IBAMA 2003, BirdLife 2004) estão nesta lis-ta, juntamente com outras, como Phibalura flavirostris Vieillot, 1816, Carpornis cucullata (Swainson, 1821), Phylloscartes difficilis (Ihe-ring & Ihering, 1907), P. oustaletti (Sclater, 1887), Cichlocolaptes leucophrus (Jardine & Selby, 1830) e Merulaxis ater Lesson, 1830. Uma característica em comum entre todas es-sas 28 espécies é a exigência de hábitats bem preservados. Algumas delas, como a pararu-espelho, a cigarra-verdadeira e o pichochó, preferem bambuzais nativos, enquanto que outras, como os limpa-folhas e o trepador-sobrancelha, buscam alimento em folhas secas ou em aglomerados de bromélias. Ambos os mi-crohábitats estão grandemente modificados ou já ausentes na Reserva. Os bandos mistos, que reúnem indivíduos das mais diferentes espécies de aves e que percorrem a floresta em busca de alimento, também estão muito alterados. Pássaros, como o sanhaço-pardo e a catirum-bava, não são mais vistos nesses bandos, que hoje são compostos quase exclusivamente por mariquitas, cambacicas e por algumas espécies de saíras, demonstrando um evidente “empo-brecimento” desses agrupamentos.

Como e em qual intensidade a degradação ambiental, especialmente a poluição, alterou a comunidade de aves da Reserva Biológica de Paranapiacaba, e quanto tempo será ne-cessário para que as espécies mais sensíveis recolonizem essa área (nos casos onde isso é ainda possível) é assunto que deve ser mais amplamente estudado. Apenas os programas de monitoramentos de longo prazo podem responder estas questões. Existem, especial-mente nas regiões a noroeste da Reserva, remanescentes de Mata Atlântica em bom estado de conservação, onde se registraram algumas das espécies que desapareceram da Reserva de Paranapiacaba, como o corocochó, Carpornis cucullata. Essas áreas do entorno podem funcionar como fonte de indivíduos que, encontrando novamente os seus hábitats preferenciais, teriam alguma chance de re-colonizar a Reserva. As aves, especialmente as frugívoras, assumem um papel importante

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na renovação e na recuperação de florestas. Os registros recentes de grandes frugívoros como o jacu-açu, Penelope obscura bronzina Hellmayr, 1914 e o pavó, Pyroderus scutatus (Shaw, 1792), apontam para a possibilidade da recuperação das matas, por meio da dispersão de sementes de árvores frutíferas de maior porte, feita por estas aves. A recuperação do sub-bosque e dos bambuzais nativos também é fundamental para proporcinar hábitats para diversas espécies de aves das famílias Furna-riidae, Thamnophilidae, Grallariidae e Tyranni-dae, que dependem destes microambientes.

A riqueza e a pujança da flora da Reserva de Paranapiacaba, que tanto encantaram os naturalistas que por ali passaram, foram des-critas com riqueza de detalhes pelo botânico Hoehne (1925), que chamava a atenção para a quantidade de palmeiras, samambaias-açus e epífitas; “Grande parte das árvores da Es-tação Biológica do Alto da Serra, tortuosas e inclinadas ou ramalhudas, cheias de vegetação epiphytica, estão quasi suffocadas. As touceiras de gravatás das mais variadas inflorescencias; de Philodendrums, Orchidaceas, Araceas e Be-gonias assentam sobre os ramos enfileiram-se pelos troncos...”. A riqueza da fauna também foi atestada por diversos naturalistas, como o bel-ga Massart (Massart, apud Hoehne 1925), que escreveu: “À noite coaxam os sapos, choram as rãs, martela o ferreiro..., gemem as corujas. Ao romper da aurora cantam os passarinhos, trinam os nambús, vôam celeres os colibris, e os jacús e aves preciosas começam a mariscar na folhagem secca dos grotões”. Graças aos inúmeros problemas ambientais que a Reserva Biológica de Paranapiacaba passou, hoje temos apenas a lembrança desses tempos de onde se vislumbrava, entre a luxuriante vegetação da Mata Atlântica e a espessa neblina, o belo encontro do mar com a serra.

Agradecimentos

Às Dras. Márcia Inês Martin Silveira Lopes, Mizué Kirizawa e Maria Margarida da Rocha Fiuza de Melo, pelo convite para participar deste livro; à Dra. Rosângela Simão Bianchini,

Encarregada da Reserva Biológica de Para-napiacaba, por permitir o acesso à área; aos colegas Miguel Trefaut Rodrigues, Renata Par-dini, Vanessa K. Verdade, Dante Pavan, Norali Shawen Liou, Daniel Mautari e Érika Machado Costa Lima, que participaram dos trabalhos de campo e contribuíram com discussões sobre este capítulo; à Miguel T. Rodrigues e Renata Pardini, que leram o manuscrito e contribuiram com sugestões; ao Luiz Fernando de Andrade Figueiredo (Centro de Estudos Ornitológicos - CEO, São Paulo), por ter fornecido gentilmente um relatório inédito do CEO; ao Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, pelo apoio logístico; ao Sr. Antônio Victor da Costa, pelo apoio em campo e pelas informações sobre a avifauna da região; ao Programa Birders´ Exchange e à United Parcel Service (UPS) Bra-sil, pela doação de material importante para a realização deste trabalho.

Referências bibliográficas

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Tabela 1. Lista das aves registradas na Reserva Biológica (do Alto da Serra) de Paranapiacaba, Santo André, SP, Brasil. A nomenclatura e o arranjo sistemático seguem as proposições do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO 2005). A coluna “Histórico” relaciona o ano em que as espécies foram coletadas e/ou registradas, enquanto que a coluna “Recente” relaciona as espécies anotadas pelo autor e pelo CEO (1999). Espécies endêmicas ou cuja distribuição está centrada principalmente na Mata Atlântica (n = 83) são marcadas com um “#” e as ameaçadas de extinção (n = 5, IBAMA 2003, BirdLife International 2004), com um “§”. Espécies registradas exclusivamente pelo CEO (1999, n = 03) são as-sinaladas com um “*” na coluna “Recente”.

ORDEM Histórico RecenteFamília (número de espécies registradas)

Nome científico autor e data da descrição Nome popularTINAMIFORMESTinamidae (2)

Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) inhambu-guaçu 1904 XCrypturellus tataupa (Temminck, 1815) inhambu-chintã X

GALLIFORMESCracidae (1)

Penelope obscura bronzina Hellmayr, 1914 # jacuguaçu XPhasianidae (1)

Odontophorus capueira (Spix, 1825) # uru XFALCONIFORMESCathartidae (1)

Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta XAccipitridae (4)

Harpagus diodon (Temminck, 1823) gavião-bombachinha XAccipiter superciliosus (Linnaeus, 1766) gavião-miudinho 1909, 1923Buteo brachyurus Vieillot, 1816 gavião-de-cauda-curta XRupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó X

Falconidae (3)Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) gavião-caburé XMilvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro XCaracara plancus (Miller, 1777) caracará X

GRUIFORMESRallidae (2)

Aramides cajanea (Statius Muller, 1776) três-potes XAramides saracura (Spix, 1825) # saracura-do-mato 1904

COLUMBIFORMESColumbidae (5)

Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) asa-branca X*Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) pomba-amargosa 1904 XColumbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa XClaravis godefrida (Temminck, 1811) § # pararu-espelho 1899Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti X

PSITTACIFORMESPsittacidae (3)

Pyrrhura frontalis (Vieillot, 1817) # tiriba-de-testa-vermelha 1904 XBrotogeris tirica (Gmelin, 1788) # periquito-rico 1899, 1906 XPionus maximiliani (Kuhl, 1820) maitaca-verde X

CUCULIFORMESCuculidae (2)

continua

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10 Luís Fábio Silveira

Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato 1904 XCrotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto X

STRIGIFORMESStrigidae (2)

Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-do-mato XPulsatrix perspicillata (Latham, 1790) murucututu 1905

CAPRIMULGIFORMESCaprimulgidae (1)

Eleothreptus anomalus (Gould, 1838) curiango-do-banhado 1900APODIFORMESApodidae (2)

Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) andorinhão-de-coleira 1904Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907 andorinhão-do-

temporalX*

Trochilidae (7)Ramphodon naevius (Dumont, 1818) # beija-flor-grande-do-

mato1899, 1904

Phaethornis eurynome (Lesson, 1832) # rabo-branco-de-garganta-rajada

1904 X

Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) tesourão 1900 XFlorisuga fusca (Vieillot, 1817) # beija-flor-preto-e-

brancoX

Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788) # tesoura-de-fronte-violeta

1899, 1900, 1904

X

Leucochloris albicollis (Vieillot, 1818) # papo-branco XClytolaema rubricauda (Boddaert, 1783) # beija-flor-rubi 1900, 1904,

1905X

TROGONIFORMESTrogonidae (3)

Trogon viridis Linnaeus, 1766 surucuá-grande-de-barriga-amarela

1899, 1904, 1906

Trogon rufus Gmelin, 1788 surucuá-de-barriga-amarela

X

Trogon surrucura Vieillot, 1817 # surucuá-de-peito-azul XCORACIIFORMESMomotidae (1)

Baryphthengus ruficapillus (Vieillot, 1818) # juruva 1906 XBucconidae (1)

Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) joão-bobo 1932PICIFORMESRamphastidae (3)

Ramphastos dicolorus Linnaeus, 1766 # tucano-de-bico-verde 1900 XSelenidera maculirostris (Lichtenstein, 1823) # araçari-poca 1899, 1904,

1906Pteroglossus bailloni (Vieillot, 1819) # araçari-banana X

Tabela 1. Lista das aves registradas na Reserva Biológica (do Alto da Serra) de Paranapiacaba, Santo André, SP, Brasil. A nomenclatura e o arranjo sistemático seguem as proposições do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO 2005). A coluna “Histórico” relaciona o ano em que as espécies foram coletadas e/ou registradas, enquanto que a coluna “Recente” relaciona as espécies anotadas pelo autor e pelo CEO (1999). Espécies endêmicas ou cuja distribuição está centrada principalmente na Mata Atlântica (n = 83) são marcadas com um “#” e as ameaçadas de extinção (n = 5, IBAMA 2003, BirdLife International 2004), com um “§”. Espécies registradas exclusivamente pelo CEO (1999, n = 03) são as-sinaladas com um “*” na coluna “Recente”.

ORDEM Histórico RecenteFamília (número de espécies registradas)

Nome científico autor e data da descrição Nome popular

continua

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11Aves

Picidae (6)Picumnus temminckii Larfresnaye, 1845 # pica-pau-anão-de-

coleira1904 X

Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo XPiculus aurulentus (Temminck, 1821) # pica-pau-dourado XCeleus flavescens (Gmelin, 1788) pica-pau-de-cabeça-

amarela1899

Melanerpes flavifrons (Vieillot, 1818) # benedito-de-testa-amarela

1904

Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827) # pica-pauzinho-verde-carijó

1906 X

PASSERIFORMESThamnophilidae (17)

Hypoedaleus guttatus (Vieillot, 1816) # chocão-carijó 1899Batara cinerea (Vieillot, 1819) matracão XMackenziaena leachii (Such, 1825) # borralhara-assobiadora 1962 XMackenziaena severa (Lichtenstein, 1823) # borralhara 1899Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816 choca-da-mata 1909, 1923,

1962X

Thamnophilus ruficapillus Vieillot, 1816 choca-de-chapéu-vermelho

1962

Dysithamnus stictothorax (Temminck, 1823) # choquinha-de-peito-pintado

1899, 1904, 1906, 1962

Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) choquinha-lisa 1899, 1904, 1906, 1923,

1962

X

Dysithamnus xanthopterus Burmeister, 1856 # choquinha-de-asa-ferrugem

1899, 1962

Myrmotherula gularis (Spix, 1825) # choquinha-da-garganta-pintada

1900, 1904 X

Myrmotherula unicolor (Ménétriès, 1835) # § choquinha-cinzenta 1963Drymophila ferruginea (Temminck, 1822) # trovoada 1898, 1906 XDrymophila ochropyga (Hellmayr, 1906) # choquinha-de-dorso-

vermelho1898, 1900, 1905, 1906

X

Drymophila malura (Temminck, 1825) # choquinha-carijó 1963Drymophila squamata (Lichtenstein, 1823) # pintadinho 1899Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818) # papa-taoca-do-sul 1906 XMyrmeciza squamosa Pelzeln, 1868 # papa-formigas-de-

escamas1899, 1904, 1905, 1906

X

Conopophagidae (2)Conopophaga melanops (Vieillot, 1818) # cuspidor-de-máscara-

preta1904

Conopophaga lineata (Wied, 1831) # chupa-dente 1900, 1906 XGrallariidae (3)

Grallaria varia (Boddaert, 1783) tovacuçu 1904, 1905 XHylopezus nattereri Pinto, 1937 # pinto-do-mato 1904

Rhinocryptidae (3)Merulaxis ater Lesson, 1830 # entufado 1899, 1900,

1904Scytalopus speluncae (Ménétriès, 1835) # tapaculo-preto 1904

Tabela 1. Lista das aves registradas na Reserva Biológica (do Alto da Serra) de Paranapiacaba, Santo André, SP, Brasil. A nomenclatura e o arranjo sistemático seguem as proposições do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO 2005). A coluna “Histórico” relaciona o ano em que as espécies foram coletadas e/ou registradas, enquanto que a coluna “Recente” relaciona as espécies anotadas pelo autor e pelo CEO (1999). Espécies endêmicas ou cuja distribuição está centrada principalmente na Mata Atlântica (n = 83) são marcadas com um “#” e as ameaçadas de extinção (n = 5, IBAMA 2003, BirdLife International 2004), com um “§”. Espécies registradas exclusivamente pelo CEO (1999, n = 03) são as-sinaladas com um “*” na coluna “Recente”.

ORDEM Histórico RecenteFamília (número de espécies registradas)

Nome científico autor e data da descrição Nome popular

continua

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12 Luís Fábio Silveira

Scytalopus indigoticus (Wied, 1831) # macuquinho 1905, 1906Formicariidae (1)

Chamaeza meruloides Vigors, 1825 # tovaca-cantador 1900Scleruridae (1)

Sclerurus scansor (Ménétriès, 1835) # vira-folhas 1899 XDendrocolaptidae (5)

Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde 1906, 1909 XXiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818) arapaçu-de-garganta-

branca1899

Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1825 arapaçu-grande 1899Lepidocolaptes falcinellus (Cabanis & Heine, 1859) # arapaçu-escamoso-do-

sulX

Xiphorhynchus fuscus (Vieillot, 1818) # arapaçu-rajado 1899, 1904, 1906

X

Furnariidae (17)Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro XSynallaxis spixi Sclater, 1856 joão-teneném 1904, 1962 XSynallaxis ruficapilla Vieillot, 1819 # pichororé 1900, 1904 XCranioleuca pallida (Wied, 1831) # arredio-pálido 1962Phacellodomus erythrophthalmus (Wied, 1821) # joão-botina XAnabazenops fuscus (Vieillot, 1816) # trepador-coleira 1899, 1900 XSyndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832) trepador-quiete 1899 XAnabacerthia amaurotis (Temminck, 1823) # limpa-folha-miúdo 1899, 1962 XPhilydor atricapillus (Wied, 1821) # limpa-folha-coroado 1899Philydor lichtensteini Cabanis & Heine, 1859 # limpa-folha-ocrácea 1904Philydor rufum (Vieillot, 1818) limpa-folha-testa-baia 1904, 1909Automolus leucophthalmus (Wied, 1821) barranqueiro-de-olho-

brancoX

Cichlocolaptes leucophrus (Jardine & Selby, 1830) # trepador-sobrancelha 1899Heliobletus contaminatus Berlepsch, 1885 # trepadorzinho 1962Xenops minutus (Sparrman, 1788) bico-virado-miúdo XLochmias nematura (Lichtenstein, 1823) joão-porca X

Tyrannidae (32)Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) piolhinho 1906, 1962Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha XMyiopagis caniceps (Swainson, 1835) maria-da-copa XElaenia obscura (d´Orbigny & Lafresnaye, 1837) tucão XElaenia albiceps (d´Orbigny & Lafresnaye, 1837) guaracava-de-crista-

brancaX

Serpophaga subcristata (Vieillot, 1817) alegrinho 1962Mionectes rufiventris Cabanis, 1846 # abre-asa-de-cabeça-

cinzaX

Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 cabeçudo 1899, 1904, 1962

X

Tabela 1. Lista das aves registradas na Reserva Biológica (do Alto da Serra) de Paranapiacaba, Santo André, SP, Brasil. A nomenclatura e o arranjo sistemático seguem as proposições do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO 2005). A coluna “Histórico” relaciona o ano em que as espécies foram coletadas e/ou registradas, enquanto que a coluna “Recente” relaciona as espécies anotadas pelo autor e pelo CEO (1999). Espécies endêmicas ou cuja distribuição está centrada principalmente na Mata Atlântica (n = 83) são marcadas com um “#” e as ameaçadas de extinção (n = 5, IBAMA 2003, BirdLife International 2004), com um “§”. Espécies registradas exclusivamente pelo CEO (1999, n = 03) são as-sinaladas com um “*” na coluna “Recente”.

ORDEM Histórico RecenteFamília (número de espécies registradas)

Nome científico autor e data da descrição Nome popular

continua

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13Aves

Phylloscartes ventralis (Temminck, 1824) borboletinha-do-mato 1909, 1962Phylloscartes oustaleti (Sclater, 1887) # papa-moscas-de-

olheiras1899

Phylloscartes difficilis (Ihering & Ihering, 1907) # estalinho 1898, 1963Myiornis auricularis (Vieillot, 1818) miudinho 1899, 1904Hemitriccus diops (Temminck, 1822) # olho-falso 1899, 1909,

1923Hemitriccus nidipendulus (Wied, 1831) tachuri-campainha 1962, 1963Hemitriccus orbitatus (Wied, 1831) # tiririzinho-do-mato 1899Todirostrum poliocephalum (Wied, 1831) # teque-teque 1900Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, 1846) ferreirinho-de-cara-

canela1900, 1904 X

Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) bico-chato-de-orelha-preta

1904, 1906 X

Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818 patinho 1904, 1963 XContopus cinereus (Spix, 1825) papa-moscas-cinzento 1904, 1963Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) enferrujado XColonia colonus (Vieillot, 1818) viuvinha 1906Muscipipra vetula (Lichtenstein, 1823) # tesoura-cinzenta 1904, 1962,

1966Attila rufus (Vieillot, 1819) # capitão-de-saíra XAttila spadiceus (Gmelin, 1789) capitão-de-saíra-

amareloX

Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira XMyiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 irrê XPitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi XMegarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) nei-nei XMyiozetetes similis (Spix, 1825) bem-te-vizinho-

penacho-vermelhoX

Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) bem-te-vi-rajado XTyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri X

Cotingidae (5)Phibalura flavirostris Vieillot, 1816 tesourinha-da-mata 1899Carpornis cucullata (Swainson, 1821) # corocochó 1899, 1904,

1911Carpornis melanocephala (Wied, 1820) # § sabiá-pimenta 1906Pyroderus scutatus (Shaw, 1792) pavó XProcnias nudicollis (Vieillot, 1817) # araponga 1899

Pipridae (3)Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793) # tangará 1899, 1904,

1909, 1963X

Ilicura militaris (Shaw & Nodder, 1809) # tangarazinho 1904, 1907, 1962

Neopelma chrysolophum Pinto, 1944 # fruxu 1899, 1905, 1962

Tityridae (2)Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838) # flautim 1904, 1962 X

Tabela 1. Lista das aves registradas na Reserva Biológica (do Alto da Serra) de Paranapiacaba, Santo André, SP, Brasil. A nomenclatura e o arranjo sistemático seguem as proposições do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO 2005). A coluna “Histórico” relaciona o ano em que as espécies foram coletadas e/ou registradas, enquanto que a coluna “Recente” relaciona as espécies anotadas pelo autor e pelo CEO (1999). Espécies endêmicas ou cuja distribuição está centrada principalmente na Mata Atlântica (n = 83) são marcadas com um “#” e as ameaçadas de extinção (n = 5, IBAMA 2003, BirdLife International 2004), com um “§”. Espécies registradas exclusivamente pelo CEO (1999, n = 03) são as-sinaladas com um “*” na coluna “Recente”.

ORDEM Histórico RecenteFamília (número de espécies registradas)

Nome científico autor e data da descrição Nome popular

continua

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14 Luís Fábio Silveira

Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) caneleiro-preto 1904 XVireonidae (3)

Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari 1899, 1909, 1970

X

Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) juruviara XHylophilus poicilotis Temminck, 1822 # verdinho-coroado 1899, 1909 X

Hirundinidae (3)Progne tapera (Vieillot, 1817) andorinha-do-campo XPygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) andorinha-pequena-de-

casaX

Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serrador XTroglodytidae (1)

Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra 1963 XPolioptilidae (1)

Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819 bico-assovelado 1899, 1900, 1906

Turdidae (4)Platycichla flavipes (Vieillot, 1818) sabiá-una 1899, 1962,

1963X*

Turdus rufiventris Vieillot, 1818 sabiá-laranjeira XTurdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco XTurdus albicollis Vieillot, 1818 sabiá-coleira 1904 X

Coerebidae (1)Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica 1904 X

Thraupidae (15)Orchesticus abeillei (Lesson, 1839) # sanhaço-pardo 1962Orthogonys chloricterus (Vieillot, 1819) # catirumbava 1904, 1906Tachyphonus cristatus (Linnaeus, 1766) tiê-galo 1963 XTachyphonus coronatus (Vieillot, 1822) # tiê-preto 1899, 1904,

1963X

Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818) tiê-de-topete 1904, 1906, 1962

X

Habia rubica (Vieillot, 1817) tiê-do-mato-grosso 1963 XThraupis sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaço-cinzento 1904 XThraupis cyanoptera (Vieillot, 1817) # sanhaço-de-encontro-

azul1899, 1904

Thraupis ornata (Sparrman, 1789) # sanhaço-de-encontro-amarelo

1904

Stephanophorus diadematus (Temminck, 1823) sanhaço-frade X Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819) viúva 1904, 1909Tangara seledon (Statius Muller, 1776) # sete-cores 1906 XTangara cyanocephala (Statius Muller, 1776) # saíra-militar 1899, 1904,

1911, 1962Tangara desmaresti (Vieillot, 1819) # saíra-lagarta 1900, 1904,

1909, 1911X

Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul 1966

Tabela 1. Lista das aves registradas na Reserva Biológica (do Alto da Serra) de Paranapiacaba, Santo André, SP, Brasil. A nomenclatura e o arranjo sistemático seguem as proposições do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO 2005). A coluna “Histórico” relaciona o ano em que as espécies foram coletadas e/ou registradas, enquanto que a coluna “Recente” relaciona as espécies anotadas pelo autor e pelo CEO (1999). Espécies endêmicas ou cuja distribuição está centrada principalmente na Mata Atlântica (n = 83) são marcadas com um “#” e as ameaçadas de extinção (n = 5, IBAMA 2003, BirdLife International 2004), com um “§”. Espécies registradas exclusivamente pelo CEO (1999, n = 03) são as-sinaladas com um “*” na coluna “Recente”.

ORDEM Histórico RecenteFamília (número de espécies registradas)

Nome científico autor e data da descrição Nome popular

continua

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15Aves

Emberizidae (6)Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) tico-tico 1904, 1963 XSporophila frontalis (Verreaux, 1869) # § pichochó 1906Sporophila falcirostris (Temminck, 1820) # § cigarra-verdadeira 1906Saltator fuliginosus (Daudin, 1800) # pimentão 1899, 1904Saltator similis d´Orbigny & Lafresnaye, 1837 trinca-ferro-verdadeiro 1909, 1962 XCyanocompsa brissonii (Lichtenstein, 1823) azulão 1963

Parulidae (4)Parula pitiayumi (Vieillot, 1817) mariquita XBasileuterus culicivorus (Deppe, 1830) pula-pula 1900, 1904,

1909, 1963X

Basileuterus leucoblepharus (Vieillot, 1817) # pula-pula-assobiador XPhaeothlypis rivularis (Wied, 1821) pula-pula-ribeirinho 1904

Icteridae (3)Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766) guaxe 1906Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) # soldado 1904 XMolothrus bonariensis (Gmelin, 1789) chopim X

Fringillidae (1)Carduelis magellanica (Vieillot, 1805) pintassilgo XEuphonia violacea (Linnaeus, 1758) gaturamo-verdadeiro 1906Euphonia pectoralis (Latham, 1801) # ferro-velho 1899, 1904 X

Tabela 2. Espécies extintas ou provavelmente extintas na Reserva Biológica de Paranapiacaba, Santo André, SP, Brasil. As espécies marcadas com um “§” são consideradas como ameaçadas de extinção (IBAMA 2003, BirdLife 2004).

FamíliaNome científico Nome popular Ano do último registro

COLUMBIDAEClaravis godefrida § Pararu-espelho 1899

CAPRIMULGIDAEEleothreptus anomalus curiango-do-banhado 1900

TROCHILIDAERamphodon naevius beija-flor-grande-do-mato 1904

FURNARIIDAEPhilydor atricapillus limpa-folha-coroado 1899Philydor lichtensteini limpa-folha-ocrácea 1904Cichlocolaptes leucophrus trepador-sobrancelha 1899

THAMNOPHILIDAEHypoedaleus guttatus chocão-carijó 1899Dysithamnus stictothorax choquinha-de-peito-pintado 1962Dysithamnus xanthopterus choquinha-de-asa-ferrugem 1962

Tabela 1. Lista das aves registradas na Reserva Biológica (do Alto da Serra) de Paranapiacaba, Santo André, SP, Brasil. A nomenclatura e o arranjo sistemático seguem as proposições do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO 2005). A coluna “Histórico” relaciona o ano em que as espécies foram coletadas e/ou registradas, enquanto que a coluna “Recente” relaciona as espécies anotadas pelo autor e pelo CEO (1999). Espécies endêmicas ou cuja distribuição está centrada principalmente na Mata Atlântica (n = 83) são marcadas com um “#” e as ameaçadas de extinção (n = 5, IBAMA 2003, BirdLife International 2004), com um “§”. Espécies registradas exclusivamente pelo CEO (1999, n = 03) são as-sinaladas com um “*” na coluna “Recente”.

ORDEM Histórico RecenteFamília (número de espécies registradas)

Nome científico autor e data da descrição Nome popular

continua

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16 Luís Fábio Silveira

Myrmotherula unicolor § choquinha-cinzenta 1963GRALLARIIDAE

Chamaeza meruloides tovaca-cantador 1900Hylopezus nattereri pinto-do-mato 1904

CONOPOPHAGIDAEConopophaga melanops cuspidor-de-máscara-preta 1904

RHINOCRyPTIDAEMerulaxis ater entufado 1904Scytalopus speluncae tapaculo-preto 1904Scytalopus indigoticus macuquinho 1906

TyRANNIDAEPhylloscartes oustaleti papa-moscas-de-olheiras 1899Phylloscartes difficilis estalinho 1963

COTINGIDAEPhibalura flavirostris tesourinha-da-mata 1899Carpornis cucullata corocochó 1911Carpornis melanocephala § sabiá-pimenta 1906

THRAUPIDAEOrchesticus abeillei sanhaço-pardo 1962Orthogonys chloricterus catirumbava 1906

EMBERIZIDAESporophila frontalis § pichochó 1906Sporophila falcirostris § cigarra-verdadeira 1906Saltator fuliginosus pimentão 1904

PARULIDAEPhaeothlypis rivularis pula-pula-ribeirinho 1904

ICTERIDAECacicus haemorrhous guaxe 1906

Tabela 2. Espécies extintas ou provavelmente extintas na Reserva Biológica de Paranapiacaba, Santo André, SP, Brasil. As espécies marcadas com um “§” são consideradas como ameaçadas de extinção (IBAMA 2003, BirdLife 2004).

FamíliaNome científico Nome popular Ano do último registro