Capítulo 39 Exercícios Sobre a Nova Gramática Nos Vestibulares c Gab

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Exercícios Sobre Vícios De Linguagem Estes exercícios sobre vícios de linguagem abordam alguns aspectos dos principais cacoetes linguísticos encontrados principalmente na oralidade. Questão 1 (Enem/2003) No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete: CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo da notícia, esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação: a) Campanha contra o governo do Estado e a violência entram em nova fase. b) A violência do governo do Estado entra em nova fase de Campanha. c) Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violência. d) A violência da campanha do governo do Estado entra em nova fase. e) Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase. Questão 2 Todas as sentenças a seguir apresentam duplo sentido, exceto: a) Maria pediu a Márcia para sair. b) O advogado disse ao réu que suas palavras convenceriam o juiz. c) Crianças que comem doce frequentemente têm cáries. d) A mala foi encontrada perto do banco. e) A mãe pediu que o filho dirigisse o carro dela. Questão 3 (Enem – 2010) Carnavália Repique tocou O surdo escutou E o meu corasamborim Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou por mim? [...] ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento). No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”, que é a junção coração + samba + tamborim, refere-se, ao mesmo tempo, a elementos que compõem uma escola de samba e à situação emocional em que se encontra o autor da mensagem, com o coração no ritmo da percussão.

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A NOVA GRAMÁTICA NOS VESTIBULARES

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Exerccios Sobre Vcios De LinguagemEstes exerccios sobre vcios de linguagem abordam alguns aspectos dos principais cacoetes lingusticos encontrados principalmente na oralidade.

Questo 1(Enem/2003)No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os ndices de violncia. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete:CAMPANHA CONTRA A VIOLNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASEA manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo da notcia, esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redao:a) Campanha contra o governo do Estado e a violncia entram em nova fase.b) A violncia do governo do Estado entra em nova fase de Campanha.c) Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violncia.d) A violncia da campanha do governo do Estado entra em nova fase.e) Campanha do governo do Estado contra a violncia entra em nova fase.

Questo 2Todas as sentenas a seguir apresentam duplo sentido, exceto:a) Maria pediu a Mrcia para sair.b) O advogado disse ao ru que suas palavras convenceriam o juiz.c) Crianas que comem doce frequentemente tm cries.d) A mala foi encontrada perto do banco.e) A me pediu que o filho dirigisse o carro dela.

Questo 3(Enem 2010)CarnavliaRepique tocouO surdo escutouE o meucorasamborimCuca gemeu, ser que era meu, quando ela passou por mim?[...]ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M.Tribalistas, 2002 (fragmento).No terceiro verso, o vocbulo corasamborim, que a juno corao + samba + tamborim, refere-se, ao mesmo tempo, a elementos que compem uma escola de samba e situao emocional em que se encontra o autor da mensagem, com o corao no ritmo da percusso.Essa palavra corresponde a um:a) estrangeirismo, uso de elementos lingusticos originados em outras lnguas e representativos de outras culturas.b) neologismo, criao de novos itens lingusticos, pelos mecanismos que o sistema da lngua disponibiliza.c) gria, que compe uma linguagem originada em determinado grupo social e que pode vir a se disseminar em uma comunidade mais ampla.d) regionalismo, por ser palavra caracterstica dedeterminada rea geogrfica.e) termo tcnico, dado que designa elemento de rea e de atividade.

Questo 4Assinale a sequncia correta:I. O pleonasmo consiste em intensificar o significado de um elemento do texto por meio da redundncia, isto , da repetio da ideia j expressa por esse elemento.II. A ambiguidade no pode ser considerada um vcio de linguagem, j que no provoca qualquer tipo de dificuldade para a interpretao de um texto.III. O neologismo um fenmeno lingustico que consiste na criao de novas palavras ou expresses e no pode ser considerado como um vcio de linguagem, j que pode ser empregado com intenes artsticas.IV. O arcasmo consiste no emprego de palavras ou expresses cuja utilizao seja menos frequente na modalidade escrita e na modalidade oral. o oposto do neologismo, pois est na contramo do movimento criador de palavras.V. Solecismo uma inadequao naestrutura sintticada frase com relao gramticanormativa do idioma. Podem subverter as normas da concordncia, da regncia e da colocao.a) I, II e III.b) II e IV.c) I, III, IV e V.d) I, II, IV e V.e) III e V.

Resposta Questo 1Alternativae.Na manchete Campanha contra a violncia do governo do Estado entra em nova fase, no possvel identificar se a campanha contra a violncia do governo do Estado ou se o governo do Estado que est promovendo uma campanha contra a violncia. Tal ambiguidade pode ser eliminada da seguinte maneira: Campanha do governo do Estado contra a violncia entra em nova fase.

Resposta Questo 2Alternativae.

Resposta Questo 3Alternativab.O neologismo um fenmeno lingustico que consiste na criao de novas palavras ou expresses. Pode ser um fenmeno espontneo, com origem na oralidade, ou artstico, com fins literrios.

Resposta Questo 4Alternativac.A ambiguidade pode provocar dificuldades de interpretao de texto, pois confere s palavras ou expresses mltiplas possibilidades de leitura, efeito indesejado nos textos no literrios.

Exerccios Sobre Variaes LingusticasEstes exerccios sobre variaes lingusticas vo ajudar na compreenso da importncia dos diferentes falares e suas funes dentro dos grupos sociais.

Questo 1"Todas as variedades lingusticas so estruturadas e correspondem a sistemas e subsistemas adequados s necessidades de seus usurios. Mas o fato de estar a lngua fortemente ligada estrutura social e aos sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliao distinta das caractersticas das suas diversas modalidades regionais, sociais e estilsticas. A lngua padro, por exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de um idioma, sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma, como ideal lingustico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua funo coercitiva sobre as outras variedades, com o que se torna uma pondervel fora contrria variao." Celso Cunha.Nova gramtica do portugus contemporneo.Adaptado.A partir da leitura do texto, podemos inferir que uma lngua :a) conjunto de variedades lingusticas, dentre as quais uma alcana maior valor social e passa a ser considerada exemplar.b) sistema que no admite nenhum tipo de variao lingustica, sob pena de empobrecimento do lxico.c) a modalidade oral alcana maior prestgio social, pois o resultado das adaptaes lingusticas produzidas pelos falantes.d) A lngua padro deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda modificao prejudicial a um sistema lingustico.

Questo 2Questo 106 -Enem 2013 (Variaes lingusticas no Enem)At quando?No adianta olhar pro cuCom muita f e pouca lutaLevanta a que voc tem muito protesto pra fazerE muita greve, voc pode, voc deve, pode crerNo adianta olhar pro choVirar a cara pra no verSe liga a que te botaram numa cruz e s porque JesusSofreu no quer dizer que voc tenha que sofrer!GABRIEL, O PENSADOR. Seja voc mesmo (mas no seja sempre o mesmo).Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).As escolhas lingusticas feitas pelo autor conferem ao textoa) carter atual, pelo uso de linguagem prpria da internet.b) cunho apelativo, pela predominncia de imagens metafricas.c) tom de dilogo, pela recorrncia de grias.d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.e) originalidade, pela conciso da linguagem.

Questo 3Questo 115 -Enem 2012 (Variaes lingusticas no Enem)Texto IAntigamenteAntigamente, os pirralhos dobravam a lngua diante dos pais e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair nos braos de Morfeu, era capaz de entrar no couro. No devia tambm se esquecer de lavar os ps, sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. No ficava mangando na rua, nem escapulia do mestre, mesmo que no entendesse patavina da instruo moral e cvica. O verdadeiro smart calava botina de botes para comparecer todo lir ao copo dgua, se bem que no convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. Os bilontras que eram um precipcio, jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pr as barbas de molho diante de um treteiro de topete, depois de fintar e engambelar os cois, e antes que se pusesse tudo em pratos limpos, ele abria o arco.ANDRADE, C. D.Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento).Texto IIExpressoSignificado

Cair nos braos de MorfeuDormir

DebicarZombar, ridicularizar

TundaSurra

MangarEscarnecer, caoar

TugirMurmurar

LirBem-vestido

Copo d'guaLanche oferecido pelos amigos

ConvescotePiquenique

Treteiro de topeteTratante atrevido

Abrir o arcoFugir

BilontraVelhaco

FIORIN, J. L. As lnguas mudam. In: Revista Lngua Portuguesa, n. 24, out. 2007 (adaptado).Na leitura do fragmento do texto Antigamente constata-se, pelo emprego de palavras obsoletas, que itens lexicais outrora produtivos no mais o so no portugus brasileiro atual. Esse fenmeno revela quea) a lngua portuguesa de antigamente carecia de termos para se referir a fatos e coisas do cotidiano.b) o portugus brasileiro se constitui evitando a ampliao do lxico proveniente do portugus europeu.c) a heterogeneidade do portugus leva a uma estabilidade do seu lxico no eixo temporal.d) o portugus brasileiro apoia-se no lxico ingls para ser reconhecido como lngua independente.e) o lxico do portugus representa uma realidade lingustica varivel e diversificada.

Questo 4Contudo, a divergncia est no fato de existirem pessoas que possuem um grau de escolaridade mais elevado e com um poder aquisitivo maior que consideram um determinado modo de falar como o correto, no levando em considerao essas variaes que ocorrem na lngua. Porm, o senso lingustico diz que no h variao superior outra, e isso acontece pelo fato de no Brasil o portugus ser a lngua da imensa maioria da populao no implica automaticamente que esse portugus seja um bloco compacto coeso e homogneo.(BAGNO, 1999, p. 18)Sobre o fragmento do texto de Marcos Bagno, podemos inferir, exceto:a) A lngua deve ser preservada e utilizada como um instrumento de opresso. Quem estudou mais define os padres lingusticos, analisando assim o que correto e o que deve ser evitado na lngua.b) As variaes lingusticas so prprias da lngua e esto aliceradas nas diversas intenes comunicacionais.c) A variedade lingustica um importante elemento de incluso, alm de instrumento de afirmao da identidade de alguns grupos sociais.d) O aprendizado da lngua portuguesa no deve estar restrito ao ensino das regras.e) Segundo Bagno, no podemos afirmar que exista um tipo de variante que possa ser considerada superior outra, j que todas possuem funes dentro de um determinado grupo social.

Resposta Questo 1Alternativaa.Embora as variedades lingusticas sejam consideradas importantes do ponto de vista comunicacional, a lngua padro ainda alcana maior prestgio social.

Resposta Questo 2Alternativad.A linguagem coloquial adotada por Gabriel, O Pensador, confere letra da msica grande espontaneidade, marca do discurso utilizado no gnero textualrap.

Resposta Questo 3Alternativae.O texto de Carlos Drummond de Andrade apresenta exemplos de palavras ou expresses que caram em desuso, o que comprova o dinamismo da lngua e as variaes sofridas ao longo do tempo.

Resposta Questo 4Alternativaa. fundamental que as variaes lingusticas sejam respeitadas e compreendidas, j que dizem respeito a um organismo vivo, que a lngua. Esta, por sua vez, jamais deve ser utilizada como instrumento de opresso, pois cada variante exerce uma funo dentro de um grupo social. Respeitar as variaes lingusticas um dos princpios da cidadania.