CAPÍTULO 5

download CAPÍTULO 5

of 54

Transcript of CAPÍTULO 5

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZNIA PROGRAMA DE PS GRADUAO EM AGRONOMIA FISIOLOGIA VEGETAL AVANADA I

CAPTULO 5: NUTRIO MINERAL(TAIZ e ZEIGER, 2009)

FABRCIA MORAES

NUTRIENTES ESSENCIAIS, DEFICINCIAS E DISTRBIOS VEGETAIS Nutrio processo pelo qual as plantas adquirem compostos qumicos para o suprimento do seu metabolismo.

Apenas

alguns elementos foram determinados NUTRIENTES ESSENCIAIS para o crescimento vegetal.

como

Um ELEMENTO ESSENCIAL aquele presente em todas as plantas e, na sua ausncia a planta no completa o seu ciclo, alm de ser insubstituvel. Sua ausncia causa anormalidades severas no crescimento, desenvolvimento e reproduo vegetal.

Os elementos minerais essenciais so classificados como MACRO E MICRONUTRIENTES, de acordo com suas concentraes relativas no tecido vegetal.

As concentraes de macro e micronutrientes algumas vezes no so to grandes como indicadas na Tabela 1. Alguns tecidos vegetais, como o mesfilo, tm quase tanto ferro e mangans quanto enxofre e magnsio.

Tabela 1: Elementos qumicos considerados essenciais para as plantas.Elemento Obtido do solo Smbolo % na MS Classificao

CloroFerro

ClFe

0,010,01

Micronutriente-

BoroMangans

BMn

0,0020,005

-

SdioZinco Cobre Nquel Molibdnio

NaZn Cu Ni Mo

0,0000010,002 0,0006 0,000001 0,00001

-

Elemento HidrognioCarbono Oxignio Obtido do solo Nitrognio

Smbolo HC O N

% na MS 645 45 1,5

Classificao MacronutrienteMacronutriente

Obtido da gua ou dixido de carbono

PotssioClcio

KCa

1,00,5

-

MagnsioFsforo

MgP

0,20,2

-

Enxofre

S

0,1

-

Modificada de Salisbury & Ross (1991)

HIDROGNIO, CARBONO E OXIGNIO - No so considerados nutrientes minerais, porque so obtidos primariamente da gua ou do dixido de carbono.

Segundo Mengel e Kirkby a classificao dos elementos essenciais deve seguir o ponto de vista fisiolgico, onde os elementos so divididos segundo seu papel bioqumico e funo fisiolgica.Desta forma os elementos seriam divididos em quatro grupos bsicos: Grupo 1: nutrientes que fazem parte de compostos de carbono.

NeS As plantas assimilam esses compostos por meio de reaes bioqumicas com intuito de formar ligaes covalentes com o C e criar compostos orgnicos.

GRUPO 2: nutrientes que so importantes na armazenagem de energia ou na integridade estrutural.PeB

Estes elementos deste grupo esto comumente presentes em tecidos vegetais na forma de fosfato, borato e steres-silicatos em que o grupo elementar est covalentemente ligado ao grupo hidroxila de uma molcula orgnica (acar-fosfato). GRUPO 3: nutrientes que permanecem na forma inica. K, Ca, Mg, Cl, Mn e Na

Presente no tecido vegetal como ons livres dissolvidos em gua ou ligados a substncias tais como os cidos pcticos, presentes na parede celular.

GRUPO 4: nutrientes que esto envolvidos em reaes de redox. Fe, Zn, Cu, Ni e MoCompreende metais como o ferro, desempenha funes em reaes envolvendo transporte de eltrons.

TCNICAS ESPECIAIS SO UTILIZADAS EM ESTUDOS NUTRICIONAIS Para demonstrar a essencialidade de um elemento necessrio que as plantas sejam cultivadas em condies experimentais, onde o elemento que est sob investigao omitido.

Uma soluo nutritiva pode ser definida como um sistema homogneo onde os nutrientes necessrios planta esto na forma de sais inorgnicos em propores adequadas.

CULTIVO HIDROPNICO

a tcnica de cultivar plantas com suas razes imersas em soluo nutritiva sem solo. Exige um grande volume de soluo nutritiva ou ajuste freqente da mesma; Para impedir que absoro de nutrientes pelas razes haja mudanas na concentrao de nutrientes e pH do meio; Suprimento satisfatrio de O2, pode ser alcanado borbulhandose vigorosamente o meio.

Figura 1. Sistema de cultivo hidropnico.

CULTIVO EM PELCULAS DE NUTRIENTES

Razes so depositadas sobre uma canaleta; As solues nutritivas fluem sobre as razes em uma fina camada ao longo da canaleta; Esse sistema assegura que vrias razes recebam um amplo suprimento de O2 .

Figura 2. Sistema de cultivo em pelcula de nutrientes.

CULTIVO AEROPNICO

Cultiva-se com as razes suspensas no ar, e so aspergidas com soluo nutritiva; Proporciona fcil manipulao do ambiente gasoso ao redor das razes; Mas, para sustentar um rpido crescimento vegetal, requer elevadas [ ] de nutrientes; Por esta razo e outras dificuldades tcnicas que o mtodo no est disseminado.

Figura 3. Sistema de cultivo aeropnico.

CULTIVO DE SUBIRRIGAO

Soluo nutritiva periodicamente elevada para imergir as razes e ento, recuada, expondo as razes a um ambiente mido; Esse sistema tambm requer nveis elevados de nutrientes; Por esta razo o mtodo tambm no est amplamente disseminado.

Figura 4. Sistema de cultivo de subirrigao.

DEFICINCIAS MINERAIS PERTURBAM O METABOLISMO E O FUNCIONAMENTO VEGETAL O suprimento inadequado de um elemento essencial resulta em um DISTRBIO NUTRICIONAL, que se manifesta por sintomas de deficincia caracterstica. Em geral um elemento essencial atua na ESTRUTURA DO VEGETAL, no seu METABOLISMO e na OSMORREGULAO CELULAR.

A distribuio dos sintomas na planta tem relao direta com a MOBILIDADE DO ELEMENTO. Quando o ELEMENTO ESSENCIAL MVEL sintomas de deficincia tendem a aparecer primeiro em FOLHAS VELHAS.

Porm, a deficincia de um elemento IMVEL torna-se evidente primeiro em FOLHAS MAIS JOVENS. Elementos como N, P, e K podem, prontamente mover-se de folha para folha; outros como B, Fe e Ca so relativamente imveis na maioria das espcies.Tabela 2: elementos minerais classificados com base em sua mobilidade dentro da planta e suas tendncias de translocao durante deficincia.

FIGURA 5:FONTE: Taiz e Zeiger (2004).

GRUPO1: DEFICINCIAS DE NUTRIENTES MINERAIS QUE INTEGRAM COMPOSTOS DE CARBONOEsto neste grupo: Nitrognio e Enxofre.NITROGNIO o elemento mineral exigido em MAIORES QUANTIDADES pelas plantas.

Constitui muitos componentes da clula vegetal (aminocidos, protenas e cidos nuclicos). Sua deficincia inibe rapidamente o crescimento vegetal.

Figura 6: Sintomas de deficincia de nitrognio em tomateiro. (Epstein and Bloom 2004).

Figura 7: Folhas e razes de plantas de arroz cultivadas em soluo nutritiva com 0,1 e 0,5 mM de NNO3- ou sem nitrognio.

Figura 8: Deficincia de nitrognio em cafeeiro ( esquerda ramo normal).

Clorose das folhas (diminuio da clorofila) folhas velhas, Quantidade reduzida de folhas, Baixo contedo de protenas nas partes vegetativas, Menor perfilhamento, Reduo do crescimento.

ENXOFRE o elemento mineral encontrado em dois aminocidos a CISTENA E A METIONINA . Constitui vrias coenzimas e vitaminas (acetil coenzima A, biotina vitamina B1, cido pantotnico) essenciais no metabolismo.

Figura 9: Sintomas de deficincia de enxofre em tomateiro. (Epstein and Bloom 2004)

Figura 10: Deficincia de enxofre em algodoeiro. (IAC)

As deficincias de enxofre so freqentemente confundidas com as de N. Clorose das folhas geralmente em folhas jovens e madurasCrescimento raqutico das plantas; Amarelecimento geral das folhas.

GRUPO 2: DEFICINCIAS EM NUTRIENTES MINERAIS QUE SO IMPORTANTES NA ARMAZENAGEM DE ENERGIA OU NA INTEGRIDADE ESTRUTURAL.NESTE GRUPO ESTO: P e B

FSFORO componentes importante das clulas vegetais, incluindo fosfato-acares intermedirios da respirao e fotossntese, bem como fosfolipdeos que compem as membranas vegetais. componente de nucleotdeos utilizados no metabolismo energtico das plantas (como ATP) e no DNA e RNA. BORO no tem papel esclarecido no metabolismo, evidncias sugerem que ele desempenha funes alongamento celular, sntese de cidos nuclicos, respostas hormonais e funcionamento de membranas.

Figura 11: Deficincia de fsforo em milho. (EMBRAPA)

Figura 12: Deficincia de fsforo em soja direita ( esquerda folha normal) . (EMBRAPA)

Figura13: Deficincia fsforo em citrus. (PPI)

de

As deficincias de fsforo caractersticos incluem: Crescimento reduzido em plantas jovens,Colorao verde-escura das folhas (manchas necrticas), Produo de antocianina em excesso (colorao levemente arroxeada - no

associada a clorose),Morte das folhas mais velhas.

Figura 14: Deficincia de boro em feijoeiro, secamento dos pontos de crescimento. (IAC)

Figura 15: Deficincia de boro em cafeeiro, ramo a direita normal. (IAC)

Figura16: Deficincia de boro em citrus, Engrossamento da casca Formao de goma nos gomos. (CATI)

Alguns sintomas de deficincia de B Interndios mais curtos,Folhas pequenas e deformadas, Morte de gemas terminais e

superbrotamento,Figura 17: Deficincia de boro em tomateiro. (Epstein e Bloom 2004)

Folhas novas amareladas.

GRUPO 3: DEFICINCIAS EM NUTRIENTES MINERAIS QUE PERMANECEM NA FORMA INICA.NESTE GRUPO ESTO: Macronutrientes Micronutrientes Cl, Mn e Na. K, Ca e Mg e

POTSSIO presente nas plantas como ction K+ importante na regulao do potencial osmtico das clulas vegetais. Ativa muitas enzimas envolvidas na respirao e fotossntese. CLCIO os ons clcio so utilizados na sntese de novas paredes celulares, em particular na lamela mdia que separa clulas recentemente divididas. Utilizado no fuso mittico durante a diviso celular Atua como mensageiro secundrio em vrias respostas das plantas, tanto a sinais hormonais quanto ambientais.

MAGNSIO em clulas vegetais os ons magnsio (Mg2+) tem papel especfico na ativao de enzimas envolvidas na respirao, fotossntese e sntese de DNA e RNA. parte estrutural da molcula de clorofila.Cabea formada por 4 anis de porfirina contendo Mg.

Cadeia de fitol, Apolar responsvel pelo ancoramento da molcula de clorofila aos complexos proticos na matriz lipdica da membrana dos tilacides.

Figura 18: Estrutura das clorofilas a e b.

CLORO encontrado nas plantas na forma de on cloreto (Cl-) necessrio para as reaes de quebra da molcula de gua na fotossntese pelas quais o oxignio produzido. Necessrio para a diviso celular tanto em folhas quanto razes. Plantas deficientes em cloro manifestam MURCHA DOS PICES FOLIARES seguida por CLOROSE e NECROSE generalizada.

Folha com crescimento reduzido e podem assumir colorao bronzeadaFigura 19: Sintomas de deficincia de cloro em tomateiro. (Epstein and Bloom 2004)

Figura 20: Sintomas de deficincia de cloro em citrus. (ESALQ/USP)

MANGANS os ons mangans (Mn2+) ativam vrias enzimas nas clulas vegetais, em particular as descarboxilases e desidrogenases envolvidas no ciclo de Krebs. A funo mais bem definida do mangans a reao fotossinttica pela qual o oxignio produzido a partir da gua.

Figura 22: Sintomas de deficincia de mangans em tomateiro. (Epstein and Bloom 2004) Figura 21Figura 23

SDIO as espcies que utilizam as rotas C4 e CAM de fixao do carbono requerem na maioria ons sdio (Na+).

Para estas plantas o sdio parece ser vital na regenerao do fosfoenolpiruvato, substrato da primeira carboxilao nas rotas C4 e CAM. Sob deficincia de sdio, essas plantas necrose ou deixam de florescer. exibem clorose e

O sdio estimula o crescimento por meio de uma expanso celular maior, alm de poder em parte substituir o potssio como um soluto osmoticamente ativo.

Figura 24: Deficincia de potssio em cafeeiro. (IAC)

Figura 25: Deficincia potssio em soja. (IAC)

de

Figura 26: Deficincia de potssio em milho.

Alguns sintomas de deficincia de K

Figura 27: Deficincia de potssio em canade-acar, ramo a direita normal. (IAC)

Clorose marginal, evoluindo para necrose (nas margens e entre nervuras), Sintomas primeiro em folhas maduras (remobilizao para folhas jovens), Caule com regies internodais mais curtas e delgados e fracos. Tendncia de tombamento maior da planta no solo (acamamento).

Figura 28: Deficincia de clcio em feijoeiro, morte dos pontos de crescimento, murchamento.

Figura 29: clcio em (EMBRAPA)

Deficincia de cana-de-acar.

Alguns sintomas de deficincia de Ca Necrose das regies meristemticas jovens, Folhas jovens deformadas,

Os sintomas aparecem primeiro em folhas jovens (Ca no se transloca paraoutros rgos), Reduo severa do crescimento.

Figura 30: magnsio (EMBRAPA)

Deficincia de em soja.

Figura 31: Deficincia de magnsio em folhas velhas de milho. (ARBORE)

Figura 32: Deficincia de magnsio em algodoeiro, causando avermelhamento internerval. (IAC)

Alguns sintomas de deficincia de Mg

pice e margem das folhas podem adquirir colorao prpura-avermelhadano caso de deficincias severas, Baixo teor de Mg pode diminuir a fotossntese e o crescimento geral da cultura,

Perda da cor entre as nervuras da folha, geralmente iniciando-se nas margense no pice e progredindo para o centro.

GRUPO 4: DEFICINCIAS DE NUTRIENTES MINERAIS QUE ESTO ENVOLVIDOS EM REAES REDOXNESTE GRUPO ESTO: Os Micronutrientes Fe, Zn, Cu, Ni e Mo. Todos estes minerais podem sofre oxidaes e redues reversveis (exemplo, Fe2+ Fe3+) e tm importantes papis alm de desempenharem importantes funes na transferncia de eltrons e na transformao de energia.

FERRO tem um importante papel como componente de enzimas envolvidas na transferncia de eltrons, como citocromos.

Figura 33: Deficincia de ferro em citrus. (CATI)

Figura 34: Deficincia de ferro em cafeeiro. (EMBRAPA)

Figura 36: Deficincia de ferro em cana-deacar. (EMBRAPA) Figura 35: Deficincia de ferro em soja. (IAC)

Um dos sintomas da deficincia de ferro a clorose entre as nervuras. Ao contrrio dos sintomas de deficincia de magnsio, tais sintomas inicialmente aparecem nas folhas mais jovens, porque o ferro no pode ser prontamente mobilizado das folhas mais velhas.

Sob condies de deficincia extrema ou prolongada, as nervuras podem tambm se tornar clorticas, fazendo com que toda a folha torne-se branca.

ZINCO Muitas enzimas requerem ons zinco (Zn2+) para suas atividades, e esse elemento pode ser exigido para a biossntese de clorofila em algumas plantas.Figura 37: Deficincia de zinco em cafeeiro. (EMBRAPA)

Figura 38: Deficincia de zinco em citrus. (CATI)

Figura 39: Deficincia de zinco em folhas milho. (ARBORE)

Figura 40: Deficincia de zinco em feijoeiro.

A deficincia de zinco caracterizada pela reduo do crescimento internodal, e, como resultado, a planta apresenta um hbito de crescimento rosetado.

Em algumas espcies (p. ex., milho e feijoeiro), as folhas mais velhas podem tornar-se clorticas entre as nervuras e, ento, desenvolver manchas necrticas brancas. A clorose pode ser uma expresso da necessidade de zinco para a biossntese de clorofila.

COBRE est associado a enzimas envolvidas em reaes redox, sendo reversivelmente oxidado de Cu+ a Cr2+. Um exemplo de tal enzima a plastocianina, a qual est envolvida no transporte de eltrons durante as reaes dependentes de luz da fotossntese.O sintoma inicial da deficincia de cobre a produo de folhas verdeescuras, que podem conter manchas necrticas.

As manchas necrticas aparecem em primeiro lugar nos pices das folhas jovens e depois se estendem em direo base da folha, ao longo das margens.

Figura 41

Figura 42

NQUEL A urease a nica enzima conhecida em plantas superiores que contm nquel (Ni2+), embora microrganismos fixadores de nitrognio exijam nquel (Ni+ a Ni4+) para enzima que reprocessa parte do gs hidrognio gerado durante a fixao (hidrogenase de captao de hidrognio).

Plantas deficientes em nquel acumulam uria em suas folhas e, em conseqncia, apresentam necrose nos pices foliares.

MOLIBDNIO Os ons molibdnio (Mo+4 at Mo+6) so componentes de vrias enzimas, incluindo nitrato redutase e nitrogenase. Nitrato redutase catalisa a reduo do nitrato a nitrito durante sua assimilao pela clula vegetal; Nitrogenase converte o gs nitrognio a amnia em microrganismos fixadores de nitrognio.

O primeiro indicativo de uma deficincia de molibdnio a clorose generalizada entre as nervuras e a necrose das folhas mais velhas.Figura 43: Sintomas de deficincia de Mo cana-deacar. (ESALQ)/USP Figura 44: Sintomas de deficincia de Mo caf. (ESALQ/USP)

Figura 46: Sintomas de deficincia de Mo citrus. (ESALQ/USP)

Figura 45: Sintomas de deficincia de mangans em tomateiro. (Epstein and Bloom 2004)

ANLISE DE TECIDOS VEGETAIS REVELA DEFICINCIAS MINERAIS As necessidades de elementos minerais mudam ao longo do crescimento e do desenvolvimento das plantas. Em plantas cultivadas, os nveis de nutrientes em determinados estdios de crescimento influenciam a produtividade de constituintes vegetais economicamente importantes (tubrculos, gros e outros). Desta forma para otimizar a produo, faz-se necessrio a anlise dos nveis de nutrientes no s no solo, bem como no tecido vegetal. O uso adequado da anlise de tecido vegetal requer um entendimento das relaes entre o crescimento e a concentrao de minerais nas amostras.

Zona de deficincia: uma aumento na disponibilidade de nutrientes est diretamente relacionado a um aumento na produtividade. Zona adequada: aumento na quantidade de nutrientes continuada at atingir um ponto no qual essa adio no se relaciona a aumentos no crescimento ou produtividade, mas resulta em um aumento na concentrao de nutrientes nos tecidos.

Zona txica: aumento na concentrao de nutrientes no tecido alm da zona adequada , ocasionando queda na produo ou crescimento devido a toxicidade.

Figura 47: Relao entre produtividade e o contedo de nutrientes do tecido vegetal define zonas de deficincia, adequao e toxicidade.

A PRODUTIVIDADE DAS CULTURAS PODE MELHORADA PELA ADIO DE FERTILIZANTES

SER

Os fertilizantes qumicos contm sais inorgnicos dos macronutrientes N, P e K. Desta forma os fertilizantes que contem apenas um destes trs nutrientes so chamados de FERTILIZANTES SIMPLES. E os que contm dois ou mais nutrientes so chamados de FERTILIZANTES COMPOSTOS. Os produtos qumicos podem ser aplicados no solo para alterar o seu pH. (Figura )

Figura 48: Influencia do pH do solo na disponibilidade de nutrientes em solos orgnicos. A espessura das reas sombreadas indica o grau de disponibilidade do nutriente para a raiz do vegetal todos esses nutrientes esto disponveis na faixa de pH de 5,5 a 6,5 (LUCAS; DAVIS, 1961).

A adio de calcrio pode aumentar o pH dos solos cidos, bem como; a adio de enxofre pode baixar o pH de solos alcalinos.

ALGUNS NUTRIENTES MINERAIS ABSORVIDOS PELAS FOLHAS

PODEM

SER

A maioria das plantas consegue absorver nutrientes minerais aplicados s folhas por asperso, em um processo conhecido como ADUBAO FOLIAR. A absoro de nutrientes pelas folhas mais efetiva quando a soluo de nutrientes permanece sobre elas como uma fina pelcula, exigindo que as solues de nutrientes sejam suplementadas com produtos qumicos surfactantes, como o detergente Tween 80, que reduz a tenso superficial. Para que a aplicao foliar de nutrientes seja bem-sucedida, os danos s folhas devem ser minimizados. A aplicao em dias frescos ou tardinha ajuda a aliviar esse problema.

SOLO, RAZES E MICRBIOS O solo um substrato fsico, qumico e biolgico completo. Ele um material heterogneo, contendo fases slida, lquida e gasosa.

SOLO

Liquida (ons minerais)

Slida (K, Ca, Mg e Fe)

Gasosa (O2, CO2, N)

Do ponto de vista biolgico, o solo consiste em um ecossistema diversificado no qual as razes das plantas e os microrganismos do solo competem fortemente pelos nutrientes minerais. Apesar dessa competio, as razes e os microrganismos podem formar alianas (simbioses) para benefcio mtuo.

MINERAIS EM EXCESSO NO SOLO CRESCIMENTO DAS PLANTAS

LIMITAM O

Quando minerais em excesso esto presentes no solo, diz-se que o mesmo salino, afetando o crescimento caso os ons minerais atinjam nveis limitantes. NaCl e Na2SO4 so os sais mais encontrados em solos salinos. O excesso de minerais no solo pode ser um fator de grande importncia em regies ridas e semi-ridas, pois a precipitao insuficiente para lixiviar os ons minerais das camadas de solo junto superfcie.

Enquanto muitas plantas so afetadas de forma adversa pela presena de nveis relativamente baixos de sal, outras podem sobreviver com altos nveis.

Um outro problema importante relacionado ao excesso de minerais o acmulo de metais pesados no solo, que pode causar toxicidade severa em plantas.

Os metais pesados incluem zinco, cobre, cobalto, nquel, mercrio, chumbo, cdmio, prata e cromo.

AS PLANTAS DESENVOLVEM EXTENSOS SISTEMAS DE RAZES A capacidade das plantas em obter gua e nutrientes minerais do solo est relacionada sua capacidade de desenvolver um extenso sistema de razes. As razes das plantas podem crescer continuamente ao longo de todo o ano. Sua proliferao, no entanto, depende da disponibilidade de gua e nutrientes no microambiente que circunda a raiz, a chamada RIZOSFERA.

OS SISTEMAS DE RAZES DIFEREM NA FORMA, MAS SE BASEIAM EM ESTRUTURAS COMUNS A forma do sistema de razes difere muito entre as espcies vegetais. Em MONOCOTILEDNEAS, o desenvolvimento das razes comea com a emergncia de trs a seis eixos primrios (ou seminais) da semente em germinao. medida que a planta cresce, ela estende novas razes adventcias, chamadas RAZES NODAIS ou RAZES ESCORA. Nos sistemas fasciculados, todas as razes geralmente tm o mesmo dimetro de modo que impossvel distinguir um eixo de razes principal.

Em DICOTILEDNEAS desenvolvem sistemas de razes com um eixo principal nico, denominado RAIZ PIVOTANTE, que pode engrossar como resultado da atividade cambial secundria. Desse eixo principal, desenvolvem-se razes laterais, formando um sistema de razes extensamente ramificado.

O desenvolvimento do sistema de razes tanto em monocotiledneas quanto em dicotiledneas depende da atividade do MERISTEMA APICAL DA RAIZ e da PRODUO DE MERISTEMAS DE RAZES LATERAIS.

Figura 49. Sistemas de razes fasciculados de trgo (uma monocotilednea). (A) Sistema de razes de uma planta madura (3 meses de idade) de trigo crescendo em solo seco. (B) Sistema de razes de uma planta de trigo crescendo em solo irrigado. visvel que a morologia do sistema de razes aetada pela quantidade de gua presente no solo. Em um sistema de razes fasciculado, os eixos primrios no podem ser mais distinguidos (segundo Weaver, I926).

Figura 50. Sistema de razes pivotante de duas dicotiledneas adequadamente irrigadas: beterraba (A) e alafa (B). O sistema de razes da beterraba tprco.de,cinco meses de crescimento; o sistema de razes da alfaa ipic"d'dois anos de crescimento. Em ambas as dicotiledneas, o sistema de razes mostra um eixo vertical principal. No caso da beterraba, a poro superior do sistema de razes pivotante engrossada devido sua funo como rgo de armazenagem (WEAVEr, 1 926).

Figura 51: Seco longitudinal diagramtica da regio apical da raiz. As clulas meristemticas esto localizadas prximas ao pice da raiz. Essas clulas geram a coifa e os tecidos superiores da raiz. Na zona de alongamento, as clulas diferenciam-se para produzir xilema, floema e crtex. Os plos da raiz, formados em clulas epidrmicas, aparecem primeiro na zona de maturao.

REAS DIFERENTES DA RAIZ ABSORVEM ONS MINERAIS DISTINTOS ABSORO DE CLCIO PELA CEVADA restrita a regio apical da raiz; O ferro pode ser absorvido ou na regio apical (CEVADA), ou ao longo de toda superfcie da raiz (MILHO); POTSSIO, NITRATO, AMNIO E FOSFATO podem ser absorvidos livremente em todos os locais da superfcie da raiz; NO MILHO E ARROZ o pice da raiz absorve amnio mais rapidamente que a zona de alongamento; EM MUITAS ESPCIES os plos da raiz so os mais ativos na absoro de fosfato.

Figura 52: Formao de uma zona de esgotamento de nutrientes na regio do solo adjacente raiz da planta. Uma zona de esgotamento forma-se quando a taxa de absoro de nutrientes pelas clulas da raiz excede a taxa de reposio de nutrientes por fluxo de massa e por difuso na soluo do solo. Tal esgotamento causa um decrscimo localizado na concentrao de nutrientes na rea adjacente superfcie da raiz (MENGEL; KIRKBY, 1987).

OS NUTRIENTES SE MOVEM DOS MICORRZICOS S CLULAS DA RAIZ Um fator-chave na determinao da extenso da associao micorrzica com a raiz o estado nutricional da planta hospedeira. A deficincia moderada de um nutriente como o fsforo tende a promover a infeco, enquanto plantas com nutrientes abundantes tendem a suprimir a infeco micorrzica.

FUNGOS

Figura 53: Associao entre fungos micorrzicos vesculo-arbusculares com uma seco de uma raiz vegetal- As hifas do fungo crescem nos espaos intercelulares das paredes do parnquima cortical e penetram clulas corticais individuais. medida que elas se estendem dentro da clula, no rompem a membrana plasmtica ou o tonoplasto da clula hospedeira.

Obrigada!