Capitulo 5 - Procedimentos Gerais de Projeto de Sapatas
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E.E.K - Curso de Fundações
Capítulo 5 – Procedimentos Gerais de Projeto de Sapatas
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
Índice
1) Introdução
2) Definições e Procedimentos Gerais de Projeto
3) Prescrições da NBR-6122/2010
4) Procedimentos Construtivos – Caso de Obra
5) Sapatas Submetidas a Flexo-Compressão
6) Verificação de Projeto
7) Problemas Executivos e Prováveis Soluções
Capítulo 5
Procedimentos Gerais de Projeto de Sapatas
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
1) Introdução
• Neste capítulo vamos tratar apenas de como estabelecer as dimensões em planta dos
diferentes tipos de sapatas de fundação.
• Para isso vamos considerar que sejam conhecidas: a taxa de trabalho do solo (tensão
admissível), as cargas da estrutura, as seções e locação dos pilares.
• A determinação da tensão admissível em cada projeto envolve o conhecimento do perfil do
subsolo, dos parâmetros de resistência e deformabilidade das camadas, dos recalques
admissíveis para a estrutura, da profundidade e das próprias dimensões das sapatas.
• Esta determinação pode ser feita através de fórmulas teóricas, provas de carga sobre placa, e
correlações empíricas.
• Para fins práticos iremos considerar a determinação direta da tensão admissível pela média de
valores de SPT dentro do bulbo de tensões estimado e gerado pela sapata, dividido por 5.
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2) Definições e Procedimentos Gerais de Projeto
• As fundações rasas são as que se apóiam logo abaixo da infra-estrutura e se caracterizam
pela transmissão da carga ao solo através das pressões distribuídas sob sua base. Neste
grupo incluem-se os blocos de fundação e as sapatas.
• Os blocos são elementos de grande rigidez executados com concreto simples ou ciclópico,
portanto, não armados, dimensionados de modo que as tensões de tração neles produzidas
sejam absorvidas pelo concreto.
• Podem ter suas faces verticais, inclinadas ou escalonadas e apresentar normalmente em
planta seção quadrada ou retangular.
• A utilização de blocos por questões econômicas fica restrita para cargas inferiores a 500 kN,
seja 50 tf.
• A principal característica desse tipo de fundação é que os materiais que os constituem devem
trabalhar unicamente à compressão.
• Os blocos de fundação devem ser dimensionados de tal maneira que:
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
2) Definições e Procedimentos Gerais de Projeto - Blocos
O valor do ângulo b é tirado do gráfico do slide seguinte entrando-se com a relação σs / σt, em que σs é a
tensão aplicada ao solo pelo bloco (carga do pilar + peso próprio do bloco dividido pela área da base) e σt é a
tensão admissível à tração do concreto, cujo valor é da ordem de fck/25 não sendo conveniente usar valor
maiores que 0,8 MPa.
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2) Definições e Procedimentos Gerais de Projeto - Blocos
O valor do ângulo b é tirado do gráfico acima entrando-se com a
relação σs / σt, em que σs é a tensão aplicada ao solo pelo bloco
(carga do pilar + peso próprio do bloco dividido pela área da base) e
σt é a tensão admissível à tração do concreto, cujo valor é da ordem
de fck/25, não sendo conveniente usar valor maiores que 0,8 MPa.
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Exemplo 1: Dimensionar um bloco de fundação confeccionado com concreto fck= 15 MPa para
suportar uma carga de 1.360 kN aplicada por um pilar de 35 x 60 cm e apoiado num solo com
tensão admissível de 0,4 MPa. Desprezar o peso próprio do bloco:
2) Definições e Procedimentos Gerais de Projeto - Blocos
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Exemplo 1: Dimensionar um bloco de fundação confeccionado com concreto fck= 15 MPa para
suportar uma carga de 1.360 kN aplicada por um pilar de 35 x 60 cm e apoiado num solo com
tensão admissível de 0,4 MPa. Desprezar o peso próprio do bloco:
2) Definições e Procedimentos Gerais de Projeto - Blocos
Adotando-se quatro escalonamentos tem-se:
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• As sapatas são elementos de fundação executados em concreto armado, de altura reduzida
em relação às dimensões da base e que se caracterizam principalmente por trabalhar a
flexão.
2) Definições e Procedimentos Gerais de Projeto - Sapatas
• Os valores de h1 e h2 são decorrentes do dimensionamento estrutural da sapata não sendo
objeto de estudo nesse curso.
• Quando a sapata suporta apenas um pilar, diz-se que a mesma é uma sapata isolada.
• No caso particular de o pilar ser de divisa, a sapata é chamada de sapata de divisa.
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• Quando a sapata suporta dois ou mais pilares, cujos centros, em planta, estejam alinhados
é denominada viga de fundação.
• Quando a sapata é comum a vários pilares, cujos centros, em planta, não estejam
alinhados é denominada sapata associada.
2.1) Sapatas isoladas:
• A área da base (As) de um bloco ou de uma sapata isolada quando sujeita apenas a uma
carga vertical é calculada pela expressão:
2) Definições e Procedimentos Gerais de Projeto - Sapatas
Onde: P é a carga que o pilar transmite ao solo (normalmente levando-se em conta o peso
estimado do bloco ou da sapata = 1,05P a 1,1P) e σadm é a tensão admissível do solo.
• O centro de gravidade da área da sapata deve coincidir com o centro de gravidade do pilar,
para que as pressões de contato aplicadas pela sapata ao terreno tenham distribuição
uniforme.
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Dimensionamento econômico:
• As dimensões L e B da sapata, e l e b dos pilares, devem estar
convenientemente relacionadas a
fim de que o dimensionamento seja
econômico.
• Isto consiste fazer com que as
abas (distância d) sejam iguais,
resultando em momentos iguais
nos quatro balanços e seção da
armadura da sapata igual nos dois
sentidos.
• Para isso, é necessário que:
L – B = l – b
• Sabe-se ainda que, L x B= Asapata,
o que facilita a resolução do
sistema.
2.1) Dimensionamento de Sapatas Isoladas
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Dimensionamento:
2.1) Dimensionamento de Sapatas Isoladas
Exemplo1: Um pilar com seção de 110x25 cm transmite a uma sapata uma carga P= 3.800 kN.
Considerando que a tensão admissível do solo seja de 350 kPa. Dimensione uma sapata
retangular de forma que o dimensionamento seja mais econômico:
Resposta:
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2.1) Dimensionamento de Sapatas Isoladas
• Se o pilar for quadrado, logicamente será um caso particular do que foi tratado. Tem-se
simplesmente uma sapata quadrada com dimensões B = L = √A.
• As dimensões B e L da sapata deverão ser consideradas como múltiplas de 5 cm.
• Deve-se respeitar uma dimensão mínima, geralmente na ordem de 0,60 m em pequenas
construções e de 0,80 a 1,0 m em edifícios.
• Muitos profissionais não levam em conta o peso próprio da sapata no cálculo da área da
sapata, alegando que isso está dentro das imprecisões da estimativa do valor da tensão
admissível.
• Em alguns casos é interessante uniformizar os recalques dimensionando-se as sapatas com
tensões admissíveis diferentes.
• Sempre que possível, a relação entre os lados B e L da sapata deverá ser menor ou, no
máximo, igual a 2,5 L / B ≤ 2,5
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Exemplo 2: Dimensionar uma sapata para um pilar de 30 x 30 cm e carga de 1.500 kN, sendo
a taxa admissível no solo igual a 0,3 MPa:
Tratando-se de um pilar de seção quadrada, a sapata mais econômica terá a forma quadrada,
de lado:
2.1) Dimensionamento de Sapatas Isoladas - Exemplos
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Exemplo 3: Dimensionar uma sapata para um pilar de 30 x 100 cm e carga de 3.000 kN, sendo
a taxa admissível no solo igual a 0,3 MPa:
Tratando-se de um pilar de seção retangular, a sapata mais econômica terá a forma retangular,
com balanços iguais, ou seja:
2.1) Dimensionamento de Sapatas Isoladas - Exemplos
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• Consideremos como “especiais” os pilares que não apresentam a forma retangular. Como
exemplo pode-se citar um caso comum que é o do pilar em forma de L.
• No dimensionamento da sapata, deve-se inicialmente considerar um pilar retangular
“equivalente”, de tal modo que esse tenha o mesmo centro de gravidade e o pilar real fique
“inscrito” no retângulo. A partir daí utilizamos o critério de balanços iguais.
2.2) Dimensionamento de Sapatas em pilares “especiais”
• Portanto, no caso de pilares com seção transversal em forma de L, Z, U, etc.:
A solução recai facilmente no caso anterior ao se substituir o pilar real por um outro fictício de forma retangular
circunscrito ao mesmo e que tenha seu centro de gravidade coincidente com o centro de carga do pilar em
questão.
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• É importante frisar que para se obter um projeto econômico deve ser feito o maior número
possível de sapatas isoladas.
• Quando a proximidade entre dois ou mais pilares adjacentes é tal que inviabiliza a execução
de sapatas isoladas, devido a superposição das áreas das mesmas, deve-se projetar uma
única sapata, chamada de sapata associada (ou de uma viga de fundação), sendo
necessária a introdução de uma viga central de interligação dos pilares (viga de rigidez), para
que a sapata trabalhe com tensão constante (σs).
• Em outros casos também recorre-se a essa técnica: Casos em que as cargas estruturais são
muito altas em relação à tensão admissível do solo.
• A sapata deverá estar centrada no centro de cargas dos pilares.
2.3) Dimensionamento de sapatas com pilares próximos
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Onde:
2.3) Dimensionamento de sapatas com pilares próximos – Sapata associada
Sejam P1 e P2 as cargas de dois pilares próximos. A área da sapata associada será:
O centro de gravidade das cargas será:
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• Observa-se que para obter o centro de carga não é preciso calcular a distância P1 – P2,
sendo suficiente trabalhar com as diferenças de coordenadas (d1 e d2).
• Teoricamente só uma dessas direções é suficiente para o cálculo do CG, tendo em vista
que, calculando x (ou y), e prolongando essa cota até encontrar o eixo da viga de rigidez,
tem-se o centro de gravidade (ou de carga).
2.3) Dimensionamento de sapatas com pilares próximos – Sapata associada
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• Na escolha das dimensões B e L da sapata é difícil a fixação de um critério econômico. Uma
recomendação seria a tentativa de se obter três balanços iguais, restando um deles menor
do que os outros.
• O lado L da sapata associada deve ser paralelo ao eixo da viga de rigidez, enquanto que o
lado B, sempre que possível, deve ser perpendicular, evitando-se a torção da viga.
• A escolha dos lados B e L que conduz a uma solução mais econômica, consiste na
resolução de duas lajes em balanço (vão igual a B/2) sujeitas a uma carga uniformemente
distribuída igual a σs e a uma viga simplesmente apoiada nos pilares P1 e P2 sujeita também
a uma carga uniformemente distribuída igual a p= σs x B.
• Via de regra o condicionamento econômico da sapata está diretamente ligado à obtenção de
uma viga de rigidez econômica. Para tanto os momentos negativos dessa viga deveriam ser
aproximadamente iguais, em módulo, ao momento positivo. Essa condição só é plenamente
alcançada quando as cargas P1 e P2 forem iguais e neste caso os balanços terão um valor
igual a L/5.
• No caso das cargas P1 e P2 serem diferentes (como é o caso mais comum), procura-se
jogar com os valores dos balanços de modo a que as ordens de grandeza dos módulos dos
momentos negativo e positivo sejam o mais próximo possível.
2.3) Dimensionamento de sapatas com pilares próximos – Sapata associada
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Exemplo 4: Projetar uma sapata associada para
os pilares P1 e P2 indicados a seguir, sendo a taxa
no solo igual a 0,3 MPa para os seguintes casos:
1º Caso: P1 = P2 = 1.600 kN
2.3) Dimensionamento de sapatas com pilares próximos – Sapata associada
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Exemplo 4: Projetar uma sapata associada para os pilares
P1 e P2 indicados a seguir, sendo a taxa no solo igual a 0,3
MPa para os seguintes casos:
1º Caso: P1 = P2 = 1.600 kN
2.3) Dimensionamento de sapatas com pilares próximos – Sapata associada
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Exemplo 4: Projetar uma sapata associada para os
pilares P1 e P2 indicados a seguir, sendo a taxa no solo
igual a 0,3 MPa para os seguintes casos:
2º Caso: P1= 1.500 kN e P2= 1.700 kN
2.3) Dimensionamento de sapatas com pilares próximos – Sapata associada
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Neste caso, a obtenção da sapata mais econômica torna-se difícil pois as cargas nos pilares são diferentes.
Adota-se para a/2 (metade do comprimento da sapata) a distância do centro de carga à face externa do pilar
mais afastado, medida sobre o eixo da viga, acrescida de um valor arbitrário, a critério do projetista.
No presente exercício adotou-se:
Exemplo 4: Projetar uma sapata associada para os
pilares P1 e P2 indicados a seguir, sendo a taxa no solo
igual a 0,3 MPa para os seguintes casos:
2º Caso: P1= 1.500 kN e P2= 1.700 kN
2.3) Dimensionamento de sapatas com pilares próximos – Sapata associada
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• Quando o pilar se situa junto à divisa do terreno, não se pode avançar com a sapata no
terreno do vizinho, o que torna a sapata excêntrica em relação ao eixo do pilar.
• Nesse caso é necessário o emprego de uma viga alavanca (ou de equilíbrio) ligada a outro
pilar para absorver o momento proveniente da excentricidade e. A distribuição de tensões na
superfície de contato não é mais uniforme.
2.4) Dimensionamento de sapatas de pilares de divisa – Sapatas de divisa
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Tomando-se os momentos em relação
ao ponto de aplicação da carga P2,
obtemos a reação na sapata de divisa,
onde s é a distância entre os CG’s dos
pilares:
2.4) Dimensionamento de sapatas de pilares de divisa – Sapatas de divisa
Entretanto, o valor da excentricidade
e depende do lado B1 que é uma das
dimensões procuradas, onde f é uma
folga necessária para acomodar a
fôrma (aprox. 2,5 cm):
Então como o número de incógnitas é
maior que o número de equações, o
problema deve ser resolvido por
tentativas, adotando-se um valor para
uma das incógnitas (normalmente 1,2 P1).
A viga alavanca é ligada a um pilar central, logo, a carga P2 sofre um alívio ,
porém, no dimensionamento considera-se apenas a metade desse alívio, o
que se justifica pela parcela de carga acidental que pode não estar atuando.
2.4) Dimensionamento de sapatas de pilares de divisa – Sapatas de divisa
• O sistema pode ser calculado para a viga sobre dois apoios (R1 e R2), recebendo as duas
cargas P1 e P2, sendo R1 > P1 e, portanto R2 < P2.
• Tomando-se os momentos em relação ao eixo P2/R2, tem-se:
• Como a área da sapata As é função de R1 devemos conhecer R1. Porém da equação
anterior, R1 é função da excentricidade e; que por sua vez depende do lado B, que é uma das
dimensões procuradas. Trata-se de um problema de solução por tentativas.
• Como é sabido que R1 > P1, toma-se um valor estimado de R1 (> P1) para uma primeira
tentativa. Geralmente, procura-se tomar L/B= 2 a 3; e a primeira tentativa para R1 de 1,10 P
a 1,30 P.
• No caso da viga alavanca não ser ligada a um pilar central (logo P2= 0), é necessário utilizar
de um bloco de contrapeso ou estacas de tração para absorver o alívio ∆P. Neste caso, a
prática recomenda que seja considerado o alívio total, ou seja, ∆P= R1 – P1, a favor da
segurança.
• O valor do acréscimo ∆P (ou do alívio em R2) pode ser obtido diretamente pela expressão:
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2.4) Dimensionamento de sapatas de divisa – Esquema geral de cálculo
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• É comum acontecer que o eixo da viga
alavanca não seja ortogonal à divisa do
terreno. Nesse caso o dimensionamento é
semelhante ao visto anteriormente
devendo-se tomar os seguintes cuidados
adicionais:
– O centro de gravidade da sapata de divisa
deve estar sobre o eixo da viga alavanca;
– As faces laterais (no sentido da menor
direção) da sapata da divisa devem ser
paralelas ao eixo da viga alavanca para
evitar a introdução de momento de torção
significativo na viga.
2.4) Dimensionamento de sapatas de pilares de divisa – Sapatas de divisa
• Não é raro ocorrer que mais de uma viga alavanca estejam
ligadas a um mesmo pilar central. Nesse caso, o
dimensionamento de cada sapata de divisa é realizado
independentemente, obtendo-se um alívio para cada uma
delas. No pilar central, considera-se a metade da soma dos
alívios.
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2.4) Dimensionamento de sapatas de pilares de divisa – Sapatas de divisa
• Quando o eixo da viga alavanca não é
normal à divisa do terreno, nos cálculos é
conveniente tomar as cotas como
projeções na direção normal à divisa.
• Pilar no alinhamento: Estando o pilar
situado junto ao alinhamento da calçada
permite-se geralmente um avanço de até 1,0
metro para a execução da sapata. Esse
avanço todavia não deve ser maior que 2/3 da
largura da calçada. Recomenda-se consultar o
código de obras do município.
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2.5) Dimensionamento de sapatas associadas na divisa:
• Se o pilar da divisa estiver próximo do pilar central, pode ser interessante a adoção de uma
sapata associada do que a utilização de viga alavanca. Entretanto é necessário a análise de
dois casos particulares:
2.5.1) O pilar de divisa tem carga menor do que o pilar central:
• Nesse caso, pelo fato do CG estar mais próximo do pilar central (P2), o valor de a/2 será
obtido calculando-se a distância do centro de carga à divisa e descontando-se 2,5 cm. O
valor de b será então:
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2.5) Dimensionamento de sapatas associadas na divisa:
• Outra maneira de cálculo para sapatas associadas de divisa com carga menor que do pilar
central:
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2.5) Dimensionamento de sapatas associadas na divisa:
Exemplo 5: Projetar uma viga de fundação para os pilares P1 e P2 indicados abaixo, adotando-se
uma tensão admissível para o solo de 0,3 MPa:
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2.5) Dimensionamento de sapatas associadas na divisa:
2.5.2) O pilar de divisa tem carga maior que o pilar central:
• Nesse caso o ponto de aplicação da resultante estará mais próximo do pilar P1 e, portanto, a
sapata deverá ter a forma de um trapézio. O valor de y é dado pela expressão:
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2.5) Dimensionamento de sapatas associadas na divisa:
• O problema é resolvido seguindo o roteiro abaixo:
a) Calculado o valor de y, que é a distância do CG até a face externa do pilar de divisa (P1),
impõe-se para c um valor c < 3y visto que, para c=3y, a figura que se obtém é um triângulo
(b=0).
b) Calcula-se a seguir a área do trapézio:
que pelo fato de c ser conhecido, permite calcular a parcela (a+b) = 2A / c.
c) Como y também é conhecido, pode-se escrever:
e conseqüentemente, calcular o valor de b:
• Se o valor de b for maior ou igual a 60 cm, o problema está resolvido; caso contrário, volta-se
ao passo “a” e diminui-se o valor de c repetindo-se o processo.
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2.5) Dimensionamento de sapatas associadas na divisa:
Exemplo 6: Dados os pilares P1 e P2 indicados abaixo, projetar uma viga de fundação sendo a
tensão admissível do solo de 0,3 MPa:
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3) Prescrições da Norma NBR – 6122/2010
3.1) Tensão admissível
• Devem ser considerados os seguintes fatores na determinação da tensão admissível:
a) Profundidade da fundação;
b) Dimensão e forma dos elementos de fundação;
c) Características geomecânicas do subsolo;
d) Influência do lençol d’água;
e) Eventual modificação das características do solo (colapsíveis, expansivos, etc.) devido a
agentes externos (alívio de tensões, encharcamento, ou ambos);
f) Características ou peculiaridades da obra (em especial a rigidez da estrutura);
g) Sobrecargas externas.
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3) Prescrições da Norma NBR – 6122/2010
Metodologia para determinação da tensão admissível: Critérios de obtenção:
a) Métodos teóricos:
Uma vez conhecidas as características de compressibilidade e resistência do solo, a tensão
admissível pode ser determinada por meio de teoria desenvolvida pela Mecânica dos Solos.
Faz-se um cálculo da capacidade de carga à ruptura; a partir desse valor, a pressão admissível
é obtida pela introdução de um fator de segurança igual ao recomendado pelo autor da teoria.
O fator de segurança deve ser compatível com a precisão da teoria e com o grau de
conhecimento das características do solo e nunca inferior a 3.
A seguir faz-se uma verificação dos recalques para essa tensão, que se conduzir a valores
aceitáveis, será confirmada como admissível; caso contrário, o valor da tensão admissível
deverá ser reduzido até que se obtenha um recalque aceitável.
b) Prova de carga sobre placa:
Realizado de acordo com NBR-6489, cujos resultados devem ser interpretados de modo a levar
em conta as relações de comportamento entre a placa e a sapata real, bem como as
características de solo influenciadas pela placa e pela fundação.
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3) Prescrições da Norma NBR – 6122/2010
c) Métodos semi-empíricos:
São aqueles em que as propriedades dos materiais são estimadas com base em correlações e
são usadas em teorias da Mecânica dos Solos, adaptadas para incluir a natureza semi-empírica
do método. Quando utilizados devem apresentar justificativas, indicando a origem das
correlações, etc..
d) Métodos empíricos:
São aqueles pelos quais se chega a uma tensão admissível com base na descrição do terreno
(classificação e determinação da compacidade e da consistência através de investigações de
campo e/ou laboratoriais). Esses métodos encontram-se usualmente sob a forma de tabelas de
pressões básicas, onde os valores apresentados servem para orientação inicial.
A “Tabela 4” a seguir apresenta valores de tensão admissível segundo a NBR-6122/96.
O uso dessa tabela deve ser restrito a cargas não superiores a 1.000 kN por pilar.
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3) Prescrições da Norma NBR – 6122/2010
3) Prescrições da Norma NBR – 6122/2010
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3) Prescrições da Norma NBR – 6122/2010
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3) Prescrições da Norma NBR – 6122/2010
3.2) Dimensionamento:
• As fundações superficiais devem ser definidas por meio de dimensionamento geométrico e
de cálculo estrutural.
3.2.1) Dimensionamento geométrico:
• Nesse dimensionamento devem-se considerar as seguintes solicitações:
– Cargas centradas;
– Cargas excêntricas;
– Cargas horizontais.
• A área da fundação solicitada por cargas centradas deve ser tal que a tensão transmitida ao
terreno, admitida uniformemente distribuída, seja menor ou igual a tensão admissível.
• Diz-se que uma fundação é solicitada a carga excêntrica quando:
– Uma força vertical cujo eixo não passa pelo centro de gravidade da superfície de contato da
fundação com o solo;
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3) Prescrições da Norma NBR – 6122/2010
– Forças horizontais situadas fora do plano da base da fundação;
– Qualquer outra composição de forças que gerem momentos na fundação.
• No dimensionamento de uma fundação solicitada por uma carga excêntrica (V), pode-se
considerar como área efetiva (A) da fundação, conforme apresentado na “Figura 2” no slide
a seguir. Nessa área efetiva atua uma tensão uniformemente distribuída obtida pela
equação:
• A tensão uniformemente distribuída deve ser comparada à tensão admissível com a qual
deve ser feito o dimensionamento estrutural da fundação.
• Para equilibrar a força horizontal que atua sobre uma fundação em sapata ou bloco, pode-
se contar com o empuxo passivo e com o atrito entre o solo e a base da fundação. O
coeficiente de segurança ao deslizamento deve ser pelo menos igual a 1,5.
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3) Prescrições da Norma NBR – 6122/2010
3) Prescrições da Norma NBR – 6122/2010
3.2.2) Dimensionamento estrutural:
• Deve ser feito de maneira a atender às NBR-6118, NBR-7190 e NBR-8800.
• As sapatas para pilares isolados, as vigas de fundação e as sapatas corridas podem ser
calculadas, dependendo de sua rigidez, como placas ou pelo método das bielas. Em
qualquer um dos casos deve-se considerar:
a) Quando calculadas como placas deve-se considerar o puncionamento, podendo-se levar em
conta o efeito favorável da reação do terreno sobre a fundação na área sujeita ao
puncionamento.
b) Para efeito de cálculo estrutural as tensões na base da fundação podem ser admitidas como
uniformemente distribuídas, exceto no caso de fundações apoiadas sobre rocha.
c) Para efeito de cálculo de fundações apoiadas sobre rochas o elemento estrutural deve ser
calculado como peça rígida, adotando-se o diagrama de distribuição mostrado abaixo.
3.3) Dimensão mínima:
• Em planta, as sapatas ou os blocos não devem ter dimensões inferiores a 60 cm.
3.4) Profundidade mínima:
• A base de uma fundação deve ser assente a uma profundidade tal que assegure que a
capacidade de carga do solo de apoio não seja influenciada pelas variações sazonais de
clima ou alterações de umidade.
• Nas divisas com terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for assente sobre rocha, tal
profundidade não deve ser inferior a 1,5 m. Em casos de obras cujas sapatas ou blocos
estejam majoritariamente previstas com dimensões inferiores a 1,0 m essa profundidade
mínima pode ser reduzida.
3.5) Fundações em terrenos acidentados:
• Nos terrenos com topografia acidentada, a implantação de qualquer obra e de suas
fundações deve ser feita de maneira a não impedir a utilização satisfatória dos terrenos
vizinhos.
3) Prescrições da Norma NBR – 6122/2010: Procedimentos Construtivos
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
3.6) Lastro:
• Em fundações que não se apóiam sobre rocha, deve-se executar anteriormente à sua
execução uma camada de concreto simples de regularização de no mínimo 5 cm de
espessura, ocupando toda a área da cava da fundação.
• Nas fundações apoiadas em rocha, após o preparo da superfície (chumbamento, escalonamento em
superfícies horizontais), deve-se executar um enchimento de concreto de modo a se obter uma superfície
plana e horizontal (regularização). O concreto a ser utilizado deve ter resistência compatível com a
pressão de trabalho da sapata.
3.7) Fundação em cotas diferentes:
• No caso de fundações próximas, porém situadas em cotas diferentes, a reta de maior
declividade deve fazer, com a vertical, um ângulo a como mostrado abaixo. A fundação
situada em cota mais baixa deverá ser executada em primeiro lugar.
3) Prescrições da Norma NBR – 6122/2010: Procedimentos Construtivos
Engº. Sérgio P M de Araujo - M.Sc em Geotecnia
4) Procedimentos Construtivos – Sapatas Isoladas e Corridas
Escavação:
Seguindo a orientação do projeto de fundações,
inicia-se a escavação da área a receber as
sapatas até a cota de apoio.
4.1) Procedimentos Construtivos – Sapatas Isoladas
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
Regularização:
Com a área escavada e compactada, o
passo seguinte é depositar concreto magro
na área escavada, nivelando com o auxílio
de régua e colher.
Essa camada de regularização, que deve
ter 5 cm de espessura no mínimo, é
importante para garantir que a umidade do
solo não ataque a armadura da sapata.
4.1) Procedimentos Construtivos – Sapatas Isoladas
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
Preparação das laterais:
Não só o fundo, mas também as laterais
precisam receber concreto. Por isso, as
laterais de toda a área escavada devem ser
“chapiscadas”.
4.1) Procedimentos Construtivos – Sapatas Isoladas
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
Marcação dos pilares:
Com a vala preparada, inicia-se a marcação
dos pilares. Para tanto, são fixadas estacas
de madeira nos pontos indicados pelo
projetista.
4.1) Procedimentos Construtivos – Sapatas Isoladas
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
Conferência:
A checagem do nível é um procedimento
imprescindível para garantir boa marcação
dos pilares.
4.1) Procedimentos Construtivos – Sapatas Isoladas
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
Armação:
Depois de definida a localização de todos os
pilares, tem início a inserção da armação,
sempre seguindo a orientação do projeto de
fundações.
4.1) Procedimentos Construtivos – Sapatas Isoladas
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
Saída para os pilares:
Com o auxílio de arames de aço, são presos
também os ferros especiais de arranque dos
pilares.
4.1) Procedimentos Construtivos – Sapatas Isoladas
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
Concretagem:
A concretagem também deve ser feita, de acordo com as especificações do projetista, até a
parte superior da sapata. A betoneira pode ser utilizada se a quantidade de concreto ou a
velocidade de concretagem assim o exigirem.
4.1) Procedimentos Construtivos – Sapatas Isoladas
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
Finalização:
A armação do pilar deve ser montada a partir
dos ferros de arranque. Só então serão
colocadas as fôrmas do pilar para o
prosseguimento da concretagem
Obs.:
Após a desforma do pilar, deve-se fazer o
reaterro da cava da sapata.
Sapatas isoladas em formato cônico retangular apresentam baixo consumo de concreto, sendo
que, cada elemento de fundação recebe as cargas de apenas um pilar .
4.1) Procedimentos Construtivos – Sapatas Isoladas
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
Fundações rasas como as sapatas se caracterizam quando a camada de suporte está a até 2 m
de profundidade da superfície.
4.1) Procedimentos Construtivos – Sapatas Isoladas
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
Detalhe do perfil de solo obtido da escavação
de uma cava – Detalhe da cava ainda com
perfil a retirar para confecção da sapata –
Vista geral da obra com parte da fundação
em estacas metálicas e cavas para sapatas
(observar nível de água na escavação).
4.2) Caso de Obra: Rua Arthur de Sá - Bairro União
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
4.2) Caso de Obra: Rua Arthur de Sá - Bairro União
Afloramento rochoso no fundo de
uma cava para sapatas.
Necessidade de nivelamento?!?!
Detalhe do fundo da cava
mostrando o afloramento
rochoso e a grande dificuldade
de escavação e nivelamento da
cava.
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4.2) Caso de Obra: Rua Arthur de Sá - Bairro União
Vista superior da cava
apresentando afloramento rochoso
com mergulho aproximado de 60º
com presença de água no funda da
escavação.
Detalhe de perfuração com
utilização de perfuratriz
pneumática para desmonte
da rocha nas cavas.
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4.2) Caso de Obra: Rua Arthur de Sá - Bairro União
Detalhe de sapata concluída.
Detalhe de poço para rebaixamento do
nível de água com objetivo de favorecer as
escavações das cavas das estacas.
Observar ao fundo que a estrutura do
prédio já se encontra em avançado estágio
na região onde foram executadas
fundações profundas.
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4.2) Caso de Obra: Rua Arthur de Sá - Bairro União
Vista geral das escavações
para conclusão das sapatas.
Detalhe de sapatas concluídas
dentro de cava única.
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4.2) Caso de Obra: Rua Arthur de Sá - Bairro União
Vista geral das escavações e
desmonte em rocha para as
cavas das sapatas.
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4.2) Procedimentos Construtivos – Sapatas Corridas
Escavação da sapata corrida Armação da sapata corrida
Sapata corrida concretada.
• É uma viga em formato trapezoidal que
transmite a carga das paredes
diretamente ao solo.
• É utilizada em obras pequenas,
normalmente sem a utilização de pilares
na estrutura.
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5) Sapatas Submetidas a Flexo-Compressão
• Normalmente os pilares com maior inércia de um edifício absorvem os momentos e esforços
horizontais provenientes do vento que atua na lateral da estrutura. Esses esforços chegam
no nível das fundações e devem ser dissipados no solo pela sapata.
• No caso de ação axial, a tensão admissível a ser adotada no dimensionamento da sapata é
considerada em seu total. No entanto, quando a sapata é submetida a uma excentricidade
de carregamento muito grande, tensões de tração podem ocorrer em um lado da sapata, o
que não é aceitável, pois entre o solo e a sapata não pode haver tensão de tração.
• Quando uma sapata está submetida a esforços de flexo-compressão desde que os
momentos sejam provenientes de cargas acidentais tais como vento, a tensão deve ser
verificada pela seguinte expressão:
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
5) Sapatas Submetidas a Flexo-Compressão
• O núcleo central de inércia é uma área cujo centro geométrico coincide com o centro
geométrico da sapata, onde se a força normal estiver localizada, em qualquer ponto do
núcleo, não ocorrerá tensões de tração na sapata. A área do núcleo central é determinada
geometricamente pelas retas onde a força pode estar localizada e provocar tensões nulas
nos vértices da seção como mostra a figura anterior (b).
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5) Sapatas Submetidas a Flexo-Compressão
• O valor da tensão máxima na borda mais comprimida da sapata deve ser limitado ao valor
da tensão admissível do solo, com a qual deve ser feito o dimensionamento estrutural da
fundação.
• Quando forem levadas em consideração todas as combinações possíveis entre os diversos
tipos de carregamentos previstos pelas normas estruturais, inclusive a ação do vento, poder-
se-á, na combinação mais desfavorável, majorar 30% os valores admissíveis das tensões no
terreno, logo σ ≤ 1,3 σadm. Entretanto, esses valores admissíveis não podem ser
ultrapassados quando consideradas apenas as ações permanentes e acidentais.
• O valor da tensão máxima é obtido através de princípios básicos da resistência dos
materiais relacionados ao caso geral de ação excêntrica. A distribuição de tensões depende
do ponto de aplicação da ação; no entanto, este ponto limita-se a uma região, de modo que
não ocorram tensões de tração entre o solo e a sapata.
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5) Sapatas Submetidas a Flexo-Compressão
A.2) Caso de excentricidade em uma direção e em que o ponto de aplicação da ação está
no limite do núcleo central de inércia (e= a/6):
A.3) Caso de excentricidade em uma direção e em que o ponto de aplicação da ação está
fora do limite do núcleo central de inércia (e> a/6):
A.1) Caso de excentricidade em uma direção e em que o ponto de aplicação da ação está
dentro do núcleo central de inércia (e < a/6):
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5) Sapatas Submetidas a Flexo-Compressão
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
5) Sapatas Submetidas a Flexo-Compressão
B) Excentricidade nas duas direções:
• O equilíbrio é obtido com o diagrama linear das tensões atuando em apenas uma parte da
seção. Portanto, tem-se:
• Segundo CAPUTO (1978) dividindo-se a área da base da sapata em regiões conforme
indicado a seguir, a obtenção da tensão máxima depende das coordenadas ex e ey que
definem o ponto de aplicação da ação e caracteriza a zona na qual está sendo aplicada tal
ação.
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5) Sapatas Submetidas a Flexo-Compressão
• Zona 1: Esta região corresponde ao núcleo central de inércia da sapata:
• Zona 2: É inaceitável a aplicação da ação nessa região, pois o centro de gravidade da
sapata estaria na região tracionada.
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5) Sapatas Submetidas a Flexo-Compressão
• Zona 3: A região comprimida corresponde a área hachurada (a seguir). O eixo neutro fica definido pelos parâmetros s e a.
O valor de s, de a e da tensão máxima podem ser obtidos através das expressões:
• Zona 4: A região comprimida corresponde a área hachurada (a seguir). O eixo neutro fica definido pelos parâmetros t e b.
O valor de s, de b e da tensão máxima podem ser obtidos através das expressões:
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5) Sapatas Submetidas a Flexo-Compressão
• Zona 5: A região comprimida corresponde a área hachurada (abaixo). A tensão máxima é calculada pela expressão a seguir:
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6) Verificação de projeto
• O projeto de fundações diretamente apoiadas sobre o solo deve passar necessariamente
pela verificação dos seguintes itens:
a) Análise da viabilidade técnica e executiva da solução adotada observando os seguintes
aspectos:
a.1) Homegeneidade do solo abaixo do apoio;
a.2) Necessidade de escavações muito profundas para atingir solos resistentes;
a.3) Estabilidades laterais das cavas.
b) Adoção de tensões admissíveis corretas (confirmar capacidades de cargas).
c) Área da sapata projetada deve ser maior ou igual à relação entre a carga do pilar e a tensão
admissível do solo.
d) A locação do centro da sapata deve coincidir com o centro de gravidade do pilar ou centro de
carga de dois ou mais pilares.
e) Devem ser verificados à parte os pilares submetidos a flexo-compressão no que refere a
tensões máximas e mínimas.
Engº. Sérgio Paulino Mourthé de Araujo - M.Sc em Geotecnia
6) Verificação de projeto – Exemplo:
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6) Verificação de projeto
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6) Verificação de projeto
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7) Problemas executivos e prováveis soluções
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