Capítulo 6 Funeral, Encontro, Verba. · Depois que ela me disse isso, a sonata da marcha fúnebre...

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1 Light Novel Project Capítulo 6Funeral, Encontro, Verba. Então quer dizer que você se encontrou com a Kagurazaka-senpai? Na manhã seguinte, Chiaki me encarou e levantou essa questão enquanto estávamos na sala de aula. Ah, sim respondi num tom irritado... Embora ache que era mais ela me esperando que eu encontrando ela. Então... Você vai entrar no clube? Por que eu iria? Porque a senpai é o tipo de pessoa... que definitivamente consegue qualquer coisa que quiser. Kagurazaka-senpai disse exatamente a mesma coisa assustadora para mim ontem no pátio, em frente à sala de prática, com seu dedo indicador apontando para mim. “Se é algo que quero, farei qualquer coisa para obtê-lo, seja por meios justos ou não. Não importa se é Ebisawa Mafuyu, a sala, ou você.” Depois que ela me disse isso, a sonata da marcha fúnebre de Chopin veio da sala, e aconteceu de ser na parte do movimento final onde os redemoinhos estão em cólera pelo cemitério... Senti vontade de correr por um breve momento. Pare de me lembrar dessas coisas horríveis! Apesar disso, Chiaki fez essas memórias assustadoras retornarem à superfície da minha mente. Eu ouvi dizer... Que ela queria muito uma guitarra que custava um milhão de ienes. Por isso, ela foi trabalhar na loja de música onde a guitarra estava, e ela conseguiu descobrir o ponto f... Hmm, ela se tornou uma amiga próxima do gerente da loja, e acabou conseguindo a guitarra de graça. Para que infernos serve a polícia! Já que a senpai conseguiu colocar suas mãos na guitarra, Nao deveria ser instantâneo para ela.

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Capítulo 6– Funeral, Encontro, Verba.

— Então quer dizer que você se encontrou com a Kagurazaka-senpai?

Na manhã seguinte, Chiaki me encarou e levantou essa questão enquanto estávamos

na sala de aula.

— Ah, sim — respondi num tom irritado... Embora ache que era mais ela me

esperando que eu encontrando ela.

— Então... Você vai entrar no clube?

— Por que eu iria?

— Porque a senpai é o tipo de pessoa... que definitivamente consegue qualquer coisa

que quiser.

Kagurazaka-senpai disse exatamente a mesma coisa assustadora para mim ontem no

pátio, em frente à sala de prática, com seu dedo indicador apontando para mim. “Se é algo

que quero, farei qualquer coisa para obtê-lo, seja por meios justos ou não. Não importa se é

Ebisawa Mafuyu, a sala, ou você.”

Depois que ela me disse isso, a sonata da marcha fúnebre de Chopin veio da sala, e

aconteceu de ser na parte do movimento final onde os redemoinhos estão em cólera pelo

cemitério... Senti vontade de correr por um breve momento.

Pare de me lembrar dessas coisas horríveis! Apesar disso, Chiaki fez essas memórias

assustadoras retornarem à superfície da minha mente.

— Eu ouvi dizer... Que ela queria muito uma guitarra que custava um milhão de ienes.

Por isso, ela foi trabalhar na loja de música onde a guitarra estava, e ela conseguiu descobrir o

ponto f... Hmm, ela se tornou uma amiga próxima do gerente da loja, e acabou conseguindo a

guitarra de graça.

— Para que infernos serve a polícia!

— Já que a senpai conseguiu colocar suas mãos na guitarra, Nao deveria ser

instantâneo para ela.

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Então você quer dizer que eu não valho nem um milhão de ienes?

— Para estar no mesmo clube desse tipo de pessoa – realmente não sei o que se passa

nessa sua cabeça.

— Mas Kagurazaka-senpai é tão legal!

Hmm... Ela pode parecer legal se eu estiver olhando de uma distância de dois

quilômetros.

— Não é tão ruim casar com a senpai, certo?

— Ok, vá em frente! Mas como Japão não reconhece casamento do mesmo sexo, vá

para o Canadá se casar! Sabe, Canadá! E nunca mais volte!

— Mas tanto eu quanto senpai não sabemos cozinhar. Por que Nao não vem também?

— Que infernos isso tem a ver comigo?

Quando eu disse isso para Chiaki, a porta dos fundos da sala abriu, e Mafuyu entrou na

sala de aula. O sinal começou a tocar ao mesmo tempo, como se nos lembrasse de que esse

lugar era uma sala de aula. Ela me olhou de soslaio, então procedeu a se sentar

silenciosamente. Nesse momento, me levantei irritado e fui para fora da sala.

Sons de passos podiam ser ouvidos de trás de mim.

— O que há com você? — Chiaki me alcançou.

— Estou indo ao banheiro! Não me siga.

— Eu ouvi da Senpai... Que você foi derrotado pela Ebisawa.

Parei no meio do caminho. O sinal que anunciava o começo da aula começou a tocar, e

os alunos que estavam nos corredores foram engolidos pelas suas salas. No final, as únicas

pessoas restantes eram eu e Chiaki.

— Você não pode considerar aquilo como uma derrota.

— Ela não disse... Que aqueles que não tocam instrumentos musicais não podem se

aproximar da sala... E então você fugiu?

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— Se você acha que pode me provocar falando esse tipo de coisa, então está

redondamente enganada! Não subestime minha falta de motivação! — Tendo ouvido essas

palavras vindo da minha boca, não pude fazer nada além de sentir pena de mim mesmo.

— Nao sabe tocar a guitarra, certo?

— Você não pode contar aquilo como “sei tocar”. E o mais importante é... Joguei fora a

guitarra que eu usava, então atualmente, eu não tenho uma guitarra.

— Está tudo bem se você praticar desde o começo! Senpai é muito boa com isso,

então pode pedir para que ela lhe ensine!

— Nesse caso, por que você não pede para senpai convidar Mafuyu para a banda

diretamente? Ela descobriu que Ebisawa é muito boa com a guitarra, e quer conseguir a sala

de prática no processo para usar como sala do clube, certo?

— Não acho que essas coisas tenham algo a ver comigo! Só quero que me deixem em

paz.

Chiaki ficou quieta de repente... Merda, aquele olhar dela sugeria que ela estava

prestes a começar a chorar e me bater ao mesmo tempo. Mas por quê? Eu disse algo que a

deixou brava?

— ... Você não sabe o porquê da Senpai estar lhe convidando? Você realmente acha

que é só um item adicional a Ebisawa?

As palavras da Chiaki soaram como se estivessem sido espremidas para fora.

— ... Eu. Não. Sei!

Não pude fazer nada além de encolher e recuar um pouco. Minhas costas bateram

contra a parede do corredor.

— Nao, seu grande idiota! No seu funeral, vou dizer “A vida de Nao foi realmente

chata!”

Dito isso, Chiaki saiu correndo para dentro da sala.

Andei para o banheiro com o coração pesado, e me sentei na tampa da privada. O que

está acontecendo?

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Seria ótimo se eu soubesse tocar guitarra, mas... Se eu conseguisse ao menos criar

alguma motivação depois de ter ouvido Mafuyu tocando. Me sentei em cima da privada com

os braços abraçando os joelhos, e o som do sinal veio novamente. Não me movi nem um

centímetro... Era a primeira vez que eu faltava aula... E só fazia um mês desde o começo do

período letivo – não é um pouco cedo para isso? Esse é o meu primeiro passo na rota de me

tornar um estudante completamente inútil.

No final, voltei obedientemente para a sala no segundo período. De qualquer forma, sou o tipo

de pessoa que desiste das coisas pela metade, e não tenho coragem de entrar em um

fliperama. Além do mais, o terceiro e quarto período são educação física – vai ser assustador

me encontrar com o professor se eu faltar suas aulas.

Na metade do intervalo do almoço, andei em direção à sala de música no prédio antigo,

pensando que talvez devesse simplesmente retirar todas as minhas coisas de lá. Mas assim

que entrei no pátio, pude ouvir os sons de uma guitarra, parecia que os sons estavam se

misturando diretamente no meu cérebro. Então aquela garota também toca durante os

intervalos? Após um suspiro, pensei que devia simplesmente voltar em outra hora. Assim que

estava para retornar, minha visão foi atraída por algo que estava próximo a porta da sala.

Aquilo era... Um saco de lixo para lixo que não podia ser queimado. O que exatamente é isso?

Me aproximei do saco de lixo, e quando olhei para dentro, uma explosão de raiva veio

do meu âmago. Dentro do saco havia uma quantidade enorme de CDs – The Beatles; The

Doors; Jimi Hendrix; The Clash – todos eles da minha importante coleção! Como aquela garota

ousa fazer isso! Abri a porta à força e a escancarei. Os sons da guitarra começaram a me violar,

mas pararam tão rapidamente quanto começaram.

— ...Já não disse que você não pode entrar?

Mafuyu estava sentada na almofada em cima da mesa e abraçando a guitarra. Suas

sobrancelhas estavam levantadas quando dizia isso, mas eu não ia recuar

Levantei a sacola de lixo e protestei irritado: — O que você está fazendo?

— O armário é muito pequeno, então os tirei da sala.

— De quem você acha que são esses CDs?

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— Se eles não fossem seus, eu não teria os jogado fora!

Eu estava tão furioso, ao ponto de que eu não conseguia nem dar uma resposta. O que

está acontecendo aqui?

— Ei, já que você está tocando uma guitarra, deveria respeitar os grandes pioneiros do

gênero do rock! — E você deveria respeitar minha propriedade privada também!

— Eu não escuto rock e essas coisas, nem sei nada sobre eles. Essas coisas são um

incômodo e um desperdício de espaço, então os pegue de volta, rápido.

Mafuyu empurrou o pasmo eu para fora da sala e fechou a porta. O que chegou aos

meus ouvidos foi a <Sonata para Piano No. 12 em Lá bemol Maior>1 de Beethoven. Outra

marcha fúnebre? Isso tem que ser de propósito, certo? Então, uma melodia rápida cresceu na

minha cabeça – ignorei a marcha fúnebre no momento, e concentrei meus pensamentos...

Chuck Berry!

<Desiste Beethoven>2

Ela ousou dizer que são um desperdício de espaço? Mas ela nunca os ouviu antes!

Sacrifiquei metade da minha vida chata ouvindo rock, e ela o está menosprezando? A princípio

eu queria derrubar a porta da sala em frustração, mas desisti no fim. Há coisas melhores que

eu deveria estar fazendo com as minhas mãos.

Peguei a sacola de lixo e fui em direção à minha sala de aula. Enquanto guardava os

CDs na minha mesa um por um, comecei a pensar em formas de derrotar a Mafuyu... Mas

claro que eu não estou realmente planejando bater nela. Os garotos da sala começaram a se

aproximar. “Você está montando uma loja com todos esses CDs?” “São todos de música

ocidental.” Eu não prestava muita atenção a eles, apesar deles estarem falando várias coisas.

O que eu deveria fazer...? Como eu deveria ensiná-la uma lição? Está decidido, tenho

que mostrar para ela a grandiosidade do rock. Entretanto, não posso simplesmente forçar ela a

ouvir os CDs, então—

Eu finalmente consegui localizar o álbum de Chuck Berry. Depois de colocá-lo no meu

discman, botei os fones de ouvido.

1http://www.youtube.com/watch?v=DuzI7wOTglg

2http://www.youtube.com/watch?v=2ykCYwhfdMs

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As aulas da tarde desse dia foram gastas ouvindo as músicas dele.

Corri para casa após a aula, mas esqueci de abrir a porta com cuidado, e por isso os CDs da

casa caíram em cima de mim como um desmoronamento de terra. Guardei com cuidado os

CDs, então tirei meus sapatos e andei para o corredor. Da sala de estar vinham os sons de

Bruckner.

— Tetsurou, tenho algo para discutir com você!

Abri as portas da sala. Tetsurou estava sentado no sofá com o laptop nos joelhos, e

estava digitando seu artigo em uma rápida velocidade. Ele estava batendo forte no teclado – o

laptop não vai durar muito.

Dos alto-falantes vinham as batidas do tímpano, e Tetsurou digitava no teclado com

um som de *darararara* junto com o ritmo da música – parecia que ele não estava ciente que

eu já havia chegado em casa. Nesse caso, desliguei a música sem piedade. Tetsurou

escorregou do sofá.

— Meu filho, o que você fez? A coisa que mais me irrita é quando a sinfonia é cortada

no terceiro movimento, eu já não lhe disse isso?

— Como um homem de meia idade que teve seu terceiro movimento interrompido,

você acha que tem o direito de dizer isso?

— Oh, meu pequeno Nao, onde você aprendeu essas respostas maldosas? Papai está

muito triste... — Li elas nas suas malditas críticas!

— Tudo bem, você deveria ouvir ocasionalmente o que tenho a dizer, ok? Saia do chão

e sente-se direito, não ajoelhe em cima do laptop! Você quer esmagar ele?

Depois de um urro de raiva e uma rodada de repreensões, finalmente fiz Tetsurou

sentar em uma posição que ele conseguisse me ouvir.

— Você tem algo para discutir comigo?

— Sim, estou chamando uma reunião familiar.

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— O que há de errado? Atualmente não tenho intenção de casar de novo! Mas, se for

com uma garota como a Chiaki, posso considerar.

— Pare com suas desilusões, seu criminoso! Não vai haver uma segunda pessoa nesse

mundo que tenha interesse em casar com você! E o que eu queria discutir também não era

sobre isso!

— O que você quer comprar então?

O tom de Tetsurou se tornou sério, e isso me fez hesitar um pouco pelo choque.

— Tem algo que você quer, certo?

— Uhm... Sim.

Eu sentei no sofá após me acalmar.

Naturalmente, sou o responsável pelas finanças da casa, mas isso não significa que

posso gastar como bem entendo. Preciso fazer uma reunião familiar caso queira comprar algo

caro.

— Eu... Quero uma guitarra.

— Não há uma na casa?

— Você a quebrou quando começou a balançá-la durante a partida de baseball! Não

lembra?

Uma pessoa como ele, que não se importa com seus instrumentos musicais, ele está

sequer qualificado para ser crítico musical...?

— ...Fazendo isso por causa de uma garota?

Tetsurou perguntou de repente.

— Eh? O-O quê?

— Só existe uma razão para um garoto querer uma guitarra de repente. É para que ele

possa ser popular com as garotas!

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— Que besteira é essa? Peça desculpas para todos os guitarristas no mundo agora

mesmo!

— Vou ter que votar contra se você não admitir honestamente — não pude dizer nada.

Por que ele é tão chato?

— Quanto você acha que uma guitarra custa? Vai custar no mínimo cinquenta a

sessenta mil ienes para você comprar uma decente, certo? Você só tem vinte mil ienes que

você é livre para gastar, não é?

— Por que você é tão claro nessas coisas?

Fiquei emburrado e afundei no sofá.

— Por que você não faz algum dinheiro por si mesmo? Apenas escreva alguns artigos

para mim.

Tetsurou empurrou o laptop na mesa em minha direção.

— Não... Não quero fazer essas coisas de novo — coloquei o laptop de volta. Eu já

ajudei Tetsurou com alguns artigos quando os prazos estavam chegando. Inicialmente eu

achava que era impossível que os artigos escritos por um aluno do fundamental fossem

publicados em uma revista oficial de música, mas mal eu antecipava que o editor fosse

realmente usá-los. É provavelmente pelo Tetsurou tê-los editado um pouco ou algo assim?

Falando nisso, aquela revista está bem? Desde então, meus artigos foram publicados em

revistas ou em capas de CD com frequência, e Tetsurou me repassava os lucros dessas em

particular.

Mas mesmo assim, o dinheiro ganho dos artigos escritos não era totalmente

convertido ao meu bolso. Tetsurou disse que só trinta por cento seriam meus, enquanto

setenta por cento seriam incorporados às despesas da família. Tentei protestar uma vez

dizendo, “Por que eu não posso receber todo o dinheiro que eu ganho?”, e ele sempre

respondia com, “Porque é o mesmo para mim!” realmente não posso discutir contra isso.

Como resultado, tenho que fazer uma reunião de família caso queira comprar coisas fora do

meu orçamento.

Em outras palavras, não haverá mais necessidade de fazer essas reuniões caso eu

escreva mais artigos usando o nome do Tetsurou. Mas, o que eu deveria fazer sobre as revistas

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de música que não perceberam que estão publicando artigos escritos por um estudante...?

Fora que, quero comprar a guitarra agora para poder praticar, mas vai levar pelo menos dois

meses antes que eu receba o dinheiro dos artigos.

— As respostas para os artigos que você escreveu foram bastante positivas. Você de

fato herdou minhas habilidades... que incrível! E acontece que eu só consegui escrever duas

linhas desde hoje de manhã, então me ajude um pouco!

Por favor, não diga coisas como eu herdar suas habilidades. Nunca vou ajudar você a

escrever artigos de novo!

— Se você não quer ajudar, vai ter que admitir que está comprando uma guitarra para

poder ser popular com as garotas! Senão, não vou concordar em comprá-la.

—Por que você tem que ser tão insistente nisso!

— Porque você começou uma vez a aprender a tocar guitarra, mas desistiu

imediatamente.

Abracei as almofadas e fiquei em silêncio. Tetsurou de vez em quando, no meio de

suas piadas, consegue mexer bem na ferida – acho que isso deve ser um mau hábito dele.

— É verdade, mas...

— Por isso, se um garoto está fazendo isso para ser popular com as garotas, então não

haverá problema nenhum! Simplesmente admita! E dessa vez, você deve estar preparado já

que se desistir no meio, você não conseguirá uma namorada pelo resto de sua vida!

Essas palavras dele soaram bastante estúpidas, mas de alguma forma eram

extremamente convincentes. Parei por um momento para pensar sobre o que ele disse. Para

garotas, heh – de fato, tudo isso começou por causa da Mafuyu, mas é mais um caso de eu

querer ensiná-la uma lição...

— ...Ótimo. Quero tocar guitarra para poder ser popular com as garotas. Simplesmente

dê logo seu de voto de concordância!

— Whoa, ouvir uma frase tão estúpida da boca do meu pequeno Nao. Papai está

triste~

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— Tetsurou, você não está em posição para dizer isso!

Reclamei e joguei a almofada nele, mas ele inesperadamente pegou o laptop e o usou

como escudo contra o meu ataque.

— Só brincando! Se lembre de escrever meu nome quando estiver fazendo os

pagamentos, senão eles não podem cobrar de mim.

Minha raiva diminuiu depois de jogar um jornal e uma banana mordida em Tetsurou. Voltei

para o meu quarto, e organizei meus pensamentos deitado na cama.

Nunca fui para uma loja de música propriamente dita. Eles colocam algumas guitarras

a mostra em lojas de CD, mas não tenho a intenção de comprar alguma meia-boca de lá. Mas é

estranhamente desconfortável querer que eu deliberadamente procure uma loja de

instrumentos musicais na rua. Também, se possível, quero uma o mais barato possível.

Depois de pensar por um bom tempo, meu telefone tocou – é o número da Chiaki.

Caso eu comece a conversa falando sobre querer comprar uma guitarra, ela definitivamente

vai me fazer entrar no clube Popular-alguma-coisa, então por hora vou deixar isso de lado.

— ...Nao? Está muito cedo para você estar em casa, seu covarde.

— Como isso é covardia? Certo, preciso... Da sua ajuda com uma coisa.

— Um pedido? O que aconteceu? Posso ouvir, mas o preço pela minha ajuda será sua

entrada no clube.

— Não mesmo. Olha, você sabe alguma loja decente de instrumentos musicais?

— Instrumentos musicais? Por quê?

— Para comprar um instrumento, obviamente. Quero comprar uma guitarra.

Lamentei um pouco, mas ainda assim contei a razão. Como esperado, ela insistiu em

chegar ao fundo disso.

— Por que, por quê? Você sonhou com alguém? Eric Clapton?

Não sou você! E também, Clapton ainda não está morto!

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— Poderia ser... as coisas que Ebisawa disse para você?

Fiquei sem fala por um momento.

— Ah! Silêncio. Estou certa~

— ... Não é isso—

— Ehh, Nao e Ebisawa...

Nós dois engolimos nossas palavras no meio das frases ao mesmo tempo. Seguiu um

momento de silêncio. Conseguia ouvir o anúncio da chegada do trem do lado dela do telefone

– ela provavelmente ligou da estação de trem no seu caminho de volta ou algo assim? Chiaki

finalmente disse,

— Ok, já que estou voltando para casa agora, vamos juntos?

— Uhm... Você não precisa. Só me diga o lugar e eu vou ai.

— Ah, está tudo bem. Sou uma cliente frequente lá, então vai ser mais barato se

formos juntos.

— Obrigado, mas...

— Oh! Aqui vem o trem. Vejo você na estação.

Ela desligou o telefone antes que eu pudesse dizer o que estava pensando. Por alguma

razão desconhecida, sua voz parecia estranhamente rouca. Me senti um pouco constrangido,

mas tirei cinquenta mil ienes do envelope que continha o dinheiro para as despesas familiares

e coloquei na minha carteira, antes de sair de casa. Antes de montar na minha bicicleta,

coloquei minha mão na área do meu coração, e confirmei mais uma vez...

Ainda está quente. Isso não era um mero momento de impulso.

Para chegar à loja de instrumentos que Chiaki me recomendou, é preciso sair pela entrada

norte da estação de trem, então ir para baixo pela ponte até você chegar num lance de

escadas bem ao fim. Depois de descer as escadas, a loja fica localizada a direita do ponto de

intersecção da rua de comércio e da, um pouco deserta, área residencial. Está imprensada

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entre dois grandes prédios – parece um pouco como a lombada de um livro fino. Uma placa

com as palavras “Loja de Instrumentos Musicais do Nagashima” estava pendurada acima da

entrada. A loja é bastante estreita, e tem guitarras penduradas nas paredes do piso até o teto

– isso fazia a loja parecer bem intimidadora. A música tocada na loja era um heavy metal do

norte europeu, o que aumentava ainda mais a intimidação.

Chiaki me disse antes de entrar na loja:

— Sou uma cliente frequente aqui, então se tentar pechinchar, você definitivamente

vai conseguir um preço baixo e satisfatório — mas eu não tenho muita experiência em

pechinchar, então não estava me sentindo muito confiante com isso.

— Mas, por que você decidiu tocar a guitarra novamente? Você ainda estava bem

desmotivado de manhã.

Então, no final, ela ainda perguntou.

— Hmm... só tive uma vontade repentina de tocar.

— Você acha que te conheci ontem? Você não é o tipo de pessoa que faz as coisas

num impulso, mas... Que seja. Olá~

Chiaki pegou a minha mão e entrou na loja. Até o piso é cheio de guitarras em balcões

expositores. Andei pelas guitarras e fui em direção ao interior da loja. Finalmente, nós

encontramos o caixa em meio de montes de CDs e partituras – por alguma razão, uma

sensação de nostalgia veio a mim.

— O gerente está?

Quando Chiaki disse isso, um homem saiu de uma porta de trás do caixa. Seu cabelo

bagunçado estava casualmente para trás. Ele deveria ser jovem, mas sua aparência cansada

era uma visão bem deplorável – era como se ele fosse uma batata deixada de lado por três

semanas após ter sido colhida dos campos.

— Oh, se não é a Chiaki. Desculpe, mas estou bem ocupado aqui...

— Bem, me desculpa, mas ele é um cliente normal. Ele quer comprar uma guitarra.

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Quando Chiaki estava para me puxar para frente do gerente da loja, outra pessoa

apareceu na porta atrás do caixa.

— Gerente! As cordas em estoque não estão batendo com a contagem de jeito

nenhum... mmm?

— Eh? Senpai está trabalhando hoje?

O eu entre Chiaki e o caixa ficou paralisado. Kagurazaka-senpai estava usando o

avental verde da loja com o logo impresso, e sua mão estava segurando um diário. Como? Por

que ela está aqui?

— Ah, companheira Chiaki. Estamos conduzindo uma checagem no nosso inventário

hoje, mas houve uma repentina falta de mão de obra. Falando nisso, nos encontramos mais

uma vez, jovem. Que bom. Decida-se logo e junte-se ao clube, ok?

— Uhm... Ah, não... ugh, por quê?

Isso me lembrou, Chiaki de fato havia mencionado que senpai tinha trabalhado numa

loja de instrumentos para conseguir sua guitarra... Então ela estava falando desse lugar? Eu

deveria ter pensado nisso... Droga, elas me pegaram! Isso é uma conspiração!

— Não tenha pressa! Essa é a minha loja, então você não precisa se segurar.

— Uhm, essa loja é minha... — O gerente fez um fraco protesto.

— A loja do gerente é a minha loja, certo? Falando nisso, o número de cordas extras

das Martin no inventário não está batendo mesmo. Você as colocou em outro lugar?

— Ah, não, sobre isso... Não saberei isso se o chefe não estiver por aqui!

— Gerente, você é totalmente inútil...

O gerente parecia estar à beira das lagrimas.

- Não há nada que eu possa fazer então. Jovem, eu tenho algum tempo para matar,

então irei lhe dar assistência com suas compras. Precisa de algo?

— Eh? B-Bem, eu não estou aqui para comprar nada — Inventei uma mentira na

mesma hora.

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— Ele quer comprar uma guitarra. Senpai, o que você recomenda?

Chiaki me interrompeu. Não havia sentido em tentar mentir.

— Hmm. Qual sua verba, jovem?

— Bem...

— Oh, essa é uma quantia bem grande! Cinquenta mil ienes.

— Não pegue minha carteira sem a minha permissão! E não olhe no conteúdo dela

também!

Eu peguei minha carteira das mãos de Chiaki.

— Cinquenta mil, hum... Você só pode comprar as coisas baratas aqui com essa

quantia de dinheiro, mas isso seria uma perda total de dinheiro.

— Não diga isso... — O gerente da loja se encolheu quando disse isso. Eu não fazia

ideia do nome dele, mas já estava começando a sentir pena.

— Jovem, que tal isso então? Nós vamos jogar um jogo de pedra-papel-tesoura. Se

você ganhar, eu lhe venderei uma guitarra que ainda está parada no armazém e que vale cem

mil, e só pela metade do preço. Se eu ganhar, vou escolher uma guitarra para você e que está

dentro do seu limite. Que tal?

— Espera um segundo, Kyouko. Como você pode ser tão precipitada? — O gerente

estava perturbado.

— Você disse metade do preço, hum... Mas não tem problema isso?

— Sem problema. Está claramente declarado no primeiro capítulo de Das Kapital:

pessoas vendem seu poder de trabalho para um comprador, não para satisfazer as

necessidades pessoais do comprador, mas para aumentar a capital do comprador.

— Não entendi isso muito bem...

— Colocando em termos simples, isso quer dizer que a maioria dos instrumentos aqui

são vendidos por um preço exorbitante, então eles ainda vão ganhar algum lucro mesmo que

eu venda para você por metade do preço.

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— Kyouko... — O gerente estava quase chorando.

— O gerente é muito irritante, então vamos fazer nosso jogo do lado de fora. Jovem,

você vai aceitar meu desafio ou não?

Kagurazaka-senpai pegou minha mão e me arrastou para fora da loja.

Apesar de ser realmente penoso para o gerente da loja, o que a Kagurazaka-senpai

disse fazia sentido. Na verdade, é bom demais para ser verdade, visto que eu não perco nada

independente do resultado.

— Se o preço para me vender a guitarra mais barata é entrar no clube, então eu vou

recusar.

— Não é preciso que eu imponha nenhuma condição, certo? Além do mais, eu não

acho que eu vá perder para alguém que “nasceu para perder” como você — droga, ela é

realmente franca.

— Ok então, entendi. Você vai me vender uma guitarra decente independente do

resultado, certo? Você não vai me dar coisas com defeito ou algo assim?

— É claro! Juro no nome e reputação da loja!

— Bem... ok.

— Pronto? Vou te dar uma vantagem.

Kagurazaka-senpai fez um sorriso de satisfação, e mostrou algo que estava preso entre

seu dedo indicador e do meio. Isso é... Uma palheta de guitarra. Eh? Indicador e dedo do

meio?

Isso significa que ela não vai usar tesoura? Espera... Isso é uma armadilha? Ela está me

enganando para me atrair para uma armadilha?

— Pedra-Tesoura-Papel! — Junto com a voz de senpai, coloquei pedra imediatamente.

Os dedos de senpai se esticaram para fora mostrando papel – a palheta escorregou de

sua mão e caiu no chão.

— ...Jovem, você é um homem bastante honesto.

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16 Light Novel Project

Ela gentilmente afagou minha cabeça. Isso é muito dissimulado! Na verdade, além de

chamar senpai de dissimulada, eu não deveria estar culpando a mim mesmo por cair tão

facilmente na sua armadilha? Enquanto senpai sorria vitoriosamente, pude ver o gerente da

loja atrás dela dando um pesado suspiro de alívio.

— Então... Estarei me dirigindo ao armazém para achar a melhor opção que está

dentro do seu limite.

Me acalmei um pouco e me agachei no chão ainda no mesmo lugar. Chiaki veio ao

meu lado e disse,

— Nao é realmente fraco, heh.

— Cala a boca...

— Você perdeu no momento que você concordou com o desafio.

Eu levantei a minha cabeça, e depois de ver senpai tirar uma guitarra cinza metálica do

armazém, finalmente entendi o que a Chiaki queria dizer.

— Essa Aria Pro II custa cinquenta e cinco mil e seiscentos ienes, incluindo impostos.

Bem, é exatamente cinquenta mil se eu arredondar para baixo para você.

— Uhm... Só tem quatro cordas?

— Hmm? Você não sabe? Isso é um baixo. Ele tem duas cordas a menos se comparado

a uma guitarra normal e seu diapasão é um oitavo menor.

— Não, eu sei disso. Mas por que você está me vendendo um baixo?

Estou aqui para comprar uma guitarra!

— Baixo é parte da família da guitarra, correto?

— Uhm, sim, mas...

Chiaki colocou a mão no meu ombro e disse,

— Porque o Clube de Pesquisa de Música Popular não tem um baixista, por isso.

Entendeu agora?

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17 Light Novel Project

Levou-me dois segundos para processar isso, antes de eu perceber em choque – caí

numa armadilha. O objetivo daquela garota o tempo todo era poder escolher a guitarra que eu

iria comprar, e por isso ela me fez a promessa que eu conseguiria uma guitarra independente

do resultado. O idiota que não percebeu sua estratégia... Fui eu.

— E-Espera...

— Não estou interessada nas palavras de um perdedor. Precisa de um recibo?

Kagurazaka-senpai me lançou um sorriso enquanto dizia isso. Surpreendentemente ela

também tem um lado fofo...

— Nunca pensei em tocar um baixo...

— Bem, você não sabe como tocar guitarra no geral, certo?

Meu fraco protesto foi rapidamente rejeitado pela senpai.

— E também, você quer desafiar Ebisawa Mafuyu com a guitarra, certo?

— Ugh...

Fiquei mudo por um momento.

— Aquela garota consegue tocar Chopin e Liszt com apenas uma guitarra. Jovem,

baseado nas suas habilidades atuais, não há chance nenhuma de você derrotá-la com uma

guitarra.

Não é realmente um desafio ou algo assim, é só...

— Entretanto, você pode ganhar se usar um baixo.

Kagurazaka-senpai empurrou o pesado baixo nos meus braços...

— Farei com que a vitória seja sua.