Capítulo 7, 8 e Conclusão livro Mulher, Estado e Revolução

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    O ABORTO E A TAXA DE NATALIDADE

    No final da dcada de 1920, os mdicos e pesquisadores estavam

    profundamente preocupados com a dependncia das mulheres em relaoao aborto. Problemas de sade, perda de tempo de trabalho...

    Ao mesmo tempo tinha o outro lado - Ao informar Associao

    Cientfica de Mdicos de Simferopol, em 1927, um mdico concluiu que na

    Crimeia o alto nmero de abortos "representa um grande fator

    antissocial", constituiu uma ameaa para o crescimento regular da populao.

    No I Congresso de Parteiras e Ginecologistas Ucranianos, no mesmo ano, um

    mdico de Starolbelks anunciou que a relao entre abortos e nascimento havia

    disparado - chegando a 84 em cada cem em 1925.

    Vera Lebedeva sentiu necessidade de responder a esse grave

    prognstico assinalando que o aborto no tinha afetado significativamente

    a taxa de natalidade.No entanto, demarcou que em Moscou havia 65 abortos

    a cada cem nascimentos em 1926,e que o nmero continuava crescendo. Em

    1928, um mdico de Moscou no VII Congresso de Parteiras e Ginecologistas

    assinalou que o nmero de abortos havia superado o de nascimentos. Advertiu:

    Devemos prestar ateno ao predomnio ameaador dos abortos em

    relao aos nascimentos entre mulheres jovens de nossa poca e as

    consequncias inevitveis: uma queda na taxa de natalidade e na

    capacidade de trabalho das mulheres.O aborto, em ltima instncia, coloca

    uma carga pesada sobre o Estado porque reduz a contribuio das mulheres naproduo.

    (I ndagao Caren) U- mas no seria a maternidade que cai a pr oduo?

    O nmero de abortos crescia, a quantidade em 1927 era ,5 vezes maior

    do que a de nascimento.

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    Em 1934, a quantidade de abortos por nascimento havia chegado a 271,

    ainda que tenha cado a 221 em 1935. Na Rssia, em 1926, os mdicos

    praticaram 212.978 abortos legais. Em 1935, essa cifra disparou para 1,5

    milho. E a medida que o nmero de abortos crescia, a taxa de natalidade brutacaia.

    Ainda que muitos fatores tenham contribudo para a queda da taxa

    de natalidade bruta, assustador que o declnio que comeou em 1928

    coincidisse com o aumento extraordinrio do aborto.

    O aborto havia se transformado "no meio de regulao primrio da taxa

    de natalidade na famlia".

    Pela cifra supe-se que as mulheres camponesas que chegavam s

    cidades entravam para a fora de trabalho e tinham grandes motivaes

    para limitar o tamanho da famlia.

    A coletivizao, a industrializao e a urbanizao foram acompanhadas

    de um aumento importante dos abortos legais, assim como, provavelmente, de

    ilegais tambm.

    Os administradores das plantas desencorajaram fortemente as

    mulheres grvidas que solicitavam postos de trabalho para evitar os cursos

    da licena maternidade generosa concedida pelas leis do Estado sovitico .

    Os abusos eram frequentes: as mulheres que se apresentavam para um

    posto de trabalho eram submetidas a testes de gravidez e eram

    aconselhadas a fazer abortos ou procurar outro trabalho.

    Um estudo das mulheres que praticaram abortos no comeo dadcada de 1930 mostrou que eram menos motivadas pela pobreza e mais

    pelo desejo de "no ter um filho".A fome no campo, o racionamento nas

    cidades e as expropriaes foradas de milhes de camponeses contriburam

    grande queda da taxa de natalidade.

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    O aborto legalizado no era a causa dessa queda, era simplesmente um

    dos vrios mtodos que as mulheres utilizavam para evitar a gravidez.

    Aborto ilegal: Em junho de 1936, em meio a uma grande campanha

    de propaganda, do Comit Sovitico Central e o Sovnarkom emitiram umdecreto que declarava o aborto como ilegal - aqueles que praticassem a

    operao estariam sujeitos a no mnimo dois anos de priso e as mulheres

    a multas altas na primeira infrao.

    A nova lei oferecia incentivos para a maternidade mediante um

    subsdio para novas mes, bnus grandes para mulheres com muitos filhos

    e licenas maternidades mais longas para funcionrias administrativas.

    Tambm aumentou a quantidade de clnicas de maternidade, creches e

    cozinhas de leite.

    Ficou mais difcil conseguir um divrcio, e as multas e penas para os

    homens que negassem pagar penses alimentcias aumentaram. Tudo isso

    em uma campanha de "responsabilidade familiar".

    Colocaram nfase no carter temporrio do aborto e de como a

    conjuntura tinha mudado e que a mulher seria feliz sendo me.

    CONTRADIES: a autora demonstra algumas contradies desse

    argumento: se o nvel de vida era to alto que as mulheres j no necessitavam

    recorrer ao aborto, por que se incomodar em proibi-lo?

    A evidncia sugere firmemente que a proibio era motivada por uma

    grande preocupao em relao taxa de natalidade decrescente.

    Os critrios das comisses de aborto visavam favorecer as mulheres maisvulnerveis em termos materiais e sociais, no entanto, a maioria das mulheres

    que procuravam o aborto, tanto lega como ilegal, na dcada de 1929 no eram

    as desempregadas, as solteiras ou as que eram muito jovens, mas sim as mes

    estveis, casadas e em plena idade frtil. Essas mulheres, fundamentalmente

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    as assalariadas urbanas ou as esposas dos assalariados, no respondiam

    somente pobreza e s penrias matrias, mas sim as novas oportunidades

    abertas pela Revoluo: educao, emprego e trabalho poltico em um

    mundo mais amplo.- Mas no eram tantos abortos? Como pode-se chegar a essa concluso - os

    dados dos organismos de estatsticas sobre paciente de abortos

    desmentiram as suposies iniciais.

    Em 1934, S.G. Strumilin, a servio dos organismos de estatstica

    oramentria, completou um projeto imenso de pesquisas sobre as taxas de

    natalidade. Ele coletou informaes de 10 mil mulheres, ao longo de suas vidas

    de casadas, desde 1914. Em primeiro lugar, Strumilin assinalou que a taxa de

    casamento havia crescido firmemente entre 1914 e 1933. Ainda que isso deva

    ter produzido um aumento de 2,5 milhes de mes e ao menos 750 mil

    nascimentos, de fato a taxa de natalidade caiu. Em segundo lugar, Strumilin

    mostrou que medida que as famlias ascendiam na escala social, passando de

    camponeses a trabalhadores no qualificados, e em seguida a trabalhadores

    industriais qualificados, a fertilidade familiar caa. Alm disso, as mulheres que

    combinavam o trabalho assalariado com a criao dos filhos e o trabalho

    domstico tinham uma fertilidade menor do que a mdia. Em terceiro lugar,

    previu que se as metas econmicas fossem alcanadas, e se mais de 5 milhes

    de mulheres entrassem para a fora de trabalho em um futuro prximo, os

    nascimentos nas cidades poderiam ter uma queda de 400 mil, uma queda de

    quase 10%.Os funcionrios supunham que a queda na taxa de natalidade

    poderia ser freada com a criminalizao do aborto. Essa suposio era uma

    mudana profunda com relao viso estatal prvia, que sustentava a

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    criminalizao no servia para mudar as difceis condies sociais que

    levavam as mulheres a procurar aborto.

    O Estado acreditou que ao privar as mulheres do aborto - lei de 1936 -

    seria eliminado suas motivaes para tal.A criminalizao destruiu a opo de aborto legal para milhes de

    mulheres, mas nunca conseguiu convenc-las a voltas criao das crianas da

    famlia camponesa patriarcal. A proibio produziu um aumento imediato da

    taxa de natalidade, mas s durou alguns anos. Em 1940, a taxa j havia voltado

    aos nveis anteriores proibio do aborto. E apesar da proibio, a incidncia

    do aborto continuou sendo alta. Dessa forma, em 1939, apesar da proibio, a

    incidncia do aborto era maior do que em 1926, durante o perodo de

    legalizao. Muitos dos abortos praticados depois de 1936 eram trabalhos de

    "limpeza" realizados por mdicos nas mulheres que entravam nos hospitais com

    hemorragias por abortos ilegais. Apenas 10% eram abortos legais por razes

    mdicas.

    ABORTO ILEGAL E A SADE DAS MULHERES: Depois de 1936,

    os mdicos viram um aumento enorme na quantidade de mulheres que sofriam

    de infeces, peritonite, perfuraes, hemorragias, inflamao crnica, sepsia,

    esterilidade e outras complicaes. A taxa de mortalidade por abortos ilegais

    disparou. Um estudo da dcada de 1960 sobre mil mulheres na poca de sua

    menopausa revelou a preponderncia assustadora do aborto ilegal.

    A represso, a longo prazo, demonstrou ser intil tanto para elevar

    a taxa de natalidade como para eliminar o aborto. O aborto nuncadesapareceu, nem durante o perodo da legalizao, e sem dvida muitas

    mulheres voltaram s prticas clandestinas de mdicos, parteiras, babki

    dispostos - diante de contraceptivos confiveis.

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    REFORMULANDO A VISO: A RESSURREIO DA FAMLIA

    A proibio do aborto em junho de 1936 foi acompanhada de uma

    campanha para desacreditar e destruir as ideias libertrias que tinham dado

    forma poltica social ao longo da dcada de1920. medida que as mulheres entravam massivamente na fora de trabalho

    no final do primeiro Plano Quinquenal, a impressa sinalizava cada vez mais um

    novo fenmeno de crianas "sem superviso e desatendidas". Ao chegar o ano

    de 1935, o Estado tinha comeado a colocar penas severas delinquncia

    juvenil e s crianas de rua - visavam estabilizar a famlia.

    PENSO ALIMENTCIA E DIVRCIO

    O novo Cdigo do Casamento, da Famlia e da Tutela foi promulgado em

    janeiro de1927. Os proponentes do novo Cdigo tinham argumentado que

    a lei deveria refletir a vida, mas ao passar um ano era notvel que a vida

    tambm refletia a lei. O nmero de divrcios, que j era muito

    considervel, aumentou entre 1926 e 1927 na zona europeia da URSS de

    1,6 para 2,7 a cada mil habitantes.

    Ao chegar o ano de 1927, dois teros de todos os casamentos em

    Leningrado terminaram em divrcio, e em Moscou trs quartos. O socilogo S.

    Ia. Volfson qualificou a situao como uma "anarquia sexual", ao assinalar que

    muitos homens se aproveitaram do Cdigo novo para se casar com uma

    mulher atrs da outra, em um carrossel vertiginoso de relaes em srie.

    No final de 1927, o fenmeno havia se estendido suficientemente paraque a Suprema Corte ditasse que todo homem ao registrar um casamento com

    o nico objetivo de manter relaes sexuais para logo em seguida se divorciar

    estaria sujeito a um processo penal.

    Piada pgina 347.

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    Problemtica das divorciadas - apesar de as mulheres estarem

    voltando fora de trabalho ao longo da dcada de 1920, na maioria dos

    ramos da indstria a porcentagem de trabalhadores mal excedia a do

    perodo do pr-guerra. O nmero de casas e creches ainda era pequeno.E apesar do cdigo de 1918, o cdigo de 1927 - prever o direito a

    penso alimentcia para as mulheres mais vulnerveis, elas no conseguiam

    dar encaminhamento a burocracia para lograr esse objetivo. Nesse novo

    cdigo de 1927, o prazo do subsdio era limitado.

    Dois comentadores observaram criticamente:

    A mulher, no percurso de uma vida matrimonial, ajudou o marido,

    com suas "preocupaes", a criar a sua boa "posio". Mas, graas vida

    de casada, ela ganhou muitas deficincias (abortos frequentes, muitas

    doenas, sifilis etc.). Em que tipo de posio se encontra essa mulher? Seus

    interesses so protegidos sob o novo Cdigo? Obviamente que no.

    Maioria das penses estavam ligadas as penses para os filhos. E tambm

    tinham queixosos homens, mas que possuam uma situao ligeiramente

    melhor.

    Viatka demonstrou que mais de 90% dos homens se negavam a pagar

    por vontade prpria a penso.

    Alm disso, as medidas punitivas raramente se aplicavam aso

    homens que se negavam a pagar subsdio ao filho.Apesar de o Cdigo Penal

    estabelecer que a recusa "maliciosa" em pagar implicava pensa se seis meses de

    priso ou multa de at trezentos rublos, a Suprema Corte decretou, em 1927,que o no pagamento da penso alimentcia ou do subsdio de menores era s

    considerado "malicioso" se o candidato tivesse os meios para pagar, mas se

    negasse a faz-lo.

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    O Comissariado para Assuntos Internos enviou uma circular a seus krai

    oblast e departamentos provinciais na qual exigia que se prestasse mais ateno

    aos divrcios e negociaes de subsdios.

    Caso de Anna pgina 353.

    A PERSISTNCIA DO BESPRIZORNOST

    Em 1926, com a legalizao da adoo - e mesmo com a recuperao da

    economia, as crianas abandonadas e sem-teto continuaram rondando as ruas.

    O V Congresso Pan-Russo do Departamento para a Educao do Povo

    (ONO) notou que as novas causas do fenmeno dos sem-teto e do delito juvenil

    j no estavam na fome, e sim "no desmoronamento da antiga vida e na ausncia

    persistente de uma nova forma de vida estvel". Os horrores da fome cederam

    gradualmente frente s consequncias menos dramticas da pobreza e

    desintegrao familiar como principais causas do besprizornost.

    Congresso refletiam a poltica prevalecendo em relao aos

    besprizornoki, com nfase na necessidade de medidas preventivas, incluindo

    "fortalecer a responsabilidade dos pais sobre o cuidade de seus filhos".

    Em junho de 1927, o VTsiIK e o SNK lanaram um plano ambicioso

    de trs anos a fim de erradicar por completo o besprizornosts. Seguindo

    as resolues adotadas pelo Encontro de toda a Unio sobre o

    Besprizornosts dois meses antes, o plano enfatizava a capacitao para o

    trabalho, a transferncia dos presos adolescentes para o trabalhoprodutivo, o aumento da ajuda para mes solteiras e empregos para

    adolescentes desocupados. O plano fornecia oitenta rublos por ano para

    cada oficina que empregasse um adolescente; aumentava o nmero de

    crianas em idade pr-escolar, que receberiam alojamento pago; e

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    estabelecia dormitrios para as mes solteiras. Ele instruiu os comits

    executivos locais a trabalhar desenvolvendo incentivos econmicos

    adicionais para incentivas a adoo entre os camponeses.

    Ideia implcita de que a famlia poderia cuidar de forma mais eficaz dascrianas do que o Estado - nfase para o pagamento de alojamento e auxlios

    para famlias.

    Dada a persistncia do desemprego juvenil no final da dcada de 1920 e

    os limites do nmero de adolescentes que podiam ser absorvidos pelas fbricas

    ou cooperativas, a maioria dos besprizorniki deve ter sido enviada a famlias

    camponesas ou voltou para seus pais empobrecidos.

    Guerra entre o Comit Central do partido e os comits locais.

    1930 - Os lares de crianas continuavam "em uma situao"

    extraordinariamente difcil. A poltica de adoo por parte dos camponeses

    demonstrou ser um mau substituto para os lares de crianas

    apropriadamente financiados. Houve muitas queixas: que as famlias

    exploravam as crianas e no permitiam que elas fossem escola; que o

    Estado no providenciava nenhum acompanhamento dos casos; e que as

    somas oferecidas para a manuteno das crianas eram muito pequenas.

    As crianas adotadas por famlias camponesas prsperas que buscavam

    trabalhadores adicionais eram "exploradas da forma mais

    inescrupulosa">

    Decreto de 1926 - negava aos adotados o direito a salrios ou vydel

    (propriedade mobiliria). As regras que regiam a adoo urbana (ou patronato,talcomo era chamada) se baseavam em grande parte no modelo anterior

    desenvolvido para a adoo camponesa. As famlias ou os indivduos com

    necessidade de rendas adicionais eram encorajados a se inscreverem e faziam

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    todos os esforos possveis para lhes serem fornecidos fortes incentivos

    monetrios.

    Pensou-se inclusive que alm do Cdigo da Famlia de 1926 - que

    visava a proteo da famlia, que em 1928 se estendesse tambm aresponsabilidade aos padrastos.

    Tambm articulou para que o beneficirio de uma herana deixada pelo

    pai ou pelo tutor de uma criana mantivesse os rfos.

    Medidas tinham um carter administrativo e no ideolgico.

    Compromisso de extinguir a famlia - todavia, a famlia seria uma

    formao social auxiliar.

    MULHER E TRABALHO ASSALARIADO

    Entre 1928 e 1937 - 6,6 milhes de mulheres passaram a trabalhar na

    indstria e servios. Primeiro Plano Quinquenal (PQ) foi lanado em 1927-

    1928. At 1930, as mulheres constituam de modo geral a mesma parcela

    (28%). As participaes das mulheres caram entre 1929 e 1930 - indstria

    pesada que as mulheres tinham pouca representao. Na indstria

    metalrgica, por exemplo, at 1931 as mulheres no haviam retomado a parcela

    da fora de trabalho que representavam em 1920.

    As mulheres contavam dominando as indstrias txtil, de costura,

    fabricao de roupas, borracha e fsforos.

    (INDAGAO) PQ prejudicou as mulheres - ou seria o machismo?

    Salrios ligado produtividade teria um impacto negativo sobre asmulheres. Outro propunha que o excedente gerado pelo aumento dos

    investimentos e da produtividade na indstria pesada fosse igualmente

    distribudo entre todos os trabalhadores, e no apenas entre os qualificados nas

    indstrias prioritrias.

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    Mas mesmo com essas crticas as mulheres foram se tornando uma

    grande fatia dos trabalhadores, dado a necessidade de novas fontes de

    trabalho.

    1931 - Crescimento considervel.Nmero de mulheres na indstria pesada subiu de 22% para 42%. Em

    Leningrado - 49% dos trabalhadores das grandes indstrias eram mulheres.

    Entrada de mulheres - diminuiu a taxa de natalidade.

    As estatsticas pareciam indicar o comeo de uma nova era para as

    mulheres - estatsticas???

    Em dezembro de 1931, o Comit Central tipi a poeira das velhas

    fulminaes de Lenin contra o trabalho domstico e assumiu "a tarefa de

    transformar formas de consumo individual em alimentao social". O

    nmero de estabelecimentos para cuidados infantis expandiu-se

    rapidamente: as creches para bebs cresceram em vinte vezes entre 1928 e

    1934.

    Criao de lavanderias, creches, refeitrios. Reservar espaos para

    creches em todas as casas recm-construdas. Creches cooperativas em

    casa e no trabalho.

    Entretanto, o novo entusiasmo pela libertao das mulheres despertado

    pela transformao radical da economia teve vida curta. Embora o desemprego

    tivesse desaparecido, o nmero de creches aumentado e o de oportunidades para

    educao e treinamento profissional expandido, a promessa da independncia

    feminina nunca foi comprida. Entre 1929 e 1932, os salrios reais caramchocantes 49%. Como resultado, a renda real per capita no aumentou medida

    que mais membros da famlia real comearam a trabalhar. A renda per capita

    caiu para 51% em relao ao ano de 1951.

    REFORANDO A ORDEM SOCIAL

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    As revoltas do primeiro e do segundo PQs criaram uma desordem social

    massiva por todo o pas. A situao melhorou um pouco durante o segundo

    PQ. O nvel salarial caiu todo ano entre 1928 e 1931, estabilizou-se entre

    1932 e 1932 e 1933, registrou uma ligeira melhora em 1933, caiu novamenteem 1934 e 1935 e permaneceu ao longo de 1937.

    Schwarz argumento que o padro de vida no poderia ter cado muito

    mais depois de 1931 sem "uma completa desintegrao da vida econmica". Em

    1937, os ganhos reais dos trabalhadores ainda estavam muito abaixo do nvel

    de 1928.

    A poltica salarial no encorajou o "definhamento" da famlia, mas,

    ao contrrio, contou com a unidade familiar como um meio efetivo de

    explorao do trabalho.

    REFORANDO A ORDEM SOCIAL

    A entrada de milhes de mulheres no mercado de trabalho marcou um

    ponto decisivo no somente na poltica de trabalho, mas tambm na poltica

    social. As revoltas do primeiro e do segundo PQs criaram uma desordem social

    massiva por todo o pas. Inmeros camponeses foram violentamente arrancados

    de suas vilas e levados a campos de trabalho forado.

    Muitas crianas na rua - a partir de 1931 - comearam a ser mais rgidos.

    Em fevereiro de 1933, o Comit Executivo e o Soviete de Moscou instruram a

    milcia a no permitir nenhuma criana mascate, mendiga, acrobata, cantora ou

    engraxate nas ruas, em volta dos mercados ou nas estaes ferrovirias.Ainda que a milcia abordasse as crianas facilmente, o mesmo obstculo

    da moradia e do cuidado continuava. A Comisso sobre Delitos Juvenis no

    tinha para onde mandar as crianas e nenhuma maneira de fazer cumprir a

    ordem.

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    Ele colocava que a Komones era inapta para lidar com "o notvel

    crescimento da criminalidade juvenil". Em sua viso, tanto a Komones quanto

    a legislao sobre a criminalidade juvenil.

    Em sua viso, tanto a Komones quanto a legislao sobre acriminalidade de juvenil estavam desatualizadas. Anunciando um plano

    para criar um ramo especial da Procuradoria Geral da Unio dirigido

    criminalidade juvenil, Vyshinskii argumentava que a Komones deveria ser

    eliminada e substituda pelos tribunais, pela milcia e pela procuradoria.

    Enquanto juristas haviam previamente procurado limitar o papel dos

    tribunais e da lei na vida social, a dissoluo da Komones teria o efeito oposto:

    fortalecer os tribunais e a procuradoria ao estender sua jurisdio.

    Em uma nova lei, o SNK garantia aos tribunais vastos novos poderes:

    todas as crianas acima de doze anos que haviam cometido roubo, violncia,

    danos corporais, mutilaes, tentativa de homicdio eram removidas da

    jurisdio da Komones e transferidas para um tribunal criminal, para serem

    julgadas como adultos.

    Qualquer um que organizasse as crianas com objetivas de prostituio,

    mendicncia ou especulao era passvel de ser preso por no menos do que

    cinco anos. Um comentador observou com aprovao que a nova lei serviria

    para "destruir a corrente de irresponsabilidades e falta de superviso que cerca

    os criminosos adolescentes".

    Juristas e criminologistas, ento, alvejavam a desintegrao da famlia

    como a fonte primria pela pobreza ou condies sociais, oficiais, procuravamfazer dos pais responsveis para impor responsabilidade de V. Tadevosian,

    deputado procurador para questes de juventude da URSS.

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    V. Tadevosian, deputado procurador para questes de juventude da

    URSS, anunciou diretamente que na Unio Sovitica, "onde a vida havia e

    tornando melhor e mais alegre, onde a nvel material e cultural dos

    trabalhadores foi alado a novas alturas, em um pas assim no existe base e nopode existir base para besprizorst s e crime. "A necessidade material e a pobreza

    j no so as razes bsicas para o crime".

    Uma das razes bsicas para o crime juvenil - besprizornosts a

    falta de responsabilidade entre pais e guardies pela educao de seus

    filhos [...] e frequentemente, a instigao direita de crianas, feita pelos

    adultos, vadiagem, dissoluo.

    Tadevosian - entrada das mulheres no mercado de trabalho

    destruio da unidade familiar, sobrecarga das mulheres.

    beznadzornost.

    Nakhimson - problema das penses.

    A represso sobre os homens que no pagavam penses (se

    recusavam).

    O crescente uso de represso contra o besprizornosts, o crime juvenil e a

    irresponsabilidade paternal estavam ligados a uma forte campanha sobre a

    questo da penso alimentcia. Jornais e revistas humilhavam publicamente

    homens que se aproveitam de mulheres, oficiais do Partido defendiam penas

    mais duras pelo no pagamento da penso alimentcia e juzes expunham osprocessos tribunais como excessivamente burocrticas, formalistas e

    prejudicais aos interesses das mulheres e das crianas.

    Em uma extraordinria exploso de ateno para o problema da penso

    alimentcia, pesquisadores empreenderam diversos estudos detalhados dos

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    tribunais populares, demonstrando as reclamaes das mulheres ao longo

    dos anos 1920 e comeo dos anos 1930 eram amplamente justificadas.

    Cerca de 65% (7.465) dos casos de penso alimentcia em 1935,

    aproximadamente 20% de todos os casos cveis.Em mais de um quarto doscasos de penso alimentcia, o estudo descobriu que os juzes determinavam os

    valores baseados em conhecimentos superficiais da situao financeira do ru e

    do queixoso. Muitos valores eram muito baixos para manter uma criana

    e, ainda pior, os casos demoravam um ms ou mais, enquanto alguns se

    arrastavam por pelo menos um ano. Aps o juiz proferir uma deciso, o

    perodo de espera continuava ao passo que o juiz transferia a ordem a um

    oficial de justia.

    Um estudo do tribunal de Moscou de 1933 expressou que promotores

    consideravam os casos de penso alimentcia muito "pequenos" para merecerem

    ateno, e eram muitas vezes culpados de "falta burocrtica de corao!. Aqui

    tambm cerca de um quarto das decises judiciais no eram levadas at o final,

    escriturrios no local de trabalho perdiam as listas e algumas sanes eram

    promulgadas contra o no pagamento.

    1935 os juristas adicionaram uma nova significncia poltica.

    SCRACHO: Um jornal publicou o nome de um secretrio do Partido, no

    oblast de Sverdlovsk, que havia abandonado sua esposa e seus trs filhos em

    1933 e ento ignorado a ordem judicial para mant-los. O jornal condenou sua"atitude burocrtica e sem corao perante as crianas".

    Para ele, a promiscuidade masculina era uma forma de "vadiagem sexual"

    porque negava s mulheres sua "dignidade humana" ao trat-las exclusivamente

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    como "parceiras de cama". " Meios de compulso" estavam disponveis para

    homens que no respondiam persuaso cultural e educao".

    Comit do Comissariado da Justia - Krynlenko desenvolveu e

    apresentou um plano ao SNK para aumentar a punio pelo no pagamento depenso alimentcia de seis meses de trabalho compulsrio a um ano de priso,

    marcar a obrigao da penso alimentcia no passaporte do ru e considerar a

    administrao do local de trabalho do ru responsvel pelo no pagamento.

    Propostas:

    Diminuir nmero de divrcios

    Proibio do aborto

    Penalidade pelo no pagamento de penso alimentcia.

    Aumento do seguro para o nascimento e dobrava o pagamento mensal a

    mes de bebs empregadas, de 5 a 10 rublos por ms.

    Proporcionava tambm apoios similares para mes trabalhadoras sem

    seguro e garantia quase quatro meses de licena-maternidade para

    sluzhahchie, assim como para operrias.

    Penalidades para quem se recusasse a contratar mulheres grvidas.

    A cada mulher com seis filhos ou mais, a lei garantia 2 mil rublos por

    cinco anos por cada criana nascida depois. Mes com onze crianas

    recebiam 5 mil rublos por cada criana adicional por um ano e 3 mil

    rublos pelos seguintes quatro anos.

    O esboo acabava com a prtica onipresente do divrcio por carta postal,

    exigindo que ambos os cnjuges comparecessem em Zags para ter

    divrcio registrado em seu passaporte.

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    O preo do divrcio aumentava em nmero - "multa" Primeiro 50 rublos,

    segundo 150 rublos, terceiro 300 rublos.

    Estabelecia nveis mnimos de apoio criana em um tero do salrio do

    ru para uma criana, 50% para duas crianas e 60% para trs ou mais. Etambm aumentava a penalidade para o no pagamento a mais de dois anos de

    priso.

    Foi um debate aberto. Debate "cuidadoso" - eles construram contorcidas

    explicaes das diferenas entre a proibio "burguesa" e "socialista". Um

    artigo de Lenin se opondo a Malthus foi escavado para prover as citaes

    necessrias. Explicavam que o aborto j no era necessrio na URSS.

    Alguns questionamentos: possvel ser me de uma grande famlia e

    ainda contr ibui r para a vida social e poltica.

    Mulheres escreviam carta: que mulheres solteira e renda limitada tivessem o

    direito ao aborto. Somente aqueles que no conhecem as condies da vida de

    um estudante podem declarar que possvel combinar a maternidade e os

    estudos no instituto sem problemas.

    Ainda que muitas mulheres discordassem da proibio do aborto, elas

    apoiavam fortemente as medidas mais restritas sobre o divrcio e a penso

    alimentcia, e a expanso das instalaes de cuidado das crianas. 1936- uma

    barganha - a responsabilidade do Estado era ampliado

    CONCLUSO:

    Nas duas dcadas que se passaram entre 1917 e 1937 - a viso sovitica oficial

    sobre a famlia passou por uma completa inverso.

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    Eliminao de correntes libertrios do Partido.

    Contradio - ditadura do proletariado para a sua extino.

    Extino legal foi vencida e o peso da lei reforado.

    Os juristas, que antes tinham sido sensveis s causas sociais do besprizornost",

    ao aborto e ao delito infantil, agora justificavam a represso sob a alegao

    simplista e at mesmo cnica de que as condies haviam melhorado.

    Krylenko - extino legal morreu.

    Alexander Goikhbarg (lei dcada e 20) - interno em instituiespsiquitricas.

    Mas apesar de tudo o Partido diferentemente do nazista no propagava que o

    lugar da mulher era o lar.