Capitulo de Livro Willians - Plataformas Digitais - Uma Nova Forma de Ver TV
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BALAN, Willians Cerozzi. Plataformas digitais: uma nova forma de ver TV. in FERREIRA JUNIOR, Jos e SANTOS, Mrcio Carneiro dos. Comunicao, tecnologia e inovao: estudos interdisciplinares de um campo em expanso. Porto Alegre, Buqui, 2013. ISBN Impresso: 978-85-8338-000-9 ISBN Digital: 978-85-8338-001-6
PLATAFORMAS DIGITAIS Uma nova forma de ver TV
Willians Cerozzi Balan
Palavras-Chave
Plataforma digital, internet , VOD Video On-demand, televiso
Resumo
A forma como vamos televiso h algumas dcadas e a maneira como a vemos
hoje mudou muito. O rdio e a televiso eram considerados os veculos de difuso
de massa de maior importncia para fornecer informao e entretenimento ao
pblico, pois levavam o sinal para dentro de casa. As tecnologias desenvolvidas
para comunicao ampliaram as formas de difuso do conhecimento e da
comunicao social por diversas plataformas. Os avanos nos protocolos de internet
provocaram nos ltimos anos uma importante mudana na forma de se ver
televiso. Entre os anos de 2009 e 2011 houve crescimento de 306% de acessos a
vdeo on-demand nos Estados Unidos com mais de 190 milhes de usurios
consumindo 48 bilhes de vdeos mensalmente, enquanto no Brasil chegou-se a
abril de 2012 a 73 milhes de acessos mensais. Esta realidade conectada indica a
necessidade de se compreender melhor as plataformas digitais e a forma de difuso
por elas sustentadas como novos meios de comunicao que implicam nas novas
formas de se ver televiso.
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PLATAFORMAS DIGITAIS Uma nova forma de ver TV
Willians Cerozzi Balan
A forma como vamos televiso h algumas dcadas e as maneira como
a vemos hoje mudou muito. O rdio e a televiso eram considerados os veculos de
difuso de massa de maior importncia para fornecer informao e entretenimento
ao pblico, principalmente pelo fato de levarem o sinal para dentro de casa. O
aparelho de TV era um objeto de destaque na sala, onde as poltronas e sofs j
ficavam posicionados para que os olhares e ateno fossem dirigidos para ele e no
mais para as pessoas ao redor. Nas dcadas de 60 e 70, havia poucas emissoras e
muitas vezes para sintonizar uma emissora de TV em cidades interioranas, nas
casas havia torres com quinze ou vinte metros de altura, com a antena direcionada
para uma emissora de TV, em geral em cidades vizinhas. Para mudar de canal eram
necessrios dois procedimentos manuais, levantar da poltrona, ir at o aparelho de
TV para girar o seletor de canal para o canal desejado e em seguida ir at a base da
torre com a antena de recepo para gir-la para outra emissora cujas antenas
transmissoras normalmente estavam instaladas em outra cidade, para conseguir
receber o sinal. A escolha do programa a ser assistido no era necessariamente
determinada pelo contedo desejado, mas na maioria das vezes pelo canal que
pegava melhor, com menos interferncias e com sons e imagens mais limpos.
Novas emissoras de rdio e TV foram sendo instaladas aumentando as
fontes de gerao de contedos audiovisuais e o acesso a TV foi se massificando
com as instalaes de retransmissoras de TV para distribuio de sinais nas cidades
menores, ao redor das cidades com emissoras geradoras. A partir da dcada de
oitenta, com a utilizao dos satlites de comunicao brasileiros, as emissoras
passaram a formar as redes de emissoras com programao em tempo real, o que
permitiu a difuso dos contedos com uma cobertura de TV em quase todo o
territrio brasileiro, evoluindo tambm a linguagem de comunicao que deixa de ser
local e regional para se tornar nacional. Enquanto os veculos de TV com
transmisso aberta elaboravam grade de programao vertical e horizontal com
contedos para atender ao grande pblico, com diferentes faixas etrias, sociais e
culturais, com distintos anseios de informao e entretenimento, a implantao da
TV por assinatura, por cabo ou satlite, permitiu maior nmero de canais com temas
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segmentados conforme o interesse dos telespectadores que tinham condies para
contratar este novo servio de comunicao.
As emissoras de sinal aberto, numa evoluo tcnica natural, passaram a
instalar as torres e antenas de transmisso em localizaes prximas, o que permitiu
posicionamento mais prtico para as antenas de recepo. Algumas antenas
transmissoras ainda so instaladas fora de reas prximas, mas neste caso o
avano tecnolgico nos sistemas de antenas de recepo criou os filtros passa-
canal, corta-canal e os misturadores de sinal. Com estes recursos se tornou possvel
a instalao de mais de uma antena receptora em uma casa ou edifcios
residenciais, com cada antena apontada para as antenas transmissoras mesmo em
locais distintos, misturando-se os diferentes sinais em um nico cabo que leva para
o televisor todos os sinais de TV disponveis sem que um canal interfira no outro.
Com vrias fontes de sinais vindos pelos diferentes meios, a tecnologia criou o
controle remoto sem fio. A partir deste momento o telespectador no precisou mais
se levantar da confortvel poltrona para mudar o seletor de canais e muito menos
girar a antena externa para melhor sintonia.
O surgimento do controle remoto criou o efeito zapping e o telespectador
passou a ter autonomia no processo da escolha do contedo desejado. Este
comportamento fez com que as emissoras de TV repensassem suas estratgias de
produo e de exibio da programao. A verificao de audincia minuto a minuto
implantada no Brasil pelo IBOPE Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatstica,
monitorando em tempo real a preferncia do pblico e acompanhada com muita
ateno pelos setores de programao das emissoras de TV, mostrou que durante o
intervalo comercial e tambm no interprograma, intervalo entre o final de um
programa e incio do prximo, o pblico mudava de canal e muitas vezes no
retornava, reduzindo a audincia que estava em uma emissora, migrando e se
espalhando pelas outras.
Uma das mudanas significativas que ajudou a reduzir a perda de
audincia pelo efeito zapping, ao final de um programa aconteceu na Rede Globo
na dcada de oitenta. Um exemplo a modificao no formato de produo das
telenovelas. Ao iniciar o captulo do dia, a dinmica seguia o seguinte formato de
produo:
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1 no incio do captulo do dia entravam as cenas finais do captulo anterior
que serviram de gancho para atrair o interesse no pblico, para que
voltassem a assistir a continuao da trama;
2 ao trmino da reprise da cena do captulo anterior, cortando no mesmo
ponto onde a cena havia encerrado, entrava a ficha tcnica de abertura;
3 ao trmino da abertura entrava o primeiro intervalo comercial;
4 somente aps o intervalo entrava o segundo bloco do capitulo com as
cenas inditas e ento a continuidade da trama;
Neste formato as cenas inditas do novo captulo entravam apenas ao
final dos comerciais, no segundo bloco. Esta dinmica distanciava o final do
contedo do captulo anterior para o incio do contedo indito em mais de cinco
minutos. Durante este perodo de tempo se tornava possvel ao telespectador mudar
de canal, se interessar por outro programa, em outra emissora e quando isso
acontecia, no retornava mais para a emissora em que estava, alterando os ndices
de audincia. Na poca, entre o final de um programa e incio de outro, havia uma
dinmica de exibio que tambm permitia ao telespectador navegar por outros
canais durante o interprograma1, como demonstrado na tabela a seguir:
Dinmica de exibio antes do efeito zapping
seq no ar ao obs
1 Primeiro bloco da novela
Repetio das mesmas cenas exibidas no penltimo bloco do captulo anterior; No mesmo momento do corte final da trama apresentada no captulo anterior
2 Penltimo bloco do capitulo
Cenas finais com gancho para criao de interesse para o prximo captulo
Final do interesse pela trama
3 ltimo intervalo comercial do captulo
Sequencia de comerciais
Entre trs e cinco minutos
4 ltimo bloco do captulo
Exibio de cenas do prximo captulo, para criar o interesse no telespectador para assistir o captulo do dia seguinte; Exibio dos crditos finais da novela
Aproximados um minuto e meio sem novos temas para manter o interesse
5 Interprograma Intervalo comercial entre o final da novela e o incio do programa seguinte
Aproximados trs minutos
6 Novo programa Primeiro bloco do programa indito Incio do bloco Tabela 1 Dinmica de exibio antes do efeito zapping
1 Interprograma: em roteiro de exibio de programao da televiso, designa o interval entre o final de um
programa e o incio do prximo.
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Como observado na tabela anterior, o tempo entre o final da trama do
programa que se encerrava para o incio do novo programa, podia chegar a at dez
minutos, tempo suficiente para que o telespectador, pela facilidade da mudana de
canais, navegasse por outras emissoras e podendo se interessar no retornava mais
ao canal em que estava.
importante para a emissora levar a audincia de um programa para o
seguinte e a dinmica de exibio antiga proporcionava a possibilidade da mudana
de canal pelo telesectador. Observando e analisando este efeito, a programao da
TV Globo alterou a dinmica de exibio de programas para evitar a reduo da
audincia. Com este objetivo foram adotadas as seguintes mudanas:
1 as fichas tcnicas de encerramento de todos os programas da emissora
foram alteradas na produo para durao mxima de dez segundos;
2 - o interprograma deveria exibir o mnimo de contedo possvel, passando a
ser composto por:
- vinheta patrocinada do programa anterior, com at dez segundos;
- vinheta de identificao da emissora com at dez segundos;
- vinheta patrocinada do prximo programa com at dez segundos.
Esta alterao reduziu a durao do intervalo entre o final do programa
anterior e o incio do prximo para, em mdia, trinta segundos.
A produo do captulo da telenovela passou a ter a seguinte dinmica:
1 - Ao entrar o captulo indito do dia, eram exibidas as ltimas cenas do
captulo anterior, porm sem cortar no momento do gancho: a trama
continuaria com contedo indito para despertar no telespectador o desejo
de continuar assistindo e no mudar de canal;
2 - Somente aps o interesse do pblico pelo contedo do captulo, entraria a
vinheta com a ficha tcnica de abertura, com menor durao, reduzindo o
tempo disponvel para o telespectador pudesse mudar de canal e se
interessar pela outra emissora;
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Dinmica de exibio aps o efeito zapping
seq no ar ao obs
1 Primeiro bloco da novela
Reprise das ltimas cenas de gancho exibidas no captulo anterior, dando continuidade a trama do captulo indito. Somente aps a criao do interesse entra a ficha tcnica de abertura.
Manuteno da audincia com a criao do interesse pela trama
indita
2 ltimo bloco do capitulo
Cenas finais com gancho para criao de interesse para o prximo captulo, ficha tcnica de encerramento com no mximo dez segundos.
Reduo do tempo entre o final de um
programa e incio do prximo
3 Interprograma Exibio somente da vinheta patrocinada de encerramento, vinheta da emissora e vinheta patrocinada do prximo programa
Durao mdia de trinta segundos
4 Novo programa Primeiro bloco do programa com apresentao de cenas inditas para manuteno do interesse da audincia no novo contedo
Manuteno da audincia com o novo tema reduzindo tempo para navegao em
outros canais Tabela 2 Dinmica de exibio aps o efeito zapping
Graas a esta mudana no processo de produo e na dinmica de
exibio, a emissora conseguiu manter a transferncia da audincia de um
programa para outro na grade vertical, por no permitir tempo ao telespectador se
interessar pelo contedo da outra emissora. As estratgias para manuteno da
audincia para seu contedo praticada pelas emissoras de televiso eram aplicadas
tendo como viso a concorrncia pela audincia junto ao pblico, levando em conta
as tecnologias de transmisso de contedo televisivo apenas pelo meio de difuso
estabelecido: a transmisso de produtos de televiso broadcast, com um
transmissor e muitos receptores.
Com a popularizao da internet muitos conceitos precisam ser
repensados. A forma difundir contedo televisivo passou a contar com outras
plataformas de difuso que tornaram mais democrticas e acessveis as prticas de
gerar contedos. De uma maneira, natural ou induzida pelas mudanas
comportamentais do ser humano, as tecnologias aplicadas s comunicaes esto
permitindo uma democratizao da capacidade de difuso do conhecimento, da
cultura, do entretenimento e da informao. A gerao atual j vem ao mundo
conectada nas diversas plataformas de comunicao, incluindo os dispositivos
mveis. A internet se fortalece com o meio mais democrtico neste processo graas
a facilidade de acesso s plataformas digitais conectadas em rede com capacidades
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crescentes tanto nos processos de armazenamento, manipulao e distribuio
quanto nas facilidades de publicao.
O vdeo sempre fascinou as pessoas, pois atua diretamente nas
sensaes visuais e auditivas, proporcionando emoes e reaes humanas pelos
contedos apresentados e as novas plataformas digitais favorecem a possibilidade
que o pblico possa fazer a prpria programao com contedo de seu interesse,
sem depender exclusivamente da programao exibida pela emissora de TV cujo
contedo definido pelo departamento de programao. Sem aludir a substituio
de um meio pelo outro, possvel afirmar que as plataformas digitais criaram e
facilitaram novas formas de assistir televiso ou seus contedos em diversas fontes.
Os dados atuais sobre plataformas, quantidade de acessos, e contedos
buscados pelo pblico conectado nas redes www, permitem estas afirmaes.
Segundo o relatrio "The State of the Internet" apresentado por Brian
Jurutka, Senior Vice President of Telecom and Mobile da comScore, divulgado no
CES 2012 - Consumer Electronics Show, em janeiro de 2012, foi registrado que a
sia domina a quantidade de acessos mundiais, com 41,2 %. Os Estados Unidos,
que em 1966 dominava com 66 % dos acessos rede, em 2011 caiu para segundo
lugar com 14,8 % e a Amrica Latina e Oriente Mdio empatam com registros de
8,7% dos acessos mundiais cada.
Usurios em 2011
SIA 41,2 %
Estados Unidos 14,8 %
Amrica Latina 8,7 %
Oriente Mdio 8,7 %
Tabela 3 Usurios da internet em 2011 Fonte: The State of the Internet CES 2012
Observou-se que o crescimento de acessos na rede em 2011 tambm
foram significativos: o Mxico contou com crescimento de 22%, a China com 19%, o
Brasil com 18% , a Rssia teve 14% de crescimento e os Estados Unidos
apresentou crescimento no acesso de 0,8%. Entende-se que o menor crescimento
atribudo aos Estados Unidos se justifica, pois j contava com grande pblico
conectado.
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Crescimento de acesso em 2011
Mxico 22 %
China 19 %
Brasil 18 %
Rssia 14 %
Estados Unidos 0,8 %
Tabela 4 - Crescimento do acesso a internet em 2011 Fonte: The State of the Internet CES 2012
Os registros de aumento nos acessos aos contedos on-line apresentam
outro dado de importncia no foco do produto televisivo e audiovisual: o mesmo
relatrio divulga que 108 milhes de pessoas consomem diariamente 1,3 bilhes de
vdeos on-line. ndice que merece ateno, pois apresentou crescimento de 1.290 %
desde 2006. Vdeos estes que em sua maioria no so produes das emissoras
formais de televiso, mas sim produes amadoras cujos temas so segmentados
segundo o foco de quem os produziram. Mudando o conceito broadcast de um para
muitos, agora so muitos, publicando para acesso de muitos. Dentre os vdeos
procurados esto tambm filmes e programas que foram exibidos pelas emissoras
de televiso de canais abertos, neste caso programas procurados para serem
assistidos em horrios diferentes aos que as emissoras os exibiram originalmente. O
telespectador tem o interesse pelo programa, mas por alguma razo no pode
assistir no memento em que a emissora o colocou no ar. Este um dos fatores
preocupantes para as emissoras de TV, pois ao ter seu programa disponibilizado na
rede on-line, o pblico tem acesso ao contedo do programa informativo ou
entretenimento, mas no assiste aos comerciais exibidos durante o horrio original
que o programa foi ao ar. Fenmeno de alta preocupao pelas emissoras, pois atua
diretamente na fonte de receita que viabiliza a existncia comercial das emissoras.
Alguns veculos tem solicitado aos administradores de grandes sites de
armazenamento de vdeo o bloqueio ao acesso de programas que foram ao ar e
depois publicados, mas isto no basta para solucionar o problema, afinal bloqueia-se
um, abre-se outro. O controle complexo, pois qualquer telespectador tem a
possibilidade de gravar um programa no ar e o publicar nas plataformas digitais.
fundamental que as emissoras analisem este fenmeno e encontrem outras
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frmulas e modelos de negcio que incluam esta nova da forma em se ver televiso,
que, pelos dados, possvel afirmar que no h mais volta.
Fundamentam este pensamento os dados sobre vdeo nas plataformas
digitais on-line. No perodo entre 2006 e 2007, houve uma exploso de vdeos on-
line graas ao surgimento do YouTube que foi popularizando-se rapidamente graas
s interfaces facilitadas para publicao de vdeos o que permitiu a qualquer pessoa
passar a divulgar seu produto, independente de qualidade tcnica ou de contedo,
para o mundo. Graas a esta exploso e tambm a servios de VOD Vdeo-On-
Demand, oferecidos por empresas como a Netflix e Hulu a partir de 2009,
atualmente pelas operadoras de TV por assinatura como NET e Sky, atraram o
interesse de pblico segmentado, como nova forma de se assistir filmes, com maior
qualidade graas ao constante avano tecnolgico das plataformas digitais. No
perodo de 2009 a 2011 registrou-se um crescimento de 306% no acesso pblico a
vdeos na rede. Em 2011 nos Estados Unidos o vdeo on-line contabilizava 190
milhes de usurios, em torno de 86% dos usurios da internet, consumindo 48
bilhes de vdeos mensalmente. Em 2012, at o ms de abril, o maior provedor de
vdeos on-line, o YouTube, registrou a mdia mundial de 162 milhes de viewers por
ms. Esta oferta e demanda de vdeos on-line alerta que a forma de construo da
programao de contedos televisivos nas emissoras convencionais deve ser
repensada.
Os dados no Brasil tambm so significativos. Segundo a Telebrasil e
dados divulgados pelas revistas Tela-Viva e Produo Profissional, at dezembro de
2011 registrou-se na internet 58 milhes de acessos via banda-larga e entre janeiro
de abril de 2012 os acessos cresceram para 73 milhes mensalmente. Destes, 18,7
milhes foram por acesso via banda-larga fixa e 54,3 milhes de acessos via banda-
larga mvel. Uma informao que merece ateno sobre a forma de acesso ao
contedo na rede sobre os dispositivos mveis: dos 54,3 milhes de acesso via
banda-larga mvel, 8,6% foram via modem mvel e 45,7% via celular, em sua
maioria por 3G. Os aplicativos VOD Vdeo-On-Demand, foram os mais procurados.
Considerando que hoje o Brasil conta com quase trs mil municpios que j tem
cobertura 3G e a tecnologia 4G j est sendo implantada, possvel afirmar que as
plataformas digitais facilitaro a publicao e o acesso a vdeos on-line.
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Tabela 5 Acessos em banda larga no Brasil Fonte: Telebrasil e Tela Viva
Tabela 6 Municpios com 3G no Brasil Fonte: Telebrasil e Tela Vival
0
100 42
73
Acessos em Banda Larga (em milhes)
abr/11 abr/12
2500
30002650
2915
Municpios com 3G no Brasil
dez/11 abr/12
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Total de acessos banda larga - Dados Brasil
At dezembro/2011 58 milhes
At abril/2012 73 milhes
Acesso por banda larga fixa 18,7 milhes
Acesso por banda larga mvel - Via modem mvel - Via celular 3G
54,3 milhes 8,6 %
47,5 % Previso de acessos via banda larga mvel em 2014
92 milhes
Tabela 7 Acessos em banda larga no Brasil Fonte: Telebrasil e Tela Viva
Esta realidade conectada indica a necessidade de se compreender
melhor as plataformas digitais e a forma de difuso por elas sustentadas como
novos meios de comunicao que implicam nas novas formas de se ver televiso. A
produo de contedos televisivos antes vistos exclusivamente por dispositivos
fixos, como os aparelhos de TV nas residncias ou escritrios, agora competem com
produes amadoras e profissionais de focos temticos distintos e tambm com sua
prpria programao disponibilizada pra acesso on-demand nos servidores de vdeo
na rede, possveis de serem acessados por dispositivos de visualizao fixos e
mveis, com possiblidades da escolha individual e personalizada por cada potencial
espectador em qualquer lugar cuja cobertura permite. Graas s plataformas digitais
conectadas em rede o comportamento humano das novas geraes se modificou na
forma de escolher e receber por diferentes maneiras os contedos desejados. Esta
nova forma de se ver televiso um novo fenmeno que precisa ser compreendido
pelos radiodifusores, que devem adequar s prticas de difuso dos veculos de
comunicao tradicionais para os novos tempos.
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Referncias
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