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    Captulo 15

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    Rodrigo de Castro Albuquerque * Hugo Henriques Alvim

    Po pr-brdo lo

    d prhmto

    Arestaurao de dentes tratados endodonticamente causa discusses entre

    clnicos e pesquisadores e caracteriza-se pela alta de um protocolo clnico

    padronizado. Atualmente, a Odontologia tem se preocupado em denir quala tcnica mais indicada para a restaurao dos dentes despolpados. Tais elementos merecem

    um cuidado especial devido sua menor resistncia mecnica quando comparados a dentes

    com vitalidade pulpar. Dentes tratados endodonticamente tornam-se enraquecidos devido

    perda de estrutura dentria, principalmente de dentina, decorrente de raturas coronrias, le-

    ses cariosas, eroso, abrao e tratamento endodntico1. A preservao de maior volume de

    dentina, tecido altamente resiliente e que conere resistncia elstica ao elemento dental, deve

    ser objetivo de todo tratamento.

    Ncleos metlicos undidos representam uma orma de reconstruo bastante utilizada e que

    apresenta vantagens, tais como grande experincia clnica, boa adaptao e elevada rigidez2.

    Sua principal desvantagem o desgaste acentuado de estrutura sadia, que gera uma dimi-

    nuio da resistncia do dente. A reconstruo coronria atravs de ncleo de preenchimento

    associado a pinos intrarradiculares constitui uma alternativa aos ncleos undidos, tendo como

    principal vantagem a preservao deste remanescente.

    A utilizao de sistemas de pinos intrarradiculares associados a ncleos de preenchimento na

    restaurao de dentes submetidos a tratamento endodntico ator que ainda gera discusses.

    Aos pinos intrarradiculares so atribudas duas principais indicaes. A primeira, aceita de orma

    universal, proporcionar reteno ao material restaurador empregado no preenchimento. A

    segunda indicao est relacionada ao reoro da estrutura dentria remanescente, sendo causa

    de controvrsias e objeto de vrias pesquisas3,4,5,6.

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    cap.15393

    Estudos tm apresentado resultados controversos em relao aos benecios proporcionados

    pelo emprego dos pinos intrarradiculares, sendo encontrados resultados nos quais os pinos

    aumentam, no intererem ou at mesmo diminuem a resistncia das estruturas dentrias re-manescentes7,8,9,10,11,12. Questionamentos sobre o comprimento, o material, o ormato, a tcnica

    de cimentao do pino, assim como qual o melhor material de preenchimento tambm no

    oram respondidos ainda.

    O mercado odontolgico disponibiliza para os cirurgies-dentistas vrios sistemas de pinos intrar-

    radiculares pr-abricados, assim como diversos cimentos e materiais de reconstruo coronria.

    A combinao adequada destes materiais possibilita ao prossional realizar restauraes com des-

    gaste mnimo de estrutura dentria e sucesso clnico. Este captulo tem por objetivo apresentar ao

    prossional os sistemas de pinos intrarradiculares disponveis, assim como cimentos e materiais dereconstruo, salientando as tcnicas e os aspectos clnicos reerentes sua utilizao.

    Dentes trataDos enDoDonticamente

    A literatura tem descrito que um dente tratado endodonticamente merece um cuidado espe-

    cial em sua restaurao. Um dente despolpado enraquece devido a uma alterao biomec-

    nica, pois ele soreu uma modicao em sua arquitetura e morologia, tornando-se mais rgil

    devido perda de estrutura dental por cries, raturas, preparao cavitria, alm de acesso e

    instrumentao do canal radicular6.

    Por muitos anos, acreditou-se que a perda da vitalidade pulpar levasse a uma diminuio da umidade

    dentinria, resultando na alterao da resilincia do dente, tornando-o mais susceptvel a raturas13.

    Autores, como Rosen14, descreveram a dentina destes dentes como ressecada e no elstica, o que

    os tornaria mais riveis. Essa armativa questionvel, pois trabalhos como o de Heler15 mostraram

    que um dente despolpado perde apenas cerca de 9% de sua umidade quando comparado a um

    dente polpado, sendo estes trabalhos executados em dentes de ces. Reeh et al.16 salientaram que o

    tratamento endodntico reduziu a resistncia de um pr-molar em apenas 5%, sendo que a prepara-

    o oclusal resultou na diminuio em torno de 20% e uma cavidade MOD reduziu 63% a resistncia

    do mesmo grupo de dentes. Sedgley e Messer1 no encontraram dierenas estatisticamente signi-

    cativas entre dentes polpados e despolpados em relao resistncia a raturas e ao cisalhamento.

    Outro motivo que pode contribuir para a elevao da incidncia de raturas em dentes despolpados

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    cap.15394

    pode ser justicado por trabalhos como o de Lowenstein e Rathkamp17, os quais sugerem uma perda

    do mecanismo de propriocepo, alm da pesquisa de Randow e Glant18, que salienta uma elevao

    do limiar de dor nesses dentes, o que poderia provocar um descontrole na presso mastigatriaexercida por pacientes sobre esses elementos dentrios.

    Portanto, o mais importante a se levar em considerao na restaurao de dentes despolpados

    no o ato de o tratamento endodntico enraquecer o dente, mas sim a quantidade e a quali-

    dade da estrutura dental remanescente3,19. undamental a preservao da estrutura dental sadia,

    sendo necessrio um cuidado especial na hora de selecionar a conduta restauradora mais ecaz

    para o tratamento desses dentes. No passado, pinos intrarradiculares eram considerados obriga-

    trios. Hoje em dia, as pesquisas tm nos apresentado resultados controversos em relao aos

    benecios proporcionados pelos retentores intrarradiculares

    7,8,9,10,11,12,19,20,21,22,23,24,25,26,27,28,29,30,31,32,33

    . Oque no se questiona a necessidade de se coneccionar uma restaurao que propicie o restabe-

    lecimento das unes desse elemento dental. undamental ter em mente que nenhum material

    restaurador substitui o tecido dental com a mesma ecincia, o que nos obriga a selecionar uma

    tcnica que seja, alm de tudo, conservadora para a estrutura dental remanescente19.

    ncleos metlicos FunDiDos

    No h dvidas de que a tcnica mais popular de construo de ncleos para dentes despolpados

    tem sido os ncleos metlicos undidos. Vrios pesquisadores como Bex et al.9, Geland et al.34,

    Hirscheld e Stern12 e Plasmans et al.27 consideram que essa tcnica preenche melhor os objetivos

    a que se destinam, pois estes ncleos so muito resistentes, versteis e permitem uma melhor

    adaptao ao canal radicular. No podemos tambm desprezar a larga experincia clnica que se

    tem com este mtodo de reconstruo, pois desde o desenvolvimento do processo de undio

    por meio de presso pneumtica por Taggart35, em 1907, esses ncleos vm sendo empregados.

    Contudo, essa orma de reconstruo apresenta algumas desvantagens, como a necessidade de

    maior nmero de sesses clnicas, envolvimento de procedimentos laboratoriais, custo mais eleva-

    do e remoo de maior quantidade de estrutura dental, dentre outras. Essa tcnica envolve grande

    remoo de tecido dental sadio, pois, para que no se induza uma grande tenso na entrada do

    canal radicular, segundo Assi e Gorl8, necessrio que a poro coronria do ncleo abrace a raiz,

    envolvendo pelo menos 2mm da margem do remanescente, proporcionando o chamado eeito

    rula na tentativa de diminuir a incidncia de ratura radicular.

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    cap.15395

    Segundo Assiet al.20, esses ncleos metlicos undidos no atendem s necessidades dos

    dentes despolpados, pois so eitos com metais que possuem um alto mdulo de elastici-

    dade, podendo induzir, portanto, a um elevado ndice de raturas radiculares, como se podeobservar na Figura 01 A,B.

    Os ncleos undidos so, e continuaro a ser por muito tempo, uma boa alternativa para a re-

    construo dentria. Todavia, no podemos desprezar as inmeras vantagens que o emprego

    de pinos pr-abricados na construo de ncleos de preenchimento pode proporcionar, o que

    causou a diminuio do uso dos ncleos metlicos undidos.

    Fig.01 A,B Incisivo superior raturado devido ao eeito cunhade um ncleo metlico undido.

    01A 01B

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    cap.15396

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    ncleos De Preenchimento

    Com a evoluo das tcnicas e dos materiais odontolgicos,

    novas alternativas na reconstruo morolgica tm surgi-

    do. Uma tcnica promissora tem sido proposta atravs dos

    ncleos de preenchimento, os quais so denidos como

    ncleos coneccionados com materiais restauradores pls-

    ticos (amlgama, resina composta ou cimento de ionmero

    de vidro), que tm como nalidade reconstituir elementos

    dentais que tiveram perda estrutural por crie, tratamento

    endodntico ou raturas, podendo estar associados a pinos

    intradentinrios, intrarradiculares, ou mesmo, dependen-

    do do caso, sem auxlio de pinos19. Essa tcnica apresenta

    como vantagens em relao aos ncleos metlicos undi-

    dos a preservao de maior quantidade de estrutura dental

    sadia, a economia de tempo para o paciente e o prossional,

    o baixo custo, a boa resistncia, a dispensa de procedimen-

    tos laboratoriais e o melhor resultado esttico quando em-

    pregamos principalmente as resinas compostas no preen-

    chimento. Nas Figuras 02 e 03,podemos vericar um ncleo

    de preenchimento construdo com resina composta, o que

    possibilitou um bom resultado esttico ao receber um co-

    roa total de porcelana pura.

    Talvez o principal benecio proporcionado pela utilizao dos

    ncleos de preenchimento seja a conservao de tecido den-

    tal sadio, pois, como poderemos vericar melhor no decorrer

    deste captulo, o desgaste dental se limita remoo de teci-

    do cariado, restauraes antigas, alm do acesso e preparo do

    canal radicular para posterior cimentao do pino.

    Em muitos casos, pode ser necessria a indicao de uma or-

    ma de reteno adicional para o material empregado na re-

    construo da morologia dental, ou seja, no preenchimento.

    Essa orma de reteno bem solucionada atravs da inser-

    o de pinos pr-abricados, que podem ser intradentinrios

    ou intrarradiculares. A correta indicao, seleo e emprego

    dos pinos pr-abricados, bem como dos materiais restaura-

    dores plsticos no preenchimento, so atores imprescind-

    veis para o sucesso no emprego deste procedimento.

    Fig.02 Primeiro molar inerior com ncleo de preenchi-mento de resina composta.

    Fig.03 Coroa de cermica pura cimentada.

    02 03

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    cap.15397

    Pinos intraDentinrios

    Os pinos intradentinrios oram introduzidos em 1958 por Markley36, que indicava a cimentao

    destes na dentina previamente coneco de uma restaurao complexa com amlgama que

    poderia, inclusive, segundo o autor, posteriormente servir de base para coroas de ouro ou mes-

    mo como ncleos retentores de prtese xa.

    Esse tipo de pino empregado com sucesso em dentes polpados, mas nos despolpados sua

    indicao mais limitada, pois, muitas vezes, a estrutura dental remanescente se encontra

    ragilizada pela perda de tecido, o que comum aps o tratamento endodntico11,37. Shillin-

    gburg et al.6, armaram que a correta indicao e insero desses retentores depende da

    presena de uma dentina slida, e que se deve tomar cuidado para reduzir o risco de invadir

    a polpa ou atingir o ligamento periodontal. Caputo e Standlee11 salientaram que estes pi-

    nos resistem bem s oras mastigatrias, mas no devem ser indicados para dentes tratados

    endodonticamente, sendo este ato corroborado por Dawson37, que armou que, no caso

    dentes despolpados, uma reteno intrarradicular preervel, pois ele v grandes evidncias

    de que pinos intradentinrios induzem a um alto ndice de microraturas na dentina, devido

    alta concentrao de tenso que estes provocam. Portanto, acreditamos que a indicao

    destes pinos seja mais oportuna na reconstruo morolgica de dentes polpados, nos quais

    a presena de estrutura dental sadia mais concreta. Entretanto, nos casos em que, por um

    motivo qualquer, a insero de um pino no canal radicular de dentes sem vitalidade pulpar

    no seja vivel, estes pinos podem ser indicados, mas com o cuidado especial na seleo do

    local a ser preparado para diminuir os riscos de insucessos.

    Atualmente, esto disponveis pinos intradentinrios em bra de vidro para serem cimentados

    na dentina. Estes pinos apresentam como vantagem a esttica, pois no necessitam de coran-

    tes ou opacicadores para serem mascarados, e a adeso a estrutura dental e aos materiais de

    preenchimento, conorme Figuras 04 a 09.

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    cap.15398

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    Fig.04 Pinos intradentinrios MICROPIN (Angelus).

    Fig.05 Dente 11 com ratura horizontal e grande perda deestrutura, porm, com vitalidade.

    Fig.06 Peruraes na dentina utilizando a broca SpiralDrill do kit.

    Fig.07 Pinos intradentinrios de fbra de vidro sendo pro-vados antes da cimentao.

    Fig.08 Reconstruo morolgica com resina composta. Asmassas de dentina so capazes de mascarar os pinos intra-dentinrios de fbra de vidro, no sendo necessrio o uso decorantes ou opacifcadores.

    Fig.09 Aspecto fnal da restaurao, com excelente resulta-do de orma, cor e textura superfcial.

    04 05

    06 07

    08 09

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    cap.15399

    Pinos intrarraDiculares

    A indicao dos materiais restauradores plsticos na construo de ncleos de preenchimen-

    to muitas vezes tem sido eita em associao ao uso de pinos intrarradiculares pr-abricados.

    A literatura dene duas unes principais para esses pinos:

    1. Propiciar reteno para o material de preenchimento que substituir a estrutura dental sadia;

    2. Aumentar a resistncia do dente contra raturas, distribuindo as oras ao longo da raiz (o

    que gera controvrsias)4,6,19.

    Os trabalhos de Albuquerque et al.19 e Guzy e Nicholls10 avaliaram a resistncia de dentes trata-

    dos endodonticamente com ou sem pinos, concluindo que estes no aumentaram a resistncia

    dos dentes. Em um estudo clnico, Ross38 no encontrou evidncias para armar que um pino in-

    trarradicular realmente reora um dente. Trope et al.32 concluram que a preparao de um canal

    para receber um pino enraquece seriamente a raiz, o que no recompensado pela introduo

    deste pino. Plasmans et al.27 tambm no encontraram dierena estatstica entre ncleos de

    resina composta com e sem pinos e consideram, ainda, que um pino pode ser necessrio para

    a reteno da resina composta como material de ncleo, mas pode levar a uma ratura dental

    no passvel de ser reparada.

    Portanto, podemos concluir que os pinos intrarradiculares no eliminam os riscos de uma ra-

    tura radicular. Eles podem, em dentes com a poro coronria debilitada, reorar esta regio,

    conduzindo parte das tenses recebidas pela coroa s razes destes, diminuindo os riscos de

    uma ratura coronria. Christian et al.39 encontraram um aumento de cerca de 15% na resistncia

    de coroas debilitadas aps a colocao de um pino intrarradicular, sendo que Kern et al.40 conse-

    guiram uma elevao de 48% na resistncia s oras laterais nesta poro coronria.

    Por tudo isto, a indicao de um pino intrarradicular deve ser eita com critrio, pois temos que

    analisar a necessidade ou no de sua colocao, por haver riscos envolvidos no preparo de um

    canal para receber esse pino.

    Pinos intrarraDiculares em Dentes anteriores

    Outro ator que devemos igualmente levar em conta a localizao do dente no arco dentrio.

    Nos dentes anteriores, incisivos ou caninos, as oras que incidem nas suas coroas so, predomi-

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    cap.15400

    nantemente, de cisalhamento3,8,41. Como j oi comentado anteriormente, apesar de uma srie

    de trabalhos mostrarem que pinos intrarradiculares no reoram esses dentes contra raturas, a

    indicao de um pino nessa regio mais requente devido menor presena de estrutura dental,

    quando comparados aos dentes posteriores, alm de possurem um volume menor de cmara

    pulpar, que uma importante estrutura capaz de ornecer reteno ao material de preenchimen-

    to. Na maioria dos casos, somente poderemos ter certeza da necessidade ou no da colocao do

    pino aps termos removido todo o tecido cariado ou as restauraes antigas, para ento analisar-

    mos a quantidade e a qualidade do remanescente dental, com o intuito de determinar se haver

    ou no a necessidade de prover reteno adicional para o material de preenchimento e reoro

    para a poro coronria deste elemento dental. Outro ator primordial a ser levado em considera-

    o o tipo de restaurao que esse dente receber. Em muitos casos, nos quais se tem um bom

    remanescente coronrio, a simples restaurao com resina composta restaura satisatoriamente.

    Entretanto, se indicarmos uma aceta esttica ou uma coroa total, haver a necessidade de remo-

    o de estrutura dental adicional, o que enraquecer mais ainda esse dente, nos levando a indicar

    uma reteno intrarradicular na busca de prover sustentao ao material restaurador.

    Pinos intrarraDiculares em Dentes Posteriores

    Nos dentes posteriores, os critrios na prescrio de pinos so mais claros. Segundo Summitt 41,

    as cargas que incidem sobre os molares so, na maioria das vezes, de compresso. Como nesses

    elementos dentrios h mais estrutura dental disponvel, a indicao desses pinos menos re-

    quente, inclusive quando da coneco posterior de restauraes indiretas, devido presena

    de maior volume de cmara pulpar nestes dentes em relao aos anteriores. No caso de ser ne-

    cessria a insero do pino, na maioria das vezes um nico pino j seria o bastante. Em molares

    superiores, tambm possvel colocar um pino no canal palatino e, em molares ineriores, no

    conduto distal, por serem estes mais amplos e de mais cil acesso.

    Sorensen30 sempre indica esses pinos quando o dente a ser restaurado servir de apoio para uma

    prtese parcial removvel, devido ao tipo de carga que a PPR gera nesse elemento dental. Em pr-

    molares, um pouco mais polmico o critrio utilizado para se indicar ou no um pino. Nesses

    dentes, o tipo de carga que incide tanto de compresso como de cisalhamento. Ele possui um

    colo cervical muito estreito em relao coroa clnica, alm de uma cmara pulpar pouco ampla, o

    que torna a necessidade de se colocar pinos intrarradiculares mais requente do que em molares 41.

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    cap.15401

    classiFicao Dos Pinos Pr-FabricaDos

    Hoje em dia, encontramos disponveis uma grande variedade de pinos intrarradiculares pr-

    abricados com as mais dierentes conguraes e materiais de coneco. Cada tipo de pino

    tem sua caracterstica prpria, o que torna importante classic-los para acilitar a sua seleo.

    Forma anatmica Dos Pinos

    Um pino intrarradicular pode ser dividido didaticamente em poro coronria e radicular.

    Certamente, a poro radicular responsvel pela reteno do pino ao conduto radicular e a

    poro coronria se encarrega de proporcionar interao com o material plstico empregado

    na reconstruo morolgica. Quando nos reerimos classicao da orma anatmica dos

    pinos, estamos nos reerindo orma da sua poro radicular. Os pinos podem ser cnicos,

    de dupla conicidade, cilndricos, cilndricos com dois estgios e cilndricos com extremidade

    cnica. A escolha por um determinado ormato eita levando-se em considerao a neces-

    sidade de reteno e a anatomia do canal radicular. A Figura 10 mostra dierentes pinos, dos

    mais variados materiais e ormas.

    Fig.10 Pinos intrarradiculares de dierentes materiais: aoinoxidvel (B e F), titnio (A, C, D e E), fbras de vidro (G, I, K eM) e fbras de carbono (H, J e L). Quanto orma, temos pinoscnicos (G), cilndricos lisos (H), cilndricos serrilhados (I e J), ci-lndricos de dois estgios (K e L) e cnicos de dois estgios (M).

    A B C D E F G H I J K L M

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    cap.15402

    Po pr-brdo lo d prhmto

    Os pinos cnicos tm na remoo mnima de estrutura den-

    tal sua principal vantagem, devido semelhana anatmica

    entre o pino e o canal radicular42

    . Pequena reteno e o eei-to cunha so considerados suas maiores desvantagens. So

    considerados suas maiores desvantagens a menor reteno

    e o eeito cunha. A m de solucionar a questo da reteno,

    indica-se o emprego de um pino de maior comprimento ou

    o emprego de tcnica de cimentao adesiva. O eeito cunha,

    devido concentrao de tenso interna gerada quando o

    elemento dental colocado em uno, responsvel por

    possveis raturas radiculares. Contudo, os pinos cnicos apre-

    sentam uma considervel vantagem que a sua adaptaoao conduto radicular, devido sua orma anatmica ser mais

    prxima da maioria dos canais. De acordo com trabalhos de

    Sorensen31, quanto mais bem adaptado o pino estiver ao ca-

    nal radicular, mais resistncia ele conerir raiz deste dente.

    Os pinos cilndricos apresentam maior reteno que os pinos

    cnicos, porm, na busca de uma melhor adaptao, podem

    exigir maior desgaste de estrutura dental, com maior risco

    de peruraes radiculares no tero apical42. Apesar do maior

    desgaste de estrutura, eles apresentam menor risco de ratura

    radicular, uma vez que propiciam uma melhor distribuio de

    tenses ao longo do canal radicular, segundo Albuquerque3.

    No que se reere acilidade da tcnica empregada, os pinos

    paralelos podem ser considerados ligeiramente mais comple-

    xos devido ao risco de remoo excessiva de estrutura denti-

    nria prxima extremidade apical do pino radicular42. Pinos

    paralelos com extremidade cnica oram ento desenvolvidos

    com o objetivo de associar as vantagens das duas ormas an-

    teriores, isto , associar a reteno dos pinos paralelos com a

    preservao da estrutura inerente insero de um pino c-

    nico. O pino cilndrico de dois estgios oi desenvolvido com o

    objetivo de proporcionar uma maior preservao da estrutura

    dentria. Este pino apresenta um dimetro maior na porocorrespondente regio cervical da raiz, e um dimetro menor

    na correspondente ao pice radicular.

    conFigurao suPerFicial

    Quanto congurao de supercie, os pinos podem ser

    lisos, serrilhados ou rosqueveis. Os pinos metlicos so

    disponveis na congurao serrilhada e rosquevel, en-

    quanto os pinos no metlicos podem ser lisos ou serri-lhados. Deve-se dar preerncia aos pinos serrilhados de-

    vido sua maior reteno que os lisos. Os pinos passivos

    no se adaptam dentina diretamente durante a prova

    ou insero, e caracterizam-se por induzir mnima tenso

    sobre o dente e pela acilidade de insero. O preparo

    da supercie do pino para cimentao indicado para

    aumentar a rugosidade supercial e, consequentemente,

    a reteno, podendo ser realizada atravs de jateamento

    com xido de alumnio (50 m)43.

    Os pinos ativos so rosqueados s paredes da dentina do

    canal radicular, o que determina uma reteno signicati-

    vamente superior aos pinos passivos. So indicados para

    restaurao de dentes com razes curtas, espaos reduzidos

    para pino e nos casos onde exigida grande reteno radi-

    cular42. Devido ao ato de a tenso ser gerada na dentina, o

    risco de ratura aumentado, exigindo cuidados especiais

    em sua cimentao. Durante a cimentao, indica-se retor-

    nar de volta aps o travamento do pino, visando minimi-

    zar a tenso residual sobre as estruturas dentinrias.

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    cap.15403

    material De conFeco Dos Pinos

    Quanto ao material com o qual so coneccionados, os pinos podem ser classicados como

    metlicos ou no metlicos. Os pinos metlicos podem ser de titnio ou ao inoxidvel, en-

    quanto os no metlicos podem ser subclassicados como no estticos, que so os de bras

    de carbono, e em estticos, que podem ser de bras de carbono revestidos com bras de

    quartzo, bras de vidro ou de dixido de zircnio. A tabela 01 mostra os dierentes parmetros

    de classicao dos pinos pr-abricados.

    Pinos metlicos:estes pinos possuem a vantagem de serem rgidos, de baixo custo, no reque-

    rem tcnicas e nem cimentos especiais na sua xao, larga experincia clnica nas vrias dca-

    das em que j so empregados pela Odontologia e apresentam uma excelente radiopacidade.

    Na Figura 11,temos uma radiograa na qual podemos vericar a maior radiopacidade dos pinos

    de ao inoxidvel e titnio sobre os pinos de bra de carbono e vidro.

    Como desvantagens destes retentores metlicos, podemos citar a ausncia de esttica, a pos-

    sibilidade de sorerem corroso, o alto mdulo de elasticidade e o ato de no serem adesivos.

    PARMETROS CLASSIFICAO

    FORMA AnATMICA

    Conicidade nica

    Dupla conicidade

    Cilndricos (paralelos)

    Cilndricos com dois estgios

    Cilndricos com extremidade cnica

    COnFIguRAOSuPERFICIAL

    Lisos

    Serrilhados

    Rosqueveis

    MATERIAL dECOnFECO

    MetlicosTitnio

    Ao Inoxidvel

    No Metlicos

    No estticos Fibras de carbono

    Estticos

    Fibras de vidro ouquartzo

    Fibras de carbonorevestidas de vidro ouquartzo

    Dixido de zircnio

    Tab. 01 Parmetros de classifcao dos pinos pr-abricados.

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    Po pr-brdo lo d prhmto

    cap.15404

    Um cuidado que pode ser interessante na construo de um ncleo de preenchimento com re-

    sina composta ou cimento de ionmero de vidro, empregando estes retentores metlicos, pro-

    curar manter o pino envolvido com o material de preenchimento. Este procedimento visa evitar ocontato do pino metlico com a restaurao indireta denitiva, o que poderia transerir tenses da

    coroa para a raiz do dente, possibilitando, no uturo, um risco maior de ratura radicular.

    Pinos de bras de carbono:apresentam vantagens quando comparados aos sistemas de pinos

    metlicos, como adeso estrutura dentria, mdulo de elasticidade prximo ao da dentina,

    resistncia corroso e, segundo o abricante, maior acilidade de serem removidos do canal,

    quando necessrio. Como desvantagens, podemos citar sua colorao escura, que pode com-

    prometer a esttica, experincia clnica menor do que os metlicos e sua menor radiopacidade,

    como podemos vericar na Figura 11.

    Fig.11 Radiografa dos pinos mostrados na Figura 10, mos-trando dierentes radiopacidades dos pinos intrarradiculares.A maior radiopacidade apresentada pelos pinos de ao inoxi-dvel (B e F), seguidos pelos de titnio (A, C, D e E). Os pinos defbras apresentam baixa radiopacidade, com exceo do pinoRebilda (M), que apresenta uma radiopacidade intermediria.

    11

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    prvbldd logvddREABILITAO ORAL

    cap.15405

    Apesar de ser bastante divulgado por alguns trabalhos e

    atravs de dados ornecidos pelo abricante de que estes

    sistemas de pinos possuem um mdulo de elasticidadesemelhante ao da estrutura dentria, importante salien-

    tarmos que, dierentemente dos pinos de titnio e ao ino-

    xidvel, que so isotrpicos, estes pinos, assim como todos

    aqueles coneccionados em bras, so anisotrpicos, ou

    seja, as propriedades do material dependero do ngulo

    de aplicao do carregamento. Por exemplo, o mdulo de

    elasticidade da dentina de 18,6 GPa, enquanto o do pino

    de bra de carbono de cerca de 13,5, quando se empre-

    ga uma carga a 45 do longo eixo do pino

    2

    . J quando seemprega uma carga a 10 em relao ao longo eixo do

    pino, este mdulo de elasticidade pode ser cinco vezes

    maior, ou seja, chegar a um valor prximo de 75 GPa. Em

    relao ao ato de serem escuros, o revestimento destes

    pinos com bras de quartzo ou de vidro proporciona uma

    soluo, o que coneriu a estes pinos melhores caracters-

    ticas ticas sem perder suas boas qualidades.

    Um aspecto importante que tem sido apresentado por

    alguns testes laboratoriais, podendo ser comprovado atra-

    vs de avaliaes clnicas, a caracterstica de alhas destes

    sistemas. Quando um pino metlico ou mesmo um ncleo

    metlico undido alham, o que se observa que a raiz

    normalmente ratura, podendo condenar o dente a uma

    exodontia. J quando um ncleo de preenchimento com

    pino de bra de carbono alha, o que na maioria das vezes

    ocorre a ratura do pino ou do material de preenchimento

    ou mesmo a soltura deste pino, o que ainda possibilita um

    reparo ou uma nova restaurao44.

    Pinos de bras de vidro ou bras de quartzo:atualmente

    so amplamente utilizados por serem estticos e mais bara-

    tos que os pinos de bras de carbono e pela suposta capa-cidade de transmisso de luz. No entanto, vale salientar que

    os pinos de bras de carbono apresentam uma resistncia

    exural 50% maior que os pinos de bras de vidro. Alm dis-

    so, no trabalho de Morgan et al.45, nenhum pino de bra de

    vidro oi capaz de conduzir a luz de maneira eciente at a

    regio apical dos mesmos, sendo necessrio o uso de siste-

    ma adesivo e cimentos de cura qumica.

    Pinos de dixido de zircnio: este sistema de retentoresintrarradiculares oi primeiramente apresentado por Luthy

    em 199346. Ele composto por 94,9% de dixido de zir-

    cnio, com a adio de 5,1% de xido de trio, o que re-

    sultou em uma cermica parcialmente estabilizada (YPSZ),

    proporcionando um material com alta resistncia ratura.

    Como vantagens, citamos a sua excelente esttica, radio-

    pacidade, no sorem corroso, adesividade, alta rigidez,

    podendo ser empregados tanto pela orma direta quanto

    indireta, associados s cermicas undidas e injetadas. Em

    relao s suas desvantagens, salientamos o seu alto m-

    dulo de elasticidade, maior do que pinos metlicos, muito

    duros de serem cortados ou preparados, diceis de serem

    removidos do canal radicular se este procedimento or ne-

    cessrio, alto custo e o ato de no serem passveis de con-

    dicionamento com cido uordrico, o que proporciona

    uma adeso mais baixa s resinas compostas empregadas

    no preenchimento. Devido a estes problemas, associados

    ao alto custo, os pinos de dixido de zircnio tm cado

    em desuso pelos prossionais.

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    cap.15406

    Po pr-brdo lo d prhmto

    ProceDimentos clnicos recomenDaDos Para seleo e PreParao Deum Pino intrarraDicular

    1. De posse de uma boa radiograa periapical, selecio-

    ne o pino de acordo com o dimetro, comprimento e

    orma do canal radicular. Alguns kits possuem um ga-

    barito transparente com o perl dos pinos, que deve

    ser posicionado sobre a radiograa em um negatos-

    cpio, para permitir a escolha do pino a ser empre-

    gado. O pino no deve car rouxo no canal, o qual

    tambm no deve ser ampliado desnecessariamente

    para adaptar um pino com dimetro largo. A reteno

    desses pinos no depende do seu dimetro, mas sim

    do seu comprimento e de sua correta adaptao47.

    2. Os pinos no devem ter o seu dimetro desgastado

    para possibilitar o seu assentamento. Escolha um kit que

    possua a resa especca para o preparo do canal que re-

    ceber o pino selecionado. Este cuidado proporcionar

    uma melhor adaptao do pino ao conduto radicular.

    3. No introduza a resa diretamente no canal radicular. Antes,

    desobstrua o conduto com um instrumento endodntico

    aquecido, removendo o material obturador. Esse procedi-

    mento diminuir o risco de peruraes radiculares, pois o

    prprio canal guiar a resa durante a preparao.

    4. Alguns kits de pinos vm com uma resa de preparo

    inicial, acompanhada de outra que conere a anatomia

    nal ao canal. No deixe de empreg-las na sequncia

    recomendada. Ao usar os kits que no contm essas

    resas, penetre primeiro com uma de calibre inerior.

    Isso acilitar a penetrao da resa especca para o

    preparo do pino selecionado.

    5. Na preparao do canal, deixe pelo menos 4mm de

    material obturador no pice radicular. Esse cuidado

    reduzir a possibilidade de, inadvertidamente, desob-

    turarmos um delta apical, o que poder induzir a uma

    alterao periapical.

    6. Em dentes multirradiculares, se apenas um pino or

    necessrio, selecione o canal mais amplo e reto, o

    que acilitar o preparo e a cimentao.

    7. No caso de dvidas durante o preparo do canal, em

    relao correta direo que a resa est caminhando,

    no hesite em realizar um exame radiogrco para ter

    segurana de que a raiz no ser perurada.

    8. Verique se o contra-ngulo empregado no est vibran-

    do em excesso, ato que pode alargar desnecessariamente

    o canal radicular, dicultando uma boa adaptao do pino.

    9. No caso de dentes que tenham perdido muito tecido

    dentrio coronrio, selecione um kit de pinos adesivos

    ou pinos metlicos que possuam a sua poro coron-

    ria mais ampla. Eles proporcionam uma maior reteno

    para o material a ser empregado no preenchimento.

    10. Faa toda a preparao, de preerncia, com isolamen-

    to absoluto do campo operatrio. O lenol de borra-

    cha, alm de proporcionar um campo visual mais a-

    vorvel, aastando lngua, bochecha e saliva, dentre

    outras vantagens, diminui o risco de contaminao

    do canal, alm de acidentes como a aspirao ou a

    ingesto de algum material, como resas ou pinos.

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    prvbldd logvddREABILITAO ORAL

    cap.15407

    cimentao Dos Pinos intrarraDiculares Pr-FabricaDos

    Um cuidado especial deve ser dado a uma adequada tcni-

    ca de cimentao destes pinos. Para a xao, dispomos dos

    cimentos de osato de zinco, ionmero de vidro e dos ci-

    mentos resinosos. Na cimentao de pinos metlicos, desde

    que estejam bem adaptados ao canal radicular, o cimento

    de osato de zinco ou ionmero de vidro tm sido os mate-

    riais mais empregados. O cimento de osato de zinco, devi-

    do ao seu baixo custo e sua acilidade de manipulao, tem

    uncionado com alto grau de sucesso ao longo dos anos.

    No existe um cimento que preencha todos os requisitos

    necessrios para que seja o ideal em todos os tipos de ci-

    mentao. Uma propriedade importante para os cimentos

    a sua capacidade de selamento do canal radicular. Se-

    gundo Wu48, o agente cimentante deve ser capaz de pro-

    mover um selamento comparvel ao do material usado na

    obturao do canal radicular.

    Os cimentos resinosos tm conquistado muita popularida-

    de nos dias de hoje. Em relao aos pinos no metlicos,

    nos parece mais acertada a seleo dos cimentos resinosos

    como agentes de escolha na sua xao. Entretanto, a lite-

    ratura ainda no chegou a um consenso em relao tc-

    nica ideal de cimentao quando se empregam cimentos

    resinosos. Apesar dos enormes benecios proporcionados

    pelos procedimentos adesivos, estes tm de ser vistos com

    alguma ressalva, pois trabalhos apresentam resultados con-

    traditrios em relao ao comportamento das diversas op-

    es de agentes cimentantes. Publicaes nem sempre tm

    conerido os melhores resultados aos cimentos resinosos.

    Pesquisadores tm relacionado esse comportamento pre-

    sena de eugenol residual no interior do canal, advindo do

    cimento normalmente empregado na obturao do canal

    radicular. Este eugenol residual remanescente do cimento

    obturador, cuja remoo muitas vezes no seguramente

    completa, prejudica o condicionamento cido da dentina,

    alm de intererir no grau de polimerizao do cimento

    resinoso. Uma sugesto interessante, no caso de se indicar

    um tratamento endodntico em um dente que receber

    um pino intrarradicular, planejar junto ao Endodontista a

    possibilidade de se empregar um cimento obturador que

    no tenha esse componente. Como exemplo de marcas co-

    merciais de cimentos obturadores de canais radiculares sem

    eugenol, podemos citar o MTA FILLAPEX (Angelus), Ah plus

    (Dentsply), Sealapex (Keer) e Sealer 26 (Dentsply). Outros in-

    convenientes atribudos aos cimentos resinosos so a com-

    plexidade e a sensibilidade da tcnica, pois um nmero sig-

    nicativo de passos clnicos so necessrios. Esses materiais

    apresentam como um de seus maiores desaos a obteno

    de adequada polimerizao nos teros mdio e apical.

    Vrios trabalhos mostraram que os cimentos classicados

    como Dual nem sempre apresentam adequada polimeri-

    zao na ausncia de luz. Por isso, nos parece mais seguro

    a escolha de adesivos dentinrios quimicamente polimeri-

    zveis associados a cimentos resinosos igualmente de cura

    qumica em detrimento aos mesmos otopolimerizveis ou

    de dupla ativao (cimentos duais). Como exemplo de mar-

    cas comerciais de adesivos dentinrios que possuem reao

    de presa qumica, podemos citar: All Bond II (BISCO), Scoth-

    Bond Multi Purpose Plus (3M-ESPE), Alloy Bond ou LOK (SDI),

    Fusion Duralink (Angelus). Em relao aos cimentos resino-

    sos quimicamente polimerizveis, podemos relacionar: C&B

    (Bisco), Hi-X (Bisco), Cement Post (Angelus), Multilink Speed

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    cap.15408

    Po pr-brdo lo d prhmto

    e SpeedCEM (Ivoclar Vivadent). Indicam-se os componentes

    adesivos com reao de presa qumica devido ao ato de

    que a luz pode no atingir adequadamente toda a exten-

    so do canal, o que conduz a uma hibridizao inadequa-

    da de grande parte do conduto, alm de uma incompleta

    converso dos monmeros, mesmo quando se empregam

    cimentos duais, que tm na sua composio uma pequena

    quantidade de monmeros otossensveis. Ferrari et al.49 en-

    contraram uma hibridizao mais eciente nos dois teros

    coronrios do canal e uma presena maior de endas no ter-

    o apical. No estudo de Morgan et al.45 nenhum pino conse-

    guiu transmitir a luz de maneira satisatria ao tero apical,

    no proporcionando a intensidade de energia mnima para

    a polimerizao dos cimentos resinosos.

    Outro ator que diculta a obteno da adeso a moro-

    logia dierenciada da dentina radicular. O tero cervical se

    aproxima das caractersticas da dentina coronria. medida

    que nos aproundamos para os teros mdio e apical, temos

    uma diminuio das bras colgenas e da densidade tubular,

    dicultando os processos de condicionamento cido e hibri-

    dizao, conorme as Figuras 12 e 13 A,B.

    Fig.12 Esquema demonstrando a diminuio da densidadetubular medida que nos aproximamos da regio apical da raiz.

    Fig.13 A,B Microscopia eletrnica de varredura eviden-ciando as dierenas morolgicas na dentina das regiescervical e apical da raiz.

    12

    13A

    13B

    Dentina Tero Cervical

    Cervical

    Apical

    Dentina Tero Mdio

    Dentina Tero Apical

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    prvbldd logvddREABILITAO ORAL

    cap.15409

    Por tudo isso, ainda necessria uma avaliao mais criteriosa em relao aos reais benecios

    do emprego dos cimentos resinosos na cimentao de pinos pr-abricados. Se o pino intrar-

    radicular or selecionado com o comprimento e a adaptao adequada, outros tipos de cimen-tos podem ser escolhidos com segurana, pois, alm do benecio de ser mais cil e simples de

    ser empregado, o custo bem mais baixo. Dentro desta losoa, o cimento de ionmero de

    vidro tem sido utilizado com sucesso para a cimentao de pinos de bras de vidro e carbono.

    A eventual perda na ora de reteno deste cimento compensada pela acilidade de uso e

    diminuio das variveis que dicultam a obteno da excelncia em adeso50.

    Atualmente, uma nova categoria de materiais tem se mostrado promissora para a cimentao

    de pinos intrarradiculares no metlicos: so os cimentos autoadesivos. So cimentos resino-

    sos de cura Dual, que mantm as boas propriedades, tais como insolubilidade, resistncia fe-xural e maior reteno, porm, sem a necessidade de condicionamento da dentina ou mesmo

    de aplicao de adesivo. Estas caractersticas nos permitem ter a reteno e a resistncia dos

    cimentos resinosos convencionais, com a acilidade de uso e a simplicidade de tcnica dos

    cimentos de ionmero de vidro e osato de zinco. As marcas comerciais mais conhecidas so

    RelyX Unicem e RelyX U-100 (3M- ESPE), Set (SDI) e Bix SE (VOCO). Como so materiais relati-

    vamente novos no mercado, os estudos cientcos ainda no oram conclusivos quanto ao seu

    desempenho ao longo dos anos, porm, os resultados iniciais so animadores.

    importante sempre lembrarmos que o cimento empregado no dispensa uma boa adap-

    tao do pino ao conduto radicular. O mais importante do cimento que ele preencha o

    espao entre o pino e a parede do canal, proporcionando uma reteno riccional. Devemos

    ter em mente que, segundo Summit et al.41, nenhum cimento atualmente disponvel tem a

    capacidade de corrigir preparo e instalao incorretos de um pino intrarradicular.

    Outro ator importante a ser lembrado na cimentao o tratamento da supercie do pino

    antes de sua xao. Alguns clnicos tm relatado problemas relacionados soltura dos pinos

    de bras, mesmo aps terem sido cimentados de orma adesiva 43. Alm de atores ligados

    ao tratamento da dentina ou seleo de um adesivo dentinrio, bem como de um cimento

    resinoso quimicamente polimerizveis, alhas de adeso supercie dos pinos tambm tm

    sido vericadas. Essas alhas podem ser diminudas se tivermos o cuidado de asperizarmos a

    supercie dos pinos de bras com um leve jato de xido de alumnio antes da aplicao do

    sistema adesivo. Esse jateamento deve ser eito com cuidado para no danicar os pinos.

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    cap. 15410

    Po pr-brdo lo d prhmto

    ProceDimentos clnicos recomenDaDos Para cimentao Dos PinosintrarraDiculares

    1. A cimentao, tanto a convencional como principal-

    mente a adesiva, deve ser eita preerencialmente

    sob isolamento absoluto do campo operatrio, pois

    um meio seguro quanto ao risco de contamina-

    o da supercie pela saliva, que pode intererir de

    orma negativa, principalmente em procedimentos

    que envolvem adeso.

    2. Aps a preparao do canal radicular, teste o pino

    para no correr o risco deste no assentar adequa-damente no momento de sua cimentao. Deve-se

    decidir se o pino ser cortado neste momento ou

    apenas no nal do procedimento.

    3. Aps o trmino da preparao do conduto radicular,

    interessante realizar uma assepsia do canal radicu-

    lar previamente cimentao. Alguns autores tm

    sugerido o emprego de uma soluo de Diglucona-

    tode Clorexidina a 2% por dois minutos para produ-

    zir a desineco do canal, exceto quando utilizarmos

    os cimentos RelyX Unicem e U100 (3M ESPE), pois a

    clorexidina inibe a polimerizao destes materiais.

    Quando o cimento a ser empregado o osato de

    zinco, o emprego do Cavidry uma boa alternativa,

    conorme oi apresentado no trabalho de Tanoma-

    ru51, no qual este cimento promoveu uma maior re-

    sistncia trao aos ncleos metlicos undidos.

    4. A cimentao adesiva deve ser eita a quatro mos,

    pois as aplicaes do adesivo e do cimento devem ser

    eitas ao mesmo tempo para no corrermos o risco de,

    ao introduzir o pino no interior do conduto, o adesivo

    estar polimerizado, impedindo a insero deste pino.

    5. A insero do cimento no interior do canal prepa-

    rado deve ser eita com uma ponta de agulha da

    seringa Centrix (Centrix). Apesar de ser contrain-

    dicado por muitos abricantes, nossa experincia

    clnica demonstrou ser satisatrio o uso de uma

    ponta espiral do tipo lentulo para permitir que o

    cimento preencha todo o conduto, diminuindoinclusive a incluso de bolhas. O possvel calor

    gerado por esta ponta, que poderia acelerar o

    processo de presa do cimento, minimizado com

    a reduo da velocidade de contra-ngulo. Alm

    disso, devemos pincelar o cimento no pino para

    proporcionar um melhor contato entre eles.

    6. No caso do emprego de pinos pr-abricados me-

    tlicos rosqueveis, estes devem ser cimentados no

    canal radicular de orma passiva, ou seja, aps o ros-

    queamento, ao travar, retorne 1/4 de volta para que

    o pino no seja cimentado sob tenso, o que pode

    levar a uma ratura radicular no uturo.

    7. Um cuidado especial tambm deve ser tomado

    ao se manipular o cimento de osato de zinco

    na cimentao de pinos metlicos. O emprego

    de uma placa de vidro resriada, bem como a es-

    patulao envolvendo a maior rea desta placa,

    proporcionar boas propriedades mecnicas ao

    cimento, alm de uma luidez adequada5.

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    cap.15411

    8. O jateamento da supercie dos pinos metlicos e no metlicos pode ser interessante para

    aumentar a rea de supercie destes retentores, o que proporciona um maior embricamen-

    to dos pinos aos agentes cimentantes.

    9. Um ator igualmente importante a ser salientado a respeito de uma cimentao adesiva

    um tratamento correto do substrato dentinrio. Devemos respeitar, da mesma orma como

    azemos durante uma restaurao adesiva convencional, o tempo de condicionamento ci-

    do e da manuteno desta dentina mida para uma hibridizao satisatria. Para tanto,

    necessrio o uso, aps a lavagem da soluo cida, de um cone de papel absorvente na se-

    cagem do conduto radicular, pois apenas a utilizao de jatos de ar pode ressecar a dentina

    coronria, possibilitando ainda o acmulo de gua no interior do canal.

    10. Remova os excessos de cimento que cobrem o pino e a supercie dentria. Devemos az-lo, pois isso prejudica a adeso do material de preenchimento dentina e a penetrao nas

    reentrncias do pino, prejudicando a reteno entre eles. mais cil remover o excesso de

    cimento ainda quando este no tomou presa.

    Fig.14 Paciente apresentando o dente 11 com tratamentoendodntico, alterao de cor e restaurao inadequada.

    Fig.15 Aps a consulta inicial, a paciente retornou com odente 11 raturado.

    Fig.16 Aps realizao do retratamento endodntico,iniciou-se a ase restauradora. Como a paciente apresentavaremanescente com mais de 2mm de estrutura, oi i ndicado ouso de pino pr-abricado de fbras de vidro.

    Fig.17 Isolamento absoluto e visualizao do conduto radicular.

    14 15

    16 17

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    cap.15412

    Po pr-brdo lo d prhmto

    Fig.18 Adequao do canal radicular com broca especfcapara o pino selecionado.

    Fig.19 Prova do pino antes da cimentao.

    Fig.20 Aplicao de adesivo autocondicionante quimica-mente ativado (Multilink Ivoclar Vivadent).

    Fig.21 Pino cimentado com cimento quimicamente ativa-

    do ( Multilink Ivoclar Vivadent).

    Fig.22 Reconstruo morolgica com resina compostaopaca, simulando a dentina.

    Fig.23 Aspecto fnal do preparo, pronto para cimentao.

    Fig.24 Condicionamento cido por 15 segundos.

    Fig.25 Lavagem do cido, previamente aplicao do sis-tema adesivo.

    Fig.26 Cimentao de coroa de porcelana pura.

    Fig.27 Viso rontal do sorriso aps cimentao.

    Fig.28 Viso lateral da coroa e dos dentes naturais.

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    prvbldd logvddREABILITAO ORAL

    cap.15413

    materiais Para Preenchimento

    Outro componente importante na construo de um ncleode preenchimento o material empregado na reconstruo

    morolgica do dente. Esta reconstruo importante, no

    somente no intuito de prover sustentao e reteno para o

    material restaurador indireto, como tambm na distribuio

    das tenses, distribuindo-as mais homogeneamente ao re-

    dor do remanescente dentrio. O material de preenchimento

    tambm isola o pino intrarradicular da coroa, diminuindo a

    incidncia de carga desta coroa para a raiz. Para tanto, in-

    teressante que ao empregar um pino intrarradicular metli-co, este esteja coberto com o preenchimento, o que muitas

    vezes no possvel, principalmente quando empregamos

    pinos com a sua poro coronria muito ampla. Vr ios

    materiais tm se mostrado ecazes na construo de ncleos

    de preenchimento. Tcnicas empregando amlgama, resina

    composta ou cimento de ionmero de vidro tm sido larga-

    mente descritas na literatura52.

    Amlgama:o primeiro material a ser empregado oi o aml-

    gama, que apresenta como vantagens boa estabilidade di-

    mensional, menor microinltrao marginal e boa resistncia

    trao e compresso. Outra vantagem do uso do amlga-

    ma o seu contraste em relao estrutura dentria, o que

    acilita muito o preparo cavitrio. Como desvantagens, regis-

    tramos a ausncia de esttica e a alta de adeso estrutura

    dental. Ao selecionarmos o amlgama no preenchimento,

    importante avaliarmos qual liga odontolgica empregare-

    mos na utura restaurao metlica undida, no devemos in-

    dicar um metal que no tenha compatibilidade qumica com

    esse material de reconstruo. Outro inconveniente do aml-

    gama que, para que ele tenha uma adequada resistnciamecnica, devemos aguardar a sua cristalizao, situao que

    contraindica um preparo cavitrio na mesma sesso. Com a

    grande popularidade alcanada pela odontologia esttica, a

    escolha do amlgama como material de preenchimento tem

    sido cada vez mais restrita, pois, em alguns casos, ele pode

    inuenciar na colorao dos dentes ou dos materiais restau-

    radores estticos cimentados sobre ele.

    Resinas compostas:

    outro material que ganhou muita po-pularidade mais recentemente, devido principalmente

    evoluo dos procedimentos adesivos dentina, a resina

    composta. Como vantagens, podemos relacionar sua cil

    manipulao, polimerizao imediata, tima resistncia

    mecnica, alm de adeso estrutura dentria e excelen-

    te esttica. Por outro lado, as desvantagens esto relacio-

    nadas sua instabilidade dimensional, que possibilita uma

    contrao de polimerizao, e ao coeciente de expanso

    trmica dierente da estrutura dental. Muitos clnicos tm se

    queixado de restauraes cimentadas convencionalmente

    sobre ncleos de resina que se soltaram. O ator que pode

    intererir na reteno de restauraes indiretas pode ser a

    absoro de gua do cimento de osato de zinco ou de io-

    nmero de vidro, muito empregados na cimentao. Este

    problema est ligado expanso higroscpica das resinas,

    que poderia absorver umidade destes cimentos, possibili-

    tando alguma dissoluo destes. O ideal, ao se indicar este

    material, utiliz-lo para a reconstruo de todo o dente,

    mantendo-o como restaurao provisria. Assim, a resina

    empregada como preenchimento soreria contato com a

  • 7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG

    24/28

    cap.15414

    Po pr-brdo lo d prhmto

    umidade do ambiente bucal, o que possibilitaria pelo me-nos alguma expanso higroscpica da resina, postergando

    o preparo cavitrio para alguns dias depois.

    No preenchimento para o qual se escolheu a resina com-

    posta, esta pode ser de polimerizao qumica ou sica. Em

    dentes posteriores onde porventura temos dvidas em re-

    lao ao acesso da luz otoativadora, podem-se empregar

    resinas quimicamente polimerizveis nos primeiros incre-

    mentos, terminando com resina composta otopolimeriz-vel nos ltimos, o que acilita, inclusive, a escultura nal26.

    Um cuidado especial deve ser tomado em relao ao tr-

    mino cavo supercial, principalmente na parede gengival

    da caixa proximal. Muitas vezes, ao se empregar uma resi-

    na com a cor semelhante do dente, ca dicil de distin-

    guir entre esse material restaurador e estrutura dentria.

    Pode ser interessante empregarmos um compsito com

    uma cor contrastante em relao ao dente para acilitar o

    acabamento. O trmino cavo supercial deve ser em den-

    te, e no em material de preenchimento.

    Em relao s propriedades mecnicas da resina compos-

    ta, Albuquerque et al.19 compararam esta ao amlgama e

    ao cimento de ionmero de vidro. Ao nal do estudo, eles

    puderam concluir que a resina oi consideravelmente o

    material mais resistente. Segundo Yagadish e Yogesh53, ne-

    nhum material restaurador proporciona adeso estrutura

    como os compsitos. Tjan et al.54 concluram que ncleos

    com estes materiais so mais resistentes e que possuem

    menor tendncia propagao de trincas do que outrosmateriais, como o amlgama. Cohen et al.22 salientam ain-

    da que o amlgama mais rgil, necessitando de maior

    volume, e que enraquecido pela presena de pinos.

    Foram lanados recentemente no mercado ncleos pr-

    abricados de resina e bras de vidro (Reor-Core Ange-

    lus). Seu pouco tempo de uso ainda no nos permite veri-

    car sua longevidade, mas sem dvida uma opo para

    casos anteriores e posteriores que necessitem de grandesreconstrues, uma vez que as bras de vidro do mais re-

    sistncia ao material de preenchimento.

    Cimento de ionmero de vidro:desde o princpio da dca-

    da de 70, outro material tem sido indicado para reconstruo

    com ncleos de preenchimento. O cimento de ionmero de

    vidro oi desenvolvido aps estudos de Wilson e Kent55. Apre-

    senta propriedades interessantes, como adeso estrutura

    dental, relativa biocompatibilidade com a polpa, coeciente

    de expanso trmica semelhante ao do tecido dental, alm

    da liberao de or. Entretanto, alguns artigos tm sido

    cautelosos na indicao desse material, principalmente em

    reconstrues maiores, pois ele possui baixas propriedades

    mecnicas, principalmente no que diz respeito a sua resistn-

    cia trao. Por este motivo Huysmans et al.24 salientam que o

    seu uso deve ser com critrio e Brandal et al.21 contraindicam

    o seu uso em dentes anteriores. Portanto, talvez a indicao

    do cimento de ionmero de vidro se restrinja a dentes pos-

    teriores que possuam pelo menos 40% de estrutura dentria

    sadia, conorme proposto por Phillips56.

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    prvbldd logvddREABILITAO ORAL

    cap.15415

    Fig.29 Caso gentilmente cedido pelo Pro. Dr. Joo CarlosGomes. Dente 21 raturado, porm, com mais de 2mm deremanescente dental.

    Fig.30 Pino de fbras de vidro (Reorpost Angelus) sendoprovado no conduto antes da cimentao.

    Fig.31 Pino Reorpost cimentado com cimento autoadesi-

    vo RelyX Unicem (3M ESPE).

    Fig.32 Cimentao do ncleo de preenchimento pr-abri-cado Reorcore (Angelus).

    Fig.33 Aspecto fnal do ncleo de preenchimento apsrepreparo.

    Fig.34 Coroa de porcelana pura pronta para ser cimentada.

    29 30

    31 32

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    Po pr-brdo lo d prhmto

    Fig.35 Aspecto fnal do dente restaurado.

    Fig.36 Dente 46 com tratamento endodntico e curativoraturado.

    Fig.37 Incio da desobturao do canal mais largo e reto(distal) com instrumento aquecido.

    Fig.38 Finalizando a desobturao com broca do kit depinos Rebilda Post (VOCO).

    Fig.39 Pino de fbras de vidro Rebilda Post cimentado comcimento autoadesivo Bifx SE (VOCO).

    Fig.40 Finalizao do ncleo de preenchimento com resinacomposta quimicamente ativada (Rebilda VOCO). O denteagora est pronto para ser preparado para restaurao indi-reta tipo Onlay.

    35 36

    37 38

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