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Profª Marília Cavalcante Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria Faculdade Campo Real 4º período - ENF

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Profª Marília Cavalcante

Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria

Faculdade Campo Real

4º período - ENF

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Introdução Os CAPS, assumindo um papel estratégico na

organização da rede comunitária de cuidados, farão o direcionamento local das políticas e programas de Saúde Mental: desenvolvendo projetos terapêuticos e comunitários,

dispensando medicamentos,

encaminhando e acompanhando usuários que moram em residências terapêuticas,

assessorando e sendo retaguarda para o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde e Equipes de Saúde da Família no cuidado domiciliar.

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Introdução O primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do

Brasil foi inaugurado em março de 1986, na cidade de São Paulo: Centro de Atenção Psicossocial Professor Luiz da Rocha

Cerqueira

Os NAPS/CAPS foram criados oficialmente a partir da Portaria GM 224/92

São atualmente regulamentados pela Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002

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Definição

“Unidades de saúde locais/regionalizadas que contam com uma população adscrita definida pelo nível local e que oferecem atendimento de cuidados intermediários entre o regime ambulatorial e a internação hospitalar, em um ou dois turnos de quatro horas, por equipe multiprofissional”.

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Missão Prestar um atendimento diuturno às pessoas que sofrem

com transtornos mentais severos e persistentes, num dado território,

oferecendo cuidados clínicos e de reabilitação psicossocial,

com o objetivo de substituir o modelo hospitalocêntrico,

evitando as internações e

favorecendo o exercício da cidadania e da inclusão socialdos usuários e de suas famílias.

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Deverão contar, no mínimo, com os seguintes recursos físicos:

consultórios para atividades individuais (consultas, entrevistas, terapias);

salas para atividades grupais;

espaço de convivência;

oficinas;

refeitório (o CAPS deve ter capacidade para oferecer refeições de acordo com o tempo de permanência de cada paciente na unidade);

sanitários;

área externa para oficinas, recreação e esportes.

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Tipos de CAPSOs CAPS são diferentes:

Quanto ao tamanho do equipamento, estrutura física, profissionais e diversidade nas atividades terapêuticas.

Quanto à especificidade da demanda, isto é, para crianças e adolescentes, usuários de álcool e outras drogas ou para transtornos psicóticos e neuróticos graves.

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Os diferentes tipos de CAPS são:CAPS I e CAPS II:

são CAPS para atendimento diário de adultos, em sua população de abrangência, com transtornos mentais severos e persistentes.

CAPS III:

são CAPS para atendimento diário e noturno de adultos, durante sete dias da semana, atendendo à população de referência com transtornos mentais severos e persistentes.

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Equipe técnica mínima para atuação no CAPS

CAPS I CAPS II CAPS III

Médico psiquiatra 1 1 2

Enfermeiro 1 1* 1*

Nível superior 3 4 5

Nível técnico 4 6 8

* Enfermeiro com formação em saúde mental

Profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico.

Profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão.

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Funcionamento

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Os diferentes tipos de CAPS são:CAPSi:

CAPS para infância e adolescência, para atendimento diário a crianças e adolescentes com transtornos mentais.

CAPSad:

CAPS para usuários de álcool e drogas, para atendimento diário à população com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas, como álcool e outras drogas.

Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com a finalidade exclusiva de tratamento de desintoxicação.

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CAPS para Infância e Adolescência (CAPSi) Estão incluídos nessa categoria os portadores de

autismo, psicoses, neuroses graves e todos aqueles que, por sua condição psíquica, estão impossibilitados de manter ou estabelecer laços sociais.

Ampliam-se as possibilidades do tratamento para crianças e adolescentes quando o atendimento tem início o mais cedo possível, devendo, portanto, os CAPSi estabelecerem as parcerias necessárias com a rede de saúde, educação e assistência social ligadas ao cuidado da população infanto-juvenil.

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CAPS para usuários de álcool e drogas (CAPS ad) Para pacientes cujo principal problema é o uso prejudicial de

álcool e outras drogas passam a existir, a partir de 2002, os CAPSad.

METAS: Oferecer atendimento diário, permitindo o planejamento

terapêutico dentro de uma perspectiva individualizada de evolução contínua.

Possibilita ainda intervenções precoces, limitando o estigma associado ao tratamento.

Também devem oferecer condições para o repouso, bem como para a desintoxicação ambulatorial de pacientes que necessitem desse tipo de cuidados e que não demandem por atenção clínica hospitalar.

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Tipos de atendimento INTENSIVO

trata-se de atendimento diário, oferecido quando a pessoa se encontra com grave sofrimento psíquico, em situação de crise ou dificuldades intensas no convívio social e familiar, precisando de atenção contínua.

Esse atendimento pode ser domiciliar, se necessário;

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Tipos de atendimento SEMI-INTENSIVO

o usuário pode ser atendido até 12 dias no mês.

Essa modalidade é oferecida quando o sofrimento e a desestruturação psíquica da pessoa diminuíram, melhorando as possibilidades de relacionamento, mas a pessoa ainda necessita de atenção direta da equipe para se estruturar e recuperar sua autonomia.

Esse atendimento pode ser domiciliar, se necessário;

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Tipos de atendimento NÃO-INTENSIVO

Oferecido quando a pessoa não precisa de suporte contínuo da equipe para viver em seu território e realizar suas atividades na família e/ou no trabalho, podendo ser atendido até três dias no mês.

Esse atendimento também pode ser domiciliar.

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Tratamento Todo o trabalho desenvolvido no CAPS deverá ser

realizado em um “meio terapêutico”, isto é, tanto as sessões individuais ou grupais como a convivência no serviço têm finalidade terapêutica.

Cada usuário de CAPS deve ter um projeto terapêutico individual, isto é, um conjunto de atendimentos que: respeite a sua particularidade,

personalize o atendimento de cada pessoa na unidade e fora dela e

proponha atividades durante a permanência diária no serviço, segundo suas necessidades.

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Frequência A freqüência dos usuários nos CAPS dependerá de seu

projeto terapêutico.

É necessário haver flexibilidade, podendo variar de cinco vezes por semana com oito horas por dia a, pelo menos, três vezes por mês.

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Refeições Os usuários que permanecem um turno de quatro horas

nos CAPS devem receber uma refeição diária;

os assistidos em dois períodos (oito horas), duas refeições diárias;

e os que estão em acolhimento noturno nos CAPS III e permanecem durante 24 horas contínuas devem receber quatro refeições diárias.

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Acolhimento Noturno e Fins de Semana Devem ser entendidos como mais um recurso terapêutico,

Visando proporcionar atenção integral aos usuários dos CAPS e evitar internações psiquiátricas.

Ele poderá ser utilizado nas situações de grave comprometimento psíquico ou como um recurso necessário para evitar que crises emerjam ou se aprofundem.

O acolhimento noturno deverá atender preferencialmente aos usuários que estão vinculados a um projeto terapêutico nos CAPS, quando necessário, e no máximo por sete dias corridos ou dez dias intercalados durante o prazo de 30 dias.

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São atividades comuns nos CAPS:

Tratamento medicamentoso: tratamento realizado com remédios chamados

medicamentos psicoativos ou psicofármacos.

Atendimento a grupo de familiares: reunião de famílias para criar laços de solidariedade entre

elas, discutir problemas em comum, enfrentar as situações difíceis, receber orientação sobre diagnóstico e sobre sua participação no projeto terapêutico.

Atendimento individualizado a famílias: atendimentos a uma família ou a membro de uma família

que precise de orientação e acompanhamento em situações rotineiras, ou em momentos críticos.

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São atividades comuns nos CAPS:

Orientação: conversa e assessoramento individual ou em grupo sobre

algum tema específico, por exemplo, o uso de drogas.

Atendimento psicoterápico: encontros individuais ou em grupo onde são utilizados os

conhecimentos e as técnicas da psicoterapia.

Atividades comunitárias: atividades que utilizam os recursos da comunidade e que

envolvem pessoas, instituições ou grupos organizados que atuam na comunidade. Exemplo: festa junina do bairro, feiras, quermesses, campeonatos esportivos, passeios a parques e cinema, entre outras.

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São atividades comuns nos CAPS: Atividades de suporte social:

projetos de inserção no trabalho, articulação com os serviços residenciais terapêuticos, atividades de lazer, encaminhamentos para a entrada na rede de ensino, para obtenção de documentos e apoio para o exercício de direitos civis através da formação de associações de usuários e/ou familiares.

Oficinas culturais:

atividades constantes que procuram despertar no usuário um maior interesse pelos espaços de cultura (monumentos, prédios históricos, saraus musicais, festas anuais etc.) de seu bairro ou cidade, promovendo maior integração de usuários e familiares com seu lugar de moradia.

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São atividades comuns nos CAPS:

Visitas domiciliares:

atendimento realizado por um profissional do CAPS aos usuários e/ou familiares em casa.

Desintoxicação ambulatorial:

conjunto de procedimentos destinados ao tratamento da intoxicação/ abstinência decorrente do uso abusivo de álcool e de outras drogas.

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Atividades Terapêuticas Atendimento individual: prescrição de medicamentos,

psicoterapia, orientação;

Atendimento em grupo: oficinas terapêuticas, oficinas expressivas, oficinas geradoras de renda, oficinas de alfabetização, oficinas culturais, grupos terapêuticos, atividades esportivas, atividades de suporte social, grupos de leitura e debate, grupos de confecção de jornal;

Atendimento para a família: atendimento nuclear e a grupo de familiares, atendimento individualizado a familiares, visitas domiciliares, atividades de ensino, atividades de lazer com familiares;

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Atividades Terapêuticas Atividades comunitárias:

Atividades desenvolvidas em conjunto com associações de bairro e outras instituições existentes na comunidade

OBJETIVO: as trocas sociais, a integração do serviço e do usuário com a família, a comunidade e a sociedade em geral.

Essas atividades podem ser: festas comunitárias, caminhadas com grupos da comunidade, participação em eventos e grupos dos centros comunitários;

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Atividades Terapêuticas Assembléias ou Reuniões de Organização do Serviço:

a Assembléia é um instrumento importante para o efetivo funcionamento dos CAPS como um lugar de convivência.

É uma atividade, preferencialmente semanal, que reúne técnicos, usuários, familiares e outros convidados, que juntos discutem, avaliam e propõem encaminhamentos para o serviço.

Discutem-se os problemas e sugestões sobre a convivência, as atividades e a organização do CAPS, ajudando a melhorar o atendimento oferecido.

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Oficinas TerapêuticasOFICINAS EXPRESSIVAS:

expressão plástica (pintura, argila, desenho etc.),

expressão corporal (dança, ginástica e técnicas teatrais),

expressão verbal (poesia, contos, leitura e redação de textos, de peças teatrais e de letras de música),

expressão musical (atividades musicais),

fotografia, teatro.

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Oficinas TerapêuticasOFICINAS GERADORAS DE RENDA:

servem como instrumento de geração de renda através do aprendizado de uma atividade específica, que pode ser igual ou diferente da profissão do usuário.

As oficinas geradoras de renda podem ser de: culinária, marcenaria, costura, fotocópias, venda de livros, fabricação de velas, artesanato em geral, cerâmica, bijuterias, brechó, etc.

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Oficinas TerapêuticasOFICINAS DE ALFABETIZAÇÃO:

esse tipo de oficina contribui para que os usuários que não tiveram acesso ou que não puderam permanecer na escola possam exercitar a escrita e a leitura, como um recurso importante na (re)construção da cidadania.