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Daniel Nash

Daniel Nash

Prevalecendo Com Deus em OraoJ. Paul Reno

Rejeio e Quebrantamento Preparando o Vaso

Poucos j ouviram falar deste nome. Daniel Nash viveu de 1775 a 1831, no estado de Nova York, nos E.U.A. Pastoreou uma pequena igreja no interior daquele estado por apenas seis anos. Depois viajou com um evangelista itinerante, para sustent-lo em orao, por mais sete anos, at sua morte prematura. At onde se sabe, ele nunca ministrou fora da regio agrcola de Nova York, numa poca em que a maior parte do estado ainda era pouco habitada.

Seu tmulo fica num cemitrio abandonado, numa estradinha de terra, ao lado de um galpo usado para leiles de animais. A igreja que pastoreou no existe mais s h uma pequena coluna histrica para marcar o local, no meio de um milharal. No h livros sobre sua vida, no possvel encontrar fotos ou dirios. Suas mensagens foram esquecidas. Se h descendentes, no foi possvel localiz-los. Ele no escreveu nenhum livro, no fundou escolas, no iniciou um movimento e, em geral, se manteve no anonimato.

Porm, este homem viu avivamento duas vezes na igreja que pastoreava, e depois teve uma participao importante em um dos maiores avivamentos nos Estados Unidos. De certa forma, fez nos Estados Unidos o papel que John Hyde desempenhou na ndia. Deixou sua marca quase que exclusivamente por causa do seu ministrio de orao.

No h muitos registros sobre seu perodo de ministrio pastoral. Sabe-se que foi em 1816, com 40 anos, que ele assumiu uma Igreja Presbiteriana-Congregacional, na vila de Lowville. No primeiro ano de ministrio, houve um avivamento, com a converso de pelo menos 70 pessoas. Poucos anos depois, um grupo saiu da igreja e formou outra congregao perto dali. Apesar disso, Nash conseguiu estabelecer um relacionamento pacfico com este grupo, e cooperar com eles durante o restante do seu ministrio.

A igreja estava prosperando espiritualmente, tinha trabalho missionrio na regio, e uma Escola Bblica aos domingos. Por motivos que talvez no foram completamente registrados, em 1822 o conselho da igreja votou para dispensar Nash, e escolher outro pastor "mais jovem".

Durante os dois anos seguintes, ele continuou pregando e ministrando ali, e houve um segundo avivamento naquela igreja. Numa vila onde havia apenas 308 casas, e uma populao em torno de 2.000 pessoas, mais de 200 pessoas se converteram. Mesmo assim, no chamaram Nash de volta!

Aparentemente, esta rejeio por parte daqueles que ele tinha amado, e a quem havia ministrado, aos poucos foi arrasando sua vida, esmagando e quebrando seu corao. Ele certamente ainda no conseguia ver o que Deus estava querendo fazer atravs de tudo isso. No sabia que Deus estava quebrando e preparando seu corao para um outro trabalho, que envolveria o abandono do ministrio pblico em favor do aposento escondido de orao.

Em 1824, ele teve seu primeiro contato com o famoso evangelista, Charles Finney, pois fazia parte de um presbitrio onde Finney seria examinado para receber sua licena de pregador. Finney, porm, no teve uma primeira impresso muito boa de Nash. Segundo ele, Nash parecia muito frio e, at mesmo, indiferente a Deus.

Logo depois desta reunio, Nash foi acometido de uma grave inflamao nas vistas. Durante vrias semanas, foi obrigado a permanecer num quarto escuro, sem poder ler ou escrever. Durante este tempo, ele se entregou quase que exclusivamente orao. No sabemos muito sobre o que se passou naquele quarto escuro, somente que, nas suas prprias palavras, "houve uma reviso geral e radical de toda sua experincia crist". Quando saiu dali, ainda usando vendas nos olhos, havia um novo ardor pelas almas, e uma liberao de tudo que o prendia.

Mas ele no se dedicou a um ministrio de evangelismo pessoal, nem de pregaes evangelsticas. Pelo contrrio, iniciou um dos mais profundos ministrios de orao de que se tem notcia. Este pregador rejeitado e quebrantado se dedicou a um trabalho que influenciaria muitos outros intercessores, at os nossos dias.

Uma Equipe Evangelstica

Charles Finney comeou seus trabalhos evangelsticos em Evans Mills, Nova York, no ano de 1824. E foi ali que Daniel Nash tambm iniciou seu ministrio de orao. Quando Nash chegou l, Finney reconheceu nele algo diferente, e afirmou "que estava cheio do poder de orao". Os dois foram unidos pelo Esprito numa parceria que s terminaria sete anos depois, com a morte de Nash.

Os alvos desta equipe evangelstica foram definidos de forma simples numa carta, escrita por Nash: "Quando Finney e eu iniciamos nossa carreira, no tnhamos idia alguma de ir no meio de igrejas e pastores. Nossa mais alta ambio era ir onde no havia nem pastor, nem igreja, e procurar as ovelhas perdidas, aquelas pelas quais ningum se importava. Comeamos e o Senhor prosperava... No entrvamos em territrio de ningum, a menos que fssemos convidados... J tnhamos suficiente espao e servio para trabalhar."

A necessidade de orao para preparar o caminho para a evangelizao era o princpio fundamental da equipe. Este conceito era to forte que Finney geralmente mandava Nash umas trs ou quatro semanas na frente, para preparar o lugar e o povo para as reunies, atravs da orao.

Quando Deus dava uma direo quanto ao local onde deviam trabalhar, Nash ia sem alarde algum para l, e procurava duas ou trs pessoas para se unir com ele em uma aliana de orao. s vezes levava consigo um outro homem, que tinha o mesmo tipo de chamamento, chamado Abel Clarey. A comeavam a orar fervorosamente para que Deus agisse na comunidade.

Uma senhora conta a seguinte histria: "Alguns dias antes de Finney chegar para pregar na cidade de Bolton, apareceram dois homens na minha humilde residncia, procurando hospedagem. Fiquei atnita, pois no tinha espao nenhum na minha casa. Finalmente, por vinte e cinco centavos por semana, os dois (Nash e Clarey) alugaram um poro escuro e mido durante todo o tempo da campanha (umas duas semanas). L naquela cela voluntria, os dois parceiros de orao lutaram contra as foras das trevas."

O prprio Finney relata: "Certa vez eu estava numa cidade para comear umas reunies, e encontrei uma senhora que dirigia uma penso. Ela me disse: Irmo Finney, voc conhece um tal de Nash? Ele e mais dois homens esto na minha penso h trs dias, mas no comeram nada at agora. Abri e porta e dei uma espiada, pois os ouvi gemendo, e vi que estavam prostrados. J faz trs dias que esto l, prostrados no cho, gemendo. Acho que algo terrvel deve ter acontecido com eles. Fiquei com medo de entrar, e no sei o que fazer. Voc poderia por favor ir v-los? No ser necessrio, respondi. Eles s esto sentindo dores de parto em orao! "

Nash no s preparava a comunidade com antecedncia, mas continuava lutando no Esprito durante a campanha. Geralmente no participava das reunies, mas enquanto Finney pregava, Nash geralmente estava em alguma casa vizinha, prostrado no seu rosto, em agonia de orao. Com todo devido reconhecimento a Finney pela vida que tinha diante de Deus, e pela uno nas pregaes, no h como negar a participao fundamental destes homens que o sustentavam em orao. As lgrimas que derramaram, os gemidos que saam do corao, esto todos escritos nos livros de Deus.

aqui que encontramos uma das chaves do ministrio de Charles Finney. Calcula-se que 80% daqueles que foram convertidos nas suas campanhas permaneceram firmes com Deus. Mesmo D. L. Moody, com toda sua uno na pregao, possivelmente tinha apenas 50% de permanncia. Talvez a explicao seja o fato de que no tinha semelhante sustento para o seu ministrio em orao.

Finney nunca dependia da sua teologia, das mensagens, do seu estilo de pregao, da sua lgica, ou dos seus mtodos para obter resultados na converso das pessoas. Ele contava com forte orao, e a obra resultante do Esprito Santo para tomar conta da audincia, e trazer profunda convico.

Oswald Smith explica a importncia da orao no ministrio de Finney. "Ele sempre pregava na expectativa de ver o Esprito Santo derramado. At que isto acontecesse, pouco ou nada era realizado. Mas no momento em que o Esprito caa sobre o povo, Finney no precisava fazer mais nada, a no ser mostrar o caminho at o Cordeiro de Deus. Foi assim que viveu e trabalhou durante anos num ambiente de avivamento..."

Recentemente, um evangelista de renome, com uma obra bem financiada e organizada, comentou que ficaria plenamente satisfeito se 20% dos seus convertidos tivessem uma experincia genuna. Nesta poca de nmeros, com muitas decises, mas poucas converses, com muitos programas mas pouca orao, com muita organizao e pouca agonia em dar luz, poderamos aprender valiosas lies destes homens de Deus do passado.

Uma Impressionante

Resposta Orao

Quando surgiam obstculos ou oposio durante as campanhas, Charles Finney sempre procurava o irmo Nash, para pedir ajuda em orao. Certa vez, em Gouverneur, havia alguns jovens que se colocaram como muralha para impedir o progresso da obra.

"Nesta situao", escreveu Finney, "Nash e eu conversamos, e decidimos que no haveria vitria seno atravs da orao, e que no conseguiramos nada de outra forma. Retiramo-nos, portanto, para uma pequena mata, e nos dedicamos orao. Perseveramos at que tivemos confirmao da vitria, e a certeza que havamos prevalecido. Sentimos confiana de que poder algum na terra ou no inferno poderia interferir, nem teria permisso de interromper o avivamento."

H momentos em que a confiana alcanada na orao requer ao, e este era um desses momentos. O irmo Nash por natureza era muito quieto, e era sua prtica no ficar em evidncia, nem quase aparecer em pblico. Porm, a confiana na orao pode mudar isto, quando Deus assim o ordena.

Novamente, nas palavras do prprio Finney: "O salo de reunies estava lotado. Perto do final da reunio, o irmo Nash se levantou e falou diretamente ao grupo de jovens que havia se unido para resistir ao avivamento. Aparentemente, estavam todos presentes, e estavam armados contra o Esprito de Deus. O ambiente estava muito solene para que pudessem ridicularizar o que tinham ouvido e visto; entretanto, seu semblante descarado e insolente estava visvel a todos.

"O irmo Nash se dirigiu a eles com muita intensidade, e mostrou a culpa e o perigo do caminho que estavam tomando. No final do seu discurso, ele ficou extremamente acalorado, e lhes disse: Agora, tomem nota, meus jovens! Deus h de romper suas fileiras em menos de uma semana, ou por meio da converso de alguns, ou por mandar alguns para o inferno. Ele far isto, to certamente como o Senhor o meu Deus!

"Ele estava em p, e ao falar assim, abaixou seu brao com tanta fora sobre o banco que estava prximo, que deslocou-o do seu lugar. Logo em seguida, sentou-se, abaixou sua cabea, e gemeu como se estivesse em dor.

"A casa inteira ficou em silncio mortal, e a maioria do povo ficou cabisbaixo tambm. Pude notar que os jovens estavam agitados. Quanto a mim, lamentei que o irmo Nash tivesse ido to longe. Ele se comprometera no sentido de que Deus, ou tiraria a vida de alguns enviando-os para o inferno, ou os converteria, dentro de uma semana.

"Porm, na tera-feira depois daquele domingo, o lder do grupo veio falar comigo em grande angstia de mente. Ele estava pronto para se submeter, e assim que comecei a falar, quebrantou-se como criana, confessou seus pecados e claramente se entregou a Cristo.

"Depois ele me perguntou: O que devo fazer agora , Sr. Finney?

"Respondi: V imediatamente a todos os seus companheiros, ore com eles, e exorte-os a se voltarem ao Senhor.

"E assim ele fez. Antes da semana terminar, todos, ou quase todos daquele grupo de jovens, haviam colocado sua esperana em Cristo."

Daniel NashCaractersticas do Ministrio de Orao

J. Paul Reno

Intensidade

O avivamento mais conhecido neste perodo do ministrio de Finney foi em Rochester, Nova York. Mais de 100.000 pessoas se converteram durante aquelas reunies em 1830. Nash e Clarey foram juntos, e convocaram outros para batalharem juntos em orao. Os dois eram muito semelhantes em sua forma de orao. Tinham tanto fervor, e tanta agonia de alma, que resultava em cenas muito raras nos dias atuais. Nossas oraes calmas alcanam poucos resultados, mas tambm nos custam to pouco...

Finney escreveu a respeito deles: "Nunca vi algum suar sangue, mas conheci uma pessoa que orava, s vezes at sangrar pelo nariz. E conheci pessoas que oravam at molharem a camisa de suor, nas temperaturas mais frias do inverno. Tenho visto pessoas orando por horas, at exausto, por causa da agonia das suas mentes. Tais oraes prevalecem com Deus. Esta agonia na orao acontecia tambm nos avivamentos de Jonathan Edwards."

Existem vrios relatos da orao exercitada por estes dois homens durante o avivamento de Rochester. Alguns citam Nash, outros Clarey, outros os dois. Pelo que se pode apurar, ficaram juntos em orao e jejum grande parte do tempo, chorando e clamando a Deus. s vezes ficavam prostrados, sem foras para ficar em p. Sua preocupao com os pecadores trazia grande presso s suas mentes e coraes. Gemiam sob a carga, arriscavam a sade, abriam mo de confortos, tudo para que a batalha nas regies celestiais pudesse ser ganha. Por vezes, contorciam-se e gemiam em agonia por causa das almas perdidas.

Deus honrou a posio deles, e enviou avivamento. Oravam em particular, e Deus respondia publicamente. Praticamente todo o mundo na cidade se converteu. O nico teatro da cidade foi transformado em estbulo, o circo em fbrica, e os bares e tavernas eram fechados.

Hoje nos recusamos a lutar com Deus desta forma, e conseqentemente no devemos nos surpreender diante da falta do poderoso mover do seu Esprito. No impressionante que no temos problema com pessoas que se desgastam nos esportes por prazer, que trabalham por dinheiro, que se entregam poltica para conseguir poder, ou que se dedicam a programas de caridade, mas achamos que fantico orar desta forma em favor das almas perdidas? Podemos at morrer pela liberdade da nossa ptria, mas nunca em favor do progresso do Reino de Deus. algum motivo de espanto testemunharmos to pouco dos grandes feitos de Deus em nossos dias?

Nash orava at ficar de cama, totalmente debilitado e doente, por causa da presso espiritual que sentia. O mundo no teria problema com tal dedicao, se no fosse em favor das almas perdidas. Por que a Igreja tambm a considera como algo to estranho?

Novamente a respeito das oraes de Nash, Finney escreveu: "Muitas vezes ele entrava em agonia, antes do pregador subir no plpito, com receio de que sua mente estivesse anuviada, ou seu corao frio, ou que ele no tivesse uno e assim vissemos a perder a bno do Senhor. Ele orava at receber convico interior de que Deus estaria comigo na pregao. s vezes orava at ficar doente. Vi ocasies em que ele ficava embaixo de trevas por um tempo, enquanto o povo estava chegando. Sua mente ficava cheia de ansiedade, e saa ento para orar, uma vez, duas vezes, ou mais, at que finalmente voltava para a congregao com o rosto em paz, e dizia: O Senhor veio, e estar conosco. Nunca vi um caso em que ele estivesse errado."

Poucas Palavras

Certa vez perguntaram a Finney que tipo de pessoa era este Nash. "Nunca o vemos", diziam. "Ele no participa das reunies."

Ao que Finney respondeu: "Como qualquer pessoa que ora muito, o irmo Nash uma pessoa muito quieta. Mostre-me algum que fala muito, e lhe mostrarei um cristo que ora muito pouco."

A maior parte da orao, para quem deseja ser usado assim, precisa ser em particular. preciso buscar, no os olhos ou os ouvidos humanos, mas o ouvido de Deus. preciso buscar um canto sozinho com Deus.

Mas, embora orasse em particular, muitas vezes Nash orava com tanto fervor que outros o ouviam. No era intencional, mas acontecia por causa da grande carga que sentia na sua alma. Os inimigos diziam que era impossvel ele orar em secreto, pois orava com tal veemncia que se podia ouvi-lo a mais de um quilmetro de distncia. Embora isto provavelmente no fosse to comum, um testemunho interessante mostra que realmente podia acontecer. Em uma das campanhas, Nash levantou muito cedo e foi para uma mata orar. Era uma manh clara, de ar lmpido, daquelas em que se pode ouvir sons a uma grande distncia. A um quilmetro de distncia um homem no convertido parou de repente ao ouvir o som da orao. Percebendo que era a voz de Nash, o Esprito Santo operou na sua vida, e ele sentiu convico como nunca antes experimentara, e no achou alvio enquanto no acertou sua vida com Deus.

Objetividade

Muitas pessoas usam listas sistemticas de pessoas e motivos de orao. Ser metdico e perseverante ajuda a ser mais eficaz, e tambm a registrar as respostas para poder oferecer louvor e agradecimento a Deus.

Nash usava este mtodo. Ele tinha uma lista de pessoas por quem orava diariamente. As respostas a estas oraes se tornam mais notveis ainda quando se descobre que ele no colocava nomes de pessoas que j seriam provveis candidatos converso, mas geralmente pessoas que eram mais obstinadas e resistentes.

Uma das questes mais importantes sobre se elaborar uma lista de orao conhecer a vontade de Deus sobre quem deve ser colocado na lista. Ir por aparncias andar por vista e no pela f. Para se ter uma base firme para crer em Deus pela salvao de algum requer direo sobre quem ele quer na lista.

Finney escreve: "A verdade clara do assunto que o Esprito leva a pessoa a orar. Se Deus leva algum a orar, a concluso pela Bblia que Deus tem um propsito de salvar aquele indivduo. Se descobrirmos, por comparar nosso estado de mente com a Bblia, que fomos guiados pelo Esprito a orar por algum, temos boa evidncia para crer que Deus est preparado para abeno-lo."

Finney contou um exemplo de como Deus operou em resposta orao de Nash. Havia um homem chamado Sr. D. numa das cidades onde Finney estava pregando. Este homem era muito violento, e um perseguidor declarado do evangelho. Ele tinha uma taverna naquela cidade, e seu prazer era de praguejar e usar linguagem suja sempre que houvesse cristos por perto. Ele fazia todo o possvel para ferir e embaraar os cristos. A casa dele era um ponto de encontro para as pessoas que se opunham ao evangelho.

O irmo Nash ouviu as pessoas da cidade falando a respeito do Sr. D. como um caso muito difcil, e de como um novo convertido que morava perto dele queria vender sua casa, tamanha era a perseguio que sofria. Nash ficou profundamente entristecido e angustiado em favor do Sr. D., e colocou seu nome na sua lista de orao. Este caso passou a pesar na mente de Nash quando estava acordado, e quando estava dormindo. Pensava continuamente sobre este homem mpio, e orou vrios dias em favor dele. Desta forma, o prprio Esprito guia os cristos a orar por pessoas ou questes que normalmente no chamariam sua ateno, e assim oram de acordo com a vontade de Deus.

"Poucos dias depois", contou Finney, "estvamos numa reunio noite, com a casa lotada, e quem entra pela porta, seno o famoso Sr. D.? A presena dele causou considervel agitao na congregao, pois as pessoas temiam que fosse criar confuso ali. O temor e o aborrecimento em relao a ele eram muito grandes por parte de todos. Tanto foi, que depois que ele entrou, alguns j se levantaram e saram.

"Fiquei observando-o atentamente, e logo percebi que ele no viera para criar tumulto, pois estava em grande angstia de mente. Sentou-se, mas se contorcia no seu lugar, e no conseguia ficar em paz.

"Em pouco tempo, levantou-se e, tremendo, perguntou se podia falar algumas palavras. Dei-lhe permisso, e em seguida, aquele homem fez uma das confisses mais sinceras que j ouvi. Sua confisso incluiu tudo, de como tratava Deus, os outros cristos, o avivamento, e tudo que tinha boa fama.

"Isto ajudou a lavrar muita terra dura nos coraes daquele lugar. Era o meio mais forte que Deus poderia ter usado, naquela ocasio, para dar mpeto sua obra. O Sr. D. confessou abertamente sua f no Senhor, abandonou bebida e profanidade, e enquanto permaneci naquele lugar sempre havia reunies de orao no seu bar."

Concentrao no Foco

Orao forte precisa ser orao eficaz. Precisa haver um resultado definido. O efeito deve ser definido e claro para aquele que est orando. Este efeito encher a mente do intercessor, e ser um foco claro de pensamento, preocupao e orao. Orar de forma dispersa em vrias direes tem pouco valor. Uma lista um ponto de partida neste sentido, no entanto, os itens na lista precisam ser focalizados um por um, se quisermos ver resultados.

Tal orao requer um esforo definido para direcionar no alvo certo com verdadeiro envolvimento da alma. Partir de um genuno peso de orao e alcanar f slida geralmente envolve passar pelo caminho de agonia da alma. Temos uma tendncia muito grande de desistir por fatalismo, falta de verdadeiro interesse, ou transferncia de responsabilidade para os perdidos. Pode ser necessrio lutar em orao para alcanar a bno desejada. Isto est num plano muito superior ao plano fsico. Estas lutas na alma e no esprito podem produzir muito mais que exausto no fsico. Porm, a agonia do corpo apenas o resultado de tal orao, no uma parte integral. Alguns querem imitar esta luta da alma atravs de manifestaes fsicas. Isto pode enganar o homem, mas tal hipocrisia no trar resultado algum das cortes celestiais.

ltimos Dias do Guerreiro

Nash acreditava que tinha uma responsabilidade pelo destino das almas. Sentia que Deus entregou grandes ferramentas em nossas mos, e o uso ou desuso destas ferramentas era assunto srio, pelo qual teramos de prestar contas a Deus. Seu ministrio de orao tinha esta premissa bsica.

As ltimas palavras que temos registradas de Nash esto numa carta, onde ele diz: "Depois que voc esteve aqui, tenho pensado na orao, especialmente em orar pela descida do Esprito Santo. Parece-me que tenho sempre limitado a Deus neste sentido. Nunca senti antes que eu pudesse pedir racionalmente para que o Esprito descesse de forma mais completa; no s sobre indivduos, mas sobre todo um povo, regio, pas e no mundo. No sbado, me propus a fazer exatamente isto, e o diabo ficou muito bravo comigo. Estou convencido agora que meu dever e privilgio, junto com todos os cristos, orar para que o Esprito venha, como no dia de Pentecoste, e em maior poder ainda. No sei por que no podemos pedir que o Esprito venha em plenitude, na sua totalidade, e por que se pedirmos em f, no podemos ver a resposta. Acho que nunca pedi to livremente que o Esprito viesse sobre toda a humanidade. Meu corpo est em dor, mas estou feliz com Deus. Tenho sentido vontade de orar para que eu pudesse ser tomado pelo Esprito Santo, morrer no processo, e ir para o cu desta forma; mas Deus sabe."

De acordo com Charles Finney, os ltimos dias de Nash foram passados em orao. Ele dizia que estava morrendo por falta de foras para orar. O corpo estava esmagado, ele sentia o peso do mundo, mas como podia deixar de orar! Ele tomava o mapa do mundo, e orava, olhando para os diferentes pases. Expirou no prprio quarto, orando, no dia 20 de dezembro, de 1831, com 56 anos. Verdadeiramente, era um prncipe que prevaleceu com Deus em orao!

Ser que Deus encontrar pessoas na nossa gerao para se entregar a ele desta forma?

Estes artigos foram extrados do livro Daniel Nash: Prevailing Prince of Prayer (Prncipe Que Prevalece em Orao), por J. Paul Reno.

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