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BARROS, V. L. C; Caracterizao da Pesca Artesanal no Municpio de Marab PA.

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Universidade do Estado do Par Centro de Cincias Sociais e da Educao Departamento de Cincias Naturais Curso de Licenciatura Plena em Cincias Naturais Ncleo Universitrio de Marab

VVIAN LCIA COSTA BARROS

Caracterizao da Pesca Artesanal no Municpio de Marab PA.

Marab 2009

BARROS, V. L. C; Caracterizao da Pesca Artesanal no Municpio de Marab PA.

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Vvian Lcia Costa Barros

Caracterizao da pesca Artesanal no Municpio de Marab PA.

Trabalho de Concluso de Curso apresentado como requisito parcial para obteno do grau de Licenciatura Plena em Cincias Naturais com habilitao em biologia, Universidade do Estado do Par. Orientadora: Prof. M.Sc. Ylana Priscila da Costa Melo.

Marab 2009

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Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP).

Barros, Vvian Lcia Costa Caracterizao da pesca artesanal no municpio de Marab - PA / Vvian Lcia Costa Barros; orientadora prof. M.Sc. Ylana Priscila da Costa Melo. - Marab, 2009. 75p. Trabalho de concluso de curso (Licenciatura Plena em Cincias Naturais) Universidade do Estado do Par, Centro de Cincias Naturais e Educao, Marab, 2009. 1. Pesca artesanal Marab 2. Pesca recursos pesqueiros. I. Melo, Ylana Priscila da Costa., orient. II. Ttulo.

CDD 639. 209

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VVIAN LCIA COSTA BARROS

Caracterizao da Pesca Artesanal no Municpio de Marab PA.

Trabalho de Concluso de Curso apresentado como requisito parcial para obteno do grau de Licenciatura Plena em Cincias Naturais com habilitao em biologia, Universidade do Estado do Par. Orientadora: Prof. M.Sc. Ylana Priscila da Costa Melo.

Data de aprovao:__/___/__ Banca examinadora: ____________________________________- OrientadoraProf. M.Sc. Ylana Priscila da Costa MeloEngenheira de Pesca M.Sc. Ecologia Aqutica e Pesca /SEAGRI MARAB.

____________________________________-1 ExaminadorProf. M.Sc. Seidel Ferreira dos SantosM.Sc. Recursos Genticos de Vegetais /UEPA

____________________________________-2 ExaminadorProf. Esp. Rosyvaldo Miranda dos SantosEspecialista em Educao Ambiental / SENAC

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Dedico este trabalho aos meus mestres (meus pais) Valquria Barros e Wilson Barros, a minha sogra Tereza Coutinho, que me deram suporte pra concluso do meu trabalho, ao meu companheiro, esposo e amigo de todos dos momentos Myrtow Coutinho e ao meu filho Pedro Augusto, razo do meu viver, por toda dedicao, amor e compreenso pela minha ausncia. As minhas amigas, Dalila, Gleieny e Joelma por terem me ajudado no levantamento das informaes.

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AGRADECIMENTOS

Agradeo a Deus, em ter me sustentado nos momentos que pensei em desistir. Aos meus pais (Valquria e Wilson Barros) por terem despertado em mim a paixo pelo ambiente aqutico, por todo amor, dedicao e por todo suporte emotivo e financeiro. A toda minha famlia pela admirao, orgulho e incentivo. A minha me que muitas vezes abdicou de seus finais de semana e de suas noites no decorrer da semana cuidando do meu filho no intuito que eu conclusse este trabalho. Em especial minha sogra (Tereza Hermelina Coutinho) pelas oraes, por ter me acolhido em seu lar e ter se esquecido de si ao longo desse ano, por ter deixado seus afazeres domsticos e da igreja e feito o papel de me cuidando do meu filho com tanto amor e pacincia permitindo assim que eu concllusse minha graduao. As amigas da turma de cincias naturais habilitao em Biologia de 2008 da UEPA Campus Marab, Dalila, Joelma e Gleieny, pela ajuda e companheirismo no levantamento de dados. Ao meu esposo Myrtow Coutinho, pelo carinho, amor, compreenso pela minha ausncia e colaborao no levantamento das informaes. A minha amiga Cristiane Cunha, pelos bandecos, bolinhos de chuva e refrigerantes, compartilhados em nossas infinitas horas de estudo no intuito de concluir nossas monografias na biblioteca da UEPA. A essa Instituio Pblica de Ensino (UEPA), pela oportunidade em alcanar uma formao superior, e a todos os funcionrios, que direta ou indiretamente contriburam para a concluso desse curso. A M.Sc. Ylana Melo, primeiramente por ter acreditado no meu trabalho e aceitado participar da minha vida acadmica, com a funo primordial que a orientao, por todas as portas gentilmente abertas e pelos caminhos apontados, caminhos estes que direcionam no somente a este trabalho, mas a toda a minha vida acadmica, enfim, pela amizade, apoio, incentivo e principalmente pela confiana.

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banca examinadora pela contribuio na avaliao e correo deste trabalho. Ao senhor presidente da colnia de pescadores Z-30, Antnio Rodrigues (Bibi) pelas informaes e portas da colnia gentilmente abertas. Finalmente, a todos os pescadores e suas famlias, que de vrias formas contriburam e sem os quais este trabalho no teria a importncia que tem (principalmente pessoal). A todos MUITO OBRIGADA Vvian Barros

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RESUMO

BARROS, Vvian Lcia Costa; Caracterizao da Pesca Artesanal no Municpio de Marab, 2009. 75p (Trabalho de Concluso de Curso de Graduao em Licenciatura Plena em Cincias Naturais - Biologia) Universidade do Estado do Par Ncleo de Marab; Marab - 2009.

Na necessidade de gerao de dados e informaes necessrias para subsidiar o processo de ordenamento e gesto da pesca, o presente trabalho da nfase ao aprofundamento do conhecimento sobre o uso dos recursos pesqueiros, direcionando as pesquisas pesqueiras e gerando dados que serviro como parmetros para implementao de polticas publicas voltadas para o desenvolvimento sustentvel do setor pesqueiro no Municpio de Marab. No sentido de cumprir com seus objetivos, foi realizado um levantamento de informaes com relao pesca artesanal, caracterizando a atividade na Regio. Durante a Pesquisa foram feito levantamento de informaes primrias e secundrias. No mbito dos resultados pode-se observar que os pescadores da regio provm atravs de um processo de migrao, oriundos principalmente de outros estados, onde o baixo grau de escolaridade evidente. A atividade pesqueira na regio considerada como uma das principais atividades rentvel pelos pescadores locais praticada exclusivamente em gua interiores ao longo dos rios que cortam a cidade, Itacainas e Tocantins/Araguaia. A pesca artesanal continua a cumprir importantes funes na economia paraense, constituindo-se no segmento do setor pesqueiro que tem contribudo decisivamente para manter o Estado do Par como o maior produtor de pescado da pesca extrativista no pas. Alm de ser uma das principais fontes de ocupao de mo de obra, alimentos e renda para um grande contingente da populao estadual, particularmente, no meio rural. Em Virtude dessa importncia emergem inmeros problemas que tm dificultado o desenvolvimento da atividade na Regio.

PALAVRA CHAVE: Pesca, caracterizao, Artesanal, Marab PA.

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ABSTRACT

BARROS, Vvian Lcia Costa; Characterization of Handmade Fishing in the Municipal Distric of Marab, 2009. 75p. (work of degree course conclusion in Full Degree in Natural Science - Biology) - University of Par; Marab - 2009.

In the need of generation of data and necessary information to subsidize the process and administration of the fishing, the present work of the emphasis to the deepest of the knowledge on the use of the fishing resources, addressing the fishing researches and generating data that will serve as parameters for relocation of politics publishes gone back to the maintainable development of the fishing section in the Municipal district of Marab. In the sense of accomplishing with your objectives, a rising of information was accomplished with relationship to the handmade fishing, characterizing the activity in the Area. During the Research they were made rising of primary and secondary information. In the ambit of the results it can be observed that the fishermen of the area come through a migration process, proceeding mainly of other states, where the low education degree is evident. The fishing activity in the area is considered as one of the main activities profitable by the local fishermen it is practiced exclusively in water interiors along the rivers that cut the city, Itacainas and Tocantins/Araguaia. THE handmade fishing continues to accomplish important functions in the economy paraense, being constituted in the segment of the fishing section that has been contributing decisively to maintain the State of Par as the largest producing of fish on the fishing extractive activity in the country. Besides being one of the main sources of occupation of work hand, victuals and income for a great contingent of the state population, particularly, in the rural way. To the square of that importance countless problems that have been hindering the development of the activity in the Area.

KEY - WORDS: fish, fishing, water, characterization, Marab - PA.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 Localizao do Municpio estudado..........................................................22 Figura 2 Local de desembarque Orla Sebastio Miranda, bairro: Velha Marab, Santa Rosa ................................................................................................................24 Figura 3 Local de desembarque - Bairro So Flix.................................................24 Figura 4 Colnia de Pescadores Z-30, e Fbrica de Gelo......................................25 Figura 5 Amostragem em campo junto comunidade............................................25 Figura 6 Espcies Comercializadas nos Mercados Locais.....................................26 Figura 7 Naturalidade, Tempo de Residncia na Localidade, dos pescadores artesanais, Tempo de Trabalho na Atividade Pesqueira...........................................29 Figura 8 Percentual Representativo do Grau de Escolaridade dos Pescadores Artesanais no Municpio de Marab...........................................................................30 Figura 9 Idade dos Pescadores Artesanais.............................................................31 Figura 10 Renda com Atividade Pesqueira Suficiente para o Sustento da Famlia?......................................................................................................................34 Figura 11 Renda Mensal Familiar dos Pescadores Artesanais...............................34 Figura 12 Tipos de Renda dos Pescadores Artesanais..........................................35 Figura 13 Mapa da Localizao dos Pesqueiros Utilizados Pelos Pescadores Artesanais do Municpio de Marab...........................................................................37

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Figura 14 Localizao dos Pesqueiros....................................................................37 Figura 15 Dificuldades Enfrentadas na Atividade Pelos Pescadores Artesanais do Municpio de Marab..................................................................................................38 Figura 16 Comercializao do Pescado Capturado................................................39 Figura 17 Conservao do Pescado na Feira da Fl. 28 no Municpio de Marab.......................................................................................................................40 Figura 18 Exposio e Eviscerao do Pescado Comercializado no Bairro Laranjeiras no Municpio de Marab..........................................................................41 Figura 19 Tipos de Barcos do Municpio de Marab...............................................42

Figura

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Imagens

dos

Tipos

de

Embarcaes

no

Municpio

de

Marab.......................................................................................................................42 Figura 21 Imagens dos Apetrechos de Pesca Identificados no Municpio de Marab.......................................................................................................................44 Figura 22 Apetrechos de Pesca Utilizados no Municpio de Marab .....................44

Figura 23 - Volume (Kg) do Pescado Comercializado por Ms Pelos Pescadores Entrevistados no Municpio de Marab......................................................................47 Figura 24 Preos de Primeira Comercializao do Pescado no Municpio de Marab.......................................................................................................................48

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SUMRIO1. INTRODUO.......................................................................................................14 2. REVISO BIBLIOGRFICA..................................................................................16 2.1 PESCA NO BRASIL..........................................................................................16 2.2 PESCA NO ESTADO DO PAR.......................................................................17 2.2.1 PESCA ARTESANAL.....................................................................................17 2.2.2 PESCA INDUSTRIAL.....................................................................................19 2.2.3 PESCA ESPORTIVA......................................................................................20 2.2.4 PESCA CIENTIFICA......................................................................................20 3. OBJETIVOS...........................................................................................................21 3.2. OBJETIVO GERAL..............................................................................................21 3.3. OBJETIVOS ESPECFICOS...............................................................................21 4. MATERIAL E METODOS......................................................................................22 4.1. REA DE ESTUDO.............................................................................................22 4.2. COLETA DE DADOS SECUNDRIOS...............................................................23 4.3. COLETA DE DADOS PRIMRIOS (AMOSTRAGEM EM CAMPO)...................23 4.4. AFERIO DE DADOS......................................................................................27 5. RESULTADOS E DISCUSSES...........................................................................28 5.1. ASPECTOS SOCIOECONMICO......................................................................28 5.2. COMERCIALIZAO DO PESCADO DESEMBARCADO NO MUNICPIO DE MARAB....................................................................................................................36 5.3. CARACTERIZAO DAS PESCARIAS.............................................................41 5.4. INFRA-ESTRUTURA DE APOIO PESCA........................................................48 6. CONSIDERAES FINAIS...................................................................................50 7. REFERNCIA BIBLIOGRFICA...........................................................................51 8. ANEXOS................................................................................................................55 8.1 ANEXO 1 ESPCIES COMERCIALIZADAS EM MARAB............................56 8.2 ANEXO 2 FORMULRIO DA CARACTERIZAO DOS LOCAIS DE DESEMBARQUE NO MUNICPIO DE MARAB.......................................................64 8.3 ANEXO 3 FORMULRIO DOS PREOS DE PRIMEIRA

COMERCIALIZAO.................................................................................................68

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8.4 ANEXO 4 FORMULRIO SOCIOECONOMICO...............................................70 8.5 ANEXO 5 FORMULRIO DAS ESPCIES CAPTURADAS............................74

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INTRODUO

A explorao dos recursos pesqueiros praticada na Amaznia antes mesmo da colonizao e se destaca como um dos recursos utilizados como fonte de renda e/ou alimento pelas populaes ribeirinhas (BATISTA et. al., 2004). O Estado do Par, com seus 562 km de litoral martimo e 20.512 km de guas interiores, possui um enorme potencial para as atividades pesqueiras. Nessa regio a atividade divida em vrios sistemas de produo que vo desde a pescaria de subsistncia com a nica finalidade da obteno de alimento - at o extrativismo que envolve embarcaes aptas a atingir reas ocenicas distantes dos portos de origem e que possuem equipamentos de navegao e captura mais sofisticado (IBAMA, 2002). Os sistemas de produo considerados industriais ou semi-industriais utilizam tecnologia de ponta, cascos de ao e sua tripulao variam de 04 a 08 tripulantes, atuam principalmente na pesca do camaro (Farfantepenaus subtilis), piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii) e pargo (Lutjanus purpureus). O pescado controlado pelas indstrias que o processam e o estocam (FRDOU et. al. 2008). Os pescadores destes sistemas, em geral, possuem maior poder aquisitivo e melhores indicadores sociais (escolarizao, instruo profissional, moradia e assistncia sade) que a mdia da classe, atuando geralmente como empregados na atividade pesqueira (SILVA, 2004). Nas pescarias tradicionais de carter artesanal, atuam produtores autnomos ou com relaes de trabalho tendo como base, parcerias. Utilizam pequenas quantias de capital e embarcaes pesqueiras de madeira, com ou sem motor, que realizam viagens curtas, geralmente em guas costeiras litorneas ou interiores, com tecnologia e metodologia de captura no mecanizada e baseada em conhecimentos empricos e, cujo produto, geralmente direcionado para o consumo local ou, em menor escala, para exportao (ISAAC et. al., 2008). Os dados oficiais da pesca artesanal so difusos sendo impossvel fazer o registro de todo pescado que capturado. Devido o tamanho do territrio paraense no h condies de atuar em todos os portos de desembarque de modo que as informaes apresentadas so apenas estimativas, tendo que se levar em

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considerao tambm o pescado que consumido pela populao ribeirinha, que o tem como principal fonte protica. (BARTHEM, et al. 2004). As artes de pesca utilizadas so geralmente pouco seletivas quanto a espcies e tamanhos, capturando uma grande diversidade de recursos (BATISTA et.al., 2004). Em virtude do aumento das prticas pesqueiras, a forma da captura, a falta de polticas pblicas adequadas para a Amaznia e as alteraes do regime hidrolgico provocado pela operao e construes de barragens, contribui com a diminuio dos recursos pesqueiros (ARAJO, 2005). Diante do contexto e na necessidade de se preencher uma lacuna de informaes na questo da caracterizao da pesca artesanal no municpio de Marab, o referente trabalho da nfase ao aprofundamento do conhecimento sobre esse sistema de pesca e na utilizao dos recursos pesqueiros, direcionando as pesquisas e gerando dados que serviro como parmetros na implementao de polticas pblicas voltadas para o desenvolvimento sustentvel deste setor no municpio.

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2. REVISO BIBLIOGRFICA

2.1 PESCA NO BRASIL

Em 2007 a ltima informao disponvel pelo IBAMA diz que a produo de pescado no Brasil foi estimada em 1.072.266t. Comparado ao ano de 2006 houve um crescimento na ordem de 2,0%, sendo 73% do pescado capturado proveniente da pesca extrativista e 27% oriundos da aquicultura (IBAMA, 2007). Porm, a pesca extrativista continental de 2007 comparada produo de 2006 apresentou um declnio de 3,2% e a pesca extrativista marinha um crescimento de 2,3% (IBAMA, op. cit.). O quadro atual pode ser explicado pela sobrepesca, impedindo que as espcies compensem, por meio natural, a presso exercida sobre elas. Vale ressaltar que este aumento de produo do pescado se deve ao incentivo governamental s atividades aqucolas, uma vez que a pesca extrativista vem sofrendo declnio ao longo dos anos em virtude da sobrepesca, reduo dos estoques pesqueiros e o aumento dos esforos de pesca. Em funo disso o governo criou programas para o desenvolvimento da aquicultura no Pas associando com a recuperao dos estoques pesqueiros tanto na costa ocenica brasileira quanto em guas continentais. Vrios so os fatores apontados para explicar a presso sobre a pesca no Brasil causando assim o declnio da produo pesqueira extrativista, tais como: modernizao dos apetrechos de pesca, o crescimento populacional, a falta de ordenamento pesqueiro, gesto e manejo ambiental no mbito pesqueiro, entre outros. Em relao pesca extrativista marinha no ano de 2007 o Estado de Santa Catarina foi o que mais contribuiu para o crescimento da produo Pesqueira com 17,3%, seguido da Regio Nordeste com 0,3% (IBAMA, op. cit.). Mesmo a Regio Norte sendo detentora da maior produo da pesca extrativista continental no ano de 2007, contribuindo com 57,5% da produo, a mesma apresentou um decrscimo de 5,4% quando comparado ao ano de 2006. Os Estados do Par e Amazonas so considerados os maiores produtores de pescado da regio. No entanto, no Par pde-se observar um decrscimo de 13,4% da

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produo e, em contrapartida, o Estado do Amazonas contribuiu com 5,2% de crescimento (IBAMA; op. cit.).

2.2 PESCA NO ESTADO DO PAR

De acordo com a Lei 6.173/2005 que define a pesca no Estado do Par, tambm a caracteriza em quatro modalidades: pesca artesanal, industrial, esportiva e cientifica, sendo a pesca artesanal de guas interiores a de maior escala (IBAMA, 2007). Mesmo com a diversidade de espcies serem bastante elevadas nessa regio, somente entre 06 e 12 espcies compem 80% do desembarque nos principais portos da regio (BARTHEM et. al., 2004). 2.2.1. Pesca artesanal

A pesca artesanal define-se como a atividade exercida por produtores autnomos ou com relaes de trabalho tendo como base parcerias. No Brasil a pesca artesanal est historicamente ligada influncia de trs correntes que foram bsicas para a nossa formao cultural: a indgena, a portuguesa e a negra. Da indgena herdamos o preparo do peixe para a alimentao, o feitio das canoas e jangadas, as flechas, os arpes e as tapagens 1; da portuguesa os anzis, pesos de metal, redes de arremessar e de arrastar e da negra, a variedade de cestos especiais (BATISTA, et. al., 2004). Existe uma forte relao do homem amaznico com a pesca. Pode-se ressaltar que o pescado a principal fonte protica na alimentao da populao ribeirinha, constituda em sua maior parte por pessoas com baixa ou nenhuma escolaridade, pobres, e que vem na pesca sua nica ou a principal atividade remunerada (BATISTA et. al., 2004) A partir da dcada de 60, as redes de pesca fabricadas com nilon passaram a ser um dos principais apetrechos utilizados pelos pescadores artesanais, em conseqncia aumentaram-se a demanda de pescado para a

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Trata-se de uma arte de pesca realizada com redes de malhas e tamanhos variados, utilizadas em rios e/ou desembocaduras de rios de modo a tapar todo o ambiente por onde o peixe passa, no intuito de captur-lo.

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comercializao (BATISTA et. al., 2004). A partir da amplia-se o papel do pescador profissional, caracterizado como citadino e monovalente (BATISTA et. al., 2004). O pescador profissional no pode ser considerado somente como pescador-citadino, mas tambm ribeirinho ou varzeiros (BATISTA et. al., 2004). Pois vedem o pescado capturado a atravessadores ou diretamente para o mercado local. No Estado do Par a pesca artesanal ocorre ao longo de toda a costa e na rede hidrogrfica. Contudo, a pesca no homognea em todo o territrio e possui um carter difuso, pois no se tem controle do desembarque total do pescado em todos os portos devido o extenso territrio e a facilidade do desembarque ao longo das margens dos rios em pequenas vilas ou pequenos portos (BATISTA et. al., 2004). A pesca artesanal nesta regio compreende dois grandes setores: a pesca em guas continentais e a pesca marinha, na pesca em guas continentais esto includas a pesca de guas interiores, nesse tipo de pesca, existe unicamente embarcaes artesanais, todas de madeira as quais so dividas em canoas (que pescam) e os barcos geleiros sendo estes classificados de acordo com sua modalidade de atuao, os barcos me so responsvel pelo depsito da produo que as canoas capturam, os barcos geleiros possuem tripulao fixa e acompanham toda a viagem de pesca, que so denominados barcos pescadores, o barco comprador percorre as comunidades ribeirinhas ou locais de pesca, comprando o pescado dos pescadores locais e os mistos que atuam nas duas funes. Vrias so as artes de pesca utilizadas na pescaria artesanal e podem ser combinadas ou utilizadas separadamente, depende das caractersticas do ambiente. (ISAAC et. al., 2008) Na pescaria de guas interiores destacam-se as malhadeiras, miqueira ou rede de arrasto caractersticas de ambientes sem muita correnteza; redes de lance utilizadas para cerco de cardumes em locais fundos e livre de obstculo; tarrafa; Linha de mo, espinhel ou poita; Zagaia, tpica de lagos; arpo, utilizado na pesca do pirarucu (Araipama gigas) e em ambientes de corredeira; Matapi, utilizado na pesa do camaro de gua doce dentre outros (ISAAC et. al., 2008). A construo da UHE Tucuru ocasionou importantes transformaes na ictiofauna do Rio Tocantins, devido inundao das corredeiras transformando o ambiente de ltico para lntico. A decomposio da floresta submersa, com a oferta de insetos e outros organismos oriundos do ambiente terrestre, permitiu o

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desenvolvimento explosivo de vrias populaes de peixes, como os tucunars (Cichla monoculus) e piranhas (Serrasalmus spp.) (SANTOS et.al., 2004). No perodo do represamento da gua no Reservatrio a densidade de peixes era elevada, contudo a diversidade era baixa. Nesse perodo a atividade pesqueira teve um crescimento exponencial que durou ate o final de 1987 (SANTOS et.al., 2004.). A pesca a montante (at Marab) passou por alteraes considerveis, os bagres passaram a ser capturados com grande intensidade, sobretudo nas reas mais centrais, correspondente ao antigo leito do rio. Antes do barramento a pesca concentrava-se nas praias e sobre cardumes de peixes migradores, como curimats (Prochilodus nigricans), piaus (Leporinus affinis, L.friderici, Laemolyta petiti), e jaraquis (Semaprochilodus brama) (SANTOS et.al., 2004). A instalao da UHE Tucuru provocou alteraes considerveis no meio fsico, bitico e humano do Baixo Tocantins. Dentre as principais mudanas, a pesca merece um destaque especial, pois alm de ter incorporado um novo contingente de pescadores e comerciantes de pescado, as cadeias produtivas e as inter-relaes scias tambm foram alteradas (SANTOS et.al., 2004). 2.2.2 Pesca Industrial a pesca de grande escala, geralmente nas pescarias empregada tecnologia de ponta, os barcos utilizados geralmente possuem cascos de ao, e comprimento de 17 e 27 m, a potncia do motor e de 165 a 565 hp. Com uma tripulao entre 4 a 8 pessoas, dentre essas embarcaes a maioria utiliza gelo para conservar o pescado capturado. A produo desse tipo de pesca controlada pelas indstrias que processam e estocam o pescado (BATISTA et. al., 2004). Na pesca industrial as frotas de embarcaes e os apetrechos de pesca so adaptados de acordo com a espcie alvo, por exemplo: na pesca da piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii) e do camaro rosa (Farfantepenaus subtilis) empregado rede arrasto nas pescarias; do Lutjanus pupureus so empregadas linhas pargueiras que uma linha mestra com vrios anzis presas a 60 m de distncia iada com uma manivela manual denominada bicicleta com caques, pequenos botes a remo que so colocados no mar pela manh e recolhidas a noite e tambm por armadilhas de ferro revestidas de arame, que so denominadas

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covos, e na pesca da lagosta (Panulirius argus, P. laevicauda) so utilizados covos ou redes de emalhe de fundo.(BATISTA et. al., 2004). 2.2.3 Pesca Esportiva

A atividade da pesca esportiva no Brasil tem crescido muito nos ltimos anos, o que era uma atividade de lazer se transformou em indstria que a cada ano movimenta milhes (CHIAPPANI, 2006). Hoje esta bastante associada ao conceito de qualidade de vida, no qual a interao com a natureza constitui-se num pressuposto bsico. A finalidade da pesca esportiva a valorizao do turismo local, trazendo melhoria na qualidade de vida das famlias que vivem nas comunidades ribeirinhas (RAMIREZ, 2004). Essa modalidade de pesca tem como caracterstica bsica o ato de capturar e soltar o peixe, com isso, os impactos na ictiofauna so mnimos, pois, alm de devolver o peixe natureza suas artes de pesca (linha de mo, carretilha, molinete e outros) selecionam o pescado que ser capturado. Segundo a Lei n 6.167 de dezembro de 1998, o pescador esportivo pode transportar at dez quilos de peixes inteiros, destinados unicamente para consumo prprio, salvo as espcies protegidas pelas normas vigentes.

2.2.4 Pesca Cientifica

Entende-se como a atividade de pesca praticada por pesquisadores coordenados por instituies de pesquisa devidamente autorizadas pelo rgo competente, que utilize apetrechos e equipamento diversos, e que no tenha como destino final a comercializao do pescado, mas sim a produo de estudos cientficos (LEI 6.713/2005).

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3. OBJETIVOS

3.1 Geral

Levantar informaes relacionadas pesca artesanal no municpio Marab visando caracterizao da atividade na regio.

3.2 Especifico

Aplicar questionrios na colnia de pesca, locais de desembarque do pescado, feiras livres, envolvendo o processo de gesto e manejo da pesca, visando identificao e caracterizao dos Recursos Pesqueiros; Caracterizar os tipos de embarcaes e petrechos de pesca utilizados durante as pescarias, com vista caracterizao do esforo de pesca sobre os estoques naturais de pescado; Identificar o perfil socioeconmico das comunidades de pescadores na atividade pesqueira no municpio; Levantar as principais espcies de peixes comercializadas na regio; Verificar os principais problemas enfrentados na pesca.

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4. MATERIAL E MTODOS

4.1 rea de Estudo Para a realizao da caracterizao da atividade de pesca na regio, efetuou-se um levantamento de informaes referentes s atividades pesqueiras no municpio de Marab (Figura 1). A rea que abrangeu o trabalho encontra-se na mesorregio do Sudeste paraense e microrregio de Marab, a Sede do municipal apresenta as seguintes coordenadas geogrficas: 05 21 54 latitude sul e 04 07

24 longitude WGr. Segundo a ltima Estatstica Municipal de Marab, no ano de 2007, o municpio possui 196.468 habitantes, rea de 15.092,30 km e densidadede 13,02 hab/km.

Figura 1. Localizao do municpio estudado. FONTE: Google maps

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O principal acidente hidrogrfico a bacia do Rio Itacainas, afluente pela margem esquerda do rio Tocantins, em cuja foz encontra-se a sede municipal. O clima da regio insere-se na categoria de equatorial super mido, tipo Am, da classificao de Kppen, existindo ligeira variao para o equatorial mido, tipo Aw. Estes climas apresentam uma temperatura mdia mensal com mnima superior a 18C. A mdia anual de 26C, com mdia mxima em torno de 32C e mnima de 23C. A amplitude trmica geralmente no ultrapassa os 5C. A precipitao pluviomtrica est regulada em cerca de 2.200 a 2.500 mm anuais. No perodo de janeiro a junho a precipitao abundante, enquanto que a escassez de chuva observada no perodo de julho a dezembro. No entanto, a estao seca de pequena durao e a umidade suficiente para manuteno da floresta. A umidade relativa elevada, apresentando oscilaes entre a estao mais chuvosa e a seca, respectivamente, de 100% a 60%, sendo a mdia real de 80% (JURAS et. al. 2004). Suas formas de relevo esto englobadas pela unidade morfoestrutural denominada Depresso Perifrica do Sul do Par, onde dominam os planaltos amaznicos rebaixados e dissecados, e das reas de colinosas, com reas montanhosas mais ao Sul (EMM, 2008). 4.2 Coletas de Dados Secundrios A pesquisa teve a durao de um ano, entre o ms de novembro de 2008 a novembro de 2009 entre levantamento bibliogrfico e aplicao de questionrios. A compilao de informaes referentes pesca artesanal na regio de Marab foi realizada inicialmente a partir da leitura de publicaes cientficas, livros e relatrios de pesquisa. Para tal, foi utilizado o acervo de bibliotecas pblicas das instituies de ensino e pesquisa da regio. 4.3 Coletas de Dados Primrios (Amostragem em Campo)

As coletas de dados primrios ocorreram no perodo de Novembro de 2008 a Setembro de 2009, e consistiram na utilizao de formulrios padronizados pela equipe tcnica em campo que foram aplicados aos pescadores associados na colnia de pescadores Z-30 no municpio de Marab e ao presidente da colnia. Na

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aplicao desses questionrios uma srie de informaes foi levantada referente caracterizao dos locais de desembarque do pescado, preos de primeira comercializao, informaes sobre as espcies capturadas, caracterizao das pescarias e levantamento de dados socioeconmico de donos de embarcaes e/ou pescadores que atuam no municpio de Marab. Os formulrios utilizados abordavam informaes relacionadas s posies geogrficas (latitude e longitude), pesqueiro, nome da embarcao, nome do proprietrio, mtodos de captura e etc. (Anexos II, III, IV e V).

Esses dados foram obtidos nos locais de desembarque do pescado (Figura 2 e 3).

A

B

Figura 2. Local de desembarque no municpio de Marab Orla Sebastio Miranda; Bairro Santa Rosa. FONTE: BARROS, 2009.

A

B

Figura 3 Local de desembarque - Bairro So Felix. FONTE: BARROS, 2009.

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Na colnia de pescadores e fbrica de gelo (Figura 4) e atravs do diagnostico scio-econmico onde o pblico alvo eram os pescadores locais e donos de embarcaes.

A

B

Figura 4, A Colnia de pescadores Z-30 do municpio de Marab, B - Fbrica de Gelo, FONTE: BARROS, 2009.

O levantamento dos dados foi efetuado pela prpria equipe junto colnia de pescadores Z-30 atravs de entrevistas com os pescadores e com presidente da Colnia (Antonio Rodrigues Dias), nas feiras livres e nos locais de desembarque (Figura 5).

Figura 5. Amostragem em campo junto comunidade. FONTE: BARROS, 2009.

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Alm do levantamento de informaes foram registradas imagens das espcies comercializadas nas feiras livres, nos mercados do municpio e nos locais de desembarque do pescado (Figura 6).

A

B

C

D SS

E SS

F SS

Figura 6. Registro das imagens das espcies comercializadas nos mercados locais. FONTE: BARROS, 2009.

Para a caracterizao do desembarque do pescado do municpio de Marab foi aplicado 01 questionrio com o presidente da colnia de pescadores Z30, onde o mesmo consistiu na coleta de informaes relacionadas ao local de desembarque no que diz respeito condio de infra-estrutura no qual desembarcado o pescado entre outros dados (Anexo II). Enquanto que para os dados de produo foram aplicados 50 formulrios com os pescadores locais, onde foram comparados os preos de primeira comercializao do pescado capturado (Anexo III). Para o levantamento do diagnostico scio econmico com os pescadores locais e/ou donos de embarcao aplicou-se 250 questionrios registrando informaes como a identificao da rea de pesca, comercializao da produo, funo do entrevistado, dados pessoais (identificao, escolaridade, situao socioeconmica e social da famlia, entre outros), a caracterizao das pescarias envolveu dados relacionados ao tipo de barco utilizado na pesca, tipo e tamanho do

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aparelho de pesca, principais espcies capturadas com seus respectivos perodo de safra, conservao bordo das espcies e o destino da produo (Anexo IV). Para as informaes sobre as espcies capturadas, e apetrechos utilizados foram aplicados 50 formulrios entre os pescadores artesanais do municpio em estudo (Anexo V).

4.4. Aferio de dados

Aps a amostragem em campo os dados foram digitados em planilhas do software Microsoft Excel 2007, posteriormente agrupadas em um banco de dados e analisadas. Com as informaes adquiridas, pde-se calcular o percentual

representativo do grau de escolaridade, naturalidade, renda mensal familiar, dificuldades enfrentadas na atividade, tempo de atuao na pesca, tempo de residncia na localidade, tipo de moradia, idade, se possui outro tipo de renda alm da pesca, tipo de embarcao utilizada nas pescarias e mdia do volume comercializado por ms dos pescadores artesanais no municpio de Marab. Foi utilizada a estatstica descritiva atravs de procedimentos bsicos como freqncias, e estimativas de parmetros descritivos, como: tabelas e grficos que serviram para a apresentao dos dados.

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5. RESULTADOS E DISCUSSES

A cidade de Marab banhada pela Bacia Tocantins/Araguaia e apresenta cerca de 300 espcies de peixes, com predominncia de caracdeos, Silurdeos e cicldeos, cujas comunidades se diferenciam entre o baixo (peixes tpicos da Amaznia Central), mdio e alto Tocantins (espcies no amaznicas) (CMB, 1999).

5.1 Aspectos socioeconmicos

Como pode ser verificado na figura 07 A, 60% dos pescadores artesanais entrevistados provem de um processo de migrao, vindos do Estado do Tocantins, de outras cidades do Par, do Nordeste e outras regies do Pas, sendo a maioria 29% oriundas da regio Nordeste, que, por conseguinte trazem consigo costumes de suas regies de origem que sero passadas a seus descentes causando assim uma miscigenao dos costumes local. Conforme Silva (2008) esse processo de migrao para o Sudeste do Par ocorreu devido aos Grandes Projetos como o Projeto Carajs, dentre outros, um grande nmero de pessoas se deslocou para a regio em busca de emprego e melhores condies de vida, contudo essas pessoas no possuam qualificao para tal. Na figura 7 B, 38% dos entrevistados moram na localidade h mais de 20 anos, e 1% moram na localidade h menos de um ano, Em relao ao tempo de trabalho na atividade pesqueira 44% dos entrevistados dizem trabalhar a mais de 20 anos na atividade, esse resultado pode ser associado ao tempo que essas pessoas chegaram ao municpio se fixaram e por no terem sido absorvidos no mercado de trabalho formal buscaram alternativas como a atividade pesqueira para sobreviver, 27% dos entrevistados disseram trabalhar na atividade a vida toda, dessas pessoas pode-se dizer que herdaram dos pais a profisso (figura 7 C).

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Naturalidade

A

4%

B11%

Tempo de residncia na Localidade1% 38% 5% 7% 14%

40%

16%

35%29%

Outros Nordeste

Tocantins Marab

Par

Menos de 1 ano 1-5 anos A vida toda

5-10 anos 10-20 anos Mais de 20 anos

Tempo que trabalha na atividade1%

C44%

4% 10%

14% 27%

Menos de 1 anos 5-10 Anos A vida Toda

1-5 Anos 10-20 Anos Mais de 20 Anos

Figura 07- A - Naturalidade dos pescadores artesanais; B Tempo de residncia na localidade; C tempo de trabalho na atividade pesqueira.

No tocante ao grau de escolaridade a pesca artesanal exercida principalmente por comunidades ribeirinhas, onde a baixa escolaridade evidente, 73% dos pescadores entrevistados no municpio de Marab no concluram o ensino fundamental e 22% sequer tiveram acesso escola (Figura 08). Tais informaes corroboram com Pereira et. al. (2006) e Silva et. al. (2007), nos trabalhos realizados na Regio Bragantina (Nordeste Paraense) e Conceio do Araguaia (Sudeste Paraense), respectivamente, cujos resultados mostram que o ndice de escolaridade no municpio de Bragana de 77,67% e no municpio de Conceio do Araguaia

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57%, para o ensino fundamental incompleto. Uma alternativa na minimizao da baixa escolaridade entre os pescadores artesanais seria o modelo da Escola de Pesca e aqicultura em Belm do Par, onde os alunos alm de terem aulas normais fazem uma interface com a questo da pesca e da aqicultura, agregando valor ao pescado, valorizando a profisso e tornando-se assim um pescador mais consciente da sua relao com meio ambiente. Essa baixa escolaridade pode ser explicada pela dedicao que a pesca artesanal exige, segundo Silva et. al. (2007), o pescador ocupa seu tempo entre a pescaria, a confeco dos apetrechos de pesca e a comercializao do que capturado.

Grau de Escolaridade

2% 73% 22% 3%

2 Grau completo Sem Estudo Formal

1 Grau Completo 1 Grau Incompleto

Figura 08 - Percentual representativo do grau de escolaridade no Municpio de Marab PA.

De acordo com os dados relacionados idade pode-se observar que a atividade pesqueira tem sido exercida por vrias geraes. Dentre a faixa etria que mais se destaca de 30 a 49 anos com 39% dos entrevistados seguido de 38% da faixa etria de 50 a 60 anos, e apenas 6% entre 17 e 29 anos (Figura 09). Pode-se

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observar que entre os mais jovens a atividade pesqueira j no exercida com intensidade. Devido fiscalizao contra o trabalho infantil ser mais intensa nas ltimas dcadas e os incentivos do governo, tais como bolsa escola, propuseram esses jovens a acessibilidade a escola, conseqentemente capacitando-os ao mercado de trabalho formal, contudo ainda pode-se observar que o conhecimento sobre o ambiente relacionado pesca e o comportamento dos peixes adquirido pelos pescadores artesanais ao logo do tempo ainda transmitido de gerao a gerao, mesmo em menor escala. Silva et. al. (2007) na sua pesquisa sobre a caracterizao socioeconmica dos pescadores artesanais no municpio de Conceio do Araguaia, observou que a atividade pesqueira exercida principalmente por pessoas acima de 36 anos.

Idade2% 6% 39% 13% 38%

71 - 90 anos 30 - 49 anos

17 - 29 anos 50 - 60 anos

61 - 70 anos

Figura 09 Idade dos pescadores artesanais no Municpio de Marab PA.

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Considerando a moradia, 82% possuem casa prpria, 65% residindo prximo ao local de trabalho, sendo que a construo 47% feita de alvenaria e 46% de Tbua. O tipo de telhado 81% de barro e 9% de palha, o piso 60% de cimento e apenas 8% de tabua, as casas 70% possuem sanitrio, mas em nenhuma residncia foi constatado fossa sptica, 62% dos entrevistados no possui nenhum tipo de fossa e 38% possuem fossa negra (Tabela 01), esses dados corroboram com Santos (2005) e Almeida et. al. (2008), em sua pesquisa nos municpios de Augusto Corra, Bragana, Curu, Maracan, So Joo de Pirabas e Viseu, todos localizados no Nordeste Paraense, Gonalves et. al. (2008) relata as condies precrias de moradia dos pescadores artesanais de Mocajuba e Igarap Miri, no Estado do Par, porm afirma que na regio bragantina na Vila de Pescadores de Ajuruteua a situao comea a mudar j se constata luz eltrica e gua encanada, Almeida et. al. (2008) relata que em Marab a maioria possui a fossa rudimentar e outra importante parte no possui banheiro. Durante a pesquisa verificou-se que a maioria dos pescadores entrevistados mora em reas alagadias que no perodo de cheias precisam sair de suas casas, pois estas ficam submersas, procurando abrigos pblicos, onde as condies de higiene so mnimas. Essas informaes esto em consonncia com Pereira et. al.(2006), pois, na regio bragantina a situao tambm no fcil aos pescadores da Vila de Pescadores localizada margem direita do rio Caet no nordeste do Estado, l as casas so todas de madeira e por serem construdas sobre campos de dunas, medida que o vento muda a direo das dunas esses pescadores precisam desmontar suas casas e novamente constru-las no sentido contrrio a formao das dunas.

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Tabela 1 Dados Relacionados Moradia dos Entrevistados no Municpio de Marab Pa.

Fonte: dados da pesquisa

Da renda mensal conseguida com a comercializao do pescado capturado na pesca artesanal no municpio de Marab 71% dos entrevistados respondeu que no suficiente para o sustento familiar (figura 10). Essa insuficincia na renda obtida atravs da pesca artesanal pode ser considerada pela ausncia de agregao de valor ao produto, a qual poderia ser feita pelo beneficiamento do pescado conforme Garcez & Botero (2005).

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Figura 10 Renda com a pesca artesanal suficiente para o sustento familiar no municpio de Marab PA.

Na figura 11 pode-se observar que 88% dos pescadores artesanais entrevistados dizem que a renda mensal da famlia est entre 1-4 salrios mnimos, de acordo com Garcez & Botero (2005), essa baixa renda do pescador se deve, em parte, complexidade da cadeia produtiva, o que poderia amenizar esses baixos salrios seria a quebra da dependncia do intermedirio encurtando a cadeia produtiva, pois, o intermedirio surge como fornecedor dos recursos para o pescador, criando assim um vnculo de dependncia e explorao.

Renda Mensal da Familia

1%

11%

88%

Outros

Sem Resposta

1-4 Salrios

Figura 11 Renda mensal da famlia dos pescadores artesanais do municpio de Marab PA.

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Mesmo a renda da pesca no sendo suficiente para o sustento da famlia, verificou-se que 65% dos entrevistados tm na pesca a nica atividade rentvel, e fora do setor pesqueiro, os pescadores citadinos e suas famlias procuram atividades informais tais como ajudantes de pedreiro e outros 11%, e na agricultura/pecuria 8% (figura 12), em consonncia com Santos (2005); que constatou que no Nordeste Paraense 50% dos pescadores entrevistados no obtm nenhum tipo de renda complementar. Esses pescadores que tem na agricultura/pecuria uma alternativa de renda so caracterizados como pescador agricultor e dedicam-se a essa atividade com maior intensidade na poca do defeso. Juras et. al. (2004), constatou que os pescadores a montante da UHE de Tucuru que moram em terra firme plantam culturas anuais (mandioca, arroz, milho e feijo) e culturas perenes (fruteiras) para o consumo familiar, assim como tambm criam aves e sunos no terreiro prximo a casa, contudo o cultivo de peixe em tanques ou redes foi pouqussimo observado, em contrapartida o trecho a jusante da UHE de Tucuru foi detectado com maior intensidade a associao da agricultura/pecuria com a pesca, isso pode ser explicado pelo carter migrante da populao pescadora que atua a montante conforme (Figura 07).

Figura 12 Tipo de renda dos pescadores artesanais no Municpio de Marab PA.

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5.2. Comercializao do Pescado desembarcado no Municpio de Marab

Na cidade de Marab a pesca exclusivamente artesanal de guas interiores e acontece ao longo dos dois rios que cortam a cidade Itacainas e Tocantins/Araguaia. Na anlise dos dados pode-se observar que o pescado desembarcado no municpio por via fluvial oriundo desde a cidade de So Joo do Araguaia at o lago de Tucuru (Figura 13). E de todas as localidades desse percurso, uma que mais se destaca o Lago de Tucuru, 42% dos pescadores entrevistados pescam no lago (Figura 14). O reservatrio localiza-se no Rio Tocantins, na regio central do Sul do Par a cerca de 239 km da cidade de Marab (GOOGLE MAPS, 2009). De acordo com Camargo (2002) o mesmo formou-se depois que a barragem foi fechada em 1984, mudando todo o ambiente de ltico para lntico e toda a dinmica das populaes de peixes e de pescadores. Por estar instalada diretamente sobre o canal principal da bacia de drenagem e numa regio onde a pesca sempre desempenhou papel relevante, a UHE de Tucuru sobressai entre as obras de maior impacto sobre o meio aqutico do Rio Tocantins (SANTOS et. al., 2004). De acordo com Pretere JR et. al. (2004), so cerca de 6.000 pescadores que atuam no lago, oriundos dos municpios do entorno do reservatrio, Juras et. al. (2004) afirma serem cerca de 10.000 pescadores atuando no reservatrio, ficando assim um tanto incerto afirmar quantos pescadores utilizam esse pesqueiro. Cetra (1998) constatou que existem pescadores profissionais barrageiros atuando no lago, esses pescadores so provenientes de outras regies, grupos nmades, que instalam se em acampamentos provisrios e exploram o local at que a produtividade decline. Essa procura pelo lago de Tucuru como pesqueiro depois do represamento do Rio Tocantins de acordo com Camargo (2002) pode ser explicada pela elevao dos estoques pesqueiros de espcies como o mapar (Hypophtalmus marginatus), tucunar (Cichla monoculus), pescada branca (Plagioscion

squamossisimus) e a curimat (Prochilodus nigricans), que so espcies adaptadas a ambientes lnticos. Tornando assim o local um atrativo para os pescadores.

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Figura 13 Mapa da Localizao dos pesqueiros utilizados pelos pescadores artesanais do municpio de Marab FONTE: Google maps

Pesqueiros15%

42%

18% 25%

So Joao do Araguaia Marab

Itupiranga Reservatrio

Figura 14 Localizao dos pesqueiros utilizados pelos pescadores artesanais do municpio de Marab PA.

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Perguntados sobre as principais dificuldades encontradas na profisso 16% dos pescadores artesanais entrevistados no municpio de Marab responderam que as maiores dificuldades so os salrios baixos, seguido da poca do defeso (12%), e os pescadores acabam tendo que procurar outras formas de adquirir renda, 8% dos entrevistados responderam que o seguro defeso tambm uma dificuldade, pois h atraso do governo em pagar o beneficio, com isso o pescador alega ter que pescar para adquirir o sustento familiar, 9% dos pescadores respondeu que o preo atacado/varejo tambm uma das grandes dificuldades encontradas na profisso, dos 55% de outros esto inseridos condies de trabalho, Insumos (gelo, isca e etc), falta de peixe, comercializao, competio do mercado, atravessador, mo-deobra, financiamento, falta de trabalho, falta de segurana, transporte, acesso ao mercado, armao do barco, processamento, fiscalizao e etc. respectivamente (Figura 15).

Dificuldades Enfrentadas na Atividade8% 9%

55%

12%

16%

Seguro Defeso poca de Defeso Outros

Preo Atacado/Varejo Salrios Baixos

Figura 15 Dificuldades enfrentadas na atividade pelos pescadores artesanais do municpio de Marab PA

Pode-se perceber na anlise dos dados que a comercializao da produo (Figura 16) est diretamente ligada com as dificuldades encontradas, 71% dos pescadores entrevistados vendem seu produto direto para o intermedirio, De acordo com Garcez & Botero (2005), os salrios baixos, em parte fazem com que o pescador crie um vinculo com o intermedirio, que financia todo o material necessrio para a captura do pescado, incluindo combustvel ou dinheiro, e essa dvida paga com o produto da pescaria, que amparado pela dependncia gerada,

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o intermedirio paga pouco por quilo da produo. Criando se um ciclo, onde o pescador se tornar dependente da relao. Ainda em relao comercializao (Figura 16) os pescadores relataram que a falta de capital os obriga a negociar com atravessador por que eles no tm meios de armazenar, conservar e transportar o pescado capturado.

Figura 16 Comercializao do pescado capturado no Municpio de Marab

Em Marab o pescado capturado comercializado em peixarias ao longo da cidade e em duas feiras livres, no bairro da folha 28 e no bairro laranjeiras. Os peixes vendidos nessas feiras e na maioria das peixarias so armazenados em caixas de isopor sob nenhuma condio de conservao, pois o gelo utilizado apresenta-se mal distribudo (Figura 17 A e B). De acordo com Souza et. al. (2008) a proporo da distribuio para conservao do pescado de 1:1 (1kg de gelo, para 1 Kg de peixe), e devem ser dispostos nas caixas (gelo peixe gelo), Souza et. al. (2008) encontra situao semelhante no mercado de Manaus no Amazonas.

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40

A

B

Figura 17 Conservao do Pescado na Feira da Folha 28, Municpio de Marab PA. FONTE: BARROS, 2009.

Como pode ser visualizado (Figura 18 A) os vendedores mantm o pescado exposto no balco, sofrendo a ao da temperatura ambiente contribuindo para ao dos microorganismos, Juliano (2007) ressalta que a m conservao do pescado acarreta patognicidades. A eviscerao do pescado efetuada sem estrutura fsica (Figura18 B e C), de acordo com Juliano (2007) os vendedores devem estar uniformizados, com aventais limpos, de cor clara, gorro e rede para cabelo, sapatos fechados, as bancadas tm que ser de ao inoxidvel, limpas e bem conservadas a uma temperatura de at 4C, o lixo deve ser mantido em local adequado e deve ter uma proteo contra insetos e roedores, o que no visualizado nas feiras do municpio em estudo como pode ser atestado na (Figura 18 B e C).

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A

B

C

Figura 18 A - Exposio do pescado comercializado na feira do bairro Laranjeiras; C e D Eviscerao do pescado comercializado na feira do Bairro Laranjeiras. FONTE: BARROS, 2009.

5. 3. Caracterizao das Pescarias

Em Marab existem basicamente trs tipos de embarcaes na pesca artesanal, barco 4%, canoa a remo 15% e a canoa motorizada 81% (Figura 19); essa frota caracterstica da pesca artesanal de guas interiores, esses dados esto em consonncia com Almeida et. al. (2008); Isaac et. al. (2008) quando caracteriza os tipos de embarcaes do municpio de Itupiranga no Sudeste do Par, onde 86% dos pescadores entrevistados utilizam Rabta, e os municpios de Itaituba, Trairo e Aveiro no Estado do Par, respectivamente. De acordo com Isaac et. al. (2008), a canoa a remo possui comprimento mdio de 4,5m e capacidade de estocagem de 220 kg, as rabtas possuem o comprimento mdio de 5m, capacidade de estocagem de 340 kg e utilizam motores com potncia que varia de 3,5 a 5,5hp, os barcos maiores com mdia de 6m de comprimento e capacidade de 1.300 kg, com motores de 9, 11 e 18hp.

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Figura 19 Embarcaes utilizadas nas pescarias artesanais no municpio de Marab.

A

B

C

Figura 20 tipos de embarcaes no municpio de Marab; A Barco; B Rabta (canoa motorizada); C Canoa a remo. FONTE: BARROS, 2009.

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Identificou-se que no municpio de Marab os pescadores artesanais entrevistados, utilizam malhadeira, tarrafa, linha de mo e espinhel (Figura 21), sendo que 30% s usam malhadeira, 60 % utilizam malhadeira associada com os apetrechos citados acima (Figura 22). Os dados acima corroboram com de Isaac et. al.(2008) e Silva et. al. (2007) ao estudar os aparelhos de pesca na Bacia Araguaia/Tocantins e os apetrechos da cidade de Conceio do Araguaia no Par, respectivamente. Segundo o decreto Lei N 2020 de 24 de Janeiro de 2006, as artes de pesca devem De acordo com Silva et. al. (2007), esta variao no uso do aparelho est relacionada com o tipo de ambiente explorado e as espcies alvo de determinadas pescarias. Porm, o uso de redes, no seleciona o peixe e por no selecion-lo ocorre captura de espcies com tamanho inferior ao permitido por lei, alm das que so capturadas ovadas, diferente da linha de mo e do espinhel que selecionam as espcies capturadas, o uso da tarrafa ocorre em ambientes com baixa profundidade e captura espcies caractersticas desse tipo de ecossistema. Das estratgias de pesca utilizada pelos pescadores artesanais do municpio de Marab, a caceia muito utilizada, a serva. Embora o arrasto (amarrador) ser probo por lei alguns pescadores relatam que essa estratgia de pesca muito utilizada principalmente no lago de Tucuru. Cetra (1998) diz que a malhadeira pode ser utilizada de duas maneiras, uma de maneira passiva, que a rede de espera, colocada s margens do rio, e a outra de maneira ativa, conhecida como caceia, onde os pescadores deixam a rede descer o rio presa entre duas canoas.

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A

B

ANZOL ESPINHEL D

C

TARRAFA

MALHADEIRA

Figura 21 Apetrechos de pesca identificados no municpio de Marab FONTE: BARROS, 2009 (Figura A, D); (Figura B, C) ALMEIDA, 2008. .

Apetrechos de Pesca

1% 60% 30% 9%

Outros S Malhadeira

Sem Resposta Associam os Apetrechos

Figura 22 Apetrechos de pesca identificados no municpio de Marab

Das espcies capturadas pelos pescadores artesanais do municpio em estudo (tabela 2), so citadas como preferncia da populao local: tucunar (Cichla

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monoculus e Cichla sp.),

piabanha (Brycon falcatus), jaraqui (Semaprochilodus

brama); e a pescada branca (Plagioscion squamosissimus) e o mapar (Hypophthalmus marginatus) apesar de ser citado como uma das principais espcies capturada no valorizada pela populao do municpio em estudo; dados esses que esto de acordo com Isaac et. al.(2008) ao estudar as espcies capturadas no entorno do reservatrio de Tucuru. O que pode explicar a demanda na captura do mapar (Hypophthalmus marginatus) a grande procura dele por intermedirios para o comrcio de exportao.Tabela 2. Principais espcies capturadas pelos pescadores artesanais do municpio de Marab PA.

Fonte: dados da pesquisa

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Quanto ao rendimento do pescado comercializado ao longo de um ms verificou-se que se apresenta de forma variada, tem-se que levar em considerao o mtodo utilizado e o tempo disponibilizado por cada pescador. 75% captura entre 100 kg a 500 kg mensal; e somente 4% 10 kg a 99 kg mensal (Figura 23). Os dados de Silva et. al. (2007) para o volume comercializado no municpio de Conceio do Araguaia, foram estudados de forma semanal, estimando a captura mensal, pela captura semanal obtida pelo referido autor, onde ele cita que 42% capturam 51 a 100 kg semanal, 50% capturam 20 a 50 kg semanal, e apenas 8% captura 100 kg semanais, conclui-se que Marab maior plo pesqueiro que Conceio do Araguaia. De acordo com relatos de alguns pescadores do municpio de Marab, os recursos pesqueiros esto cada vez mais escassos, as espcies nobres como Tucunar (Cichla monoculus e Cichla sp.) e a Curimat (Prochilodus nigricans), por exemplo, tem sofrido um grande declnio na sua escala de produo tanto com relao ao tamanho como tambm em quantidade. O Rio Tocantins de acordo com sua caracterstica natural constitudo por grandes bancos de areia e por isso no h muitos berrios naturais e a captura na poca do defeso se torna mais favorvel, pois, o tempo que os peixes sobem o rio para reproduo e desova. A declividade do Rio favorece o tipo de pesca por arrasto considerada altamente predatria e bastante utilizada na regio mesmo sendo proibida por lei. Um dos problemas diagnosticados em relao pesca no municpio de Marab, que os pescadores aproveitam o perodo do defeso para praticarem a pesca com arrasto. O que pode ser explicar o fato da quantidade de pescado que capturado mensalmente. Em virtude disso a Prefeitura Municipal de Marab no ano de 2009, atravs da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, acrescentou no Projeto Piracema a etapa de Educao Ambiental de forma continuada ao longo do ano, que em parcerias com outras instituies como: Policia Militar, Corpo de Bombeiro, Eletronorte e IBAMA, visa sensibilizar a comunidade ribeirinha da importncia da preservao dos recursos naturais.

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Volume (kg) comercializado pos ms9% 5% 4%

82%

100 Kg a 500 Kg Acima de 1000 Kg

10 Kg a 99 Kg 501 Kg a 999 Kg

Figura 23 Volume (kg) do pescado comercializado por ms pelos pescadores entrevistados no municpio de Marab

Entre os pescadores h a distino dos peixes de 1 categoria e peixes de 2 categoria, o que definir essa classificao a preferncia do consumidor por determinado pescado e o preo pago por ele, de acordo com os dados levantados na presente pesquisa foi diagnosticado que entre as espcies de primeira comercializao destaca-se o Tucunar (Cichla monoculus e Cichla sp.), seguido do pirarucu (Araipama gigas) e filhote (Brachyplastystoma filamentosum), por apresentarem preo de comercializao entre R$12,00 e R$ 8,00; dentre os peixes de 2 categoria est englobado o Mapar (Hypopthalmus marginatus); com relevante posio na composio do desembarque pesqueiro no municpio, embora o comercio local no aprecie sua carne. A intensa captura do mapar (Hypopthalmus marginatus) explicado, pois, sua produo destinado a exportao (Figura 24). .

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Figura 24 Valor da Primeira comercializao do pescado capturado no municpio de Marab PA.

5.4. Infra estrutura de apoio Pesca De acordo com as informaes prestadas pela colnia Z-30, a entidade possui 1566 pescadores cadastrados na colnia, com uma fbrica de gelo com capacidade de 21 toneladas, onde o gelo produzido em escamas e estocado em cmaras frigorficas (capacidade: 40 toneladas), no possuindo tnel de

congelamento. O pescado comercializado na regio no beneficiado, esses so vendidos de forma inteira ou eviscerado, sendo a nica forma de industrializao o ato de filetagem. O destino da produo consiste em 40% ao mercado interno e 60% ao mercado externo. O transporte se d atravs de barco geleiro e caminho frigorfico. Isaac et. al. (2008), descreve que no municpio de Itaituba existe uma fbrica de gelo com capacidade 3 toneladas dirias para capacidade de produo e 4 toneladas de armazenamento reduzindo em 50% o custo desse insumo. J no caso do municpio de Aveiro o gelo utilizado nas pescarias provm de outros municpios como o de Santarm sendo comercializado por intermedirios.

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As embarcaes so construdas em estaleiros artesanais, localizados s margens do rio, de acordo com informaes do presidente da colnia de Marab, existem dois estaleiros no municpio, mas so os prprios pescadores que consertam suas embarcaes, dados que esto de acordo com os de Isaac et. al. (2008) ao estudar a infra-estrutura de apoio pesca nos municpios de Itaituba e Aveiro.

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6. CONSIDERAES FINAIS

A pesca artesanal continua a cumprir importantes funes na economia paraense, constituindo-se no segmento do setor pesqueiro, que tem contribudo decisivamente para manter o Estado do Par como o maior produtor de pescado proveniente da pesca extrativista no pas. Alm de ser uma das principais fontes de ocupao de mo-de-obra, alimentos e renda para um grande contingente da populao local, particularmente no meio rural. Ao largo dessa importncia emergem inmeros problemas que tm dificultado o desenvolvimento da atividade. O nvel de organizao social dos pescadores precisa ser fortalecido. No municpio de Marab embora muitos pescadores estejam registrados na Colnia Pescadores, a sua participao no tem sido efetiva, se reduzindo apenas ida em reunies de forma espordica. Os resultados apontam que no mbito socioeconmico o municpio apresenta uma organizao social incipiente e de baixo poder aquisitivo dos pescadores. De um modo geral, a pesca artesanal no municpio emprega pessoas com pouca qualificao e com grau de escolaridade inferior ao restante da populao. Outro aspecto de grande relevo a gesto dos recursos pesqueiros. Nas entrevistas realizadas, foram apresentados argumentos comuns mostrando que a pesca predatria praticada vrios pescadores, conseqentemente reduz se a disponibilidade de muitas espcies na regio. De forma geral o pescado capturado comercializado inteiro e/ou eviscerado, com raras excees efiletado, repasso direto ao atravessador, consumidor e/ou mercado local. necessrio reconhecer que muitos dos problemas socioeconmicos que afligem as comunidades de pescadores artesanais em Marab encontram muitas de suas razes na m gesto dos recursos pesqueiros.

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7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ALMEIDA, Oriana; RIVEIRO, Sergio; NATHAN, Vogt; MCGRATH, David; PERDIGO, Patrcia; Diagnstico, Tendncia, Potencial e Polticas Pblicas para o Desenvolvimento da Pesca de Subsistncia; Vol. 3 de 7; In: Diagnstico da Pesca e da Aqicultura no Estado do Par; Belm PA, 2008. ARAJO, R. S de. O pescado como alimento em Marab PA. Monografia de Concluso de Curso. Curso de Tecnologia Agroindustrial/Alimentos. UEPA. Marab. 2005. BARTHEM, Ronaldo Borges; FABR, Nidia Noemi; Biologia e Diversidade dos Recursos Pesqueiros da Amaznia; in: A Pesca e os Recursos Pesqueiros na Amaznia Brasileira; org: Mauro Luis Ruffino; IBAMA; PROVARZEA; Manaus AM; 2004. BATISTA, Vandick da Silva; ISAAC, Victria Judith; VIANA, Joo Paulo; Explorao e Manejo dos Recursos Pesqueiros na Amaznia; in: A Pesca e os Recursos Pesqueiros na Amaznia Brasileira; Org: Mauro Luis Ruffino; IBAMA, PROVARZEA; Manaus- AM; 2004. CAMARGO, Serguei Aily Franco; Pesca Profissional, Dilemas e conflitos no Reservatrio da UHE- Tucuru, PA, Jaboticabal, So Paulo; 2002.

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Lei

N

6.167,

de

07

Dezembro

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In: em

http://www.pescabrasil.com.br/Legislacao/Lei_6167_1998.pdf 30/11/2009

PEREIRA, Luci Cajueiro Carneiro; FILHO, Pedro Walfir m. Souza; RIBEIRO, marcilenia de Jesus silva; PINHEIRO, Samara Cristina campelo; NUNES, Zlia Maria Pimentel; COSTA, Rauquirio Marinho da Costa; Dinmica scio ambiental na Vila dos Pescadores (Amaznia Oriental, Par, Brasil); 2006, editora UFPR.

PRETERE JR, Miguel; CAMARGO, Serguei Aily Franco de; Analise de risco aplicada ao manejo precaucionrio das pescarias artesanais na regio do reservatrio da UHE de Tucurui (Par, Brasil); 2004. RAMIREZ, Milena de Sousa; Etonoconhecimento caiara e uso dos recursos pesqueiros por pescadores artesanais e esportivos no vale do Ribeira; 2004. RELATRIO FINAL DA FASE DE ESCOPO, Usina Hidreltrica de Tucuru (Brasil), Estudo de Caso Brasileiro, UHE Tucuru, In: Comisso Mundial de Barragens, Agosto de 1999. SANTOS, Geraldo Mendes dos; MRONA, Bernad de; JURAS, Anastcio Afonso; JGU, Michel; Peixes do Baixo Tocantins: 20 anos depois da Usina Hidreltrica de Tucuru; ELETRONORTE; Braslia DF; 2004. SANTOS, Marcos Antnio Souza dos; Anlise Socioeconmica da Pesca Artesanal Paraense, Ribeiro Preto, 2005. SEPOF (SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO, ORAMENTO E FINANAS), 2008. Estatstica Municipal, Par. Disponvel em www.sepof.pa.gov.br. Acessado em 28 julho de 2009. SILVA, Bianca Bentes da; Diagnostico da Pesca no Litoral Paraense, 138p. Dissertao (Mestrado), Museu Paraense Emilio Goeldi Universidade Federal do Par; Belm, 2004. SILVA, Idelma santiago da; Migrao e Regionalizao a (Re)Fundio de Territrios e a Etnizao de Migrantes Maranheses no Sudeste do Par, 2008.

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SILVA, Maurizete da Cruz; OLIVEIRA, Ado Sales de; NUNES, Gleybison Queiroz, A Caracterizao scioeconmica da pesca artesanal no municpio de conceio do Araguaia; 2007.

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ANEXO 01 PEIXES COMERCIALIZADOS NO MUNICPIO DE MARAB - PA

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Famlia: Anostomidae Nome cientifico: Leporinus affinis (Gnther, 1864) Nome popular: Piau flamengo. FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Anostomidae Nome cientifico: Schizodon vitatum (Valenciennes, 1850) Nome popular: Aracu pororoca FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Anostomidae Nome cientifico: Anostomoides laticeps (Eigenmann, 1912) Nome popular: Piau cabea gorda FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Characidae Nome cientifico: Brycon falcatus , (Mller & Troschel, 1844) Nome popular: Piabanha FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Characidae Nome cientifico: Prochilodus nigricans (Agassiz, 1829) Nome popular: Curimat FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Characidae Nome cientifico: Myles torquatus (Kner, 1858) Nome popular: Pacu - branco FONTE: Eletronorte; 2004

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Famlia: Characidae Nome cientifico: Pygocentrus nattereri (Kner, 1858) Nome popular: Piranha - Caju FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Characidae Nome cientifico: Mylesinus paucisquamatus (Jgu & Santos 1988) Nome popular: Pacu dente - seco FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Characidae Nome cientifico: Mylossoma duriventre (Cuvier, 1818) Nome popular: Pacu manteiga FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Characidae Nome cientifico: Piaractus brachypomus (Cuvier,, 1818) Nome popular: Caranha FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Characidae Nome cientifico: Serrasalmus eigenmanni (Norman, 1929) Nome popular: Piranha Branca FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Characidae Nome cientifico: Serrasalmus maculatus (Kner, 1858) Nome popular: Piranha Roxa FONTE: Eletronorte; 2004

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Famlia: Characidae Nome cientifico: Serrasalmus rhombeus (Linnaeus, 1766) Nome popular: Piranha preta FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Characidae Nome cientifico: Triportheus elongatus (Gnthe;r1864) Nome popular: Sardinha comprida FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Characidae Nome cientifico: Triportheus trifurcatus (Castelnau,1855) Nome popular: Sardinha papuda FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Prochilodontidae Nome cientifico: Semaprochilodus brama (Valenciennes, 1850) Nome popular: Jaraqui FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Chilodontidae Nome cientifico: Psectrogaster amaznica (Eigenmann & Eigenmann, 1889) Nome popular: Branquinha comum FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Cynodontidae Nome cientifico: Hydrolycus tatauaia (Toledo Piza, Menezes & Santos, 1999) Nome popular: Cachorra FONTE: Eletronorte; 2004

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Famlia: Cichlidae Nome cientifico: Biotodoma cupido (Heckel, 1840) Nome popular: Car FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Cichlidae Nome cientifico: Caquetaia spectabilis (Steindachner, 1875) Nome popular: Car bicudo FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Cichlidae Nome cientifico: Astronotus ocellatus (Agassiz, 1831) Nome popular: acar - a FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia:Cichlidae Nome cientifico:Aequidens tetramerus (Heckel, 1840) Nome popular: car FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Cichlidae Nome cientifico: Chaetobranchus flavescens (Heckel, 1840) Nome popular: Acar Prata FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Cichlidae Nome cientifico: Cichla monoculus (Spix & Agassiz, 1831) Nome popular: Tucunar comum. FONTE: Eletronorte; 2004

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Famlia:Cichlidae Nome cientifico:Cichla sp Nome popular: car FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia:Cichlidae Nome cientifico:Geophagus proximus (Castelnau, 1855) Nome popular: acar-tinga FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia:Cichlidae Nome cientifico:Retroculus lapidifer (Castelnau, 1855) Nome popular: acar-bicudo FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia:Cichlidae Nome cientifico:Satanoperca acuticeps (Heckel, 1840) Nome popular: acar-ber FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia:Sciaenidae Nome cientifico:Plasgioscion squamosissimus (Heckel, 1840) Nome popular: Pescada -Branca FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia:Auchenipteridae Nome cientifico:Ageneiosus brevifilis (Valenciennes, 1840) Nome popular: Mandub FONTE: Eletronorte; 2004

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Famlia:Locaricariidae Nome cientifico:Hypostomus emarginatus (Valenciennes, 1840) Nome popular: Acari -Chicote FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia:Locaricariidae Nome cientifico:Hypostomus plecostomus (Linnaeus, 1758) Nome popular: acari- bod FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia:Pimelodidae Nome cientifico:Brachyplatystoma rousseauxii (Castelnau, 1855) Nome popular: Dourada FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia:Pimelodidae Nome cientifico: Brachyplatystoma filamentosum (Lichetenstein, 1819) Nome popular: Filhote FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia:Pimelodidae Nome cientifico:Hypophthalmus marginatus (Valenciennes, 1840) Nome popular: Mapar FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia:Pimelodidae Nome cientifico:Phractocephalus hemiolopterus (Bloch & Schneidr, 1801) Nome popular: Pirarara FONTE: Eletronorte; 2004

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Famlia: Pimelodidae Nome cientifico: Pimelodina flavipinnis (Steindachner, 1877) Nome popular: Mandi Moela FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Pimelodidae Nome cientifico: Pinirampus pirinampu (Spix & Agassiz, 1829) Nome popular: Barbado FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Pimelodidae Nome cientifico: Pseudoplatystoma fasciatum (Linnaeus, 1766) Nome popular: Surubim FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Pimelodidae Nome cientifico: Propimelodus eigenmanni (van der Stigchel, 1946) Nome popular: Mandi branco FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Pimelodidae Nome cientifico: Zungaru zungaru (Humboldt, 1821) Nome popular: Ja FONTE: Eletronorte; 2004

Famlia: Osteoglossidae Nome cientifico: Osteoglossum bicirrhosum (Cuvier, 1829)) Nome popular: Aruan FONTE: Eletronorte; 2004

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ANEXO 02 FORMULRIO DA CARACTERIZAO DOS LOCAIS DE DESEMBARQUE

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Macro-zoneamento Ecolgico EconmicoUNIVERSIDADE DO ESTADO DO PAR - UEPA

CARACTERIZAO DOS LOCAIS DE DESEMBARQUEPosio: Latitude: _________________________ Longitude: _________________________ Estado:____________________________ Municpio:_____________________________________ Meios de Acesso ao Municpio: Fluvial ______ Rodovirio ______ Areo Outro ____________ Local de desembarque:____________________Populao ___________ No. Domiclios_________ Meios de Acesso ao Local: Fluvial Infra-estrutura urbana existente: Energia Eltrica: Forma de gerao: _____________________________________________ Funcionamento/horas/dia_________ Domiclios atendidos: ___________ Entraves: _____________________________________________________ Abastecimento dgua: Sistema de captao: Poo Bombeamento do Rio Sistema de distribuio: Comprimento: ________ N domiclios: ____ Capacidade de reserva: ______________________________________ Entraves: _________________________________________________ Servio de Sade: Tipos de Unidade: _____________________________________________ Nmero de Leitos: ________ Horrio de funcionamento: _____________ Mo-de-obra existente: _________________________________________ Entraves: ____________________________________________________ Servio Educacional: N de Escolas: ______ Tipos de Ensino: __________ Numero de salas de aula: ________ Alunos matriculados: ________ Horrios de funcionamento: __________________________________ Mo-de-obra existente: ______________________________________ Entraves:__________________________________________________ Sistema virio/drenagem pluvial: C/ revestimento: __________ % estimado ou S/ revestimento: __________ % estimado ou Rodovirio Areo Outro ____________

__________ Km ___________ Km

Tipo de revestimento: ( ) Asfalto ( ) Cimento ( ) Pedra polidrica Outro ( ) qual?__________________________________ Tipo de drenagem: superficial ( ) _____________ Km subterrnea ( ) _____________ Km galerias ( ) _____________ Unidades Servio Telefnico: ( ) Fixo N de beneficirios: __ ( ) Celular ( ) Posto Telefnico Servio Bancrio: ( ) Agncia ( ) Posto de Atendimento ( )

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Bases da economia: Atividade (1): __________________________________________ Referencial (1): __________________________________________ Atividade (2): __________________________________________ Referencial (2): __________________________________________ Atividade (3): ___________________________________________ Referencial (3): __________________________________________ Nmero de Pescadores na Localidade: Total: ________________ Entidades ligadas ao setor pesqueiro no municpio: Entidade Localizao N de associados

Infra-estrutura de Apoio Pesca:Desembarque: Porto ( Trapiche ( Balsa ( Praia ( ) ) ) ) (C) Concreto (C) Concreto (F) Ferro (A) Areia (M) Madeira (M) Madeira (M) Madeira (L ) Lama (C/M) Misto (C/M) Misto (F/M) Misto (P) Pedra ( ) Ruim

Condies de desembarque: ( ) tima Atende a demanda: ( ) Sim

( ) Boa ( ) Regular ( ) No

Fbrica de Glo: N de fbricas: ___________

Capacidade/dia: __________

Escama ( ) Barra ( ) Atende a demanda: ( )Sim ( )No Onde adquirir: ________________________________________ Observao : ________________________________________ Estocagem de Gelo: Cmaras ( ) Quant.: ___________ capacidade: _____________ Silo ( ) Quant.: ___________ capacidade: _____________ Caixa isotrmica ( ) Quant.: ___________ capacidade: _____________ Freezers ( ) Quant.: ___________ capacidade: _____________ Atende a demanda: ( ) Sim ( ) No Tnel de congelamento: ( ) Sim ( ) No Capacidade: __________________________

Estocagem de pescado: Cmara de resfriamento ( ) Quant.:____ Capacidade: ________t Cmara de congelamento ( ) Quant.:____ Capacidade: ________t Caixa isotrmica ( ) Quant.:____ Capacidade: ________t Freezers ( ) Quant.:____ Capacidade: ________t Atende a demanda: ( )Sim ( )No Observao : ________________________________________ Beneficiamento de pescado: ( ) Sim ( ) No Quant. de Fbricas:_________________________________ Mo-de-obra: ________ Cap. de processamento: _______ t/dia Atende a demanda: ( )Sim ( )No Principais espcies beneficiadas: _________________________ Conservao de pescado: Congelamento: _______ % Frio:_______% Salga:_______%

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Comercializao da produo: Formas: Peixes: ( ) Inteiro( ) Eviscerado ( ) Filetado Camaro: ( ) Inteiro ( ) Eviscerado ( ) S/cabea Outros : ( ) qual?____________________________________ Destino da produo: Merc. Interno: _______ % Merc. Externo: _______ % Formas: ( ) Venda a Intermedirio ( ) Venda a frigorfico/indstria ( ) Venda a cooperativa/colnia/associao ( ) Venda direta ao consumidor Transporte da produo: ( ) Barco frigorfico ( ) Barco geleiro ( ) Caminho frigorfico ( ) Veculo c/ caixa trmica ( ) Navio/Conteiner ( ) Avio ( ) Outro: Qual? _______________________________________ Crdito/aviamento: Oficial: _______ % Particular (atravessador): _______ %

Construo Naval: Estaleiros ( ) Quantos:_____ Construo: ______ Reparo/reforma: ______ Carpinteiro naval ( ) Quantos: _________ Mo-de-obra empregada: ( ) Familiar ( ) Contratada eventual ( ) Contratada permanente Material utilizado: ( ) Madeira ( ) Ferro ( ) Fibra ( ) Outro: Qual?________________________

Material de Pesca: Adquirido no Local Adquirido fora da localidade Onde:_____________________________ Combustvel : Adquirido no Local Adquirido fora da localidade Onde:_____________________________ Rancho : Adquirido no Local Adquirido fora da localidade Onde:_____________________________Comentrios/Observaes:___________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________

Coletor de dados:_______________________________ Local/data:__________________________

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ANEXO 03 FORMULRIO DOS PREOS DE PRIMEIRA COMERCIALIZAO

BARROS, V. L. C; Caracterizao da Pesca Artesanal no Municpio de Marab PA.

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Macro-Zoneamento Ecolgico EconmicoUNIVERSIDADE DO ESTADO DO PAR

Preos de Primeira Comercializao

Data ____ / ____ / _____

Localidade ______________________ Municpio___________________________ Posio: Latitude: ________________ Longitude:________________________Preo por Kg Cd. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 12 14 15 16 17 18 19 20 21 Entrevistador: Data: Espcie Pequeno Mdio Grande

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ANEXO 04 FORMULRIO SCIOECONOMICO

BARROS, V. L. C; Caracterizao da Pesca Artesanal no Municpio de Marab PA.

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LEVANTAMENTO DE DADOS SCIOECONMICO DE PESCADORES DA COLONIA Z30 DE MARAB - ESTADO DO PAR UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PAR - UEPA

Entrevistador____________________________________________ Data da coleta de dados: ___/___/___ Posio: Latitude: _________________________ Longitude: _________________________ I - Identificao da rea de pesca 1.1 - Pesqueiro: __________________________________ Municpio:_____________________________ 1.2 - Nome da embarcao: _____________________________ Porto de origem: ____________________ II - Funo ( ) Dono de embarcao ( ) Pescador

( ) Mestre ( ) Cozinheiro

( ) Contra-mestre ( ) Motorista

III Informaes cadastrais 3.1 - Dados Pessoais: 3.1.1 - Nome: ___________________________________________ Apelido: ____________Idade: _____ 3.1.2 - Naturalidade: _____________________________________________________________________ 3.1.3 - Documentao: ( ) RG ( ) CPF ( ) Certido de nascimento ( ) Carteira de pescador 3.1.4 - Estado civil: ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Amigado ( ) Vivo ( ) Desquitado 3.1.5 - Grau de escolaridade:

( ) 1o grau incompleto ( ) 2o grau completo ( ) Especializao3.1.6 - Tempo que reside na localidade:

( ) 1o grau completo ( ) Superior incompleto ( ) Sem estudo formal ( ) 1 - 5 anos ( ) mais de 20 anos ( ) 1 - 5 anos ( ) mais de 20 anos

( ) 2o grau incompleto ( ) Superior completo ( ) 5 - 10 anos ( ) a vida toda ( ) 5 - 10 anos ( ) a vida toda

( ) menos de 1 ano ( ) 10 - 20 anos ( ) menos de 1 ano ( ) 10 - 20 anos3.2 - Migrao: 3.2.1 - Movimento Interestadual: N de Ordem 1o. 2o.

3.1.7 Tempo que trabalha nesta atividade:

De (Municpio/U.F.)

Deslocamento Para (Municpio/U.F.)

OcupaoAno

BARROS, V. L. C; Caracterizao da Pesca Artesanal no Municpio de Marab PA.

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3.3 - Dados sobre a Moradia: 3.3.1 - Tipo de Moradia: ( ) Prpria ( ) Alugada ( ) Emprestada ( ) da Famlia ( ) dos Sogros 3.3.2 Localizao: ( ) Prxima ao local de trabalho ( ) Longe do local de trabalho 3.3.3 - Distncia da moradia at o local de trabalho (km): ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) acima

de 53.3.4 - Tipo de construo: ( ) Taipa ( ) Palha ( ) Tbua ( ) Alvenaria. 3.3.5 - Tipo de telhado: ( ) Barro ( ) Brasilit ( ) Palha ( ) Lona ( ) Cavaco 3.3.6 - Tipo de piso: ( ) Cho Batido ( ) Cimentado ( ) Tbua ( ) Lajotado 3.3.7 - rea construda (m2): ( ) 10 - 20 ( ) 20 - 30 ( ) 30 - 40 ( ) 40 - 50 ( ) acima

de 503.3.8 - Nmero de cmodos: 3.3.8 - Possui sanitrios? 3.3.9 - Possui fossa sptica?

( )1( ) Sim ( ) Sim

( )2

( )3( ) No ( ) No

( )4

( )5

( ) acima de 5

IV - Situao Scio-Econmica da Famlia: 4.1 - Quantas pessoas da famlia trabalham na atividade? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) acima de 4 4.2 - Trabalham quantos dias por semana? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) acima de 5 4.3 - Quanto ganha por ms (salrio mnimo) trabalhando na atividade?

Salrio _________________________________________________________SM Parceria no _________________________________________________________%

mensal: lucro:

4.4 - Na famlia existe outro tipo de renda? ( ) Comrcio ( ) Agricultura/pecuria ( ) Funcionrio pblico ( ) Informal ( ) Empresa privada ( ) Empregado Domstico ( ) outro ( ) No 4.5 - Paga mo-de-obra eventual para fazer a pescaria? ( ) Sim ( ) No 4.6 - Quantos trabalhadores? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) acima de 5 4.7 - Forma de pagamento: ( ) Salrio ( ) Parte ( ) Salrio mais parte 4.8 - Qual a renda total mensal da famlia (salrio mnimo)? ( ) 1- 4 ( ) 4-5 ( ) 5-10 ( ) mais

de 104.9 Comercializao da produo: ( ) Direto com o mercado ( ) Direto com o consumidor ( ) D