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JUCÉLIA KUCHLA VIEIRA CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS Londrina 2006 Universidade Estadual de Londrina

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JUCÉLIA KUCHLA VIEIRA

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS A PARTIR DE

LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

Londrina 2006

Universidade Estadual de Londrina

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (Biblioteca Central - UEM, Maringá – PR., Brasil)

Vieira, Jucélia Kuchla V657c Caracterização da ventilação natural em

protótipos habitacionais a partir de levantamento de dados reais / Jucélia Kuchla Vieira. – Londrina, PR : [s.n.], 2006.

98 f. : il. color. Orientador : Prof. Dr. Miriam Jerônimo Barbosa. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de

Londrina. Curso de Pós-graduação em Engenharia de Edificações e Saneamento, 2006.

1. Movimento do ar - Conforto térmico -

Engenharia - Londrina,PR. 2. Ventilação natural - Conforto ambiental - Arquitetura - Engenharia - Londrina, PR. 3. Ventilação natural - Monitoramento - Engenharia - Londrina,PR. I. Universidade Estadual de Londrina. Curso de Pós-graduação em Engenharia de Edificações e Saneamento. II. Título.

CDD 21.ed.697.92

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JUCÉLIA KUCHLA VIEIRA

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS A PARTIR DE

LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

Trabalho apresentado ao Curso de Pós-graduação em Engenharia de Edificações e Saneamento - Mestrado da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre. Orientadora: Miriam Jerônimo Barbosa.

Londrina 2006

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JUCÉLIA KUCHLA VIEIRA

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS A PARTIR DE

LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

Trabalho apresentado ao Curso de Pós-graduação em Engenharia de Edificações e Saneamento - Mestrado da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre.

COMISSÃO EXAMINADORA

Professora Doutora Miriam Jerônimo Barbosa

Universidade Estadual de Londrina

Professor Doutor Jorge Daniel M. Moura Universidade Estadual de Londrina

Professor Doutor Paulo Fernando Soares Universidade Estadual de Maringá

Londrina, 30 de Janeiro de 2006.

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AGRADECIMENTOS

À minha família, meus pais Reginaldo e Ignes e minhas irmãs Agnes e Josynes, pela

confiança e motivação.

Aos amigos e colegas, pela torcida e vibração nas conquistas.

Ao meu noivo, Walter Cristiano Gealh, pela compreensão e apoio nas horas mais

difíceis.

A Profª Drª Vanderli Marino Melem, pela paciência e grande ajuda na execução

deste trabalho.

A Profª Drª Sandra Cesário, coordenadora deste mestrado, pelo apoio e ajuda em

vários momentos.

A orientadora Profª Drª Miriam Jerônimo Barbosa.

Aos alunos de graduação em engenharia civil Edmilson Beraldi, Fábio dos Santos,

Fabrício Fagotti, Henrique Gomes, Rafael Fujita, Rafael Galdino, Rafael de Oliveira,

Ricardo Kitamura, Rudney Iramina e Ruy Leite Neto, pela ajuda imprescindível na

primeira fase de monitoramento.

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Aos amigos Walter Gealh e Rodrigo Sartori Jabur pela imensa ajuda na segunda

fase de monitoramento.

A Universidade Estadual de Londrina e a CAPES pela viabilização da execução

deste trabalho.

A todos que colaboraram para a realização deste trabalho direta ou indiretamente.

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“Pensar é exercício de alegria entre

variedades de erros, cordilheiras de

dúvidas, oceanos de perplexidade”.

Carlos Drummond de Andrade

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VIEIRA, Jucelia Kuchla. Caracterização da Ventilação Natural em Protótipos Habitacionais a Partir de Levantamento de Dados Reais. 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Edificações e Saneamento) – Universidade Estadual de Londrina.

RESUMO

A presente dissertação trata da caracterização do movimento do ar

sob aspectos determinados a partir de medições locais, no Campus da Universidade Estadual de Londrina. O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade e direção do fluxo de ar no interior e exterior das edificações estudadas. Não foram abordadas projeções a partir de cálculos ou simulação. O monitoramento foi realizado em três protótipos de edificações residenciais de padrão popular construídos com materiais distintos, blocos cerâmicos, concreto celular e blocos de concreto, sendo denominados de protótipos A, B e C, respectivamente. Os dados de velocidade do movimento de ar foram coletados com o equipamento termo-anemômetro manuseado por colaboradores da pesquisa. Os dados de direção foram coletados através da observação de fitas plásticas colocadas nas aberturas, em 10 dias escolhidos aleatoriamente da estação de verão (27 e 28 de janeiro, 02, 05, 12 e 17 de fevereiro e 02, 08, 10 e 15 de março de 2004), com o auxílio de colaboradores treinados para a pesquisa. Neste período os protótipos permaneceram com todas as suas portas e janelas abertas das 9 às 17 horas. Para a verificação do comportamento do entorno foi realizado um monitoramento através de fitas fixadas em caibros a 5 metros de altura, sendo seu monitoramento feito através de observação e preenchimento de planilhas e registros fotográficos. Os dados foram tratados estatisticamente, chegando-se à conclusão de que a velocidade média do ar no interior das edificações cai em torno de 50% do valor da velocidade média do ar encontrados no exterior. Com base nos dados de direção do movimento do ar coletados pode-se afirmar que existe uma direção predominante no exterior dos protótipos, o que não ocorre no interior dos mesmos. Quanto ao comportamento do ar no entorno pode-se constatar que não há uma estabilidade ao nível das edificações térreas.

Palavras-chave: monitoramento, movimento do ar, ventilação natural.

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VIEIRA, Jucelia Kuchla. Characterization of Natural Ventilation in Prototypes from Real Basis Survey. 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Edificações e Saneamento) – Universidade Estadual de Londrina.

ABSTRACT

The present dissertation talk about natural ventilation under aspects determined from local measurements in the Campus at Londrina State University (UEL). The focus is concentrated in basis survey of speed and direction of air movement in interior and exterior of the studing edifications. In this work, the delineation about simulation or calculation weren’t used. The monitoring was carried out in three prototypes of residential buildings which have a popular pattern and were built with distinct materials, done by ceramic blocks, cellular concrete and concrete blocks, named prototypes A, B and C, respectively. Data from the air movement speed were given with the anemotherm air meter appliance by collaborators. Data from the air movement direction were given through observation of the plastic tapes fixed over the openings, on 10 days chosen in the summer (January 27th and 28th, February 02nd, 05th, 12th e 17th and March 02nd, 08th, 10th and 15th of 2004). During this period the prototypes remained with their doors and windows opened from 9 a.m. to 5 p.m. To verify the behavior of the air movement around the buildings was carried out a monitoring using plastic tapes fixed on the rafters 5 meters over the soil, also had been done by observation and the filled in list and photography registers. Data were statistically studied. Therefore, based in these data, the air movement mean speed finded inside the prototypes were 50% less than outside. The air movement direction showed a predominant direction outside of the prototypes and this didn’t happen inside. All around the prototypes the air movement haven’t a stable behavior on the same level of the residencial buildings.

Keywords: monitoring, air movement, natural ventilation.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1: Dados horários de temperatura e umidade relativa do ano de

1996 em Londrina, Paraná, plotados na Carta de Givoni. 22

Figura 2.1: Movimento do ar devido à rotação terrestre. 24

Figura 2.2: Efeito de pilotis. 27

Figura 2.3: Efeito de esquina. 28

Figura 2.4: Efeito de barreira. 28

Figura 2.5: Efeito de Venturi. 28

Figura 2.6: Efeito de canalização. 28

Figura 2.7: Efeito chaminé. 33

Figura 2.8: Distribuição das pressões na ventilação por ação dos ventos. 33

Figura 2.9: Ventilação por ação dos ventos. 34

Figura 2.10: Ventilação unilateral. 35

Figura 2.11: Ventilação cruzada. 35

Figura 2.12: Influência da distância dos obstáculos

com relação ao sentido da ventilação interna. 37

Figura 3.1: Blocos cerâmicos 43

Figura 3.2: Edificação de Blocos Cerâmicos, elevação sul. 44

Figura 3.3: Edificação de Blocos Cerâmicos, elevação leste. 44

Figura 3.4: Edificação de Blocos Cerâmicos, elevação norte. 44

Figura 3.5: Edificação de Blocos Cerâmicos, elevação oeste. 44

Figura 3.6: Edificação de Concreto Celular, elevação sul. 45

Figura 3.7: Edificação de Concreto Celular, elevação leste. 45

Figura 3.8: Edificação de Concreto Celular, elevação norte. 46

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Figura 3.9: Edificação de Concreto Celular, elevação oeste. 46

Figura 3.10: Edificação de Blocos de Concreto, elevação sul. 47

Figura 3.11: Edificação de Blocos de Concreto, elevação leste. 47

Figura 3.12: Edificação de Blocos de Concreto, elevação norte. 47

Figura 3.13: Edificação de Blocos de Concreto, elevação oeste. 47

Figura 3.14: Termo-anemômetro. 48

Figura 3.15: Disposição do equipamento HOBO e das fitas plásticas. 50

Figura 3.16: Planta e esquema do monitoramento de ventilação

realizado na edificação de Blocos Cerâmicos. 51

Figura 3.17: Planta e esquema do monitoramento de ventilação

realizado na edificação de Concreto Celular. 51

Figura 3.18: Planta e esquema do monitoramento de ventilação

realizado na edificação de Blocos de Concreto. 52

Figura 3.19: Fita externa para indicar a direção do

movimento do ar externo. 52

Figura 3.20: Posição dos caibros utilizados no monitoramento

do movimento do ar no entorno das edificações. 53

Figura 3.21: Posição dos caibros utilizados no monitoramento,

vista em direção ao nordeste. 54

Figura 3.22: Posição dos caibros utilizados no monitoramento,

vista em direção ao sul. 54

Figura 4.1: Gráfico de dispersão entre velocidade interna e

externa do vento para o protótipo A. 55

Figura 4.2: Gráfico de dispersão entre velocidade interna e

externa do vento para o protótipo B. 56

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Figura 4.3: Gráfico de dispersão entre velocidade interna e

externa do vento para o protótipo C. 56

Figura 4.4: Direção do vento em cada abertura no

protótipo A (Edificação de Blocos Cerâmicos)

para o dia 05/02/2005. 60

Figura 4.5: Direção do vento em cada abertura no

protótipo B (Edificação de Concreto Celular)

para o dia 05/02/2005. 61

Figura 4.6: Direção do vento em cada abertura no

protótipo C (Edificação de Blocos de Concreto)

para o dia 05/02/2005. 62

Figura 4.7: Direção do vento em cada abertura no

protótipo A (Edificação de Blocos Cerâmicos)

às 13:00 em todos os dias monitorados. 63

Figura 4.8: Direção do vento em cada abertura no

protótipo B (Edificação Concreto Celular)

às 13:05 em todos os dias monitorados. 64

Figura 4.9: Direção do vento em cada abertura no

protótipo B (Edificação de Blocos de Concreto)

às 13:10 em todos os dias monitorados. 65

Figura 4.10: Ocorrência das direções do movimento de

ar no exterior dos protótipos. 68

Figura 4.11: Ocorrência das direções do movimento de

ar no interior dos protótipos. 68

Figura 4.12: Siglas utilizadas para as aberturas da edificação

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de Blocos Cerâmicos (Protótipo A). 69

Figura 4.13: Freqüências das direções do movimento do

ar para JC (Janela da Cozinha) no Protótipo A. 70

Figura 4.14: Freqüências das direções do movimento do ar

para PC (Porta da Cozinha) no Protótipo A. 70

Figura 4.15: Freqüências das direções do movimento do ar

para VC (Vão da Cozinha) no Protótipo A. 70

Figura 4.16: Freqüências das direções do movimento do ar

para PE (Porta de Entrada) no Protótipo A. 70

Figura 4.17: Freqüências das direções do movimento do ar

para JE (Janela de Entrada) no Protótipo A. 70

Figura 4.18: Freqüências das direções do movimento do ar

para JS (Janela da Sala) no Protótipo A. 70

Figura 4.19: Freqüências das direções do movimento do ar

para JL (Janela do Quarto Leste) no Protótipo A. 70

Figura 4.20: Freqüências das direções do movimento do ar

para PL (Porta do Quarto Leste) no Protótipo A. 70

Figura 4.21: Freqüências das direções do movimento do ar

para VH (Vão do Hall) no Protótipo A. 71

Figura 4.22: Freqüências das direções do movimento do ar

para JO (Janela do Quarto Oeste) no Protótipo A. 71

Figura 4.23: Freqüências das direções do movimento do ar

para PO (Porta do Quarto Oeste) no Protótipo A. 71

Figura 4.24: Freqüências das direções do movimento do ar

para JH (Janela do Hall) no Protótipo A. 71

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Figura 4.25: Freqüências das direções do movimento do ar

para JIS (Janela da Instalação Sanitária) no Protótipo A. 71

Figura 4.26: Freqüências das direções do movimento do ar

para PIS (Porta da Instalação Sanitária) no Protótipo A. 71

Figura 4.27: Freqüências das direções do movimento do ar

para PB (Porta do Banho) no Protótipo A. 71

Figura 4.28: Siglas utilizadas para as aberturas da

edificação de Concreto Celular (Protótipo B). 72

Figura 4.29: Freqüências das direções do movimento do ar

para JC (Janela da Cozinha) no Protótipo B. 73

Figura 4.30: Freqüências das direções do movimento do ar

para PC (Porta da Cozinha) no Protótipo B. 73

Figura 4.31: Freqüências das direções do movimento do ar

para VC (Vão da Cozinha) no Protótipo B. 73

Figura 4.32: Freqüências das direções do movimento do ar

para PE (Porta de Entrada) no Protótipo B. 73

Figura 4.33: Freqüências das direções do movimento do ar

para JE (Janela de Entrada) no Protótipo B. 73

Figura 4.34: Freqüências das direções do movimento do ar

para JL (Janela do Quarto Leste) no Protótipo B. 73

Figura 4.35: Freqüências das direções do movimento do ar

para PL (Porta do Quarto Leste) no Protótipo B. 74

Figura 4.36: Freqüências das direções do movimento do ar

para VH (Vão do Hall) no Protótipo B. 74

Figura 4.37: Freqüências das direções do movimento do ar

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para JO (Janela do Quarto Oeste) no Protótipo B. 74

Figura 4.38: Freqüências das direções do movimento do ar

para PO (Porta do Quarto Oeste) no Protótipo B. 74

Figura 4.39: Freqüências das direções do movimento do ar

para JIS (Janela da Instalação Sanitária) no Protótipo B. 74

Figura 4.40: Freqüências das direções do movimento do ar

para PIS (Porta da Instalação Sanitária) no Protótipo B. 74

Figura 4.41: Siglas utilizadas para as aberturas da

edificação de Blocos de Concreto (Protótipo C). 75

Figura 4.42: Freqüências das direções do movimento do ar

para JC (Janela da Cozinha) no Protótipo C. 76

Figura 4.43: Freqüências das direções do movimento do ar

para PC (Porta da Cozinha) no Protótipo C. 76

Figura 4.44: Freqüências das direções do movimento do ar

para VC (Vão da Cozinha) no Protótipo C. 76

Figura 4.45: Freqüências das direções do movimento do ar

para PE (Porta de Entrada) no Protótipo C. 76

Figura 4.46: Freqüências das direções do movimento do ar

para JE (Janela de Entrada) no Protótipo C. 76

Figura 4.47: Freqüências das direções do movimento do ar

para JL (Janela do Quarto Leste) no Protótipo C. 76

Figura 4.48: Freqüências das direções do movimento do ar

para PL (Porta do Quarto Leste) no Protótipo C. 77

Figura 4.49: Freqüências das direções do movimento do ar

para VH (Vão do Hall) no Protótipo C. 77

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Figura 4.50: Freqüências das direções do movimento do ar

para JO (Janela do Quarto Oeste) no Protótipo C. 77

Figura 4.51: Freqüências das direções do movimento do ar

para PO (Porta do Quarto Oeste) no Protótipo C. 77

Figura 4.52: Freqüências das direções do movimento do ar

para JIS (Janela da Instalação Sanitária) no Protótipo C. 77

Figura 4.53: Freqüências das direções do movimento do ar

para PIS (Porta da Instalação Sanitária) no Protótipo C. 77

Figura 4.54: Vista norte dos três protótipos. 78

Figura 4.55: Vista sul dos três protótipos. 79

Figura 4.56: Distanciamento entre os protótipos. 79

Figura 4.57: Relação dos protótipos com o entorno,

mapa parcial do Campus Universitário da UEL. 80

Figura 4.58: Direção do movimento do ar mostrado

pelas fitas plásticas nas extremidades dos

caibros. Pontos, 9, 10, 11, 12, 13 e 14. 81

Figura 4.59: Direção do movimento do ar mostrado

pelas fitas plásticas nas extremidades dos

caibros. Pontos 6, 10, 11, 13 e 14. 82

Figura 4.60: Direção do movimento do ar mostrado

pelas fitas plásticas nas extremidades dos

caibros. Pontos 1, 4, 6, 7, 9 e 12. 83

Figura 4.61: Vista do movimento das fitas plásticas

na elevação sul do protótipo A. 84

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1: Aparente redução de temperatura gerada pela ventilação. 35

Tabela 2.2: Ventilação e seus Efeitos. 36

Tabela 2.3: Resumo dos dados do movimento do ar de 1977 a 2004. 41

Tabela 4.1: Teste Tukey para diferença de médias de

velocidade (m/s) duas a duas. 57

Tabela 4.2: Teste Tukey para diferença de médias internas de cada

protótipo com a média de velocidade externa dos protótipos. 58

Tabela 4.3: Relação das direções do movimento de ar nos

pontos internos e externos do protótipo A. 66

Tabela 4.4: Relação das direções do movimento de ar nos

pontos internos e externos do protótipo B. 67

Tabela 4.5: Relação das direções do movimento de ar nos

pontos internos e externos do protótipo C. 67

Tabela 4.6: Contagem a ocorrência das direções do movimento

de ar para cada abertura da edificação de Blocos

Cerâmicos (Protótipo A). 69

Tabela 4.7: Contagem a ocorrência das direções do movimento

de ar para cada abertura da edificação de Concreto

Celular (Protótipo B). 73

Tabela 4.8: Contagem a ocorrência das direções do movimento

de ar para cada abertura da edificação de Blocos

de Concreto (Protótipo C). 75

Tabela 4.9: Direção do movimento do ar coletada no entorno. 84

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

UEL – Universidade Estadual de Londrina.

IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná.

ABNT – Associação Brasileira de normas Técnicas.

COHAB – Companhia de Habitação.

CFD – Computational Fluid Dynamics.

N – Norte.

S – Sul.

L – Leste.

O – Oeste.

NO – Noroeste.

NE – Nordeste.

SO – Sudoeste.

SE – Sudeste.

JO – Janela do Quarto Oeste.

JL – Janela do Quarto Leste.

PO – Porta do Quarto Oeste.

PL – Porta do Quarto Leste.

JH – Janela do Hall.

VH – Vão do Hall.

JIS – Janela Instalação Sanitária.

PIS – Porta Instalação Sanitária.

PB – Porta do Banho.

JS – Janela da Sala.

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JC – Janela da Cozinha.

PC – Porta da Cozinha.

VC - Vão da Cozinha.

PE – Porta da Entrada.

JE – Janela da Entrada.

m/s – Metros/segundo

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 20

1.1. OBJETIVOS 23

1.1.1. Objetivo Geral 23

1.1.2. Objetivos Específicos 23

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 24

2.1. MOVIMENTO DO AR 24

2.1.1. Aproveitamento do Movimento do Ar para a Ventilação Urbana 26

2.2. VENTILAÇÃO NATURAL 30

2.3. SIMULAÇÃO DA AÇÃO DO MOVIMENTO DO AR EM EDIFICAÇÕES 39

2.4. CARACTERIZAÇÃO DO VENTO EM LONDRINA 41

3. ESTUDO DE CASO 43

3.1. OBJETOS DA PESQUISA 43

3.2. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 47

3.3. MÉTODO 48

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS 55

4.1. RELAÇÃO ENTRE A VELOCIDADE INTERNA E EXTERNA DOS

PROTÓTIPOS. 55

4.2. RELAÇÃO DAS MÉDIAS DE VELOCIDADE INTERNA E

EXTERNA DOS PROTÓTIPOS. 57

4.3. ANÁLISE DAS DIREÇÕES DO MOVIMENTO DE AR. 59

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4.4. CONTAGEM DAS DIREÇÕES EXISTENTES. 66

4.5. ANÁLISE DA DIREÇÃO DO MOVIMENTO DO AR NO

ENTORNO DAS EDIFICAÇÕES. 78

5. DISCUSSÃO 86

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 89

7. SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS 91

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 92

ANEXOS 98

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

20

1. INTRODUÇÃO

Ao longo do tempo, o homem tornou-se um predador do meio

ambiente buscando obter conforto e minimizar seus esforços. A obtenção do

conforto através da utilização de novas tecnologias ocasionou o consumo de

recursos naturais, com conseqüente aumento da poluição, que destrói as

perspectivas de qualidade de vida no futuro.

Hoje a arte de construir parece ter perdido seus princípios, tais

como, a necessidade de acalentar e proteger, sendo ao mesmo tempo funcional,

apresentando, portanto, cuidados acústicos, lumínicos, térmicos e higiênicos,

economizando desta forma energia e, ainda, conseguindo estampar no ambiente a

imagem de quem nele vivia (DRACH e KARAM Filho, 2004).

Com base neste contexto passou-se a desenvolver trabalhos para a

geração de conforto, preocupando-se com a preservação do meio ambiente.

O Novo Código de Ética da Engenharia, da Arquitetura, da Geologia,

da Geografia e da Meteorologia, que entrou em vigor no dia 1º de agosto de 2003,

coloca como deveres no exercício da profissão ante ao meio ambiente o uso de

preceitos do desenvolvimento sustentável, o atendimento aos princípios de

conservação de energia e de minimização dos impactos ambientais e a

consideração de projetos e serviços com diretrizes e disposições concernentes à

preservação e ao desenvolvimento do patrimônio sócio-cultural e ambiental

(PUSCH, 2004).

A ventilação natural tem se apresentado como um fator importante

para o desempenho térmico satisfatório de edificações, principalmente em climas

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

21

quentes, sendo função dos profissionais de arquitetura e engenharia projetarem de

maneira adequada às aberturas das edificações (BITTENCOURT; LOBO, 1999).

Em ambientes naturalmente ventilados o desempenho térmico vai estar diretamente

relacionado às trocas de ar e as características do ambiente construído (DRACH e

KARAM Filho, 2004).

Apesar de sua importância para a obtenção de conforto térmico, os

trabalhos científicos de monitoramento da direção e da velocidade do movimento do

ar no interior e no entorno de edificações encontram-se escassos.

Um bom projeto arquitetônico segundo Adam (2001) deve considerar

as potencialidades do meio natural em que se insere tanto para reduzir o seu

impacto ecológico no momento da construção do edifício, como também em relação

ao seu custo operacional, do ponto de vista econômico e ambiental.

O correto dimensionamento das aberturas de uma edificação

ocasiona uma maior sensação de conforto térmico aos usuários sem a necessidade

do auxílio de condicionamento mecânico do ar, sendo a utilização adequada da

ventilação natural extremamente importante para a economia de energia trazendo

benefícios ao meio ambiente. A construção de edificações adaptadas ao clima local,

seja por meio de materiais, tecnologias ou estratégias arquitetônicas, resulta em

uma diminuição do uso de meio artificiais para a obtenção de conforto (GIVONI,

1991).

Outro fator importante na utilização eficiente da ventilação natural é

a possibilidade de um maior conforto térmico para habitações de interesse social.

Analisando a Carta de Givoni do ano de 1996 para a cidade de

Londrina, Paraná (figura 1.1), observa-se 49,1% de conforto e 50,9% de

desconforto, sendo deste 26,1% por frio e 24,7% por calor. As estratégias para a

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

22

solução do desconforto por calor são ventilação (22,2%), massa térmica para

resfriamento (6,99%), resfriamento evaporativo (8,11%) e ar-condicionado (0,06%) e

para o frio são massa térmica/aquecimento solar (18,8%), aquecimento solar passivo

(5,23%), aquecimento artificial (2,04%) e umidificação (0,55%). Esta análise mostra

a importância da ventilação para a obtenção de conforto no clima da região.

05

10

15

20

25

30

0

5

10

15

20

25

30

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

TBS[°C]

TBU[°C]

W[g

/kg]

UFSC - ECV - LabEEE - NPC

ZONAS:

1

1. Conforto

2

2. Ventilacao

3

3. Resfriamento Evaporativo

4

4. Massa Térmica p/ Resfr.55. Ar Condicionado

6

6. Umidificação

7

7. Massa Térmica/ Aquecimento Solar

8

8. Aquecimento Solar Passivo

9

9. Aquecimento Artificial

1 0

10.Ventilação/ Massa1 111.Vent./ Massa/ Resf. Evap.

1 212.Massa/ Resf. Evap.

Figura 1.1: Dados horários de temperatura e umidade relativa do ano de 1996 em Londrina, Paraná, plotados na Carta de Givoni.

Fonte: Barbosa et al, 1999, p. 23.

A dissertação em questão pretende caracterizar o comportamento

do movimento do ar no Campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL),

Paraná, através de monitoramento em protótipos residenciais de padrão popular

durante a estação de verão, considerando a influência do entorno e da posição das

aberturas.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

23

1.1. OBJETIVOS

1.1.1. Objetivo Geral

O objetivo da pesquisa é traçar o perfil do movimento do ar ao nível do solo

através do monitoramento em protótipos (edificações térreas) construídos no

Campus da Universidade Estadual de Londrina.

1.1.2. Objetivos Específicos

Analisar a direção e a velocidade do movimento do ar para a

caracterização do real comportamento deste ao nível medido, em

protótipos de tamanho real construídos no Campus da Universidade

Estadual de Londrina.

Identificar o comportamento do movimento do ar no entorno dos

protótipos situados no Campus da Universidade Estadual de Londrina,

por meio de monitoramento.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

24

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. MOVIMENTO DO AR

O determinante principal das direções e características do

movimento de ar na superfície da terra é a distribuição sazonal das pressões

atmosféricas. A pressão atmosférica pode ser definida como a força exercida pela

massa de ar existente sobre a superfície. O aquecimento e esfriamento das terras e

mares, o gradiente de temperatura global e o movimento de rotação da Terra,

podem ser fatores que explicam essa variação das pressões (FROTA e SCHIFFER,

2001).

O deslocamento das massas de ar no globo é provocado pela

variação de temperatura. Se a Terra não possuísse o movimento de rotação, o

deslocamento do ar seria constante e ascendente dos pólos para o Equador, mas

este fenômeno provoca um desvio das direções do movimento do ar como mostra a

figura 2.1 (FROTA e SCHIFFER, 2001).

Figura 2.1: Movimento do ar devido à rotação terrestre.

Fonte: FROTA e SCHIFFER, 2001, p. 64.

Trópico de Capricórnio

Trópico de Câncer

Pólo Sul

Pólo Norte Ventos Polares

Ventos de Oeste

Ventos Alíseos de Noroeste

Ventos Alíseos de Sudeste

Ventos de Oeste

Ventos Polares

Frente tropicalEquador

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

25

Os ventos de oeste são originados nas regiões subtropicais e se

deslocam através das regiões subárticas de baixa pressão. Os ventos polares se

formam através das massas de ar frio nas regiões polares e árticas de alta pressão.

Os ventos alíseos originam-se nas regiões subtropicais de alta pressão com latitude

entre 30º e 35º nos dois hemisférios, deslocando-se para noroeste no hemisfério sul

e para sudoeste no hemisfério norte. Os ventos alíseos são os mais importantes

para o Brasil (FROTA e SCHIFFER, 2001).

Como os ventos alíseos sopram das altas pressões tropicais em

direção às baixas pressões subtropicais, formam a chamada faixa de convergência

intertropical, que é caracterizada por chuvas abundantes de tipo convectivo, pois

estes ventos têm origem marítima (MOREIRA, 1994).

No Brasil, os alíseos de sudeste vêm do Anticiclone do Atlântico e do

nordeste do Anticiclone dos Açores. Os ventos polares atingem minimamente o

território brasileiro, pois sua ação fica restrita à parte meridional do país, provocando

quedas de temperatura pouco significativas, embora sua influência seja percebida

pelas chuvas frontais que muitas vezes são precedidas por ventos fortes (MOREIRA,

1994).

Na região que corresponde à junção dos ventos do norte e do sul o

ar se eleva formando-se a frente tropical (figura 2.1). Esta região sofre condições de

brisas muito leves e com direções irregulares ou de calmaria completa (ROMERO,

2000).

A zona entre os trópicos de Câncer e Capricórnio são as de máximo

aquecimento, nesta região o ar se aquece e se expande, diminuindo sua pressão e

deslocando-se verticalmente para as zonas mais frias das camadas superiores,

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

26

porque se torna mais leve. Parte deste ar se desloca para as regiões subtropicais e

parte para o Equador onde o ar é mais frio e mais pesado (ROMERO, 2000).

2.1.1. Aproveitamento do Movimento do Ar para a Ventilação Urbana

O movimento do ar exerce um papel importante nas decisões de

projetos que incluem o planejamento regional porque possuem a capacidade de

acumular, misturar e transportar matérias que podem ser utilizadas para uma boa

qualidade dos ambientes (SARAIVA, SILVA e SILVA, 1997).

O desenho urbano pode canalizar o fluxo de ar, aproveitando o

desejável e evitando o indesejável (LAMBERTS, DUTRA e PEREIRA, 2004). Nas

regiões tropicais o aproveitamento do movimento do ar para a ventilação urbana é

muito importante. As características próprias do vento dominante podem ser

alteradas pelas condições do meio porque o movimento do ar no meio urbano possui

relação direta com as edificações, suas formas, suas dimensões e sua justaposição

(ROMERO, 2000).

Segundo Romero (2000) este fenômeno pode ser controlado através

da otimização dos volumes das edificações, da introdução de vegetação, de

movimentos de terra e do mobiliário urbano. De acordo com Gandemer e Guyot

apud Romero (2000), os principais efeitos aerodinâmicos do vento produzidos sobre

as edificações são:

- Efeito de pilotis (figura 2.2): fenômenos de corrente de ar sob o imóvel. Esta

configuração de edifícios é aconselhável para áreas densamente construídas,

pois através da abertura destes edifícios o vento consegue atingir outros

localizados a sotavento.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

27

- Efeito de esquina (figura 2.3): fenômenos de corrente de ar nos ângulos das

construções. Este efeito deve ser evitado em áreas densamente construídas,

uma vez que é desconfortável aos pedestres.

- Efeito de barreira (figura 2.4): fenômeno de corrente de ar com desvio em

espiral. Ao implantar-se um conjunto de prédios pode ser gerado este

fenômeno impedindo a ventilação dos espaços urbanos.

- Efeito de Venturi (figura 2.5): fenômeno de corrente de ar formando um

coletor dos fluxos criados pelas edificações projetadas em um ângulo aberto

ao vento. As edificações com canto arredondado aumentam este efeito.

- Efeito de canalização (figura 2.6): fenômeno de corrente de ar que flui por um

canal a céu aberto formado pelas edificações. Este canal se forma quando os

espaços construídos apresentam paredes pouco porosas e um espaçamento

igual ou inferior ao espaçamento das construções. Havendo uma porosidade

superior a 5% o canal não existe mais.

Figura 2.2: Efeito de pilotis. Fonte: ROMERO, 2000. p. 92.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

28

Figura 2.3: Efeito de esquina. Fonte: ROMERO, 2000. p. 92.

Figura 2.4: Efeito de barreira. Fonte: ROMERO, 2000. p. 92.

Figura 2.5: Efeito de Venturi. Fonte: ROMERO, 2000. p. 92.

Figura 2.6: Efeito de canalização. Fonte: ROMERO, 2000. p. 92.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

29

Estes efeitos quando indesejáveis podem ser controlados usando os

seguintes princípios (GANDEMER e GUYOT apud ROMERO, 2000):

- Efeito pilotis: pode-se atenuar os efeitos deste fenômeno se os edifícios

procurarem uma orientação paralela ao vento dominante; se a base do

edifício for forrada com vegetação ou construções; se os pilotis forem evitados

de forma contínua ou se os fluxos de ar à beira das construções se dividem,

através do aumento da porosidade do edifício.

- Efeito de esquina: deve-se evitar este efeito em áreas densamente

construídas, contornando o volume da edificação com um elemento ao nível

do solo; contornando o elemento elevado com construções em vários níveis

decrescentes; arredondando os cantos para diminuir o gradiente horizontal

das velocidades médias; prevendo elementos porosos próximos das esquinas

e adensando a vizinhança imediata às esquinas com vegetação ou

edificações baixas.

- Efeito de barreira: estes efeitos podem ser evitados fazendo a justaposição de

construções espaçadas a duas vezes a altura, assim a porosidade será tal

que não se configurará uma barreira ou dotando ortogonalmente as barreiras

de elementos construídos cujos comprimentos sejam duas vezes a altura.

- Efeito de Venturi: este efeito pode ser atenuado com a realização de braços

porosos, que são espaçamentos entre as construções que constituem o

braço, maior que a altura média; com a eliminação da bissetriz da abertura do

coletor, seguindo os ventos dominantes; com a construção de menor altura

possível; com a redução do comprimento dos braços; com o adensamento do

entorno imediato e com o fechamento ou abertura do ângulo de Venturi.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

30

- Efeito de canalização: este efeito pode ser evitado a partir de traçados

urbanos com ruas sob uma incidência compreendida entre 90º e 45º; de

espaçamentos que não definam as ligações entre o tecido urbano; de

afastamentos das construções para introduzir as perdas de carga e de

espaçamentos de largura superior a duas vezes a altura das edificações.

A rugosidade da superfície também influencia o movimento do ar. A

velocidade deste geralmente aumenta com a altitude. A velocidade média do ar na

cidade é menor do que no campo, devido aos obstáculos encontrados (LAMBERTS,

DUTRA e PEREIRA, 2004).

2.2. VENTILAÇÃO NATURAL

Segundo Saraiva, Silva e Silva (1997), a interação entre o

movimento do ar e o desenvolvimento das tarefas humanas está cada dia mais

clara, seja do ponto de vista do seu aproveitamento na geração ou economia de

energia, ou do ponto de vista do conforto e integridade de pessoas que utilizem

espaços físicos abertos ou não.

A ventilação é o processo de fornecimento e remoção de ar de

espaços ocupados por meios mecânicos ou naturais. O objetivo da ventilação é

fornecer ar fresco e remover agentes contaminantes a fim de proporcionar um

ambiente mais confortável, com ar de boa qualidade (GIVONI, 1976; HEISELBERG,

1996; ALLARD, GHIAUS e MANSOURI, 2003). Isto é o que se pode denominar

“ventilação saudável”, devendo esta ser utilizada para qualquer condição climática

(GIVONI, 1976).

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31

Ventilação natural é o deslocamento do ar em um edifício com

aberturas funcionando como pontos de entrada ou saída (FROTA e SCHIFFER,

2001). Este tipo de ventilação é necessário o ano todo sendo, segundo Lamberts,

Ghisi e Papst (2000), suas principais funções:

-Manter o ambiente livre de impurezas e odores indesejáveis, além

de fornecer O2 e reduzir a concentração de CO2;

-Remover o excesso de calor acumulado no interior, produzido por

pessoas ou fontes;

-Resfriar a estrutura do edifício e seus componentes;

-Facilitar as trocas térmicas do corpo humano com o meio;

-Remover o excesso de vapor d’água existente no ar interno

evitando a condensação superficial.

De acordo com Allard, Ghiaus e Mansouri (2003), a ventilação é

essencial para se manter níveis aceitáveis de qualidade no ar respirado e para

remover todo tipo de poluentes, umidade e odores gerados nos edifícios, garantindo

condições de saúde.

Segundo Givoni (1976), a ventilação interna nas edificações é um

dos principais determinantes da saúde humana, do conforto e bem estar. Esta tem

uma ação direta sobre o corpo humano, através do efeito fisiológico do movimento

do ar, e uma ação indireta, através de sua influência na temperatura e umidade no

interior e estrutura da edificação.

A ventilação natural é uma das estratégias bioclimáticas para

edifícios, apresentadas pela carta de Givoni criada em 1969. Esta estratégia é

recomendada para melhorar a sensação térmica quando a temperatura e umidade

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

32

no interior da edificação forem, respectivamente, maiores que 29ºC e 80%

(LAMBERTS, DUTRA e PEREIRA, 2004).

Ao contrário da ventilação para efeito de saúde, a ventilação para

conforto térmico depende das particularidades da temperatura e da pressão de

vapor no entorno das edificações. Quando altas taxas de escoamento estão

envolvidas, o modelo da distribuição da velocidade do fluxo de ar não é homogêneo,

e notadamente há variações desta sobre os espaços da edificação. Por esta razão,

a ventilação deve sempre ser especificada em termos de velocidade do ar,

preferivelmente que em termos de trocas de ar que ocorrem no ambiente, já que não

há uma relação direta entre a quantidade de escoamento de ar e sua velocidade

(GIVONI, 1976). A relação entre a taxa de escoamento e a velocidade do ar

dependem também da geometria do espaço e da localização das aberturas

(GIVONI, 1976; TOLEDO e PEREIRA, 2005a).

As características das estratégias de ventilação podem ser

determinadas pelos seus objetivos, pelos meios a serem usados e pela maneira

como eles são controlados (ROULET apud ALLARD, GHIAUS e MANSOURI, 2003).

A ventilação natural ocorre devido a diferenças de pressão causada

pelo vento (ventilação cruzada) (figura 2.11) ou por diferença de temperatura

(ventilação pelo efeito chaminé) (figura 2.7) que provocam o deslocamento do ar. A

ventilação natural por diferença de temperatura baseia-se na diferença de

temperaturas do ar no interior e no exterior da edificação provocando um

deslocamento de massa da zona de maior pressão para a zona de menor pressão.

Se existirem aberturas com alturas diferentes ocorrerá uma circulação de ar da

abertura inferior para a superior que é chamada de efeito chaminé. Quanto maiores

forem as diferenças entre as temperaturas, a diferença entre a altura de entrada e de

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

33

saída de ar e do tamanho destas aberturas, mais forte será este efeito (LAMBERTS,

GHISI e PAPST, 2000; HERTZ, 2003).

Figura 2.7: Efeito chaminé.

Fonte: LAMBERTS; GHISI; PAPST, 2000, p. 42.

O efeito chaminé não é muito eficiente em edificações térreas e não

deve ser visto como a forma mais eficiente de conforto térmico em climas quentes,

principalmente no verão, pois depende da diferença de temperatura do ar interior e

exterior. Para estes casos deve-se dar maior importância para a ventilação dos

ambientes por efeito do vento (ação dos ventos) (LAMBERTS, GHISI e PAPST,

2000).

Figura 2.8: Distribuição das pressões na ventilação por ação dos ventos. Fonte: FROTA e SCHIFFER, 2001, p. 127.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

34

Figura 2.9: Ventilação por ação dos ventos. Fonte: FROTA e SCHIFFER, 2001, p. 128.

Para a ventilação natural por diferença de pressão causada pelo

vento é necessário que os ambientes sejam cruzados transversalmente pelo fluxo de

ar, este efeito é chamado de ventilação cruzada (LAMBERTS, GHISI e PAPST,

2000). Como a ventilação cruzada faz com que a temperatura interna acompanhe a

variação de temperatura externa, esta não é recomendada para temperaturas

externas superiores a 32ºC, pois os ganhos de calor por convecção tornam esta

estratégia indesejável (LAMBERTS, DUTRA e PEREIRA, 2004). É importante

aproveitar a área de alta pressão como entrada do fluxo de ar e localizar a área de

baixa pressão no lado oposto do edifício para sugar o ar mais quente que sairá pelo

efeito de pressão dos ventos (HERTZ, 2003).

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

35

Figura 2.10: Ventilação unilateral.

Figura 2.11: Ventilação cruzada.

Fonte: OLGYAY apud FROTA e SCHIFFER, 2001, p. 131.

As figuras 2.10 e 2.11 mostram o comportamento do movimento do

ar, comparando edificações com aberturas em lados opostos (ventilação cruzada) e

em apenas um lado (ventilação unilateral).

Segundo Hertz (2003), a ventilação pode produzir uma sensação de

alívio aparente na temperatura, pois o movimento do ar incrementará a perda de

calor do corpo. Este efeito poderá acarretar em uma redução de temperatura

aparente como pode ser visto na tabela 2.1.

Tabela 2.1: Aparente redução de temperatura gerada pela ventilação. VELOCIDADE

m/s EFEITO APARENTE REDUÇÃO DE

TEMPERATURA EM ºC

0,10 Falta de ventilação. 0,00

0,25 Significante só quando as temperaturas são baixas. 0,70

0,50 Refrescante. 1,20

1,00 Confortável, mas sempre o movimento do ar é notado. Limite superior da velocidade do ar durante a noite

2,20

1,50 Limite de velocidade dentro do edifício. 3,30

2,00 Aceitável só sob condições de alta umidade e alta temperatura.

4,20

Fonte: Evans apud Hertz, 2003.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

36

Segundo Hertz (2003), a velocidade do vento é mais importante para

o conforto do que o número de trocas de ar por hora, esta afirmação é corroborada

por Givoni (1976). Para que a velocidade do movimento de ar seja maior, é

necessário que as aberturas de saída possuam um tamanho maior que as de

entrada. Isto contribuirá para a eficácia da ventilação. Outro fator a ser observado é

a presença de obstáculos no interior da edificação, pois as mudanças de direção do

vento reduzem sua velocidade. Os efeitos da ventilação relacionados a sua

velocidade podem ser observados na tabela 2.2.

Tabela 2.2: Ventilação e seus Efeitos. VENTILAÇÃO m/s EFEITO

Até 0,25 Insignificante.

0,25 – 0,50 Agradável.

0,50 – 1,00 Agradável, mas o movimento do ar é sempre notado.

1,00 – 1,50 Incômodo, se em corrente de ar.

Mais de 1,50 Um grande incômodo.

Fonte: Kukreja apud Hertz, 2003.

De acordo com Frota e Schiffer (2001), obstáculos produzidos por

edificações, muros ou vegetação podem inverter o sentido do fluxo de ar no interior

das edificações, modificando as pressões sobre as superfícies externas (figura 2.12).

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

37

Figura 2.12: Influência da distância dos obstáculos com relação ao sentido da ventilação interna.

Fonte: OLGYAY apud FROTA e SCHIFFER, 2001, p. 130.

Nos casos em que as janelas têm pouco acesso a ventilação, podem

ser empregados nas edificações os coletores de vento. Estes coletores são

colocados acima do nível da cobertura para capturar o ar e levá-lo para dentro da

edificação, proporcionando a estas uma melhoria no conforto térmico (BROWN e

DEKAY, 2004).

A ventilação natural depende de diversos fatores que podem ser

fixos ou variáveis (ASSIS e VALADARES, 1995; TOLEDO, 2001):

Fatores fixos:

- Relação entre o entorno e os espaços construídos;

-Posição, tipo e tamanho das aberturas;

- Localização e orientação do edifício em relação aos ventos;

-Características construtivas do edifício.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

38

Fatores variáveis:

-Direção, velocidade e freqüência do vento;

-Diferença de temperatura entre o interior e o exterior do edifício.

Existem vários métodos para o dimensionamento das aberturas que

em geral levam em consideração dados do clima, da situação e localização, da

vizinhança e fatores do edifício como forma, orientação e tipologia. Estes métodos

baseiam-se na área da parede externa como, por exemplo, o Método de Mahoney,

na relação de áreas de abertura de entrada e saída ou na área do piso (TOLEDO,

1999a).

Segundo Toledo (1999b), a bibliografia sobre a ventilação natural se

acha dispersa em publicações científicas ou tecnológicas de diferentes naturezas,

algumas de circulação restrita aos especialistas. Enquanto encontram-se facilmente

livros escritos em inglês, francês, alemão ou russo, que condensam os estudos

teóricos e experimentais sobre a ventilação mecânica e expõem os métodos de

cálculo das instalações e a técnica de seleção de equipamentos.

A ventilação natural pode ser uma estratégia importante para

conseguir a redução do consumo de energia elétrica em regiões de clima tropical no

Brasil, pois nestas há uma significativa parcela de consumo de energia despendida

com a utilização de sistemas mecânicos de climatização (CASTRO, BASTOS e

VIRGONE, 2004).

De acordo com Axley e Emmerich (2002), o resfriamento de

residências através da abertura de portas e janelas é uma estratégia indígena

familiar para todos os climas, na qual faz-se o pré-resfriamento da residência

durante a noite para resolver antecipadamente as condições de desconforto durante

o dia.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

39

2.3. SIMULAÇÃO DA AÇÃO DO MOVIMENTO DO AR EM EDIFICAÇÕES

Podem ser encontrados vários métodos de cálculo e simulação do

fenômeno de ventilação com o objetivo de averiguar o fluxo de ar em recintos

fechados. Estes métodos em sua maioria são cálculos ou programas de simulação

isolados e sem integração ao ambiente de criação dos projetos arquitetônicos

(PRATA et al, 1997).

Krüger e Lamberts (1999), estudaram a ventilação natural em

habitações térreas unifamiliares, como estratégia para melhoria de seu desempenho

térmico em situação de verão, adotando um modelo de uma casa padrão COHAB

(Companhia de Habitação), sendo esta avaliada através de simulações

computacionais a partir dos softwares TRNSYS e AIOLOS. Concluindo que o

software AIOLOS possui a vantagem da identificação imediata da direção

predominante do vento na região considerada.

Toledo (1999a), questionou o critério sugerido pelo “Modelo

IBAM/PROCEL 1997” para o dimensionamento das aberturas e avaliou a sua

aplicação em Maceió, AL. Considerando a velocidade do vento, os coeficientes de

pressão e as resistências nas aberturas de entrada e saída para cinco modelos de

dormitório em várias situações e utilizando-se do programa VENTL.FOR-85, chegou

a conclusão da não adequação dos critérios geométricos adotados, apontando para

a necessidade de consideração de outros fatores para o dimensionamento

satisfatório das aberturas.

Segundo Toledo e Pereira (2003), o comportamento qualitativo e

quantitativo do movimento do ar pode ser observado por meio de simulação

computacional, mas esta ainda é pouco acessível e de difícil utilização aos

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

40

profissionais de engenharia e arquitetura. Entretanto, os métodos de visualização de

escoamentos hidráulicos tradicionais podem constituir em alternativa viável para este

fim, por apresentarem baixo custo e fácil operacionalidade, sendo o equipamento

mesa d’água do LabCon/UFSC, um modelo físico analógico que permite a

visualização instantânea do escoamento do ar no interior e exterior das edificações.

Por outro lado, este equipamento apresenta limitações por só permitir a análise

bidimensional e qualitativa do movimento do ar.

Um experimento realizado por Drori e Ziskind (2004), no qual foram

utilizados monitoramento e simulação de um fluxo de ar induzido para uma

edificação em tamanho real, mostra que o resultado do comportamento da

edificação apresenta-se muito semelhante entre o monitoramento e a simulação com

relação à temperatura e a velocidade do ar, pois tanto na simulação quanto no

monitoramento, a temperatura interna se encontra próxima à temperatura externa e

as velocidades do movimento ar no interior da edificação apresentaram valores

semelhantes.

Drach e Karam Filho (2004), citam que a utilização de modelos

computacionais em ambientes construídos surge da necessidade de trabalhar

situações as mais próximas possíveis da realidade. Para tanto, analisaram casos de

circulação de ar no interior de ambientes construídos, através de um método

estabilizado de elementos finitos com velocidade e pressão variáveis. Situações para

ventos médios moderados também foram analisadas para diferentes configurações

geométricas, modificando a posição das aberturas externas e das divisões internas

da edificação estudada. Através destes estudos, concluíram que pequenas

alterações de projeto, como abrir, fechar ou alterar a posição de vãos, possibilitam

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A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

41

conseguir efeitos que produzem o incremento ou a diminuição da circulação de ar

em um determinado ambiente.

2.4. CARACTERIZAÇÃO DO VENTO EM LONDRINA

Com base em dados cedidos pelo IAPAR (Instituto Agronômico do

Paraná) coletados na estação da cidade de Londrina, com latitude 23,22 S, longitude

51,10 W e altitude 585m, pode-se afirmar que as direções predominantes do

movimento do ar para Londrina são a L (leste), seguida de NE (nordeste) e de SE

(sudeste), como mostram os dados anuais de 1977 a 2004 (tabela 2.3). Em anexo

encontram-se as tabelas dos meses de janeiro, fevereiro, março e novembro, que

foram os meses em que ocorreram os monitoramentos de ventilação (anexos 1, 2, 3

e 4).

Tabela 2.3: Resumo dos dados do movimento do ar de 1977 a 2004.

Km MEDIA PICO MAX % DE HORAS NAS DIRECOES MES ACUMUL. m/s DIR. m/s N NE L SE S SO O NOJAN 6486,3 2,4 SE 33,3 7 20 27 14 4 7 9 7 FEV 5498,2 2,3 O 30,0 7 20 24 15 5 9 10 7 MAR 5984,1 2,2 NE 29,8 5 16 29 18 5 9 9 5 ABR 5883,0 2,3 SO 23,0 5 15 29 18 6 10 9 4 MAI 5609,1 2,1 SO 25,7 6 17 21 17 5 14 12 5 JUN 5229,4 2,0 SO 26,0 8 20 19 14 5 13 13 6 JUL 6260,2 2,3 SO 50,0 8 19 22 14 4 12 12 7 AGO 6458,6 2,4 O 33,7 7 18 24 17 5 12 11 5 SET 7244,5 2,8 NO 28,7 6 17 32 16 5 10 8 4 OUT 7520,1 2,8 O 39,6 6 16 33 16 5 9 8 5 NOV 7198,9 2,8 S 34,4 7 17 32 14 5 9 9 5 DEZ 6853,0 2,6 N 30,5 8 20 29 12 4 8 10 7

Fonte: Dados fornecidos pelo IAPAR.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

42

Na realização do estudo sobre o efeito da ventilação do

desempenho térmico de um protótipo de blocos situado em Londrina, Sassaki et al

(2001), também citam que a direção predominante do vento na região é a leste (L).

O presente trabalho aborda a ventilação natural apenas sob

aspectos determinados a partir de medições locais. Não foram abordadas projeções

a partir de cálculos ou simulação, sendo o foco deste trabalho o levantamento de

dados de velocidade e direção do fluxo de ar no interior e exterior das edificações,

localizadas no Campus da Universidade Estadual de Londrina, estudadas para a

caracterização do movimento do ar.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

43

3. ESTUDO DE CASO

3 . 1 . OBJETOS DA PESQUISA

Para a presente pesquisa foram utilizadas três edificações

construídas no Campus da Universidade Estadual de Londrina com as seguintes

características:

Edificação de Blocos Cerâmicos (figuras 3.2 a 3.5): apresenta uma

área de construção de 48,82 m². O sistema construtivo utilizado foi alvenaria

estrutural de blocos cerâmicos, desenvolvido por Cardoso (1996), com espessura de

13,5 cm (figura 3.1).

Figura 3.1: Blocos cerâmicos.

A cobertura é formada por telhas cerâmicas do tipo romana em duas

águas, sem pintura, e laje pré-moldada de 8 cm de espessura. Esta edificação

possui aberturas em todas as orientações, sendo a maioria das janelas de abrir e

compostas por dois elementos de fechamento, vidro com moldura de madeira na

parte interna e madeira na parte externa e as áreas úmidas apresentam janelas

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A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

44

basculantes de ferro e vidro. As portas, tanto internas quanto externas, são de

madeira. A área total de aberturas corresponde a 20,38 % da área do piso, sendo

esta área calculada considerando-se todas as portas e janelas abertas.

Esta edificação trata-se de um protótipo habitacional para

experimentos, cuja caracterização térmica foi projetada em conformidade com as

recomendações da NBR 15220-3/2005 - “Desempenho térmico de edificações -

Parte 3: zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações

unifamiliares de interesse social”, em vigor a partir de 30 de maio de 2005 (ABNT,

2005).

Figura 3.2: Edificação de Blocos Cerâmicos, elevação sul.

Figura 3.3: Edificação de Blocos Cerâmicos, elevação leste.

Figura 3.4: Edificação de Blocos Cerâmicos, elevação norte.

Figura 3.5: Edificação de Blocos Cerâmicos, elevação oeste.

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45

Edificação de Concreto Celular: construção com área de 45,60 m²

com paredes em concreto celular, rebocada e pintada na cor creme interna e

externamente (figuras 3.6 a 3.9). Possui laje pré-moldada em placas de concreto

com espessura de 5 cm e a cobertura é formada por telhas cerâmicas do tipo

romana em duas águas pintadas na cor creme. Esta edificação não possui aberturas

na fachada oeste, o que prejudica a ventilação. As janelas são de correr compostas

por ferro e vidro e os quartos apresentam veneziana em ferro com aberturas para

ventilação. As janelas das áreas úmidas (cozinha e banheiro) são do tipo basculante

de ferro e vidro. As portas internas desta edificação são de madeira e as externas de

ferro e vidro. A área total de aberturas corresponde a 12,39% da área total de piso ,

sendo esta área calculada considerando-se todas as portas e janelas abertas. A

planta desta unidade é baseada nas edificações construídas no padrão COHAB e é

chamada de Casa 1.0, por possuir caráter popular.

Figura 3.6: Edificação de Concreto Celular, elevação sul.

Figura 3.7: Edificação de Concreto Celular, elevação leste.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

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46

Figura 3.8: Edificação de Concreto Celular, elevação norte.

Figura 3.9: Edificação de Concreto Celular, elevação oeste.

Edificação de Blocos de Concreto (figuras 3.10 a 3.13): construção

com paredes em alvenaria de blocos de concreto com uma área de 42,43 m²,

rebocada apenas internamente e pintada na cor creme interna e externamente. A

cobertura é feita em telhas cerâmicas do tipo romana em duas águas pintadas na

cor creme. Possui laje pré-moldada em placas de concreto com espessura de 5 cm.

Esta edificação, assim como a edificação de concreto celular, não possui aberturas

na fachada oeste. As janelas são do tipo basculantes nas áreas úmidas (cozinha e

banheiro) e de correr nos demais cômodos, apresentando como material

componente o alumínio e o vidro. As portas internas são de madeira e as externas

de ferro do tipo veneziana, com abertura para a entrada de ar. Apresenta uma área

total de aberturas correspondente a 13,74% da área de piso, sendo esta área

calculada considerando-se todas as portas e janelas abertas. Esta edificação é

chamada de Casa 1.0, assim como a edificação de concreto celular, sendo sua

planta baseada no padrão COHAB.

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Figura 3.10: Edificação de Blocos de

Concreto, elevação sul. Figura 3.11: Edificação de Blocos de

Concreto, elevação leste.

Figura 3.12: Edificação de Blocos de Concreto, elevação norte.

Figura 3.13: Edificação de Blocos de Concreto, elevação oeste.

3.2. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

Para o monitoramento foram utilizados dois equipamentos termo-

anemômetro digital de fio quente (figura 3.14). Este aparelho mede a velocidade do

ar em uma escala de 0,00 a 30,00 m/s, com precisão de 0,015 m/s.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

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48

Figura 3.14: Termo-anemômetro

3 . 3 . MÉTODO

As edificações, objetos do estudo, doravante denominadas de

protótipos A (blocos cerâmicos), B (concreto celular) e C (blocos de concreto), foram

monitoradas quanto à direção (norte, noroeste, oeste, sudoeste, sul, sudeste, leste e

nordeste) e velocidade do ar (em m/s) interno e externo, nos dias 27 e 28 de janeiro,

02, 05, 12 e 17 de fevereiro e 02, 08, 10 e 15 de março de 2004. A coleta de dados

de ventilação ocorreu entre 9 e 17 horas dos dias mencionados.

Para a realização da pesquisa foi necessária a elaboração de um

método de monitoramento. Este método, que será descrito a seguir, contou com o

auxílio de alunos de graduação em engenharia civil da Universidade Estadual de

Londrina, colaboradores da pesquisa. Após a elaboração do método, os

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

49

colaboradores foram treinados para a coleta dos dados e, em seguida, realizou-se

um monitoramento piloto para a verificação de sua viabilidade.

A realização do monitoramento nos protótipos foi feita através dos

seguintes passos:

Os dados de direção e velocidade do ar foram coletados durante 10 dias,

escolhidos aleatoriamente, da estação de verão do ano de 2004, das 9 às 17

horas, com intervalos de 60 minutos entre as medições. As informações sobre

as direções foram registradas em planilhas elaboradas pela autora (anexos 5

a 10), com a finalidade de que cada colaborador conseguisse observar as

aberturas integrantes da planilha simultaneamente, uma vez que a direção do

movimento do ar muda freqüentemente. Como não houve a disponibilidade de

vários equipamentos para as coletas das velocidades do movimento do ar,

estas foram feitas em uma unidade de cada vez com um intervalo de 5

minutos entre as medições (protótipo A às 9:00, B às 9:05 e C às 9:10, por

exemplo);

Coletaram-se os dados de velocidade do movimento do ar através do

equipamento termo-anemômetro, com capacidade de leitura de 0 a 30 m/s em

dois pontos, um interno e outro externo para cada protótipo, sendo estas

leituras feitas pelos colaboradores da pesquisa. As coletas foram realizadas

com intervalos de 5 minutos para cada protótipo por não haver equipamentos

disponíveis para a realização simultânea do monitoramento;

Para a coleta dos dados de direção do movimento do ar foram utilizados

elementos leves, fitas plásticas com 2 cm de largura e 1 m de comprimento,

pendurados nos vãos das aberturas (figura 3.15);

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

50

Figura 3.15: Disposição das fitas plásticas.

As figuras 3.16, 3.17 e 3.18 mostram a disposição dos colaboradores para o

monitoramento de ventilação nos protótipos. Os pontos quadrados

representam os responsáveis pela coleta da velocidade do movimento do ar

com o termo-anemômetro, sendo estes posicionados internamente no centro

da sala de cada edificação e externamente no centro da fachada sul. A altura

de coleta dos dados de velocidade do ar foi de 2 (dois) metros para todos os

pontos, para que a presença dos colaboradores não interferisse no fluxo de

ar, uma vez que a edificação foi considerada desabitada. Os pontos circulares

representam as posições dos responsáveis pela verificação da direção do

movimento do ar em cada abertura, através do movimento das fitas plásticas;

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Figura 3.16: Planta e esquema do monitoramento de ventilação realizado no

protótipo de Blocos Cerâmicos.

Figura 3.17: Planta e esquema do monitoramento de ventilação realizado no protótipo de Concreto Celular.

Monitoramento da direção do vento

Monitoramento da velocidade do vento

Monitoramento da direção do vento

Monitoramento da velocidade do vento

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

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Figura 3.18: Planta e esquema do monitoramento de ventilação realizado no protótipo de Blocos de Concreto.

Com o auxílio de uma fita colocada a 5 metros de altura verificou-se a direção

do movimento do ar no entorno (figura 3.19);

Figura 3.19: Fita externa para indicar a direção do movimento do ar externo.

Monitoramento da direção do vento

Monitoramento da velocidade do vento

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A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

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Para caracterizar melhor o entorno das edificações, optou-se pela realização

de um levantamento do comportamento da direção do movimento do ar

através de caibros de 5 metros de altura fixados ao solo com fitas plásticas

colocadas em suas extremidades. Este levantamento foi realizado no dia 11

de novembro de 2005 com a locação de 14 pontos no entorno. A posição de

cada caibro pode ser observada nas figuras 3.20, 3.21 e 3.22;

A leitura das direções do movimento do ar foi feita com o auxílio dos

colaboradores e anotada em planilhas elaboradas pela autora (anexo 11) e

através de meios digitais (máquina fotográfica e filmadora).

13.3010.10

Edificação de Blocos Cerâmicos

Edificação de Concreto Celular

Edificação de Blocos de Concreto

projeção do barracão

12 13 14

9 10 11

876

54

32

1

6,00 6,

00

6,00

6,00

6,00

6,00

7.504.003.00

Figura 3.20: Posição dos caibros utilizados no monitoramento do movimento do

ar no entorno das edificações.

Monitoramento da direção do vento

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

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Figura 3.21: Posição dos caibros utilizados no monitoramento, vista em direção ao nordeste.

Figura 3.22: Posição dos caibros utilizados no monitoramento, vista em direção ao sul.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

55

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1. RELAÇÃO ENTRE A VELOCIDADE INTERNA E EXTERNA DOS

PROTÓTIPOS

Pela análise de correlação entre as velocidades internas e externas

das edificações monitoradas observa-se uma baixa correlação linear entre as

velocidades do vento interna e externa em todos os protótipos (0,06929,

aproximadamente 7% para o protótipo A, 0,06001, aproximadamente 6% para o

protótipo B e 0,13491, aproximadamente 13% para o protótipo C), como pode ser

constatado nos gráficos de dispersão das figuras 4.1, 4.2 e 4.3.

0,010,25

0,490,74

1,001,26

1,511,82

2,142,74

Velocidade Externa (Casa A)

0,005

0,120

0,230

0,340

0,450

0,560

0,680

0,840

0,960

1,070

1,270

Vel

ocid

ade

Inte

rna

(Cas

a A

)

Figura 4.1: Gráfico de dispersão entre velocidade interna e externa do vento para o protótipo A.

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A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

56

0,010,28

0,550,83

1,111,39

1,812,36

2,793,09

Velocidade Externa (Casa B)

0,00

0,06

0,12

0,18

0,24

0,30

0,36

0,42

0,49

0,58

0,65

0,74V

eloc

idad

e In

tern

a (C

asa

B)

Figura 4.2: Gráfico de dispersão entre velocidade interna e externa do vento para o protótipo B.

0,02 0,21 0,40 0,60 0,82 1,01 1,21 1,66 2,22

Velocidade Externa (Casa C)

0,00

0,07

0,14

0,21

0,28

0,35

0,43

0,51

0,60

0,71

0,78

Vel

ocid

ade

Inte

rna

(Cas

a C

)

Figura 4.3: Gráfico de dispersão entre velocidade interna e externa do vento para o

protótipo C.

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A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

57

4.2. RELAÇÃO DAS MÉDIAS DE VELOCIDADE INTERNA E EXTERNA DOS

PROTÓTIPOS

Considerando os dados de velocidade (em m/s) que são: velocidade

interna dos protótipos A, B e C e velocidade externa dos protótipos A, B e C

(designados por A interna, B interna, C interna, A externa, B externa e C externa,

respectivamente) a análise de variância (que compara as médias desses seis

conjuntos de velocidades) acusou a existência de pelo menos uma diferença

significativa entre as médias de velocidades consideradas.

Pelo teste Tukey (teste estatístico para comparações entre pares de

médias), as diferenças significativas existentes podem ser observadas na tabela 4.1

sendo considerada a existência de diferença significativa entre as médias onde

possuir valor menor que 0,05 (5%). Assim, em média, as velocidades internas dos

três protótipos não diferem entre si, também as velocidades externas não diferem

entre si. A velocidade interna do protótipo A não difere significativamente das

velocidades externas dos protótipos B e C.

Tabela 4.1: Teste Tukey para diferença de médias de velocidade (m/s) duas a duas.

Velocidade A interna A externa B interna B externa C interna C externaMédias 0,2384 0,4537 0,1597 0,3497 0,1675 0,3511

A interna - 0,000075 0,649723 0,146943 0,681385 0,137058 A externa - 0,000020 0,243577 0,000020 0,258243 B interna - 0,001113 1,000000 0,000984 B externa - 0,001355 1,000000 C interna - 0,001200 C externa -

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

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Na tentativa de melhorar a interpretação da relação entre as

velocidades internas e externas dos protótipos, e após a constatação de que as

velocidades médias externas não diferem significativamente entre si, optou-se em

realizar a análise de variância considerando apenas uma medida de velocidade

externa, que é uma média entre as três velocidades médias externas dos três

protótipos.

Como a análise de variância acusa pelo menos uma diferença

significativa entre as médias, o teste Tukey (comparações entre pares de médias) foi

realizado novamente e se verifica que a velocidade média externa difere

significativamente das velocidades médias internas da casa A (p-valor1≅ 0,000018),

da casa B (p-valor≅ 0,000008) e da casa C (p-valor≅ 0,000008), sendo a velocidade

média externa superior as velocidades médias internas das casas.

• MÉDIA EXTERNA (ABC) = 0,3848 m/s [(0,4537+0,3497+0,3511)/3=0,3848]

(média das 3 medidas externas, pois pela análise de variância para a variável

velocidade as medidas de velocidades médias externas dos 3 protótipos não

diferem). Na tabela 4.2, diferenças onde os p-valores são menores que 0,05

(5%) são consideradas significativas.

Tabela 4.2: Teste Tukey para diferença de médias internas de cada protótipo com a

média de velocidade externa dos protótipos.

Protótipos Médias A B C E A 0,2384 XXX 0,057644 0,106486 0,000018 B 0,1597 XXX 0,994482 0,000008 C 0,1675 XXX 0,000008 E 0,3848 XXX

______________________________ 1- “Valor associado a uma estatística de teste que indica a probabilidade de um valor tão, ou mais

extremo que o observado, ocorrer apenas por acaso em várias repetições de um experimento” Vieira,

S. Bioestatística: Tópicos Avançados. Ed. Campus, 2003. 212p.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

59

Pela análise de variância para a variável velocidade as medidas de

velocidades médias internas dos 3 protótipos não diferem entre si, podendo-se

calcular a média global do velocidade interna.

• MÉDIA INTERNA (ABC) = 0,1885 [(0,2384+0,1597+0,1675)/3=0,1885]).

Comparando a média global interna (I=0,1885 m/s) com a média

global externa (E=0,3848 m/s) das velocidades do movimento do ar, pode-se afirmar

que I corresponde a 48,% de E, ou seja, a velocidade média do ar no interior dos

protótipos cai aproximadamente 50% em relação à velocidade média externa.

4.3. ANÁLISE DAS DIREÇÕES DO MOVIMENTO DE AR

Para melhor visualizar o comportamento das direções internas e

externas do movimento de ar em cada um dos protótipos foi escolhido,

aleatoriamente, o dia 05/02/2004 entre os dez dias de monitoramento (ver figuras

4.4, 4.5 e 4.6).

Para ilustrar o comportamento das direções do movimento do ar nos

horários dos dias, escolheu-se aleatoriamente o horário intermediário, 13:00 para o

protótipo A, 13:05 para o protótipo B e 13:10 para o protótipo C, para que se

pudesse fazer uma análise das direções do vento observando-se o mesmo horário

para os diferentes dias de monitoramento, como pode ser observado nas figuras 4.7,

4.8 e 4.9. Os horários diferem em 5 minutos de um protótipo para o outro devido ao

número insuficiente de material para a coleta dos dados simultaneamente, visto que

a instituição possui somente dois termo-anemômetros.

Page 63: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

60

Figura 4.4: Direção do vento em cada abertura no protótipo A (Edificação de Blocos Cerâmicopara o dia 05/02/2005.

Page 64: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

61

Figura 4.5: Direção do vento em cada abertura no protótipo B (Edificação de Concreto Celular) para o dia 05/02/2005.

Page 65: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

62

Figura 4.6: Direção do vento em cada abertura no protótipo C (Edificação de Blocos de Concreto) para o dia 05/02/2005.

Page 66: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

63

Figu

ra 4

.7: D

ireçã

o do

ven

to e

m c

ada

aber

tura

no

prot

ótip

o A

(Edi

ficaç

ão d

e B

loco

s C

erâm

icos

) às

13:0

0 em

todo

s os

di

as m

onito

rado

s.

Page 67: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

64

Figu

ra 4

.8: D

ireçã

o do

ven

to e

m c

ada

aber

tura

no

prot

ótip

o B

(Edi

ficaç

ão C

oncr

eto

Cel

ular

) às

13:0

5 em

todo

s os

dia

s m

onito

rado

s.

Page 68: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

65

Figu

ra 4

.9: D

ireçã

o do

ven

to e

m c

ada

aber

tura

no

prot

ótip

o B

(Edi

ficaç

ão d

e B

loco

s de

Con

cret

o) à

s 13

:10

em to

dos

os

dias

mon

itora

dos.

Page 69: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

66

Analisando a direção do movimento do ar para os três protótipos

pode-se afirmar que o comportamento real observado mostra variações constantes

que diferem do comportamento observado em estudos simulados, pois neste estudo

real não é possível se ter um controle das variáveis envolvidas como ocorre em

casos de simulação. O monitoramento em questão levou em consideração o

comportamento tridimensional do movimento do ar, uma vez que seus resultados

foram observados in loco.

4.4. CONTAGEM DAS DIREÇÕES EXISTENTES.

Verifica-se que o vento predominante no ponto externo é o leste (L)

em todos os protótipos, ou seja, o movimento do ar ocorre de leste para oeste. Já as

direções internas variam para os protótipos, no protótipo A as três direções

predominantes são NE, S e SE; no protótipo B as três direções predominantes são

SO, S e O; no protótipo C as três direções predominantes são S, SE e NE (ver

tabelas 4.3, 4.4 e 4.5).

Tabela 4.3: Relação das direções do movimento de ar nos pontos internos e externos do protótipo A.

Protótipo A Externo

Interno O S SO SE L N NO NE Total O 1 1 2 1 5 S 13 7 9 5 15 1 4 4 58

SO 2 2 1 3 2 1 3 14 SE 12 7 8 7 9 1 2 4 50 L 2 1 2 1 7 2 4 19 N 10 1 5 1 13 3 2 7 42

NO 2 1 3 6 NE 12 2 6 5 29 7 1 30 92

Total 52 22 31 24 80 12 12 53 286

Page 70: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

67

Tabela 4.4: Relação das direções do movimento de ar nos pontos internos e externos do protótipo B.

Protótipo B Externo

Interno O S SO SE L N NO NE Total O 3 5 1 4 25 1 1 1 41 S 13 5 11 5 24 1 4 2 65

SO 8 6 7 15 29 3 5 73 SE 8 1 1 2 13 2 4 31 L 8 3 2 11 4 7 35 N 4 1 1 5 1 1 13

NO 2 1 9 3 15 NE 1 1 3 1 1 3 10

Parado 1 2 3 Total 48 18 25 29 121 7 12 26 286

Tabela 4.5: Relação das direções do movimento de ar nos pontos internos e externos do protótipo C.

Protótipo C Externo

Interno O S SO SE L N NO NE Parado Total O 2 1 3 3 5 2 16 S 9 10 4 5 22 1 3 54

SO 1 1 1 4 3 1 1 12 SE 10 7 8 3 19 6 53 L 3 1 9 1 4 18 N 9 3 6 1 18 2 7 46

NO 5 7 2 4 15 1 3 37 NE 9 5 3 17 2 3 8 47

Parado 2 1 3 Total 48 36 28 21 108 8 3 33 1 286

Analisando os resultados das direções do movimento de ar que

foram observadas pelos alunos, por meio das fitas colocadas nas aberturas, pode-se

afirmar que a direção predominante do fluxo externo para todos os protótipos é a

leste (figura 4.10). Mas a direção predominante dos fluxos de ar no interior dos

protótipos é diferente para cada um deles, sendo a direção nordeste predominante

Page 71: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

68

para o protótipo de blocos cerâmicos, a direção sudoeste para o de concreto celular

e a sul para o de blocos de concreto, conforme mostra a figura 4.11.

0

20

40

60

80

100

120

140N

úmer

o de

leitu

ras

em c

ada

dire

ção.

S SE L NE N NO O SO

Parado

Blocos cerâmicos Concreto celular Blocos concreto

Figura 4.10: Ocorrência das direções do movimento de ar no exterior dos protótipos.

0102030405060708090

100

Núm

ero

de le

itura

s em

cad

a di

reçã

o.

S SE L NE N NO O SO

Parado

Blocos cerâmicos Concreto celular Blocos concreto

Figura 4.11: Ocorrência das direções do movimento de ar no interior dos protótipos.

Page 72: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

69

PL

PB

JE

JL

POVH

PIS

JO

JS

PE

VC

JH

JIS

JC

PC

Figura 4.12: Siglas utilizadas para as aberturas da edificação de Blocos Cerâmicos (Protótipo A).

Tabela 4.6: Contagem da ocorrência das direções do movimento de ar para cada abertura da edificação de Blocos Cerâmicos (Protótipo A).

JC PC VC PE JE JS JL PL VH JO PO JH JIS PIS PBL 18 16 23 2 1 25 3 1 9 0 2 29 31 6 3 N 3 3 2 30 33 2 33 41 0 33 24 0 1 10 18

NE 4 4 5 12 6 6 11 2 3 2 3 2 6 22 18 NO 2 10 5 1 0 2 5 8 28 13 23 17 3 10 12 O 30 22 20 1 2 26 1 0 21 0 1 29 44 28 19 P 3 2 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 3 9 4 S 10 5 5 24 33 0 19 27 1 16 18 0 0 0 0

SE 14 16 10 8 11 6 10 6 24 5 18 5 0 0 0 SO 6 12 20 12 4 23 8 4 3 19 1 7 2 5 16

Legenda: JO – Janela do Quarto Oeste. JL – Janela do Quarto Leste. PO – Porta do Quarto Oeste. PL – Porta do Quarto Leste. JH – Janela do Hall. VH – Vão do Hall. JIS – Janela Inst. Sanitária. PIS – Porta Inst. Sanitária. PB – Porta do Banho. JS – Janela da Sala. JC – Janela da Cozinha. PC – Porta da Cozinha. VC - Vão da Cozinha. PE – Porta da Entrada. JE – Janela da Entrada.

Page 73: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

70

L

N NENO

O

P

S

SE

SO

0

5

10

15

20

25

30

35

Residência de Blocos Cerâmicos - JC

Freq

üênc

ia

L

N NE

NO

O

P

S

SE

SO

0

5

10

15

20

25

Residência de Blocos Cerâmicos - PC

Freq

üênc

ia

Figura 4.13: Freqüências das direções do movimento do ar para JC (Janela da

Cozinha) no Protótipo A.

Figura 4.14: Freqüências das direções do movimento do ar para PC (Porta da

Cozinha) no Protótipo A.

L

NNE NO

O

P

S

SE

SO

0

5

10

15

20

25

30

Residência de Blocos Cerâmicos - VC

Freq

üênc

ia

L

N

NE

NO O P

S

SE

SO

0

5

10

15

20

25

30

35

Residência de Blocos Cerâmicos - PE

Freq

üênc

ia

Figura 4.15: Freqüências das direções do movimento do ar para VC (Vão da

Cozinha) no Protótipo A.

Figura 4.16: Freqüências das direções do movimento do ar para PE (Porta de

Entrada) no Protótipo A.

L

N

NE

NOO

P

S

SE

SO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Residência de Blocos Cerâmicos - JE

Freq

üênc

ia

L

NNE

NO

O

P S

SE

SO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Residência de Blocos Cerâmicos - JS

Freq

üênc

ia

Figura 4.17: Freqüências das direções do movimento do ar para JE (Janela de

Entrada) no Protótipo A.

Figura 4.18: Freqüências das direções do movimento do ar para JS (Janela da Sala)

no Protótipo A.

L

N

NE

NOO P

S

SESO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Residência de Blocos Cerâmicos - JL

Freq

üênc

ia

L

N

NE

NO

O P

S

SESO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Residência de Blocos Cerâmicos - PL

Freq

üênc

ia

Figura 4.19: Freqüências das direções do movimento do ar para JL (Janela do

Quarto Leste) no Protótipo A.

Figura 4.20: Freqüências das direções do movimento do ar para PL (Porta do

Quarto Leste) no Protótipo A.

Page 74: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

71

L

NNE

NO

O

P S

SE

SO

0

5

10

15

20

25

30

35

Residência de Blocos Cerâmicos - VH

Freq

üênc

ia

L

N

NE

NO

O P

S

SE

SO

0

5

10

15

20

25

30

35

Residência de Blocos Cerâmicos - JO

Freq

üênc

ia

Figura 4.21: Freqüências das direções do movimento do ar para VH (Vão do Hall)

no Protótipo A.

Figura 4.22: Freqüências das direções do movimento do ar para JO (Janela do

Quarto Oeste) no Protótipo A.

L

N

NE

NO

O P

S SE

SO0

5

10

15

20

25

30

Residência de Blocos Cerâmicos - PO

Freq

üênc

ia

L

NNE

NO

O

P S

SESO

0

5

10

15

20

25

30

35

Residência de Blocos Cerâmicos - JH

Freq

üênc

ia

Figura 4.23: Freqüências das direções do movimento do ar para PO (Porta do

Quarto Oeste) no Protótipo A.

Figura 4.24: Freqüências das direções do movimento do ar para JH (Janela do Hall)

no Protótipo A.

L

NNE

NO

O

PS SE SO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Residência de Blocos Cerâmicos - JIS

Freq

üênc

ia

L

N

NE

NO

O

P

S SE

SO

0

5

10

15

20

25

30

35

Residência de Blocos Cerâmicos - PIS

Freq

üênc

ia

Figura 4.25: Freqüências das direções do movimento do ar para JIS (Janela da Instalação Sanitária) no Protótipo A.

Figura 4.26: Freqüências das direções do movimento do ar para PIS (Porta da Instalação Sanitária) no Protótipo A.

L

N NE

NO

O

P

S SE

SO

0

5

10

15

20

25

Residência de Blocos Cerâmicos - PB

Freq

üênc

ia

Figura 4.27: Freqüências das direções do movimento do ar para PB (Porta do Banho)

no Protótipo A.

Page 75: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

72

A tabela 4.6 e as figuras 4.13 a 4.27 apresentam as direções

predominantes para cada abertura do protótipo A. O vento O (oeste) é predominante

para os pontos JC, PC, JS, JH, JIS, PIS e PB, o vento L (leste) para VC e JH, o

vento N (norte) para PE, JE, JL, PL, JO e PO, o vento NO (noroeste) para VH e o

vento S (sul) para JE. Pode-se perceber que o ponto JE (janela de entrada) possui

duas direções predominantes, a N (norte) que tem coerência com a abertura PE

(porta de entrada, que se encontra na mesma elevação) e a S (sul). Outro ponto de

conflito é o empate na predominância dos ventos L (leste) e O (oeste) para o ponto

JH (janela do hall).

JC

JE

PE

PC

PIS

PL

VH

JO

PO

JL

JIS

Figura 4.28: Siglas utilizadas para as aberturas da edificação de Concreto Celular (Protótipo B).

Legenda: JO – Janela do Quarto Oeste. JL – Janela do Quarto Leste. PO – Porta do Quarto Oeste. PL – Porta do Quarto Leste. VH – Vão do Hall. JIS – Janela Inst. Sanitária. PIS – Porta Inst. Sanitária. JC – Janela da Cozinha. PC – Porta da Cozinha. VC - Vão da Cozinha. PE – Porta da Entrada. JE – Janela da Entrada.

VC

Page 76: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

73

Tabela 4.7: Contagem da ocorrência das direções do movimento de ar para cada abertura da edificação de Concreto Celular (Protótipo B).

JC PC VC PE JE JL PL VH JO PO JIS PIS

L 23 26 38 15 1 9 0 1 0 7 30 11 N 6 5 2 1 17 13 43 47 37 0 2 18

NE 7 14 6 0 11 29 1 8 10 0 0 2 NO 9 5 3 2 6 3 8 3 13 4 11 14 O 17 14 21 61 12 8 5 0 4 46 36 31 P 8 6 4 0 1 2 2 3 0 6 5 9 S 4 6 3 2 18 9 14 25 20 2 0 1

SE 3 5 6 3 5 7 0 1 3 14 1 0 SO 13 9 7 6 19 10 17 2 3 11 5 4

L

N NENO

O

P

S SE

SO

0

5

10

15

20

25

30

Residência de Concreto Monolítico - JC

Freq

üênc

ia

L

N

NE

NO

O

P S SE

SO

0

5

10

15

20

25

30

Residência de Concreto Monolítico - PC

Freq

üênc

ia

Figura 4.29: Freqüências das direções do movimento do ar para JC (Janela da

Cozinha) no Protótipo B.

Figura 4.30: Freqüências das direções do movimento do ar para PC (Porta da

Cozinha) no Protótipo B.

L

NNE

NO

O

P SSE SO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Residência de Concreto Monolítico - VC

Freq

üênc

ia

L

N NE NO

O

P S SESO

-5

5

15

25

35

45

55

65

Residência de Concreto Monolítico - PE

Freq

üênc

ia

Figura 4.31: Freqüências das direções do movimento do ar para VC (Vão da

Cozinha) no Protótipo B.

Figura 4.32: Freqüências das direções do movimento do ar para PE (Porta de

Entrada) no Protótipo B.

L

N

NE

NO

O

P

S

SE

SO

0

5

10

15

20

25

Residência de Concreto Monolítico - JE

Freq

üênc

ia

L

N

NE

NO

O

P

SSE

SO

0

5

10

15

20

25

30

35

Residência de Concreto Monolítico - JL

Freq

üênc

ia

Figura 4.33: Freqüências das direções do movimento do ar para JE (Janela de

Entrada) no Protótipo B.

Figura 4.34: Freqüências das direções do movimento do ar para JL (Janela do

Quarto Leste) no Protótipo B.

Page 77: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

74

L

N

NE

NOO

P

S

SE

SO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Residência de Concreto Monolítico -PL

Freq

üênc

ia

L

N

NENO

OP

S

SE SO0

10

20

30

40

50

Residência de Concreto Monolítico -VH

Freq

üênc

ia

Figura 4.35: Freqüências das direções do movimento do ar para PL (Porta do

Quarto Leste) no Protótipo B.

Figura 4.36: Freqüências das direções do movimento do ar para VH (Vão do Hall)

no Protótipo B.

L

N

NENO

OP

S

SE SO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Residência de Concreto Monolítico -JO

Freq

üênc

ia

L

N NENO

O

PS

SESO

0

10

20

30

40

50

Residência de Concreto Monolítico -PO

Freq

üênc

ia

Figura 4.37: Freqüências das direções do movimento do ar para JO (Janela do

Quarto Oeste) no Protótipo B.

Figura 4.38: Freqüências das direções do movimento do ar para PO (Porta do

Quarto Oeste) no Protótipo B.

L

NNE

NO

O

P

S SE

SO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Residência de Concreto Monolítico - JIS

Freq

üênc

ia

L

N

NE

NO

O

P

S SE

SO

0

5

10

15

20

25

30

35

Residência de Concreto Monolítico - PIS

Freq

üênc

ia

Figura 4.39: Freqüências das direções do movimento do ar para JIS (Janela da Instalação Sanitária) no Protótipo B.

Figura 4.40: Freqüências das direções do movimento do ar para PIS (Porta da Instalação Sanitária) no Protótipo B.

Através da observação da tabela 4.7 e das figuras 4.29 a 4.40 em

relação às direções predominantes do movimento do ar para cada abertura do

protótipo B, pode-se afirmar que o vento O (oeste) é predominante para os pontos

PE, PO, JIS e PIS, o vento L (leste) para PC, JC e VC, o vento N (norte) para PL, VH

e JO, o vento NE (nordeste) para JL e o vento SO (sudeste) para JE.

Page 78: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

75

JE

VC

PEJC

PC

JO

PLVH

PO

PIS JIS

JL

Figura 4.41: Siglas utilizadas para as aberturas da edificação de Blocos de Concreto (Protótipo C).

Tabela 4.8: Contagem da ocorrência das direções do movimento de ar para cada abertura da edificação de Blocos de Concreto (Protótipo C).

JC PC VC PE JE JL PL VH JO PO JIS PIS L 1 20 17 3 0 7 21 2 0 18 54 54 N 35 9 17 31 26 6 0 32 37 0 0 2

NE 5 19 22 13 23 40 38 27 9 3 1 1 NO 11 7 8 8 4 7 2 0 11 5 0 4 O 13 22 14 3 2 15 21 0 3 51 22 13 P 8 3 8 0 0 0 2 2 0 4 12 9 S 13 1 2 15 13 4 1 19 15 2 1 1

SE 3 6 1 10 13 6 0 2 6 2 0 3 SO 1 3 1 7 8 5 5 6 9 5 0 1

Legenda: JO – Janela do Quarto Oeste. JL – Janela do Quarto Leste. PO – Porta do Quarto Oeste. PL – Porta do Quarto Leste. VH – Vão do Hall. JIS – Janela Inst. Sanitária. PIS – Porta Inst. Sanitária. JC – Janela da Cozinha. PC – Porta da Cozinha. VC - Vão da Cozinha. PE – Porta da Entrada. JE – Janela da Entrada.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

76

L

N

NE

NOO

P

S

SESO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Residência de Blocos de Concreto - JC

Freq

üênc

ia

L

N

NE

NO

O

PS

SE

SO

0

5

10

15

20

25

Residência de Blocos de Concreto - PC

Freq

üênc

ia

Figura 4.42: Freqüências das direções do movimento do ar para JC (Janela da

Cozinha) no Protótipo C.

Figura 4.43: Freqüências das direções do movimento do ar para PC (Porta da

Cozinha) no Protótipo C.

L N

NE

NO

O

P

SSE SO

0

5

10

15

20

25

Residência de Blocos de Concreto - VC

Freq

üênc

ia

L

N

NE

NO

OP

S

SESO

0

5

10

15

20

25

30

35

Residência de Blocos de Concreto - PE

Freq

üênc

ia

Figura 4.44: Freqüências das direções do movimento do ar para VC (Vão da

Cozinha) no Protótipo C.

Figura 4.45: Freqüências das direções do movimento do ar para PE (Porta de

Entrada) no Protótipo C.

L

N

NE

NOO

P

S SE

SO

0

5

10

15

20

25

30

Residência de Blocos de Concreto - JE

Freq

üênc

ia

L N

NE

NO

O

PS

SE SO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Residência de Blocos de Concreto - JL

Freq

üênc

ia

Figura 4.46: Freqüências das direções do movimento do ar para JE (Janela de

Entrada) no Protótipo C.

Figura 4.47: Freqüências das direções do movimento do ar para JL (Janela do

Quarto Leste) no Protótipo C.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

77

L

N

NE

NO

O

P S SE

SO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Residência de Blocos de Concreto - PL

Freq

üênc

ia

L

N

NE

NO OP

S

SE

SO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Residência de Blocos de Concreto - VH

Freq

üênc

ia

Figura 4.48: Freqüências das direções do movimento do ar para PL (Porta do

Quarto Leste) no Protótipo C.

Figura 4.49: Freqüências das direções do movimento do ar para VH (Vão do Hall)

no Protótipo C.

L

N

NENO

OP

S

SESO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Residência de Blocos de Concreto - JO

Freq

üênc

ia

L

NNE NO

O

P S SESO

0

10

20

30

40

50

60

Residência de Blocos de Concreto - PO

Freq

üênc

ia

Figura 4.50: Freqüências das direções do movimento do ar para JO (Janela do

Quarto Oeste) no Protótipo C.

Figura 4.51: Freqüências das direções do movimento do ar para PO (Porta do

Quarto Oeste) no Protótipo C.

L

N NE NO

O

P

S SE SO0

10

20

30

40

50

60

Residência de Blocos de Concreto - JIS

Freq

üênc

ia

L

N NENO

OP

S SE SO0

10

20

30

40

50

60

Residência de Blocos de Concreto - PIS

Freq

üênc

ia

Figura 4.52: Freqüências das direções do movimento do ar para JIS (Janela da Instalação Sanitária) no Protótipo C.

Figura 4.53: Freqüências das direções do movimento do ar para PIS (Porta da Instalação Sanitária) no Protótipo C.

Através da observação da tabela 4.8 e das figuras 4.42 a 4.53 em

relação às direções predominantes do movimento do ar para cada abertura do

protótipo C pode-se afirmar que o vento O (oeste) é predominante para os pontos

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

78

PC e PO, o vento L (leste) para JIS e PIS, o vento N (norte) para JC, PE, JE, VH e

JO e o vento NE (nordeste) para VC, JL e PL.

4.5. ANÁLISE DA DIREÇÃO DO MOVIMENTO DO AR NO ENTORNO DAS

EDIFICAÇÕES

A diferença na direção do fluxo interno de ar pode ser explicada pela

influência do entorno, conforme figura 2.12 mostrada anteriormente, uma vez que os

protótipos possuem obstáculos a sua volta, ou pela atuação turbulenta do vento ao

nível medido.

Figura 4.54: Vista norte dos três protótipos.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

79

Figura 4.55: Vista sul dos três protótipos.

Observando-se as figuras 4.54, 4.55 e 4.56, percebe-se que o

protótipo mais favorecido pela ventilação é o protótipo A (blocos cerâmicos) porque

os elementos do seu entorno estão mais afastado se comparados com os outros

Figura 4.56: Distanciamento entre os protótipos.

Protótipo de Blocos de concreto (C)

Protótipo de Concreto Celular (B)

Protótipo de Blocos cerâmicos (A)

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

80

protótipos. A distância entre o protótipo de blocos cerâmicos e o de concreto celular

é de 7,50 m (sete metros e meio), sendo que este está a 4,00 m (quatro metros)

distante do protótipo de blocos de concreto, que por sua vez está a 3,00 m (três

metros) de distância do Laboratório de Desempenho Térmico. Através destas

medidas pode-se perceber que o protótipo mais desfavorecido pela obstrução do

seu entorno é o de blocos de concreto. Esta afirmação pode ser observada no

mapa parcial do Campus da Universidade Estadual de Londrina, na figura 4.57.

Figura 4.57: Relação dos protótipos com o entorno, mapa parcial do Campus Universitário da UEL.

Fonte: http://www.uel.br/proplan/mapa-uel/mapa-uel.swf Organizado: Autora, 2005.

Prot. A Prot. B

Prot. C

N

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

81

Analisando os dados coletados no entorno dos protótipos em

monitoramento realizado em novembro de 2005, pode-se concluir que o

comportamento do movimento do ar não segue padrões, ou seja, as direções

observadas através do movimento das fitas são divergentes, como mostram as

figuras 4.58, 4.59 e 4.60.

Figura 4.58: Direção do movimento do ar mostrado pelas fitas plásticas nas extremidades dos caibros. Pontos 9, 10, 11, 12, 13 e 14.

Na figura 4.58 pode-se observar uma grande diversidade na direção

das fitas. O ponto 9 apresenta um vento SO (sudoeste), no ponto 10 a fita plástica

permanece parada, o ponto 11 apresenta um vento N (norte), o ponto 12 um vento O

(oeste), o ponto 13 um vento NE (nordeste) e o ponto 14 um vento NO (noroeste).

9

10 11 14

13

12

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

82

Figura 4.59: Direção do movimento do ar mostrado pelas fitas plásticas nas extremidades dos caibros. Pontos 6, 10, 11, 13 e 14.

A figura 4.59 mostra outro exemplo da diversidade na direção das

fitas em um mesmo instante. Os pontos 6 e 10 apresentam um vento SO (sudoeste),

no ponto 11 a fita plástica está parada, o ponto 13 apresenta um vento N (norte) e o

ponto 14 um vento O (oeste), no momento em que houve o registro fotográfico.

10 6 11 14

13

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

83

Figura 4.60: Direção do movimento do ar mostrado pelas fitas plásticas nas extremidades dos caibros. Pontos 1, 4, 6, 7, 9 e 12.

A figura 4.60 mostra os pontos 1, 4, 6, 7, 9 e 12. Os pontos 1 e 7

apresentam um vento NE (nordeste), o ponto 4 apresenta um vento SO (sudoeste),

o ponto 6 apresenta um vento L (leste), no ponto 9 a fita plástica está parada e o

ponto 12 um vento N (norte), no momento em que houve o registro fotográfico.

Os dados foram coletados através de levantamento fotográfico,

filmagem e monitoramento através de leituras e preenchimento de planilha, como

explicado anteriormente no método. A tabela 4.9 mostra as direções do movimento

do ar em um intervalo de 5 minutos e 30 segundos de monitoramento. Percebe-se

que a direção do vento apresenta uma grande diversidade entre os pontos e muda

1

4

6 7

9 12

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

84

freqüentemente com o tempo, sendo o monitoramento feito em um intervalo de 30

segundos entre as medições.

Tabela 4.9: Direção do movimento do ar coletada no entorno.

Pontos Horário 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1417:15:00 NE NE O NE P SE SE P SO P O SE SE L 17:15:30 O NE SE N S N SE O L N P SE L S 17:16:00 NE N O NE S L SE NE L S O P SE S 17:16:30 N NE N N S L SE O L P SO S N S 17:17:00 O O N O N L S P SE L NE SE SO S 17:17:30 NE P N O N SO SO N S P NO SE NO NO17:18:00 NE O NE O SE SE SO O N NO O SO SO O 17:18:30 NE O N N NO SE SE N SE SO O P S NO17:19:00 NE NE N NE SE SE P O SE L S SE L S 17:19:30 N N SE N S SE S SO SE SO P SE O P 17:20:00 NE NE O N SE SE SO SO SE SE NO S SE P 17:20:30 O O P N SE S P P SE SO S SE SE SE

Figura 4.61: Vista do movimento das fitas plásticas na elevação sul do protótipo A.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

85

Para enfatizar a mudança do movimento do ar pode-se observar o

comportamento do vento da elevação sul do protótipo A (figura 4.61), pois as fitas

estão sofrendo a ação de um vento S/SO na porta de entrada e de um vento NO na

janela em um mesmo instante de monitoramento.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

86

5. DISCUSSÃO

A caracterização do comportamento do movimento de ar para a

região de Londrina fornece subsídios aos profissionais da área na elaboração de

projetos, pois segundo Toledo e Pereira (2005b), o conhecimento prático destes

profissionais não é suficiente para avaliar a influência da ventilação natural ou, de

acordo com Prata et al (1997), muitas vezes estes profissionais não apresentam a

preocupação com as questões de conforto ambiental, deixando tais avaliações a

fases posteriores no desenvolvimento de um projeto.

Com o intuito de averiguar a influência do movimento do ar em

edificações são utilizados vários métodos de cálculo, modelos físicos analógicos ou

programas de simulação (PRATA et al, 1997; AKUTSU et al, 1998; TOLEDO, 1999a;

TOLEDO e PEREIRA, 2003; CHAO, WAN e LAW, 2004, DRACH e KARAM Filho,

2004; TOLEDO e PEREIRA, 2005a). Estes métodos, modelos ou programas,

apresentam a vantagem de serem uma ferramenta para a análise do movimento do

ar em edificações ainda em fase de projeto, mas apresentam também várias

deficiências, uma vez que as variáveis envolvidas, ao contrário de um caso real,

podem ser controladas.

É importante ressaltar que a ventilação natural não deve ser tratada

de modo genérico por constituir-se em um fenômeno físico complexo. Os modelos

de simulação tendem à simplificação do comportamento das variáveis do movimento

do ar que, conseqüentemente, podem refletir em um desempenho térmico

insatisfatório ou imprevisto para as edificações (TOLEDO, 1999a).

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

87

No monitoramento realizado neste trabalho, observou-se que a

direção externa do movimento do ar predominante para todos os protótipos foi a

leste, apresentando-se de acordo com os dados de direções médias do vento dos

anos de 1977 a 2004 do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) para Londrina e

Sasaki et al (2001).

A direção interna predominante do movimento do ar apresentou-se

diferente em todos os protótipos (prótotipo A, direções NE, S e SE; protótipo B,

direções SO, S e O; protótipo C, direções S, SE e NE) e nenhum acompanhou a

direção do fluxo externo do ar, demonstrando a turbulência do vento no interior das

mesmas, o que difere de Sasaki et al (2001), onde a direção interna do protótipo A

acompanha a direção externa do vento para a estação de verão. Além da influência

do entorno, esta diferença pode ser atribuída às diferenças nos projetos

arquitetônicos entre os protótipos (GIVONI, 1976; DRACH e KARAM Filho, 2004;

TOLEDO e PEREIRA, 2005a).

Considerando-se as médias das velocidades externas e internas,

sendo a maior média a velocidade externa do protótipo A (0,4537 m/s) pode-se

afirmar, de acordo com Szokolay (1999) que as velocidades médias não são

suficientes para proporcionar uma troca de calor satisfatória entre o corpo e o meio.

Segundo Hertz (2003), analisando as velocidades internas nos

protótipos pode-se concluir que a redução aparente de temperatura só será

significante quando as temperaturas forem baixas, devido à baixa média da

velocidade do movimento do ar no interior dos mesmos, podendo seu efeito ser

considerado insignificante.

O monitoramento realizado no entorno das edificações mostrou a

turbulência do movimento do ar, pois a direção das fitas se apresentou incoerente

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

88

para um mesmo instante. De acordo com Maia et al (2003), quaisquer elementos,

relevos ou saliências, que se colocam no caminho do vento, podem alterar sua

circulação.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

89

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ventilação natural é uma estratégia bioclimática de grande

importância para a obtenção do conforto térmico, sendo de extrema relevância sua

caracterização para a região, para que o movimento do ar seja aplicado

adequadamente ao clima local, proporcionando assim um melhor aproveitamento de

suas potencialidades.

De acordo com os dados coletados para este trabalho, através de

monitoramento, pode-se concluir que a direção externa do movimento do ar

predominante para o monitoramento em todos os protótipos foi a leste, enquanto a

direção interna predominante do movimento do ar apresentou-se diferente em todos

os protótipos e nenhum acompanhou a direção do fluxo externo do ar, ou seja, em

nenhum caso a direção predominante do movimento do ar no interior dos protótipos

foi a leste.

Pode-se observar que o monitoramento de dados reais difere dos

casos simulados observados na revisão bibliográfica, pois o comportamento real

observado mostra variações constantes na direção do movimento do ar, uma vez

que não há a possibilidade de controlar as variáveis envolvidas. Constata-se neste

trabalho a dificuldade de parametrizar a ventilação natural em edificações.

Em relação à velocidade do movimento do ar, conclui-se que não há

uma relação entre as velocidades externas e internas dos protótipos em um mesmo

instante de monitoramento, sendo a correlação linear aproximada de 7% para o

protótipo A, 6% para o protótipo B e 13% para o protótipo C.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

90

Pode-se afirmar, em relação às médias globais internas e externas

da velocidade do movimento do ar nos protótipos, que a velocidade média interna

cai aproximadamente 50% em relação à velocidade média externa.

Considerando-se o monitoramento realizado no entorno das

edificações constata-se que existe uma grande turbulência do movimento do ar, pois

observando-se as fitas fixadas nos caibros em um mesmo instante, pode-se afirmar

que as direções apresentam uma grande diversidade entre si. Com base neste

dado, pode-se afirmar que não basta verificar apenas a direção predominante do

vento para a implantação de uma edificação, para que esta seja atendida

satisfatoriamente quanto à ventilação.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

91

7. SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS

- Análise do comportamento do fluxo de ar no período noturno

através de monitoramento para a verificação do comportamento do movimento do ar

neste período na região de Londrina.

- Monitoramento das três edificações em um mesmo instante de

tempo para uma melhor análise do real comportamento do movimento do ar no

exterior e interior das mesmas.

- Uso do recurso da nuvem de fumaça colorida para um estudo do

comportamento do movimento de ar no interior das edificações estudadas neste

trabalho.

- Monitoramento dos protótipos em um período maior de tempo

(coleta de dados anual), para uma melhor contribuição para a caracterização do

comportamento do movimento do ar no exterior e interior dos mesmos.

- Comparar os dados coletados neste estudo de caso de

monitoramento utilizando uma ferramenta computacional (simulação).

- Fazer um estudo do comportamento do movimento do ar para

estes protótipos através do uso do túnel de vento.

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

92

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AXLEY, J. W.; EMMERICH, S. J. A Method to Assess the Suitability of a Climate

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CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM PROTÓTIPOS HABITACIONAIS

A PARTIR DE LEVANTAMENTO DE DADOS REAIS

98

ANEXOS

Page 102: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

INSTITUTO AGRONOMICO DO PARANA - IAPARESTACAO: LONDRINA / CODIGO: 02351003 / LAT: 23.22 S / LONG: 51.10 W / ALT: 585 M / INICIO: 1977

RESUMOS ANUAIS DO ANEMOGRAFO - JANEIROKM MEDIA PICO MAX

ANO ACUMUL M/S DIR M/S N NE E SE S SO O NO V1977 6895,5 2,6 NE 25,3 60 160 202 138 37 29 45 57 131978 7577,2 2,8 W 19,3 42 98 193 145 32 20 56 36 1221979 8607,5 3,2 S 17,8 27 58 350 227 34 12 19 12 51980 7004,0 2,6 SW 16,7 33 148 197 186 27 32 49 63 81981 6561,5 2,4 W 20,5 46 183 265 117 15 37 28 48 41982 7762,7 2,9 S 15,3 30 182 373 101 12 10 16 3 41983 6280,4 2,3 SW 27,7 38 178 196 87 11 52 96 49 81984 6478,5 2,4 W 16,7 91 96 123 61 47 85 123 106 41985 7463,0 2,8 E 14,8 33 78 408 114 23 53 28 7 01986 6308,5 2,4 SE 20,5 88 186 168 84 42 63 42 37 121987 5926,5 2,2 SE 25,6 58 178 119 82 83 86 52 80 11988 5951,0 2,2 NW 19,4 45 162 156 86 45 117 73 50 51989 6778,5 2,5 NW 17,2 71 172 145 111 31 61 45 87 101990 6134,0 2,3 NW 15,6 60 166 127 90 26 43 70 132 171991 6703,0 2,5 SE 33,3 49 169 241 74 27 49 55 55 131992 6460,5 2,4 S 13,0 38 149 203 89 36 63 111 39 101993 5768,0 2,2 SW 18,1 61 141 106 96 27 127 108 59 121994 6576,0 2,5 NW 19,4 50 160 221 81 24 50 91 59 61995 5518,0 2,1 NE 19,3 79 215 80 52 21 101 104 62 161996 5572,0 2,1 W 32,5 81 166 123 77 9 54 76 114 81997 7401,5 2,8 N/SE 15,0 61 245 192 112 19 31 30 49 31998 5602,0 2,1 NW 22,9 63 131 173 95 44 75 88 46 111999 5266,0 2,0 NW 18,4 19 143 177 147 24 64 89 53 142000 5908,0 2,2 W 23,2 47 115 249 103 32 46 92 28 112001 5743,0 2,1 W 21,0 75 130 215 100 39 51 89 29 92002 6205,0 2,3 SW 21,1 60 89 206 92 36 59 121 66 32003 5905,0 2,2 S 18,4 52 170 201 105 49 41 76 39 52004 7259,0 2,7 SE 14,9 19 156 309 142 21 37 36 16 3TOT 181615,8 1476 4224 5718 2994 873 1548 1908 1481 337

PICO MAX 53 151 204 107 31 55 68 53 12JAN 6486,3 2,4 SE 33,3 7,1 20,3 27,4 14,4 4,2 7,4 9,2 7,1 1,6

N.DE HORAS NAS DIRECOES

ANEXO 1

Page 103: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

C3001113298022551113126721436218142171265

273101,3

Page 104: CARACTERIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO NATURAL EM … · O foco se concentra no levantamento de dados de velocidade ... o que não ocorre no interior dos mesmos. ... Efeito de Venturi.

DataHorário Janela da Porta da Vão da Porta da Janela da

Cozinha Cozinha Cozinha Entrada Entrada

Leitor

DataHorário Janela Porta do Janela Porta

do Hall Banho Inst. Sanit. Inst. Sanit.

Leitor

DataHorário Janela Porta Dorm. Vão do

Dorm. Oeste Oeste Hall

Leitor

PLANILHA DE MONITORAMENTO 3

Blocos Cerâmicos

PLANILHA DE MONITORAMENTO 2

Blocos Cerâmicos

PLANILHA DE MONITORAMENTO 1

Blocos Cerâmicos

ANEXO 5