Caracterizaçao de Materiais Ceramicos

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Universidade Federal de São Carlos Departamento de Engenharia de Produção RELATÓRIO DE ENSAIO E CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAIS ENSAIOS DE COMPRESSÃO E FLEXÃO PARA MATERIAIS CERÂMICOS Prof. Celso Aparecido Martins Alunos: São Carlos, 17 de Setembro de 2013 Página 1

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Estudo sobre o comportamento de Materiais Ceramicos

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RELATÓRIODE ENSAIO E CARACTERIZAÇÃO DE

MATERIAIS

ENSAIOS DE COMPRESSÃO E FLEXÃO PARA MATERIAIS CERÂMICOS

Prof. Celso Aparecido Martins

Alunos:

Fábio Fanti 352748Kathia Saavedra Cronenbold 366293

Marcelo Mitre Filho 387959Pedro Cesar Lopes Gerum 322750

Tatiana Callado 352608

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Sumário

1. Objetivo..........................................................................................................................3

2. Ensaio de Flexão.............................................................................................................3

2.1. Definição.....................................................................................................................3

2.2. Equipamentos..............................................................................................................4

2.3. Procedimento...............................................................................................................5

2.4. Análise qualitativa dos dados......................................................................................5

2.5. Análise quantitativa dos dados....................................................................................6

3. Ensaio de Compressão....................................................................................................8

3.1. Definição.....................................................................................................................8

3.2. Equipamentos..............................................................................................................8

3.3. Procedimento...............................................................................................................8

3.4. Cuidados Especiais......................................................................................................9

3.5. Análise qualitativa dos dados......................................................................................9

3.6. Análise quantitativa dos dados..................................................................................10

4. Conclusão......................................................................................................................13

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1. Objetivo

Este documento visa analisar estatisticamente os resultados obtidos nos ensaios de

compressão e flexão em materiais cerâmicos. Em ambos ensaios foram utilizados materiais

refratários e isolantes, a modo de poder visualizar a diferença nas propriedades mecânicas

das amostras.

Para isto, serão utilizados os documentos gerados pelas técnicas DTA (Análise

Térmica Diferencial) e DSC (Calorimetria Diferencial Exploratória). Optou-se a utilização

de gráficos de controle para verificar o valor da média estatística com um intervalo de

confiança de 95%.

2. Ensaio de Flexão

2.1. Definição

O ensaio de flexão é realizado em materiais frágeis e em materiais resistentes, como

o ferro fundido, alguns aços, estruturas de concreto e outros materiais que em seu uso são

submetidos a situações onde o principal esforço é o de flexão. A montagem do corpo de

prova para o ensaio de flexão é semelhante à do ensaio de dobramento. O ensaio de flexão

fornece dados que permitem avaliar diversas propriedades mecânicas dos materiais, uma

dessas propriedades é a tensão máxima de ruptura, dada pela fórmula a seguir:

θmr=3 F f L2bd 2

onde ,

Ff = Carga de fratura

L= distância entres os pontos de apoio

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Figura 1 - Representação do ensaio de flexão

2.2. Equipamentos

Para o desenvolvimento do ensaio foi utilizada uma máquina INSTRON 500CR. O

equipamento consta com dois pontos de apoio separados por 55mm e um cutelo que desce,

pressionando a amostra com uma carga máxima de 200kg. Também foi utilizado o

software Blue Hill para a coleta dos dados. A seguir apresentamos uma imagem do

equipamento utilizado:

Figura 2 - Equipamento INSTRON 500CR

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2.3. Procedimento

Foram realizados em laboratório ensaios de flexão 3 pontos com dois tipos de

materiais diferentes e em diferentes temperaturas. Os materiais foram designados Material

1 e Material 2, os quais foram ensaiados a 900ºC e 1100ºC.

O corpo de prova a ser ensaiado é colocado entre no aparelho na posição adequada e o

cutelo rá aplicar a força na posição central do corpo de prova. Com a utilização do

software poderemos computar todos os dados de tensão de ruptura. O ensaio finaliza ao

atingir a tensão de ruptura das amostras.

2.4. Análise qualitativa dos dados

Espera-se que no final do ensaio todas as amostras apresentem uma fratura no

centro da mesma, que tenha começado na parte superior e propagando-se até a inferior e de

forma retilínea. Na prática, aconteceram algumas variações, que podem ter sido

ocasionadas pelo tipo de tratamento da amostra, o processo de fabricação desta e a

homogeneidade dos materiais utilizados.

Figura 3 - Amostras utilizadas para o ensaio de flexão

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2.5. Análise quantitativa dos dados

Após a análise quantitativa, foi feita uma análise estatística com os dados

numéricos obtidos. A análise está representada a seguir.

Figura 4 - Resultado do teste de flexão

02.5

57.510

Ensaio de Tração para Material 1

900°CMédiaLSCLIC

Amostras

Tens

ão (M

pa)

Figura 5 - Gráfico do controle estatístico para Material 1 no teste de Flexão

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 1810111213141516171819202122

Ensaio de Tração para Material 2

1100°CMédiaLSCLIC

Amostras

Tens

ão (M

pa)

Figura 6 - Gráfico de controle estatístico para Material 2 no teste de flexão

Média Desvio Padão Mínimo Máximo LSC LIC

Material 117.15111111 2.000890651 14.45 21.13 19.15200176 15.15022046

Material 24.479444444 2.136909457 2.01 7.96 6.616353901 2.342534988

Dos gráficos anteriores, concluímos que a amostra que foi sinterizada à uma

temperatura maior, de 1100°C possui uma resistência à tração maior que a amostra

sinterizada à uma temperatura menor, de 900°C. Isso se deve a amostra sinterizada a uma

temperatura maior possui menos poros, que são concentradores de tensão,

consequentemente aumentando a resistência do material.

Pode-se concluir, com a realização dos testes, que as amostras que foram

sinterizadas em uma temperatura mais elevada possuem maior resistência a flexão. Logo, a

temperatura de cozimento da amostra influencia diretamente na quantidade de poros

(concentradores de tensão), impactando na resistência mecânica do material sinterizado.

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3. Ensaio de Compressão

3.1. Definição

O ensaio de compressão é mais utilizado para materiais frágeis, uma vez que nesses

materiais a fase elástica é muito pequena e não é possível determinar com precisão as

propriedades relativas a esta fase. A única propriedade mecânica que é avaliada nos

ensaios de compressão de materiais frágeis é o seu limite de resistência à compressão.

3.2. Equipamentos

O equipamento utilizado para o ensaio foi a máquina universal de ensaios

INSTRON 8802. Trata-se de um equipamento hidráulico utilizado tanto para ensaios

estáticos quanto para ensaios dinâmicos. Sua célula de carga tem capacidade de 25.000 kg

e chega às frequências próximas de 100Hz, mas com amplitudes muito baixas.

3.3. Procedimento

O ensaio de compressão consistiu em blocos cerâmicos, sendo oito de um material

isolante e oito de um material refratário, em formato de cubo submetido a uma força de

compressão de 25 toneladas que vai aumentando ao longo do tempo pela máquina

INSTRON 5500R. O material é então comprimido a uma velocidade de 1,3 mm/minuto até

que este apresente fraturas e redução na tensão de compressão. Os dados de força a cada

segundo são registrados pelo software Blue Hill.

Figura 7 - Esquema representativo do ensaio de compressão

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3.4. Cuidados Especiais

Para evitar danos na superfície das placas da máquina e para o melhor

desenvolvimento do ensaio, é indicada a colocação de algum material que permita a

distribuição uniforme da carga sobre as faces material de prova. Neste caso, foram

utilizadas duas interfaces celulósicas. Na figura a seguir pode-se observar o material

utilizado para a melhor distribuição da carga.

Figura 8 - interfaces celulósicas utilizadas no ensaio

3.5. Análise qualitativa dos dados

A primeira conclusão é de que as fraturas ocorrem a aproximadamente a 45°.

Notamos também uma grande diferença entre os tipos de materiais: o material refratário

possuiu um plano de fratura mais bem definido e tensões mais altas de ruptura. Isto ocorre

devido ao fato deste material ser muito mais pesado e denso que o isolante, fazendo com

que sua resistência mecânica seja maior. De fato isto é percebido com a realização do teste.

Podemos ressaltar que quando uma trinca não sai da maneira esperada (trinca a 45

graus) , as causas podem ser corpo de prova mal feito, superfícies da amostra que não são

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paralelas e/ou a muitos defeitos que representam porosidade alta. A seguir apresentamos

alguma imagens das amostras depois do ensaio.

Figura 9 - Amostras de material refratário

Figura 10 - Amostras de material isolante

3.6. Análise quantitativa dos dados

Para análise quantitativa realizamos o tratamento dos dados que descrevem o

comportamento das amostras durante os testes realizados em laboratório.

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Figura 11 - Resultado do teste de compressão

A partir do anterior, pode –se concluir que as amostras de material refratário

obtiveram maiores valores de resistência mecânicas que as amostras com composição de

isolante.

Este fato está relacionado com a quantidade de poros que estes materiais

apresentam. Observando o gráfico, pode-se inferir que o material refratário possui menor

quantidade de poros que o isolante, ou seja, o isolante possui maior quantidade de

concentradores de tensão reduzindo sua resistência a compressão. O resultado obtido foi o

esperado, pois no início do teste observamos que a alumina possuía maior densidade que o

isolante, o que sugeriu que a alumina possuía menor quantidade de poros que o isolante.

A partir dados obtidos com o teste, realizamos uma análise estatística. Os gráficos a

seguir indicam os valores de, tensão máxima , a média, o desvio padrão e os limites

superiores e inferiores de controle para amostras que foram testadas.

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1 2 3 7 8 9 13 14 1515

19

23

27

31

35

39

43

Ensaio de Compressão - Refratário

RefratárioMédiaLSCLIC

Amostras

Tens

ão (M

pa)

Figura 12 - Gráfico de controle estatístico para material refratário no teste de compressão

4 5 6 10 11 12 16 17 181

1.1

1.2

1.3

1.4

1.5

1.6

1.7

1.8

1.9

Ensaio de Compressão - Isolante

IsolanteMédiaLSCLIC

Amostras

Tens

ão (M

pa)

Figura 13 - Gráfico de controle estatístico para material isolante no teste de compressão

MédiaDesvio Padão Mínimo Máximo LSC LIC

Refratário 32.67 5.698355026 19.52 40.24 38.36835503 26.97164497Isolante 1.575555556 0.161486154 1.23 1.82 1.737041709 1.414069402

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Através dos resultados, pode-se observar que a dispersão dos valores obtidos para

amostras sugere que pode haver amostras provenientes de diferentes fornecedores, pois os

valores obtidos para carga máxima e tensão máxima possuem certa variabilidade em

relação à média.

Outra razão que justifica a variabilidade dos valores obtidos é a obtenção de

amostras de fornecedores com processos de produção com variabilidade elevada, ou seja,

baixo controle no processamento das amostras. Logo, a previsibilidade do comportamento

dos materiais é prejudicada quando se obtém valores muito dispersos da média.

4. Conclusão

xxx

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