CARACTERIZAÇÃO DOS GASES COMBUSTÍVEIS

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GAS NATURAL

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  • Captulo 2

    Caracterizao dos gases Combustveis

    1 Caracterizao dos gases combustveis ............................................................ 17

    2 Principais caractersticas dos gases................................................................... 18

    2.1 Gases da 1 famlia gs de cidade .......................................................... 18

    2.2 Gases da 2 famlia gs natural .............................................................. 19

    2.3 Gases da 3 famlia GPL ........................................................................ 20

    3 Combusto dos gases ........................................................................................ 21

  • Redes de Gs

    Lus Mesquita Pg. 17 2005

    1 Caracterizao dos gases combustveis

    O Decreto-lei n 521/99de 10 de Dezembro estabelece como gases combustveis,

    gases que, quando misturados na proporo conveniente com o ar, proporcionam

    combustes, possveis de serem utilizados em redes de distribuio de gs canalizado, os

    produtos gasosos ou liquefeitos obtidos a partir da refinao do petrleo, os produtos

    obtidos por tratamento de hidrocarbonetos naturais e os efluentes da industria

    petroqumica, do tratamento de carves, os gases de substituio e os resultantes da

    biomassa.

    A definio dos parmetros caracterizadores dos gases combustveis foi fixada pela

    Portaria n 867/89 de 7 de Outubro, onde constam os seguintes:

    Famlia Composio qumica mdia Poder calorfico superior e inferior Densidade em relao ao ar Grau de humidade Presena de condensados ndice de Wobbe (

    dPCIw = )

    Os gases combustveis podem ser classificados em trs Famlias, de acordo com o

    valor do ndice de Wobbe. O ndice de Wobbe definido pelo quociente entre o poder

    calorfico e a raiz quadrada da sua densidade. Pode ser obtido com base no poder

    calorfico superior ou inferior.

    1 Famlia gases manufacturados 33 8.244.22 mMJIwmMJ (grupo A) 2 Famlia gases naturais 33 7.541.39 mMJIwmMJ (grupo H, L e E)

  • Redes de Gs

    Lus Mesquita Pg. 18 2005

    3 Famlia gases de petrleo liquefeito (GPL) 33 3.879.72 mMJIwmMJ (grupo B/P)

    2 Principais caractersticas dos gases.

    2.1 Gases da 1 famlia gs de cidade

    Um exemplo dos gases da 1 Famlia o gs de cidade, fabricado a partir dos

    hidrocarbonetos e efluentes das petroqumicas, cuja distribuio se encontrava restringida

    regio de Lisboa. As principais propriedades so:

    Composio: Elemento % volume

    CO2 17,0 %

    H2 55,0 %

    Ar 0,3 %

    O2 1,50 %

    N2 32 %

    CO 3,3 %

    Mais leve que o ar - 58.0=d . Limite de inflamabilidade entre 6% e 36%. Poder calorfico: (1kJ = 0.145kcal)

    PCS 17.6 MJ/m3 4200 Kcal/m3

    PCI 15.7 MJ/m3 3740 Kcal/m3

    ndice de Wobbe: Superior 24.87 MJ/m3 5940 Kcal/m3

    Inferior 22.60 MJ/m3 5400 Kcal/m3

    Presso mnima de utilizao 8 mbar. Apresenta-se na fase gasosa.

  • Redes de Gs

    Lus Mesquita Pg. 19 2005

    Odorizado artificialmente atravs de aditivos. No proibida a sua utilizao em locais de nvel inferior ao solo.

    2.2 Gases da 2 famlia gs natural

    O gs natural um hidrocarboneto natural pelo que faz parte da 2 famlia. A

    composio qumica difere, de forma ligeira, consoante a sua origem, mas o ndice de

    Wobbe mantm-se praticamente constante.

    Composio qumica:

    Metano CH4 83,7 %

    Etano C2H6 7,6 %

    Azoto N2 5,4 %

    Propano C3H8 1,9 %

    Butano C4H10 0,7 %

    Pentano C5H12 0,2 %

    Constitudo essencialmente por Metano. Mais leve que o ar - 65.0=d . Limite de inflamabilidade entre 5% e 14%. Poder calorfico:

    PCS 42,0 MJ/m3 10032 Kcal/m3

    PCI 37,9 MJ/m3 9054 Kcal/m3

    ndice de Wobbe: Superior 52,1 MJ/m3 12442 Kcal/m3

    Inferior 46,9 MJ/m3 11200 Kcal/m3

    Presso nominal de utilizao 20 mbar. Utilizao e transporte por gasodutos na fase gasosa. Transporte martimo em metaneiros na fase lquida por arrefecimento a -160

    C, conduzindo a uma reduo volumtrica de 600 vezes.

  • Redes de Gs

    Lus Mesquita Pg. 20 2005

    Odorizado artificialmente atravs de aditivos para deteco em caso de fuga.

    Pode se utilizado em locais de nvel inferior ao solo (caves).

    2.3 Gases da 3 famlia GPL

    Os GPL fazem parte da 3 famlia. Estes gases no se encontram na forma pura mas

    compem misturas comerciais. obtido em Portugal atravs da destilao do petrleo

    nas refinarias. O seu armazenamento e transporte so feitos na fase lquida (existindo

    uma fase gasosa no depsito) mas a sua utilizao feita na fase gasosa. Os gases mais

    correntes e disponveis para distribuio so o Propano e o Butano. A reduo

    volumtrica obtida para o transporte e armazenamento de 275 vezes para o propano e

    de 235 vezes no butano.

    Gs propano:

    Frmula qumica: C3H8 Mais denso que o ar - d=1,55. Poder calorfico:

    PCS 11900 Kcal/m3

    PCI 11800 Kcal/m3

    ndice de Wobbe: Superior 76,8 MJ/m3 9670 Kcal/m3

    Inferior 46,9 MJ/m3 8910 Kcal/m3

    Presso nominal de utilizao 37 mbar. Temperatura de ebulio presso atmosfrica: -45C. Presso de vapor temperatura de 15C: 8 bar. Limite de inflamabilidade entre 2,4% e 9,5%.

    Gs butano:

  • Redes de Gs

    Lus Mesquita Pg. 21 2005

    Frmula qumica: C4H10 Mais denso que o ar - d=2,01. Poder calorfico:

    PCS 11000 Kcal/m3

    PCI 10800 Kcal/m3

    ndice de Wobbe: Superior 87,3 MJ/m3 8222 Kcal/m3

    Inferior 80,5 MJ/m3 7600 Kcal/m3

    Presso nominal de utilizao 30 mbar. Temperatura de ebulio presso atmosfrica: 0C. Presso de vapor temperatura de 15C: 1,8 bar. Limite de inflamabilidade entre 1,9% e 8,5%.

    3 Combusto dos gases

    Uma das variveis que define a combusto dos gases o seu limite de

    inflamabilidade, cujos valores j foram apresentados para cada um deles. Estes definem

    os limites para as misturas de gs + ar.

    Para que os produtos resultantes da combusto no sejam txicos para o Homem,

    necessrio garantir que a queima se d com o oxignio suficiente para o gs presente.

    Tomando como exemplo o gs propano, podem ocorrer trs reaces distintas:

    1- Combusto com excesso de oxignio

    C3H8 + O2 H2O + CO2 + Q Do excesso de comburente resulta uma diminuio do rendimento da combusto.

    2- Combusto higinica (estequiomtrica)

    C3H8 + 5O2 4H2O + 3CO2 + Q

  • Redes de Gs

    Lus Mesquita Pg. 22 2005

    3- Combusto com falta de oxignio

    C3H8 + 4O2 4H2O + CO2 + 2CO + Q A insuficincia de oxignio na queima origina o aparecimento de monxido de

    carbono, o que obriga instalao dos aparelhos de queima em locais bem ventilados e

    com a exausto adequada.

    Figura 1 - A influncia do CO no corpo humano