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ÍNDICE
ÍNDICE III
ÍNDICE FIGURAS VI
ÍNDICE GRÁFICOS VII
EQUIPA TÉCNICA 1
1. INTRODUÇÃO 2
1.1. MOBILIDADE SUSTENTÁVEL 21.2. IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 51.2.1. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO 51.2.2. PONTA DELGADA 81.2.3. PONTA DELGADA: “O CENTRO” 111.3. OBJECTIVOS DO PLANO 12
2. PERÍMETRO DE ESTUDO 13
2.1. DELIMITAÇÃO 132.2. CARACTERIZAÇÃO 152.2.1. SÃO JOSÉ E SANTA CLARA 152.2.2. SÃO SEBASTIÃO 172.2.3. SÃO PEDRO 19
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2.2.4. RELVA 212.2.5. COVOADA 232.2.6. ARRIFES 252.2.7. FAJÃ DE CIMA 272.2.8. FAJÃ DE BAIXO 292.2.9. SÃO ROQUE 312.3. DINÂMICA POPULACIONAL 33
3. CARACTERIZAÇÃO DA PROCURA DE TRANSPORTE 36
3.1. PRINCIPAIS DESLOCAÇÕES 373.1.1. TRANSPORTES COLECTIVOS 373.1.2. TRANSPORTES INDIVIDUAIS 373.2. PÓLOS GERADORES E ATRACTORES DE TRÁFEGO 373.3. MOBILIDADE REDUZIDA 38
4. CARACTERIZAÇÃO DA OFERTA DE TRANSPORTE 39
4.1. TRANSPORTE COLECTIVO 394.1.1. MINI-BUS 404.1.2. URBANAS 424.2. REDE VIÁRIA URBANA E LIGAÇÕES COM A ENVOLVENTE 444.3. PERCURSOS PEDONAIS 454.4. PARQUES DE ESTACIONAMENTO 464.4.1. LOCALIZAÇÃO E CAPACIDADE 464.4.2. PARQUES DE ESTACIONAMENTO URBANO 484.4.3. PARQUES DE ESTACIONAMENTO NA VIA PÚBLICA 534.5. PROJECTOS PREVISTOS PARA A REDE DE TRANSPORTES 544.5.1. NOVAS VIAS E SERVIÇOS 54
5. ADEQUAÇÃO DA OFERTA À PROCURA 55
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5.1. SINISTRALIDADE 56
6. CONDICIONANTES À EVOLUÇÃO DA MOBILIDADE 57
6.1. CARACTERIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS CONDICIONANTES 576.1.1. DESLOCAÇÕES MOTORIZADAS 576.1.2. MODOS SUAVES 616.2. URBANISMO 626.2.1. EQUIPAMENTOS COLECTIVOS 626.2.2. EXPANSÃO URBANA 636.3. CENÁRIOS DE EVOLUÇÃO DA MOBILIDADE 646.3.1. CENÁRIO TENDENCIAL 646.3.2. CENÁRIO PRÓ-ACTIVA 646.3.3. CENÁRIO INTERMÉDIO 64
7. DIAGNÓSTICO 65
7.1. PROBLEMAS AO DESENVOLVIMENTO DE UMA MOBILIDADE SUSTENTÁVEL 657.1.1. TRANSPORTES PÚBLICOS 657.1.2. TRANSPORTE PRIVADO 667.1.3. CIRCULAÇÃO PEDONAL 667.1.4. ESTACIONAMENTO 677.1.5. MOBILIDADE REDUZIDA 67
8. BIBLIOGRAFIA 68
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ÍNDICE FIGURAS
FIGURA 1. ARQUIPÉLAGO DOS AÇORES..........................................................................................................................................................................5
FIGURA 2. ENQUADRAMENTO DO ARQUIPÉLAGO DOS AÇORES ........................................................................................................................................6
FIGURA 3. DIVISÃO ADMINISTRATIVA DA ILHA DE SÃO MIGUEL. ........................................................................................................................................8
FIGURA 4. DIVISÃO ADMINISTRATIVA DO CONCELHO DE PONTA DELGADA.........................................................................................................................9
FIGURA 5. PRINCIPAIS VIAS E AGLOMERADOS POPULACIONAIS DO CONCELHO DE PONTA DELGADA .................................................................................10
FIGURA 6. ÁREA DE ESTUDO. ......................................................................................................................................................................................13
FIGURA 7. ESQUEMATIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO. .....................................................................................................................................................14
FIGURA 8. DENSIDADE POPULACIONAL DA ILHA DE SÃO MIGUEL (2001).........................................................................................................................33
FIGURA 9. VARIAÇÃO DA DENSIDADE POPULACIONAL (1991-2001) ...............................................................................................................................34
FIGURA 10. ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO E VARIAÇÃO DO ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO (1991-2001)..............................................................................35
FIGURA 11. TRANSPORTE COLECTIVO DE PASSAGEIROS. .............................................................................................................................................39
FIGURA 12. SERVIÇO DE TRANSPORTES COLECTIVOS URBANOS (MINI-BUS). ................................................................................................................39
FIGURA 13. CIRCUITOS DAS LINHAS DE MINI-BUS DE PONTA DELGADA. ..........................................................................................................................40
FIGURA 14. REDE VIÁRIA DA ÁREA DE ESTUDO E LIGAÇÕES COM A ENVOLVENTE.............................................................................................................44
FIGURA 15. RUA ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA ...............................................................................................................................................................45
FIGURA 16. OBRAS DO PROJECTO – PORTAS DO MAR ..................................................................................................................................................54
FIGURA 17. “I WORKSHOP MOBILIDADE SUSTENTÁVEL PONTA DELGADA – VISÃO/MISSÃO/OBJECTIVOS”........................................................................57
FIGURA 18. ENTRADA MAIS DIFÍCIL DE PONTA DELGADA ...............................................................................................................................................57
FIGURA 19. “ONDE RESIDE (VERDE), “ONDE GOSTARIA DE RESIDIR (AZUL), “ONDE NÃO GOSTARIA DE RESIDIR (VERMELHO)............................................58
FIGURA 20. LOCAIS MAIS PROBLEMÁTICOS PARA: CIRCULAR (VERMELHO), ESTACIONAR (AMARELO), PERMANECER (BRANCO) ........................................59
FIGURA 19. PRESENÇA ABUSIVA DE ESTACIONAMENTO NOS PASSEIOS ..........................................................................................................................61
FIGURA 20. LOCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA DE PONTA DELGADA .................................................................................................62
FIGURA 21. ESPAÇOS URBANIZÁVEIS CONSTANTES NO PDM DE PONTA DELGADA.........................................................................................................63
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ÍNDICE GRÁFICOS
GRÁFICO 1. POPULAÇÃO RESIDENTE NA FREGUESIA DE SÃO JOSÉ (1970 A 2001) ........................................................................................................15
GRÁFICO 2. POPULAÇÃO RESIDENTE EMPREGADA, SEGUNDO O SECTOR DE ACTIVIDADE ECONÓMICA, EM SÃO JOSÉ........................................................16
GRÁFICO 3. POPULAÇÃO RESIDENTE NA FREGUESIA DE SÃO SEBASTIÃO (1970 A 2001) ...............................................................................................17
GRÁFICO 4. POPULAÇÃO RESIDENTE EMPREGADA, SEGUNDO O SECTOR DE ACTIVIDADE ECONÓMICA, EM SÃO SEBASTIÃO...............................................18
GRÁFICO 5. POPULAÇÃO RESIDENTE NA FREGUESIA DE SÃO PEDRO (1970 A 2001) .....................................................................................................19
GRÁFICO 6. POPULAÇÃO RESIDENTE EMPREGADA, SEGUNDO O SECTOR DE ACTIVIDADE ECONÓMICA, EM SÃO PEDRO.....................................................20
GRÁFICO 7. POPULAÇÃO RESIDENTE NA FREGUESIA DA RELVA (1970 A 2001)..............................................................................................................21
GRÁFICO 8. POPULAÇÃO RESIDENTE EMPREGADA, SEGUNDO O SECTOR DE ACTIVIDADE ECONÓMICA, NA RELVA .............................................................22
GRÁFICO 9. POPULAÇÃO RESIDENTE NA FREGUESIA DA COVOADA (1981 A 2001).........................................................................................................23
GRÁFICO 10. POPULAÇÃO RESIDENTE EMPREGADA, SEGUNDO O SECTOR DE ACTIVIDADE ECONÓMICA, NA COVOADA ......................................................24
GRÁFICO 11. POPULAÇÃO RESIDENTE NA FREGUESIA DOS ARRIFES (1970 A 2001) ......................................................................................................25
GRÁFICO 12. POPULAÇÃO RESIDENTE EMPREGADA, SEGUNDO O SECTOR DE ACTIVIDADE ECONÓMICA, NOS ARRIFES ......................................................26
GRÁFICO 13. POPULAÇÃO RESIDENTE NA FREGUESIA DA FAJÃ DE CIMA (1970 A 2001).................................................................................................27
GRÁFICO 14. POPULAÇÃO RESIDENTE EMPREGADA, SEGUNDO O SECTOR DE ACTIVIDADE ECONÓMICA, NA FAJÃ DE CIMA ................................................28
GRÁFICO 15. POPULAÇÃO RESIDENTE NA FREGUESIA DA FAJÃ DE BAIXO (1970 A 2001) ...............................................................................................29
GRÁFICO 16. POPULAÇÃO RESIDENTE EMPREGADA, SEGUNDO O SECTOR DE ACTIVIDADE ECONÓMICA, NA FAJÃ DE BAIXO...............................................30
GRÁFICO 17. POPULAÇÃO RESIDENTE NA FREGUESIA DA FAJÃ DE BAIXO (1970 A 2001) ...............................................................................................31
GRÁFICO 18. POPULAÇÃO RESIDENTE EMPREGADA, SEGUNDO O SECTOR DE ACTIVIDADE ECONÓMICA, EM SÃO ROQUE ..................................................32
GRÁFICO 19. VARIAÇÃO MENSAL DA OCUPAÇÃO DAS LINHAS DE MINI-BUS DE PONTA DELGADA ......................................................................................41
GRÁFICO 20. NÚMERO MÉDIO DE PASSAGEIROS DIÁRIOS DAS LINHAS DE MINI-BUS .........................................................................................................42
GRÁFICO 21. LUGARES DE ESTACIONAMENTO (GRATUITO/PAGO) NA ÁREA DE ESTUDO ..................................................................................................47
GRÁFICO 22. REPARTIÇÃO DA CAPACIDADE DE ESTACIONAMENTO DA ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................47
GRÁFICO 23. VARIAÇÃO DA OCUPAÇÃO MÉDIA MENSAL POR TIPO DO PARQUE DO CASTILHO...........................................................................................48
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GRÁFICO 24. VARIAÇÃO DA OCUPAÇÃO MÉDIA MENSAL DA TIPOLOGIA “ASSINANTES” DO PARQUE DO CASTILHO ..............................................................49
GRÁFICO 25. TEMPO DE PERMANÊNCIA (HORAS) DA TIPOLOGIA “ROTATIVOS” NO PARQUE DO CASTILHO .........................................................................50
GRÁFICO 26. VARIAÇÃO DIÁRIA MÉDIA ANUAL DO PARQUE DO CASTILHO .......................................................................................................................51
GRÁFICO 27. VARIAÇÃO DA OCUPAÇÃO MENSAL DO PARQUE DO MERCADO DA GRAÇA...................................................................................................51
GRÁFICO 28. TEMPO DE PERMANÊNCIA DO ESTACIONAMENTO NO PARQUE DO MERCADO DA GRAÇA..............................................................................52
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EQUIPA TÉCNICA
Centro Informação Geográfica e Planeamento Territorial (Universidade dos Açores)
Helena Calado (coordenadora) João Porteiro Nelson Santos
Câmara Municipal de Ponta Delgada
Isabel Juromito Vânia Pimentel
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1. INTRODUÇÃO
1.1. MOBILIDADE SUSTENTÁVEL
Com objectivo principal de “identificação de problemas comuns em termos de mobilidade urbana…elaboração e concretização de
Planos de Mobilidade Sustentável e implementação de acções concretas”, este projecto assenta em três fases contínuas.
Diagnóstico, Objectivos e Propostas. O presente relatório é alusivo à primeira fase e visa a identificação e caracterização dos
perímetros de estudo, caracterização da mobilidade e das infra-estruturas de apoio e definição de áreas de intervenção
prioritárias.
Enquadrada num conceito mais global de “Desenvolvimento
Sustentável”, a mobilidade (sustentável) apresenta vários
condicionantes ligados à componente ambiental, social e económica,
não podendo ser encarada como o fim de qualquer assunto mas sim
como ponto de partida.
As funções de espaço de lazer e convívio são frequentemente secundarizadas no ordenamento das cidades em detrimento da
expansão urbana e da acessibilidade automobilista. Com o virar do século questões como “desenvolvimento sustentável”,
“qualidade de vida”, “saúde pública”, “alterações climáticas”, entre outras, têm assumido protagonismo no quotidiano da
população resultando numa pressão acrescida sobre os decisores ao nível do planeamento integrado e reordenamento urbano,
de forma a devolver às cidades funções “esquecidas” pelo desenvolvimento económico.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades
Relatório de Brundtland “Our common future” (1987)
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O desenvolvimento urbano gerou fenómenos de concentração de pessoas e actividades nos centros urbanos. Actualmente as
cidades são associadas ao barulho, à poluição atmosférica, aos engarrafamentos, à insegurança e ao urbanismo anárquico
(Monteiro, 2005).
A preferência pelo transporte particular dentro das cidades, quando nestas se tem efectuado grandes investimentos nas
melhorias de redes e na comodidade dos transportes públicos é o grande indicador de disfunções citadinas a nível da mobilidade.
As infra-estruturas de transporte consomem, na zona da OCDE, cerca
de 25 a 40% da área urbanizada e menos de 10% nas zonas rurais.
Efeitos no ambiente causados pelo sector dos transportes são os que
mais crescem relativamente a qualquer outro sector económico. Pode-
se ainda dizer que o transporte rodoviário ocupa 93% do total da
União Europeia no sector dos transportes, enquanto que os
transportes ferroviários ocupam 3% e os aeroportos ocupam apenas
1% (Herala, 2003).
O desenvolvimento das infra-estruturas de transporte, que muitas vezes está relacionado com a expansão das zonas urbanas
devido às alterações nos padrões na gestão do solo e às necessidades de mobilidade, aumenta a necessidade do uso do
transporte. Aqueles que dependem de transportes públicos, de transportes não motorizados ou os pedestres acabam por sofrer
um decréscimo nas oportunidades sociais e económicas (Herala, 2003).
A Agenda 21, aprovada no Rio de Janeiro em 1992, durante a Cimeira da Terra, entre vários assuntos, discutiu e incluiu no seu
plano de implementação mundial para o desenvolvimento sustentável, o sector dos transportes. Foi acordada a promoção de
políticas de planeamento de uso do solo, sistemas de transportes e sistemas logísticos que tivessem como objectivo o aumento
da eficiência energética e a redução da poluição e do congestionamento melhorando a qualidade de vida (UN, 2003).
MOBILIDADE
“com o aumento da mobilidade, as sociedades ficam mais concorridas, mais dispersas, mais anónimas, menos amigáveis, menos diferenciadas culturalmente, menos saudáveis psicologicamente, mais propícias a crimes e menos democráticas”
John Adams – Professor de Geografia: University College London (2000)
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A Agenda 21 (parágrafo 7.52) estabelece seis objectivos para o sector dos transportes para a obtenção da sustentabilidade e
promoção de sistemas de transporte eficientes e ambientalmente saudáveis em todos os países.
Um sistema de transportes ambientalmente e socialmente sustentável
envolverá necessariamente muito menos o uso do carro e muito mais
o aumento de condições para movimentações pedonais, cicláveis e
transportes públicos (Herala, 2003).
A sustentabilidade no sector dos transportes foi definida pela
Comissão Europeia como “encontro entre as necessidades de
mobilidade da sociedade tendo em conta a viabilidade económica, o
balanço social e o equilíbrio ambiental”. Um dos principais princípios
para a sustentabilidade nos transportes é um planeamento e uma
politica integrada do sector que cubra todos os modos e meios de
transporte e a sua interacção. Envolve interacção em campos políticos
de sectores como económicos, fiscais, sociais e ambientais, bem
como desenvolvimento urbano e planeamento do uso do solo. Deve
ser dada atenção especial às necessidades específicas de mobilidade
não motorizada, transportes públicos e ao envolvimento dos utentes
na tomada de decisão bem como na mitigação de efeitos negativos
sobre o ambiente devido aos transportes, nomeadamente efeitos
locais como o smog fotoquímico, ruído, flora e fauna e efeitos globais, como as alterações climáticas (COM (2000) 422 Final).
A21 – PARÁGRAFO 7.52
(a) Integrar o planeamento de uso da terra e transportes, com vistas a estimular modelos de desenvolvimento que reduzam a procura de transportes; (b) Adoptar programas de transportes urbanos que favoreçam transportes públicos com grande capacidade nos países em que isso for apropriado; (c) Estimular modos não motorizados de transporte, com a construção de ciclovias e vias para pedestres seguras nos centros urbanos e suburbanos nos países em que isso for apropriado; (d) Dedicar especial atenção ao planeamento eficaz do tráfego, ao funcionamento eficiente dos transportes públicos e à manutenção da infra-estrutura de transportes; (e) Promover o intercâmbio de informação entre os países e os representantes das áreas locais e metropolitanas; (f) Reavaliar os actuais modelos de consumo e produção com o objectivo de reduzir o uso de energia e de recursos nacionais.
Conferencia das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio de Janeiro, 3-14 de Junho de 1992
(http://www.diramb.gov.pt/data/basedoc/TXT_LI_21463_1_0001.htm#b002)
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1.2. IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO1.2.1. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO
O Arquipélago dos Açores localiza-
se no Oceano Atlântico, na região
biogeográfica da Macaronésia,
entre os 36º55’ e 39º43’ de latitude
N e 24º46’ e 31º16’ de longitude W.
Dista aproximadamente 1570 km
de Portugal Continental e 3900 km
da América do Norte (Figura 1).
Relativamente à República
Portuguesa, constitui-se como uma
Região Autónoma, possuindo
governo próprio com autonomia
política, administrativa e financeira
e relativamente à União Europeia
detém estatuto de Região
Ultraperiférica.
Figura 1. Arquipélago dos Açores
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O arquipélago apresenta uma orientação geral WNW-ESE, sendo formado por nove ilhas e vários ilhéus (Figura 2). O
afastamento máximo entre ilhas é de cerca de 630 km, distância entre as ilhas de Santa Maria e Corvo.
A superfície do arquipélago (2334 km2) corresponde a cerca de 2,6 % do território nacional (88797 km2). No entanto, as ilhas
apresentam dimensões
muito desiguais (Tabela 1),sendo que São Miguel, Pico
e Terceira representam
cerca de 70 % do espaço
regional. Considerando os
critérios de classificação da
UNESCO (Programa
Hidrológico Internacional),
que define “pequenas ilhas”
como superfícies insulares
com dimensão inferior a
1000 km2, verifica-se que
todas as parcelas açorianas
se enquadram nesta
definição (Azevedo, 1996).
Figura 2. Enquadramento do Arquipélago dos Açores
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Com base no seu posicionamento relativo, as ilhas agregam-se em três conjuntos distintos, designados de grupos: Oriental
(Santa Maria e São Miguel); Central (Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial); e Ocidental (Flores e Corvo), sendo a distância
do grupo Central de cerca de 150 km e 240 km relativamente aos grupos Oriental e Central, respectivamente.
Tabela 1. Distribuição territorial das ilhas do arquipélago dos Açores
SUPERFÍCIEILHAS
Km2 %
SANTA MARIA 97,0 4,2
SÃO MIGUEL 745,8 32,0
TERCEIRA 403,4 17,3
GRACIOSA 61,0 2,6
SÃO JORGE 245,7 10,5
PICO 448,4 19,2
FAIAL 173,8 7,4
FLORES 141,6 6,1
CORVO 17,2 0,7
AÇORES 2333,9 100,0
(Fonte: Adaptado de Porteiro, 2000)
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1.2.2. PONTA DELGADA
A ilha de São Miguel é aquela que, por apresentar maior extensão em termos territoriais e maior importância em termos
populacionais, económicos e políticos, regista na região uma dinâmica mais significativa.
Dos seis concelhos1 que dividem administrativamente esta ilha (Figura 3), destaque maior para o que assume, na actualidade, o
papel mais influente
sobre a ilha e o
arquipélago: Ponta
Delgada (Calado,1995).
Figura 3. Divisão administrativa da ilha de São Miguel.
1 Ponta Delgada; Ribeira Grande; Lagoa; Vila Franca do Campo; Povoação e Nordeste
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Elevada a cidade por carta régia a 2 de Abril de 1546, no reinado de D. João III, localiza-se no estremo oeste da ilha de São
Miguel. É o concelho dos Açores com mais população e actividades económicas. Com cerca de 233 km2 de área, tem
aproximadamente 66 000
habitantes (28 % da
população dos Açores) com
uma densidade
populacional de cerca de
282 hab/km2.
Constituído por 24
freguesias2 (Figura 4), o
concelho tem sede na
cidade de Ponta Delgada
que é constituída por quatro
freguesias: Santa Clara,
São José, São Sebastião e
São Pedro.
Figura 4. Divisão administrativa do concelho de Ponta Delgada.
2 Ajuda da Bretanha; Arrifes; Candelária; Capelas; Covoada; Fajã de Baixo; Fajã de Cima; Fenais da Luz; Feteiras; Ginetes; Livramento; Mosteiros; Pilar da Bretanha; Relva; Remédios; Santa Bárbara; Santa Clara; Santo António; São José; São Pedro; São Roque; São Sebastião; São Vicente Ferreira e Sete Cidades.
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Morfologicamente dominado pelo maciço das Sete Cidades, o concelho tem uma superfície bastante montanhosa, sendo o ponto
mais alto localizado no maciço das Sete Cidades com 856 metros (Pico da Cruz).
A morfologia do litoral, com
paredes quase verticais e
falésias abruptas,
condicionaram o povoamento
ao longo da linha de costa.
Com a perca de importância
da ligação dos povoados por
mar, estabelece-se a rede
viária (Figura 5), que forma
um “cordão” contínuo junto
ao litoral, proporcionando
condições favoráveis à
implementação de
aglomerados populacionais
essencialmente lineares
(Calado, 1995).
Figura 5. Principais vias e aglomerados populacionais do concelho de Ponta Delgada
.
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1.2.3. PONTA DELGADA: “O CENTRO”
Tradicionalmente o “centro” foi sempre um condensador das funções urbanas com carácter direccional e de referência, um foco
polarizador, o local de maior acessibilidade, dotado de forte carga monumental, simbólica, referencial, iconográfica ou patrimonial
(Domingues, 2003). Ponta Delgada enquadra-se perfeitamente
nestes pressupostos, sendo o lugar de maior complexidade urbana, de
misturas funcionais, de aglomeração e de acumulação de referenciais
simbólicos.
O centro da cidade constitui o destino mais importante das vias
originárias nas freguesias envolventes, dado que compreende funções
essenciais e diversas como as de trabalhar, estudar, comprar e
abastecimento.
PONTA DELGADA
“Ponta Delgada é uma cidade multi-facetada, onde a tradição convive com a actualidade e o cosmopolitismo com a tranquilidade salutar da vida açoriana. A sua dimensão exige, para conhecimento da história contada pelos seus edifícios e jardins, uma divisão em percursos, todos com início na Praça Gonçalo Velho, divididos pela zona ocidental, zona oriental, jardins e palácios.”
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1.3. OBJECTIVOS DO PLANO
Definidos numa fase precoce, os objectivos gerais deste projecto estão intimamente aliados à candidatura que a Câmara
Municipal de Ponta Delgada efectuou para este projecto e refinados após reuniões com os responsáveis do projecto.
Para além de se pretender satisfazer os objectivos propostos pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), ambiciona-se que
este projecto constitua, para o município de Ponta Delgada, uma primeira abordagem à Carta de Aalborg – Agenda XXI para a
Mobilidade, munindo o município de um Plano de Acção para a Mobilidade Sustentável.
Pretende-se ainda estudar o funcionamento global do sistemas de transportes colectivos - adequabilidade dos veículos utilizados,
fiabilidade, cobertura espacial, conforto, acesso ao transporte,…); acessibilidade da população aos locais de trabalho e de ensino;
congestionamento de tráfego no(s) acessos(s) ao centro e a transferência modal da utilização do transporte automóvel particular
para o transporte público e modos lentos.
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2. PERÍMETRO DE ESTUDO
2.1. DELIMITAÇÃO
O perímetro de estudo onde se centraliza este projecto está de acordo com a candidatura remetida pela Câmara Municipal de
Ponta Delgada à Agência Portuguesa
do Ambiente (APA) (ex-Instituto do
Ambiente – IA) englobando as quatro
freguesias que constituem a cidade de
Ponta Delgada: Santa Clara, São José,
São Sebastião e São Pedro. Numa
perspectiva integrada e mais
abrangente, torna-se pertinente alargar
o perímetro anterior às freguesias
circundantes ao centro da cidade
(Figura 6 e Figura 7), também
designada por “coroa da cidade”.
Figura 6. Área de Estudo.
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Figura 7. Esquematização da Área de Estudo.
Procede-se seguidamente a uma caracterização de cada freguesia, abordando as suas principais características, como
população residente, área e população por actividade económica.
Santa Clara
São José
São Sebastião
São Pedro
Rel
va
São Roque
Arrifes
Fajã de Cima
Fajã de Baixo
Covoada
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2.2. CARACTERIZAÇÃO2.2.1. SÃO JOSÉ E SANTA CLARA
Fruto da divisão da freguesia de São José, em Julho de 2002, foi criada a freguesia de Santa Clara. Devido à ausência de dados
oficiais relativos a esta divisão, alguns aspectos da caracterização serão efectuados a nível da antiga freguesia de São José que
engloba as actuais freguesias de São José e Santa Clara.
Santa Clara e São José apresentam uma área de 224 ha e 167 ha, e perímetro de 7065 m e 9539 m respectivamente.
Apresentam uma linha de costa de aproximadamente 2 000 metros e 1 100 metros, respectivamente para Santa Clara e São
José, e uma altitude máxima de 110
metros.
Dados do Serviço Regional de Estatística
dos Açores (SREA, 2003) relativos aos
censos de 2001, indicam que a freguesia
de São José demonstrava uma recente
evolução positiva em número de
habitantes (Gráfico 1).
Gráfico 1. População Residente na Freguesia de São José (1970 a 2001) (SREA, 2003).
8775
8999
8296
8627
7800
8000
8200
8400
8600
8800
9000
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1970 1981 1991 2001Anos
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Dos 8627 habitantes recenseados em 2001 para a freguesia de São José, 3984 eram do sexo masculino, perfazendo um total de
2741 famílias. Segundo CMPD (2007a), em Santa Clara habitam cerca de 4500 habitantes e em São José 4298 habitantes,
perfazendo um total das duas freguesias de 8798 habitantes, cerca de 2% mais do que o valor apresentado em 2001.
Dados relativos a 2001 (SREA, 2006a) respeitantes à população empregada segundo o sector de actividade económica (Gráfico 2) evidenciam o peso do sector
terciário na empregabilidade
desta freguesia, representando
82 % dos empregos da freguesia.
O sector primário e secundário
concentram, respectivamente,
2% e 16 % dos empregos da
freguesia de São José3.
Gráfico 2. População residente empregada, segundo o sector de actividade económica, em São José4 (SREA, 2006a).
3 Actualmente dividida nas freguesias de São José e Santa Clara 4 Actualmente dividida nas freguesias de São José e Santa Clara
2%
16%
82%
Sector 1º Sector 2º Sector 3º
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2.2.2. SÃO SEBASTIÃO
São Sebastião apresenta uma área de 333 ha e perímetro de 9650 m. Apresenta uma linha de costa de aproximadamente 2 000
metros e uma altitude máxima de 110 metros.
Dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA, 2003) relativos aos censos de 2001, indicam que a freguesia de
São Sebastião demonstrava uma recente
evolução negativa em número de
habitantes (Gráfico 3).
Dos 4309 habitantes recenseados em
2001 para a freguesia de São Sebastião,
1976 eram do sexo masculino,
perfazendo um total de 1501 famílias.
Gráfico 3. População Residente na Freguesia de São Sebastião (1970 a 2001) (SREA, 2003).
5439
5312
4606
4309
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
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Dados relativos a 2001 (SREA, 2006a)
respeitantes à população empregada
segundo o sector de actividade
económica (Gráfico 4) evidenciam o
peso do sector terciário na
empregabilidade desta freguesia,
representando 85 % dos empregos da
freguesia. O sector primário e secundário
concentram, respectivamente, 2% e 13
% dos empregos da freguesia de São
Sebastião.
Gráfico 4. População residente empregada, segundo o sector de actividade económica, em São Sebastião (SREA, 2006a).
2%
13%
85%
Sector 1º Sector 2º Sector 3º
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2.2.3. SÃO PEDRO
São Pedro apresenta uma área de 294 ha e perímetro de 9528 m. Apresenta uma linha de costa de aproximadamente 2952
metros e uma altitude máxima de 140 metros.
Dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA, 2003) relativos aos censos de 2001, indicam que a freguesia de
São Pedro demonstrava uma recente
evolução positiva em número de
habitantes (Gráfico 5).
Dos 7177 habitantes recenseados em
2001 para a freguesia de São Pedro,
3407 eram do sexo masculino,
perfazendo um total de 2309 famílias.
Gráfico 5. População Residente na Freguesia de São Pedro (1970 a 2001) (SREA, 2003).
6092
6879 69
05 7177
5400
5600
5800
6000
6200
6400
6600
6800
7000
7200
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Dados relativos a 2001 (SREA, 2006a)
respeitantes à população empregada
segundo o sector de actividade
económica (Gráfico 6) evidenciam o
peso do sector terciário na
empregabilidade desta freguesia,
representando 82 % dos empregos da
freguesia. O sector primário e secundário
concentram, respectivamente, 2% e 16
% dos empregos da freguesia de São
Pedro.
Gráfico 6. População residente empregada, segundo o sector de actividade económica, em São Pedro (SREA, 2006a).
2%
16%
82%
Sector 1º Sector 2º Sector 3º
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3461
1957 20
2827
28
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
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2.2.4. RELVA
A freguesia da Relva apresenta uma área de 1208 ha e perímetro de 33320 m. Apresenta uma linha de costa de
aproximadamente 7525 metros e uma altitude máxima de 820 metros.
Dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA, 2003) relativos aos censos de 2001, indicam que a freguesia da
Relva demonstrava uma recente evolução positiva em número de habitantes (Gráfico 7).
Dos 2703 habitantes recenseados em
2001 para a freguesia da Relva, 1341
eram do sexo masculino, perfazendo um
total de 744 famílias.
Gráfico 7. População Residente na Freguesia da Relva (1970 a 2001) (SREA, 2003).
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Dados relativos a 2001 (SREA, 2006a)
respeitantes à população empregada
segundo o sector de actividade
económica (Gráfico 8) evidenciam o
peso do sector terciário na
empregabilidade desta freguesia,
representando 73 % dos empregos da
freguesia. O sector primário e secundário
concentram, respectivamente, 4% e 23
% dos empregos da freguesia da Relva.
Gráfico 8. População residente empregada, segundo o sector de actividade económica, na Relva (SREA, 2006a).
4%
23%
73%
Sector 1º Sector 2º Sector 3º
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2.2.5. COVOADA
A freguesia da Covoada apresenta uma área de 903 ha e perímetro de 22154 m. Apresenta uma altitude máxima de 710 metros.
Dados do Serviço Regional de Estatística
dos Açores (SREA, 2003) relativos aos
censos de 2001, indicam que a freguesia
dos da Covoada demonstrava uma
recente evolução positiva em número de
habitantes (Gráfico 9).
Dos 1259 habitantes recenseados em
2001 para a freguesia da Covoada, 610
eram do sexo masculino, perfazendo um
total de 323 famílias.
Gráfico 9. População Residente na Freguesia da Covoada (1981 a 2001) (SREA, 2003).
1135
1079
1259
950
1000
1050
1100
1150
1200
1250
1300
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1981 1991 2001
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Dados relativos a 2001 (SREA, 2006a)
respeitantes à população empregada
segundo o sector de actividade
económica (Gráfico 10) evidenciam o
peso do sector terciário na
empregabilidade desta freguesia,
representando 58 % dos empregos da
freguesia. O sector primário e secundário
concentram, respectivamente, 17% e
25% dos empregos da freguesia da
Covoada.
Gráfico 10. População residente empregada, segundo o sector de actividade económica, na Covoada (SREA, 2006a).
17%
25%
58%
Sector 1º Sector 2º Sector 3º
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2.2.6. ARRIFES
A freguesia dos Arrifes apresenta uma área de 2536 ha e perímetro de 28759 m. Apresenta uma altitude máxima de 790 metros.
Dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA, 2003) relativos aos censos de 2001, indicam que a freguesia dos
Arrifes demonstrava uma recente evolução positiva em número de habitantes (Gráfico 11).
Dos 6941 habitantes recenseados em
2001 para a freguesia dos Arrifes, 3450
eram do sexo masculino, perfazendo um
total de 1771 famílias.
Gráfico 11. População Residente na Freguesia dos Arrifes (1970 a 2001) (SREA, 2003).
7555
6916
6825 69
41
6400
6600
6800
7000
7200
7400
7600
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1970 1981 1991 2001
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Dados relativos a 2001 (SREA, 2006a)
respeitantes à população empregada
segundo o sector de actividade
económica (Gráfico 12) evidenciam o
peso do sector terciário na
empregabilidade desta freguesia,
representando 60 % dos empregos da
freguesia. O sector primário e secundário
concentram, respectivamente, 12% e 28
% dos empregos da freguesia dos
Arrifes.
Gráfico 12. População residente empregada, segundo o sector de actividade económica, nos Arrifes (SREA, 2006a).
12%
28%
60%
Sector 1º Sector 2º Sector 3º
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2.2.7. FAJÃ DE CIMA
A freguesia da Fajã de Cima apresenta uma área de 1189 ha e perímetro de 18689 m. Apresenta uma altitude máxima de 360
metros.
Dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA, 2003) relativos aos censos de 2001, indicam que a freguesia da
Fajã de Cima demonstrava uma recente evolução positiva em número de habitantes (Gráfico 13).
Dos 3635 habitantes recenseados em
2001 para a freguesia da Fajã de Cima,
1817 eram do sexo masculino,
perfazendo um total de 965 famílias.
Gráfico 13. População Residente na Freguesia da Fajã de Cima (1970 a 2001) (SREA, 2003).
3782
3257 330
9
3635
2900
3000
3100
3200
3300
3400
3500
3600
3700
3800
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1970 1981 1991 2001
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Dados relativos a 2001 (SREA, 2006a)
respeitantes à população empregada
segundo o sector de actividade
económica (Gráfico 14) evidenciam o
peso do sector terciário na
empregabilidade desta freguesia,
representando 69 % dos empregos da
freguesia. O sector primário e secundário
concentram, respectivamente, 6% e 25
% dos empregos da freguesia da Fajã de
Cima.
Gráfico 14. População residente empregada, segundo o sector de actividade económica, na Fajã de Cima (SREA, 2006a).
6%
25%
69%
Sector 1º Sector 2º Sector 3º
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2.2.8. FAJÃ DE BAIXO
A freguesia da Fajã de Baixo apresenta uma área de 406 ha e perímetro de 12024 m. Apresenta uma altitude máxima de 200
metros.
Dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA, 2003) relativos aos censos de 2001, indicam que a freguesia da
Fajã de Baixo demonstrava uma recente evolução positiva em número de habitantes (Gráfico 15).
Dos 4553 habitantes recenseados em
2001 para a freguesia da Fajã de Baixo,
2288 eram do sexo masculino,
perfazendo um total de 1242 famílias.
Gráfico 15. População Residente na Freguesia da Fajã de Baixo (1970 a 2001) (SREA, 2003).
3111 31
30 3450
4553
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
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1970 1981 1991 2001
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Dados relativos a 2001 (SREA, 2006a)
respeitantes à população empregada
segundo o sector de actividade
económica (Gráfico 16) evidenciam o
peso do sector terciário na
empregabilidade desta freguesia,
representando 78 % dos empregos da
freguesia. O sector primário e secundário
concentram, respectivamente, 6% e 16 %
dos empregos da freguesia da Fajã de
Baixo.
Gráfico 16. População residente empregada, segundo o sector de actividade económica, na Fajã de Baixo (SREA, 2006a)
.
6%
16%
78%
Sector 1º Sector 2º Sector 3º
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2.2.9. SÃO ROQUE
A freguesia do São Roque apresenta uma área de 720 ha e perímetro de 17250 m. Apresenta uma linha de costa de
aproximadamente 3870 metros e uma altitude máxima de 380 metros.
Dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA, 2003) relativos aos censos de 2001, indicam que a freguesia do
São Roque demonstrava uma recente evolução negativa em número de habitantes (Gráfico 17).
Dos 4414 habitantes recenseados em
2001 para a freguesia do Livramento,
2188 eram do sexo masculino,
perfazendo um total de 1119 famílias.
Gráfico 17. População Residente na Freguesia da Fajã de Baixo (1970 a 2001) (SREA, 2003).
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Dados relativos a 2001 (SREA,2006a) respeitantes à população
empregada segundo o sector de
actividade económica (Gráfico 18) evidenciam o peso do sector
terciário na empregabilidade desta
freguesia, representando 71 % dos
empregos da freguesia. O sector
primário e secundário concentram,
respectivamente, 3% e 26 % dos
empregos da freguesia de São
Roque.
Gráfico 18. População residente empregada, segundo o sector de actividade económica, em São Roque (SREA, 2006a).
Verifica-se a dominância do sector terciário como um factor transversal a todas as freguesias em análise, e infere-se a
importância que Ponta Delgada detém no emprego, na capacidade de gerar riqueza e, por conseguinte, na pressão de procura,
por parte da população, do “Centro” da cidade.
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2.3. DINÂMICA POPULACIONAL
Figura 8. Densidade populacional da ilha de São Miguel (2001).
Na Figura 8, verifica-se que é nas freguesias que compõem o centro da cidade de Ponta Delgada que a densidade é mais
elevada.
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Analisando a densidade populacional e a sua variação entre os últimos dois censos da área de estudo, verifica-se um aumento da
população residente e um
incremento da densidade
populacional entre 1991 e
2001 à excepção das
freguesias de São Roque,
São Sebastião e São José
(Figura 9).
A densidade média do
conjunto das 10 freguesias
é de 537 hab/km2, no
entanto verificam-se
grandes discrepâncias entre
os valores de densidade
das freguesias do centro da
cidade (> 2000 hab/km2) e
as freguesias rurais da
coroa (< 1000 ha/km2)
Figura 9. Variação da densidade populacional (1991-20015) (Fonte: SREA, 2003)
5 Os valores de 1991 das freguesias de São José e Santa Clara por estimativa
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35
Apesar do aumento
generalizado da população
na área de estudo, a taxa
de natalidade tem vindo a
decrescer. Este facto é
justificado pelo aumento do
índice de envelhecimento
em 7 das dez freguesias da
área de estudo (Figura 10).
A Figura 10 é também
demonstrativa da falta de
incentivos e de
atractividade do “centro” da
cidade para a população
mais jovem (activa) do
concelho.
Figura 10. Índice de envelhecimento e variação do índice de envelhecimento (1991-20016) (Fonte: SREA, 2003)
6 Os valores de 1991 das freguesias de São José e Santa Clara por estimativa
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3. CARACTERIZAÇÃO DA PROCURA DE TRANSPORTE
Sendo o transporte a movimentação de pessoas e bens de uns locais para outros e dado a cidade de Ponta Delgada ser o maior
centro urbano dos Açores, aglutinando funções de placa giratória de mercadorias e bens, tanto de origem marítima como aérea,
do arquipélago dos Açores, a mobilidade neste concelho apresenta condicionantes específicas dado a localização do Porto
Comercial e do Aeroporto Internacional João Paulo II.
O desenvolvimento gera mobilidade e ao mesmo tempo o desenvolvimento urbano é gerado pela existência de infra-estruturas. O
funcionamento das cidades é prejudicado pelo congestionamento de tráfego (tanto a nível da mobilidade como pela redução da
qualidade do ar e pelo aumento dos níveis de ruído) (IST, 2002).
O espaço encontra-se nos dias de hoje muito valorizado, talvez só equiparado ao valor da época áurea dos descobrimentos. Esta
premissa é tão mais válida quanto menor for o espaço, o que na realidade de uma ilha é levado a extremos. O espaço ocupado
pelos automóveis privados e pelas infra-estruturas associadas são,
actualmente, dos usos com maior ocupação do solo, tendo um factor
agravante de o tornar impermeável e praticamente irreversível no seu
uso. É necessário a implementação de medidas integradas de
planeamento de modo a manter e aumentar os níveis actuais de
conforto das populações sem prejudicar o desenvolvimento.
O ditado popular “todas as estradas vão dar a Roma” atinge o seu máximo significado a nível da região no caso da Cidade de
Ponta Delgada. Pólo gerador de riqueza, é no centro de Ponta Delgada que se concentram a grande maioria dos serviços
públicos e privados da região, proporcionando aos Açores, talvez, a única situação recorrente de tráfego congestionado
(maioritariamente nas horas de ponta).
A DEPÊNDENCIA DO AUTOMÓVEL
A dependência do Automóvel é caracterizada pela elevada percentagem per-capita do uso do automóvel, pela afectação do uso do solo para fins rodoviários e pela redução de alternativas de transporte.
(http://www.gdrc.org/uem/sustran/auto-depend.html)
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3.1. PRINCIPAIS DESLOCAÇÕES3.1.1. TRANSPORTES COLECTIVOS
A oferta de transportes públicos é unicamente rodoviária, assentando em carreiras de carácter interurbano e urbano, operadas
por empresas licenciadas para o efeito (Caetano, Raposo e Pereiras, Lda; Varela e Cia e Auto-Viação Micaelense.
As rotas praticadas, pelo menos partes delas, não reflectem a procura actual dos serviços por parte da população, sendo grand
parte vocacionada para um serviço misto entre serviço escolar+serviço público e com rotas com mais de 20 anos.
3.1.2. TRANSPORTES INDIVIDUAIS
O transporte individual é o que atinge maior expressividade no concelho de Ponta Delgada. É também nesta área que se tem
notado os maiores esforços, por parte da governação, na obtenção de mais e melhores condições para o transporte individual,
vulgo automóvel.
As principais deslocações realizadas são as deslocações casa-trabalho nos dias úteis e as de lazer/recreio aos fins-de-semana.
Os períodos de maior tráfego são entre as 7:30 h e as 9:30h e entre as 17:00h e as 18:30h.
3.2. PÓLOS GERADORES E ATRACTORES DE TRÁFEGO
A cidade de Ponta Delgada é, ela própria, o grande pólo gerador e atractor de tráfego da ilha, pois, como já referido
anteriormente, é nela que se centram a grande maioria dos serviços públicos, comércio e indústria. Fruto da sua maior
notabilidade, em relação aos outros concelhos da ilha, Ponta Delgada é fortemente condicionada, principalmente, pelo tráfego
vindo dos concelhos vizinhos de Lagoa e Ribeira Grande.
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3.3. MOBILIDADE REDUZIDA
As questões de mobilidade reduzida estão parcamente desenvolvidas neste concelho, à imagem de todos os concelhos do
arquipélago dos Açores, podendo mesmo dizer-se que, à excepção de alguns passeios rebaixados e sinais sonoros em algumas
passadeiras, são inexistentes. Muitas são as dificuldades encontradas neste âmbito (obstáculos arquitectónicos,
ausência/dimensão reduzida dos passeios, usurpação dos passeios pelos automóveis, pelos sistemas de sinalização ou sistemas
de recolha de resíduos, publicidade).
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4. CARACTERIZAÇÃO DA OFERTA DE TRANSPORTE
4.1. TRANSPORTE COLECTIVO
À imagem de qualquer outra cidade portuguesa, o automóvel é a
opção privilegiada nos movimentos populacionais de e para a cidade.
Apesar da diminuição generalista da quota dos transportes públicos
colectivos, estes estão presentes e assentam em dois tipos de
organização diferentes. A mais tradicional (Figura 11), recorrendo a
autocarros de grande ocupação (> 50 lugares) – as urbanas, une as
sede de freguesias e concelhos de toda a ilha à cidade de Ponta
Delgada.
Figura 11. Transporte Colectivo de Passageiros.
Recentemente o município apostou no transporte colectivo
urbano de pessoas com o recurso a uma frota de autocarros de
pequena/média dimensão (<30 lugares) – os mini-bus, que
circula nas principais artérias da cidade (Figura 12).
Figura 12. Serviço de Transportes Colectivos Urbanos (Mini-Bus).
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4.1.1. MINI-BUS
A rede de mini-bus
consiste em três
circuitos de sentido
único (Figura 13),
efectuando ligações
entre os principais
parques de
estacionamento e o
centro da cidade.
Com um total de
cerca de 34 km de
extensão, os circuitos
têm aproximadamente
12,5 km, 15,5 km e 6
km, respectivamente
para a linha A, linha B
e linha C.
Figura 13. Circuitos das linhas de mini-bus de Ponta Delgada.
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A três linhas transportaram 1 004 138 passageiros (inclui os sábados de Janeiro a Junho de 2006) no ano de 2006, não havendo
uma linha dominante. No entanto, são as linha B e C que apresentam valores mais elevados, respectivamente 383221 e 377 538
passageiros (Gráfico 19).
A linha A é composta por uma frota de 2 mini-
bus, enquanto que a linha B e C são
compostas por 3 mini-bus.
O horário de funcionamento deste serviço é
das 7:30 horas até às 19:30, com uma
frequência de, aproximadamente, 15 minutos.
Gráfico 19. Variação mensal da ocupação das linhas de Mini-bus de Ponta Delgada(CMPDL, 2007b)
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No conjunto da três linhas, os circuitos de mini-bus
são a preferência de cerca de 4000 passageiros
diários (Gráfico 20). Refira-se que a oferta de
lugares diária é de cerca de 25 lugares por mini-
bus por cada 15 minutos (há uma oferta constante
de 200 lugares no conjunto das três linhas durante
12 horas por dia).
Gráfico 20. Número médio de passageiros diários das linhas de mini-bus (CMPDL, 2007b)
4.1.2. URBANAS
A oferta da Caetano, Raposo e Pereiras, Lda é contabilizada em 107 circulações diárias, sendo 61 no sentido entrada e as
restantes (46) no sentido saída de Ponta Delgada. Este operador é responsável pelas ligações a Ponta Delgada de Pico do Fogo,
Ribeira Grande, Maia, Ribeirinha, Santa Bárbara, Rabo de Peixe, Fenais da Ajuda, Nordeste, Furnas e Lomba de São Pedro (TIS, 2003).
Os períodos de maior movimento de entrada são das 7:00 horas às 8:00 horas (6 circulações) e das 17:00 horas às 19:00 horas
(6 circulações por hora) (TIS, 2003).
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A oferta da Varela e Cia está distribuída por corredores. No corredor Nascente são contabilizadas 118 circulações diárias nos dois
sentidos. Neste corredor são efectivadas as ligações entre Ponta Delgada e Fajã de Baixo, Pilar, Senhora da Rosa, Praia, Lagoa,
Cabouco, Remédios, Água de Pau, Ribeira Chã, Vila Franca e Povoação (TIS, 2003).
No corredor dos Arrifes são contabilizadas 55 circulações diárias nos dois sentidos. São efectuadas ligações entre Ponta Delgada
e Quartel, Covoada e Milagres (TIS, 2003).
O corredor Hospital contabiliza 25 circulações diárias nos dois sentidos. Efectua ligação entre Ponta Delgada e Quartel, Covoada,
Fajã de Cima e Milagres (TIS, 2003).
O corredor Fajã de Cima é promovido por 36 circulações diárias nos dois sentidos. Efectua ligação Entre a freguesia da Fajã de
Cima e Ponta Delgada (TIS, 2003).
A oferta da Auto Viação Micaelense também está distribuída por corredores. No corredor Fajã de Cima/Caminho da Levada são
contabilizados 51 ligações diárias nos dois sentidos, efectivando as ligações de Santo António, Fenais da Luz, Capelas, João
Bom e R. Mosteiros a Ponta Delgada (TIS, 2003).
No corredor da Relva são promovidas 54 ligações diárias nos dois sentidos, ligando Ponta Delgada a Relva, Sete Cidades,
Mosteiros e Candelária (TIS, 2003).
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4.2. REDE VIÁRIA URBANA E LIGAÇÕES COM A ENVOLVENTE
Da análise à Figura 14 verifica-se a
hierarquização da rede viária da área
de Estudo e a amarelo as principais
entradas na Área de Intervenção.
Figura 14. Rede viária da área de estudo e ligações com a envolvente (CMPDL, 2007a).Entradas da AI
Rede Viária
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4.3. PERCURSOS PEDONAIS
A oferta de percursos pedonais é bastante reduzida na Área de
Intervenção. Existem algumas ruas no centro da cidade onde não é
permitido a circulação automóvel (Figura 15), mas que
verdadeiramente ão podem ser considerdas como integrantes de
um percuro pedonal. Acresce o vulgarmente denominado “calçadão
de Ponta Delgada” – Avenida Marginal onde, principalmente durante
o Verão, centenas de pessoas gostam de praticar jogging.
Figura 15. Rua António José de Almeida
ANDAR
� Andar é uma das primeiras coisas que uma criança deseja fazer e é uma das últimas que qualquer um de nós quer deixar de fazer.
� Andar é um exercício físico que não necessita de ginásio
� É uma receita sem necessidade de médico, uma forma de controlar o peso sem dieta e é um cosmético que não se encontra à venda.
� É um tranquilizante sem comprimidos, uma terapia sem psiquiatra e uma forma de se deslocar gratuita.
� Não polui, não consome recursos naturais e é altamente eficiente.
� É conveniente e não necessita de equipamento especial, é auto-regulável e seguro.
� É tão natural como respirar (Aaron Sussman & Ruth Goode.1967.The Magic of Walking)
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4.4. PARQUES DE ESTACIONAMENTO
Uma variável fundamental da Mobilidade a considerar é o estacionamento, tanto no planeamento urbanístico como na gestão das
acessibilidades e qualificação urbana. As políticas de estacionamento orientadas na construção de parques centrais e pagamento
à superfície não abrangem algumas especificidades do estacionamento, nomeadamente do estacionamento de emprego,
residentes, temporário, cargas/descargas.
4.4.1. LOCALIZAÇÃO E CAPACIDADE
O estacionamento em Ponta Delgada
tem três vertentes. Uma primeira
composta por parques de
estacionamento concessionados, uma
segunda por parquímetros na rede
viária e uma terceira que consiste em
parques gratuitos na periferia do centro
da cidade. No Figura 16 estão
localizados os parques de
estacionamento existentes em Ponta
Delgada.
Figura 16. Localização dos parques de estacionamento de Ponta Delgada (CMPDL, 2007b).
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Dos 4375 lugares de estacionamento
disponíveis na área de estudo, 2728 são
gratuitos (62%) (Gráfico 21), sendo que é
nas freguesias de São José, São
Sebastião e São Pedro que se encontram
cerca de 755 da oferta de estacionamento
da área de Estudo (Gráfico 22).
Gráfico 21. Lugares de Estacionamento (gratuito/pago) na Área de Estudo (CMPDL, 2007c).
Gráfico 22. Repartição da capacidade de estacionamento da Área de Estudo (CMPDL, 2007c).
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4.4.2. PARQUES DE ESTACIONAMENTO URBANO
O Parque do Castilho é o mais antigo pago parque da cidade de Ponta Delgada. Dispõe de 444 lugares, distribuídas por 4
plataformas. Em 2006
apresentou uma média
mensal de 16140
estacionamentos (cerca
de 538 por dia),
distribuídos pelas
diferentes modalidades
(rotativo, assinante,
outros).
Gráfico 23. Variação da ocupação média mensal por tipo do Parque do Castilho (DATAREDE, 2007)
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Das modalidades praticadas neste parque convém analisar a modalidade “assinante”, pois, terá certamente, uma correlação
directa com o número
pessoas que exercem as
suas profissões na área
de influência deste
parque. Apresentou uma
média mensal de 4237
estacionamentos durante
o ano de 2006,
perfazendo, em média,
141 estacionamentos
diários.
Gráfico 24. Variação da ocupação média mensal da tipologia “assinantes” do Parque do Castilho (DATAREDE, 2007)
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A modalidade “rotativo” evidencia
o estacionamento ocasional de
mais de 87000 viaturas (até duas
horas) durante o ano 2006
(Gráfico 25). É neste aspecto
que se demonstra a grande
atractivamente do centro de
Ponta Delgada e a forte pressão
motorizada que este apresenta
Gráfico 25. Tempo de permanência (horas) da tipologia “rotativos” no Parque do Castilho (DATAREDE, 2007)
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O Gráfico 26 demonstra a variabilidade diária média para o ano de 2006 no Parque do Castilho. Verificam-se os valores mais
elevados a meio dos horários de expediente da
manhã e da tarde para a modalidade rotativos,
enquanto que a modalidade assinantes é
praticamente constante entre as 9:00 horas e as
18:00 horas (horário de funcionamento da maioria do
comércio e serviços).
Gráfico 26. Variação diária média anual do Parque do Castilho (DATAREDE, 2007)
O parque do Mercado da Graça dispõe de 124
lugares e serve de apoio ao funcionamento do
mercado municipal. Dados cedidos pela Câmara
Municipal de Ponta Delgada demonstram que, desde
Fevereiro de 2007 a Junho de 2007, são efectuados,
em média, 43397 estacionamentos por mês (Gráfico 27).
Gráfico 27. Variação da ocupação mensal do parque do Mercado da Graça (CMPDL, 2007d).
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Fruto da sua principal função, apoio ao mercado
municipal, 91 % dos estacionamentos do parque do
mercado da graça são inferiores a 2 horas (Gráfico 28).
Gráfico 28. Tempo de permanência do estacionamento no parque do Mercado da Graça (CMPDL, 2007d).
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4.4.3. PARQUES DE ESTACIONAMENTO NA VIA PÚBLICA
Existem 1079 lugares de estacionamento em - regime de parquímetros - na via pública nas freguesias da Área de Intervenção. A
exploração deste tipo de estacionamento está concessionada à DATAREDE. O apuramento da ocupação deste lugares de
estacionamento não se encontra centralizada, no entanto, informações da DATAREDE e por visualização, durante o horário de
expediente de trabalho normal, a taxa de ocupação destes lugares encontra-se acima da barreira dos 90%, admitindo-se que em
muitos casos e durante largos períodos de tempo, muitas situações atinjam valores de ocupação de 100%,
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4.5. PROJECTOS PREVISTOS PARA A REDE DE TRANSPORTES4.5.1. NOVAS VIAS E SERVIÇOS
Os principais projectos relacionados com estruturas, vias e serviços na rede de transportes, para além de obras de beneficiação
constantes das vias de comunicação do centro da cidade, estão relacionados com a frente costeira da cidade – excluída da nossa
área de intervenção. Em toda a frente costeira da cidade estão em plena evolução o prosseguimento de uma obra governamental
– Portas do Mar (Figura 17) – que irá ter um cais
acostável de 370 metros para atracagem dos
maiores navios de cruzeiro do mundo, para além da
criação de duas marinas, cinco mil metros
quadrados de zonas comerciais e parque de
estacionamento subterrâneo. Aliada a esta obra,
mas de responsabilidade da Câmara Municipal de
Ponta Delgada, irão ser construídos cerca de mil
lugares de estacionamento subterrâneos ao longo
da avenida Marginal.
Figura 17. Obras do projecto – Portas do Mar
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5. ADEQUAÇÃO DA OFERTA À PROCURA
A adequação da oferta à procura será tratada numa fase posterior a este relatório dada a disponibilização de dados tardia.
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5.1. SINISTRALIDADE
Por falta de dados mais desagregados são apresentados os dados da sinistralidade da ilha de São Miguel. Assim, e segundo
SREA, 2006b, registaram-se 2445 acidentes no ano de 2006 (variação positiva de 1,9% em relação ao ano 2005), tendo
resultado 8 vitimas mortais, 57 feridos graves e 482 feridos ligeiros.
Acresce-se que se espera resposta do comando da PSP de Ponta Delgada para a realização de uma reunião com a equipa
técnica para aprofundar este capítulo.
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6. CONDICIONANTES À EVOLUÇÃO DA MOBILIDADE
6.1. CARACTERIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS CONDICIONANTES6.1.1. DESLOCAÇÕES MOTORIZADAS
A abordagem deste capítulo é importante referenciar a realização do “I Workshop Mobilidade
Sustentável de Ponta Delgada – Visão/Missão/Objectivos”(Figura 18), efectivado com o objectivo
de reunir numa sessão de trabalhos uma amostra da sociedade de Ponta Delgada para abordar
questões relacionadas com a mobilidade.
Um dos exercícios abordados neste
workshop foi a identificação da entrada
mais difícil da cidade de Ponta Delgada (
Figura 19).
Figura 18. “I Workshop Mobilidade Sustentável Ponta Delgada – Visão/Missão/Objectivos”
Figura 19. Entrada mais difícil de Ponta Delgada
Nas duas figuras seguintes estão representados os resultados de 2 outros exercícios do Wokshop.
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Figura 20. “Onde Reside (verde), “Onde gostaria de Residir (azul), “Onde não gostaria de Residir (vermelho)
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Figura 21. Locais mais problemáticos para: Circular (vermelho), Estacionar (Amarelo), Permanecer (branco)
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É evidente a selecção de duas zonas consideradas complicadas (Rotunda de Belém – onde converge todo o tráfego oriundo da
parte Este da ilha – Lagoa, Ribeira Grande, Vila Franca do Campo, Povoação e Nordeste) e 2.ª Circular-Hospital (tráfego oriundo
da Costa Norte – Capelas).
Os grandes condicionalismos à mobilidade motorizada (pública e privada) é a própria mobilidade motorizada. Os
congestionamentos constantes e persistentes (não longos) provocam baixa fluência de tráfego em quase todas as vias
integrantes da área de intervenção. O Workshop identificou alguns pontos que se atestam os condicionalismos das deslocações
motorizadas:
Opção constante e individualizada pelo transporte privado;
Sobreposição da Origem e Destino dos Transportes Públicos Colectivos (Avenida Marginal);
Concentração dos horários dos Transportes Públicos Colectivos;
Sobredimensionamento dos Transportes Públicos Colectivos;
Estado de algumas vias;
Razão Dimensão/Ocupação muito elevada
Inoperatividade das linhas de mini-bus;
Oferta de estacionamento ineficaz
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6.1.2. MODOS SUAVES
Ainda no referido Workshop foram abordadas questões sobre os modos suaves. Os
seguintes pontos foram identificados como os grandes constrangedores ao seu
desenvolvimento:
Falta de aderência da população por questões culturais;
Falta de estacionamento
Perfis das ruas inadequados;
Presença abusiva e/ou autorizada de estacionamento nos passeios (Figura 22)
Usurpação do automóvel de espaços potencialmente alvo da prática de modos
suaves de mobilidade;
Descontinuidade da oferta para a prática de modos suaves de mobilidade
Figura 22. Presença abusiva de estacionamento nos passeios
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6.2. URBANISMO6.2.1. EQUIPAMENTOS COLECTIVOS
�
�
Figura 23. Localização dos Serviços de Utilidade Pública de Ponta Delgada (CMPDL, 2007a)
Verifica-se pela Figura 23 a elevada concentração de Serviços de utilidade pública no centro de Ponta Delgada.
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6.2.2. EXPANSÃO URBANA
Verifica-se que a expansão urbana de
Ponta Delgada está localizada
preferencialmente entre a 2.ª Circular e a
Avenida de São Gonçalo formando uma
faixa côncava em torno do “centro” da
cidade (Figura 24).
Figura 24. Espaços Urbanizáveis constantes no PDM de Ponta Delgada (CMPDL, 2007a)
Espaços urbanizáveis
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6.3. CENÁRIOS DE EVOLUÇÃO DA MOBILIDADE6.3.1. CENÁRIO TENDENCIAL
A tendência da evolução da mobilidade é marcadamente um desenvolvimento orientado para o transporte individual, no
melhoramento das vias de comunicação e na oferta de mais lugares de estacionamento.
6.3.2. CENÁRIO PRÓ-ACTIVA
Num cenário pró-activo poderão ser abordadas questões como:
Restrições ao uso do transporte individual no centro da cidade;
Adequar a oferta de transporte público;
Implementação de tarifas adequadas e sustentáveis nos transportes públicos;
Aquisição de frota de transportes públicos alimentados por energia alternativa
6.3.3. CENÁRIO INTERMÉDIO
Num cenário intermédio entende-se como um misto dos dois cenários anteriores, onde se procurará integrar as estratégias do
transporte privado com as preocupações emergentes da população a nível da mobilidade – segurança, conforto, circulação
pedonal, pessoas de mobilidade reduzida, etc.
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7. DIAGNÓSTICO
7.1. PROBLEMAS AO DESENVOLVIMENTO DE UMA MOBILIDADE SUSTENTÁVEL
Os problemas que afectam a mobilidade no concelho de Ponta Delgada, mais propriamente na Área de Intervenção, são de
índole diversa e variada. Procura-se seguidamente indicar os problemas mais graves e significativos. Adoptou-se por estruturar o
diagnóstico por temas, de modo a sistematizar a informação.
7.1.1. TRANSPORTES PÚBLICOS
As grandes lacunas/problemas dos transportes públicos identificadas são:
Mentalidade e comportamento dos utentes;
Falta de comunicação/informação ao utente;
Sobreposição do serviço público colectivo de passageiros com o serviço de transportes escolares;
Dimensão dos veículos face à dimensão das vias de comunicação;
Cobertura ineficiente da periferia;
Parcial ineficiência do serviço de mini-bus, tanto a nível de cobertura como no facto de terem um só sentido de circulação.
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Apresentam no entanto grandes pontos fortes, nomeadamente a nível do preço da bilhética, na frequência e na qualidade da
frota.
7.1.2. TRANSPORTE PRIVADO
O transporte privado apresenta como condicionantes:
Falta de estacionamento;
Estado das vias de comunicação;
Congestionamento;
Emissões atmosféricas;
Custo de manutenção.
Os seus pontos fortes são a independência, liberdade e flexibilidade, aliada ao conforto.
7.1.3. CIRCULAÇÃO PEDONAL
Os grandes entraves ao desenvolvimento de uma cultura pedonal identificados são:
Estacionamento abusivo em passeios e zonas proibidas;
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Falta de passeios / passeios estreitos / inoperacionais;
Ocupação de zonas de lazer para fins de estacionamento.
As grandes vantagens encontram-se ao nível da topografia pouco acidentada, na concentração de serviços, na dimensão
reduzida do centro da cidade, nas condições climatéricas e na arquitectura, oferta e beleza de vários monumentos.
7.1.4. ESTACIONAMENTO
O grande ponto fraco do estacionamento na área de intervenção é o desajuste espacial entre a oferta e a procura. Apesar de
haver um elevado número de lugares de estacionamento, estes situam-se, na sua maioria, a distâncias consideráveis dos
serviços. Os pontos fortes são a existência de elevada oferta, apesar de periférica, sem custos para o utilizador.
7.1.5. MOBILIDADE REDUZIDA
Marcadamente, Ponta Delgada não é uma cidade propícia para pessoas com mobilidade reduzida. Apresenta esporadicamente
alguns sinais de melhoria de condições de acesso a alguns edifícios, ou rebaixamento de passeios, mas numa avaliação global, é
uma cidade que restringe quem mais está restringido.
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8. BIBLIOGRAFIA
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CMPD. 2007b. Câmara Municipal de Ponta Delgada. Informação cedida sobre as linhas de mini-bus.
CMPD. 2007c. Câmara Municipal de Ponta Delgada. Informação cedida sobre o estacionamento.
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MONTEIRO, C.A. 2005. Mobilidade Sustentável em Portugal: Uma Quimera – Uma análise conceptual e empírica da gestão da
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Tecnológico na Engenharia. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto em parceria com a Faculdade de Economia do
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