Caracterizacao Espacial e Limnologica Da Area de Inundacao Do Rio Paraguai Pantanal Sul

8/18/2019 Caracterizacao Espacial e Limnologica Da Area de Inundacao Do Rio Paraguai Pantanal Sul

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CARACTERIZAÇÃO ESPACIAL E LIMNOLÓGICA DE ÁREA DE INUNDAÇÃO DO RIO PARAGUAI, PANTANAL SUL,

COM ÊNFASE NO FENÔMENO DA ‘DECOADA’

Maria Helena da Silva ANDRADE - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ([email protected]!Ana "#$ia %RAND&MAR'E - Universidade de So )aulo - ([email protected]*.r!

D+ora Fernandes ,A"HE&RS Universidade Federal de Mato Grosso ($alheirosdeora@/mail.$om!

"eandro Revereri 'AM%S& Universidade de So )aulo (letamosi@0ahoo.$om.r!

12el Rondon SUARE3 Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul ([email protected]!

Resumo. Este estudo tem o o4etivo de $ontriuir *ara melhor $om*reenso do fen5meno da 6de$oada78 o termo lo$al *ara a altera9o

sa2onal dos *ar:metros limnol;/i$os8 in$lusive a de*le9o de oue *ode $ausar mortandade natural de *ei


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Abstract. 'his stud0 aimed to $ontriute to etter understandin/ the *henomenon of de$oada8 the lo$al term for the seasonal alteration of

limnolo/i$al *arameters8 in$ludin/ de*letion of dissolved o


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Este fen5meno *re$isa ser investi/ado mais *rofundamente8 uma ve2 >ue8 de*endendo da sua ma/nitude8 *ode *rovo$ar a morte

de $entenas de toneladas de *eiualidade da ?/ua (,A"HE&RS FERRE&RA8 !8 e *or>ue dele de*endem a

oferta de ener/ia *ara a $adeia alimentar a>u?ti$a (,A"HE&RS BCC!8 em $omo o $ontrole natural da es*+$ie eu?ti$a8 e *or se tratar de uma $ara$tersti$a

distintiva do fun$ionamento da *lan$ie *antaneira 8 o *resente estudo a*resenta uma $ontriui9o ao seu maior entendimento. A*resenta-

se a $ara$teri2a9o limnol;/i$a de dois $or*os de ?/ua da *lan$ie do rio )ara/uai ao lon/o de um *erodo hidrol;/i$o8 enfati2ando as

altera9Tes *rovo$adas *ela de$oada8 al+m de a*resentar uma *ro*osta de *rosse/uimento de estudos *ara au


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,oleta de dados

A fim de /arantir a *adroni2a9o da $oleta nos mesmos lo$ais ao lon/o de todo o *erodo de estudo foram estaele$idos8 $om o

uso de ali2as8 *ontos de refer=n$ia 4unto aos >uais foram anotadas as $oordenadas /eo/r?fi$as *or meio de um e>ui*amento G)S

(Garmin[ G)S B )ersonal Navi/ator[!. Esta estrat+/ia *ermitiu a an?lise da evolu9o tem*oral dos *ar:metros limnol;/i$os de forma

mais a$urada8 evitando a inser9o de varia9Tes dos *ar:metros devido a falhas na lo$ali2a9o dos *ontos de $oleta.

)ara elaora9o do *lano de $oletas foi utili2ado o PsoftKareQ Ar$Gis . *ara8 a *artir das $oordenadas /eo/r?fi$as das ali2as8

$riar uma /rade de CB *or B $+lulas >uadradas referentes aos dois amientes na *lan$ie de inunda9o. Foram usadas ima/ens do sat+lite

"ANDSA' -'M de 4unho de BCC (;rita*onto BB! *ara estaele$er a /rade e *osi$ion?-la no $entro do $or*o de ?/ua e8 assim8

/arantir a amostra/em mais a$urada8 tanto nas esta9Tes de en$hente$heia >uanto nas de va2antese$a. Al+m disso8 evitou-se ainda a

*roue os *ontos

sorteados em $oletas anteriores fa2iam *arte8 novamente8 do universo amostral. ,om o auue um fen5meno de menor ma/nitude8 Puma massa de ?/ua *odreQ8 fora oservada

em a/osto (fase de va2ante! na %aa 'uiui#.

Retirou-se8 de $ada *onto sorteado8 uma unidade amostral de sedimento de fundo *ara an?lise /ranulom+tri$a a fim de se

determinar as fra9Tes de mat+ria or/:ni$a8 silte8 areia e ar/ila. )ara tanto8 foi utili2ado um *e/ador ti*o )etersen (modifi$ado!8 $om

volume de C litros e ?rea de C8CXY mB. A an?lise de /ranulometria se/uiu o m+todo des$rito no Manual de An?lise de Solos da Emra*a

(EM%RA)A8 !.

Amostras de ?/ua foram $oletadas *or meio de /arrafa de Van Dorn a meio metro a$ima da *rofundidade total do lo$al e8 in situ8

foram medidos valores de *rofundidade (m! (*rofundmetro S*eed 'e$h &nstruments!8 velo$idade da ?/ua (ms! (flu."-!8 nitro/=nio total (\/."-!8 f;sforo total (\/."-! e material em sus*enso

total (MS'! (m/8"-!.


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F02-ra 54 Gradil $om *ontos de $oleta8 utili2ado no $or*o d7?/ua 6%ra$inho78 )antanal do rio )ara/uai8 ,orum?MS (BCC!.

An?lise dos dados

Devido a *resen9a de um /rande n#mero de vari?veis des$ritoras das $ondi9Tes fsi$as e >umi$as da ?/ua8 foram utili2adas

t+$ni$as de ordena9o *ara an?lises estatsti$as multivariadas. )ara isso foi reali2ada uma An?lise de ,om*onentes )rin$i*ais (),A!8

$onsiderando a dist:n$ia Eu$lidiana entre os *ontos de $oleta (S1S'A' verso C.B! (S)SS8 &N,. BCCC!. A An?lise de ,om*onentes

)rin$i*ais foi a*li$ada $om a matri2 de $orrela9o de O vari?veisZ ouanto varia9o do nvel fluviom+tri$o do rio )ara/uai8 o *i$o da $heia o$orreu no m=s de 4unhoBCC8 en>uanto o *i$o da se$a

o$orreu no m=s de de2emro neste $i$lo hidrol;/i$o. 'em*oralmente8 oservou-se varia9o e


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)ara o %ra$inho8 $onstatou-se >ue OO^ da varia9o nos dados foi eue os *i$os de $heia (maio-4ulho! e se$a (outuro-de2emro! na re/io em estudo so defasados dos

*erodos de $huva (outuro-mar9o! e estia/em (a/osto-setemro!8 res*e$tivamente. Na re/io de *lanalto da %a$ia do Alto )ara/uai8 ao

$ontr?rio8 o in$io do *erodo de $heias fluviais e o do *erodo $huvoso $oin$idem devido s $ara$tersti$as /eomorfol;/i$as do sistema.

&sto a$onte$e *or>ue na re/io norte do )antanal8 lo$ali2ada no estado de Mato Grosso8 as ?/uas altas o$orrem no *erodo $huvoso

(outuro a mar9o! atin/indo ,orum? e re/io8 mais ao Sul8 a*enas meses de*ois8 >uando as $huvas $essam (maio8 4unho e 4ulho!8

devido lenta drena/em do )antanal (DA S&"VA ES'EVES8 Y ,ARVA"H8 O!.

As An?lises de ,om*onentes )rin$i*ais mostraram >ue no %ra$inho8 os maiores valores de , B " foram oservados nos meses de

?/uas altas8 en>uanto >ue na %aa 'uiui# as maiores $on$entra9Tes de o


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F02-ra 64 An?lise de ,om*onentes )rin$i*ais (),A!8 rela$ionando as O vari?veis limnol;/i$as8 *ara os meses de $oleta (Z

arilBCCZ 4unhoBCC `Z a/ostoBCCZouturoBCC∇

Z de2emroBCCZ fevereiroBCC! no %ra$inho (/r?fi$o da es>uerda! ena %aa 'uiui# (/r?fi$o da direita!8 *r;ue a dire9o do flu


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A an?lise do resultado do ),A *ermite oservar >ue as amostras dos diferentes meses se a/ru*aram se/undo fase de ?/uas altas

e ?/uas aiue se mostraram $om*letamente

distintas dos demais meses (Fi/ura !. Sae-se >ue esta an?lise desta$a os fatores mais si/nifi$ativos *ara o ordenamento dos meses8

todavia $onsidera o $on4unto das vari?veis es$olhidas8 no $aso8 O vari?veis. Assim8 + interessante oservar este isolamento nos dois

amientes e $om*ar?-lo s m+dias dos *ar:metros. No m=s de arilBCC8 otiveram-se os menores valores de ou?ti$as8 em $omo de fe2es e urina de animais.

)ara a $lorofila-a8 s;lidos em sus*enso e trans*ar=n$ia da ?/ua8 os valores re/istrados no *i$o de se$a $oin$idem $om os

resultados en$ontrados *or liveira Ferreira (BCC!. Estes autores su/erem >ue o fator $on$entra9odilui9o + mais atuante >ue a lu2

*ara o *adro oservado. Salientam8 todavia8 >ue no *erodo de maiores $on$entra9Tes de $lorofila havia maior dis*oniilidade de

f;sforo e sili$ato reativo sol#vel8 nutrientes estes >ue favore$em o desenvolvimento al/al. Neste traalho tam+m se verifi$ou alta

dis*oniilidade de f;sforo (total! no amiente.


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s resultados su/erem >ue eumi$as da ?/ua durante o ano8 $om

eue a*resenta uma dr?sti$a mudan9a nas $ara$tersti$as da ?/ua. ,omo a de$oada est? asso$iada ao in$io

da fase de en$hentes8 a intensidade desse fen5meno *ode a*resentar uma varia9o es*a$ial e tem*oral no )antanal8 a*resentando re/iTes

em >ue o fen5meno o$orre mais *re$o$emente e $om maior intensidade e outras em >ue o fen5meno *ode ser mais tardio e $om menos

intensidade (DE A3EVED MA,ED et al.8 BCX!.

Devido a /rande eualidade da ?/ua $om o uso de sensores remotos (HADL&M&'&S&S et al.8 BCCO

LU"&AN et al.8 BCC SNG et al.8 BC !. Entre os *ar:metros *assveis de monitoramento *or ima/ens de sat+lite esto a turide2 e o

$onte#do de mat+ria or/:ni$a total (e./. SNG et al.8 BC!8 >ue esto entre as $ara$tersti$as >ue variaram ao lon/o do ano e8

es*e$ialmente durante o fen5meno da de$oada8 su/erindo um /rande *oten$ial *ara o em*re/o de ima/ens de sat+lites *ara a melhor

$om*reenso e *reviso de o$orr=n$ia do fen5meno.

&ni$ialmente ser? ne$ess?rio estaele$er uma rela9o entre as $ara$tersti$as fsi$as e >umi$as da ?/ua nas diferentes re/iTes do

)antanal e a res*osta es*e$tral $a*tada *elas ima/ens de sat+lites $om o uso de modelos estatsti$os.

)ara /era9o e $alira9o desses modelos8 su/erimos uma amostra/em das varia9Tes das $ondi9Tes limnol;/i$as ao lon/o de todo

ano8 in$lusive durante o fen5meno da de$oada8 $orrela$ionando-as $om as ima/ens. Su/erimos a ado9o de uma amostra/em em *ontos

fiue8 nos anos se/uintes8 se4a *ossvel utili2ar a*enas os valores de refle$t:n$ia das ima/ens de sat+lite *ara monitorar as

$ara$tersti$as limnol;/i$as dos $or*os d7?/ua.

Uma ve2 >ue os modelos este4am em $alirados8 al+m de *ermitir estimar as $ondi9Tes de >ualidade da ?/ua8 ser? *ossvel tam+m

analisar a evolu9o do fen5meno da de$oada de uma maneira es*a$ialmente eue as diferentes re/iTes sero afetadas uma ve2 >ue o fen5meno tem in$io. Desta maneira8

ser? *ossvel in$or*orar informa9Tes detalhadas sore o efeito do uso e $oertura das terras8 em $omo dos fatores $lim?ti$os8 $omo


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*re$i*ita9o e tem*eratura8 sore o in$io do fen5meno da de$oada. Al+m disso8 $om a *reviso ade>uada da o$orr=n$ia e do

deslo$amento da de$oada8 as institui9Tes res*ons?veis *elas atividades e$on5mi$as mais afetadas *elo fen5meno $omo a *es$a8 a

*is$i$ultura em tan>ues rede e o turismo *odero ser informadas $om ante$ed=n$ia sore o mesmo8 de maneira >ue *ossam *ro/ramar

$om al/uns dias de ante$ed=n$ia o deslo$amento de suas ?reas de atua9o *ara evitar *re4u2os.

uso de sensores remotos e de modelos matem?ti$os *ara monitoramento das $ondi9Tes limnol;/i$as tam+m *ermitir? a reali2a9o

de estudos sore *ossveis efeitos de mudan9as das $ondi9Tes $lim?ti$as e de uso das terras sore a fre>u=n$ia de o$orr=n$ia e intensidade

do fen5meno dade$oada8 >ue8 *or sua ve28 tem rela9o direta $om a dis*oniilidade eu?ti$a no

)antanal (,alheiros BCC!.

C)+"l-7$

*resente traalho mostrou >ue as vari?veis limnol;/i$as sofrem influ=n$ia do *ulso de inunda9o e >ue a*resentam valores *arti$ularesdurante a o$orr=n$ia do fen5meno da de$oada. )ara melhor $om*reender essas *arti$ularidades + fundamental a eui*es multidis$i*linares8 >ue *ermitam o a$om*anhamento das $ondi9Tes limnol;/i$as durante mais de um *erodo

hidrol;/i$o8 em $omo o monitoramento dessas ?reas *or ima/ens de sensores remotos8 o4etivando a /era9o de modelos matem?ti$os

*ara maior $om*reenso dos *ro$essos e$ol;/i$os essen$iais >ue re/em o fun$ionamento do e$ossistema )antanal8 visando emasar

*olti$as *#li$as *ara sua $onserva9o8 $omo determina a ,onstitui9o Federal em seu Arti/o BBY (%rasil8 !8 em $omo *revisTes

futuras sore *ossveis mudan9as nas $ondi9Tes limnol;/i$as asso$iadas ao uso da terra8 altera9Tes na hidrodin:mi$a (hidrovia8 arra/ens

*ara /era9o hidroel+tri$a! (,alheiros et al. BCC! al+m das $ondi9Tes $lim?ti$as.

R$8$r9+"0a

A)HA8 AJJA8 J),F. Standard methods for the e


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,A"HE&RS8 D. F. FERRE&RA8 ,. L. A. Altera9Tes limnol;/i$as no rio )ara/uai (PDe>uadaQ! e o fen5meno natural de mortandade de

*ei


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LUN8 J. L. DA S&"VA8 ,. L. )ulso de &nunda9oZ ase *ara o mane4o do )antanal. &nZ SA"ES8 V. ,. (r/.!. E")0$:a

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Universidade de So )aulo,ENA8 . XY*.

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