CARACTERIZAÇÃO DE RESÍDUO INDUSTRIAL DE CAMU...

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Amostra Carboidratos (%) Fibra bruta (%) Proteínas (%) Lipídios (%) Cinzas (%) RCC 40 66,6 ± 0,4 a 13,3 ± 0,6 a 7,24 ± 0,02 a 3,73 ± 0,00 a 1,48 ± 0,02 a RCC 50 66,6 ± 0,4 a 14,3 ± 0,1 ab 7,25 ± 0,19 a 3,75 ± 0,16 a 1,63 ± 0,08 ab RCC 60 69,1 ± 0,2 b 12,8 ± 0,0 b 7,26 ± 0,14 a 3,95 ± 0,04 a 1,41 ± 0,02 b http://ekhus.com/products RESULTADOS E DISCUSSÃO Agradecimentos: CAPES, FAPESP (processo: 2016/16250-4), CNPq (processo: 304440/2016-7) Figura 1. Frutos de camu-camu. = (1) O processamento de frutas gera grandes quantidades de resíduos industriais. O camu-camu (Fig. 1) é um fruto rico em diversos compostos ativos, que tem sido processado gerando resíduos constituídos de casca, sementes e polpa residual. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do solvente na extração de composto fenólicos do resíduo industrial de camu-camu, seco em diferentes temperaturas, utilizando o método de extração por líquido pressurizado (PLE). Os resíduos de camu-camu seco (RCC) (Fig. 2) foram caracterizados em relação carboidratos, fibra bruta, proteína, lipídios e cinzas (AOAC, 2005). A extração foi realizada utilizando o método PLE (Fig. 2). Foi determinado o conteúdo de compostos fenólicos (capacidade redutora do Folin-Ciocalteu), cor e rendimento dos extratos (Eq. 1). Amostra Solvente L* a* b* RCC 40 Etanol 80% 7,01 ± 1,55 a, A 2,70 ± 0,74 a, A 5,51 ± 0,95 a, A RCC 50 10,14 ± 1,24 b, A 2,14 ± 0,79 a, A 3,49 ± 1,30 b, A RCC 60 13,65 ± 0,15 c, A 1,08 ± 0,57 b, A 2,39 ± 0,95 b, A RCC 40 Etanol 99,5% 2,58 ± 0,66 a, B 1,57 ± 0,33 a, B 2,20 ± 0,54 a, B RCC 50 1,80 ± 0,13 b, B 1,85 ± 0,18 a, A 2,05 ± 0,23 ab, B RCC 60 1,68 ± 0,36 b, B 1,61 ± 0,36 a, B 1,61 ± 0,43 b, A AOAC. (2005). Official methods of analysis of AOAC international. Washington DC, USA, 18th. Os extratos de camu-camu apresentaram elevado conteúdo de compostos fenólicos, indicando que o método PLE foi eficiente, sendo uma opção viável de recuperação destes compostos e uma alternativa ao aproveitamento de resíduos industriais de camu-camu. Os RCC apresentaram elevado conteúdo de carboidratos seguido de fibra bruta e proteínas (Tab. 1). O etanol 80% foi mais eficiente na extração de compostos fenólicos por PLE (Fig 3). O aumento da temperatura de secagem provocou aumento da luminosidade (L*) dos extratos obtidos com etanol 80%, indicando uma cor mais intensa (Tab. 2). Valores positivos de a* e b* foram observados em todos os extratos indicando maior tendência às cores vermelho e amarelo. a,b: Letras minúsculas na mesma coluna indicam diferença significativa pelo teste Duncan (p<0,05) entre as temperaturas de secagem para o mesmo solvente. A, B: Letras maiúsculas na mesma coluna indicam diferença significativa pelo teste de Duncan (p<0,05) entre os níveis de hidratação do solvente para a mesma temperatura; RCC 40: resíduo de camu-camu seco a 40° C; RCC 50: resíduo de camu-camu seco a 50° C; RCC 60: resíduo de camu-camu seco a 60° C. Tabela 2. Parâmetros de cor (L*, a* e b*) dos extratos. Tabela 1. Composição centesimal do resíduo de camu-camu seco. a,b: Letras minúsculas na mesma coluna indicam diferença significativa pelo teste Duncan (p<0,05). RCC 40: resíduo de camu-camu seco a 40° C; RCC 50: resíduo de camu-camu seco a 50° C; RCC 60: resíduo de camu-camu seco a 60° C. Figura 3. A: Conteúdo de compostos fenólicos e B: Rendimento da extração 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 40 °C 50 °C 60 °C Compostos fenólicos (mg AGE/100g resíduo BS) Etanol 80% Etanol 99,5% a d c b d d A 0 10 20 30 40 50 60 70 40 °C 50 °C 60 °C Rendimento (mg AGE/g de resíduo BS) Etanol 80% Etanol 99,5% a d c b d d B INTRODUÇÃO MATERIAIS E MÉTODOS CONCLUSÃO REFERÊNCIAS Figura 2. A: Secagem do resíduo de camu-camu; B: Resíduo seco (40, 50 e 60 °C); C: Extração por líquido pressurizado; D: Extratos (etanol 99,5 %); E: Extratos (etanol 80%) A B 40°C 50°C 60°C 4 min, 80°C, 10 MPa C 40, 50 e 60°C D 40, 50 e 60°C E Onde: R é o rendimento da extração em mg de AGE/g de resíduo (BS); m ext é a massa de extrato ao final da extração; é a concentração de compostos fenólicos no extrato em mg de AGE/g de extrato (BS) e m res é a massa de resíduo inicial. Autoria própria Autoria própria Autoria própria Autoria própria Autoria própria CARACTERIZAÇÃO DE RESÍDUO INDUSTRIAL DE CAMU-CAMU E EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS POR LÍQUIDO PRESSURIZADO Patrícia Argemira da Costa Araújo 1 , Alessandra Lopes de Oliveira 1 , Christianne Elisabete da Costa Rodrigues 1 , Denise Osiro 1 , Rosemary Aparecida de Carvalho 1 * 1 Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA), Departamento de Engenharia de Alimentos (ZEA), Pirassununga, São Paulo, Brasil. *Autor para correspondências: [email protected]

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Amostra Carboidratos

(%)

Fibra bruta

(%) Proteínas (%)

Lipídios

(%)

Cinzas

(%)

RCC 40 66,6 ± 0,4a 13,3 ± 0,6a 7,24 ± 0,02a 3,73 ± 0,00a 1,48 ± 0,02a

RCC 50 66,6 ± 0,4a 14,3 ± 0,1ab 7,25 ± 0,19a 3,75 ± 0,16a 1,63 ± 0,08ab

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Agradecimentos: CAPES, FAPESP (processo: 2016/16250-4), CNPq (processo: 304440/2016-7)

Figura 1. Frutos de camu-camu.

𝑅 =𝐶𝑒𝑥𝑡

𝑓𝑒𝑛∗ 𝑚𝑒𝑥𝑡

𝑚𝑟𝑒𝑠 (1)

O processamento de frutas gera grandes quantidades de resíduos industriais.

O camu-camu (Fig. 1) é um fruto rico em diversos compostos ativos, que tem

sido processado gerando resíduos constituídos de casca, sementes e polpa

residual. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do solvente na extração

de composto fenólicos do resíduo industrial de camu-camu, seco em diferentes

temperaturas, utilizando o método de extração por líquido pressurizado (PLE).

Os resíduos de camu-camu seco (RCC) (Fig. 2) foram caracterizados em

relação carboidratos, fibra bruta, proteína, lipídios e cinzas (AOAC, 2005). A

extração foi realizada utilizando o método PLE (Fig. 2). Foi determinado o

conteúdo de compostos fenólicos (capacidade redutora do Folin-Ciocalteu), cor

e rendimento dos extratos (Eq. 1).

Amostra Solvente L* a* b*

RCC 40

Etanol 80%

7,01 ± 1,55a, A 2,70 ± 0,74a, A 5,51 ± 0,95a, A

RCC 50 10,14 ± 1,24b, A 2,14 ± 0,79a, A 3,49 ± 1,30b, A

RCC 60 13,65 ± 0,15c, A 1,08 ± 0,57b, A 2,39 ± 0,95 b, A

RCC 40

Etanol 99,5%

2,58 ± 0,66a, B 1,57 ± 0,33a, B 2,20 ± 0,54a, B

RCC 50 1,80 ± 0,13b, B 1,85 ± 0,18a, A 2,05 ± 0,23ab, B

RCC 60 1,68 ± 0,36b, B 1,61 ± 0,36a, B 1,61 ± 0,43b, A

AOAC. (2005). Official methods of analysis of AOAC international. Washington DC, USA, 18th.

Os extratos de camu-camu apresentaram elevado conteúdo de compostos

fenólicos, indicando que o método PLE foi eficiente, sendo uma opção viável de

recuperação destes compostos e uma alternativa ao aproveitamento de

resíduos industriais de camu-camu.

Os RCC apresentaram elevado conteúdo de carboidratos seguido de fibra bruta

e proteínas (Tab. 1). O etanol 80% foi mais eficiente na extração de compostos

fenólicos por PLE (Fig 3). O aumento da temperatura de secagem provocou

aumento da luminosidade (L*) dos extratos obtidos com etanol 80%, indicando

uma cor mais intensa (Tab. 2). Valores positivos de a* e b* foram observados

em todos os extratos indicando maior tendência às cores vermelho e amarelo.

a,b: Letras minúsculas na mesma coluna indicam diferença significativa pelo teste Duncan (p<0,05) entre as temperaturas de secagem para o mesmo solvente. A, B: Letras maiúsculas na mesma coluna indicam diferença significativa pelo teste de Duncan (p<0,05) entre os níveis de hidratação do solvente para a mesma temperatura; RCC 40: resíduo de camu-camu seco a 40° C; RCC 50: resíduo de camu-camu seco a 50° C; RCC 60: resíduo de camu-camu seco a 60° C.

Tabela 2. Parâmetros de cor (L*, a* e b*) dos extratos.

Tabela 1. Composição centesimal do resíduo de camu-camu seco.

a,b: Letras minúsculas na mesma coluna indicam diferença significativa pelo teste Duncan (p<0,05). RCC 40: resíduo de camu-camu seco a 40° C; RCC 50: resíduo de camu-camu seco a 50° C; RCC 60: resíduo de camu-camu seco a 60° C.

Figura 3. A: Conteúdo de compostos fenólicos e B: Rendimento da extração

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Etanol 80%

Etanol 99,5%

a

d

c b

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B

INTRODUÇÃO

MATERIAIS E MÉTODOS

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS

Figura 2. A: Secagem do resíduo de camu-camu; B: Resíduo seco (40, 50 e 60 °C);

C: Extração por líquido pressurizado; D: Extratos (etanol 99,5 %); E: Extratos (etanol

80%)

A B

40°C 50°C 60°C

4 min, 80°C, 10 MPa

C

40, 50 e 60°C

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Onde: R é o rendimento da extração em mg de AGE/g de resíduo (BS); mext é a massa de extrato ao final da

extração; 𝐶𝑒𝑥𝑡𝑓𝑒𝑛

é a concentração de compostos fenólicos no extrato em mg de AGE/g de extrato (BS) e mres é a

massa de resíduo inicial.

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Autoria própria

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CARACTERIZAÇÃO DE RESÍDUO INDUSTRIAL DE CAMU-CAMU E EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS POR LÍQUIDO PRESSURIZADO

Patrícia Argemira da Costa Araújo1, Alessandra Lopes de Oliveira1, Christianne Elisabete da Costa Rodrigues1, Denise Osiro1, Rosemary Aparecida de Carvalho1* 1Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA), Departamento de Engenharia de Alimentos (ZEA), Pirassununga, São Paulo, Brasil.

*Autor para correspondências: [email protected]