Caracterização de Parâmetros Biométricos e de Ácidos ...Instituto Nacional de Investigação...

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Silva Lusitana 16(1): 1 - 19, 2008 © EFN, Lisboa. Portugal 1 1º Autor E-mail: isabel.evaristo@efn.com.pt Caracterização de Parâmetros Biométricos e de Ácidos Gordos em Pinhões de Populações Portuguesas de Pinus pinea L. Isabel Evaristo*, Rogério Tenreiro** e Rita Costa* *Investigador Auxiliar Instituto Nacional de Investigação Agrária/INRB, I.P., Av. da República, Quinta do Marquês, 2780-159 OEIRAS **Professor Auxiliar c/Agregação Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. ICAT – Unidade de Microbiologia, Biotecnologia e Biologia Molecular, Campo Grande, 1749-016 LISBOA Sumário. Este estudo segue-se ao artigo já publicado intitulado "Caracterização de genótipos seleccionados de pinheiro manso para o controlo da qualidade do pinhão" e pretende ser uma contribuição para valorizar e proteger o pinhão de Alcácer do Sal, de modo a permitir a criação de uma Região de Denominação de Origem Protegida (DOP). Avaliou-se a variabilidade de 14 parâmetros morfológicos nas pinhas e sementes de pinheiro manso, em quatro povoamentos na principal Região de Proveniência de modo a encontrar correlações que nos permitam seleccionar de forma expedita as características a melhorar. A Quinta do Sousa e a herdade de Monte Novo apresentaram potencial genético mais elevado. Nos mesmos povoamentos, determinámos o teor de gordura e de ácidos gordos com a finalidade de seleccionar clones a utilizar em futuros programas de plantações. Os resultados confirmaram que o pinhão apresenta teores elevados de gordura (43%), teores baixos em ácidos saturados (11%) e teores elevados em ácidos gordos polinsaturados (48%). Os ácidos gordos com valores mais elevados foram o linoleico e o oleico, que em conjunto apresentaram teores de 84% em relação ao total de ácidos gordos. Palavras-chave: Pinheiro manso; parâmetros morfológicos; pinhas; sementes; ácidos gordos Characterisation of Biometric Parameters and Fatty Acids Content of Pinus pinea L. Pine Nuts of Portuguese Populations Abstract. This study is a follow up to the article already published entitled "Caracterização de genótipos seleccionados de pinheiro manso para o controlo da qualidade do pinhão" and intends to contribute to increase the value of the Alcácer do Sal pine nut and thereby create a region with a denomination of protected origin (DOP). The variability of 14 morphological parameters was evaluated in the pine cones and the seeds, on four populations from the main Provenance Region, in order to find out correlations that allow us to quickly select the characteristics to improve. Quinta do Sousa and Monte Novo revealed higher genetic potential. In the same populations, the fatty acids content was also assessed in order to select clones to be used in future plantation programmes. The results

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Silva Lusitana 16(1): 1 - 19, 2008 © EFN, Lisboa. Portugal 1

1º Autor E-mail: [email protected]

Caracterização de Parâmetros Biométricos e de Ácidos

Gordos em Pinhões de Populações Portuguesas de Pinus pinea L.

Isabel Evaristo*, Rogério Tenreiro** e Rita Costa*

*Investigador Auxiliar Instituto Nacional de Investigação Agrária/INRB, I.P., Av. da República, Quinta do

Marquês, 2780-159 OEIRAS **Professor Auxiliar c/Agregação

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. ICAT – Unidade de Microbiologia, Biotecnologia e Biologia Molecular, Campo Grande, 1749-016 LISBOA Sumário. Este estudo segue-se ao artigo já publicado intitulado "Caracterização de genótipos seleccionados de pinheiro manso para o controlo da qualidade do pinhão" e pretende ser uma contribuição para valorizar e proteger o pinhão de Alcácer do Sal, de modo a permitir a criação de uma Região de Denominação de Origem Protegida (DOP).

Avaliou-se a variabilidade de 14 parâmetros morfológicos nas pinhas e sementes de pinheiro manso, em quatro povoamentos na principal Região de Proveniência de modo a encontrar correlações que nos permitam seleccionar de forma expedita as características a melhorar. A Quinta do Sousa e a herdade de Monte Novo apresentaram potencial genético mais elevado. Nos mesmos povoamentos, determinámos o teor de gordura e de ácidos gordos com a finalidade de seleccionar clones a utilizar em futuros programas de plantações. Os resultados confirmaram que o pinhão apresenta teores elevados de gordura (43%), teores baixos em ácidos saturados (11%) e teores elevados em ácidos gordos polinsaturados (48%). Os ácidos gordos com valores mais elevados foram o linoleico e o oleico, que em conjunto apresentaram teores de 84% em relação ao total de ácidos gordos. Palavras-chave: Pinheiro manso; parâmetros morfológicos; pinhas; sementes; ácidos gordos Characterisation of Biometric Parameters and Fatty Acids Content of Pinus pinea L. Pine Nuts of Portuguese Populations Abstract. This study is a follow up to the article already published entitled "Caracterização de genótipos seleccionados de pinheiro manso para o controlo da qualidade do pinhão" and intends to contribute to increase the value of the Alcácer do Sal pine nut and thereby create a region with a denomination of protected origin (DOP).

The variability of 14 morphological parameters was evaluated in the pine cones and the seeds, on four populations from the main Provenance Region, in order to find out correlations that allow us to quickly select the characteristics to improve. Quinta do Sousa and Monte Novo revealed higher genetic potential. In the same populations, the fatty acids content was also assessed in order to select clones to be used in future plantation programmes. The results

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2 Evaristo, I., Tenreiro, R. e Costa, R.

confirmed that pine nut has high crude fat content (43%), low saturated fatty acids (SFA) (11%) and high polyunsaturated fatty acids (PUFA) (48%). The most abundant acids were the unsaturated linoleic and oleic, which comprise together about 84% of the total fatty acid content. Key words: Stone pine; morphological parameters; cones; seeds; fatty acids Caractérisation des Paramètres Biométriques et des Acides Gras sur Pignon de Pinus pinea L. d'Origine Portugaise Résumé. À la suite de l'article publié sous le titre "Caracterização de genótipos seleccionados de pinheiro manso para o controlo da qualidade do pinhão", on prétend, par ce travail, mettre en valeur et protéger le pignon de Alcácer do Sal en vue d'établir une DOP- Dénomination d'Origine Protégée pour cette région. La variabilité de 14 paramètres morphologiques des cônes et graines de pin pignon a été évaluée sur quatre peuplements installés dans la plus importante Région de Provenance de façon à trouver des corrélations qui permettent une sélection expéditive des caractéristiques à améliorer.

Quinta do Sousa et Monte Novo ont présenté un potentiel génétique plus élevé. Dans les quatre peuplements on a déterminé la teneur en matière grasse et en acides gras avec pour objectif de faire la sélection de clones pour de futurs peuplements. Les résultats ont confirmé que le pignon est riche en matière grasse (43%) et a des teneurs relativement faibles en acides saturés (11%) et assez élevés en acides gras polyinsaturés (48%). Ensemble, les acides linoléique et oléique ont des teneurs qui correspondent à 84% des acides gras totaux. Mots clés: Pin pignon; paramètres morphologiques; cônes; graines de pin pignon; acides gras

Introdução

O pinheiro manso (Pinus pinea L.) é

uma espécie tipicamente mediterrânica que, devido à sua plasticidade se distribui por todo o país. No entanto, as zonas mais favoráveis para a espécie e onde se encontram as maiores produções de pinhão concentram-se na estação ecológica sub mediterrânica, em solos arenosos que se estendem, em grande parte, pelas bacias Terciárias do Tejo e Sado ocupando as charnecas do Miocénico e Pliocénico.

Actualmente, a produção de pinhão constitui um incentivo importante na exploração de pinheiro manso. Com efeito, o pinhão é hoje muito apreciado quer ao natural quer nas suas inúmeras aplicações em pastelaria. Este apresenta um elevado valor nutritivo, é particular-mente rico em proteínas (33-38%), hidratos de carbono (4,5-6,0%), gordura

(46-51%), ácidos gordos, principalmente ácido oleico e linoleico, vitaminas B1, ácido fólico e minerais como potássio, fósforo e magnésio (NERGIZ e DONMEZ, 2004; COSTA et al., 2008). Por outro lado, a sua composição lipídica é das mais interessantes do ponto de vista dietético alimentar, principalmente pela quase perfeita equivalência quantitativa dos ácidos linoleico e oleico (CARVALHO, 1996).

Estudos efectuados por FERREIRA- -CARDOSO et al. (1999), CAÑELLAS et al. (2000) e, mais recentemente, por CHISHOLM et al. (2005), confirmam que os frutos secos com teor significativo em ácidos gordos polinsaturados podem desempenhar um papel fundamental na alimentação uma vez que, para além de reduzir a concentração de colesterol, prevenindo, assim, as doenças coronárias, também promovem, nas crianças, o desenvolvimento do cérebro e

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Parâmetros Biométricos e Ácidos Gordos 3

da retina. A composição dos pinhões apresenta

variação entre as espécies e, até mesmo, com algumas subespécies dependendo das condições geográficas e climáticas (SAGREDO-NIEVES, 1992; NASRI et al., 2005b).

Actualmente, já é possível diferenciar as principais famílias de coníferas, bem como a maioria dos géneros de Pinaceae, por quimiotaxonomia com base nos teores de ácidos gordos em sementes (destaque particular para os ácidos oleico, linoleico e os ácidos 5,9-18:2). Por exemplo, no género Pinus o ácido linoleico varia entre 43,6 e 60,5%; no género Picea entre 45,4-49,5% e, com valores ligeiramente inferiores, surgem os géneros Abies (38,6-47,5%) e Larix (42,7-45,5%) (WOLFF et al., 1997).

Atendendo que nos últimos anos, o pinhão tem registado flutuações devido à concorrência com o pinhão de origem asiática, comercializado a preços inferio-res, existe todo o interesse em incremen-tar e uniformizar a produção de semente certificada em qualidade e quantidade pelas vantagens que representa para a economia das regiões a Sul do Tejo.

Neste sentido, foram caracterizados 14 parâmetros morfológicos em pinhas e sementes e determinados os teores em gordura bem como o perfil de ácidos gordos, em quatro povoamentos seleccionados na principal região de proveniência (V).

Material e métodos

Material vegetal

Para este estudo foram utilizadas 48

árvores seleccionadas nas Herdades

Monte Novo (MN), Quinta do Sousa (QS), Pai Sobrado (PS) e Mata Nacional de Valverde (MNV), povoamentos locali-zados na principal região de produção de pinhão (Quadro 1).

Assim, no período compreendido entre Janeiro e Março de 2003 procedeu-se à apanha de pinhas nas árvores seleccionadas. O material colhido, 144 pinhas (3 pinhas/árvore), foi transpor-tado para as estufas da Mata Nacional do Escaroupim para secagem e colheita de pinhão. As determinações físicas foram rapidamente registadas e o miolo de pinhão conservado a -20ºC até à sua análise química. Métodos

Parâmetros biométricos

As medições, contagens e pesagens

foram realizadas directamente nas pinhas e no pinhão. No que se refere à pinha, foram registados os seguintes parâmetros: comprimento (CP), diâmetro maior (DMP), peso (PP), número (NSe) e peso de sementes por pinha (PSe), enquanto que, no pinhão com casca, se avaliaram os valores referentes ao com-primento (CSe), largura (LSe) e espessura (ESe). Considerando que o aspecto exterior do pinhão tem importância em termos de comercialização, independen-temente da sua composição química foi, também, determinado o comprimento (CM), a largura (LM) e a espessura (EM), registado o peso da casca (PC) e o peso do miolo (PM). Como parâmetro, foi, ainda, avaliado o peso de cem sementes (PCEM). Por pinha foram colhidas e medidas cinquenta sementes (Figura 1).

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4 Evaristo, I., Tenreiro, R. e Costa, R.

Quadro 1 - Povoamentos estudados e número de árvores analisadas na Região de Proveniência V

Povoamentos Herdade Monte

Novo Herdade Pai

Sobrado Herdade Quinta

do Sousa Mata Nacional

de Valverde 10 árvores 19 árvores 13 árvores 6 árvores

Medições:Comprimento (CP)Diâmetro maior (DMP)Peso (PP)Nºsementes/pinha (NSe)P sementes/pinha (PSe)

Medições:Comprimento (CM)Largura (LM)Espessura (EM)Peso da casca (PC)Peso do miolo (PM)

Medições:Comprimento (CSe)Largura (LSe)Espessura (ESe)

Retiradas todas

as sementes

Retiradas 50 sementes

3 pinhas /árvore

Descascadas 25 sementes

Medições:Comprimento (CP)Diâmetro maior (DMP)Peso (PP)Nºsementes/pinha (NSe)P sementes/pinha (PSe)

Medições:Comprimento (CM)Largura (LM)Espessura (EM)Peso da casca (PC)Peso do miolo (PM)

Medições:Comprimento (CSe)Largura (LSe)Espessura (ESe)

Retiradas todas

as sementes

Retiradas 50 sementes

3 pinhas /árvore

Descascadas 25 sementes

Medições:Comprimento (CP)Diâmetro maior (DMP)Peso (PP)Nºsementes/pinha (NSe)P sementes/pinha (PSe)

Medições:Comprimento (CM)Largura (LM)Espessura (EM)Peso da casca (PC)Peso do miolo (PM)

Medições:Comprimento (CSe)Largura (LSe)Espessura (ESe)

Retiradas todas

as sementes

Retiradas 50 sementes

3 pinhas /árvore

Descascadas 25 sementes

Figura 1 - Esquema do delineamento experimental utilizado

Gordura e ácidos gordos Na determinação dos ácidos gordos

utilizou-se o método descrito por CARVALHO (1996). O óleo foi extraído três vezes com éter etílico. A metilação dos ácidos gordos foi efectuada pelo MeOHBF3 em ebulição sob refluxo durante sete minutos, após saponificação durante duas horas com KOH 10N em 50 mL EtOH:Éter (3:1). Os ésteres metilados foram dissolvidos em n-hexano e analisados por cromatografia gasosa.

A separação dos ácido gordos foi efectuada num cromatógrafo gasoso (CG) Hewlett-Packard HP 5890 com detector de chama ionizada (FID), acoplado a um integrador electrónico equipado com uma coluna capilar Carbowax 10M, (30 m, 0,25 mm ID, 0.25 µm espessura de filme). A optimização das condições de

separação foi obtida com a seguinte programação: temperatura inicial do forno 180ºC durante um minuto com subida até 250ºC (5ºC/minuto) manten-do a temperatura final do forno durante seis minutos. As injecções automatizadas foram feitas em triplicado e as tempera-turas do injector e do detector foram, respectivamente, de 260ºC e 270ºC. A composição em ácidos gordos foi deter-minada em termos de ácidos saturados: palmítico (C16:0) e esteárico (C18:0), e de ácidos insaturados: oleico (C18:1), linoleico (C18:2) e linolénico (C18:3). Os ácidos gordos foram identificados por comparação dos seus tempos de retenção com os de padrões comerciais (SIGMA Chemical Co., St Louis, USA) e quantificados percentualmente através da integração das áreas dos picos.

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Parâmetros Biométricos e Ácidos Gordos 5

Análise de dados Resultados e discussão As análises univariadas permitiram

visualizar, graficamente, a variação de cada parâmetro avaliado nos 48 indivíduos analisados.

Os dados foram tratados estatistica-mente recorrendo, para o efeito, ao programa STATISTICA (Versão 6.0) que permitiu a aplicação de:

Os Box-plots constituíram o tipo de análise escolhida para ser apresentada. Numa análise sumária de Box-plots apresentados graficamente na Figura 2, pode concluir-se que a maioria das pinhas das herdades Quinta do Sousa e Monte Novo apresentaram valores médios mais elevados de PP, CP, DMP e PSe em relação aos outros dois povoamentos e os valores mais baixos, com excepção do peso da pinha, foram obtidos para a Mata Nacional de Valverde.

- Técnicas de análise univariada (esta-tísticas básicas diagramas de extremos e Box-plots) e bivariada (diagramas de dispersão e regressões lineares).

- Técnicas de análise multivariada nomeadamente recorrendo aos métodos de ordenação. Na análise das variáveis quantitativas utilizou-se a análise de componentes principais (ACP).

- Métodos de classificação hierárquica para análise de semelhança entre os parâmetros biométricos do fruto e semente e, ainda, dos ácidos gordos.

DM N

PP

DM

PP

CPDMP NS

PSPP Média Média +- 0,95 int con

Figura 2 - Box-plot de valores quantitativos referentes à análise de parâmetros biométricos da pinha em 48 indivíduos de P. pinea dos quatro povoamentos. Variação no peso da pinha (PP), no comprimento da pinha (CP), no diâmetro maior da pinha (DMP), no peso das sementes por pinha (PSe) e no número de sementes por pinha (NSe)

f Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

100

120

140

160

180

200

220

240

260

280

300

320

340

PP (g

)

PP: KW-H(3;48) = 20,9158446; p = 0,0001

Média Média +- 0,95 Int conf Valores anómalos Extremos

Q SousaMonte Novo

Pai SobradoMata Valverde

6,5

7,0

7,5

8,0

8,5

9,0

9,5

10,0

10,5

11,0

11,5

CP

(cm

)

CP: KW-H(3;48) = 5,03265997; p = 0,1694

Média Média +- 0,95 Int conf Valores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

DM

P (c

m)

DMP: KW-H(3;48) = 16,7195159; p = 0,0008

Média Média +-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

20

30

40

50

60

70

80

90

100 PS: KW-H(3;48) = 27,0373585; p = 0,000006

PSe

(g)

Média Média +-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130 NS: KW-H(3;48) = 28,4276989; p = 0,000003

NSe

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6 Evaristo, I., Tenreiro, R. e Costa, R.

Relativamente ao comprimento,

largura e espessura da semente, verificou-se que os valores médios mais elevados correspondiam ao povoamento Monte Novo. Contudo, evidenciou-se o

povoamento de Pai Sobrado pelo elevado número de valores anómalos registados e a Mata Nacional de Valverde pela grande amplitude de valores (Quadro 2 e Figura 3)

Quadro 2 - Variação nos parâmetros biométricos em 48 indivíduos de P. pinea nos quatro povoamentos estudados

Parâmetros Quinta Sousa Média Min. Max.

Monte Novo Média Min. Max.

Pai Sobrado Média Min. Max.

Mata N. Valverde Média Min. Max.

PP 270,02 185,33 322,33 262,62 217,50 330,66 200,53 122,17 268,33 220,72 177,3 302,66 CP 9,43 7,17 11,23 9,63 8,77 10,63 9,04 7,03 10,67 8,69 7,43 10,03

DMP 6,28 5,60 6,66 5,77 3,35 6,63 5,61 4,70 6,20 5,59 5,03 6,37 NSe 98,83 58,00 121,33 73,52 58,0 93,33 79,14 62,0 94,00 59,44 40,00 82,33 PSe 72,43 45,17 89,17 56,93 45,17 70,17 45,43 24,0 62,67 40,26 27,83 61,50

PCEM 73,28 58,23 89,82 77,96 62,47 89,12 56,91 35,76 72,78 72,90 60,48 79,40 CSe 1,80 1,61 1,92 1,85 1,72 1,98 1,63 1,41 1,81 1,65 1,48 1,79 LSe 0,89 0,83 0,96 0,93 0,86 0,98 0,84 0,75 0,90 0,89 0,80 0,97 ESe 0,74 0,69 0,81 0,76 0,69 0,79 0,69 0,60 0,75 0,72 0,64 0,81 CM 1,30 1,15 1,39 1,36 1,29 1,44 1,18 1,01 1,34 1,14 0,82 1,31 LM 0,50 0,47 0,52 0,52 0,47 0,55 0,52 0,43 1,29 0,49 0,37 0,56 EM 0,35 0,31 0,37 0,38 0,35 0,43 0,35 0,31 0,41 0,36 0,26 0,41 PC 13,93 11,83 16,0 14,79 12,17 16,67 11,12 7,67 15,33 11,96 8,00 14,5 PM 4,19 3,33 4,67 4,67 4,17 5,00 3,66 2,50 4,33 4,22 2,67 5,25

Média Média+-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,72

0,74

0,76

0,78

0,80

0,82

0,84

0,86

0,88

0,90

0,92

0,94

0,96

0,98

LSe

(cm)

LS: KW-H(3;48) = 19,5756922; p = 0,0002

Média Média +-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,58

0,60

0,62

0,64

0,66

0,68

0,70

0,72

0,74

0,76

0,78

0,80

0,82

ESe

(cm)

ES: KW-H(3;48) = 18,8048083; p = 0,0003

LSe CSe

ESe

MédiaMédia +- 0,95 int confValores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

1,3

1,4

1,5

1,6

1,7

1,8

1,9

2,0

2,1

CSe

(cm

)

CS: KW-H(3;48) = 24,558386; p = 0,00002

Média Média+-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,72

0,74

0,76

0,78

0,80

0,82

0,84

0,86

0,88

0,90

0,92

0,94

0,96

0,98

LSe

(cm)

LS: KW-H(3;48) = 19,5756922; p = 0,0002

Média Média +-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,58

0,60

0,62

0,64

0,66

0,68

0,70

0,72

0,74

0,76

0,78

0,80

0,82

ESe

(cm)

ES: KW-H(3;48) = 18,8048083; p = 0,0003

LSe CSe

ESe

MédiaMédia +- 0,95 int confValores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

1,3

1,4

1,5

1,6

1,7

1,8

1,9

2,0

2,1

CSe

(cm

)

CS: KW-H(3;48) = 24,558386; p = 0,00002

Média Média+-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,72

0,74

0,76

0,78

0,80

0,82

0,84

0,86

0,88

0,90

0,92

0,94

0,96

0,98

LSe

(cm)

LS: KW-H(3;48) = 19,5756922; p = 0,0002

Média Média +-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,58

0,60

0,62

0,64

0,66

0,68

0,70

0,72

0,74

0,76

0,78

0,80

0,82

ESe

(cm)

ES: KW-H(3;48) = 18,8048083; p = 0,0003

Média Média+-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,72

0,74

0,76

0,78

0,80

0,82

0,84

0,86

0,88

0,90

0,92

0,94

0,96

0,98

LSe

(cm)

LS: KW-H(3;48) = 19,5756922; p = 0,0002

Média Média +-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,58

0,60

0,62

0,64

0,66

0,68

0,70

0,72

0,74

0,76

0,78

0,80

0,82

ESe

(cm)

ES: KW-H(3;48) = 18,8048083; p = 0,0003

LSe CSe

ESe

LSe CSe

ESe

LSe CSe

ESe

MédiaMédia +- 0,95 int confValores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

1,3

1,4

1,5

1,6

1,7

1,8

1,9

2,0

2,1

CSe

(cm

)

CS: KW-H(3;48) = 24,558386; p = 0,00002

MédiaMédia +- 0,95 int confValores anómalosExtremos

MédiaMédia +- 0,95 int confValores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

1,3

1,4

1,5

1,6

1,7

1,8

1,9

2,0

2,1

CSe

(cm

)

CS: KW-H(3;48) = 24,558386; p = 0,00002

Figura 3 - Box-plot de valores quantitativos referentes à análise de parâmetros biométricos da semente em 48 indivíduos de P. pinea dos quatro povoamentos. Variação no comprimento da semente (CSe), na largura da semente (LSe) e na espessura da semente (ESe)

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Parâmetros Biométricos e Ácidos Gordos 7

No miolo de pinhão da herdade de Monte Novo constatou-se que o comprimento, a largura, a espessura do miolo, o peso do miolo e o peso da casca atingiram valores médios mais elevados quando comparados com os restantes povoamentos. A Mata Nacional de Valverde continuou a apresentar uma grande variação de valores, excepto para a largura do miolo e o povoamento de Pai Sobrado destacou-se, tal como nos casos anteriores, pelo elevado número de valores anómalos, estão fora da amplitude de valores (Figura 4).

As análises bivariadas permitiram relacionar, nos quatro povoamentos, duas variáveis quantitativas e analisar o comportamento de uma em relação à

outra. De todas as combinações realizadas

apresenta-se a situação que demonstrou resultados mais interessantes na relação entre duas variáveis, nomeadamente o peso da pinha (PP) e o peso do miolo (PM), para cada uma das populações (Figura 5) e para o conjunto delas (Figura 6). Assim sendo, verificou-se que nas populações Pai Sobrado e Mata Nacional de Valverde, à medida que aumentava o peso da pinha aumentava igualmente o peso de miolo. Relativamente aos restantes povoamentos, particularmente, Monte Novo, constatou-se que o aumen-to do peso da pinha não tinha influência sobre o aumento do peso do miolo.

Média Média +- 0,95 int conf Valores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

6

8

10

12

14

16

18

PC (g

)

(PC): KW-H(3;48) = 22,3501847; p = 0,00006

Média Média +- 0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,7

0,8

0,9

1,0

1,1

1,2

1,3

1,4

1,5

CM

(cm

)

CM: KW-H(3;48) = 26,7288007; p = 0,000007

Média Média+-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,24

0,26

0,28

0,30

0,32

0,34

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

EM (c

m)

EM: KW-H(3;48) = 11,177226; p = 0,0108

LM

EM

CM

PM Média Média +-0,95 int conf Valores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

2,2

2,4

2,6

2,8

3,0

3,2

3,4

3,6

3,8

4,0

4,2

4,4

4,6

4,8

5,0

5,2

5,4

PM (g

)

(PM): KW- H(3;48) = 21,18775; p = 0,00010

Média Média +-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

LM (c

m)

LM: KW-H(3;48) = 13,4241395; p = 0,0038

PC

Média Média +- 0,95 int conf Valores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

6

8

10

12

14

16

18

PC (g

)

(PC): KW-H(3;48) = 22,3501847; p = 0,00006

Média Média +- 0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,7

0,8

0,9

1,0

1,1

1,2

1,3

1,4

1,5

CM

(cm

)

CM: KW-H(3;48) = 26,7288007; p = 0,000007

Média Média+-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,24

0,26

0,28

0,30

0,32

0,34

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

EM (c

m)

EM: KW-H(3;48) = 11,177226; p = 0,0108

LM

EM

CM

PM Média Média +-0,95 int conf Valores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

2,2

2,4

2,6

2,8

3,0

3,2

3,4

3,6

3,8

4,0

4,2

4,4

4,6

4,8

5,0

5,2

5,4

PM (g

)

(PM): KW- H(3;48) = 21,18775; p = 0,00010

Média Média +-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

LM (c

m)

LM: KW-H(3;48) = 13,4241395; p = 0,0038

Média Média +- 0,95 int conf Valores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

6

8

10

12

14

16

18

PC (g

)

(PC): KW-H(3;48) = 22,3501847; p = 0,00006

Média Média +- 0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,7

0,8

0,9

1,0

1,1

1,2

1,3

1,4

1,5

CM

(cm

)

CM: KW-H(3;48) = 26,7288007; p = 0,000007

Média Média+-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,24

0,26

0,28

0,30

0,32

0,34

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

EM (c

m)

EM: KW-H(3;48) = 11,177226; p = 0,0108

LM

EM

CM

PM Média Média +-0,95 int conf Valores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

2,2

2,4

2,6

2,8

3,0

3,2

3,4

3,6

3,8

4,0

4,2

4,4

4,6

4,8

5,0

5,2

5,4

PM (g

)

(PM): KW- H(3;48) = 21,18775; p = 0,00010

Média Média +-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

LM (c

m)

LM: KW-H(3;48) = 13,4241395; p = 0,0038

Média Média +- 0,95 int conf Valores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

6

8

10

12

14

16

18

PC (g

)

(PC): KW-H(3;48) = 22,3501847; p = 0,00006

Média Média +- 0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,7

0,8

0,9

1,0

1,1

1,2

1,3

1,4

1,5

CM

(cm

)

CM: KW-H(3;48) = 26,7288007; p = 0,000007

Média Média+-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,24

0,26

0,28

0,30

0,32

0,34

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

EM (c

m)

EM: KW-H(3;48) = 11,177226; p = 0,0108

LM

EM

CM

PM

LM

EM

CM

PMPM Média Média +-0,95 int conf Valores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

2,2

2,4

2,6

2,8

3,0

3,2

3,4

3,6

3,8

4,0

4,2

4,4

4,6

4,8

5,0

5,2

5,4

PM (g

)

(PM): KW- H(3;48) = 21,18775; p = 0,00010

Média Média +-0,95 int conf Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

LM (c

m)

LM: KW-H(3;48) = 13,4241395; p = 0,0038

PC

Figura 4 - Box-plot de valores quantitativos referentes à análise de parâmetros biométricos da semente em 48 indivíduos de P. pinea dos quatro povoamentos. Variação no peso do miolo (PM), no peso da casca (PC), no comprimento do miolo (CM), na largura do miolo (LM) e na espessura do miolo (EM)

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8 Evaristo, I., Tenreiro, R. e Costa, R.

PP (g)

PM (g

)

Quinta do Sousa

100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 3402,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

Monte Novo

100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340

Pai Sobrado

100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 3402,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

Mata Nacional Valverde

100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340

95% confiança

QS(PM)=2,8297+0,0049*x; 0,95 MN(PM)=4,3681+0,0011*x; 0,95

PS(PM)=1,5338+0,0106*x; 0,95 MV(PM)=2,0609+0,0098*x; 0,95

PP (g)

PM (g

)

Quinta do Sousa

100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 3402,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

Monte Novo

100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340

Pai Sobrado

100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 3402,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

Mata Nacional Valverde

100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340

95% confiança

QS(PM)=2,8297+0,0049*x; 0,95 MN(PM)=4,3681+0,0011*x; 0,95

PS(PM)=1,5338+0,0106*x; 0,95 MV(PM)=2,0609+0,0098*x; 0,95

Figura 5 - Diagrama de dispersão entre as variáveis: peso da pinha (PP) e peso do miolo (PM), para os 48 indivíduos analisados dos quatro povoamentos

100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340

PP(g)

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

PM (g

)

PM=2,1786+0,0081*x

100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340

PP(g)

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

PM (g

)

PM=2,1786+0,0081*x

Figura 6 - Regressão linear entre as variáveis: peso da pinha (PP) e peso do miolo (PM), para o conjunto das populações Correlações

No Quadro 3 apresentam-se

estimativas das correlações totais calculadas com base nas médias das

observações. As correlações foram muito significativas entre um grande número de características.

As características relativas à pinha que apresentaram correlação significa-

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Parâmetros Biométricos e Ácidos Gordos 9

tiva com as características morfológicas do pinhão têm uma importância fundamental neste estudo, se tivermos em conta a facilidade com que podemos observar e avaliar estes parâmetros no terreno. Assim, por exemplo, as características do PP x PM apresentaram uma correlação altamente significativa de 0,63. Este resultado indica que a selecção de plantas com maior peso de pinha poderá levar ao aumento de peso de miolo, assim como a correlação entre CP e PM, que apresenta um valor de 0,51, também indica que a selecção para um maior comprimento de pinha poderá contribuir, de forma directa, para o aumento do peso do miolo.

Constatou-se que a característica largura do miolo (LM) não está correlacionada com nenhum parâmetro, enquanto que a espessura do miolo (ESe) apenas apresentou correlação com

largura da semente (LSe), peso do miolo (PM) e comprimento do miolo (CM). Análises multivariadas

Através da análise em componentes

principais relacionaram-se sete dos 14 parâmetros biométricos, que caracteri-zam os indivíduos estudados, com os grupos de indivíduos de cada povoamento. Só os dois primeiros eixos são significativos, pois apresentam valor próprio superior à unidade (Quadro 4). Nos dois primeiros eixos mostram-se as variáveis transformadas como combina-ções lineares das variáveis originais (Figura 7). Na Figura 8 a) e b) projectaram-se todos os indivíduos em análise, respectivamente no 1º e 2º factor e no 1º e 3º factor da ACP. Os factores extraídos nesta análise explicam 79% da variância total (factor 1-47%; factor 2-19% e factor 3-13%).

Quadro 3 - Correlações totais calculadas com base nas médias observadas entre as 14 características biométricas do pinheiro manso: PP- peso da pinha; CP- comprimento da pinha; DMP- diâmetro maior da pinha; NSe- número de sementes; Pse- peso da semente; PCEM- peso de cem sementes; CSe- comprimento da semente; LSe- largura da semente; Ese- espessura da semente; PM- peso do miolo; PC peso da casca; CM- comprimento do miolo (pinhão); LM- largura do miolo; EM- espessura do miolo

PP CP DMP NSe PSe PCEM CSe LSe ESe PM PC CM LM EM

PP - CP 0,74*** -

DMP 0,57*** 0,55*** - NSe 0,60*** 0,50*** 0,58*** - PSe 0,83*** 0,68*** 0,60*** 0,81*** -

PCEM 0,64*** 0,49*** 0,29** 0,06n.s 0,62*** - CSe 0,81*** 0,66*** 0,46*** 0,32* 0,71*** 0,78*** - LSe 0,64*** 0,45** 0,40** 0,01 n.s 0,50*** 0,82*** 0,85*** - ESe 0,76*** 0,60*** 0,47*** 0,25 n.s 0,67*** 0,81*** 0,84*** 0,90*** - PM 0,63*** 0,51*** 0,32** 0,01 n.s 0,49*** 0,78*** 0,80*** 0,87*** 0,83*** - PC 0,75*** 0,60*** 0,51*** 0,25n.s 0,68*** 0,81*** 0,92*** 0,94*** 0,92*** 0,86*** - CM 0,71*** 0,60*** 0,39** 0,32* 0,60*** 0,59*** 0,82*** 0,58*** 0,56*** 0,65*** 0,71*** - LM -0,01n.s -0,01n.s -0,00n.s -0,01n.s 0,01n.s 0,02 n.s 0,05 n.s 0,05 n.s 0,04 n.s 0,07 n.s 0,07 n.s 0,14n.s - EM 0,19 n.s 0,24 n.s -0,05n.s -0,17n.s 0,03n.s 0,28 n.s 0,27 n.s 0,29 n.s 0,19 n.s 0,47*** 0,24 n.s 0,52*** 0,15n.s -

n.s - não significativo (>0,05); *- significativo (p≤0,05); **- muito significativo (p≤0,01); ***- altamente significativo (p≤0,001)

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10 Evaristo, I., Tenreiro, R. e Costa, R.

Quadro 4 - Valores próprios e percentagem de explicação dos sete eixos da Análise em Componentes Principais (ACP) aplicada a parâmetros estudados em 48 indivíduos de P. pinea. A importância relativa de cada um dos eixos é analisada pela coluna % explicada

Eixos Valores Próprios % Explicada % Acumulada

1 3,28 46,89 46,89 2 1,32 18,85 65,74 3 0,92 13,13 78,87 4 0,56 7,99 86,87 5 0,42 5,94 92,81 6 0,31 4,49 97,30 7 0,19 2,70 100,00

variáveis activas

variáveis suplementares

CP

DMP

PSe

LSe

CM

LM

EM

*QS

*MN

*PS*MV

-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0Eixo 1 : 46,89%

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

Eix

o 2

: 18

,85%

Figura 7 - Projecção de sete parâmetros biométricos no 1º plano factorial da ACP

QSQS

QS

QSQSQS

QSQS

QS

QS

QS

QS

QS

MNMNMN

MN

MN

MNMN MN

MN

MNPS

PS

PS

PSPS PS

PS

PSPS

PS

PSPS

PS

PSPS

PS

PSPS PS

MV

MV

MV

MV

MV

MV

-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7

Eixo 1 (46,89%)

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Eix

o 2

(18,

85%

)

QSQSQS

QSQSQS

QSQS QS QSQSQS QS

MNMNMNMN

MNMNMN MN

MN

MN PSPSPS PSPS PSPS

PSPS

PS

PS PSPSPS PSPSPS

PSPS

MVMV MV

MV

MVMV

-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7

Eixo 1: (46,89%)

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Eixo

3: (

13,1

3%)

a b

QSQS

QS

QSQSQS

QSQS

QS

QS

QS

QS

QS

MNMNMN

MN

MN

MNMN MN

MN

MNPS

PS

PS

PSPS PS

PS

PSPS

PS

PSPS

PS

PSPS

PS

PSPS PS

MV

MV

MV

MV

MV

MV

-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7

Eixo 1 (46,89%)

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Eix

o 2

(18,

85%

)

QSQSQS

QSQSQS

QSQS QS QSQSQS QS

MNMNMNMN

MNMNMN MN

MN

MN PSPSPS PSPS PSPS

PSPS

PS

PS PSPSPS PSPSPS

PSPS

MVMV MV

MV

MVMV

-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7

Eixo 1: (46,89%)

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Eixo

3: (

13,1

3%)

a b

Figura 8 - Projecção das 48 árvores dos quatro povoamentos de P. pinea, a) nos 1º e 2º factor da ACP, b) nos 1º e 3º factor da ACP

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Parâmetros Biométricos e Ácidos Gordos 11

A sobreposição de dados contidos nos dois gráficos indica quais os parâmetros que melhor caracterizam um determinado grupo de indivíduos. Deste modo, verificou-se que as variáveis CP, DMP, e PSe e os indivíduos do povoamento Quinta do Sousa estão mais relacionados, o que indica que as pinhas com maior diâmetro, maior comprimento e sementes mais pesadas se encontram entre os indivíduos da Quinta do Sousa. Estudos recentemente efectuados por CARNEIRO (2002), em nove locais e para as mesmas 14 características, revelaram, também, que a Quinta do Sousa diferiu significativamente em relação aos restantes locais para a maioria dos parâmetros. Quanto aos parâmetros que se relacionam com o miolo, nomeadamente CM, EM e LM (miolo de pinhão com maior comprimento,

espessura e largura), encontram-se na Herdade de Monte Novo.

Análise aglomerativa

O dendrograma obtido com base na

distância Euclidiana permitiu visualizar seis clusters, ainda que com alguma sobreposição entre as populações estudadas. Dos seis agrupamentos definidos destacam-se, com alguma uniformidade em relação aos agrupamentos, os seguintes grupos: V representado pela maioria das árvores da herdade de Monte Novo; VI com dois agrupamentos no seu interior - o primeiro predominantemente com indivíduos da Quinta do Sousa e o segundo menos homogéneo mas, ainda assim, com muitos indivíduos da herdade Pai Sobrado (Figura 9).

Dendrograma

Distâncias Euclidianas

MV

110

PS

15

PS

106

MV

54

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DendrogramaDistâncias Euclidianas

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I II III IV V VI

DendrogramaDistâncias Euclidianas

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I II III IV V VII II III IV V VI Figura 9 - Dendrograma obtido para os quatro povoamentos, através do método de ligação completa aplicado à matriz das coordenadas da ACP

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12 Evaristo, I., Tenreiro, R. e Costa, R.

Apesar dos dados deste estudo serem

preliminares, uma vez que se referem a um ano de colheita, foi, no entanto, possível obter informação quanto ao comportamento dos povoamentos.

O peso e o tamanho do pinhão são parâmetros normalmente muito variáveis porque dependem de vários parâmetros ecológicos (tipo de solo, clima, localização geográfica, práticas silvícolas, entre outros) e do regime de produção irregular no tempo, com ciclos alternados em termos de frutificação.

Tal como foi constatado neste estudo, verificou-se que os valores do peso médio da pinha e do número médio de pinhões por pinha foram superiores nos povoamentos com cerca de 40 anos e menor densidade de plantação (Herdades da Quinta do Sousa e Monte Novo). Contrariamente, na província de Huelva, MONTERO et al. (2000), não registaram nenhuma tendência que indicasse que a idade e a densidade dos povoamentos tivessem influência no peso e no número de sementes por pinha. Contudo, devo lembrar que esta falta de concordância nos resultados se poderá dever ao reduzido número de indivíduos com que trabalhámos. Relativamente ao número de pinhões por pinha, registaram-se valores muito díspares e nem sempre proporcionais ao tamanho da pinha.

Num trabalho realizado por ALPUIM e ROCHA (1994) sobre as características biométricas das pinhas e pinhões, em várias herdades da região de Alcácer do Sal, Zambujal, Palma, e Ervideira, conhecidas pelas suas boas produções, obtiveram-se dimensões superiores relativamente às correntemente encontradas na bibliografia. Pode-se então concluir que o pinhão de Alcácer

do Sal apresenta uma produtividade superior à média geral, corroborado por DOMINGUEZ e ZURIMENDI, 2000.

Das populações estudadas, a Quinta do Sousa e a Herdade de Monte Novo, revelaram elevado potencial para fins de melhoramento genético em relação à quase totalidade das características avaliadas devendo, por isso, ser os locais recomendados para se proceder à selecção e a cruzamentos de árvores plus para obtenção da geração seguinte.

Contudo, será necessário confirmar estes resultados com novas amostragens a realizar ao longo de, pelo menos, quatro anos consecutivos, com vista a atenuar os efeitos de safra e contra safra inerentes a esta espécie.

Teor em ácidos gordos

Foram identificados os seguintes

compostos: ácido palmítico, ácido esteárico, ácido oleico, ácido linoleico e ácido linolénico (Figura 10).

Análises univariadas

Utilizámos também, a análise

univariada para visualizar a variação de cada parâmetro químico avaliado para os 48 indivíduos analisados.

O teor em gordura nos pinhões analisados variou entre 33,46% (Mata Nacional de Valverde) e 51,16% no mesmo povoamento (Quadro 5). Pela análise efectuada por BAGCI e KARAAGAÇLI (2004), em várias sementes de diversas espécies de Pinus confirmou-se a superioridade, no que se refere ao teor em gordura, da espécie P. pinea (43,87%) relativamente às outras espécies cujos valores oscilaram entre 23,05% e 41,30%.

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Parâmetros Biométricos e Ácidos Gordos 13

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Figura 10 - Cromatograma de ácidos gordos metilados de pinhão de P. pinea., separados em coluna Carbowax x10M, 30m, d.i. 0,25, 1 -ácido palmítico, 2 -ácido esteárico, 3 -ácido oleico, 4 -ácido linoleico, 5 -ácido linolénico

Relativamente à composição em

ácidos gordos, verificou-se que os valores mais elevados se registaram nos ácidos linoleico e oleico que, em conjunto, atingiram cerca de 84% dos ácidos gordos totais, seguido do pal-mítico (6,34%) e esteárico (4,31%). Foram encontrados vestígios de linolénico, dados coincidentes com outras determi-nações realizadas, também em pinhão, por CARVALHO (1996), CAÑELLAS et al. (2000) e NASRI et al. (2005a).

Estudos realizados em P. cembroides por SAGREDO-NIEVES (1992), em P. edulis e P. monophylla por LANNER L. (1981), revelaram valores em ácido oleico e linoleico que correspondem a cerca de 82% do total de ácidos gordos.

Estudos efectuados por FERREIRA e PESTANA (2000) e, mais recentemente, por COSTA et al. (2008) revelaram diferenças acentuadas em relação ao pinhão proveniente da China. Este apresentava teores mais elevados de ácido linolénico (15,70%) e mais baixos de oleico (27,20%).

Nos diferentes povoamentos, o valor médio da soma de ácido oleico e linoleico foi praticamente o mesmo (84,70%; 84,51%; 84,37%; 84,27) com alternância de valores consoante o povoamento. Por exemplo, a herdade do Pai Sobrado apresentou o teor mais baixo em ácido oleico (34,40%) e o mais alto em ácido linoleico (50,38%) enquanto que, na Quinta do Sousa, se registou o teor mais elevado em ácido oleico (41,29%) e o mínimo em linoleico (42,71%) (Quadro 5).

Da análise sumária de Box-plots, apresentados graficamente na Figura 11, pode concluir-se que os valores médios mais elevados de teor em gordura e ácido linoleico foram registados nos indivíduos da herdade do Pai Sobrado, enquanto que, nas herdades da Quinta do Sousa e Monte Novo se obtiveram os valores médios mais altos em ácido oleico. Tal como nos parâmetros biométricos, também se constataram grandes amplitudes de valores na Mata Nacional de Valverde.

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14 Evaristo, I., Tenreiro, R. e Costa, R.

Quadro 5 - Variação nos teores em gordura e ácidos gordos do miolo de pinhão em 48 indivíduos de P. pinea, nos quatro povoamentos estudados

Parâmetros Quinta Sousa

Média Min. Max. Monte Novo

Média Min. Max. Pai Sobrado

Média Min. Max. Mata N. Valverde

Média Min. Max. Teor gordura 41,76 38,69 44,60 42,02 37,48 50,97 44,99 40,14 50,36 41,69 33,46 51,16 Ac. palmítico 6,35 6,11 6,56 6,37 6,13 6,60 6,42 6,16 6,64 6,24 6,07 6,60 Ac. esteárico 4,31 3,88 4,64 4,25 3,90 4,68 4,30 3,94 4,72 4,40 3,93 4,75 Ac. oleico 39,08 36,90 41,29 38,83 37,50 40,81 35,81 34,40 37,98 36,72 35,00 40,31 Ac. linoleico 45,62 42,71 47,83 45,68 43,79 47,27 48,56 46,24 50,38 47,48 43,42 49,11 Ac.linolénico 0,69 0,62 0,75 0,70 0,67 0,78 0,71 0,67 0,77 0,72 0,63 0,81 Nota: valores apresentados em %

Média Média±0,95 Int.conf. Valores anómalosExtremosQ Sousa

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(%)

Ex t etéreo%: KW-H(3;48) = 13,4689271; p = 0,0037

MédiaMéd ia±0,95 Int.conf. Valores an ómalosExtremo sQ Sousa

Monte No voPai Sob rado

Mata Valverd e

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50

51Li

nolei

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Linoleico: KW-H(3;48) = 2 7,2 358115 ; p = 0 ,00 0005

Média Média±0,95 Int.conf . Valores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

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Palm

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%

Palmítico: KW-H(3;48) = 5,85042496; p = 0,1191

Média Média±0,95 Int.conf. Valores anómalos ExtremesQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

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Este

áric

o %

Esteár ico: KW-H(3;48) = 1,71433371; p = 0,6338

Média Média±0,95 Int.conf . Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

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Linol

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%

Linolénico: KW-H(3;48) = 6,6567511; p = 0,0837

Média Média±0,95 Int.conf. Valores anómalosExtremosQ Sousa

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Oleico: KW-H(3;48) = 30,0411862; p = 0,000001

Média Média±0,95 Int.conf. Valores anómalosExtremosQ Sousa

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Teor

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(%)

Ex t etéreo%: KW-H(3;48) = 13,4689271; p = 0,0037

MédiaMéd ia±0,95 Int.conf. Valores an ómalosExtremo sQ Sousa

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Média Média±0,95 Int.conf . Valores anómalosExtremosQ Sousa

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Palmítico: KW-H(3;48) = 5,85042496; p = 0,1191

Média Média±0,95 Int.conf. Valores anómalos ExtremesQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

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Média Média±0,95 Int.conf . Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

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Linolénico: KW-H(3;48) = 6,6567511; p = 0,0837

Média Média±0,95 Int.conf. Valores anómalosExtremosQ Sousa

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Oleico: KW-H(3;48) = 30,0411862; p = 0,000001

MédiaMéd ia±0,95 Int.conf. Valores an ómalosExtremo sQ Sousa

Monte No voPai Sob rado

Mata Valverd e

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co%

Linoleico: KW-H(3;48) = 2 7,2 358115 ; p = 0 ,00 0005

MédiaMéd ia±0,95 Int.conf. Valores an ómalosExtremo s

MédiaMéd ia±0,95 Int.conf. Valores an ómalosExtremo sQ Sousa

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Linoleico: KW-H(3;48) = 2 7,2 358115 ; p = 0 ,00 0005

Média Média±0,95 Int.conf . Valores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

6,0

6,1

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6,3

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6,7

Palm

ítico

%

Palmítico: KW-H(3;48) = 5,85042496; p = 0,1191

Média Média±0,95 Int.conf. Valores anómalos ExtremesQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

3,8

3,9

4,0

4,1

4,2

4,3

4,4

4,5

4,6

4,7

4,8

Este

áric

o %

Esteár ico: KW-H(3;48) = 1,71433371; p = 0,6338

Média Média±0,95 Int.conf . Valores anómalos ExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

0,60

0,62

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0,74

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Linol

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Linolénico: KW-H(3;48) = 6,6567511; p = 0,0837

Média Média±0,95 Int.conf. Valores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

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Oleico: KW-H(3;48) = 30,0411862; p = 0,000001

Média Média±0,95 Int.conf. Valores anómalosExtremos

Média Média±0,95 Int.conf. Valores anómalosExtremosQ Sousa

Monte NovoPai Sobrado

Mata Valverde

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Oleic

o %

Oleico: KW-H(3;48) = 30,0411862; p = 0,000001

Figura 11 - Box-plot de valores quantitativos referentes às análises de teores em gordura e em ácidos gordos do miolo de pinhão em 48 indivíduos de P. pinea dos quatro povoamentos. Variação no teor em gordura, no ácido esteárico, no ácido oleico, no ácido linoleico, no ácido linolénico, e no ácido palmítico

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Parâmetros Biométricos e Ácidos Gordos 15

Análises bivariadas O ácido oleico e o ácido linoleico

apresentam uma forte correlação negativa com valor de r = -0,96 (Figura 12). Esta correlação resulta do processo de biossíntese do ácido linoleico que é obtido a partir do ácido oleico (FERREIRA-CARDOSO et al., 1999).

No Quadro 6 apresenta as estimativas das correlações totais com base nas médias das observações. Revelou-se altamente significativa, negativamente, a correlação entre o ácido linoleico e oleico (-0,96***), o ácido linolénico e o oleico (-0,64***) e, positivamente, com o linoleico (0,67***).

Oleico %

Lino

leic

o %

Quinta Sousa

34,40035,000

35,70036,260

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39,55540,115

40,805

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43,420

44,495

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46,975

47,700

48,410

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Monte Novo

34,40035,000

35,70036,260

36,89537,495

38,15039,015

39,55540,115

40,805

Pai Sobrado

34,40035,000

35,70036,260

36,89537,495

38,15039,015

39,55540,115

40,805

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43,420

44,495

45,460

46,235

46,975

47,700

48,410

49,060

49,810

Mata Nacional Valverde

34,40035,000

35,70036,260

36,89537,495

38,15039,015

39,55540,115

40,805

95% confiança

Figura 12 - Diagrama de dispersão entre as variáveis: ácido oleico e ácido linoleico, para os 48 indivíduos de P. pinea dos quatro povoamentos

Quadro 6 - Correlações totais calculadas com base nas médias observadas entre os cinco ácidos gordos

Acido palmítico Ácido esteárico Ácido oleico Ácido linoleico Ácido linolénico

Acido palmítico - Ácido esteárico -0,31* - Ácido oleico -0,03n.s -0,04n.s - Ácido linoleico 0,02n.s -0,12n.s -0,96*** - Ácido linolénico -0,16n.s -0,07n.s -0,64*** 0,67*** -

n.s. - não significativo (>0,05); *- significativo (p≤0,05); ***- altamente significativo (p≤0,001)

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16 Evaristo, I., Tenreiro, R. e Costa, R.

Análises multivariadas

A análise em componentes principais

permitiu relacionar todos os atributos variáveis. Projectaram-se os cinco ácidos gordos que caracterizam os indivíduos estudados (Figura 13) e, na Figura 14 a) e b), projectaram-se todos os indivíduos de P. pinea analisados, respectivamente, no 1º e 2º plano factorial. Deste modo,

pretendeu-se relacionar as características com os grupos de indivíduos de cada povoamento.

Os resultados obtidos com a ACP para os três primeiros eixos e que definem os gráficos apresentados na Figura 14 a) e b), explicam 92,07% da variabilidade total (factor 1-50,61%; factor 2-26,52%; factor 3-14,94%) (Quadro 7).

variáveis activas variáveis suplementares

Palmítico

Esteárico

OleicoLinoleico

Linolénico*QS

*MN

*PS

*MV

-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0

Eixo 1 : 50,61%

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

Eixo

2 : 2

6,52

%

Figura 13 - Projecção dos ácidos gordos no 1º plano factorial da ACP

variáveis activas

QS

QS

QS

QS

QS

QS

QSQS QS

QS

QSQS

QSMN

MN

MN

MN

MNMN

MNMN

MN

MN

PS

PS

PSPS

PS

PSPS

PS

PSPS

PS

PS

PS

PS

PS

PS

PS

PS

PS

MV

MV

MV

MV

MVMV

-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

Eixo 1: 50,61%

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

Eixo

2: 2

6,52

%

variáveis activas

QS

QSQS

QS

QS

QS QS

QS

QS

QS

QS

QS

QS MN

MN

MNMN

MN

MN

MN

MNMN

MN

PS

PS

PSPS

PS

PS

PSPSPS

PS

PS

PS

PSPS

PS

PS

PS

PS

PS

MV

MVMV

MV

MV

MV

-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

Eixo 1: (50,61%)

-3,5

-3,0

-2,5

-2,0

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

Eixo

3: (

14,9

4%)

ba

variáveis activas

QS

QS

QS

QS

QS

QS

QSQS QS

QS

QSQS

QSMN

MN

MN

MN

MNMN

MNMN

MN

MN

PS

PS

PSPS

PS

PSPS

PS

PSPS

PS

PS

PS

PS

PS

PS

PS

PS

PS

MV

MV

MV

MV

MVMV

-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

Eixo 1: 50,61%

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

Eixo

2: 2

6,52

%

variáveis activas

QS

QSQS

QS

QS

QS QS

QS

QS

QS

QS

QS

QS MN

MN

MNMN

MN

MN

MN

MNMN

MN

PS

PS

PSPS

PS

PS

PSPSPS

PS

PS

PS

PSPS

PS

PS

PS

PS

PS

MV

MVMV

MV

MV

MV

-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

Eixo 1: (50,61%)

-3,5

-3,0

-2,5

-2,0

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

Eixo

3: (

14,9

4%)

ba

Figura 14 - Projecção das 48 árvores dos quatro povoamentos de P. pinea a) no 1º plano factorial da ACP; b) no 2º plano factorial da ACP

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Parâmetros Biométricos e Ácidos Gordos 17

Quadro 7 - Valores próprios e percentagem de explicação dos cinco eixos da Análise de Componentes Principais (ACP), aplicada a parâmetros estudados em 48 indivíduos de P. pinea. A importância relativa de cada um dos eixos é analisada pela coluna % explicada

Eixos Valores próprios % Explicada % Acumulada 1 2,53 50,61 50,61 2 1,32 26,52 77,13 3 0,75 14,94 92,07 4 0,37 7,39 99,47 5 0,03 0,53 100,00

Constatou-se que o primeiro eixo está

mais relacionado com os ácidos linoleico e linolénico e, em oposição, o ácido oleico e que os indivíduos da herdade Pai Sobrado estão mais relacionados com a parte positiva do eixo, o que indica que os valores de ácido linoleico e linolénico mais altos estão entre os indivíduos pertencentes à herdade Pai Sobrado. Os valores mais elevados de ácido oleico registaram-se na Quinta do Sousa seguida da herdade Monte Novo. A segunda componente principal opôs os teores em ácido esteárico e palmítico. A Mata Nacional de Valverde apresentou os mais elevados teores em ácido esteárico.

Análise aglomerativa

A utilização de um algoritmo de

análise de agregação, aplicado aos parâmetros químicos estudados nos 48 indivíduos de P. pinea, levou à obtenção de quatro grupos, representados na Figura 15, com a distância de 4,5.

Da observação deste dendrograma é visível que, no primeiro grupo constituído por 11 árvores, figuram cinco das seis árvores da Mata Nacional de Valverde, juntamente com três da

herdade do Pai Sobrado, duas de Monte Novo e uma da Quinta do Sousa. O segundo grupo está, maioritariamente, representado por 12 indivíduos da Herdade do Pai Sobrado e apenas um da Quinta do Sousa. O terceiro grupo apresenta apenas duas árvores (MN e QS). O quarto grupo, constituído por sete árvores de Monte Novo, dez da Quinta do Sousa, quatro de Pai Sobrado e uma da Mata Nacional de Valverde, não reflecte uma separação tão nítida por povoamentos.

A quantificação de ácidos gordos por Cromatografia de Fase Gasosa revelou-se um método sensível, reprodutível e preciso, na análise de ácidos gordos em miolo de pinhão de pinheiro manso.

Este trabalho constituiu uma primeira abordagem ao estudo destes compostos em povoamentos Portugueses e serviu de ponto de partida para um estudo mais profundo que está em curso e engloba determinações abrangendo um número mais representativo de populações, nomeadamente nos diferentes Concelhos da Região de Proveniência V, de modo a ser possível confirmar algumas tendências detectadas. (COSTA et al., 2008).

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18 Evaristo, I., Tenreiro, R. e Costa, R.

DendrogramaDistâncias Euclidianas

MV

54M

V 11

5M

V 15

MN

123

MV

127

PS 6

8PS

34

PS 2

1M

N 1

18M

N 4

9Q

S 46

PS 1

15PS

71

PS 3

9PS

30

PS 1

06PS

3PS

67

PS 3

5PS

32

PS 5

1PS

15

PS 2

QS

38M

V 11

0Q

S 36

MN

111

MN

21

QS

121

PS 5

4Q

S 37

PS 5

3M

N 1

18M

N 2

3Q

S 67

QS

35Q

S 19

QS

23Q

S 15

MN

53

MN

50

QS

25Q

S 21

PS 1

MV

41PS

84

MN

52

QS

12

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Dis

tânc

ia d

e Li

gaçã

o

I II III IV

DendrogramaDistâncias Euclidianas

MV

54M

V 11

5M

V 15

MN

123

MV

127

PS 6

8PS

34

PS 2

1M

N 1

18M

N 4

9Q

S 46

PS 1

15PS

71

PS 3

9PS

30

PS 1

06PS

3PS

67

PS 3

5PS

32

PS 5

1PS

15

PS 2

QS

38M

V 11

0Q

S 36

MN

111

MN

21

QS

121

PS 5

4Q

S 37

PS 5

3M

N 1

18M

N 2

3Q

S 67

QS

35Q

S 19

QS

23Q

S 15

MN

53

MN

50

QS

25Q

S 21

PS 1

MV

41PS

84

MN

52

QS

12

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Dis

tânc

ia d

e Li

gaçã

o

I II III IV

Figura 15 - Dendrograma obtido através do método de ligação completa aplicado à matriz das coordenadas da ACP para os quatro povoamentos estudados

Conclusões

Da análise dos 14 parâmetros

biométricos considerados fundamentais para a caracterização das pinhas e das sementes ressalta que a Quinta do Sousa e a Herdade Monte Novo apresentam elevado potencial em termos de melhoramento genético.

Relativamente à composição qualitativa e quantitativa dos ácidos gordos determinada no miolo de pinhão constatou-se que foi idêntica ao padrão/tipo do género Pinus (NASRI et al., 2005). Assim, registaram-se valores elevados de ácido linoleico e oleico que, no conjunto, correspondem a cerca de 84% do total de ácidos gordos. Os ácidos palmíticos e esteáricos representaram, respectivamente, 6,34% e 4,31% do total de ácidos gordos.

Agradecimentos Este estudo foi efectuado no âmbito

do projecto PIDDAC 213 "Caracterização molecular de genótipos seleccionados de pinheiro manso para o controlo da qualidade do pinhão". Os autores agradecem às Técnicas Profissionais Fátima Carreira e Graça Andrade o empenho e sentido de responsabilidade que revelaram nas medições dos parâmetros biométricos das pinhas e pinhão e, ao Eng.º José Baeta pelo excelente apoio prestado no tratamento estatístico.

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Parâmetros Biométricos e Ácidos Gordos 19

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Entregue para publicação em Fevereiro de 2008 Aceite para publicação em Abril de 2008