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Análise de Mercado Transporte Aéreo Internacional BRASIL – CARIBE SRI - Superintendência de Relações Internacionais GAMI – Gerência de Análise de Mercados Internacionais Última atualização: 07 de junho de 2013

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Análise de Mercado

Transporte Aéreo Internacional

BRASIL – CARIBE

SRI - Superintendência de Relações Internacionais GAMI – Gerência de Análise de Mercados Internacionais

Última atualização: 07 de junho de 2013

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1. OBJETIVO

Esta Nota de Análise de Mercado tem por objetivo prover informações acerca do relacionamento

aerocomercial do Brasil com o Caribe.

O material, produzido pela Superintendência de Relações Internacionais da ANAC, visa

primordialmente promover subsídios às negociações de acordos de serviços aéreos e analisar as dinâmicas

do transporte aéreo internacional sob a perspectiva brasileira.

Importante pontuar que quaisquer estudos que se proponham a analisar o mercado de transporte

aéreo internacional devem entendê-lo como demanda derivada de outras atividades econômicas, sendo

permanentemente influenciado pelo cenário macroeconômico internacional no qual se insere. Por este

motivo, este Informativo integra aos dados de transporte aéreo variáveis de turismo e comércio entre as

partes envolvidas, dentre outros fatores intervenientes.

A disponibilização pública desse documento integra um conjunto de iniciativas implementadas pela

ANAC no sentido de auxiliar as empresas aéreas e demais agentes interessados na identificação de

potenciais mercados aéreos a serem explorados, visando ampliar a conectividade aérea efetiva do Brasil com

os demais países do globo.

2. INFORMAÇÕES PRELIMINARES

Um conjunto de grandes e pequenas ilhas constitui a América Central Insular, também chamadas de

Antilhas ou Caribe. A região abrange desde as ilhas situadas ao norte da Venezuela (Aruba, Curaçao e

Bonaire), passando pelas pequenas Antilhas e pela Ilha Hispaniola (onde se localizam o Haiti e a República

Dominicana), entre outras, até alcançar as ilhas das Bahamas, situadas próximas à costa do México e ao

Estado da Flórida, nos Estados Unidos. O conjunto das ilhas caribenhas soma aproximadamente 230 mil

km2, equivalendo em dimensões geográficas ao Estado de São Paulo.

Conforme o World Bank Indicators, a região caribenha se constitui de 24 países, a saber: Anguilla,

Antigua e Barbuda, Antilhas Holandesas, Aruba, Bahamas, Barbados, Bermudas, Ilhas Cayman, Cuba,

Dominica, Granada, Guadalupe, Haiti, Jamaica, Martinica, Montserrat, República Dominicana, San Kitts e

Nevis, San Vicente e Granadinas, Santa Lucia, Trinidad e Tobago, Ilhas Turcas e Caicos, Ilhas Virgens

(Britânicas) e Ilhas Virgens (Americanas). Para efeito deste estudo, será considerado também Porto Rico. Na

Figura 1 a seguir, encontra-se ilustrado o mapa da região.

Figura 1: Mapa do Caribe

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Fonte: http://www.guiageo.com/

A população caribenha alcançou os 40 milhões de habitantes (equivalendo aproximadamente à

população do Estado de São Paulo), sendo que mais de 75% são de cubanos, haitianos e dominicanos,

conforme pode ser observado no Gráfico 1 a seguir.1

Gráfico 1: População do Caribe (2010)

Fonte: World

Bank Indicators, 2012 (última atualização).

As capitais dos países do Caribe, como Havana (Cuba), Kingston (Jamaica), Porto Príncipe (Haiti),

Santo Domingo (República Dominicana) e San Juan (Porto Rico) são as principais cidades da região, nas

quais se concentra a maioria da população.

1 Fonte: World Bank Indicators.

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O PIB a preços correntes dos países caribenhos em 20122 alcançou o montante de US$ 293 bilhões

(0,43% do PIB mundial), sendo que Porto Rico, Cuba e República Dominicana, juntas, somam 75,5% desse

total. No Gráfico 2, apresentam-se o PIB a preços correntes das 5 (cinco) maiores economias do Caribe.

Gráfico 2: Países do Caribe – Top 5 PIB (Preços Correntes) -

2012 (US$ Bilhões) Fonte: World Bank Indicators, 2013.

Os países do Caribe apresentaram um crescimento econômico médio anual de 1,9% no período 2002-

2012, abaixo da média mundial para o mesmo período, que foi de 2,8%. República Dominicana, Trinidad e

Tobago e Dominica se destacaram positivamente com taxas de crescimento econômico médio anual de,

respectivamente, 5,4%, 4,3% e 3,2% no mesmo período.

No Gráfico 3 estão expostos os 5 países caribenhos que apresentaram melhor desempenho

econômico no ano de 2012.

Gráfico 3: Top 5 Países do Caribe – Taxa de crescimento do PIB (2012)

2 Somente estavam disponíveis os dados do PIB em preços correntes (2012) dos seguintes países: Antígua e Barbuda, Bahamas,

Dominica, Granada, Haiti, Jamaica, Porto Rico, República Dominicana, St. Kitts e Nevis, Santa Lucia, San Vicente e Granadinas

e Trinidad e Tobago. Os últimos dados disponíveis de Aruba, Barbados e Bermuda referem-se ao ano de 2011, enquanto que para

Cuba o dado mais atual refere-se ao ano de 2008.

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Fonte: World Bank Indicators, 2013.

Quando da análise da distribuição de riqueza na região caribenha, os países apresentam grande

heterogeneidade, com situações contrastantes de renda por habitante. Como exemplo, tem-se o PIB per

capita de Porto Rico (US$ 27.678, em 2012), que se assemelha aos encontrados em economias europeias,

enquanto o índice haitiano, de US$ 771, nivela-se aos encontrados na África. A Tabela 1 apresenta alguns

indicadores socioeconômicos dos países caribenhos.

Tabela 1: Indicadores Socioeconômicos dos Principais

Países do Caribe (2012)

Fonte: World Bank Indicators, 2013. A economia caribenha, em seu conjunto, depende fortemente dos serviços de turismo, porém muitas

das ilhas oferecem serviços financeiros offshore, e por suas características são conhecidas como paraísos

fiscais, como as Ilhas Virgens e Cayman, assim como Bahamas.

O setor primário do Caribe, na maioria dos países, responde por menos de 5,0% da renda gerada. A

indústria se encontra pouco desenvolvida na região, contribuindo, na maioria dos países, com 17% - 33% do

PaísPIB, Preços Correntes

(US$ Bilhões)

PIB per

capita

Porto Rico 101,50 27.678

Cuba (2008) 60,81 5.530

República Dominicana 58,95 5.736

Trinidad and Tobago 23,99 17.934

Jamaica 14,84 5.472

Bahamas 8,15 21.908

Haiti 7,84 771

Barbados (2011) 3,69 13.076

Aruba (2011) 2,58 25.355

St. Lucia 1,19 6.558

Antigua and Barbuda 1,18 13.207

Grenada 0,79 7.485

St. Kitts e Nevis 0,75 13.969

St. Vincent e Grenadines 0,71 6.515

Dominica 0,48 6.691

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PIB. Porém, há exceções, como em Trinidad e Tobago, em que o setor secundário representa 58,8% da

renda do país. O setor de serviços se destaca na região caribenha, contribuindo para a geração de renda, na

maioria dos países, com percentuais que oscilam entre 62% e 78%3.

Em relação à política externa dos países pertencentes à região caribenha, verifica-se a existência de

associações entre países que possuem proximidade geográfica, e similaridades políticas, sociais e culturais,

objetivando principalmente o desenvolvimento comum e a integração econômica. Dentre essas associações,

destacam-se:

(i) CARICOM (Comunidade do Caribe) – Antigua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica,

Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, Montserrat, Santa Lúcia, San Kitts e Névis, São Vicente e

Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago (Estados Membros) e Bermudas, Ilhas Virgens Britânicas,

Ilhas Turcas e Caicos, Ilhas Cayman e Anguilla (Territórios Associados);

(ii) Organização dos Estados Caribenhos Orientais - Anguilla, Antigua e Barbuda, Ilhas Virgens

Britanicas, Dominica, Granada, Montserrat, Santa Lucia, St. Kitts e Nevis e San Vicent e

Grenadinas.

A respeito dos governos caribenhos, a maioria dos países se tornou independente de suas antigas

colônias, porém ainda há territórios que não possuem autonomia administrativa. Como exemplos, têm-se:

Territórios Ultramarinos da Grã-Bretanha4: Anguilla, Bermudas, Ilhas Cayman, Ilhas Turcas e

Caicos, Ilhas Virgens Britânicas e Montserrat não são oficialmente uma parte do Reino Unido, mas

permanecem sob a sua jurisdição;

Território dos Estados Unidos5: Ilhas Virgens Americanas não têm personalidade jurídica. Foi

comprada da Dinamarca em 1917;

Territórios da França6: Guadalupe e Martinica.

Já Porto Rico é um estado livre associado da Commonwealth com os Estados Unidos, possuindo os

habitantes da ilha caribenha todos os direitos dos cidadãos dos EUA, menos o direito de voto nas eleições

presidenciais e a obrigação de pagar tributos federais. Dessa maneira, Porto Rico tem autoridade sobre

assuntos internos com exceção para assuntos que a lei dos EUA esteja envolvida, como em matéria de saúde

pública e poluição.7

3 Fonte: http://www.cia.gov/ 4 http://geography.about.com/od/unitedkingdommaps/a/British-Overseas-Territories.htm 5

http://answers.usa.gov/system/selfservice.controller?CONFIGURATION=1000&PARTITION_ID=1&CMD=VIEW_ARTICLE&

ARTICLE_ID=9897&USERTYPE=1&LANGUAGE=en&COUNTRY=US 6 https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/countrytemplate_fr.html 7 http://www.topuertorico.org/government.shtml

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A respeito da forma de governo e do sistema político nos países caribenhos, a Tabela 2 a seguir

apresenta tal informação para os principais países.

Tabela 2: Formas e Sistemas de Governo dos principais países do Caribe

País Forma de Governo Sistemas de Governo

Antígua e Barbuda Monarquia Parlamentarista (País-Membro da Commonwealth do RU)

Antilhas Holandesas Monarquia Parlamentarista (integrante do Reino dos Países Baixos, porém com autonomia interna desde 2010)

Aruba Monarquia Parlamentarista (dependência autônoma do Reino dos Países Baixos desde 1986)

Bahamas Monarquia Parlamentarista (País-Membro da Commonwealth do RU)

Barbados Monarquia Parlamentarista (País-Membro da Commonwealth do RU)

Cuba República Socialista

Dominica Monarquia Parlamentarista (País-Membro da Commonwealth do RU)

Granada Monarquia Parlamentarista (País-Membro da Commonwealth do RU)

Haiti República Presidencialista com Primeiro-Ministro

Jamaica Monarquia Parlamentarista (País-Membro da Commonwealth do RU)

República Dominicana República Presidencialista

S. Kitts e Névis Monarquia Parlamentarista (País-Membro da Commonwealth do RU)

San Vicent e Granadinas Monarquia Parlamentarista (País-Membro da Commonwealth do RU)

Santa Lucia Monarquia Parlamentarista (País-Membro da Commonwealth do RU)

Trinidad e Tobago República Presidencialista com Primeiro-Ministro

Fonte: https://www.cia.gov/index.html. Obs: RU - Reino Unido

No tocante às relações diplomáticas, o Brasil possui repartição consular em alguns países caribenhos,

tais como: Bahamas (Nassau); Barbados (Bridgetown); Cuba (Havana); Granada (Saint George's); Haiti

(Porto Príncipe); Jamaica (Kingston); República Dominicana (São Domingos); Santa Lúcia (Castries) e

Trinidad e Tobago (Port-of-Spain).8

Segundo o Ministério das Relações Exteriores9, há critérios diferentes para a entrada dos turistas

brasileiros nos diversos países caribenhos. A título ilustrativo, citam-se os casos abaixo:

Barbados: não exige visto desde que não ultrapasse o prazo de 90 dias, necessitando apenas de

certificado de vacina contra febre amarela;

Bahamas: não exige visto desde que não ultrapasse o prazo de 14 dias, podendo ser renovado,

necessitando apenas de certificado de vacina contra febre amarela;

Cuba: exige visto de entrada e seguro de viagem com cobertura de despesas médicas;

Granada: exige visto de entrada ou carta de dispensa de visto;

Jamaica: exige bilhete aéreo de saída do país e passaporte válido por pelo menos seis meses;

8 http://www.portalconsular.mre.gov.br/sites-dos-postos/america-central-e-caribe 9 http://www.portalconsular.mre.gov.br/

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República Dominicana: exige apenas uma “tarjeta turismo”, vendida nos aeroportos por US$ 10,00 e

prazo de 30 dias, podendo ser renovado;

Trinidad e Tobago: não exige visto desde que não ultrapasse o prazo de 90 dias.

3. CORRENTE DE COMÉRCIO

3.1. Comércio exterior dos países caribenhos

O valor total das exportações de bens dos países caribenhos, em 2012, foi de aproximadamente US$

93,7 bilhões, representando tal montante uma redução de 8,0% em relação ao ano anterior.10

Os principais destinos das exportações caribenhas, conforme dados da CEPAL, no ano de 2009,

foram os seguintes países: Estados Unidos, com 52,4%, seguidos pela Espanha, com 4,0%, Reino Unido,

com 3,9% e Haiti, com 3,6%. O Brasil ficou na 19ª posição, com participação de 0,7%. Em relação ao

comércio intraregional, depois do Haiti como principal destino das exportações, aparecem Jamaica, com

3,1%, e Barbados, com 1,7%.11

As importações dos países caribenhos, no ano de 2012, alcançaram o montante de US$ 108,3

bilhões, valor 0,4% inferior ao apresentado no de 2011. De tal montante, 43,0% representaram as

importações de Porto Rico, seguido por República Dominica, com 16,8%, Cuba, com 12,6%, e Trinidad e

Tobago, com 8,6%.

Conforme dados de 2009, da CEPAL, os principais países fornecedores dos bens importados pelo

Caribe foram os seguintes: Estados Unidos, com 37,1%, China, com 8,6% e Venezuela, com 4,5%. O Brasil

ficou na 6ª posição, com uma representação de 3,7% das importações caribenhas. Em termos de importações

intra-regionais, os três principais fornecedores foram Trinidad e Tobago, com 3,9%, Antilhas Holandesas,

com 0,7% e Bahamas, com 0,4%.

3.2. Relações comerciais Brasil- Caribe

Conforme informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

apresentadas no Gráfico 4 a seguir, no período de 2002 a 2012, a corrente de comércio do Brasil com os

demais países do Caribe passou de US$ 1,6 bilhão para US$ 6,9 bilhões, correspondendo tal montante a um

crescimento acumulado de 323% (ou 15,5% de crescimento médio anual).

10 Fonte: Central Intelligence Agency - CIA. Não se encontravam disponíveis os dados de exportação das Antilhas Holandesas,

Granada, Guadalupe, Ilhas Turcas e Caicos e Ilhas Virgens. 11 A Cepal dispõe os dados de destino de exportação somente dos seguintes países caribenhos: Antígua e Barbuda, Bahamas,

Barbados, Cuba, Dominica, Jamaica, Montserrat, República Dominicana, San Vicente y Granadinas e Trinidad e Tobago.

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O crescimento contínuo, em valor monetário, das trocas comerciais entre as Partes somente cessou

no ano de 2009, quando as trocas comerciais reduziram à taxa de 29,5%, como consequência da crise

econômica mundial. No biênio 2010-2011, a corrente de comércio recuperou a maior parte da perda de

2009, quando registrou crescimento de 42,4%, porém, no ano de 2012, a retração do comércio Brasil-Caribe

atingiu 17,6%, em grande parte explicada pela queda das exportações à razão de 25,8%.

Gráfico 4: Corrente de Comércio Brasil-Caribe (2002-2012)

Fonte: Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

No Gráfico 5 abaixo, observa-se o ranking dos principais países caribenhos em termos do fluxo

comercial com o Brasil, no ano de 2012. As trocas comerciais entre o Brasil e os países da região

representam 1,4% da totalidade da corrente de comércio brasileira.

Gráfico 5: Corrente de Comércio Brasil – Principais Países

Caribenhos (2012)12

12 Antilhas Holandesas contemplam Curaçao e Saint Maarten.

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Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC.

Conforme pode ser visualizado no Gráfico 6, no período 2002-2012, as exportações brasileiras para

os países caribenhos aumentaram de, aproximadamente, US$ 1,3 bilhão em 2002, para US$ 5,1 bilhões em

2012, representando tal montante um crescimento acumulado da ordem de 323% (ou um crescimento médio

anual de 14,0%). No tocante às importações brasileiras, no mesmo período, os valores passaram de cerca de

US$ 0,3 bilhão para US$ 1,8 bilhão, correspondendo tal cifra a um crescimento acumulado de 540% (ou um

crescimento médio anual de 20,4%).

Para o período em análise, os dados apontam um saldo comercial positivo continuamente crescente

para o Brasil, excetuando-se os anos de 2009 e 2012, quando se observou uma retração do superávit

comercial. Durante 2009, as exportações brasileiras foram mais fortemente afetadas do que as importações

pelos efeitos da crise financeira internacional, o que levou a queda do saldo comercial em 25,3% do

montante registrado em 2008. Após um biênio 2010-2011 de recuperação dos saldos comerciais, da ordem

18,0%, o Brasil voltou a apresentar saldo comercial decrescente, à taxa de 38,6% no ano de 2012, dessa vez

por conta de uma diminuição das exportações da ordem de 25,8% e um incremento das importações de

19,4%.

Gráfico 6: Brasil – Caribe: Balança comercial (2002-2012)

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Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

Em termos de participação relativa do comércio do Brasil com o Caribe na balança comercial

brasileira, assim como de sua corrente de comércio, tem-se que os valores relativos ao fluxo comercial entre

as Partes corresponderam, em 2012, a aproximadamente 2,1% das exportações e 0,8% das importações

totais do Brasil, e 1,4% de todo o fluxo de comércio brasileiro.

Em relação à pauta de produtos, a Tabela 3 abaixo resume a participação dos principais grupos de

bens da exportação e da importação brasileira em relação aos países do Caribe, ao longo de 2012.

Tabela 3: Pauta de Produtos

Relação comercial entre Brasil e Caribe (2012)

Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

Quando da análise relativa ao comércio escoado via modal aéreo, tem-se que em 2012, do total de

US$ 6,9 bilhões da corrente de comércio entre o Brasil e o Caribe, 5,4% foi transportado por meio desse

modal. Em termos representativos, as importações fazem maior uso do transporte aéreo, na ordem de 16,6%,

do que as exportações, que se restringem a apenas 1,5%.

Exportação Importação

Combustíveis e óleos minerais, etc.

(54,4%)

Combustíveis e óleos minerais, etc.

(62,3%)

Minérios, escórias e cinzas (8,2%)Produtos químicos inorgânicos, etc.

(13,4%)

Cereais(6,3%) Produtos farmacêuticos (11,2%)

Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres

(3,7%)

Instrumentos e aparelhos de ótica,

fotografia ou cinematografia, etc. (4,1%)

Reatores nucleares, caldeiras, etc. (3,1%) Produtos químicos orgânicos (2,9%)

Pauta de Produtos

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Analisando-se tais informações no horizonte temporal 2002-2012, verifica-se que a corrente de

comércio dos produtos transportados via aérea passou de US$ 146,1 milhões para US$ 373,0 milhões,

correspondendo tal montante a um crescimento acumulado de 155% no período (ou um crescimento médio

anual de 9,8%).

Já o saldo comercial mostrou-se deficitário para o Brasil ao longo de todo o período em questão,

atingindo seu valor máximo, de US$ 224,0 milhões negativos, no ano de 2012, tal como se observa no

Gráfico 7 a seguir.

Gráfico 7: Brasil – Caribe: Balança Comercial via Aérea (2002-2012)

Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

Considerando a pauta do comércio Brasil-Caribe dos produtos escoados via modal aéreo, no ano de

2012, conforme a Tabela 4 a seguir, observa-se nas exportações a liderança do grupo de produtos Máquina,

aparelhos e matérias elétricos, e suas partes, etc., com 20,8% (República Dominicana e Porto Rico somam

aproximadamente 55%), seguido por Instrumentos e aparelhos de ótica, fotografia, etc., com 15,0% (Cuba e

República Dominicana correspondem a aproximadamente 73%). Quanto às importações, destaque para os

produtos farmacêuticos que representam 66,4% da totalidade importada via modal aéreo (mais de 98%

provenientes de Porto Rico e Cuba), em termos monetários. Em seguida aparecem instrumentos e aparelhos

de ótica, fotografia, etc., com 23,8%.

Tabela 4: Pauta de Produtos

Relação comercial entre Brasil e Caribe – Via Aérea (2012)

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Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC 4. TURISMO

4.1. Dimensionamento do turismo no Caribe

Segundo dados da Organização Mundial do Turismo (UNWTO, em inglês)13, o número de turistas

internacionais (considerando as chegadas) alcançou 940 milhões em 2010. Dessa totalidade, a maior

concentração de turistas foi registrada na Europa, com 476,6 milhões de turistas, representando 50,7% dos

turistas no mundo. Outras regiões representativas foram Ásia-Pacífico (21,7%) e América do Norte (10,4%);

o Caribe representou 2,1% do total; vide Gráfico 8 a seguir para detalhes. Cabe ressaltar que a quantidade de

turistas no Caribe de 20,1 milhões em 2010 equivale aproximadamente à metade da população dessa região.

Nas últimas duas décadas, o turismo na região caribenha vem crescendo em ritmo mais lento do que

a média mundial. No período 1990-2010, o número de turistas com destino às ilhas caribenhas passou de

11,4 para 20,1 milhões em 2010, representando, assim, um crescimento da ordem de 76,3%, enquanto o

turismo mundial se expandiu a uma de taxa de 116,1% no mesmo período. Analisando-se o ano de 2010 em

relação a 2009, o crescimento do turismo, em termos de número de chegadas de turistas internacionais, foi

de 3,0% no Caribe e de 6,6% no mundo.

Gráfico 8: Turistas Internacionais por Região – Quantitativo e

Participação (%) – 2010

13 UNWTO Tourism Highlights 2011 Edition

Exportação Importação

Máquinas, aparelhos e materiais

elétricos, e suas partes, etc. (20,8%)Produtos farmacêuticos (66,4%)

Instrumentos e aparelhos de ótica,

fotografia, etc. (15,0%)

Instrumentos e aparelhos de ótica,

fotografia, etc. (23,8%)

Reatores nucleares, caldeiras, etc.

(14,2%)

Produtos diversos das indústrias

químicas (2,6%)

Calçados, polainas, etc. (13,5%)Máquinas, aparelhos e materiais

elétricos, etc. (2,1%)

Armas e munições, etc. (4,7%) Produtos químicos orgânicos (1,6%)

Pauta de Produtos

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Fonte: UNWTO Tourism Highlights 2011 Edition.

Segundo a UNTWO, estima-se que as receitas de turismo internacional chegaram ao montante de

919 bilhões de dólares em 2010. Desse total, 2,6% (ou 23,6 bilhões) corresponderiam ao turismo caribenho.

No comparativo de 2010 frente a 2009, o Caribe apresentou uma taxa de crescimento de suas receitas com

turismo da ordem de 4,4%, aquém da apresentada pelo turismo mundial, que se expandiu a uma razão de

8%.

Por sua vez, quanto ao dispêndio médio14 por turista nas ilhas do Caribe e no mundo, registraram-se

conforme gráfico a seguir os seguintes valores, respectivamente, no ano de 2010: US$ 1.174 e US$ 978.

Tanto a região caribenha como a totalidade mundial apresentaram crescimento modesto do gasto médio por

turista, de 1,3% no biênio 2009-2010, como pode ser visto na Tabela 5 abaixo.

Tabela 5: Indicadores do Turismo no Caribe e no Mundo (2010)

Fonte: UNWTO Tourism Highlights 2011 Edition.

Analisando-se os dados de chegadas de turistas estrangeiros na região do Caribe (por país), no ano de

2010, do World Bank Indicators, observa-se uma maior concentração de turistas na República Dominicana,

com 4,1 milhões, representando tal volume 24% da totalidade da região. Em seguida, tem-se Porto Rico

14 Dispêndio Médio, conhecido também como gasto médio por turista, é calculado tomando-se a razão de receita com turismo (em

dólares) por quantidade de chegadas de turistas internacionais.

2009 2010 2009 2010

Chegadas de Turistas Internacionais (em milhões) 19,5 20,1 882 940

Receita (Bilhões US$) 22,6 23,6 851 919

Gasto por Turista (Receita/Turistas) (US$) 1.159 1.174 965 978

Indicadores do TurismoMundoCaribe

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(21%), Cuba (15%), Jamaica (11%), Bahamas (8%) e Aruba15 (5%). Na tabela a seguir, apresenta-se o

ranking dos países caribenhos quando considerado em termos absolutos o número de chegadas de turistas

internacionais.

15 No World Bank Indicators, não estavam disponíveis dados de Aruba em 2010, assim foram utilizados dados da UNWTO. Não

foram utilizados dados da UNWTO para os demais países, pois o relatório apresenta dados desagregados apenas de sete países do

Caribe.

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Gráfico 9: Nº de Turistas Internacionais nos Países do Caribe (2010)

Fonte: World Bank Indicators, UNWTO Tourism Highlights 2011 Edition (*Aruba).

No Gráfico 10, apresenta-se a série histórica do número de chegadas de turistas internacionais para

os cinco principais países do Caribe (no quesito turismo receptivo) no período de 2003 a 2010,

representando 78% do mercado caribenho. Nesse período, República Dominicana e Porto Rico, que são os

dois principais países receptores de turistas internacionais da região, cresceram a taxas de 25,7% e 13,6%,

respectivamente. Entretanto, Jamaica e Cuba, que ocupam a quarta e a terceira posições, respectivamente,

apresentaram taxas de crescimento mais elevadas, de 42,4% e 35,7%. Dentre os cinco países em questão,

somente as Bahamas apresentaram redução, da ordem de 9,3%.

Gráfico 10: Turistas Internacionais nos 5 Principais Países

do Caribe (2003-2010)

Fonte: World Bank Indicators

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4.2. Do Turismo receptivo do Brasil

Considerando o turismo receptivo brasileiro, dos cerca de 5,43 milhões de turistas que ingressaram

no país em 2011, 20,0 mil (0,37%) foram provenientes do Caribe e dos países centro-americanos Belize, El

Salvador, Honduras e Nicarágua. Dessa totalidade, 18,4 mil (aproximadamente 92%) utilizaram o modal

aéreo em 2011. O crescimento do número de turistas provenientes dessa região alcançou os 13,5% relação

ao ano anterior, taxa superior à média apresentada pelo turismo receptivo brasileiro no período, que foi de

5,3%.16

5. TRANSPORTE AÉREO

5.1. Dados gerais do setor aéreo no Caribe

Segundo dados do WATR17, o número de passageiros transportados18 em voos domésticos e

internacionais no mundo, em 2011, foi de 5,44 bilhões, valor 5,3% superior ao do ano anterior. O aumento

no número de passageiros internacionais foi de 6,6%, enquanto que o tráfego doméstico apresentou

crescimento de 3,7%.

O transporte aéreo de passageiros (domésticos e internacionais) se mostra mais intenso nas seguintes

regiões: Europa, Ásia-Pacífico e América do Norte, com participações, respectivamente, de 29,1%, 28,9% e

28,3% do tráfego aéreo mundial. O Caribe representa 1% dessa totalidade. Os principais países dessa região,

em termos de passageiros transportados, são: República Dominicana (22,1%), Porto Rico (18,8%), Jamaica

(11,3%), Antilhas Holandesas (8,7%) e Trinidad e Tobago (8,0%).

No Gráfico 11 a seguir, lista-se a participação de cada continente/região na totalidade do transporte

aéreo mundial, bem como a desagregação da participação relativa dos países caribenhos na região.

Gráfico 11: Tráfego de Passageiros por Continente e por Países do Caribe - 2011

16 Fonte: Ministério do Turismo – Anuário Estatístico do Turismo 2012, vol. 39 – Ano Base 2011. 17 World Airport Traffic Report,2011. ACI – Airports Council International. 18 No WATR 2011, a variável passageiros transportados é definida como o total de passageiros pagos e não pagos, embarcados e

desembarcados em voos comerciais, por aeronaves e helicópteros, em voos regulares e não-regulares.

Page 18: Caribe - Anac

18

Fonte: WATR 2011

Em termos absolutos, os aeroportos dominicanos foram responsáveis por 9,4 milhões dos passageiros

transportados, em 2011, seguidos pelos porto-riquenhos, com 8 milhões. Os países que apresentaram maior

taxa de crescimento em relação a 2010 foram: Ilhas Cayman (63,4%), Antilhas Holandesas (5,8%), Aruba

(5,2%) e Guadalupe (5,2%). Três países, entretanto, apresentaram retração no número de passageiros

transportados via seus aeroportos, no período: Porto Rico (-5,7%), Bahamas (-1,8%) e Bermuda (-1,0%),

conforme ilustrado no Gráfico 12 a seguir.

Gráfico 12: Tráfego de Passageiros por Países do Caribe em 2011 e Taxa de Crescimento 2010-2011

Fonte: WATR 2011

A importância dos voos internacionais nas operações aéreas de transporte de passageiros nos países

do Caribe se apresenta bastante significativa, alcançando a marca de 70% da totalidade dos passageiros

transportados na região. A título comparativo, essa participação chega a 42% no âmbito mundial. Tal fato

Page 19: Caribe - Anac

19

decorre em grande parte das pequenas extensões territoriais dos países caribenhos e, em consequência, da

existência de apenas um aeroporto na maioria dos países. As exceções são:

República Dominicana, com cinco aeroportos nas seguintes cidades: Puerto Plata, Punta Cana,

Samana e Santiago de los Caballeros;

Antilhas Holandesas, com três aeroportos: Bonaire, Curaçao e Saint Maarten;

Jamaica, com dois aeroportos nas cidades: Kingston e Montego Bay;

Santa Lúcia, com dois aeroportos: ambos em Santa Lucia; e

Trinidad e Tobago com dois aeroportos: Porto of Spain e Tobago.

Os três aeroportos que registraram o maior volume de passageiros processados (domésticos e

internacionais), no ano de 2011, foram os seguintes: Aeroporto de San Juan (SJU), em Porto Rico, com 8

milhões, seguido por Punta Cana (PUJ), na República Dominicana, com 4,1 milhões e Montego Bay (MBJ),

na Jamaica, com 3,2 milhões.

Apresenta-se no gráfico a seguir o ranking dos aeroportos, em termos de volume de passageiros

transportados (domésticos e internacionais)19, no ano de 2011. Como esperado, observa-se a predominância

do transporte internacional nos principais aeroportos, com exceção, do Aeroporto de San Juan (PUJ), em

Porto Rico, Pointe-a-Pitre (PTP), em Guadalupe, Tobago (TAB), em Trinidad e Tobago, e Bonaire (BON).

Gráfico 13: Transporte de Passageiros Domésticos e Internacionais nas Principais Cidades do Caribe

(2011)

19 Não são considerados os passageiros em trânsito direto.

Page 20: Caribe - Anac

20

Fonte: WATR 2011

No que concerne aos passageiros em trânsito direto, observou-se seu percentual expressivo em

alguns dos aeroportos das ilhas caribenhas, tais como em: Bonaire (27%), Santa Lucia/SLU (23%), Curaçao

(15%), St George´s, em Granada (14%), St Lucia (13%) e Porto of Spain (11%), entre outros, conforme

ilustrado no Gráfico 14 a seguir.

Gráfico 14: Cidades do Caribe com Maior Participação de Passageiros em Trânsito Direto (2011)

Fonte: WATR 2011

Na Figura 2 a seguir, encontram-se localizados geograficamente os aeroportos contemplados no

relatório do WATR (com exceção do Aeroporto de Bermuda), além de dois aeroportos cubanos: José Martí

(HAV) e Santiago de Cuba (SCU).

Figura 2 – Mapa do Caribe - Localização dos Aeroportos

Page 21: Caribe - Anac

21

Fonte: Adaptado de http://www.guiageo.com/

Já na Tabela 6 abaixo estão apresentadas as principais empresas aéreas de transporte de passageiros

que operam no Caribe, segundo o tamanho de sua frota. Caribbean Airlines, LIAT, Cubana de Aviación,

InselAir, Dutch Antilles Express, Air Jamaica20 e Tiara Air. Além dessas empresas, há diversas empresas

aéreas que atendem somente voos regionais.

Tabela 6: Principais Empresas Aéreas no Caribe segundo o Tamanho da Frota

Fontes: Sítios eletrônicos das empresas.21

Os principais destinos internacionais operados pelas empresas aéreas caribenhas se concentram na

própria região, na América Latina (Buenos Aires, Bogotá, Caracas, etc.) e nos Estados Unidos (Miami,

Nova York, etc.), porém há voos com menor frequência para a Europa (Londres, Paris, Roma, etc.) e para o

Canadá. Na Tabela 7 a seguir listam-se os principais destinos das empresas aéreas caribenhas mencionadas

acima.

Tabela 7: Principais Destinos das Sete Maiores Empresas no Caribe

20 A empresa Air Jamaica foi incorporada à Caribbean Airlines Limited. A sede localiza-se em Piarco, Trinidad e Tobago, e têm

escritórios administrativos na Jamaica. Fonte: http://caribbean-airlines.com/index.php/about-us/history. 21http://www.caribbean-airlines.com/index.php/plan-a-book/route-map; http://www.liat.com/navSource.html?page_id=27;

http://www.cubana.cu/timetable/; http://www.fly-inselair.com/en/destinations; http://flydae.com/sitemap;

http://www.airjamaica.com/; http://tiara-air.com/destinations/

Page 22: Caribe - Anac

22

Fonte: Sítios eletrônicos das empresas.22

No que tange ao transporte aéreo de carga23, no ano de 2011, Porto Rico (Aeroporto de San Juan, PUJ) se

destacou entre os países caribenhos por seu aeroporto ter registrado o processamento de 173 mil toneladas

de carga, volume representativo de quase metade da totalidade da carga caribenha (44,1%), seguido pela

República Dominicana (18,5%) e Trinidad e Tobago (12,2%).

Gráfico 15: Transporte de Carga e Participação Relativa do

País no Caribe (2011)

22 Vide rodapé 22.

23 No WATR 2011, a variável carga transportada é definida como carga e correio em chegadas e partidas no aeroporto. Não está

inclusa bagagem de passageiros.

Page 23: Caribe - Anac

23

Fonte: WATR 2011

5.2. Acordos de Serviços Aéreos entre Brasil e países Caribenhos

O Brasil possui Acordos de Serviços Aéreos (ASA) com 7 países do Caribe, quais sejam: Barbados,

Trinidad e Tobago, Cuba, Curaçao, Jamaica, República Dominicana e Aruba; sendo que com os quatro

últimos países, os acordos firmados são do tipo de “céus abertos”, ou seja, não impõem restrições quanto ao

número de voos que podem ser ofertados pelas empresas aéreas. As principais provisões dos referidos

Acordos se encontram na Tabela 8 a seguir.

Tabela 8: Países do Caribe que possuem ASA com o Brasil

Fonte: ANAC24

5.3. Conectividade aérea entre Brasil e Caribe

O Brasil possui conectividade aérea direta, por meio de operações regulares, com apenas três países

caribenhos, segundo dados do HOTRAN de abril de 2013. Os voos são realizados pela empresa Gol (VRG

24 Para detalhes dos Acordos, vide: http://www2.anac.gov.br/anac/sri/acordosBilaterais.asp.

Países Acordo Política Tarifária Capacidade Dir. TráfegoCódigo

CompartilhadoDesignação Quadro de Rotas

Barbados 2005 Dupla aprovação 7 1ª a 5ª ---- Múltipla Restrito

Trinidad e Tobago 2005 País de origem 14 1ª a 5ª ---- Múltipla Restrito

Cuba 2011 Liberdade Tarifária 14 1ª a 4ª Terceiros Países Múltipla Aberto

Curaçao 2011 Liberdade Tarifária Livre 1ª a 5ª (c/ restr.) Terceiros países Múltipla Aberto

Jamaica 2006 Liberdade Tarifária Livre 1ª a 5ª Terceiros Países Múltipla Aberto

República Dominicana 2009 Liberdade Tarifária Livre 1ª a 5ª Terceiros países Múltipla Aberto

Aruba 2013 Liberdade Tarifária Livre 1ª a 5ª Terceiros países Múltipla Aberto

Page 24: Caribe - Anac

24

Linhas Aéreas), que oferece 20 (vinte) frequências semanais, sendo que 12 tinham São Domingo, na

República Dominicana, como escala entre o Brasil e a Flórida, nos Estados Unidos. Detalhes das frequências

seguem na Tabela 9 abaixo.

Tabela 9: Detalhe das Frequências entre Brasil-Caribe

Todas operadas pela Empresa Aérea GOL (abril 2013)

País Frequência Frequências

Semanais

Tempo de

Viagem Preço Mínimo

(ida+volta+tarifas)

Aruba GRU-Caracas-Aruba (e volta) 2 8h15min (ida)

7h55min (volta) R$ 2.186,71

Barbados GRU-Bridgetown (e volta) 1 5h40min (ida)

5h55min (volta) R$ 2.214,92

República

Dominicana

GIG-São Domingo-Miami (e

volta) 5

7h04min (ida)

6h53min (volta) R$ 1.956,64

GRU-São Domingo-Orlando (e

volta) 7

6h55min (ida)

7h20min (volta) R$ 2.271,42

GRU-Caracas-Punta Cana (e

volta) 5

8h45min (ida)

8h35min (volta) R$ 2.710,06

Fonte: Sítio eletrônico da empresa Gol25

Para uma análise da evolução da conectividade aérea entre Brasil e Caribe, no período 2000-2012,

apresentam-se na Tabela 9 a seguir os países e cidades de destinos atendidos, empresas aéreas disponíveis e

número de frequências semanais diretas ofertadas (considerando dezembro como mês de referência).

Pontua-se que as informações são referentes ao total de frequências operadas no segmento incluindo, por

conseguinte, as operações das empresas brasileiras e estrangeiras, realizadas segundo os termos dos Acordos

Bilaterais de Serviços Aéreos entre as Partes.

Observa-se, a partir desse quadro evolutivo, que não há voos contínuos nos últimos treze anos entre o

Brasil e o Caribe. Entre os anos de 2000 e de 2007, a Cubana de Aviacíon realizou voos regulares para

Cuba, oferecendo uma frequência semanal. Conectando a ilha de Martinica, a Air France ofereceu voos nos

anos de 2001 e 2003, enquanto a Air Caraibes manteve operações regulares para Guadaloupe no triênio

2005-2007. Tendo como destino Barbados e República Dominicana, a Gol operou voos no período 2010-

2012, e Aruba, no período 2009-2012. A extinta empresa aérea Varig realizou voos para Aruba nos anos de

2004 e 2005.

Por fim, ressalta-se que a conectividade entre o Brasil e o Caribe, no período 2000-2012, saltou de 1

(uma) frequência semanal para 8 (oito) frequências semanais, porém, já foram oferecidas 10 (dez)

frequências no ano de 2005.

Tabela 10: Histórico das Frequências semanais operadas entre Brasil e Caribe26

25http://compre2.voegol.com.br/Select.aspx. A pesquisa de simulação de reserva de bilhete foi realizada no dia 05/06/13 e

07/06/13. As pesquisas de São Domingo foram marcadas para 03/08/13 (ida) e 10/08/13 (volta); a pesquisa de Punta Cana foi

marcada para 05/08/13 (ida) e 10/08/13 (volta); a pesquisa de Barbados foi marcada para 03/08/13 (ida) e 10/08/13 (volta); e a

pesquisa de Aruba foi marcada para 04/08/13 (ida) e 11/08/13 (volta).

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25

Fonte: ANAC.

(*) A Air Caraibes realizava voos no trecho Belém-Caiena-Fort de France-Pointe a Pitre (ida) e Caiena-Belém (volta). A Air France tinha uma

frequência Paris-Guarulhos, com escala em Fort de France, mas não fazia escala na ilha caribenha no voo de volta.

Considerando tanto as operações regulares como as operações não regulares (de empresas regulares),

a quantidade de passageiros transportados entre o Brasil e o Caribe cresceu mais de seis vezes nos últimos

treze anos, saltando de 13,7 mil, no ano 2000, para 86,4 mil, no de 2012, como visto no Gráfico 16 abaixo.

Gráfico 16: Evolução do Número de Passageiros Transportados via Aérea entre

Brasil e o Caribe (2000-2012)

26 O número de frequências refere-se ao somatório das frequências operadas por empresas brasileiras e estrangeiras.

País Rota Empresa 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

GRU-HAVANA (e volta) 1 1 1 1 1 1 1

GRU-VARADERO-HAVANA (ida)

HAVANA- B. AIRES- GRU (volta) 1

BELEM-CAIENA-FORT DE FRANCE-

POINTE A PITRE (e volta)6 3 2

BELEM-CAIENA-FORT DE FRANCE-

POINTE A PITRE*1

MARTINIQUE PARIS-FORT DE FRANCE-GRU* AIR FRANCE 1 1

BARBADOS GRU-BRIDGETOWN (e volta) VRG LINHAS AEREAS -GOL 1 1 1

VRG LINHAS AEREAS -GOL 1 2 2 2

VARIG 2 2

REPÚBLICA

DOMINICANA

GIG-GRU-CARACAS-PUNTA CANA (e

volta)VRG LINHAS AEREAS -GOL 2 5 5

ARUBA GIG-GRU-CARACAS-ARUBA (e volta)

CUBA

GUADALOUPE

CUBANA DE AVIACION

AIR CARAIBES

Page 26: Caribe - Anac

26

Fonte: ANAC

Entretanto, deve-se ponderar que a participação do mercado caribenho, em termos de número de

passageiros transportados no mercado internacional brasileiro, ainda se mostra pouco significativa. Entre

2000 e 2012, a maior participação foi registrada em 2012, com 0,48% do total do tráfego internacional do

país.

No Gráfico 17 a seguir, verifica-se que não há um único país de destino em destaque ao longo dos

últimos treze anos em relação ao número de passageiros transportados. Entre outros motivos, tal fato deve-se

à descontinuidade dos voos regulares semanais operados nesse período.

No período 2000-2005, o número de passageiros com origem ou destino à Cuba representou mais da

metade dos passageiros transportados entre o Brasil e o Caribe. A partir de 2003, Aruba passa a ter

participação mais expressiva no transporte aéreo Brasil-Caribe, atingindo seu pico no ano de 2005, com

participação de 48%. Também as Antilhas Holandesas (com destino para Curaçao e Philipsburg em Saint

Maarten) tiveram participação considerável entre 2006 e 2009 (com participações de 25%, 29%, 54%, 37%

e 18%, respectivamente). Nos últimos anos, vem crescendo a participação da República Dominicana, sendo

que o número de passageiros com origem ou destino à cidade de Punta Cana atingiu 71% de participação no

ano de 2012.

Gráfico 17: Países do Caribe – Brasil

Participação em Passageiros Transportados (2000-2012)

Fonte: ANAC

Page 27: Caribe - Anac

27

Por fim, cumpre registrar que a conectividade aérea entre o Brasil e os países caribenhos também

pode ser realizada por operações aéreas indiretas, envolvendo conexões nos Estados Unidos ou em países da

América Latina. Tais operações não serão exploradas no presente documento, mas poderão vir a ser

aprofundadas em outro estudo mais abrangente.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A região do Caribe é de grande importância para o Brasil, seja pelo grande fluxo de turistas

brasileiros que se destinam aos países da região, como também pela intensificação do comércio entre as

Partes verificada nos últimos anos;

Como já abordado, a corrente de comércio entre o Brasil e os países caribenhos apresentou um

crescimento acumulado de 323%, no período 2002-2012;

Tal aumento da densidade das relações econômicas também foi acompanhado pelo crescimento do

comércio dos produtos escoados via modal aéreo, que apresentou variação positiva de 155% nos últimos 12

anos;

Do mesmo modo, o segmento de transporte aéreo de passageiros revelou crescimento acumulado de

531% no período 2000-2012, passando de uma frequência semanal, no ano de 2000, para 8 (oito) no ano de

2012, e alcançando 20 (vinte) em abril de 2013;

Considerando, pois, o crescente adensamento da conectividade aérea entre o Brasil e os países do

Caribe, e o expressivo potencial para a exploração da atividade turística na região, bem como expansão da

conectividade a destinos do Caribe ainda não atendidos;

Esta Gerência de Análise de Mercados Internacionais continuará a acompanhar a evolução do

relacionamento aerocomercial entre as Partes, com vistas a subsidiar o governo brasileiro, as empresas

aéreas e demais agentes interessados em matérias relativas a esse mercado.

É a Nota Informativa.

Atualizado em 07 de junho de 2013

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Setor Responsável Superintendência de Relações Internacionais - SRI Gerência de Análise de Mercados Internacionais - GAMI Equipe Técnica Bruno Silva Dalcolmo - SRI Natália dos Santos Ferreira - GAMI Caio Marcello M. F. Vianna

Katia Figueira Mantovani Rodrigo Ayres Padilha

Talita Armborst

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