CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas...

138
CARLOS ALEXANDRE FERRI NEUROESTIMULADOR MICROCONTROLADO PARA UTILIZAÇÃO EM PROCEDIMENTOS ANESTÉSICOS LONDRINA 2009

Transcript of CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas...

Page 1: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

CARLOS ALEXANDRE FERRI

NEUROESTIMULADOR MICROCONTROLADO PARA UTILIZAÇÃO EM PROCEDIMENTOS ANESTÉSICOS

LONDRINA

2009

Page 2: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

CARLOS ALEXANDRE FERRI

NEUROESTIMULADOR MICROCONTROLADO PARA UTILIZAÇÃO EM PROCEDIMENTOS ANESTÉSICOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina. Orientador: Prof. Dr. Ernesto F. Ferreyra Ramírez

Londrina 2009

Page 3: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

CARLOS ALEXANDRE FERRI

NEUROESTIMULADOR MICROCONTROLADO PARA UTILIZAÇÃO EM PROCEDIMENTOS ANESTÉSICOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina.

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________ Prof. Dr. Ernesto F. Ferreyra Ramírez

Universidade Estadual de Londrina

____________________________________ Prof. Dr. Walter Germanovix

Universidade Estadual de Londrina

____________________________________ Prof. Dr. Ruberlei Gaino

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 02 de dezembro de 2009.

Page 4: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

DEDICATÓRIAS

- A Minha Família, que nos momentos de minha ausência dedicados

ao estudo, sempre fizeram entender que o futuro, é feito apartir da

constante dedicação no presente !!!

- A minha namorada Gisele Silva de Aquino que tanto me apoiou,

incentivou e acreditou no trabalho realizado!!!

- Por final, à aquele, que me permitiu tudo isso, ao longo de toda a

minha vida, e, não sómente nestes anos como universitário, à você meu

DEUS, obrigado, reconheço cada vez mais em todos os meus momentos,

que você é o maior mestre, que uma pessoa pode conhecer e reconhecer!!!

Page 5: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu orientador, prof. Dr. Ernesto Fernando Ferreyra

Ramírez, não só pela possibilidade de realização deste trabalho, mas especialmente

pela sua amizade repleta de grandes conselhos e por seu exemplo de dignidade.

Ao professor Dr. Walter Germanovix por todo o apoio e dedicação

prestada e, o mais importante, me instigar cada vez mais na busca ao

conhecimento.

Ao professor Dr. Ruberlei Gaino por dividir parte do seu

conhecimento sobre neuroestimulação comigo.

A professora Msc. Maria Bernadete de Morais França pelo apoio na

realização deste trabalho e pelo incentivo e ajuda no plano de pós-graduação.

Ao professor Dr. Carlos Henrique Gonçalves Treviso pela paciência

e esclarecimentos nas mais diversas duvidas.

Ao professor Dr. Marcelo Carvalho Tosin pelo auxílio na confecção

da parte digital deste trabalho.

Aos meus amigos e amigas, minha segunda família, que

fortaleceram os laços da igualdade, num ambiente fraterno e respeitoso!

Page 6: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

“O homem erudito é um

descobridor de fatos que já existem -

mas o homem sábio é um criador de

valores que não existem e que ele faz

existir.”

Albert Einstein

Page 7: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

i

FERRI, Carlos Alexandre. Neuroestimulador microcontrolado utilizado em procedimentos Anestésicos. 2009. 137pg. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2009.

RESUMO

Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de

nervos periféricos, também conhecidos como neuroestimuladores, tem sido

disseminado entre os médicos anestesiologistas. Esses equipamentos são

considerados muito úteis nos procedimentos de anestesia regional e geral,

pois, respectivamente, ajudam a encontrar o melhor local para colocar a agulha

no paciente, reduzindo o risco de lesões nos nervos e melhorando a qualidade

dos bloqueios periféricos e permitem monitorar o estado de relaxamento

neuromuscular decorrente do uso de anestésicos, o qual permite ao

anestesiologista melhor avaliar a intensidade do bloqueio neuromuscular. Para

desenvolver este sistema, de forma a mantê-lo portátil, utilizou-se do

microcontrolador da freescale HCS08AC32, o qual controla todos os

parâmetros necessários a neuroestimulação, ou seja, largura do pulso,

frequência e intensidade do estímulo, bem como aos padrões de estimulação

(Simples, Tetânico, Pós-tetânico, DBS e TOF). Os avisos e informações ao

usuário são feitos via LCD, Buzzer e LED possibilitando duplicidade de avisos.

Para geração do sinal nos eletrodos foi empregado um circuito espelho de

corrente permitindo, desta forma, controle da carga (Q) lançado ao paciente.

Como alimentação ao espelho de corrente, um flyback (alimentado com 18V)

com saída de 70V foi anexado ao sistema. Ao comparar os dados obtidos pelo

neuroestimulador desenvolvido com outro presente no mercado verificou-se

boa similaridade. Isto nos permite concluir que o equipamento desenvolvido

está dentro do esperado bastando realizar algumas melhorias na parte de

potência a fim de diminuir as distorções no formato de onda.

Palavras-chave: Neuroestimulação. Microcontrolador. Anestesia. Espelho de corrente.

Page 8: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

ii

FERRI, Carlos Alexandre. Microcontrolled Neuroestimulador used in procedures Anaesthetics. 2009. 137 pg. Trabalho de Conclusão de Curso

(Graduação em Engenharia Elétrica) – Universidade Estadual de Londrina,

Londrina, 2009.

In last the two decades, the use of electric stimulators of

peripheral nerves, also known as neurostimulators, has been spread between

the anesthesiologists doctors. These equipment is considered very useful in the

regional and general anesthesia procedures, therefore, respectively, they help

to find optimum place to place the needle in the patient, reducing the risk of

injuries in the nerves and improving the quality of the peripheral blockades and

allow to monitor the relaxation state to neuromuscular decurrent of the use of

anaesthetics, which allows the anesthesiologist best to evaluate the intensity of

the blockade to neuromuscular. To develop this system, of form to keep it

portable, it was used of the microcontroller of freescale HCS08AC32, which

controls all the necessary parameters the neurostimulation, either width of the

pulse, frequency and intensity of I stimulate it, as well as the standards of

stimulation (Single Twitch, Tetanic, Post-tetanic, DBS and TOF). The warning

and information to the user are made way LCD, Buzzer and LED having made

possible duplicity of acknowledgments. For generation of the signal in the

electrodes a circuit was used chain mirror allowing, in such a way, control of the

load (q) launched the patient. As feeding to the current mirror, a flyback (fed

with 18V) with output of 70V was annexed to the system. By comparing the data

obtained by the neurostimulator developed with another present in the market

there was good similarity. This allows us to conclude that the equipment

developed is as expected simply make some at the power in order to reduce

distortions in the waveform.

Key words: Neurostimulation. Microcontroller. Anesthesia. Current mirror.

Page 9: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

iii

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1.1: OS NERVOS PERIFÉRICOS (FONTE: [5]). ............................................... 4

FIGURA 1.2: O NERVO PERIFÉRICO MISTOS (FONTE: [6]). ......................................... 5

FIGURA 1.3: O NEURÔNIO MODIFICADO DE (FONTE: [8]). ......................................... 6

FIGURA 1.4: ZONA SINÁPTICA. (MOD. DE: [9]). ........................................................ 8

FIGURA 1.5: POTENCIAIS DE AÇÃO DE TRÊS TIPOS DE CÉLULAS DE VERTEBRADOS

(FONTE: [10]). ............................................................................................. 10

FIGURA 1.6: POTENCIAL DE AÇÃO DE UM NERVO ILUSTRANDO OS PERÍODOS

REFRATÁRIOS ABSOLUTOS E RELATIVOS ASSOCIADOS (FONTE: [10]). ............... 10

FIGURA 1.7: TRANSMISSÃO NEUROMUSCULAR ...................................................... 11

FIGURA 2.1: A RESPOSTA (A) SUBLIMIAR E (B) SUPRALIMIAR DE UMA FIBRA NERVOSA

PARA UM ESTÍMULO EXTRACELULAR. (FONTE: [15]). ........................................ 14

FIGURA 2.2: CIRCUITO EQUIVALENTE DA PELE (FONTE: (8)). .................................. 16

FIGURA 2.3: INFLUÊNCIA DA FREQUÊNCIA (FONTE: [17]) ........................................ 17

FIGURA 2.4: PROPRIEDADES DE ESTIMULAÇÃO DAS FIBRAS NERVOSAS. (A)

INTENSIDADE-DURAÇÃO (B) CARGA-DURAÇÃO. (C) CORRENTE – DISTÂNCIA (D)

CORRENTE– DIÂMETRO (FONTE: [15]). ......................................................... 19

FIGURA 2.5: ESTRUTURA DE UMA FIBRA NERVOSA MIELINIZADA (FONTE: [15]) ......... 21

FIGURA 2.6: ESTIMULAÇÃO DE FIBRAS NERVOSAS COM PULSOS MONOFÁSICAS E

BIFÁSICAS (FONTE:[15]). .............................................................................. 22

FIGURA 2.7: ELETRODOS DE SUPERFÍCIE [20]. ...................................................... 24

FIGURA 2.8: ELETRODOS INTERNOS [20]. ............................................................. 25

FIGURA 3.1: FORMATO DO ESTÍMULO SIMPLES PARA A FREQUÊNCIA DE 1 E 0,1 HZ. . 26

Page 10: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

iv

FIGURA 3.2: FORMATO DO ESTÍMULO TETÂNICO PARA A FREQUÊNCIA DE 50 HZ. ...... 27

FIGURA 3.3: FORMATO DO ESTÍMULO TOF ........................................................... 28

FIGURA 3.4: FORMATO DA ESTIMULAÇÃO COM DUPLA SALVA DBS .......................... 29

FIGURA 5.1: TENSÃO-CONSTANTE E CORRENTE-CONSTANTE (MOD. DE: [18]). ......... 33

FIGURA 5.2: DIAGRAMA DE BLOCO DO MICROCONTROLADOR HCS08AC (FONTE: [24]).

.................................................................................................................. 35

FIGURA 5.3: ESPELHO DE CORRENTE BÁSICO (A) E CARACTERÍSTICAS DE SAÍDA DA

FONTE DE CORRENTE (B) ( MOD. DE: [25]). .................................................... 37

FIGURA 5.4: ESPELHO DE WILSON (MOD. DE: [26]). .............................................. 38

FIGURA 5.5: TOPOLOGIAS BÁSICAS DE CONVERSOR CC. ........................................ 39

FIGURA 5.6: ETAPAS DE FUNCIONAMENTO DO CONVERSOR FLYBACK EM MODO

CONTÍNUO (FONTE: [27]). ............................................................................. 40

FIGURA 6.1: DIAGRAMA DE BLOCOS DO ESTIMULADOR DE NERVOS. ......................... 41

FIGURA 6.2: MC9S08AC32CPUE 64-PIN LQFP (FONTE: [24]). .......................... 42

FIGURA 6.3: PROGRAMADOR E DEBUGADOR WTBDMS08 PARA

MICROCONTROLADORES S08 DA FREESCALE ................................................. 43

FIGURA 6.4: OPERAÇÃO MONOPOLAR DO CONVERSOR D/A DAC0808 (FONTE:[29]).

.................................................................................................................. 44

FIGURA 6.5: AMPLIFICADOR DIFERENCIAL UTILIZADO COMO GERADOR DE SINAL

BIFÁSICO. ................................................................................................... 45

FIGURA 6.6: TECLADO MATRICIAL 4X3. ................................................................ 46

FIGURA 6.7: DISPLAY LCD PARA MONITORAR E AUXILIAR NA CONFIGURAÇÃO DOS

PADRÕES DE ESTIMULAÇÃO. ......................................................................... 48

Page 11: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

v

FIGURA 6.8: BUZZER E LED PARA AVISOS SONOROS LUMINOSOS. .......................... 48

FIGURA 6.9: FONTE DE ALIMENTAÇÃO SIMÉTRICA .................................................. 49

FIGURA 6.10: ESPELHO DE CORRENTE DE WILSON. ............................................... 50

FIGURA 6.11: CONVERSOR FLYBACK CONTROLADO POR SG3525 .......................... 51

FIGURA 6.12: CIRCUITOS DE AMOSTRAGEM DE CORRENTE E TENSÃO ...................... 52

FIGURA 6.13: CONTROLE DIGITAL DE 𝐼𝑟𝑒𝑓 ESPELHO DE CORRENTE ........................ 54

FIGURA 7.1: LAYOUT DA PLACA DO MÓDULO DIGITAL. ............................................. 55

FIGURA 7.2: MÓDULO DIGITAL. ............................................................................ 56

FIGURA 7.3: LARGURA DOS PULSO PRODUZIDOS PELO MÓDULO DIGITAL. (A) 100US, (B)

200US E (C) 300US. ..................................................................................... 57

FIGURA 7.4: INFORMAÇÃO DO DISPLAY PARA ESTÍMULO SIMPLES. ........................... 58

FIGURA 7.5: ESTÍMULO SIMPLES PARA FREQUÊNCIAS DE (A) 1HZ E (B) 0,9HZ. ........ 58

FIGURA 7.6: ESTÍMULOS SIMPLES PARA FREQUÊNCIAS DE 0,8HZ A 0,1HZ. .............. 59

FIGURA 7.7: INFORMAÇÃO DO DISPLAY PARA ESTÍMULO TETÂNICO. ......................... 60

FIGURA 7.8: ESTÍMULOS TETÂNICOS PARA FREQUÊNCIAS DE (A)100HZ E (B) 50 HZ. 60

FIGURA 7.9: INFORMAÇÃO DO DISPLAY PARA ESTÍMULO PÓS-TETÂNICO. .................. 61

FIGURA 7.10: ESTIMULAÇÃO PÓS-TETÂNICA. ........................................................ 61

FIGURA 7.11: INFORMAÇÃO DO DISPLAY PARA ESTÍMULO DBS. .............................. 62

FIGURA 7.12: ESTIMULAÇÃO COM DUPLA SALVA. ................................................... 63

FIGURA 7.13: ESTIMULAÇÃO COM DUPLA SALVA OBTIDA DO ESTIMULADOR COMERCIAL.

.................................................................................................................. 63

FIGURA 7.14: INFORMAÇÃO DO DISPLAY PARA ESTÍMULO. ...................................... 63

FIGURA 7.15: (A) ESTIMULAÇÃO TOF E (B) DISTÂNCIA ENTRE CADA REPETIÇÃO. ...... 64

Page 12: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

vi

FIGURA 7.16: ESTIMULADOR COMERCIAL. ............................................................. 64

FIGURA 7.17: GRÁFICO DA RELAÇÃO BINÁRIO X TENSÃO DE SAÍDA DO DAC. ............ 66

FIGURA 7.18: LAYOUT DA PLACA ANALÓGICA (ESPELHO DE CORRENTE E FLYBACK). 67

FIGURA 7.19: MÓDULO ANALÓGICO. .................................................................... 67

FIGURA 7.20: FORMA DE ONDA PRODUZIDO PELA SIMULAÇÃO DO CIRCUITO COM

CORRENTE DE 10 MA ................................................................................... 68

FIGURA 7.21: FORMA DE ONDA PRODUZIDO PELA SIMULAÇÃO DO CIRCUITO COM

CORRENTE DE 50 MA ................................................................................... 69

FIGURA 7.22: LARGURA DE PULSO NA SAÍDA DO ESPELHO DE CORRENTE. ............... 71

FIGURA 7.23: ESTÍMULOS SIMPLES COM FREQUÊNCIA DE 0,5 HZ A 1 HZ. ................ 72

FIGURA 7.24: ESTÍMULOS SIMPLES COM FREQUÊNCIA DE 0,1 HZ A 0,4 HZ............... 73

FIGURA 7.25: ESTÍMULOS TETÂNICO DE 50 HZ E 100 HZ. ...................................... 74

FIGURA 7.26: ESTIMULAÇÃO PÓS-TETÂNICA. ........................................................ 74

FIGURA 7.27: (A)TEMPO DE 8S ENTRE CADA REPETIÇÃO E (B) TEMPO DE 750MS ENTRE

CADA SALVA. ............................................................................................... 75

FIGURA 7.28: UMA SALVA DO ESTÍMULO DBS EM 50 HZ. ....................................... 75

FIGURA 7.29: TEMPO DE 10 SEGUNDOS ENTRE CADA REPETIÇÃO ........................... 76

FIGURA 7.30: RESPOSTA A UM ESTÍMULO OBTIDO COM CARGA PADRÃO ................... 78

Page 13: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

vii

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - RESISTÊNCIA DO CORPO HUMANO EM FUNÇÃO DO ESTADO DA PELE

(FONTE: [16]). ............................................................................................. 16

TABELA 2: LIMIAR DE SENSAÇÃO EM FUNÇÃO DO AUMENTO DA FREQUÊNCIA (FONTE:

[16]). .......................................................................................................... 17

TABELA 3: GERAÇÃO DO SINAL DE ESTIMULAÇÃO. ................................................. 45

TABELA 4: RELAÇÃO BINÁRIO X TENSÃO DE REFERÊNCIA. ..................................... 65

TABELA 5: COMPARAÇÃO ENTRE OS DOIS MÓDULOS E A LARGURA DE PULSO

DESENVOLVIDO. ........................................................................................... 70

TABELA 6: RELAÇÃO ENTRE 𝑰𝑹𝑬𝑭 X CORRENTE NA CARGA. ................................... 77

TABELA 7: GASTO ENERGÉTICO DO MÓDULO DIGITAL. ............................................ 79

TABELA 8: GASTO ENERGÉTICO DO MÓDULO ANALÓGICO. ...................................... 79

Page 14: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

viii

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1

Capítulo 1 .......................................................................................................... 4

1. SISTEMA NERVOSO ................................................................................. 4

1.1 O Sistema Nervoso Periférico ............................................................... 4

1.2 O Neurônio ............................................................................................ 5

1.3 Neurotransmissores e Sinapses ........................................................... 7

1.4 Lei do Tudo-ou-Nada, Potencial de Ação e Período Refratário ............ 9

1.5 Transmissão neuromuscular ............................................................... 11

1.6 Bloqueadores Neuromusculares ......................................................... 12

Capítulo 2 ........................................................................................................ 13

2. ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA DE NERVOS ............................................... 13

2.1 Os princípios fundamentais de neuroestimulação ............................... 13

2.2 A corrente ............................................................................................ 13

2.3 Limiar e propagação ........................................................................... 14

2.4 Impedância dos tecidos vivos ............................................................. 15

2.5 Sensibilidade elétrica do corpo humano ............................................. 16

2.6 Relação intensidade-duração .............................................................. 17

2.7 Relação carga-duração ....................................................................... 18

2.8 Relação corrente – distância entre eletrodo e nervo ........................... 19

2.9 Relação Corrente – Diâmetro do Nervo .............................................. 20

Page 15: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

ix

2.10 Efeito da Polaridade do Estímulo ........................................................ 21

2.11 Estimulação Monofásica Versus Bifásica ............................................ 21

2.12 Estimulação de nervos em procedimentos anestésicos ...................... 23

2.13 Eletrodos ............................................................................................. 23

Capítulo 3 ........................................................................................................ 26

3. PADRÕES DE ESTIMULAÇÃO ............................................................... 26

3.1 Estimulação Simples ........................................................................... 26

3.2 Estímulo Tetânico ............................................................................... 27

3.3 Potenciação pós-tetânica .................................................................... 27

3.4 Sequencia de quatro estímulo (Train-of-Four ou TOF) ....................... 28

3.5 Estimulação com Dubla Salva (Double-burst-stimulation ou DBS) ..... 29

Capítulo 4 ........................................................................................................ 31

4. CARACTERÍSTICAS DE UM ESTIMULADOR DE NERVOS .................. 31

4.1 Forma de onda .................................................................................... 31

4.2 Intensidade da corrente ...................................................................... 31

4.3 Duração do impulso ............................................................................ 31

4.4 Máxima carga de saída ....................................................................... 32

4.5 Funcionalidade .................................................................................... 32

Capítulo 5 ........................................................................................................ 33

5. CIRCUITOS E COMPONENTES .............................................................. 33

5.1 Fonte de corrente versus fonte de tensão ........................................... 33

Page 16: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

x

5.2 O microcontrolador .............................................................................. 35

5.3 O Espelho de corrente ........................................................................ 36

5.4 O conversor CC-CC ............................................................................ 39

Capítulo 6 ........................................................................................................ 41

6. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................ 41

6.1 Sistema proposto ................................................................................ 41

6.2 Módulo microcontrolado para geração, monitoração e controle dos

padrões de estimulação. ..................................................................... 42

6.2.1 O Microcontrolador ....................................................................... 42

6.2.2 O conversor digital para analógico (DAC) .................................... 44

6.2.3 Geração da forma de onda ........................................................... 44

6.2.4 Teclado para acionamento de funções ......................................... 46

6.2.5 Interface informativa entre equipamento e usuário ....................... 47

6.2.6 Fonte de alimentação ................................................................... 49

6.3 Módulo Analógico ................................................................................ 49

6.3.1 Espelho de corrente e seus controles ........................................... 49

6.3.2 Conversor Flyback Controlado por SG3525A ............................... 51

6.3.3 Amostragem de corrente e tensão via ADC ................................. 52

6.3.4 Conversor Binário x Corrente ....................................................... 53

Page 17: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

xi

Capítulo 7 ........................................................................................................ 55

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................ 55

7.1 Módulo digital ...................................................................................... 55

7.1.1 Larguras de pulso e tempo de subida e descida .......................... 57

7.1.2 Estimulação Simples .................................................................... 58

7.1.3 Estimulação Tetânica ................................................................... 60

7.1.4 Estimulação Pós-tetânica ............................................................. 61

7.1.5 Estimulação com dupla salva (DBS) ............................................. 62

7.1.6 Estimulação em sequência de quatro estímulos (TOF) ................ 63

7.1.7 Conversor DAC e a corrente de referência ................................... 65

7.2 Módulo Analógico ................................................................................ 66

7.2.1 Simulação ..................................................................................... 68

7.2.2 Largura de pulso e tempo de subida e descida ............................ 70

7.2.3 Estimulação Simples .................................................................... 71

7.2.4 Estimulação Tetânica ................................................................... 73

7.2.5 Estimulação Pós-Tetânica ............................................................ 74

7.2.6 Estimulação com Dupla Salva (DBS) ........................................... 75

7.2.7 Estimulação em sequência de quatro estímulos .......................... 76

7.2.8 Relação 𝑰𝑹𝑬𝑭 x Corrente na carga .............................................. 76

7.2.9 Amostragem da Tensão e corrente na carga ............................... 78

Page 18: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

xii

7.3 Gasto Energético ................................................................................ 79

Considerações Finais .................................................................................... 81

8. Conclusão ................................................................................................ 81

8.1 Trabalhos Futuros ............................................................................... 82

REFERÊNCIaS ................................................................................................ 83

ANEXOS .......................................................................................................... 88

ANEXOS A - Fluxogramas ........................................................................... 89

ANEXO B – CÓDIGO EM C ....................................................................... 101

Page 19: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

1

INTRODUÇÃO

Perthes, em 1912, foi o primeiro a utilizar a eletrolocalização de

nervos em anestesia regional. O equipamento utilizado na época era grande,

ocasionando restrições em seu uso. Strohl descreveu em 1921 um

neuroestimulador portátil, desenvolvido para estudar a função do nervo

periférico. Um grande hiato se deu até que, Person em 1955 e depois

Greenblatt em 1962, descreveram estimuladores aplicáveis especialmente à

anestesia regional [1].

Embora descrito como de utilidade na execução de bloqueios

de nervos periféricos desde a década de 1910, o uso de neuroestimuladores só

veio a ser incorporado na prática da anestesia regional na década de 1980. No

Brasil, chegou com dez anos de atraso, tendo se firmado como auxiliar na

prática anestésica somente na década de 1990 [1].

Esses equipamentos são considerados muito úteis nos

procedimentos de anestesia (bloqueios) regional e geral, pois,

respectivamente:

Ajudam a encontrar o melhor local para colocar a agulha no

paciente, visto que permitem a identificação precisa de cada nervo do plexo.

Sendo assim, reduz-se o risco de lesões nos nervos e melhorando a qualidade

dos bloqueios periféricos, evitando a injeção de grandes quantidades de

anestésico, principalmente em crianças, as quais ainda não possuem suas

estruturas anatômicas perfeitamente definidas [1][2][3].

Permitem monitorar o estado de relaxamento neuromuscular

decorrente do uso de bloqueador neuromuscular (anestésico) , possibilitando,

assim, determinar o melhor momento de administrar uma dose suplementar de

anestésico.

Permite avaliar a recuperação do bloqueio neuromuscular

quando associado a critérios clínicos [4].

O presente trabalho tem por finalidade desenvolver um sistema

microcontrolado, cujo objetivo seja de gerar padrões de estimulação. Este

Page 20: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

2

estimulador permitirá excitar nervos periféricos com total segurança

possibilitando seu uso como auxílio a procedimentos anestésicos. Deste modo,

este trabalho consiste em desenvolver um estimulador de nervos periféricos

com as seguintes características:

Baixo custo de produção;

Alto desempenho garantindo máximo aproveitamento do sistema e

baixo consumo de energia;

Ótima funcionalidade com presença de todos os padrões de

estimulação (Simples, Tetânico, Pós-Tetânico, Dupla salva e

Sequencia de quatro estímulos), Avisos sonoros e visuais e

indicação de polaridade de eletrodos;

Excelente qualidade nas larguras de pulso e na corrente referida em

relação à corrente lançada ao paciente;

O trabalho está organizado da seguinte maneira:

No primeiro capítulo tem-se uma breve descrição sobre o

sistema nervoso periférico e as características fisiológicas dos neurônios. No

segundo capítulo apresentam-se os princípios e características básicos para a

neuroestimulação. O terceiro capítulo é destinado a explicar os padrões de

eletroestimulação aplicados no auxilio ao anestesiologista. No quarto capítulo é

apresentado as características necessárias a um bom estimulador quando

aplicado à procedimentos anestésicos. No quinto capítulo são apresentados

alguns equipamentos básicos que serão utilizados no desenvolvimento deste

equipamento. O sexto capítulo apresenta-se, detalhadamente, todos os

mecanismos utilizados no desenvolvimento do neuroestimulador. Desde a

parte digital (Microcontrolador, teclado matricial, LCD, conversores DAC e

diversos periféricos) até a parte analógica (Espelho de corrente, Flyback,

Controle digital de corrente de referencia e pontos de amostragem de tensão e

corrente). O sétimo capítula apresenta-se os resultados e suas discussões

Page 21: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

3

comparando o equipamento desenvolvido com um estimulador comercial a fim

de validar o sistema desenvolvido neste trabalho.

No sétimo capítulo são apresentadas as conclusões e

sugestões para trabalhos futuros.

Por fim, são apresentadas as referências e dois anexos

contendo os fluxogramas e código C desenvolvidos para o microcontrolador.

Page 22: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

4

CAPÍTULO 1

1. SISTEMA NERVOSO

1.1 O SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

Os nervos periféricos (Figura 1.1) conectam as extremidades e

tronco com a medula espinhal. A maioria dos nervos periféricos são chamados

mistos, porque contém fibras nervosas (axônios) dos três tipos: motoneurônio,

neurônios sensitivos de primeira ordem e neurônios autônomos (Figura 1.2).

Os chamados nervos sensitivos possuem quase todos os axônios oriundos de

células sensitivas e nenhum nervo periférico é formado por apenas fibras

motoras ou autônomas. Os motoneurônios e neurônios autônomos transmitem,

através de potenciais de ação, a informação da medula espinhal para a

periferia, enquanto que os neurônios sensitivos enviam informações sensitivas

da periferia para a medula, que são retransmitidos para o encéfalo.

Figura 1.1: Os nervos periféricos (Fonte: [5]).

Page 23: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

5

Figura 1.2: O nervo periférico mistos (Fonte: [6]).

Além das fibras nervosas, os nervos periféricos apresentam

outros tecidos em sua formação. As células de Schwann aumentam a

velocidade de transmissão, o tecido conectivo faz o isolamento das fibras

nervosas, permitindo a propagação individual da informação em cada fibra e

vasos sanguíneos nutrem as células que compõem o nervo.

1.2 O NEURÔNIO

O Neurônio típico apresenta quatro regiões morfologicamente

definidas: o corpo celular, os dendritos, o axônio e suas terminações pré-

sinápticas (Figura 1.3). Cada uma dessas regiões possui funções específicas

na geração de sinais [4][7].

Soma: O corpo do neurônio, em realidade, ocupa um volume

relativamente pequeno comparado com o total da célula. O soma é um centro

metabólico e de síntese proteica importante. Em sua estrutura, além de

componentes celulares como o núcleo, o retículo endoplasmático, o aparelho

Page 24: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

6

de Golgi e as mitocôndrias, encontram-se os chamados neurofilamentos1 e

neurofibrilas2. Estes constituem uma verdadeira rede de comunicação em todo

o citoplasma.

Figura 1.3: O Neurônio modificado de (Fonte: [8]).

Dendritos: A maioria das células apresenta muitos

prolongamentos, que se ramificam em vários outros dendritos; esses dendritos

começam como uma suave extrusão do corpo celular, e que a cada divisão, vai

se estreitando. Existem diversos tipos: retos ou muito sinuosos, longos e

1 Conferem rigidez estrutural aos neurônios

2 Agregações de neurofilamentos

Page 25: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

7

curtos, muito ou pouco ramificados. Têm como principal função a coleta ou

recepção de sinais advindos de outras células neurais.

Axônio: É a principal unidade condutora do neurônio, sendo

capaz de conduzir sinais elétricos por distâncias que variam no corpo humano

entre 0,1 mm a 2 m. Muitos axônios se dividem em vários ramos e dessa

forma, conduzem informações, em forma de sinais elétricos, para diferentes

destinos. Esses sinais elétricos – conhecidos como potenciais de ação – são

impulsos nervosos rápidos, transientes, com amplitude de +40 mV a +80 mV e

duração de aproximadamente 1ms. Axônios de maior calibre são circundados

por bainhas de mielina, que asseguram uma condução dos sinais elétricos em

alta velocidade, podendo chegar a 100 m/s. Essa bainha é interrompida a

intervalos regulares, pelos nódulos de Ranvier. Nesses nódulos, que são

desprovidos de isolamento elétrico, ocorre a regeneração do potencial de ação.

Em sua terminação, o axônio se divide em ramos muito finos, que fazem

contatos com outros neurônios. Esses contatos são denominados sinapses.

Assim, a célula transmissora de um sinal é chamada de pré-sináptica e as

receptoras de pós-sinápticas [7] [8].

1.3 NEUROTRANSMISSORES E SINAPSES

Neurotransmissores: são substâncias químicas produzidas

pelos neurônios, as células nervosas. Por meio delas, podem enviar

informações à outras células. Podem também estimular a continuidade de um

impulso ou efetuar a reação final no órgão ou músculo alvo [7].

Sinapse: é uma zona de interação entre duas células

especializadas para a transmissão do impulso nervoso, geralmente um

neurônio ou seu prolongamento e outro neurônio ou efetor. É constituída por

três elementos (Figura 1.4): Axônio Pré-sináptico ou célula transmissora (A),

Fenda sináptica (B) e Célula Pós-sináptica ou célula receptora (C). Algumas

Page 26: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

8

enzimas inativam quimicamente os neurotransmissores, interrompendo a sua

ação.

As sinapses são classificadas em dois grupos: elétrica e

química [6][7][8].

Sinapses químicas: Não há continuidade estrutural entre a

membrana pré-sináptica e a pós-sináptica. O potencial de membrana provoca a

liberação do conteúdo das vesículas sinápticas no espaço sináptico em

resposta ao aumento de Ca2+, que ocorre com a chegada de cada potencial de

ação axônico. Os neurotransmissores unem-se aos receptores na membrana

plasmática pós-sináptica e regula direta ou indiretamente a abertura de canais

iônicos. Apesar da lentidão que possuem, em comparação com as sinapses

elétricas, as sinapses químicas têm a propriedade de amplificação.

Considerando que apenas duas moléculas de neurotransmissores são capazes

de ativar um receptor, a descarga de uma vesicular ativa muitos milhares de

receptores, o que gera a abertura de milhares de canais iônicos que são

capazes de despolarizar uma celular pós-sináptica grande [7].

Figura 1.4: Zona sináptica. (Mod. de: [9]).

Sinapses elétricas: Quando é injetada uma corrente na pré-

sinapse, essa flui pelos canais de baixa resistência e alta condutância que

conectam a membrana plasmática pré-sináptica e a pós-sináptica. As cargas

positivas passam para o interior da membrana da célula pós-sináptica e a

1 – Vesículas sinápticas

2 - Segundos mensageiros

4 – Neurotransmissores

5 - Bombas de recaptação

6 - Receptores celulares pós-sinápticos

Page 27: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

9

despolarizam; se a despolarização excede um limiar, abrem-se canais ativados

por voltagem que geram um potencial de ação [7].

1.4 LEI DO TUDO-OU-NADA, POTENCIAL DE AÇÃO E PERÍODO REFRATÁRIO

A lei do tudo-ou-nada diz que: Um neurônio só consegue

enviar um pulso se a intensidade do pulso for acima de um determinado nível,

fazendo com que a sua membrana seja despolarizada e repolarizada. Este

valor mínimo que permite a transmissão do potencial de ação é conhecido

como potencial limiar. Os valores abaixo do potencial limiar são conhecidos

como sublimiares, e cada célula possui um valor característico de potencial

limiar [10].

Potencial de ação: consiste em uma rápida variação do

potencial da membrana. Na ausência de perturbações externas, os potenciais

de membranas permanecem constantes. Entretanto, um estímulo externo às

células nervosas e musculares produz uma variação em seus potenciais de

membrana. Essa variação rápida, que se propaga ao longo de uma dessas

células, é denominada potencial de ação. Em todos os potenciais de ação

medidos, partindo do potencial de repouso, o potencial se eleva rapidamente a

um valor positivo e volta mais lentamente ao potencial de repouso. O valor

deste potencial é mantido pelas concentrações de íons principalmente de sódio

(Na+), de potássio (K+), de cloro (Cl-) e anions orgânicos (A-). No geral, o

potencial de repouso da membrana vai de -70 a -90mV em fibras nervosas e

musculares e de -40 a –60mV em músculos liso e cardíaco atingindo os valores

de +10 a +30mV para fibras nervosas e musculares e +40mV em músculos liso

e cardíacas quando há o disparo do potencial de ação (figura 1.5). A duração

do potencial de ação, por outro lado, difere bastante de célula para célula [10].

Page 28: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

10

Figura 1.5: Potenciais de ação de três tipos de células de vertebrados (Fonte: [10]).

Período refratário: Quando ocorre um impulso nervoso, a

membrana celular passa então a ter um potencial em torno de 30 mV, existe

um período para que a membrana volte ao seu potencial de equilíbrio de,

aproximadamente, -70 mV (figura 1.6). Isto significa que, quando uma célula

está refratária, ela é incapaz de disparar um segundo potencial de ação, seja

qual for a intensidade da estimulação. Este estado sem resposta é chamado de

período refratário absoluto e durante ele, qualquer estímulo produzido, mesmo

com grande intensidade, será incapaz de gerar um impulso nervoso [11].

Durante a parte final do potencial de ação, a célula é capaz de disparar um

segundo potencial de ação, mas um estímulo mais forte do que o normal é

necessário. Este período é chamado de período refratário relativo [10].

Figura 1.6: Potencial de ação de um nervo ilustrando os períodos refratários absolutos e

relativos associados (Fonte: [10]).

Page 29: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

11

1.5 TRANSMISSÃO NEUROMUSCULAR

A transmissão neuromuscular se inicia com a chegada de um

potencial de ação na terminação nervosa. Com isso, ocorre a abertura dos

canais de cálcio permitindo a fusão das vesículas de acetilcolina3 com a

membrana nervosa, com consequente liberação de acetilcolina na fenda

sináptica. A acetilcolina liberada difunde-se pela fenda sináptica e vai atuar nos

receptores da placa terminal. Quando a acetilcolina ocupa os dois sítios α do

receptor da placa terminal, o canal iônico abre. Quando um numero limite de

canais iônicos são abertos, gera-se um potencial de placa terminal, que abre os

canais de sódio da membrana perijuncional, gerando um potencial de ação na

fibra muscular. A acetilcolina é rapidamente hidrolisada em acetato e colina

pela enzima acetilcolinesterase. Com a hidrólise da acetilcolina, os canais

iônicos da placa terminal fecham e ela se regulariza. Todo este sistema está

ilustrado na Figura 1.7 [4].

Figura 1.7: Transmissão Neuromuscular

3 Neurotransmissor

Page 30: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

12

1.6 BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES

A junção neuromuscular é uma sinapse formada pelo terminal

nervoso (região pré-sináptica), uma estreita fenda sináptica (20 a 50 nm), e por

uma região especializada da membrana da fibra muscular chamada placa

terminal (região pós-sináptica). Essa região de aproximação entre o neurônio

motor e a fibra muscular é especializada em transmitir e receber mensagens

químicas e transformá-las em um pulso elétricos (Figura 1.4). Os bloqueadores

neuromusculares atuam nessa região, impedindo a passagem do impulso do

terminal nervoso para a fibra muscular [4].

Os bloqueadores neuromusculares apresentam uma estrutura

similar à acetilcolina, o que lhes permite ocupar os receptores de acetilcolina.

De acordo com seu mecanismo de ação, podem ser divididos em dois grupos.

Os adespolarizantes evitam a ativação do receptor pela acetilcolina, enquanto

que os despolarizantes ativam esses receptores de maneira semelhante à

acetilcolina.

Bloqueio adespolarizantes: é um bloqueio competitivo

causado por fármacos que se ligam aos receptores de acetilcolina, impedindo a

abertura do canal iônico e o surgimento do potencial de placa terminal (pós-

sináptico) [4].

Bloqueio despolarizante: É um bloqueio não-competitivo

causado por fármacos que mimetizam a ação da acetilcolina. O bloqueador

despolarizante, atuando no receptor de acetilcolina. Mas ao contrário da

acetilcolina, o bloqueador despolarizante não é metabolizado pela

acetilcolinesterase. Isso faz com que a placa terminal permaneça

despolarizada por um tempo prolongado [4].

Page 31: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

13

CAPÍTULO 2

2. ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA DE NERVOS

2.1 OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE NEUROESTIMULAÇÃO

A função neuromuscular é monitorada pela avaliação da

resposta muscular ao estímulo supramáximo de um nervo motor periférico (a

unidade motora é constituída por um neurônio motor e um músculo, que são

separados pela junção neuromuscular. Tipicamente, uma fibra nervosa irá

inervar entre 5 e 2000 fibras musculares). A estimulação de uma única fibra

muscular segue o princípio do tudo-ou-nada [12][13].

A fim de estimular um nervo, uma corrente elétrica terá de ser

aplicadas. Para que o potencial de ação seja gerado em todas as fibras

nervosas de um determinado nervo motor, uma corrente de amplitude e

duração suficiente deverá ser fornecida [13].

2.2 A CORRENTE

A quantidade de corrente necessária para obter uma resposta

muscular detectável é a corrente limiar (15 mA). Já a corrente necessário para

induzir despolarização em todas as fibras nervosas de um determinado feixe é

a corrente máxima. Para que a estimulação seja eficaz, o estímulo deve ser

verdadeiramente máximo durante todo o período de monitoração. Para a

monitoração clínica, normalmente é aplicada uma corrente de intensidade

supramáxima, ou seja, de 10% a 20% maior que a corrente máxima e 2 a 3

vezes mais elevada do que a corrente limiar. Isso garante que nas estimativas

do bloqueio neuromuscular não se encontraram erros devido à falta de

estimular todas as fibras nervosas [12][14].

Page 32: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

14

2.3 LIMIAR E PROPAGAÇÃO

Uma fibra nervosa pode ser estimulada através da alteração do

potencial de membrana em toda a fibra nervosa (despolarização). Durante o

repouso, o potencial através da membrana é de cerca de -70mV, medido no

interior em relação ao exterior. Tornar o potencial transmembrana menos

negativos, referido como despolarização, é necessária para gerar excitação e

iniciar o potencial de ação [14] [15].

Fibras nervosas são não-lineares e respondem a um estímulo

elétrico com o princípio do tudo-ou-nada. A resposta de uma fibra nervosa a um

estímulo sublimiar e supralimiar é mostrada na figura 2.1. Em resposta ao

menor estímulo (figura 2.1a), a membrana neural responde de forma linear,

carregamento e descarregamento durante e após o estímulo, respectivamente,

e nenhum potencial de ação é iniciado, ou seja, o estímulo sublimiar gera uma

resposta passiva que não se propagam e decai com a distância a partir do nó

sob o eletrodo. Quando o estímulo é aumentado acima da amplitude crítica

(limiar)(figura 2.1b), a membrana inicia um potencial de ação como resultado

do fluxo de íons de sódio a partir do espaço extracelular para o espaço

intracelular. Este potencial de ação é então propagado em ambas as direções

ao longo da fibra [15].

Figura 2.1: A resposta (a) sublimiar e (b) supralimiar de uma fibra nervosa para um estímulo

extracelular. (Fonte: [15]).

Page 33: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

15

A despolarização de uma fibra nervosa pode ser alcançada

pela injeção intracelular de corrente resultando em corrente transmembranica

fluindo do meio intracelular para o meio extracelular ou pela imposição de um

potencial de distribuição extracelular que resulta na corrente transmembrana

fluindo do meio intracelular para o meio extracelular. Um pulso de corrente

elétrica entregue através de eletrodos extracelular localizados nas

proximidades da fibra nervosa pode ser usado para criar potenciais

extracelulares no tecido que, por sua vez, podem levar à geração de um

potencial de ação. A distribuição dos potenciais extracelulares é dependente da

geometria do eletrodo. As propriedades elétricas do tecido extracelular bem

como a amplitude da estimulação e do seu efeito sobre os potenciais nos

neurônios dependem do tipo de células nervosas, seu tamanho e geometria,

bem como a características temporais dos estímulos [15].

2.4 IMPEDÂNCIA DOS TECIDOS VIVOS

Pode-se representar as células do organismo através de um

circuito eletrônico e aplicar-lhes as leis que regem a eletroeletrônica, pois os

sistemas biológicos podem ser esquematicamente considerados como uma

combinação de resistências e capacitâncias [11]. Um modelo simples utilizado

para representar a impedância da pele pode ser visto na Figura 2.2, onde o

resistor RD e o capacitor CD representam a resistência e a capacitância da

derme4 respectivamente, e RE a resistência epidérmica5 [8].

4 é um tecido conjuntivo que sustenta a epiderme.

5 Camada mais superficial da pele.

Page 34: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

16

Figura 2.2: Circuito equivalente da pele (Fonte: (8)).

De acordo com estudos médicos foi possível estabelecer

estatisticamente valores aceitáveis internacionalmente da resistência do corpo

humano, como os indicados no quadro seguinte [16].

Tabela 1 - Resistência do corpo humano em função do estado da pele (Fonte: [16]).

2.5 SENSIBILIDADE ELÉTRICA DO CORPO HUMANO

O Limiar de Sensação da corrente (figura 2.3) cresce com um

aumento da frequência, ou seja, correntes com frequências maiores são menos

sentidas pelo organismo, estas correntes de altas frequências acima 100kHz,

cujos efeitos se limitam ao aquecimento são amplamente utilizadas na

medicina como fonte de febre artificial.

Page 35: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

17

Curva 1 - Limite convencional dos valores de corrente dos quais não resulta normalmente nenhuma reação Curva 2 - Início de percepção para 50% das pessoas Curva 3 - Início de percepção para 99,5% das pessoas Curva 4 - Corrente de largar para 99,5% das pessoas Curva 5 - Corrente de largar para 50% das pessoas Curva 6 - Corrente de largar para 0,5% das pessoas

Figura 2.3: Influência da frequência (Fonte: [17])

Tabela 2: Limiar de Sensação em função do aumento da frequência (Fonte: [16]).

Frequência (Hz) 50-60 500 1.000 5.000 10.000 100.000

Limiar de Sensação (mA) 1 1,5 2 7 14 150

Corrente de largar é o valor máximo de corrente que uma

pessoa pode suportar quando estiver segurando um objeto energizado e ainda

ser capaz de largá-lo pela ação de músculos diretamente estimulados por esta

corrente [17].

2.6 RELAÇÃO INTENSIDADE-DURAÇÃO

Page 36: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

18

A amplitude de um estímulo necessária à excitação de uma

única fibra nervosa, 𝐼𝑡𝑕 , aumenta à medida que a duração do estímulo é

diminuída. A relação intensidade-duração (Figura 2.4a) descreve a corrente

limiar necessário para excitar uma única fibra em função da duração do

estímulo (PW). A curva intensidade-duração da excitação neural relaciona a

amplitude com a duração de impulso. A reobase é a intensidade de

estimulação requerida para excitação com pulso de duração infinita, e a

cronaxie é a mínima duração de um pulso para que haja excitação, quando a

amplitude do estímulo é igual ao dobro da intensidade da reobase. A Figura

2.4a mostra um exemplo de curva intensidade-duração.

𝐼𝑡𝑕 = 𝐼𝑟𝑕 1 + 𝑇𝑐𝑕

𝑃𝑊 eq. 1

O parâmetro 𝐼𝑟𝑕 é a corrente reobase e é definida como a

amplitude de corrente necessária para excitar um único neurônico com um

pulso de duração infinita. O parâmetro 𝑇𝑐𝑕 é a cronaxia e é definida como a

duração do pulso necessário para excitar um neurônio com um pulso de

amplitude igual a duas vezes ao da corrente reobase [15].

2.7 RELAÇÃO CARGA-DURAÇÃO

A quantidade de carga necessária para a excitação, 𝑄𝑡𝑕 , pode

ser determinada diretamente pela integral, em relação ao tempo, da curva

intensidade-duração (figura 2.4b). A relação carga-duração descreve a carga

limiar necessária par excitar uma única fibra, em função da duração do

estímulo.

𝑄𝑡𝑕 = 𝑄𝑟𝑕 𝑃𝑊 + 𝑇𝑐𝑕 eq. 2

Page 37: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

19

A carga necessária para a excitação diminui à medida que a

duração dos pulsos diminui. Assim, embora pulsos de curta duração exijam

altas correntes de excitação eles são mais eficientes em produzir excitação ao

se compara com os de longa duração. Reduzir a carga necessária para

excitação implica na redução da probabilidade de corrosão do eletrodo ou do

dano ao tecido celular e reduz a potência exigida pelo estimulador [15].

Figura 2.4: Propriedades de estimulação das fibras nervosas. (a) intensidade-duração (b)

carga-duração. (c) Corrente – distância (d) Corrente– Diâmetro (Fonte: [15]).

2.8 RELAÇÃO CORRENTE – DISTÂNCIA ENTRE ELETRODO E NERVO

A corrente necessária para a estimulação extracelular de

axônios também depende da relação espacial entre os eletrodos e as fibras

nervosas (figura 2.4c). Potenciais transmembrana geradas por correntes

extracelulares são maiores nas fibras mais próximas ao eletrodo. Assim, menos

Page 38: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

20

corrente é necessária para estimular neurônios nas proximidades do eletrodo.

Como a distância entre o eletrodo e da fibra, 𝑟, aumenta, o limiar, 𝐼𝑡𝑕 , também

aumenta. A mudança no limiar de excitação das fibras nervosas mielinizadas

em relação à distância e um ponto fonte (eletrodo) são descrita pela Equação

abaixo chamada relação corrente – distância o qual mostra que a intensidade

limiar exigido para a estimulação da fibra nervosa varia diretamente com o

quadrado da distância entre os eletrodos e as fibras nervosas.

𝐼𝑡𝑕 = 𝐼𝑅 + 𝑘 × 𝑟2 eq. 3

O deslocamento, 𝐼𝑅, determina o limiar absoluto e o coeficiente,

𝑘, determina a diferença de limiar entre fibras em diferentes distâncias do

eletrodo [15].

2.9 RELAÇÃO CORRENTE – DIÂMETRO DO NERVO

Em resposta a um estímulo aplicado externamente, fibras

nervosas com um maior espaçamento entre os nós de Ranvier, experimentam

variações no potencial transmembrana maiores que aquelas nas fibras com um

afastamento internodal menor. Sob circunstâncias normais, as fibras nervosas

com diâmetro maiores têm afastamentos internodais maiores, visto que

𝐿 ≈ 100 ∗ 𝐷 (figura 2.5). Assim, as fibras com diâmetros maiores são ativadas

com amplitudes de estímulos menores do que as fibras de diâmetro menores.

A dependência do limiar de excitação de fibras nervosas mielinizadas com um

eletrodo pontual, em função do diâmetro da fibra, é descrita pela Equação

abaixo, o qual, mostra que a intensidade limiar exigido para a estimulação de

fibras nervosas varia inversamente com a raiz quadrada do diâmetro das fibras

nervosas. Um exemplo da curva corrente-intensidade é mostrada na figura 2.4d

[15].

Page 39: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

21

𝐼𝑡𝑕 𝐷 = 𝐼𝐷 +𝑎

𝐷 eq. 4

Figura 2.5: Estrutura de uma fibra nervosa mielinizada (Fonte: [15])

2.10 EFEITO DA POLARIDADE DO ESTÍMULO

A polaridade de uma estimulação monofásica tem uma

influência direta sobre o limiar e o padrão de estimulação. Os estímulos

catódicos aplicados extracelularmente despolarizam a membrana neuronal na

proximidade do eletrodo e um potencial de ação é gerado. Os estímulos

anódicos, ao contrário, hiperpolarizam a membrana junto ao eletrodo. Estes

estímulos podem igualmente gerar a excitação nas regiões de membrana

despolarizada (chamado ―catodo virtual‖). A iniciação do potencial de ação

ocorrerá nos cátodos virtuais se a amplitude da corrente for suficiente para

trazer a parcela despolarizada da membrana ao ponto inicial. Tipicamente, a

corrente limiar para excitação com uma corrente anodal, através de um catodo

virtual, são 5 a 8 vezes maiores do que a corrente limiar uma estimulação

catódica direta [15] [18].

2.11 ESTIMULAÇÃO MONOFÁSICA VERSUS BIFÁSICA

Sob a maioria das circunstâncias, a estimulação elétrica

crônica do sistema nervoso é realizada com pulsos de estímulos bifásicos para

impedir dano aos eletrodos de estimulação ou ao tecido subjacente. Embora os

Page 40: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

22

estímulos monofásicos sejam suficientes para gerar a excitação (Figura 2.6a),

a segunda fase de um estímulo bifásico inverte a carga injetada na primeira

fase do pulso, o qual pode inverter reações eletroquímicas na interface do

elétrodo-eletrólito. A segunda fase da forma de onda da estimulação, embora,

primariamente, sirva para a recuperação da carga injetada na primeira fase,

também tem efeitos na excitação. A segunda fase pode prender o potencial de

ação gerado pelo primeiro pulso e aumentar o limiar de excitação. Deste modo,

o mesmo estímulo (monofásico), quando seguido por um pulso de polaridade

oposta e de igual magnitude, não conseguiu gerar um potencial de ação.

(Figura 2.6b). Este efeito pode ser compensado aumentando-se a amplitude da

fase preliminar (e, paralelamente, a amplitude da fase secundária tal que uma

carga igual e oposta seja injetada em cada fase) ou pela redução da amplitude

e aumento da duração da segunda fase (Figura 2.6c) [15] [18].

Figura 2.6: Estimulação de fibras nervosas com pulsos monofásicas e bifásicas (Fonte: [15]).

Page 41: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

23

2.12 ESTIMULAÇÃO DE NERVOS EM PROCEDIMENTOS ANESTÉSICOS

Tradicionalmente, os bloqueios neuromusculares são utilizados

em dose padrão, de acordo com o peso do paciente. Através de critérios

clínicos, avalia-se o grau do bloqueio neuromuscular, tal como: Tônus

muscular, volume corrente, pressão inspiratória máxima, capacidade de abrir

os olhos e elevar a cabeça. Contudo, estes fatores dependem da cooperação

do paciente e podem ser influenciados por fármacos [4] [19]. No período

perioperatório6, uma variedade de fatores pode influenciar a resposta de um

paciente ao bloqueador neuromuscular (BN). Devido à variação na

sensibilidade dos pacientes aos BN, problema de paralisia residual pós-

operatório está aumentando [12].

A utilização da estimulação do nervo periférico permite ao

anestesiologista melhor avaliar a intensidade do bloqueio neuromuscular.

Profundo relaxamento muscular (para permitir a intubação traqueal e assegurar

imobilidade), relaxamento muscular moderado (para facilitar o procedimento

cirúrgico) e recuperação da função neuromuscular podem ser avaliados através

do monitoramento da resposta muscular evocadas para a estimulação do nervo

[12]. Por este motivo, o método mais eficaz para avaliar a função

neuromuscular é a medida da força de contração de um músculo periférico,

como resposta à estimulação elétrica de seu nervo motor [4] [19].

2.13 ELETRODOS

Eletrodos de superfície: Eles possuem sua superfície coberta

por gel de condução para melhorar a transmissão de impulsos aos nervos

através da pele. A impedância transcutânea pode ser reduzida pode ser

6 Consiste em pré-operatória, trans-operatória e pós-operatória.

Page 42: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

24

reduzida com o auxílio do gel condutor. Estes eletrodos geralmente são

utilizados em terapia, pois evitam lesões no nervo. Entretanto, necessitam de

uma corrente muito maior para desencadear um potência de ação (15mA a

30mA). Em procedimentos anestésicos este tipo de eletrodo é utilizado quando

se deseja monitorar o grau de relaxamento neuromuscular. A figura 2.7

apresenta alguns eletrodos de superfície.

Eletrodos de agulha: as agulhas subcutâneas permitem

entregar o impulso nas proximidades do nervo. São altamente eficazes porque

ignoram a impedância da pele e tecido permitindo estimular diretamente o

nervo. Possui como desvantagem irritação local, infecção, danos nos nervos,

especialmente se forem colocados intraneural, queimaduras diatermia e

entrega de corrente em quantidades excessivas que podem induzir a repetidos

disparos do potencia de ação ou estimulação direta do músculo. Necessitam de

uma corrente consideravelmente inferior ao dos eletrodos de superfície para

desencadear o potencial de ação (1 a 5 mA). Em procedimentos anestésicos

este tipo de eletrodo é utilizado quando se deseja localizar um nervo para

realizar anestesia regional. A figura 2.8 apresenta alguns eletrodos internos.

Superfície Descartáveis Alta mobilidade Eletrodos pediátricos

Utilidade geral Utilizado em lugares de difícil

fixação Utilizados onde se necessita

de eletrodos pequenos

Figura 2.7: Eletrodos de superfície [20].

Page 43: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

25

Ponta Chiba Ponta Quincke Ponta Trifacetada

Indicada para o bloqueio de plexos nervosos

Indicada para o bloqueio de nervos periféricos (menos

traumática)

Indicada para acessos profundos e difíceis (alto capacidade perfurante)

Figura 2.8: Eletrodos internos [20].

Page 44: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

26

CAPÍTULO 3

3. PADRÕES DE ESTIMULAÇÃO

3.1 ESTIMULAÇÃO SIMPLES

Consiste na aplicação de um estímulo supramáxima numa

frequência de 0,1 a 1 Hz (Figura 3.1). Esta estimulação causa uma contração a

cada 10 e 1 segundo, respectivamente. A frequência mais indicada é a de

0,1Hz, pois tem melhor correspondência com o relaxamento

clinico[8][12][13][14] [19][21].

Figura 3.1: Formato do estímulo Simples para a frequência de 1 e 0,1 Hz.

A resposta à estimulação simples só começa a diminuir quando

pelo menos 75-80% dos receptores são ocupados por bloqueadores

neuromusculares (BNM) e desaparecem completamente quando 90-95% dos

receptores são bloqueados. Este estímulo não distingue o tipo de bloqueio

neuromuscular (despolarizante ou adespolarizante), necessita medidas de

controle e é insensível na detecção de bloqueio residual [8][12][13][14] [19][21].

Page 45: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

27

3.2 ESTÍMULO TETÂNICO

Todo estímulo com frequência igual ou superior a 30 Hz resulta

em contração mantida do músculo e é descrita como estímulo tetânico (Figura

3.2). A frequência de 50 Hz com duração de 5 segundos é a mais fisiológica e

é a que mais se aproxima da frequência desenvolvida por um esforço

voluntário máximo [8][12][13][14] [19][21].

Figura 3.2: Formato do estímulo Tetânico para a frequência de 50 Hz.

Na presença de bloqueio despolarizante não ocorre fadiga,

mas uma diminuição uniforme da amplitude da resposta, proporcional a

intensidade do bloqueio. Na presença de bloqueio adespolarizante, ocorre uma

resposta não sustentada, chamada fadiga tetânica. Quanto maior a frequência

de estimulação ou maior a intensidade do bloqueio, mais pronunciada é a

fadiga. Embora a estimulação tetânica diferencie o tipo de bloqueio

neuromuscular, só é recomendado em pacientes anestesiados por ser doloroso

[8][12][13][14] [19][21].

3.3 POTENCIAÇÃO PÓS-TETÂNICA

Consiste na combinação tetânica de 50 Hz por 5 segundos,

com estímulo simples de 1 Hz aplicado 3 segundos após a estimulação

tetânica. A potenciação pós-tetânica serve como base para a contagem pós-

tetânica, um teste muito útil na avaliação de bloqueios neuromusculares

profundos (mais de 95% e receptores bloqueados), quando as respostas ao

tétano, estímulo simples ou sequencia de quatro estímulos não aparece. O

Page 46: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

28

número de respostas visíveis pós-tétano indica o tempo necessário para o

aparecimento da primeira resposta da sequencia de quatro estímulos

[8][12][13][14] [19][21].

A contagem pós-tetânica é o número de respostas que surge

com a aplicação de estímulos simples após a estimulação tetânica, quanto

menor for este número mais intenso é o bloqueio, sendo o inverso também

verdadeiro. Deste modo, quando se necessita de bloqueio neuromuscular

intenso, o ideal é que não apareça nenhuma resposta pós-tetânica

[8][12][13][14] [19][21].

3.4 SEQUENCIA DE QUATRO ESTÍMULO (TRAIN-OF-FOUR OU TOF)

Consiste em quatro estímulos supramáxima com impulso de

ondas quadradas de 0,1 a 0,3 ms com intervalo entre eles de 0,5 segundos,

por um período de 2 segundo, o que corresponde a uma frequência de 2 Hz

(Figura 3.3). São utilizados quatro estímulos, porque na presença de bloqueio

adespolarizante parcial a quarta resposta é a que mais diminui [8][12][13][14]

[19][21].

Figura 3.3: Formato do estímulo TOF

A resposta a este estímulo depende da intensidade e do tipo de

bloqueio. Na ausência de bloqueio, as quatro respostas têm a mesma

amplitude. No bloqueio despolarizante a sequencia de quatro estímulos

apresenta todas as respostas diminuídas, porém com igual amplitude. Na

presença de um bloqueio adespolarizante, ocorre diminuição progressiva nas

Page 47: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

29

quatro respostas. Portanto, quanto mais intenso o bloqueio, menor será a

relação entre a intensidade do ultimo estímulo em comparação ao primeiro

[8][12][13][14] [19][21].

Para propósito clinico, contando-se o número de contração

muscular em respostas à sequencia de quatro estímulos, pode-se determinar o

grau de bloqueio. A presença de apenas uma contração muscular significa 90%

de bloqueio, de duas, 80% de bloqueio e de três, 75% de bloqueio. Como em

qualquer outro estímulo, a ausência de qualquer resposta significa bloqueio

total. Deste modo, a sequencia de quatro estímulos tem como vantagem não

necessitar de valor pré-bloqueio (controle), uma vez que utiliza a primeira

resposta como ponto de referência. Diferencia o tipo de bloqueio

neuromuscular, é mais sensível que o estímulo simples permitindo detectar

bloqueio residual, não é doloroso e podem ser repetidos a cada 10 segundos

[8][12][13][14] [19][21].

3.5 ESTIMULAÇÃO COM DUBLA SALVA (DOUBLE-BURST-STIMULATION OU DBS)

Este método de estimulação nervosa foi desenvolvido com o

fim especifico de permitir a detecção visual ou tátil de pequenos graus de

bloqueio residual. Este estímulo consiste em duas rajadas de três estímulos na

frequência de 50Hz separados por um intervalo de 750 ms (Figura 3.4). Cada

salva é percebida como uma contração única [8][12][13][14] [19][21].

Figura 3.4: Formato da estimulação com Dupla salva DBS

Page 48: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

30

Na ausência de bloqueio neuromuscular, a resposta aparece

como duas contrações musculares de igual força. No músculo paralisado por

bloqueador neuromuscular adespolarizante, a segunda resposta é mais fraca

do que a primeira. Deste modo, a ausência de fadiga na estimulação com

dupla salva significa ausência de bloqueio residual significativo [8][12][13][14]

[19][21].

Page 49: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

31

CAPÍTULO 4

4. CARACTERÍSTICAS DE UM ESTIMULADOR DE NERVOS

4.1 FORMA DE ONDA

O impulso deve ser monofásico e retangular isento de períodos

transitórios ou overshoot7. O impulso bifásico pode desencadear potenciais de

ação repetitivos, aumentando assim a resposta à estimulação. O pulso deve

possuir um rápido crescimento da intensidade da corrente (tempo de subida ≤

3µs), seguido por um platô de intensidade constante e então um rápido

decaimento da corrente (tempo de descida ≤ 3µs) [2][12][13][21] [22][23].

4.2 INTENSIDADE DA CORRENTE

A corrente de saída de cada estímulo deve variar de 10 – 70

mA (eletrodo de superfície) e apresentar intensidade constante. Deve haver

uma ótima precisão entre a corrente especificada de saída e a lançada no

paciente [4] [19] [22].

4.3 DURAÇÃO DO IMPULSO

O intervalo mais adequado para estimulação está entre 0,1 e

0,3 ms. Um pulso com largura > 0,5 ms que exceda o período refratário de um

nervo pode resultar em estimulação nervosa repetitiva ou estimular

diretamente o músculo [2][12][13]. A duração do impulso deve permanecer

7 É a diferença entre o valor de pico e o valor final de estabilização de um sinal.

Page 50: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

32

constante para cada nível de intensidade de corrente. Para um bom

estimulado de nervos é recomendado que tenha seletividade de três durações

de impulso 0,1 a 0,3 ms[21] [22][23].

4.4 MÁXIMA CARGA DE SAÍDA

A resistência da pele pode variar 0Ω a 5kΩ e, ainda, poder ser

afetada por fatores como temperatura e umidade da pele, tipo de eletrodos

utilizados e alguma doenças [13]. Porém, um bom estimulador deve suportar

uma variação de carda de 0Ω a 10kΩ [24].

4.5 FUNCIONALIDADE

Deve apresentar um display que mostre o valor da corrente de

saída, modalidade de estímulo e carga da bateria. Aviso sonoro para quando o

circuito estiver aberto [22]. Indicação de polaridade dos eletrodos, alarme na

eventualidade de sobre corrente, termômetro para avaliar a temperatura do

músculo monitorizado e disponibilidade de todos os padrões de estimulação

[19].

Page 51: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

33

CAPÍTULO 5

5. CIRCUITOS E COMPONENTES

5.1 FONTE DE CORRENTE VERSUS FONTE DE TENSÃO

Embora uma variedade de formas de ondas sejam utilizadas

para estimular o tecido excitável, o circuito de saída que fornece tais estímulos

através dos eletrodos podem ser apenas de dois tipos, os quais possuem

características de funcionamento completamente diferente. Estes circuitos são

os de tensão-constante e corrente-constante [11] [18].

Figura 5.1: Tensão-constante e corrente-constante (Mod. de: [18]).

O circuito de tensão-constante fornece uma saída que é capaz

de fornecer uma corrente inversamente proporcional à impedância do eletrodo-

carga conectar a ele. A Figura 5.1a ilustra as características de saída com as

respectivas variações da impedância 𝑍𝑠 conectada entre eletrodo-carga.

Notamos que a tensão de saída permanece constante para todo valor de 𝑍𝑠, no

entanto a corrente entregue diminui com o aumento de 𝑍𝑠 [11] [18].

O circuito de corrente-constante fornece a mesma corrente

independente da impedância 𝑍𝑠 eletrodo-pele conectado a ele. A Figura 5.1b

Zs

00

Tensão Corrente

Ten

oC

orr

en

te

Zs

Te

ns

ão

Co

rren

te

Tensã

o

a b

00

Corrente

Page 52: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

34

ilustra as características de saída do circuito de corrente-constante com a

variação da impedância 𝑍𝑠 eletrodo-pele. Pela lei de Ohm, a tensão de saída

deverá se alterar para manter a corrente constante, conforme a impedância dos

tecidos se altera ao longo do tempo, deste modo a tensão incrementa

linearmente com o aumento linear de 𝑍𝑠[11] [18].

Cada tipo de estimulador possui potenciais vantagens e

desvantagens de acordo com a aplicação clínica desejada. O uso do

estimulador por tensão é mais seguro por manter uma densidade de corrente

constante, pois, em casos onde o contato dos eletrodos e a transmissão

elétrica são reduzidos, estes estimuladores irão automaticamente reduzir os

níveis de corrente, diminuindo o risco de queimadura ao paciente pelo aumento

da densidade de corrente, ou ainda, se a impedância eletrodo-pele diminui,

melhorando a transmissão elétrica, a corrente irá aumentar, podendo resultar

em uma elevada e indesejada intensidade de estimulação. Contudo, devido à

variação da resistência de acoplamento eletrodo-pele e da própria impedância

do tecido, não é possível prever a quantidade de carga aplicada ao individuo.

Já os estimuladores a corrente constante irão automaticamente

reduzir a tensão de saída quando os contatos dos eletrodos melhoram ou

quando a transmissão elétrica aumenta, de modo a manter o nível desejado de

estimulação. Entretanto, em casos onde o contato dos eletrodos ou a

transmissão elétrica se reduz, a tensão será aumentada, o que pode resultar

em queimaduras na pele se a densidade de corrente aumentar de forma

significativa. Por esta razão, estimuladores a correntes constantes bem

projetados apresentam uma tensão limite de saída, que não pode se exceder

independente do aumento da impedância eletrodo-pele. A grande vantagem de

se utilizar sistema de corrente-constante é a possibilidade de controlar e

preverá quantidade de carga aplicada ao individuo, mesmo que a resistência

de acoplamento e a impedância do tecido sofram alterações[11] [18].

Page 53: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

35

5.2 O MICROCONTROLADOR

Um microcontrolador é um sistema computacional completo no

qual estão incluídos uma CPU (Central Processor Unit), memória de dados e

programa, um sistema de clock, portas de I/O (Input/Output), além de outros

possíveis periféricos, tais como, módulos de temporização e conversores A/D

entre outros, integrados em um mesmo componente. As partes integrantes de

qualquer computador, e que também estão presentes, em menor escala, nos

microcontroladores são:

Unidade Central de Processamento (CPU)

Sistema de clock para dar sequencia às atividades da CPU

Memória para armazenamento de instruções e para manipulação de

dados

Entradas para interiorizar na CPU informações do mundo externo

Saídas para exteriorizar informações processadas pela CPU para o

mundo externo

Programa (firmware8) para definir um objetivo ao sistema

Figura 5.2: Diagrama de bloco do microcontrolador HCS08AC (Fonte: [25]).

8 Conjunto de instruções operacionais programadas diretamente no hardware.

Page 54: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

36

Os microcontroladores normalmente são classificados em

famílias, dependendo da aplicação a que se destinam. A partir da aplicação

que a família de microcontroladores se destina, um conjunto de periféricos

específicos é escolhido e integrado a um determinado microprocessador.

Estes microprocessadores normalmente operam com barramentos de 8, 16 ou

32 bits, e apresentam arquiteturas RISC (Reduced Instruction Set Computer)

ou CISC (Complex Instruction Set Computer). Alguns exemplos de

microcontroladores que utilizam microprocessadores com arquitetura RISC são

o PIC (Microchip) e o MSP430 (Texas Instruments). Já o MC68HC08 e HCS08

(Freescale) e o 8051 (Intel) são exemplos de microcontroladores que utilizam

arquitetura CISC.

Neste trabalho optou-se pelo microcontrolador da Freescale da

série HCS08 (Figura 5.2) devido ao grande número de periféricos (ADC, KBI,

Timers, e etc), quantia de em memória e facilidade de programação.

5.3 O ESPELHO DE CORRENTE

A Figura 5.3a apresenta um circuito espelho de corrente

simples. O principal componente deste circuito é o transistor Q1, cujo dreno

este curto-circuitado com a porta, forçando sua operação no modo de

saturação com [26]:

𝐼𝐷1 =1

2𝑘𝑛

′ 𝑊

𝐿 𝑉𝐺𝑆 − 𝑉𝑡𝑛 2 eq. 5

Na função acima desconsideramos a modulação do

comprimento do canal. Temos para o circuito da Figura 5.3a que a corrente de

referência pode ser dada por:

𝐼𝐷1 = 𝐼𝑅𝐸𝐹 =𝑉𝐺𝑆

𝑅1 eq. 6

Page 55: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

37

VGSV - VGS t0

IREF

Inclinação1ro

=

IO

VO

Figura 5.3: Espelho de corrente básico (a) e características de saída da fonte de corrente (b) (

Mod. de: [26]).

Considerando o transistor Q2 vemos que ele possui o mesmo

𝑉𝐺𝑆 que Q1 podemos supor que ele esteja operando na saturação, deste modo

sua corrente 𝐼𝐷 = 𝐼𝑂𝑈𝑇 , logo [26]:

𝐼𝑂𝑈𝑇 = 𝐼𝐷2 =1

2𝑘𝑛

′ 𝑊

𝐿 𝑉𝐺𝑆 − 𝑉𝑡𝑛 2 eq. 7

Sendo assim, as duas equações anteriores nos permitem

relacionar a corrente de saída (𝐼0) com a corrente se referência (𝐼𝑟𝑒𝑓 ) pela

seguinte equação:

𝐼𝑂

𝐼𝑟𝑒𝑓=

𝑊 𝐿 2

𝑊 𝐿 1

eq. 8

Esta relação mostra a conexão entre Q1 e Q2 o qual gera uma

corrente 𝐼0 que é relacionada à corrente de referência (𝐼𝑟𝑒𝑓 ) pela razão da

relação de aspecto dos transistores. Devido a essa relação entre os

transistores que se deu o nome de espelho de corrente.

a b

Page 56: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

38

Embora desconsiderada a modulação do comprimento do

canal nestas analises, ela pode ter um efeito significativo sobre a operação da

fonte de corrente. Pois, à medida que 𝑉𝑜 aumenta acima do valor de 𝑉𝐺𝑆, 𝐼𝑜 vai

crescer de acordo com a resistência de saída incremental 𝑟𝑜2(dependente de

𝑉𝐴2) de Q2 como mostrado na Figura 5.3b.

Este espelho de corrente possui sua resistência incremental

finita e de baixo valor, dada por:

𝑟𝑜2 =𝑉𝐴2

𝐼𝑂 eq. 9

Para contorna este problema, visto que quanto maior a

resistência de saída, menor será a interferência da modulação de canal,

diminuindo assim a inclinação do gráfico é o espelho de Wilson mostrado na

Figura 5.4 o qual, possui sua resistência de saída muito maior do que a do

circuito anterior. Deste modo temos que a resistência de saída para o espelho

de Wilson levando em consideração o efeito de corpo dado por [27]:

𝑅𝑜𝑢𝑡 = 2 + 𝑔𝑚2𝑟𝑜3 𝑟𝑜2 eq. 10

Figura 5.4: Espelho de Wilson (Mod. de: [27]).

Page 57: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

39

5.4 O CONVERSOR CC-CC

Também conhecidos como conversores estáticos, realizam a

conversão de tensão CC aplicando tensão contínua pulsada em um indutor ou

transformador com determinada frequência/período (usualmente na faixa de 50

kHz a 5 MHz ) que faz com que o fluxo de corrente gere energia magnética

armazenada, que é então aproveitada em uma saída. Ajustando-se o ciclo de

trabalho, a tensão na saída pode ser alterada, ou preferencialmente, mantida

estável, através de um controle adequado (realimentação), mesmo que

ocorram alterações de carga e corrente. Este método de conversão é mais

eficiente (geralmente 80% a 95%) do que conversores lineares. Uma

desvantagem de conversores chaveados é o ruído eletrônico gerado a altas

frequências, que muitas vezes precisam ser filtrados. As topologias básicas de

conversores estáticos CC para CC são: Buck, Boost, Buck-boost (Figura 5.5).

Neste trabalho utilizou-se o conversor Flyback (variação do conversor Buck-

Boost) operando em modo contínuo para fazer a elevação de tensão de 18V

para 70V[28][29].

Figura 5.5: Topologias básicas de conversor CC.

No funcionamento do conversor Flyback vemos que o elemento

magnético comporta-se como dois indutores acoplados e não como um

transformador. No modo contínuo, quando S conduz (Figura 5.6 na 1ª etapa),

Page 58: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

40

armazena-se energia na indutância do "primário" (em seu campo magnético) e

o diodo fica reversamente polarizado. Quando S desliga (Figura 5.6 na 2ª

Etapa) a energia acumulada no campo magnético é enviada à carga [28][29].

Figura 5.6: Etapas de funcionamento do conversor Flyback em modo contínuo (Fonte: [28]).

Para determinar o ganho estático do conversor, deve-se

determinar a relação de transformação do circuito magnético de indutores

acoplados.

𝑁𝑆

𝑁𝑃=

𝐿𝑠

𝐿𝑃 eq. 11

Deste modo, a relação de ganho estático é dada por:

𝑉𝑂 = 𝑁𝑆

𝑁𝑃

𝑉𝑖𝑛

1− 𝐷 eq. 12

Onde D é a razão cíclica da frequência utilizada.

Page 59: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

41

CAPÍTULO 6

6. MATERIAIS E MÉTODOS

6.1 SISTEMA PROPOSTO

O sistema proposto consiste em um neuroestimulador

controlado digitalmente como mostrado no diagrama de blocos da Figura 6-1.

Este trabalho está dividido em duas partes: módulo digital e módulo analógico.

O módulo digital corresponde ao gerenciamento de todas as

funções do neuroestimulador (padrões de estimulação), controle da amplitude

da corrente de saída, geração das formas de ondas (através de um DAC),

interface entre equipamento e usuário (LCD e Buzzer), amostragem de sinal

analógico (ADC) e controle de alguns parâmetros da parte analógico (através

de PWM).

MCU

Te

cla

do

Ma

tricia

l

LC

D

BU

ZZ

ER

DACControle digital

de corrente

PERIFÉRICOSFLYBACK

ESPELHO DE CORRENTE

ADCPONTOS DE

AMOSTRAGENS

ENVIO DOS PADRÕES DE

ESTIMULAÇÃO

Módulo Digital Módulo Analógico

Figura 6.1: Diagrama de blocos do estimulador de nervos.

O módulo analógico corresponde à conversão do sinal digital

em um sinal aplicável á neuroestimulação. Para isso, utilizou-se um espelho de

Page 60: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

42

corrente para gerar as corrente necessárias na eletroestimulação, um

conversor flyback para gerar a tensão necessária de alimentação ao espelho

de corrente, um conversor de tensão em corrente e algumas lógicas de circuito

para amostragem de sinal.

6.2 MÓDULO MICROCONTROLADO PARA GERAÇÃO, MONITORAÇÃO E CONTROLE DOS

PADRÕES DE ESTIMULAÇÃO.

6.2.1 O Microcontrolador

Para o desenvolvimento deste sistema, a escolha do

MC9S08AC32CPUE (Figura 6.2) se deu em virtude de ser um componente

com grande potencialidade, evitando-se assim, maiores limitações de

desenvolvimento.

Figura 6.2: MC9S08AC32CPUE 64-Pin LQFP (Fonte: [25]).

Dentre as características principais do MC9S08AC32CPUE,

destacam-se:

CPU de 8-Bit da família HCS08 com frequência de trabalho de até 40-

MHz.

Memória Flash de 32 KB on-chip.

16 canais ADC com amostragem de 10-bit.

SPI — Serial peripheral interface.

Page 61: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

43

Timers – Apresenta 3 timer/PWM (TPM) independentes com suportes

à input capture, output compare, ou buffered edge-aligned pulse-width

modulation (PWM) em cada canal.

KBI – 8 pinos de interrupção por teclas Input/Output.

54 pinos de propósito gerais (I/O).

Pullups selecionados por software quando usados como entrada.

Pullups internos nos pinos RESET, IRQ e BKGD/MS.

6.2.1.1 Gravação dos dados no microcontrolador

A partir das versões HCS da freescale foi incorporado um

método de gravação denominado de BDM (Background Debug Mode) que

consiste em utilizar apenas um pino para gravação dos dados no

microcontrolador. Para que seja possível a gravação, necessita-se de um

periférico que faça a comunicação entre o Microcomputador e o pino BDM do

microcontrolador. Neste trabalho utilizou-se o WTBDMS08 da Witztronics que

permite programar e debugar o código assembler.

Figura 6.3: Programador e debugador WTBDMS08 para microcontroladores S08 da freescale

Este periférico permite comunicação com o CODEWARRIOR

(ferramenta da freescale para desenvolvimento de códigos de programação em

assembly, C ou C++) com o método de comunicação OSBDM. A versão

utilizada foi a CodeWarrior Special Ed 6.2 (versão Free limitada a 32KB de

código).

Page 62: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

44

6.2.2 O conversor digital para analógico (DAC)

O diagrama de operação do conversor D/A utilizado (DAC0808)

da National é mostrado na figura 6.4. Nesta estrutura os dados digitais

enviados pela Porta PTF do microcontrolador chegam paralelamente aos pinos

A1 - A8 e são escritos na saída do conversor (𝐼𝑜) com os valores descritos pela

equação abaixo, para uma tensão VREF de +10V e tensão de alimentação Vcc de

+5V e VEE = -15 V.

Figura 6.4: Operação monopolar do conversor D/A DAC0808 (Fonte:[30]).

𝑉𝑂 = 𝑉𝑅𝐸𝐹 𝐴1

2+

𝐴2

4+ ⋯

𝐴8

256 eq. 13

6.2.3 Geração da forma de onda

O amplificador diferencial é um circuito cuja saída é uma

tensão resultante da diferença entre os dois sinais aplicados à entrada,

multiplicada por um ganho. Este ganho depende dos resistores (R10, R9, R8, R7)

conectadas nas entradas do amplificador. A Figura 6.5 apresenta este circuito

[31].

Page 63: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

45

Figura 6.5: Amplificador diferencial utilizado como gerador de sinal Bifásico.

Temos deste modo que:

𝑉𝑜 =𝑅9

𝑅10 𝑉2 − 𝑉1 eq. 14

Considerando 𝑅10 = 𝑅8 𝑒 𝑅9 = 𝑅7 o ganho é igual a ―1‖, a

tensão de saída será:

𝑉𝑜 = 𝑉2 − 𝑉1 eq. 15

Utilizando sinais digitais (1 = 5V, e 0 = 0V) o amplificador

diferencial terá em sua saída uma forma de onda retangular, além de ser

possível, manipulando V1 e V2, para gerar uma forma de onda simétrica e

bifásica com mostrado na Tabela 3. Ou seja, o amplificador operacional

diferencial consegue formar a onda necessária para os pulsos elétricos do

eletroestimulador a partir de sinais digitais enviados pelo microcontrolador.

Tabela 3: Geração do sinal de estimulação.

V1 V2 Vo [V]

0 0 0

0 1 5

1 0 -5

1 1 0

Page 64: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

46

Neste trabalho foi implementado um sinal monofásico, deste

modo, o controle da forma de onda será feita mantendo V1=0 e alterando o

valor de V2 entre 0 e 5V. Entretanto, o circuito já está configurado caso

necessite de um sinal bifásico.

6.2.4 Teclado para acionamento de funções

Uma forma bastante comum de implementação de teclado é o

sistema de teclado matricial. Um teclado matricial de 4 linhas por 4 colunas

permite a geração de 16 códigos independentes utilizando-se apenas 8 pinos

de uma porta do microcontrolador. Para este trabalho foram utilizadas 12

teclas, deste modo, utilizou-se um teclado de 4x3. A Figura 6.6 apresenta um

teclado matricial comercial. Para realizar a interface com o microcontrolador as

colunas do teclado matricial são conectadas com pinos configurados como

saídas e as linhas do teclado são conectadas a pinos configurados como

entradas. Os pinos de entrada serão conectados internamente com resistores

pull up.

Figura 6.6: Teclado Matricial 4x3.

Page 65: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

47

Os pinos configurados como saídas são utilizados para realizar

a varredura do teclado matricial. Esta varredura terá como tarefa identificar

quando uma chave do teclado for pressionada. A varredura ira alternar os

valores lógicos nos pinos configurados como saídas. Estes pinos sempre

estarão configurados para que somente um deles contenha nível lógico zero

em um determinado momento. Desta forma, quando uma chave for

pressionada ira gerar um código bem definido, onde somente dois pinos da

porta utilizada como teclado estará em nível lógico zero (um pino de saída e

um pino de entrada).

6.2.5 Interface informativa entre equipamento e usuário

Para que o aparelho tenha total segurança ele precisa mandar

constantes avisos ao usuário (médico Anestesiologista), seja por informações

visuais (padrão de estimulação, corrente lançada, impedância de contando

entre eletrodo e paciente e duração de estímulo) apresentados em um LCD

(Figura 6.7) (display de cristal líquido) ou através de avisos sonoros (Figura

6.8) no instante da estimulação ou quando houve algum problema.

Page 66: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

48

Figura 6.7: Display LCD para monitorar e auxiliar na configuração dos padrões de estimulação.

Figura 6.8: Buzzer e LED para avisos sonoros luminosos.

Tanto o LED quanto o Buzzer servem para avisar ao usuário a

presença de estímulos no exato momento. Evitando danos ao paciente por

descuido.

Page 67: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

49

6.2.6 Fonte de alimentação

Consiste em uma fonte de alimentação simétrica regulada para

tensão positiva de 5V (LM 7805) e tensão negativa de -5V (LM 7905) através

de duas baterias de 9V e alguns capacitores para filtragem de ruídos. O

esquema do circuito da fonte de alimentação em +5V e -5V encontra-se na

Figura 6.9.

Figura 6.9: Fonte de alimentação simétrica

As tensões VPP e VEE são utilizadas para alimentação dos

AMP-OP e levadas ao módulo analógico.

6.3 MÓDULO ANALÓGICO

6.3.1 Espelho de corrente e seus controles

Neste estimulador será utilizado um circuito de corrente

constante para que possamos ter controle da carga lançada ao paciente. Para

concretizar este circuito optou-se pelo espelho de corrente o qual controlamos

sua corrente de referencia 𝐼𝑟𝑒𝑓 de forma digital através Q11 e IC1B. A inserção

do padrão de estimulação é realizada através dos transistores Q9 e Q10 os

quais trabalham como chave.

Page 68: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

50

A partir de testes em laboratório e simulação optou-se por um

espelho de corrente melhorado, neste caso o espelho de Wilson (Figura 6.10).

Figura 6.10: Circuito do módulo analógico.

Page 69: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

51

6.3.2 Conversor Flyback Controlado por SG3525A

Para que o espelho de corrente consiga liberar a corrente

necessária á estimulação em uma carga que varie de 500Ω a 2kΩ deve-se

alimentá-lo com uma tensão elevada. Isso se deve a lei de ohm que diz que a

tensão é proporcional a corrente aplicada em uma carga (U=Ri), pois quando

uma corrente de 30mA percorre por uma carga de 2kΩ produz uma tensão de

60V. Deste modo, a fonte que alimenta o espelho de corrente deve ser

elevada.

Como o sistema é portátil, a alimentação do estimulador deve

ser feita através de baterias, as quais não possuem tensão elevada. Neste

caso usaremos duas baterias de 9V em série. Durante o uso, a tensão das

baterias sofre queda alterando o ponto de operação do circuito. Este problema

pode ser contornado pelo uso de conversores CC-CC que elevam a tensão

(flyback) da bateria para níveis desejáveis e os mantém mesmo que a tensão

de entrada varie (figura 6.11).

Figura 6.11: Conversor Flyback controlado por SG3525

Page 70: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

52

6.3.3 Amostragem de corrente e tensão via ADC

A fim de coletar alguns dados no período de estimulação foram

escolhidos dois pontos para amostragem, uma de tensão e outra de corrente

(Figura 6.12). O intuído destas amostragens é de avaliar a exata corrente

lançada ao paciente e a impedância conectada entre os dois eletrodos. Na

Figura 6.12a tem-se um divisor resistivo de alta impedância (R5 e R6) a fim de

avaliar a tensão presente na carga. Este divisor resistivo tem por finalidade

adequar o valor de tensão na carga para um nível aceitável, menor que 5 V, na

entrada do amplificador operacional e por fim do microcontrolador. Na Figura

6.12b vemos o circuito de amostragem de corrente. Neste circuito, quando a

corrente passar pelo resistor R1 produzirá uma tensão que será captada pelo

amplificador de instrumentação (INA126UA), o qual enviará a informação ao

microcontrolador. Para que a tensão seja ajustada para os níveis aceitos pelo

amplificador utilizou-se um divisor resistivo de alta impedância (R3, R7, R8 e

R9) a fim de diminuir perdas.

De posse destes dois dados, tensão e corrente na carga,

obtemos de forma indireta a impedância entre os eletrodos. Isso nos permite

perceber quando os eletrodos estão mal fixados evitando danos ao paciente.

Figura 6.12: Circuitos de amostragem de corrente e tensão

Page 71: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

53

Devido à necessidade de se encontrar o valor mais próximo e

preciso da corrente lançada no paciente, há a necessidade de se encontrar a o

valor RMS do pulso. Para o calculo RMS do pulso demandará alto custo e

tempo em processamento, deste modo, parte-se para métodos alternativos

como a média aritmética (eq. 16), geométrica (eq. 17) e soma de Riemann (eq.

18). Na média aritmética, caso tivermos um valor muito discrepantes será

obtido uma média não precisa, uma vez que, este valor causará maior

interferência em relação aos demais dados. Na media geométricas, caso

tenhamos uma dos dados igual a zero teremos o resultada da média também

igual à zero. O método da soma de Riemann permite calcular a área coberta

por uma função através de somas sucessivas isso nos permite calcular o valor

RMS de um sinal de forma discreta, minimizando distorções causadas por

dados discrepantes.

𝑥 =1

𝑛 𝑥𝑖

𝑛𝑖=1 eq. 16

𝑥 = 𝑥𝑖𝑛𝑖=1 eq. 17

O método utilizado para amostrar estes valores foi o da soma

de retângulos de Riemann utilizando 4 amostras a fim de minimizar variações

de amplitudes drásticas. Soma de Riemann simplificada é mostrada abaixo:

𝑆 =1

2 𝑃𝑛 + 𝑃𝑛−1

𝑛2 eq. 18

6.3.4 Conversor Binário x Corrente

Para que seja possível controlar de forma digital a corrente de

referência no espelho de corrente é necessário um circuito conversor tensão x

corrente. Deste modo, a corrente 𝐼𝑟𝑒𝑓 será diretamente dependente da tensão

Page 72: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

54

presente na entrada do amplificador. Esta tensão é proveniente de um valor

binário vindo do microcontrolador após ser convertido por um DAC (DAC0808).

Na figura 6.13 mostra-se o esquemático do conversor tensão

para corrente conectado ao bloco DAC.

Figura 6.13: Controle digital de 𝐼𝑟𝑒𝑓 espelho de corrente

Page 73: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

55

CAPÍTULO 7

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO

7.1 MÓDULO DIGITAL

A placa PCI para o módulo digital foi criada no Eagle CadSoft

5.6 e seu layout é mostrado na Figura 7.1.

Figura 7.1: Layout da placa do módulo digital.

Após verificar a existência de curto-circuito na placa iniciou-se

o processo de soldagem dos componentes. Primeiramente o que se diz

respeito à alimentação verificando se todos os pontos estavam com a

alimentação desejada. Em seguida, soldou-se o microcontrolador e os

componentes necessários para seu funcionamento, bem como o ramo para

gravação constituído pelo pino BDM. Após estes testes, iniciou-se a soldagem

dos componentes restantes testando cada bloco soldado. Assim obtemos a

placa completa do módulo digital (Figura 7.2).

Page 74: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

56

Figura 7.2: Módulo digital.

O módulo digital e composto por 3 fileiras de botão. Uma com 5

e duas com 3. A primeira fileira seleciona o padrão de estimulação. A segunda

fileira coresponde ao incremento do período, corrente e frequência. A terceira

fileira corresponde ao decremento do período, corrente e frequência. O ultimo

botão corresponde ao início ou parada (start/stop) do estímulo.

O display LCD mostra os parâmetros e características presente

na estimulação no presente momento. A seguir são mostradas as informações

presente no display e a respectiva forma de onda para cada padrão de

estimulação.

Page 75: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

57

7.1.1 Larguras de pulso e tempo de subida e descida

Podemos ver pelos sinais apresentados na Figura 7.3 que para

os três valores de duração de pulso o módulo digital respondeu de forma

adequada, seja na precisão da duração, seja no rápido tempo de subida e

descida. Os três valores de duração de pulso estão presentes em todos os

padrões de estimulação.

(a)

(b)

(c)

Figura 7.3: Largura dos pulso produzidos pelo módulo digital. (a) 100us, (b) 200us e (c) 300us.

Page 76: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

58

7.1.2 Estimulação Simples

Na Figura 7.4 tem-se as informações apresentadas no display

LCD: frequência, largura do pulso e padrão de estimulação selecionado.

Figura 7.4: Informação do display para estímulo simples.

O módulo digital produz, para o estímulo simples, um sinal, o

qual, sua frequência varie de 0,1Hz a 1Hz em passos de 0,1Hz como

mostrado nas Figura 7.5 e Figura 7.6. As larguras de 100us, 200us e 300us

estão disponíveis para todas as frequências. Deste modo, para este padrão de

estimulação, vemos que para todas as frequências empregadas estão de

acordo com a teoria apresentada no capítulo 3.

(a)

(b)

Figura 7.5: Estímulo Simples para frequências de (a) 1Hz e (b) 0,9Hz.

Page 77: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

59

0,8 Hz

0,7 Hz

0,6 Hz

0,5 Hz

0,4 Hz

0,3 Hz

0,2 Hz

0,1 Hz

Figura 7.6: Estímulos Simples para frequências de 0,8Hz a 0,1Hz.

Page 78: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

60

7.1.3 Estimulação Tetânica

Na Figura 7.7 tem-se as informações apresentadas no display

LCD: frequência, largura do pulso e padrão de estimulação selecionado.

Figura 7.7: Informação do display para estímulo Tetânico.

O módulo digital produz, para o estímulo Tetânico, um sinal, o

qual, sua frequência pode assumir o valor e 100 Hz ou 50Hz, como mostrados

na Figura 7.8. Vemos que, para este padrão de estimulação, o módulo digital

gerou os 50 Hz e 100Hz como apresentados no capítulo 3.

(a)

(b)

Figura 7.8: Estímulos Tetânicos para frequências de (a)100Hz e (b) 50 Hz.

Page 79: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

61

7.1.4 Estimulação Pós-tetânica

Na Figura 7.9 tem-se as informações apresentadas no display

LCD: frequência, largura do pulso e padrão de estimulação selecionado.

Figura 7.9: Informação do display para estímulo Pós-tetânico.

O módulo digital produz, para o estímulo Pós-tetânico, um

sinal, o qual, apresenta uma frequência de 50 Hz nos 5 primeiros segundos e 3

segundos após o termino prova dois estímulos na frequência de 1 Hz. A Figura

7.10 apresenta este estímulo, o qual, verificamos sua conformidade com a

teoria apresentada no capítulo 3.

(a)

(b)

Figura 7.10: Estimulação Pós-Tetânica.

Page 80: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

62

7.1.5 Estimulação com dupla salva (DBS)

Na Figura 7.11 tem-se as informações apresentadas no dislay

LCD: frequência, largura do pulso e padrão de estimulação selecionado.

Figura 7.11: Informação do display para estímulo DBS.

O módulo digital produz, para o DBS, um sinal, o qual

apresenta duas salvas de pulsos na frequência de 50 Hz distantes em 750ms.

A Figura 7.12a mostra a distância entre cada salva e a Figura 7.12b a distância

entre cada sequencia de estímulos. Podemos verificar que o sinal gerado está

de acordo com o proposto na teoria apresentada no capítulo 3 e com o

estimulador comercial Figura 7.13 (marca: Organon Teknika; modelo: Digistim

3 plus). A variação dos níveis de amplitude do estimulado se deve ao fato de

ser obtido sem o uso de uma carga padrão, tendo como carga a impedância do

osciloscópio.

(a)

(b)

Page 81: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

63

Figura 7.12: Estimulação com dupla salva.

(a)

(b)

Figura 7.13: Estimulação com dupla salva obtida do estimulador comercial.

Pode-se verificar que os sinais gerados pelo módulo digital

conferem com o do estimulador comercial.

7.1.6 Estimulação em sequência de quatro estímulos (TOF)

Na Figura 7.14 tem-se as informações apresentadas no display

LCD: frequência, largura do pulso e padrão de estimulação selecionado.

Figura 7.14: Informação do display para estímulo.

Page 82: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

64

O módulo digital produz, para sequência de quatro estímulos,

um sinal que apresenta quatro estímulos (Figura 7.15a) na frequência de 2 Hz

distantes 10 segundos entre cada repetição (Figura 7.15b). Podemos verificar

que o sinal gerado está de acordo com o proposto na teoria apresentada no

capítulo 3 e, também, sua similaridade com o mesmo padrão de estimulação

(Figura 7.16) de um estimulador comercial (marca: Organon Teknika;

modelo: Digistim 3 plus)

(a) (b)

Figura 7.15: (a) Estimulação TOF e (b) distância entre cada repetição.

Figura 7.16: Estimulador comercial.

Page 83: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

65

7.1.7 Conversor DAC e a corrente de referência

Vemos pela Tabela 4 que a resposta à variação da corrente de

referência está em função do valor binário que o microcontrolador envia ao

DAC. A corrente de referência é gerada com base nesta tensão em um resistor

de 100Ω. Deste modo, tanto tensão quanto corrente variam de forma linear.

Tabela 4: Relação Binário x Tensão de referência.

Valor em Hexadecimal Tensão Saída 𝑰𝑹𝑬𝑭 [mA]

0

0 0

2

78.2m 0,782

4

158.8m 1,588

6

237.3m 2,373

8

317.7m 3,177

10

396.2m 3,962

12

476m 4,76

14

555m 5,55

16

635m 6,35

18

714m 7,14

20

796m 7,96

22

873m 8,3

24

953m 9,53

26

1.031 10,31

28

1.111 11,11

30

1.190 11,9

32 1.272 12,72

Page 84: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

66

Figura 7.17: Gráfico da relação binário x tensão de saída do DAC.

Deste modo, temos que a expressão que rege a corrente de

referência, com base na Tabela 4 e na Figura 7.17, pode ser dada de forma

aproximada por:

𝐼𝑅𝐸𝐹 = 4

10∗ 𝐴

Sendo, ―A‖ é o valor binário enviado ao DAC.

7.2 MÓDULO ANALÓGICO

A placa PCI para o módulo analógico foi criada no Eagle

CadSoft 5.6 e seu layout é mostrado na Figura 7.18.

Após verificar se não havia nenhum curto-circuito na placa

iniciou-se a soldagem, tendo como partida o Flyback. Posteriormente, deu

início a testes de carga no conversor CC a fim de verificar se estava de acordo

com o esperado (Tensão de saída de 70V e corrente máxima de 100mA).

y = 0,3956x - 0,0055

-2

0

2

4

6

8

10

12

14

0 5 10 15 20 25 30 35

I[mA

]

Binário

I[mA]

Page 85: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

67

Figura 7.18: Layout da placa analógica (Espelho de corrente e Flyback).

O módulo analógico apresenta na sua parte superior o

conversor flyback com seu sistema de controle. Em sua parte inferior direita o

espelho de corrente com sua interface de polarização para controle do estímulo

(Figura 7.19)

Figura 7.19: Módulo Analógico.

Page 86: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

68

7.2.1 Simulação

Para simulação deste circuito foi utilizado o programa ORCAD

10.3 da empresa Cadence. Os transistores de canal P do circuito espelho de

corrente Q1, Q2, Q3, Q4 e Q5 são o IRFD9110 e o transistor de canal N (Q6)

do circuito de conversão de sinal lógico para sinal de acionamento da chave é

o IRFD120. Para o teste, programou-se a fonte Vpulse de forma a apresentar

1us de tempo de descida e subida, 100us de duração de pulso e 500ms entre

cada pulso e a corrente de referência para 10mA. A Figura 7.20 apresenta a

forma de onda em uma carga de 1kΩ presente entre os eletrodos.

Figura 7.20: Forma de onda produzido pela simulação do circuito com corrente de 10 mA

Como podemos ver a forma de onda sofreu uma alteração em

seu formato inicial, gerando dois picos de pulso (overshoot) em ambas as

bordas do estímulo (descida e subida). Sendo a primeira de maior amplitude

tornando-se necessárias algumas alterações no circuito a fim de suprimí-la. Um

método seria o de buscar componentes que possibilitem melhor respostas

transitórias.

Page 87: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

69

Para todos os valores de corrente de referência simulados em

uma escada de 0mA a 50mA o espelho de corrente respondeu com uma

corrente de igual valor sobre a carga e quanto maior a corrente menor se

tornava a porcentagem de overshoot do sistema (Figura 7.21). Contudo, a

largura do pulso foi alterada, essa resposta se deve a Q6 que não possui e

uma boa resposta. Uma alternativa para este problema seria a substituição por

um transistor mais rápido ou que produza menor distorção.

Figura 7.21: Forma de onda produzido pela simulação do circuito com corrente de 50 mA

Pode-se perceber, também, que houve certo atraso causando

um aumento da largura de pulso. Isto remete a velocidade de resposta do

transistor, sendo necessários componentes mais rápidos para uma melhor

resposta.

Page 88: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

70

7.2.2 Largura de pulso e tempo de subida e descida

Podemos ver pelos sinais apresentados na Figura 7.22 que

para os três valores de duração de pulso o módulo analógico não respondeu de

forma esperada. Apresentaram uma resposta muito lenta aumentando a largura

de pulso. Podemos ver pela tabela 5 que não há uma diferença significativa

entre cada largura de pulso amplificada pelo espelho de corrente e que são, em

média, 10 vezes maiores do que o esperado. Isto se deve à utilização de

MOSFETS de potência, devido à necessidade de alto VDS. Estes transistores,

normalmente, não necessitam de uma boa resposta em frequência, o que

acarreta em distorções do sinal para frequências altas, fator não muito

preocupante em eletrônica de potência. Transistores com melhor resposta em

frequência não trabalham com altos VDS como o necessário para este

neuroestimulador. Transistores utilizados em amplificadores de áudio é uma

solução para este problema, contudo são de valores demasiadamente

elevados inviabilizando o circuito.

Ainda temos que o tempo de subida e descida estão

consideravelmente superior ao esperado de 3us.

Pode-se perceber ainda que uma grande alteração no sinal

ocorreu no primeiro transistor de canal N (Q7), o qual apresentava um atraso

no sinal. Esse atraso surgia quando o sinal estava sendo desligado, ou seja,

passagem de alto para baixo. Esse atraso se da devido às capacitâncias do

transistor utilizado.

Tabela 5: Comparação entre os dois módulos e a largura de pulso desenvolvido.

100us 200us 300us

Digital 100us 200us 300us

Análogico 1,273ms 1,281ms 1,284ms

Page 89: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

71

100𝜇𝑠

200𝜇𝑠

300𝜇𝑠

Figura 7.22: Largura de pulso na saída do espelho de corrente.

7.2.3 Estimulação Simples

Apesar do aumento na largura de pulso provocado pelo

espelho de corrente, percebe-se quem não houve uma alteração em sua

frequência (Figura 4-23 e Figura 4-24). Deste modo, neste quesito o sistema se

mostrou satisfatório sendo necessário apenas melhorar a resposta da largura

de pulso. Para melhor visualização os estímulos estão com amplitude máxima.

Page 90: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

72

1 Hz

0,9 Hz

0,8 Hz

0,7 Hz

0,6 Hz

0,5 Hz

Figura 7.23: Estímulos simples com frequência de 0,5 Hz a 1 Hz.

Page 91: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

73

0,4 Hz

0,3 Hz

0,2 Hz

0,1 Hz

Figura 7.24: Estímulos simples com frequência de 0,1 Hz a 0,4 Hz.

7.2.4 Estimulação Tetânica

Assim como no estímulo simples o único problemas

apresentado foi o aumento na largura de pulso. Contudo a frequência do

estímulo permaneceu como o esperado (50 Hz e 100Hz) como mostrado na

Figura 7.25. Para melhor visualização os estímulos estão com amplitude

máxima.

Page 92: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

74

100 Hz

50 Hz

Figura 7.25: Estímulos Tetânico de 50 Hz e 100 Hz.

7.2.5 Estimulação Pós-Tetânica

Assim como nos dois primeiros padrões de estimulação o único

inconveniente para este estímulo foi o aumento na largura de pulso. Entretanto

a frequência do estímulo manteve-se como o esperado (Figura 7.26). Para

melhor visualização os estímulos estão com amplitude máxima.

Figura 7.26: Estimulação Pós-Tetânica.

Page 93: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

75

7.2.6 Estimulação com Dupla Salva (DBS)

Assim como nos três primeiros padrões de estimulação o único

inconveniente para este estímulo foi o aumento na largura de pulso, o qual sua

correção pode ser dar pela escolha de transistores mais rápidos. Entretanto a

frequência do estímulo manteve-se como o esperado. A Figura 7.27a mostra a

tempo de 8 segundos entre cada repetição, a Figura 7.27b apresenta a

distância de 750ms entre cada salva (Figura 7.27) e a Figura 7.28 apresenta os

três estímulos de uma salva na frequência de 50Hz. Para melhor visualização

os estímulos estão com amplitude máxima.

(a)

(b)

Figura 7.27: (a)Tempo de 8s entre cada repetição e (b) tempo de 750ms entre cada salva.

Figura 7.28: Uma Salva do estímulo DBS em 50 Hz.

Page 94: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

76

7.2.7 Estimulação em sequência de quatro estímulos

Assim como nos padrões de estimulação anteriores o único

inconveniente para este estímulo foi o aumento na largura de pulso, o qual sua

correção pode ser trabalhada a partir da escolha de transistores mais rápidos.

Entretanto a frequência do estímulo manteve-se como o esperado (Figura

7.29). Para melhor visualização os estímulos estão com amplitude máxima.

Figura 7.29: Tempo de 10 segundos entre cada repetição

7.2.8 Relação 𝑰𝑹𝑬𝑭 x Corrente na carga

O circuito desenvolvido para parte de potência (espelho de

corrente) apresentou uma razoável desempenho (tabela 6). Porém, para a

aplicabilidade à que se dedica o aparelho desenvolvido os resultados obtidos

não são adequados, uma vez que, se necessitada de precisão entre o valor

informado ao usuário com o valor efetivamente lançado ao paciente. Os valores

apresentados na tabela 6 foram obtidos de forma indireta obedecendo à lei de

Ohm’s. A 𝑰𝑹𝑬𝑭 obteve-se com multimetro (Minipa ET-2082B) a partir da tensão

lançada pelo DAC na resistência de 100Ω presente no circuito gerador de

Page 95: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

77

corrente. A corrente na carga, por sua vez foi obtida via osciloscópio (Tektronix:

TDS 360) sobre uma carga de 1kΩ.

Tabela 6: Relação entre 𝑰𝑹𝑬𝑭 x corrente na carga.

Tensão DAC 𝐼𝑅𝐸𝐹[𝒎𝑨] Corrente na carga [mA]

0 0 0

0,158 1,58 1,23

0,555 5,55 4,13

1,03 10,3 8,24

1,89 18,9 16,5

2,91 29,1 26,5

4,03 40,3 35,4

5,01 50,1 48,1

6,32 63,2 60,4

Este problema se deve ao não casamento entre transistores.

Como os MOSFETS utilizados são discretos apresentam pequenas variações

de características, pois são fabricados em lâminas de silício distintas podendo

apresentar variações em sua dopagem. Deste modo, transistor discretos

podem ser originários de lâminas diferentes o qual não permitirá boas

características para implementação em espelhos de corrente. O ideal seria

implementar o espelho de corrente, como um todo, em uma única pastilha,

garantindo assim que todos os MOSFETS apresentarias características muito

semelhantes diminuindo erros por diferença de dopagem e tamanhos de

canais. Outro fator que interfere nesta relação de 𝐼𝑅𝐸𝐹 e corrente espelhada é a

curva 𝐼𝐷𝑥𝑉𝐷𝑆 , pois está curva na região de saturação não é constante

apresentando uma inclinação que depende da tecnologia de fabricação. Esta

inclinação pode ser obtida pelo inverso da resistência de saída do MOSFET o

qual é apresentado como a razão entre a tensão de Early pela corrente Io.

Sendo assim, quanto maior a resistência de saída menor será a variação de

corrente devido à variação de VDS.

Page 96: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

78

7.2.9 Amostragem da Tensão e corrente na carga

O sistema apresentado neste trabalho para obter os dados de

corrente e tensão no individuo no momento em que está recebendo a

estimulação somente é valido quando se utiliza carga puramente resistiva.

Entretanto, a carga real a ser utilizada é a impedância que envolve

acoplamento entre eletrodo e pele, resistência da pele e impedâncias internas

o tecido, ou seja, é uma carga que consiste entre resistência e capacitâncias

transformando o sinal na carga em algo semelhante à descarga de capacitores

(Figura 7.30). O sinal da Figura 7.30 foi obtido utilizando a carga apresentada

na Figura 2-8 com RE =500Ω, CD= 1nF e RD= 500 Ω

Figura 7.30: Resposta a um estímulo obtido com carga padrão

Deste modo, o método proposto para medir os valores de

tensão e corrente no paciente não apresentaram respostas significativas,

gerando diferenças de até 70% de erro.

Caso a impedância do corpo humano fosse apenas resistiva

este seria um método bom para amostragem de corrente e tensão. Porém,

outro método deverá ser desenvolvido, levando em conta a capacitância do

corpo humano, para uma amostragem coerente. O método para coleta destes

dados já estão implementados na programação, entretanto a corrente mostrada

Page 97: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

79

no display é a corrente de referencia que, no caso, apresenta melhor

proximidade a real corrente lançada ao paciente.

Outro fator que impede o uso deste método é o baixo slew rate

do amplificador de instrumentação utilizado (0.4 V/us) e a relação de ganho

que, quanto maior o ganho, menor é a banda de trabalho do amplificador.

Como necessitamos de um ganho alto, o INA126 provocará grandes distorções

do sinal e para sinais de amplitude baixos não apresentará resposta.

7.3 GASTO ENERGÉTICO

O equipamento desenvolvido apresentou um alto gasto

energético, como podemos ver na tabela 7 e tabela 8.

Tabela 7: Gasto energético do módulo digital.

Tensão [V] Corrente [ mA] Potência [mW]

Standby 9 53 477

Médio Ativo 9 62 448

Tabela 8: Gasto energético do módulo analógico.

Tensão [V] Corrente [ mA] Potência [mW]

Standby 18 36 648

Médio Ativo 18 180 3240

No módulo digital os componentes de maior consumo são os

amplificadores operacionais e o conversor DA, sendo assim ao substituirmos

estes componentes por outros com menor consumo melhoraremos o gasto

energético.

No módulo analógico o maior consumo está nos controle do

conversor flyback. Deste modo, deve-se aperfeiçoa-lo para minimizar o gasto

Page 98: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

80

energético em standby. Em médio ativo, ou seja, quando estiver realizando

estimulação temos, realmente, um gasto elevado de potência. Deste modo, o

circuito analógico apresenta uma boa eficiência energética.

Page 99: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

81

CONSIDERAÇÕES FINAIS

8. CONCLUSÃO

No decorrer deste trabalho, pode-se perceber ser possível a

criação de um estimulador de nervos com base nas técnicas apresentadas

nesta monografia. O microcontrolador se mostrou eficiente e versátil no que diz

respeito ao controle de padrão, frequência, duração e intensidade do estímulo,

bem como nas características que relacionam interação entre médico e

aparelho. As informações importantes ao anestesiologista, como a amplitude e

a duração do estímulo, são apresentadas ao usuário do aparelho via display

LCD devido à múltipla capacidade gerenciamento de periféricos do

microcontrolador.

O módulo analógico apresentou resultados satisfatórios, pois

foi possível amplificar os sinais gerados pelo módulo digital. Entretanto, deve

ser melhorado em vários aspectos, seja aumentar a tensão de saída do

conversor flyback permitindo maior carga entre os eletrodos ou a respostas dos

transistores no espelho de corrente de forma a ter um sinal o menos distorcido

possível e com taxa de overshoot mínima ou zero. Outro fator que deverá ser

melhorado é a resposta à largura de pulso que deve-se ser reduzido para

valores apresentados no tópico 5.3. Também deve-se melhorar a relação de

corrente de referência e a corrente na carga, as quais, devem apresentar

valores iguais ou o mais próximos possíveis. Um possível método seria a de

implementar todo o espelho de corrente em uma única pastilha de circuito

garantindo que todos os transistores terão as mesmas características. Quanto

ao consumo energético o módulo digital apresenta um consumo acima do

esperado necessitando um aperfeiçoamento. Já o módulo analógico está

dentro de um valor aceitável, contudo é possível melhorar o desempenho.

Por fim, este trabalho permite concluir que, com algumas

alterações na estrutura do circuito, se terá um equipamento de boa qualidade

podendo ser submetidos a testes mais rigorosos como teste com carga padrão,

segurança elétrica e precisão.

Page 100: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

82

8.1 TRABALHOS FUTUROS

Para trabalhos futuros, tem-se os seguintes pontos a serem

trabalhados:

Melhorar resposta do espelho de corrente para que haja a menor

distorção possível e mantenha a largura dos pulsos nos valores de

100us, 200us e 300us.

Aumentar grandeza de carga possível, ou seja, aumentar a tensão de

saída do conversor CC-CC flyback ao mesmo tempo em que se

aperfeiçoa para menor consumo interno de energia.

Implementar método de compensação capacitiva para que seja possível

amostragem de corrente e tensão sem que haja interferência da carga

entre os eletrodos.

Desenvolver um método de casamento entre os transistores para que se

minimize a diferença entre a corrente de referencia e a corrente na

carga. Uma possibilidade seria o de encapsular todo o espelho de

corrente. Para isso o CCS (Centro de Componentes Semicondutores) da

Unicamp pode ser consultado para produção destes integrado, visto que

possuem tecnologia suficiente para produção deste componente.

Page 101: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

83

REFERÊNCIAS

[1] F. L. F Regatieri, "Uso do estimulador de nervos em bloqueios periféricos,"

Revista sa Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo, vol.

4, pg. 18-20, 2002.

[2] C. N. Barthram, "Nerve stimulators for nerve location - are they all the

same.," Anaesthesia, vol. 52, pg. 761-764, 1997.

[3] A. T. Bosenberg, R. Bosenberg, and A. P. Boezaart, "Surface mapping of

peripheral nerves in children with a nerve stimulator," Paediatric

Anaesthesia, vol. 12, pg. 398-403, 2002.

[4] R. S. Martins and A. L. C. Martins, "Bloqueadores Neuromusculares," in

Anestesiologia: Princípios e Técnicas. Porto Alegre, Brasil: Artes

Médicas, 1997, cap. 11, pg. 308-331.

[5] Eduardo de Q. Braga, "Estimação da resposta evocada à estimulação

Somatossensorial elétrica senoidal de 5 Hz e 2 kHz, utilizando

wavelets e análise em componentes independentes," Universidade

Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Dissertação de mestrado em

engenharia Elétrica 2007.

[6] José B. Velloso, "Sistema para estimulação elétrica fincional (FES-

PEB)," Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,

Dissertação de Mestrado em Engenharia Biomédica 2007.

Page 102: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

84

[7] J. J. Costa and J. Pecci Saavedra, "Sinapses, Neurotransmissão e geração

do impulso nervoso," in Fisiologia Humana de Houssay, 7th ed. Rio

Grande do Sul: Artmed, 2004, cap. 59, pg. 749-768.

[8] Henrique Resende Martins, "Sistema para o estudo do limiar de

percepção de corrente elétrica com forma de onda arbitraria.,"

Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Dissertação de

mestrado em Engenharia Elétrica, 2008.

[9] (2009, Mar.) http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a0/

Sinapsis.png.

[10] Howard C. Kutchai, "Fisiologia Celular," in Fundamentos de Fisiologia,

4th ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006 rever, pg. 1-70.

[11] Gustavo Prado Braz, "Sistema de eletroestimulação informatizado para

o tratamento da dor e para reabilitação neuromuscular," Universidade

Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Dissertação de Mestrado em

Engenharia Elétrica 2003.

[12] Babita Ghai, Jeetinder Kaur, and Jyotsna Wig, "Neuromuscular Monitoring:

A review," Jounal of Anaesthesiology Clinical Pharmacology, vol. 22,

no. 4, pg. 347-356, 2006.

[13] Conor D. McGrath and Jennifer M. Hunter, "Monitoring of Neuromuscular

Block," Continuing Education in Anaesthesia, Critical Care & Pain, vol. 6,

no. 1, pg. 7-12, 2006.

Page 103: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

85

[14] Elliot Hudes and Kwork C. Lee, "Clinical use of peripheral nerve stimulators

in anaesthesia," Canadian Journal of Anesthesia, vol. 34, no. 5, pg. 525-

543, 1987.

[15] Warren M. Grill, "Nerve Stimulation," in Wiley encyclopedia of biomedical

engineering, Akay Metin, Ed. USA: Wiley-Interscience, 2006, pg. 2519-

2529.

[16] Eng. Dias Gaspar. (2008, Set.) Resistência (Elétrica) do Corpo Humano.

[Online]. http://www.univ-ab.pt/formacao/sehit/curso/riscos/uni3/resis.html

[17] NBR6533, "Estabelecimento de segurança aos efeitos da corrente

elétrica percorrendo o corpo humano," 1981.

[18] L. A. Geddes and L. E. Baker, "Principles of Applied Biomedical

Instrumentation," in Stimulator and Stimulations, 3rd ed. New York: Wiley,

1999, cap. 10, pg. 453 - 536.

[19] Maria Angela Tardelli. (2008, Mar.) Monitoracao da junção

neuromuscular. [Online]. http://www.sba.com.br/imagens/ensino/cursos/2/

curso.swf

[20] EUROMED - Cateteres com Tecnologia. (2009, Nov)

http://www.euromedcateteres.com.br/internas/aferese/index.html.

[21] Dr. D. Padmaja and Dr. Srinivaas Mantha, "Monitoring of Neuromuscular

Junction," Indian Jounal of Anaesthesia, vol. 46, no. 4, pg. 279-288, 2002.

Page 104: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

86

[22] D. Jochum et al., "An objective assessment of nerve stimulators used for

peripheral nerve blockade," Anaesthesia, vol. 61, pg. 557-564, 2006.

[23] Admir Hadzic, Jerry Volka, Nihad Hadzic, Daniel M. Thys, and Alan C.

Santos, "Nerve Stimulators Used for Peripheral nerve blocks vary in their

eletrical characteristics," Anesthesiology, no. 98, pg. 969-74, 2003.

[24] H. Kaiser, H. C. Niesel, and V. Hans, "Fundamentals and requirements of

peripheral electric nerve stimulation. A contribution to the improvement of

safety standards in regional anaesthesia.," Regional anaesthesia, no. 13,

pg. 143-147, 1900.

[25] (2007, Maio) Freescale semiconductor. [Online]. http://www.freescale.

com/webapp/sps/site/prod_summary.jsp?code=S08AC&tid=m8Hp

[26] Adel S. Sedra and Kenneth C. Smith, Microeletrônica, 5th ed. São Paulo:

Pearson Prentice Hall, 2007.

[27] Paul R. Gray, Paul J. Hurst, Stephen H. Lewis, and Robert G. Meyer,

Analysis and design of anlog integrated circuit, 4th ed. New York: John

Wiley & Sons, Inc., 2001.

[28] Prof. M. Eng. Victor Leonardo Yoshimura. (2007)

http://www.getec.cefetmt.br/~victor/. [Online]. http://www.getec.cefetmt.br/

~victor/downloads/El_Pot_2_1.pdf

[29] Jose Antenor Pomilio. (2008, Janeiro) http://www.dsce.fee.unicamp.br/

~antenor/. [Online]. http://www.dsce.fee. unicamp.br/~antenor/fontchav.html

Page 105: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

87

[30] National Semiconductor Corporation. (1998) DAC0808 - 8-Bit D/A

Converter. [Online]. http://www.national.com/mpf/DA/DAC0808.html

[31] Antonio Pertence Junior, "Circuitos Lineares basicos com AOP's," in

Amplificadores Operacionais e Filtros Ativos: teoria, projetos,

aplicações e laboratorio. Porto Alegre: Bookman, 2003, cap. 3, pg. 51-76.

Page 106: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

88

ANEXOS

Page 107: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

89

ANEXOS A - FLUXOGRAMAS

Função principal

Page 108: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

90

Estímulos Simples

Page 109: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

91

Estímulo Tetânico

Page 110: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

92

Estímulo Pós-Tetânico

Page 111: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

93

Estímulo DBS

Page 112: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

94

Estímulo TOF

Page 113: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

95

Timers

Função Liga/desliga estímulo

Page 114: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

96

Incrementa/decremente período

Page 115: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

97

Incrementa/decrementa frequência

Page 116: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

98

Page 117: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

99

Incrementa/decrementa corrente

Page 118: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

100

Mapeamento do teclado matricial

Page 119: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

101

ANEXO B – CÓDIGO EM C

#include <hidef.h> /* for EnableInterrupts macro */

#include "derivative.h" /* include peripheral declarations */

#ifdef __cplusplus

extern "C"

#endif

/*********============================================**********

********** Declaração das funções de inicialização **********

**********============================================**********/

void MCU_init(void);

void Param_init(void);

void Init_LCD(void);

void CARC_init(void);

void Delay_5ms(void);

void Delay_ON(void);

void Delay_OFF(void);

void Delay_long_min(void);

void Delay_long(unsigned int Tempo);

void TIMER_KBI(void);

void Teclado(void);

void START_STOP(void);

void Inc_Per(void);

void Dec_Per(void);

void Dec_Int(void);

void Inc_Int(void);

void Inc_Freq(void);

void Dec_Freq(void);

void Testa_bit(void);

void Escr_LCD(char *string);

void Escr_num(unsigned char Número);

void Instr(char Comando);

void Posic_Cursor(byte linha, byte coluna);

void Limpa_LCD(void);

void Testa_bit(void);

void Atu_Corrent_LCD(void);

void Conv_ADC (void);

/*********============================================**********

********** Variáveis de Inicialização **********

**********============================================**********/

unsigned int Temp_ON, Temp_OFF //Tempo em “1” e tempo em “0” respectivamente no estímulo

unsigned int Free, Atu_x, y, x; //Variáveis de uso geral

unsigned char Int_corrent; // Define Variável para contagem que será enviada ao DAC

unsigned int start_stop; //Define variável de Habilita/desabilita estímulos

Page 120: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

102

unsigned int Temp_8min, Freq; // Variáveis para contagem de 8 minutos e definir frequência de

// estímulos

/*********============================================**********

********** Constantes de Inicialização **********

**********============================================**********/

#define T100us 2000 //Define tempo de contagem de 100us

#define T200us 4000 //Define tempo de contagem de 100us

#define T300us 6000 //Define tempo de contagem de 100us

#define RS PTED_PTED4 //Seleção de dados/instrução do LCD

#define RW PTED_PTED5 //Define leitura ou escrita no LCD

#define E PTED_PTED6 //Habilita LCD

#define DADOS PTAD //Saída de dados para o DAC

#define BUSY_FLAG PTAD_PTAD7 //Bit para testar fim de processo no LCD

#define OUT_DA PTFD //porta de saída para o DAC

/*********############################################**********

********** Programa Principal **********

**********############################################**********/

void main(void)

MCU_init(); /* Chama Rotina de Inicialização */

Init_LCD(); //inicializa LCD

Param_init(); //Parâmetros iniciais de estimulação “Default”

EnableInterrupts; // Habilita interrupção

CARC_init(); //Características iniciais vistas no LCD

PTDD_PTDD4 = 0; //Inicializa LED de aviso desligado

PTED_PTED3=0; //Inicializa Buzzer desligado

PTCD_PTCD4=0; //Inicializa Estímulo desligado

Inic_Main:

/*********============================================**********

********** Rotina para função de estimulação Simples **********

********** Gera o sinal apresentado na Figura 4.5 e 4.6 **********

**********============================================**********/

if(Modo==1)

Temp_OFF = 62500; //Define valor de 400ms para ciclo morto

Freq = 2;

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("1.0Hz ");

while(start_stop==0) //Só haverá estimulação caso start_stop=1

while(Modo!=1)

goto Inic_Main

while(Modo==1)

PTCD_PTCD4 = 1;

PTDD_PTDD4 = 1; //Ativa LED

PTED_PTED3=1; //Inicializa Buzzer

Delay_ON();

PTCD_PTCD4 =0;

Page 121: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

103

PTDD_PTDD4 = 0; //Desliga LED

PTED_PTED3=0; //desliga Buzzer

for(Atu_x=0;Atu_x<Freq;Atu_x++)

while(Modo!=1) //Testa se houve mudança de padrão

goto Inic_Main; //Caso tenha mudado modo salta para verificar

//novo modo

Delay_OFF();

Delay_long(15622); //Define tempo de 100ms

while(start_stop==0)

while(Modo!=1)

goto Inic_Main;

goto Inic_Main;

/*********============================================**********

********** Rotina para função de estimulação Tetânica **********

********** Gera o sinal apresentado na Figura 4.8 **********

**********============================================**********/

if(Modo==2)

Temp_OFF = 1562; //Define valor de 10ms para ciclo morto

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("100Hz ");

while(start_stop==0)

while(Modo!=2)

goto Inic_Main;

while(Modo==2)

PTCD_PTCD4 = 1;

PTDD_PTDD4 = 1; //Ativa LED

PTED_PTED3=1; //Inicializa Buzzer

Delay_ON();

PTCD_PTCD4 = 0;

Delay_OFF();

while(start_stop==0)

while(Modo!=2)

PTDD_PTDD4 = 1; //Ativa LED

PTED_PTED3=1; //Inicializa Buzzer

goto Inic_Main;

goto Inic_Main;

/*********============================================**********

********** Rotina para função de estimulação Pós-Tetânico **********

********** Gera o sinal apresentado na Figura 4.10 **********

**********============================================**********/

if(Modo==3)

Posic_Cursor(2,11); //cada sessão de estímulo tetânico

Page 122: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

104

Escr_LCD(" 50Hz ");

while(Temp_8min!=0) //Verifica tempo de 8 minutos entre

Posic_Cursor(2,1); //cada sessão de estímulo tetânico

Escr_LCD(" Wait");

goto Inic_Main;

while(Modo==3)

while(Temp_8min!=0) //Verifica tempo de 8 minutos entre

Posic_Cursor(2,1); //cada sessão de estímulo tetânico

Escr_LCD(" Wait");

goto Inic_Main;

Temp_OFF = 3125; //Define valor de 20ms para ciclo morto

while(start_stop==0)

while(Modo!=3)

goto Inic_Main;

Atu_x=0;

while(Atu_x!=250) //Ativa estímulo tetânico

PTCD_PTCD4 = 1; //de 50Hz durante 5s

Delay_ON();

PTCD_PTCD4 =0;

while(Modo != 3)

goto Inic_Main;

Delay_OFF();

Atu_x++;

Temp_OFF = 62500; //Define tempo de 400ms

Atu_x=0;

while(Atu_x!=6) //Gera atraso de 3 segundos

Delay_OFF(); //Atraso de 400ms

Delay_long(15625); //Atraso de 100ms

while(start_stop == 0)

while(Modo!=3)

goto Inic_Main;

while(Modo!=3)

goto Inic_Main;

Atu_x++;

Atu_x=0;

while(Atu_x!=2)

PTCD_PTCD4 = 1;

Delay_ON();

PTCD_PTCD4 = 0;

Delay_OFF();

Delay_OFF();

Delay_long(31250);

Atu_x++;

Delay_long_min(); // Atraso de 8 minutos para que se possa

Page 123: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

105

Temp_8min=1; // utilizar este estímulo novamente

while(Modo!=3)

goto Inic_Main;

/*********============================================**********

********** Rotina para função DBS - Double Burst Stimulation *********

********** Gera o sinal apresentado na Figura 4.12 e 4.13 **********

**********============================================**********/

if(Modo==4)

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD(" 50Hz ");

Temp_OFF = 3125; //Define valor de 20ms para ciclo morto*/

while(Modo==4)

while(start_stop==0) //Verifica se permissão de estímulo

while(Modo!=4)

goto Inic_Main;

PTCD_PTCD4 = 1; //Primeiro Estímulo

Delay_ON();

PTCD_PTCD4 =0;

Delay_OFF();

PTCD_PTCD4 =1; //Segundo Estímulo

Delay_ON();

PTCD_PTCD4 =0;

Delay_OFF();

PTCD_PTCD4 =1; //Terceiro Estímulo

Delay_ON();

PTCD_PTCD4 =0;

while(start_stop == 0)

while(Modo!=4)

goto Inic_Main;

while(Modo!=4)

goto Inic_Main;

Delay_long(62500); //A soma de 2 timers dará

Delay_long(54687); //400ms+350ms=750ms

PTCD_PTCD4 =1; //Primeiro Estímulo

Delay_ON();

PTCD_PTCD4 =0;

Delay_OFF();

PTCD_PTCD4 =1; //Segundo Estímulo

Delay_ON();

PTCD_PTCD4 =0;

Delay_OFF();

Page 124: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

106

PTCD_PTCD4 =1; //Terceiro Estímulo

Delay_ON();

PTCD_PTCD4 =0;

for(Atu_x=0;Atu_x<16;Atu_x++) //periodo de 8 segundos

Delay_long(62500);

Delay_long(15625);

while(start_stop == 0)

while(Modo!=4)

goto Inic_Main;

while(Modo!=4)

goto Inic_Main;

goto Inic_Main;

/*********============================================**********

********** Rotina para função TOF - Train of Four **********

********** Gera o sinal apresentado na Figura 4.15 **********

**********============================================**********/

if(Modo == 5)

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("2.0Hz ");

Temp_OFF = 62500; /*Define valor de 400ms para ciclo morto*/

while(Modo==5)

while(start_stop==0)

while(Modo!=5)

goto Inic_Main;

PTCD_PTCD4 = 1;

PTDD_PTDD4 = 1;

Delay_ON();

PTCD_PTCD4 = 0;

PTDD_PTDD4 = 0;

Delay_OFF();

Delay_long(15625);

PTCD_PTCD4 = 1;

PTDD_PTDD4 = 1;

Delay_ON();

PTCD_PTCD4 = 0;

PTDD_PTDD4 = 0;

while(Modo!=5)

goto Inic_Main;

while(start_stop==0)

while(Modo!=5)

goto Inic_Main;

Delay_OFF();

Page 125: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

107

Delay_long(15625);

PTCD_PTCD4 = 1;

PTDD_PTDD4 = 1;

Delay_ON();

PTCD_PTCD4 = 0;

PTDD_PTDD4 = 1;

Delay_OFF();

Delay_long(15525);

PTCD_PTCD4 = 1;

PTDD_PTDD4 = 1;

Delay_ON();

PTCD_PTCD4 = 0;

PTDD_PTDD4 = 0;

while(Modo!=5)

goto Inic_Main;

Atu_x=0;

while(Atu_x!=20) //Gera intervalo de

Delay_OFF(); //10 segundos

Delay_long(15625);

Atu_x++;

goto Inic_Main;

else goto Inic_Main; //Caso nenhum seja selecionada desvia-se para inicio

//para testar novamente padrão

for(;;)

/* loop forever */

/*********============================================**********

********** Rotina para contagem de tempo **********

**********============================================**********/

//FREQUENCIA DE BARRAMENTO DE 20MHz

void Delay_ON(void) //Configura tempo de estimulação

TPM1SC = 0;

TPM1CNT = 0;

TPM1MOD = Temp_ON; //Temp_ON é uma variável para controlar

//a largura do pulso

TPM1SC = 0x08; //Configura pré-escala para 1 com

//base na frequência de clock e barramento

Conv_ADC();

while(!TPM1SC_TOF) // Aguarda até que contagem de tempo

//termine (estouro de tempo)

void Delay_OFF(void) // Timer para nível baixo do pulso

Page 126: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

108

TPM1SC = 0;

TPM1CNT = 0;

TPM1MOD = Temp_OFF; //Temp_OFF é uma variável para

//controlar a frequência

TPM1SC = 0x0F; //Configura pré-escala para 128 com

//base na frequência de clock de barramento

Atu_Corrent_LCD();

while(!TPM1SC_TOF) // Aguarda até que contagem de tempo

//termine (estouro de tempo)*

void Delay_long(unsigned int Tempo) //Configurável para até

//0.4 segundos

TPM1SC=0;

TPM1CNT = 0;

TPM1MOD = Tempo; //Define tempo de contagem para período

//de clock de 6.4us.

TPM1SC = 0x0F; //Configura pré-escala para 128 com

//base na frequência de clock de barramento

Atu_Corrent_LCD();

while(!TPM1SC_TOF) // Aguarda até que contagem de tempo

//termine (estouro de tempo)

void Delay_long_min()

TPM2SC=0;

TPM2CNT = 0;

TPM2MOD = 62500; //Define tempo de 0.4 segundos

TPM2SC = 0x4F; //Configura pré-escala para 128 com

//base na frequência de clock de barramento

//e ativa interrupção por estou de tempo

void Delay_5ms(void)

TPM1SC=0;

TPM1CNT=0;

TPM1MOD=50000;

TPM1SC=0x09; //Configura pré-escala para 2 com

//base na frequência de clock de barramento

while(!TPM1SC_TOF)

void TIMER_KBI(void) //Interrupção a cada 50us

TPM3SC=0;

TPM3CNT=0;

TPM3MOD=1000;

TPM3SC=0x48; //Configura pré-escala para 1 com

//base na frequência de clock de barramento

Page 127: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

109

/*********============================================**********

********** Parâmetros para inicialização T, P, F e I **********

********** Define padrão “Default” do sistema **********

**********============================================**********/

void Param_init(void)

Temp_ON = T100us; /*Largura do pulso definida em 100us para

inicialização*/

start_stop = 0x00; /*Estimulação desativada para inicialização*/

PTCD_PTCD3 = 0; /*Saída V1 = 0, pois estímulos serão monofásicos*/

PTGD = 0; /*Inicializa teclas de saída em '0'para gerar*/

PTFD = 0; /* interrupção por teclado*/

Modo = 5; //Padrão de estimulação inicial sendo o TOF

OUT_DA = 0; //inicia saída do DAC como 0V

Temp_8min = 0; //Variável de limite mínimo de tempo para pos-tet

TIMER_KBI(); //Inicia timer de interrupção para mapeamento de teclado

//a cada 5us

/*********============================================**********

********** Rotina para mapeamento de TECLADO **********

********** matricial da Figura 3.5 **********

**********============================================**********/

void Teclado(void)

if(PTGD_PTGD0==0)

if(PTGD_PTGD4==0) //Seleciona função SIMPLES

Posic_Cursor(1,8);

Escr_LCD("TETANICO");

Modo = 2;

Int_corrent = 0x00;

OUT_DA = Int_corrent;

Posic_Cursor(2,1);

Escr_LCD("STOP ");

while(PTGD_PTGD4==0)

return;

if(PTDD_PTDD2==0) //Seleciona decrementa corrente

START_STOP();

while(PTDD_PTDD2==0)

return;

if(PTDD_PTDD3==0)

Inc_Freq();

while(PTDD_PTDD3==0)

return;

Page 128: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

110

else return;

if(PTGD_PTGD1==0)

if(PTGD_PTGD4==0) /*Seleciona função TETANICO*/

Posic_Cursor(1,8);

Escr_LCD("SIMPLES ");

Modo = 1;

Int_corrent = 0x00;

OUT_DA = Int_corrent;

Posic_Cursor(2,1);

Escr_LCD("STOP ");

while(PTGD_PTGD4==0)

return;

return;

if(PTDD_PTDD2==0) //Seleciona função START_STOP

Dec_Int();

while(PTDD_PTDD2==0)

return;

if(PTDD_PTDD3==0) //Habilita estimulação

Dec_Per(); //Seleciona decremento do período

while(PTDD_PTDD3==0)

return;

else return;

if(PTGD_PTGD2==0)

if(PTGD_PTGD4==0) //Seleciona função D-B-S

Posic_Cursor(1,8);

Escr_LCD("D-B-S ");

Modo = 4;

Int_corrent = 0x00;

OUT_DA = Int_corrent;

Posic_Cursor(2,1);

Escr_LCD("STOP ");

while(PTGD_PTGD4==0)

return;

if(PTDD_PTDD2==0) //Seleciona incrementa corrente

Inc_Int();

Page 129: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

111

while(PTDD_PTDD2==0)

return;

if(PTDD_PTDD3==0)

Inc_Per(); //Seleciona incremento do período

while(PTDD_PTDD3==0)

return;

else return;

if(PTGD_PTGD3==0)

if(PTGD_PTGD4==0) //Seleciona função TOF

Posic_Cursor(1,8);

Escr_LCD("T-O-F ");

Modo = 5;

Int_corrent = 0x00;

OUT_DA = Int_corrent;

Posic_Cursor(2,1);

Escr_LCD("STOP ");

while(PTGD_PTGD4==0)

return;

if(PTDD_PTDD2==0) //Seleciona incrementa periodo

Posic_Cursor(1,8); //Seleciona função POS-TETANICO

Escr_LCD("POS-TET ");

Modo = 3;

Int_corrent = 0x80;

while(PTDD_PTDD2==0)

return;

if(PTDD_PTDD3==0) //Seleciona decrementa período

Dec_Freq();

while(PTDD_PTDD3==0)

return;

else return;

else return;

Page 130: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

112

/*********============================================**********

********** Função START_STOP habilita estímulo **********

**********============================================**********/

void START_STOP(void)

switch(start_stop)

case 1: //Verifica se inicialmente ligado

start_stop=0; //Então desliga estímulo

Int_corrent = 0x00;

PTCD_PTCD4 = 0;

OUT_DA = Int_corrent;

Posic_Cursor(2,1);

Escr_LCD("STOP ");

break;

case 0: //Verifica se inicialmente desligado

start_stop=1;

Posic_Cursor(2,1);

Escr_LCD("00mA");

break;

default:

break;

/*********============================================**********

********** Incrementa/decrementa largura do pulso. Varia a largura **********

********** do período de acordo com o mostrado na Figura 4.3 **********

**********============================================**********/

void Inc_Per(void)

if (Temp_ON == T100us)

Temp_ON = T200us; //Define tempo em “alto” para 200us

Posic_Cursor(1,1);

Escr_LCD("200us");

return;

if (Temp_ON == T200us)

Temp_ON = T300us; //Define tempo em “alto” para 300us

Posic_Cursor(1,1);

Escr_LCD("300us");

return;

if (Temp_ON == T300us)

Temp_ON = T300us; //Define tempo em “alto” para 300us

Posic_Cursor(1,1);

Escr_LCD("300us");

return;

Page 131: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

113

void Dec_Per(void)

if (Temp_ON == T100us)

Temp_ON = T100us; //Define tempo em “alto” para 100us

Posic_Cursor(1,1);

Escr_LCD("100us");

return;

if (Temp_ON == T200us)

Temp_ON = T100us; //Define tempo em “alto” para 100us

Posic_Cursor(1,1);

Escr_LCD("100us");

return;

if (Temp_ON == T300us)

Temp_ON = T200us; //Define tempo em “alto” para 100us

Posic_Cursor(1,1);

Escr_LCD("200us");

return;

/*********============================================**********

********** Incrementa/decrementa intensidade estímulo. Varia **********

********** a amplitude de acordo com o mostrado na Figura 4.17 **********

**********============================================**********/

void Inc_Int(void)

if (Int_corrent == 0xFF)

PTFD = Int_corrent;

return;

else

Int_corrent = (Int_corrent + 0x02);

PTFD = Int_corrent;

return;

void Dec_Int(void)

if (Int_corrent == 0x00)

Int_corrent = 0x00;

PTFD = Int_corrent;

return;

else

Int_corrent = (Int_corrent - 0x02);

PTFD = Int_corrent;

return;

Page 132: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

114

/*********============================================**********

********** Incrementa/decrementa frequência estímulo **********

********** como mostrado nas Figuras 4.5, 4.6 e 4.8 **********

**********============================================**********/

void Inc_Freq(void)

switch(Modo)

case 1:

if(Freq == 2)

Freq = 2;

Temp_OFF = 62500;

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("1.0Hz ");

break;

Freq = Freq - 2; //Decrementa a frequencia em passos de 1Hz até 0,1Hz

if(Freq==2)

Temp_OFF = 62500; //Define Temp_OFF = 0,4 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("1.0Hz ");

break;

if(Freq==18)

Temp_OFF = 28125; //Define Temp_OFF = 0,18 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.2Hz ");

break;

if(Freq==16)

Temp_OFF = 17187; //Define Temp_OFF = 0,11 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.3Hz ");

break;

if(Freq==14)

Temp_OFF = 12187; //Define Temp_OFF = 0,078 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.4Hz ");

break;

if(Freq==12)

Temp_OFF = 10468; //Define Temp_OFF = 0,067 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.5Hz ");

break;

if(Freq==10)

Temp_OFF = 10468; //Define Temp_OFF = 0,067 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Page 133: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

115

Escr_LCD("0.6Hz ");

break;

if(Freq==8)

Temp_OFF = 12187; //Define Temp_OFF = 0,078 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.7Hz ");

break;

if(Freq==6)

Temp_OFF = 17187; //Define Temp_OFF = 0,11 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.8Hz ");

break;

if(Freq==4)

Temp_OFF = 28125; //Define Temp_OFF = 0,18 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.9Hz ");

break;

else break;

case 2: //Incrementa par 100Hz

Temp_OFF = 1562; //Define periodo de 10ms

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("100Hz ");

break;

default:

break;

void Dec_Freq(void)

switch(Modo)

case 1:

if(Freq == 20)

Freq = 20;

Temp_OFF = 62500; //Define Temp_OFF = 0,4 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.1Hz ");

break;

Freq = Freq + 2; //Decrementa a frequencia em passos de 1Hz até 0,1Hz

if(Freq==20)

Temp_OFF = 62500; //Define Temp_OFF = 0,4 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.1Hz");

break;

Page 134: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

116

if(Freq==18)

Temp_OFF = 28125; //Define Temp_OFF = 0,18 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.2Hz ");

break;

if(Freq==16)

Temp_OFF = 17187 ; //Define Temp_OFF = 0,11 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.3Hz ");

break;

if(Freq==14)

Temp_OFF = 12187; //Define Temp_OFF = 0,078 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.4Hz ");

break;

if(Freq==12)

Temp_OFF = 10468; //Define Temp_OFF = 0,067 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.5Hz ");

break;

if(Freq==10)

Temp_OFF = 10468; //Define Temp_OFF = 0,067 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.6Hz ");

break;

if(Freq==8)

Temp_OFF = 12187; //Define Temp_OFF = 0,078 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.7Hz ");

break;

if(Freq==6)

Temp_OFF = 17187; //Define Temp_OFF = 0,11 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.8Hz ");

break;

if(Freq==4)

Temp_OFF = 28125; //Define Temp_OFF = 0,18 segundos

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("0.9Hz ");

break;

else break;

Page 135: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

117

case 2: //Decrementa par 50Hz

Temp_OFF = 3125; //Define periodo de 20ms

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD(" 50Hz ");

break;

default:

break;

/*********============================================**********

********** Funções de leitura e escrita no LCD **********

**********============================================**********/

//Função de escrita de frases no display

void Escr_LCD(char *string)

while(*string)

Testa_bit();

RS = 1;

RW = 0;

DADOS = *string;

E=1;

asm

nop

nop

nop

E = 0;

string++;

//Função de escrita numérica no display (converte para ASCII)

void Escr_num(unsigned char Numero)

unsigned char i = 0;

Testa_bit();

RS = 1;

RW = 0;

i = (Numero/10);

DADOS = 48+i;

E = 1;

asm

nop

nop

nop

E = 0;

Testa_bit();

RS = 1;

RW = 0;

DADOS = 48+(Numero - (i*10));

Page 136: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

118

E = 1;

asm

nop

nop

nop

E =0;

//Função para envio de instrução ao display

void Instr(char Comando)

Testa_bit();

RS = 0;

RW = 0;

DADOS = Comando;

E = 1;

asm

nop

nop

nop

E = 0;

//Função para inicialização do LCD

void Init_LCD(void)

Instr(0x38);

Instr(0x38);

Instr(0x06);

Instr(0x0c);

Instr(0x01);

//Função para posicionamento do curso

void Posic_Cursor(byte Linha, byte Coluna)

Testa_bit();

RS = 0;

RW = 0;

switch(Linha)

case 1:

Coluna--;

DADOS = 0x80 + Coluna;

break;

case 2:

Coluna--;

DADOS = 0xC0 + Coluna;

break;

default:

return;

E = 1;

Page 137: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

119

asm

nop

nop

nop

E = 0;

//Limpa display

void Limpa_LCD(void)

Testa_bit();

RS = 0;

RW = 0;

DADOS = 0x01;

E =1;

asm

nop

nop

nop

E = 0;

//Testa o bit Busy Flag para ver se LCD está livre

void Testa_bit(void)

RS = 0;

RW = 1;

PTADD = 0x00;

E =1;

asm

nop

nop

nop

while(BUSY_FLAG)

E = 0;

RW = 0;

PTADD = 0xFF;

//Atualiza o LCD no que corresponde ao valor da corrente de saída

void Atu_Corrent_LCD(void)

Posic_Cursor(2,1);

Escr_num(ADC_DADO);

//Inicializa padroes iniciais

void CARC_init(void)

Escr_LCD("100us");

Posic_Cursor(1,8);

Escr_LCD("T-O-F");

Page 138: CARLOS ALEXANDRE FERRI - Universidade Estadual de Londrina Alexandre Ferri.pdf · Nas últimas duas décadas, o uso de estimuladores elétricos de nervos periféricos, também conhecidos

120

Posic_Cursor(2,11);

Escr_LCD("2.0Hz ");

Posic_Cursor(2,1);

Escr_LCD("STOP ");

void Conv_ADC (void)

int b;

b = 0;

while( b!=4) //faz 4 amostragem

ADC1SC1 = canal; //Seleciona Amostragem de corrente

while(!ADC1SC1_COCO);

retorno = ADC1R;

ADC1SC1 = 0x1F;

ADC1SC1 = canal; //Seleciona Amostragem de tensao

while(!ADC1SC1_COCO);

retorno = ADC1R;

ADC1SC1 = 0x1F;

return ADC_DADO;