Carlos brás entrevista ao audiencia

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DIRETOR: JOAQUIM FERREIRA LEITE ANO VIII 305 TERÇA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2012 1 IVA INCLUÍDO ENTREVISTA Pág. 4 “Firmino e Guilherme Aguiar devem encontrar uma solução” PRESIDENTE DA JUNTA DE GULPILHARES CONSIDERA QUE PSD “TEM CONDIÇÕES PARA CONTINUAR A GANHAR” EM GAIA MATOSINHOS Pág. 9 Mãe de Rui Pedro caminha em memória das crianças desaparecidas GONDOMAR Págs. 6 e 7 POLÍTICA Pág. 8 Carneiro ameaça vir para a rua combater medidas do Governo “Sou candidato à Comissão Política mas não à Câmara de Gondomar” CARLOS BRÁS QUER LEVAR PS À VITÓRIA NAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS EM 2012 DEPUTADO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL APOIA JOSÉ LUÍS CARNEIRO À DISTRITAL DO PORTO PRESIDENTE JUNTA DE MATOSINHOS GALARDOADO COM PRÉMIO DE MÉRITO DO ASSOCIATIVISMO “Firmino e Guilherme Aguiar devem encontrar uma solução” ESPECIAL Pág. 19 Resende acolhe XI edição do Festival da Cereja dias 2 e 3 Eduardo Vítor denuncia “enfraquecimento dos limites éticos” MATOSINHOS Pág. 22 Uma semana dedicada à Saúde em Guifões

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DIRETOR: JOAQUIM FERREIRA LEITE ANO VIII Nº 305 TERÇA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2012 1 IVA INCLUÍDO

ENTREVISTA Pág. 4

“Firmino e GuilhermeAguiar devem encontraruma solução”

PRESIDENTE DA JUNTADE GULPILHARES CONSIDERA

QUE PSD “TEM CONDIÇÕES PARACONTINUAR A GANHAR” EM GAIA

MATOSINHOS Pág. 9

Mãe de Rui Pedrocaminha em memória dascrianças desaparecidas

GONDOMAR Págs. 6 e 7 POLÍTICA Pág. 8

Carneiro ameaça virpara a rua combatermedidas do Governo

“Sou candidatoà Comissão Política

mas não à Câmarade Gondomar”

CARLOS BRÁS QUER LEVAR PS À VITÓRIANAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS EM 2012

DEPUTADO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL APOIAJOSÉ LUÍS CARNEIRO À DISTRITAL DO PORTO

PRESIDENTE JUNTA DE MATOSINHOS

GALARDOADO COM PRÉMIO

DE MÉRITO DO ASSOCIATIVISMO

“Firmino e GuilhermeAguiar devem encontraruma solução”

ESPECIAL Pág. 19

Resende acolheXI edição do Festivalda Cereja dias 2 e 3

Eduardo Vítor denuncia“enfraquecimento doslimites éticos”

MATOSINHOS Pág. 22

Uma semana dedicadaà Saúde em Guifões

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6 Terça-feira, 29 de maio de 2012

ENTREVISTA

ENTREVISTA A CARLOS BRÁS, CANDIDATO À COMISSÃO POLÍTICA CONCELHIA DO PS/GONDOMAR

“O projeto é ganhar a CâmaraMunicipal de Gondomar”Apaixonado pela política desde sempre, Carlos Brás exerceatualmente a função de deputado na Assembleia Municipal deGondomar mas, recentemente, decidiu abraçar um projeto maior:a candidatura à Comissão Política Concelhia do PS/Gondomar.Defendendo uma maior aproximação do partido às populações eaos próprios militantes, o candidato pretende pôr termo à “inérciade 20 anos de oposição” e admite que o principal objetivo destacandidatura é preparar, e ganhar, as eleições autárquicas de 2013para a Câmara Municipal de Gondomar. Contudo, Carlos Brás éperentório ao afirmar que não será “seguramente, candidato àCâmara de Gondomar”, deixando essa decisão para os militantesdo partido. Em entrevista ao AUDIÊNCIA, o candidato critica aindaas políticas que têm vindo a ser implementadas em Gondomar econfirma o seu total apoio a José Luís Carneiro nas próximaseleições para a Distrital do PS/Porto.

B.I.

Nome: Carlos BrásIdade: 43 anosFormação: Licenciado emRelações Internacionais e está aacabar o Mestrado emAdministração Pública naUniversidade do MinhoProfissão: funcionário dasfinançasNaturalidade: Alfândega da Fé,mas vive atualmente emGondomar

Por Joana Vasconcelos

Quem é Carlos Brás?É uma pessoa dinâmica, com algumasperspetivas de futuro mas não me definocomo uma pessoa ambiciosa, porqueisso tem um sentido pejorativo que nãose coaduna muito comigo. Tenho perspe-tivas, vontade de contribuir e ajudar omeu partido, o meu concelho, os cida-dãos e a sociedade onde estou inserido.Mas daí até ser ambicioso vai umadistância longa. Sou militante do PS há,sensivelmente, 14 anos, e tenho vindo adesempenhar funções internas nopartido em várias estruturas locais,nomeadamente na Assembleia deFreguesia de Baguim do Monte, naComissão Política Concelhia e, atual-mente, estou no meu segundo mandatona Assembleia Municipal de Gondomar,como líder municipal do PS.

A política sempre esteve nos seushorizontes?Sim. Aliás, pela minha formaçãoacadémica e pelos meus interessespessoais sempre estive muito ligado àpolítica, sempre me interessou muito aatividade política embora nem sempretivesse uma participação ativa. Fuicolaborador da Sonae durante muitosanos, portanto, nesse tempo não tinhadisponibilidade para participar ativamentemas logo que sai do setor privado filiei-me e passei a ter uma participação ativa.Identifico-me completamente com osideais do PS, a filiação veio já tardia masa identificação cresceu comigo, tambémde influências familiares e, no fundo, daleitura que faço da sociedade porquepenso que o PS é o partido que melhorrespostas pode dar aos problemas queo povo português tem.

E foi por isso que decidiu encabe-çar esta candidatura agora?Também. Embora esta candidatura tenhamais a ver com a necessidade que euvejo no PS de Gondomar de se afirmarcomo uma verdadeira alternativa. Com alimitação de mandatos, o atual presidenteda Câmara não se poderá recandidatarem Gondomar, portanto, o PS, quepassou 20 anos na oposição, precisade sangue novo, de ideias e práticasnovas, assim como de se abrir e secredibilizar junto da sociedade para vir amerecer o voto dos eleitores.

Se ganhar as eleições, já sabe oque pretende atingir quandochegarem as autárquicas?Claro. Essa questão levanta-se semprea quem é candidato a uma concelhia,

portanto, tem de estar definida à partida.O projeto e a ambição é ganhar a CâmaraMunicipal de Gondomar.

É essa a sua ideia? Primeiro ganharas eleições no PS e depois ganhara Câmara?Sim, mas que fique bem claro que não émeu intuito ser candidato à Câmara Muni-cipal de Gondomar. Ao ser candidato àComissão Política Concelhia do PS/Gon-domar viso apenas preparar o partidopara que ele possa apresentar umacandidatura credível e vencedora. Nãosou seguramente candidato à Câmarade Gondomar.

Porquê?Por uma razão muito simples. Entendoque há pessoas mais bem colocadas doponto de vista de dinamismo eleitoral paraprotagonizar um projeto ganhador naCâmara.

Quem por exemplo?Há várias pessoas, e não posso, nemdevo, indicar nomes. Tenho as minhaspreferências pessoais mas comodecorre das últimas alterações aosestatutos do PS, serão os militantes doPS a escolher o próprio candidato.Portanto, o papel da Comissão PolíticaConcelhia e do seu presidente épreparar esse ato eleitoral, essa aberturaque o atual Secretário-Geral proporcio-nou aos militantes, de dar voz, dar odireito e o poder de escolha sobre osprimeiros eleitos às Câmaras. Primeiroqueremos dotar o partido em Gondomarde uma base programática e de umainterligação com a sociedade, as institui-ções e o território para que depois sepossa definir um perfil e encaixar lá aspessoas que quiserem. Qualquermilitante pode ser candidato à Câmara,basta que se submeta a sufrágio dosoutros militantes. Portanto, é um processoem aberto.

“Esta é uma candidaturade mudança”

O slogan da sua campanha eleitoralé, precisamente, “Mudar paraGanhar”. Tem a ver com essa mu-dança de liderança que pretendepara Gondomar?Exatamente. Nós entendemos que o PStem de ser mudado, esta é uma candi-datura de mudança, não é uma candida-tura de situação. O partido esteve muitotempo fechado nas sedes, fruto daoposição em que esteve ao longo dosúltimos 20 anos. Está com uma posturatímida, retraída, com dificuldades em

vencer a inércia destes anos todos deoposição. Por isso, temos de mudar opartido para depois podermos ganhar aCâmara Municipal de Gondomar.

Porque o PS é uma minoria emGondomar…Não, do ponto de vista sociológico Gon-domar é um concelho que dá muitasvitórias ao PS, com exceção das autár-quicas para a Câmara. Mas também paraas eleições para a Câmara de Gondomarnão tem propriamente uma identificaçãoideológica, tem uma identificaçãopopulista. O Valentim Loureiro ganhou aCâmara Municipal pelo PSD e continuoua ganhá-la como independente. Não háaqui uma barreira ideológica.

E com a impossibilidade da recan-didatura de Valentim Loureiro essaporta abre-se para que o PS possaentrar mais facilmente…Sim, é uma porta o facto de ele não poderser candidato, mas parece que osindependentes em Gondomar, segundosei, já se refiliaram no PSD e estão-se areorganizar em torno da sigla do PSDpara poderem ir às autárquicas em 2013.

Além desse objetivo de conquistara Câmara, quais são os outrosprincípios que estão por detrásdesta candidatura?Por detrás desta candidatura estão,essencialmente, os princípios da apro-ximação e da credibilização. Aproxima-ção em primeiro aos militantes porquetemos tido práticas que importa alterardentro do PS/Gondomar, algumas lógicasde poderes menores que estão instituí-das e que temos de alterar. É importanteracionalizar os centros de decisão, enão quero dizer nomes, mas é certo quenestes 20 anos, o partido preocupou-se muito com as lógicas de poder interno,com as pequenas capelinhas e muitopouco com a população, em ir para arua, em ganhar credibilidade e emmerecer o voto dos eleitores. Portanto,temos de dar voz aos militantes paraque eles possam ser os nossosinterlocutores na sociedade. O PS/Gondomar tem, neste momento, cercade 1500 militantes com capacidadeeleitoral ativa mas tem muitos mais que,não tendo essa capacidade, se identi-

eletricidade que se consome em Portugal,nunca tinha sido visitada por um partidopolítico, assim como a Comissão deProteção de Crianças e Jovens.

E acha que é esse contacto com apopulação que irá dar outra visibi-lidade ao PS/Gondomar?Seguramente que sim. Não podemos teruma proposta que seja vencedoradesligada do contexto social e territorialonde estamos inseridos. Seria muito fácilpara nós fecharmo-nos dentro de umasala e, com duas ou três pessoas comcapacidades de redação, fazermos umamoção, um programa até. Não seriadifícil, simplesmente, esse programaestaria desligado da realidade, aspessoas não se iriam rever nele. Temosde iniciar o percurso para ganhar a Câ-mara Municipal e tem de passar por estaaproximação ao território, às populaçõese às instituições. Por exemplo, em Gon-domar temos centenas de associaçõese o PS tem estado desligado do movi-mento associativo. Não é possível haveruma alternativa que não tenha em contao movimento associativo de Gondomar.

“Gondomar continua a ser umdos concelhos da cauda da Área

Metropolitana do Porto”

Referiu que foi visitar os resíduosperigosos depositados em SãoPedro da Cova. O PS está preocupa-do com esse assunto?Esse é um assunto que carece de umasolução. Penso que já está em curso eque terá agora um fim à vista. A CCDR-Ninteressou-se pelo assunto, foram feitascolheitas de amostras, confirmou-se aperigosidade dos resíduos… Na Assem-bleia Municipal já aprovamos algumasmoções nesse sentido também mas aquestão andou muitos anos encoberta.Estão envolvidas muitas instituições,muitos responsáveis políticos locais,regionais e nacionais, até ao nível gover-nativo, e penso que, finalmente, vamoster uma solução. Segundo sei estavaprevista a remoção para depois do verão,não sei se será conforme está calenda-rizado mas penso que já levantamos oproblema de forma suficiente para quetenha um fim à vista brevemente.

Como é que vê Gondomar nestemomento?Com muita preocupação. Gondomarcontinua a ser, em termos de indicadoresde desenvolvimento, um dos concelhosda cauda da Área Metropolitana do Porto.Não temos uma centralidade geográficaem Gondomar, somos um concelho commuita movimentação pendular detrabalhadores para a cidade do Porto.Não temos uma política real de educação,aliás, houve agora uma grande polémicacom a reformulação dos agrupamentosporque penso que não houve umaligação territorial e muitas vezes é o que

ficam e estão inscritos como militantes esão uma ramificação que tem de serpotenciada. Temos de ir à sociedade, àsinstituições e fazer valer os pontos devista do PS junto dessas pessoas.

E até agora isso não tem acontecido?Não. O partido fecha-se. Tem grandesdiscussões internas mas tudo muitofechado dentro das sedes. Nesta altura,todos os partidos têm uma má conotaçãojunto da população. As pessoas olhampara um partido ou para os autarcas e atendência que têm é generalizar: sãotodos aldabrões, são todos corruptos. Enós temos de mostrar à população quenão é assim. Dentro da classe políticahá bons e maus autarcas, há mais sériose menos sérios e temos de puxar peloque de melhor há no PS/Gondomar.

Pretendem então sair para a rua einverter essa tendência das últi-mas décadas?Sim, esta campanha foi já planeada deforma a que os militantes possam verque há uma outra forma de fazer política.Apesar de estarmos dentro de umacampanha interna, visitamos algumasinstituições, fomos à rua em S. Pedro daCova para tomar conhecimento dalocalização dos resíduos perigosos,fomos visitar o cavalete de São Vicente,o Museu Mineiro, o Centro Republicanode Fânzeres, a Central Termoelétrica daTapada do Outeiro ou a Comissão deProteção de Crianças e Jovens. Istoporquê? Porque temos uma série depreocupações ao nível ambiental, aonível da economia, da saúde, daeducação e não nos podemos afirmarcomo alternativa se não conhecermos oterritório. É essa a grande aposta danossa campanha, visitar o território,dialogar com as instituições e conheceras populações. E esta campanha já foiinovadora porque nalguns locais quevisitamos disseram-nos que nuncatinham sido contactados por nenhumpartido político.

Acha que é uma falha muito grande?Claro, não só do PS mas de todos ospartidos do espetro político de Gondomar.A Central da Tapada do Outeiro, que ésimplesmente responsável pela produ-ção de 15/20 por cento de toda a

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acontece quando as políticas são defini-das nos gabinetes sem se ir ao terreno.Gondomar tem imensos problemas deemprego, tem muitos problemas desegurança também, tem zonas de algumaperigosidade, tem bairros e zonasresidenciais conflituosas, fruto tambémda política que foi seguida pelo atualpresidente da Câmara em termos habita-ção social, pois criou guetos nalgumasdas freguesias mais importantes doconcelho. Há também um grande índicede desemprego jovem, problemas deinvestimento privado, sobretudo porquea Câmara de Gondomar transformou-se, ao longo destes 20 anos, numainstituição de valorização imobiliária.

Porque diz isso?Porque os nossos responsáveispolíticos estiveram sempre maispreocupados com a utilização a dar aossolos do que propriamente em cativarinvestidores. Temos bem próximo oconcelho de Valongo que no limite dosdois concelhos está a criar uma zonaindustrial e comercial onde as pessoasse sentem bem para investir. EmGondomar isso não acontece. Foi criadauma teia que não deixa alternativa aosinvestidores que sejam neutros; ou estãocolados ao regime ou então não temhipótese de investir porque são-lhescriadas imensas dificuldades a todos osníveis e as pessoas acabam por ir investirnoutros concelhos.

Acha então que o PS pode ser essamudança necessária para alterar orumo de Gondomar?Gondomar já está na cauda dos índicesde desenvolvimento e se não forinvertida esta tendência o que vai acon-tecer é que este concelho será, mera-mente, dormitório sem polos de atração,sem centralidades e as pessoas irão aGondomar para dormir, única e exclu-sivamente.

“O partido precisa de união paraganhar as eleições autárquicas”

O que o diferencia do seu adver-sário, Luís Filipe Araújo?Do ponto de vista pessoal nada me movecontra o meu adversário, tenho a maiorestima e consideração por ele, masentendo que Luís Filipe Araújo repre-senta um PS que está completamenteultrapassado no tempo. Ficou preso nos20 anos de oposição. Portanto, há umapostura completamente diferente naabordagem. E aproveito a oportunidadepara apelar aos militantes do PS/Gondomar para que votem na Lista B,que confiem em mim. Já me conhecemdos mandatos que tenho vindo a exercere sabem que sou responsável, que nãofalto aos meus compromissos e quehonro todos os mandatos que assumo.Portanto, podem ficar descansados que,

no dia seguinte, independentemente doresultado, estaremos todos do mesmolado a lutar para ganhar a Câmara.

Com Luís Filipe Araújo só pode-mos contar com candidatos comoIsabel Santos?Nem Luís Filipe Araújo nem Carlos Brásvão definir os candidatos à Câmara, sãoos militantes que vão fazer essa escolha.É evidente que cada uma das candida-turas tem um perfil distinto para ocandidato e entendo que o projeto IsabelSantos se esgotou para Gondomar. Eesgotou-se logo no momento a seguiràs eleições quando ela saiu de Gondomar

No mesmo dia em que se realizam as elei-ções no PS/Gondomar, haverá tambémeleições ao nível da distrital e já demonstrouo seu apoio a um dos candidatos…Sim, apoio o José Luís Carneiro por vários motivos.Em primeiro, pelo plano pessoal, porque foi meucolega na Universidade Lusíada, e há uma grandeafinidade mas há também um reconhecimento dasqualidades humanas que ele tem que, se calhar,muitos militantes mais distantes terão algumadificuldade em apreender. É uma pessoa dotadade excelentes capacidades técnicas, morais eintelectuais para desempenhar as funções depresidente da Distrital. Do ponto de vista político, omandato que tem desempenhado na CâmaraMunicipal de Baião fala por si. Ainda há poucotempo foi publicado o anuário dos municípiosrelativo ao ano de 2010 e Baião aparece comouma das Câmaras mais bem geridas do país.

Acredita que José Luís Carneiro é a pessoaindicada para o cargo então?Acompanho o mandato que ele tem feito em Baiãoe a forma como ele fala com as pessoas,independentemente do seu estrato social, dasqualidades ou capacidades. A aproximação àspessoas é fantástica. Por exemplo, uma parte doorçamento daquela Câmara é feito em deslocaçõesàs Juntas de Freguesia. Ele vai a cada freguesiaperguntar às pessoas quais são as necessidadese as prioridades de investimento e depois faz umacoisa que em Portugal há pouca tradição que éprestar contas no local. A maior parte dos nossosautarcas presta essas contas num documento muito bem elaborado do pontode vista técnico que é o relatório e contas na Assembleia Municipal, onde éaprovado por maioria, porque há um alinhamento de forças entre a AssembleiaMunicipal e os executivos municipais, e não passa dai. O José Luís não, ele vaiao terreno, explica às pessoas onde foi gasto o dinheiro.

Faz a tal política de proximidade que Carlos Brás pensa ser necessáriano partido?Exato, e isso é fundamental porque as pessoas tendem a entender e a perceberque o dinheiro é um recurso escasso e que não pode ser atendido tudo aomesmo tempo, tem de haver uma hierarquização de prioridades.

Tal como em Gondomar, no Porto o atual presidente de Câmara não

“Mais do que nunca, a candidaturade José Luís Carneiro faz sentido”

se poderá recandidatar. Acha que estaseleições podem dar uma volta no GrandePorto?É a grande oportunidade para o PS e o Norte seafirmarem. O PS perdeu, há uns meses, do pontode vista político, a voz no Porto. O atual mandatonão foi cumprido na íntegra. Já fui apoiante do JoséLuís Carneiro há dois anos e, nessa altura,sentíamos que era necessário que ele fossecandidato e que ganhasse as eleições para afirmaro Porto e o Norte, e tínhamos tanta razão queacabou por se confirmar que o camarada RenatoSampaio não cumpriu o mandato, abandonou, semrazões evidentes. Ninguém lhe criou obstáculos,tinha tudo para cumprir o mandato, e simplesmentedeixou o PS/Porto sem voz e sem rumo. Portanto,mais do que nunca, a candidatura do José LuísCarneiro faz sentido e a vitória dele é importante.

Para atingir o objetivo da Câmara Municipal?As próximas autárquicas vão ser um teste de fogopara o PS, quer para a direção nacional quer paraas distritais entretanto eleitas. Pelo que conheçodo programa do José Luís Carneiro e da sua moção,ele respeitará as decisões que as concelhiastomarem, salvo se o nível de conflitualidade for talque ponha em risco as aspirações do PS. De outraforma serão as concelhias as responsáveis peladecisão e escolha dos candidatos e equipas. Osmilitantes têm o poder, através do voto, de escolherquem é o candidato. A Câmara do Porto éemblemática para nós e é um desafio enorme. Háalgumas pessoas bem colocadas no terreno para

protagonizarem um projeto credível e vencedor e não será, seguramente, o JoséLuís Carneiro que, quando ganhar, irá boicotar algum desses processos.

Está então confiante na vitória de José Luís Carneiro embora ele tenhapela frente um adversário à altura?Sim, desta vez o adversário tem características algo diferentes do anterior. Épresidente de uma Câmara [Matosinhos] emblemática para o PS, de grande dimensão,mas penso que está criada a conjuntura propícia à vitória do José Luís Carneiro. E,neste caso, há um grande paralelismo entre a situação de Gondomar e a situaçãodo distrito. Nós, tal como o José Luís Carneiro, somos uma candidatura de mudança.Não somos de situação, não defendemos o status quo, defendemos inovação,mudança e, da mesma forma que estou convencido que ganharemos em Gondomar,estou convencido que o José Luís Carneiro ganhará a distrital do Porto.

e abandonou o cargo de vereadora parair para o Governo Civil do Porto. Contudo,se ela quiser ser candidata à Câmara deGondomar tem de se sujeitar às urnas,tem de falar com os militantes, assimcomo os outros todos.

Mas não é um nome que entre nasua lista?Não é um nome que eu ache que poderátrazer vitórias ao PS em Gondomar.Entendo que o PS para ganhar a Câmarade Gondomar tem de iniciar um novociclo, apresentar-se com um rosto novoe desvinculado da inércia do passadorecente. Depois veremos quem tem o

perfil mais adequado.

Quem é que o acompanha?Nós temos um grupo enorme de pes-soas, desde os mais humildes aos maisdestacados. Posso dizer que, de entreseis presidentes de Junta que são eleitospelo PS, quatro estão a acompanhar-meneste projeto: o presidente da Junta deRio Tinto, Marco Martins, o presidenteda Junta de Baguim do Monte, NunoCoelho, o presidente da Junta da Foz doSousa, Isidro Sousa e o presidente daJunta de Covelo, Silvino Paiva. Mas temospessoas de todos os níveis de interven-ção, é um leque alargado, não somos

elitistas. O nosso perfil é o da defesa dotrabalho efetivo, privilegiando o critérioda disponibilidade das pessoas emassumir as funções a que se candidatam.

Se ganhar irá chamar o seuadversário para trabalhar consigo?Não tenho a presunção de dizer que osbons estão todos do meu lado. A minhapostura é de, no dia a seguir às eleições,estarmos todos do mesmo lado. O partidoem Gondomar precisa de união paraganhar as eleições autárquicas. E claroque gostava de ter Luís Filipe Araújo atrabalhar o mais próximo de mim, e fareio convite para que isso aconteça.

NO DIA DO AUTOR PORTUGUÊS

“Das origens aos sonhos”apresenta pinturas de Victor CostaFoi inaugurada no passado dia 19 de maio, no Auditório Municipal de Gondomar,a mais recente exposição de pintura de Victor Costa, intitulada “Das origensaos sonhos”. A mostra, patente ao público até 17 de junho, dá a conheceralgumas das obras de umapaixonado pelo artesanatoe pela tecelagem, que en-controu na pintura outraforma de se expressar. Alémde estar patente na Sala JúlioResende do Auditório Mu-nicipal de Gondomar, háainda a possibilidade devisitar a exposição do artista,nascido em Coimbra, atravésda sua galeria virtual, dis-ponível no sítio da CâmaraMunicipal de Gondomar. VP

EXPOSIÇÃO ESTÁ PATENTE ATÉ 17 DE JUNHO, EM GONDOMAR

No âmbito das comemorações do Dia do Autor Por-tuguês, a Área Metropolitana do Porto delineou um“périplo literário” pelas 14 Bibliotecas Municipais quea integram.A atividade, intitulada “Vem conhecer os meus auto-res...”, foi uma comemoração à escala metropolitana– que decorreu, em simultâneo, da Póvoa do Varzimaté Vale de Cambra. A iniciativa consistiu numa“partilha” de autores originários de cada município,que apresentaram as suas obras numa dinâmica dereciprocidade. Nesta lógica, o autor que visita umdeterminado concelho sabia que, ao mesmo tempo,tinha um colega autor a ser recebido no seu.A Gondomar, coube um intercâmbio com Valongo. Aautora gondomarense Fina D’Armada visitou aBiblioteca Municipal de Valongo. E, por sua vez, amuseóloga e escritora Paula Machado apresentou,na Biblioteca Municipal de Gondomar, o seu livro“Bugiadas”. FCR

Gondomar e Valongo em intercâmbio