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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Carpooling na FEUP
Caracterização e Utilização
Projeto FEUP 1º Ano – MIEIC / MIEIG:
Armando Sousa (coordenador geral) Nuno Flores (MIEIC)
Pedro Amorim (MIEIG)
Equipa GI10:
Supervisora: Vera Miguéis Monitora: Catarina Almeida
Estudantes & Autores:
João Pinheiro-Torres [email protected]
Luís Souto [email protected] Ricardo Cerqueira [email protected]
Nuno Pinto [email protected] Sérgio Domingues [email protected]
Pedro Castro [email protected] Vasco Pereira [email protected]
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
2
Resumo
O tema proposto ao nosso grupo (Grupo GI10, constituído por estudantes do 1º
ano do Mestrado Integrado em Engenharia Industrial e Gestão e do Mestrado
Integrado em Engenharia Informática e Computação), no âmbito da Unidade
Curricular “Projeto FEUP”, foi “Carpooling na FEUP”, focado especialmente na sua
caracterização e utilização.
O relatório inclui uma estimativa de carácter ambiental, que diz respeito às
emissões de dióxido de carbono, e outra que estima o impacto no número de
pessoas que beneficiariam dos parques de estacionamento da FEUP, caso
houvesse uma prática mais frequente de Carpooling.
Direcionou-se o trabalho principalmente para o estudo do comportamento dentro
da FEUP. Nesse sentido, e para melhorar a compreensão do grupo acerca do
Carpooling, decidiu-se fazer um inquérito não só dentro das instalações da
Faculdade de Engenharia, como também noutras instituições de ensino superior que
a rodeiam (FEP, FADEUP e ISEP), para permitir comparar a atual situação da FEUP
com outros locais em condições semelhantes.
Palavras-Chave
Carpooling
Partilha de carro
Meio de transporte
Plataformas online
Impacto ambiental
Impacto no estacionamento
Eficiência
Rapidez
Custo
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
3
Índice
Lista de acrónimos (pág.4)
Glossário (pág. 4)
Índice de Gráficos (pág. 4)
1. Introdução (pág. 5)
1.1 Objetivos (pág. 5)
2. Carpooling: o que é? (pág. 6)
2.1 Plataformas online que facilitam o Carpooling (pág. 7)
2.2 Argumentos a favor e contra a prática do Carpooling (pág.7)
2.3 Impacto da prática do Carpooling na redução das emissões de dióxido de carbono
(pág. 10)
3. Carpooling na FEUP (pág. 12)
3.1 Impacto da prática do Carpooling na ocupação dos lugares de estacionamento da
FEUP (pág. 12)
3.2 Inquérito, análise dos dados e identificação de segmentos de utilização (pág. 13)
3.2.1 Resultados na FEUP (pág. 15)
3.2.2 Comparação com outras instituições de Ensino Superior (pág. 18)
4. Conclusão e trabalhos futuros (pág. 20)
Referências bibliográficas (pág. 21)
Anexos (pág. 22)
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
4
Índice de Gráficos
Gráfico 1: Intervalos de idades por sexo na FEUP (pág. 15)
Gráfico 2: Distância percorrida por sexo na FEUP (pág. 15)
Gráfico 3: Conhecimento do conceito por sexo na FEUP (pág. 16)
Gráfico 4: Prática de carpooling por sexo na FEUP (pág. 16)
Gráfico 5: Conhecimento do conceito por idade na FEUP (pág. 16)
Gráfico 6: Prática de carpooling por idade na FEUP (pág. 17)
Gráfico 7: Conhecimento do conceito por distância na FEUP (pág. 17)
Gráfico 8: Prática de carpooling por distância na FEUP (pág. 17)
Gráfico 9: Sexo dos inquiridos por instituição (pág. 18)
Gráfico 10: Intervalos de idades por instituição (pág. 18)
Gráfico 11: Intervalos de distância por instituição (pág. 19)
Gráfico 12: Conhecimento do conceito por instituição (pág. 19)
Gráfico 13: Prática de carpooling por instituição (pág. 19)
Lista de acrónimos
SOV - Single Occupancy Vehicle (veículo ocupado apenas pelo condutor)
FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
FEP – Faculdade de Economia da Universidade do Porto
FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
ISEP – Instituto Superior de Engenharia do Porto
Glossário
CO2 - Fórmula química do dióxido de carbono
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
5
1. Introdução
Numa era marcada pela partilha de informação a velocidades vertiginosas, é de
esperar que a esta surjam associadas novas formas de aproveitar os meios de
transporte já existentes. O conceito de partilha de automóvel com custos divididos
não é, de maneira nenhuma, novo. Contudo, e graças ao advento das novas
tecnologias e ao aparecimento de plataformas online, é hoje muito mais fácil
encontrar um grupo de pessoas com a intenção de se deslocar para o mesmo local.
Esta novidade leva a que cada vez mais pessoas recorram ao carpooling como
meio de transporte eficaz e capaz de dar resposta às exigências quotidianas. Neste
sentido, procurou-se estudar até que ponto esta mudança de paradigma se tem feito
sentir na FEUP, no âmbito do tema “Carpooling na FEUP”, através de inquéritos
realizados pessoalmente.
1.1 Objetivos
No âmbito deste projeto, tentou-se responder a uma série de objectivos
propostos. Em primeiro lugar, enquadrou-se a prática de carpooling segundo um
contexto nacional e global.
De seguida, procurou-se mencionar os benefícios que advêm diretamente da
prática do carpooling, nomeadamente sob o ponto de vista ambiental (diminuição
das emissões de dióxido de carbono).
Para além desta perspetiva, não devem ser esquecidas as vantagens que a
mesma traria ao nível do aumento do lugares para estacionamento, algo que seria
inegavelmente benéfico para todos os alunos e pessoal da Faculdade de
Engenharia.
Por fim, informação sobre o carpooling na FEUP e noutras instituições de ensino
superior próximas desta, com o intuito de comparar os resultados obtidos e tirar
conclusões, nomeadamente no que diz respeito à identificação de diferentes
segmentos de utilizadores e ao impacto decorrente desta prática em cada um dos
segmentos identificados.
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
6
2. Carpooling: o que é?
De uma forma genérica, carpooling diz respeito à partilha do carro particular por
duas ou mais pessoas, com o intuito de reduzir os custos inerentes ao transporte
(combustível, portagens, entre outros). Face ao aumento da ocupação dos
automóveis, esta prática implica uma diminuição dos veículos em circulação,
evitando o congestionamento de trânsito (Campos 2002).
Carpooling é muitas vezes referido como sinónimo de “ride sharing” (sobretudo
nos Estados Unidos) ou de “car-sharing” (especialmente no Reino Unido), embora
este último termo diga respeito, na grande maioria dos países, a um serviço
semelhante àquele que se obtém aquando do aluguer de um carro (Campos 2002).
Ao longo do relatório, utilizar-se-á exclusivamente a palavra “carpooling”, de forma a
evitar a ambiguidade a ela inerente.
O carpooling constitui uma opção viável para Commuting (conjunto de viagens
de caráter regular, em geral diário, entre casa e o local de trabalho ou de estudo),
sendo portanto uma alternativa aos transportes públicos e aos SOV (Single
Occupancy Vehicle – veículo ocupado apenas pelo condutor). É uma abordagem
que permite uma utilização mais eficiente dos recursos já existentes, sendo esses
recursos, neste caso, os automóveis (Levofsky e Greenberg 2001).
Figura 1. Pessoas que optaram pelo Carpooling como meio de transporte. (Carpooling.com
2013)
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
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2.1 Plataformas online que facilitam o Carpooling
O carpooling começou por ganhar grande dimensão em Portugal através do
Facebook, onde fruto da criação de grupos facilmente se trocam boleias com
origens e destinos variados. Exemplo disso é o grupo “Porto-Lisboa e Lisboa-Porto”,
que conta com mais de 17.000 membros.
Nos últimos tempos, têm surgido várias plataformas online direcionadas para a
prática de carpooling e que têm tido bastante sucesso:
O website www.pendura.pt permite facilmente adicionar pedidos ou oferta
de boleias e ficar a par das novidades sobre o trânsito num painel
cronológico, a fim de auxiliar os utilizadores na prática de carpooling;
O website www.umcoche.com, dos criadores do grupo de boleias do
Facebook Porto-Lisboa e Lisboa-Porto, é uma plataforma interativa que
permite aos utilizadores encontrar ou oferecer boleias. Através da sua
ligação ao Facebook, combinam-se os detalhes e no fim de cada viagem
podem avaliar-se mutuamente e comentar a sua experiência.
O website www.boleia.net é um dos mais recentes, criado há cerca de
quatro meses, revelando indicadores positivos ao nível de procura e
oferta de boleias. O objetivo dos responsáveis pelo website é fomentar o
bom hábito que é o carpooling, disponibilizando uma plataforma completa
e de fácil utilização, ao permitir inclusivamente que os utilizadores tenham
uma ideia de quanto podem poupar por viagem. Tal como o “um coche”,
também implementou um sistema de avaliações dos membros do
website, de forma a que quem ofereça e procure boleia tenha uma ideia
das pessoas com quem vai praticar carpooling.
O website www.rotapartilhada.com consiste numa plataforma apoiada
pelo programa europeu CiVitas, que promove a prática de carpooling na
Asprela. O projeto é liderado pela Câmara Municipal do Porto e contou
com a colaboração da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
O objetivo deste projeto é melhorar a qualidade de vida dos seus
utilizadores, reduzindo custos e otimizando recursos.
2.2 Argumentos a favor e contra a prática do Carpooling
O carpooling, como plataforma de transporte, apresenta vários aspetos que
devem ser considerados. O seu uso tem implicações positivas e negativas tanto a
nível individual como a um nível mais global.
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
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Os argumentos a favor são os seguintes:
Diminuição do tráfego automóvel – mais pessoas num veículo significa
um número total de veículos em circulação menor, diminuindo assim o
tráfego automóvel e o congestionamento das estradas.
Aumento do número de espaços de estacionamento – o carpooling,
reduzindo o número de veículos por pessoa, contribui para o
descongestionamento dos parques de estacionamento, aumentando o
número de lugares disponíveis.
Poupança monetária – a partilha de um único veículo por várias
pessoas, cada uma a contribuir para o suporte dos custos, permite uma
maior divisão dos mesmos, traduzindo-se numa maior poupança.
Contribuição para preservação de um meio ambiente saudável – o
carpooling acaba com a necessidade de cada um dos intervenientes no
processo andar com o seu próprio veículo, o que globalmente leva a uma
redução das emissões de dióxido de carbono, sendo mais benéfico para o
ambiente.
Aumento das interações sociais e estabelecimento de novos
contactos – o confinamento de várias pessoas num espaço reduzido
durante uma viagem privilegia o diálogo e interação entre elas, levando à
criação de novos conhecimentos, contactos e amizades.
Complementaridade com os transportes públicos – o carpooling é
flexível o suficiente para permitir que se intercale com os transportes
públicos, permitindo fazer a viagem de ida de uma forma e voltar de outra.
Por outro lado, os argumentos contra são os seguintes:
Pouca flexibilidade relativamente ao horário de partida - os horários
fixos associados aos carpooling não “cobrem” a ocorrência de qualquer
tipo de imprevisto, sendo necessário estar sempre na hora estabelecida
no local estabelecido, sob pena de se ficar sem boleia.
Risco de cancelamento – estando o sucesso e realização do carpooling
dependentes de mais do que uma pessoa, qualquer problema que haja
com qualquer um dos intervenientes pode pôr em risco a realização da
viagem.
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
9
Incerteza acerca de custos/taxas – as mudanças constantes de preços
das paragens, gasolina/gasóleo e/ou estacionamento, entre outras,
tornam necessária a reformulação da divisão de custos pelos diferentes
intervenientes, o que pode levar a desentendimentos.
Riscos de segurança – a partilha de um veículo com estranhos acata
sempre problemas de segurança associados à convivência com
desconhecidos cujas intenções podem ser mais obscuras do que apenas
arranjar boleia.
No fim, é uma questão de preocupação ambiental e utilidade individual
associados ao carpooling contra o possível perigo e incertezas ligados aos vários
aspetos de lidar com desconhecidos. Contudo, esta prática não é exclusiva a
pessoas desconhecidas, pelo que esta desvantagem pode ser contrariada quando
se verifica a partilha de carro entre pessoas que se conhecem e que se deslocam
para o mesmo local ou para locais próximos.
Na tabela seguinte resumem-se algumas vantagens e desvantagens do
carpooling:
Tabela 1. Argumentos a favor e contra o carpooling.
Argumentos a favor Argumentos contra
Contribuição para a preservação de um meio ambiente saudável (redução das emissões de dióxido de carbono)
Pouca flexibilidade relativamente ao horário de partida (hora fixa)
Diminuição de tráfego automóvel
Risco de cancelamento
Aumento do número de espaços de estacionamento
Incerteza acerca de taxas/custos (gasolina, portagens, estacionamento, etc.)
Poupança monetária Riscos de segurança associados ao desconhecimento do(s) outro(s) interveniente(s)
Aumento das interações sociais e estabelecimento de novos contactos.
Complementaridade com os transportes públicos
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
10
2.3 Impacto da prática do Carpooling na redução das emissões de
dióxido de carbono
Uma das vantagens mais imediatas associadas à escolha do sistema de partilha
de carro recai na minimização das consequências ambientais inerentes as
deslocações de automóvel. Para além da degradação ambiental, o uso de SOV
contribui ainda para os engarrafamentos no trânsito, bem como problemas de
mobilidade em zonas urbanas e suburbanas (DeLoach e Tiemann 2010). Graças
unicamente à plataforma online Carpooling.com, foi evitada a emissão de um total
de um milhão de toneladas de dióxido de carbono, desde a criação do seu primeiro
website (Carpooling.com 2013).
Recorrendo a uma página web da responsabilidade da Associação Automóvel
de Portugal (ACAP) (http://home.moonlight.pt/acapco2/), que reúne informações
relativas às emissões de CO2 e aos consumos dos automóveis, estimou-se a
redução dessas mesmas emissões que adviriam da prática do Carpooling. Os dados
são cedidos pelas marcas que fabricam os veículos.
Para se fazer esta estimativa, utilizou-se como exemplo três automóveis com
valores de emissões de dióxido de carbono diferentes, que se apresentam na tabela
seguinte:
Tabela 2. Automóveis escolhidos e respetivos valores de emissões de CO2.
Automóvel Emissão de CO2 (g/km)
Fiat Punto 2012 1.3 Multijet 16v 85cv
90
Renault Clio (Gama 2012) Confort 1.2 16v 75cv
130
Citroën C6 2.7 HDi
230
É de notar que estes valores são valores médios, calculados com base em
15.000km/ano.
Para facilitar a estimativa, suponha-se um grupo aleatório de 20 pessoas que se
desloca diariamente para a FEUP. Dentro desse grupo, considerem-se 3 formas
possíveis de distribuição:
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
11
Tabela 3. Formas de distribuição pelos carros consideradas na estimativa.
Tipo 1 As 20 pessoas deslocam-se individualmente em carros separados
Tipo 2 As 20 pessoas distribuem-se por 10 carros (2 pessoas por viatura)
Tipo 3 As 20 pessoas distribuem-se por 4 carros (5 pessoas por viatura)
Estabelecendo uma relação linear entre a distância percorrida e a massa total
de CO2 emitida, obtêm-se as emissões de CO2, como ilustram os gráficos para os
três veículos, que se apresentam em cada anexo (anexos 3, 4 e 5).
Facilmente se conclui que a prática de Carpooling (considerando cinco pessoas
a partilhar o mesmo carro) representa uma diminuição em 80% da quantidade de
dióxido de carbono emitida relativamente à viagem individual em carros separados.
No que toca à partilha do mesmo veículo por duas pessoas, essa redução é,
evidentemente, de 50%.
No que diz respeito ao primeiro carro considerado (Fiat Punto 2012 1.3 Multijet
16v 85cv), numa deslocação de cerca de 10km, evita-se a emissão de cerca de
9,0kg de CO2, caso o carro seja partilhado por duas pessoas, e de 14,4kg, caso o
carro seja partilhado por cinco pessoas (ver anexo 3). Essa diferença entre as
emissões das diferentes formas de distribuição consideradas vai-se tornando cada
vez mais clara com o aumento da distância percorrida. Aos 100km, já haverá uma
diminuição de 90,0kg no tipo 2 e de 144,0kg no tipo 3.
Em relação ao segundo automóvel (Renault Clio Gama 2012 Confort 1.2 16v
75cv) numa deslocação de cerca de 10km, evita-se a emissão de cerca de 13,0kg
de CO2, caso o carro seja partilhado por duas pessoas, e de 20,8kg, caso o carro
seja partilhado por cinco pessoas (ver anexo 4). Aos 100km, já haverá uma
diminuição de 130,0kg no tipo 2 e de 208,0kg no tipo 3.
Por fim, no último carro (Citroën C6 2.7 Hdi), numa deslocação de cerca de
10km, evita-se a emissão de cerca de 23,0kg de CO2, caso o carro seja partilhado
por duas pessoas, e de 36,8kg, caso o carro seja partilhado por cinco pessoas (ver
anexo 5). Aos 100km, já haverá uma diminuição de 230,0kg no tipo 2 e de 368,0kg
no tipo 3.
Assim, não é de menosprezar a influência da prática de Carpooling enquanto
agente moderador das emissões de CO2 pelos veículos automóveis, funcionando
como uma forma de melhorar a qualidade do ar, ao mesmo tempo que combate o
aumento do efeito de estufa, uma vez que o dióxido de carbono é um dos gases por
ele responsáveis.
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
12
3. Carpooling na FEUP
3.1 Impacto da prática do Carpooling na ocupação dos lugares de
estacionamento da FEUP
Uma das queixas mais frequentes por parte dos alunos da FEUP é a de que o
número de lugares do parque de estacionamento dos alunos (parque 3) é
insuficiente tendo em conta o número de alunos da faculdade. Na verdade, não seria
benéfica a existência de um número muito elevado de lugares para estacionamento,
na medida em que poderia levar a que os alunos se deslocassem frequentemente
em carros separados, aumentando o número de veículos em circulação e,
consequentemente, a poluição atmosférica.
Para estimar o impacto da prática de Carpooling como forma de evitar este
problema, tomou-se em consideração o parque 1 (destinado a pessoal permanente)
e o parque 3 (destinado aos alunos), por serem os de maior capacidade, com 525 e
325 lugares, respetivamente.
Nas tabelas seguintes, a coluna da direita indica o número de pessoas que
poderão potencialmente usufruir do parque de estacionamento – por exemplo, se
um carro for ocupado por duas pessoas, essas duas pessoas estarão a usufruir do
lugar.
No parque 1, obtêm-se os seguintes resultados:
Tabela 4. Número de pessoas que poderão potencialmente usufruir do Parque 1.
Ocupação dos automóveis
Número de pessoas
100% de deslocações em SOV 525
75% de deslocações em SOV + 25% Carpooling tipo 2 656
50% de deslocações em SOV + 50% Carpooling tipo 2 788
25% de deslocações em SOV + 75% Carpooling tipo 2 919
75% de deslocações em SOV + 25% Carpooling tipo 3 1050
25% de deslocações em SOV + 50% Carpooling tipo 2 + 25% carpooling tipo 3
1313
5% de deslocações em SOV + 65% Carpooling tipo 2 + 30% carpooling tipo 3
1496
65% Carpooling tipo 2 + 35% Carpooling tipo 3 1601
50% Carpooling tipo 2 + 50% Carpooling tipo 3 1838
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
13
Para o parque 2, obtêm-se estes números:
Tabela 5. Número de pessoas que poderão potencialmente usufruir do Parque 2.
Ocupação dos automóveis
Número de pessoas
100% de deslocações em SOV 325
75% de deslocações em SOV + 25% Carpooling tipo 2 406
50% de deslocações em SOV + 50% Carpooling tipo 2 488
25% de deslocações em SOV + 75% Carpooling tipo 2 569
75% de deslocações em SOV + 25% Carpooling tipo 3 650
25% de deslocações em SOV + 50% Carpooling tipo 2 + 25% carpooling tipo 3
813
5% de deslocações em SOV + 65% Carpooling tipo 2 + 30% carpooling tipo 3
926
65% Carpooling tipo 2 + 35% Carpooling tipo 3 991
50% Carpooling tipo 2 + 50% Carpooling tipo 3 1138
Considere-se Carpooling tipo 2 como sendo o carro partilhado por duas pessoas
e Carpooling tipo 3 por cinco pessoas, tal como sucedia na estimativa relativamente
ao impacto ambiental.
Como se pode constatar, existe uma relação entre o carro partilhado e a
ocupação dos parques de estacionamento da FEUP. A prática do Carpooling pode
revelar-se particularmente influente, na medida em que aumenta de forma
considerável o número potencial de pessoas a poderem usufruir dos lugares de
estacionamento disponibilizados pela faculdade. Deste modo, conseguimos uma
maior rentabilização desses mesmos lugares.
3.2 Inquérito, análise dos dados e identificação de segmentos de
utilização
De modo a melhor compreender a prática de carpooling na FEUP realizou-se
um inquérito que incidiu em 45 estudantes, funcionários e docentes da FEUP assim
como 45 de outras instituições do ensino superior (FEP, FADEUP e ISEP), realizado
pessoalmente, sendo que a maioria dos inquiridos eram estudantes. Para cada
inquirido foram registados o sexo, idade, morada e se conheciam o conceito de
carpooling e se o praticavam. Aos inquiridos que não conheciam o termo
“carpooling”, era-lhes explicado em que consiste essa prática, de forma a registar o
número de pessoas que já optou pela partilha de carro como meio de transporte,
mesmo sem conhecer o termo que a designa.
As idades foram agrupadas em três grupos: A (≤ 18 anos), B (18-23 anos) e C
(≥23 anos).
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
14
A cada localidade foi correspondida uma distância à instituição através do
Google Maps de modo a obter uma estimativa da distância percorrida em cada
viagem para cada localidade, de acordo com a tabela 6. Por motivos de
simplificação foi sempre considerado como destino a FEUP devido à proximidade
relativa das instituições.
Estas distâncias foram depois agrupadas em três grupos: D (≤5 km), E (5-20
km) e F (≥20km). No tratamento estatístico dos dados obtidos foi utilizado o software
estatístico R.
Tabela 6. Correspondência entre morada e distância (Google Maps, acedido a 9/10/2013).
Localidade Distância (km)
Amarante 55.5
Aveiro 89
Boavista 4
Braga 53
Ermesinde 9
Espinho 27
Famalicão 37
Gaia 11
Gondomar 11
Leça do Balio 9
Maia 10
Marco de Canaveses 60
Matosinhos 12
Paços de Ferreira 30.5
Paredes 30
Porto 4.5
Póvoa do Varzim 37.5
Rio Tinto 4.5
S. João da Madeira 42
S. Maria da Feira 38
Santo Tirso 29
Senhora da Hora 6.5
Trofa 33
Valongo 13
Vila do Conde 41
Nas instalações da FEUP foram inquiridas 45 pessoas, das quais 19 eram do
sexo feminino e 26 do sexo masculino (42% F, 58% M).
Ao agrupar a amostra por idades, verifica-se que 42% pertencem ao grupo A,
31% pertencem ao grupo B e 27% pertencem ao grupo C, com uma média de
idades de 22 anos.
Da totalidade dos inquiridos, 24% conhecem o conceito de carpooling, enquanto
que os restantes 76% não conhecem. Constata-se ainda que 13% praticam, por
oposição aos 87% que não praticam.
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
15
Temos ainda 2% da amostra que conhece e pratica, 11% que praticam sem
conhecer o conceito e 22% que conhecem o conceito mas não o praticam.
Depois de estudadas as distâncias percorridas pelos inquiridos (considerados,
para este efeito, na sua totalidade), verificou-se que 44% pertencem ao grupo D,
31% pertencem ao grupo E e 25% ao grupo F e uma média de 17.3 km.
3.2.1 Resultados na FEUP
Os resultados obtidos estão ilustrados nos seguintes gráficos:
0%
20%
40%
60%
80%
100%
M F
Gráfico 1: Intervalos de idades por sexo na FEUP
A B C
0%
20%
40%
60%
80%
100%
M F
Gráfico 2: Distância percorrida por sexo na FEUP
D E F
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
16
0%
20%
40%
60%
80%
100%
M F
Gráfico 3: Conhecimento do conceito por sexo na FEUP
Conhece Não Conhece
0%
20%
40%
60%
80%
100%
M F
Gráfico 4: Prática de carpooling por sexo na FEUP
Pratica Não Pratica
0%
20%
40%
60%
80%
100%
A B C
Gráfico 5: Conhecimento do conceito por idade na FEUP
Conhece Não Conhece
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
17
Na FEUP verificou-se um menor conhecimento do conceito e prática por parte
de elementos do sexo feminino (gráficos 3 e 4) (ao contrário do que seria de esperar
(Li, et. al 2007)), que, em geral, apresentaram menor idade e menores distâncias
percorridas (gráficos 1 e 2).
0%
20%
40%
60%
80%
100%
A B C
Gráfico 6: Prática de carpooling por idade na FEUP
Pratica Não pratica
0%
20%
40%
60%
80%
100%
D E F
Gráfico 7: Conhecimento do conceito por distância na FEUP
Conhece Não conhece
0%
20%
40%
60%
80%
100%
D E F
Gráfico 8: Prática de carpooling por distância na FEUP
Pratica Não pratica
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
18
Por outro lado, observou-se uma tendência de maior conhecimento e prática do
conceito com o aumento da distância e da idade (gráficos 5, 6, 7 e 8), o que
corresponde a um segmento de utilizadores de carpooling: indivíduos com mais de
18 anos de idade e cuja distância à faculdade é igual ou superior a 20km. O
aumento da distância poderá favorecer a prática de carpooling, uma vez que diminui
o tempo de deslocação e é, em muitos casos, mais económico por comparação aos
transportes públicos. Já o aumento da idade poderá favorecer a partilha de carro, na
medida em que os passes de transporte deixam de ter o desconto normalmente
associado à faixa etária mais jovem.
3.2.2 Comparação com outras instituições de Ensino Superior
Apresentam-se de seguida os gráficos relativos à comparação entre os valores
obtidos na FEUP e nas outras faculdades onde foi realizado o inquérito.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FEUP Fora da FEUP
Gráfico 9: Sexo dos inquiridos por instituição
M F
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FEUP Fora da FEUP
Gráfico 10: Intervalos de idades por instituição
A B C
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
19
Observou-se uma clara semelhança entre os níveis de conhecimento e prática
de carpooling dentro e fora da FEUP (gráficos 15 e 16). Em ambas as amostras foi
maior a utilização de carpooling em indivíduos mais velhos do sexo masculino.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FEUP Fora da FEUP
Gráfico 11: Intervalos de distância por instituição
D E F
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FEUP Fora da FEUP
Gráfico 12: Conhecimento do conceito por instituição
Conhece Não Conhece
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FEUP Fora da FEUP
Gráfico 13: Prática de carpooling por instituição
Pratica Não Pratica
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
20
Num sentido mais específico, será difícil retirar conclusões acerca de outros
segmentos de utilização e do estado do carpooling na FEUP devido às limitações
inerentes a um questionário realizado pessoalmente no que respeita à informação
recolhida sobre cada indivíduo e ao tamanho reduzido da amostra em relação à
população em estudo, assim como as limitações dos métodos estatísticos utilizados
(redução das variáveis idade e distância em três categorias e ausência de
estatísticas de teste).
4. Conclusão e trabalhos futuros
Após a realização deste trabalho, prevaleceu a perceção geral de que o
Carpooling é ainda uma alternativa de transporte a que poucos recorrem dentro da
FEUP (verificam-se níveis de prática de carpooling a rondar os 13%). O facto de não
ter sido possível tirar ilações conclusivas no que diz respeito aos diferentes
segmentos de utilizadores de Carpooling, devido ao reduzido número de inquiridos
que efetivamente o praticam, é por si só revelador de um desconhecimento geral
sobre o assunto em causa.
Os autores do trabalho entendem que deve haver uma promoção do Carpooling
como um meio de transporte mais eficiente, a vários níveis, relativamente aos SOV.
Para além de uma poupança geral de custos de transportação (divisão das
despesas inerentes ao transporte via automóvel por um maior número de pessoas),
haverá ainda um impacto manifestamente positivo não só no número de lugares
disponíveis para estacionamento (como foi analisado em 2.4), como também poderá
melhorar a qualidade geral do ar (como visto em 2.3).
Julga-se ainda que a evolução tecnológica joga a favor da evolução desta prática
e da sua consolidação enquanto alternativa viável de transporte. A crescente
facilidade em encontrar pessoas que partilham um determinado destino constitui um
fator determinante para essa mesma evolução que poderá, no futuro, abranger de
uma forma mais significativa a FEUP.
Relativamente a eventuais trabalhos futuros, um aspeto a aprofundar melhor
seria a identificação de segmentos de utilizadores de Carpooling e o impacto da
prática nesses mesmos segmentos, algo que poderia ser concretizado com mais
eficácia se se dispusesse de uma amostra maior e mais variada aquando da
realização do inquérito.
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
21
Referências bibliográficas
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Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
22
Anexos
Sexo Idade Idade(grupo) Conhece Pratica Distância(km) Distância(grupo)
1 F 17 A 0 0 10 E
2 F 18 A 1 0 10 E
3 F 18 A 1 0 4,5 D
4 F 17 A 0 0 11 E
5 F 18 A 1 0 38 F
6 F 20 B 0 0 4,5 D
7 F 18 A 0 0 4,5 D
8 F 18 A 0 0 4,5 D
9 F 18 A 0 0 4,5 D
10 F 18 A 0 1 4,5 D
11 M 18 A 0 0 4,5 D
12 M 19 B 0 0 9 E
13 M 19 B 0 0 4 D
14 M 19 B 0 0 11 E
15 M 19 B 0 0 4,5 D
16 M 22 B 1 0 4,5 D
17 M 22 B 1 0 4 D
18 M 22 B 0 1 29 F
19 M 21 B 0 0 4,5 D
20 M 18 A 0 0 27 F
21 M 19 B 0 0 11 E
22 M 20 B 0 0 4,5 D
23 M 18 A 1 0 4,5 D
24 M 18 A 0 0 11 E
25 M 18 A 0 0 11 E
26 F 18 A 0 0 12 E
27 F 17 A 0 0 41 F
28 F 18 A 0 0 4,5 D
29 F 18 A 0 0 38 F
30 M 18 A 0 0 4,5 D
31 M 40 C 1 0 41 F
32 M 49 C 0 0 11 E
33 F 42 C 0 0 4,5 D
34 F 56 C 0 0 12 E
35 F 23 C 0 0 4,5 D
36 M 23 C 0 0 4,5 D
37 M 24 C 0 0 4,5 D
38 M 22 B 0 1 11 E
39 M 21 B 1 1 27 F
40 F 24 C 1 0 37 F
41 M 24 C 0 1 11 E
42 M 24 C 0 1 33 F
43 M 24 C 1 0 9 E
44 M 25 C 1 0 89 F
45 F 19 B 0 0 37,5 F Anexo 1. Tabela dos resultados do inquérito obtidos na FEUP.
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
23
Sexo Idade Idade (grupo) Conhece Pratica Distância (km) Distância (grupo)
46 M 18 A 0 0 60 F
47 M 27 C 0 1 11 E
48 M 17 A 0 0 4,5 D
49 F 21 B 0 0 37,5 F
50 M 18 A 0 0 11 E
51 M 19 B 0 0 29 F
52 F 17 A 0 0 11 E
53 M 17 A 0 1 53 F
54 M 24 C 0 1 4,5 D
55 M 17 A 0 0 37,5 F
56 M 18 A 1 0 29 F
57 F 20 B 1 0 4,5 D
58 M 14 A 0 0 10 E
59 F 20 B 0 1 4,5 D
60 M 18 A 0 0 4,5 D
61 M 21 B 1 1 4,5 D
62 F 19 B 0 0 11 E
63 F 21 B 0 0 13 E
64 M 18 A 0 0 11 E
65 M 23 C 1 0 4,5 D
66 F 42 C 0 0 4,5 D
67 F 28 C 1 0 6,5 E
68 F 19 B 1 1 9 E
69 M 19 B 0 0 4,5 D
70 M 20 B 0 0 55,5 F
71 M 20 B 0 0 30 F
72 M 19 B 1 0 30,5 F
73 F 19 B 1 0 42 F
74 F 24 C 0 0 6,5 E
75 F 26 C 0 0 4,5 D
76 M 19 B 0 0 4,5 D
77 M 19 B 0 0 12 E
78 F 19 B 0 0 4 D
79 F 48 C 0 0 10 E
80 F 47 C 0 0 12 E
81 F 19 B 0 0 10 E
82 F 27 C 0 0 4,5 D
83 F 60 C 0 0 4,5 D
84 F 22 B 0 0 33 F
85 F 20 B 1 0 11 E
86 M 19 B 1 0 11 E
87 F 18 A 0 0 4,5 D
88 F 18 A 0 0 4 D
89 F 21 B 1 0 4,5 D
90 F 21 B 1 0 38 F Anexo 2. Tabela dos resultados do inquérito obtidos fora da FEUP.
É de notar que o 1 corresponde à resposta “sim” e o 0 corresponde à resposta “não”.
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
24
Anexo 3. Gráfico da emissão de CO2 pelo Fiat Punto 2012 1.3 Multijet 16v 85cv.
Anexo 4. Gráfico da emissão de CO2 pelo Renault Clio Gama 2012 Confort 1.2 16v
75cv.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tipo 1
Tipo 2
Tipo 3
Dió
xid
o d
e C
arb
on
o e
mit
ido
(kg
)
Fiat Punto 2012 1.3 Multijet 16v 85cv
Distância percorrida
0
50
100
150
200
250
300
1 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tipo 1
Tipo 2
Tipo 3
Dió
xid
o d
e C
arb
on
o E
mit
ido
(kg
)
Renault Clio Gama 2012 Confort 1.2 16v 75cv
Distância percorrida (km)
Carpooling na FEUP (Grupo GI10) – Caracterização e Utilização
25
Anexo 5.Gráfico da emissão de CO2 pelo Citroën C6 2.7 Hdi.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
1 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tipo 1
Tipo 2
Tipo 3
Citroën C6 2.7 HDi
Dió
xid
o d
e C
arb
on
o E
mit
ido
(kg
)
Distância percorrida (km)