Carta

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Olá minha querida, Não imaginas o quanto gosto de ti, verdade. Recebi as fotos; já são suficientes pra lembrar bons momentos, mas tenho certeza que muito ainda está por vir, peço também desculpas pela minha aparência nelas que, convenhamos, não é das melhores. É engraçado como sentimos falta do outro quando não o temos ao lado. São muitas as coisas que gostaria de dividir, contar, discutir, e somente a convivência diária viabilizaria repassá-las todas. Pena não ser possível ver-te quando em vez, ou então em todos os momentos em que os pensamentos ternos que por ti tenho afloram. Penso porém que podíamos nos falar mais. Bom, já que a idéia é contar um pouquinho daqui e de mim, verei o que posso fazer. Acabo de voltar do cinema, assisti Snatch, com o Brad Pitt, Benício del Toro, e uma porrada de outros ótimos atores, estou em êxtase. O filme é ótimo, mistura de recursos utilizados em Pulp Fiction, Face Off, e outros, mas ainda assim tem um quê de original, sem mencionar Brad Pitt que é atualmente meu ídolo, queria ser como ele...hehehe. As novidades, porém, não são tantas. Meu curso anda, quer dizer rasteja, bem desestimulante. Não vejo nada com que me identifique, apesar do papo furado de primeira fase e tal, vamos ver o quanto agüento. Meu principal impasse é quanto a possibilidade de poder estar cursando outra coisa, Produção Cultural talvez, não sei, sinceramente. Gostaria muito de uma visita sua, e confio bastante no meu poder de entretê-la por aqui, ou em qualquer outro lugar. Na rodoviária no Rio, numa praia virgem, no teatro, ou show do Dave, vai saber, mas é certo que nos divertiríamos e se não, pararíamos, entreolharíamo-nos e só por isso notaríamos a insatisfação do outro. Maneiras de entretenimento são infindas àqueles que se conhecem, sabem das demandas do outro, e usam um pouquinho de imaginação...

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carta pessoal universal

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Page 1: Carta

Olá minha querida,

Não imaginas o quanto gosto de ti, verdade. Recebi as fotos; já são suficientes pra

lembrar bons momentos, mas tenho certeza que muito ainda está por vir, peço

também desculpas pela minha aparência nelas que, convenhamos, não é das

melhores.

É engraçado como sentimos falta do outro quando não o temos ao lado. São

muitas as coisas que gostaria de dividir, contar, discutir, e somente a convivência

diária viabilizaria repassá-las todas. Pena não ser possível ver-te quando em vez,

ou então em todos os momentos em que os pensamentos ternos que por ti tenho

afloram. Penso porém que podíamos nos falar mais.

Bom, já que a idéia é contar um pouquinho daqui e de mim, verei o que posso

fazer. Acabo de voltar do cinema, assisti Snatch, com o Brad Pitt, Benício del

Toro, e uma porrada de outros ótimos atores, estou em êxtase. O filme é ótimo,

mistura de recursos utilizados em Pulp Fiction, Face Off, e outros, mas ainda

assim tem um quê de original, sem mencionar Brad Pitt que é atualmente meu

ídolo, queria ser como ele...hehehe.

As novidades, porém, não são tantas. Meu curso anda, quer dizer rasteja, bem

desestimulante. Não vejo nada com que me identifique, apesar do papo furado de

primeira fase e tal, vamos ver o quanto agüento. Meu principal impasse é quanto a

possibilidade de poder estar cursando outra coisa, Produção Cultural talvez, não

sei, sinceramente.

Gostaria muito de uma visita sua, e confio bastante no meu poder de entretê-la por

aqui, ou em qualquer outro lugar. Na rodoviária no Rio, numa praia virgem, no

teatro, ou show do Dave, vai saber, mas é certo que nos divertiríamos e se não,

pararíamos, entreolharíamo-nos e só por isso notaríamos a insatisfação do outro.

Maneiras de entretenimento são infindas àqueles que se conhecem, sabem das

demandas do outro, e usam um pouquinho de imaginação...

Page 2: Carta

Se escrevo de maneira desconcertante, gostaria que soubesses que meu intuito é

único de tocar-te, aproximar-me, mesmo que pouco, de ti. Peço que nunca te

acanhes por receber nada que escrevo, e nunca mesmo te sintas incapaz de me

dar um retorno. Palavras tem poder é verdade, mas podemos expressar o nosso

bem querer das mais singelas maneiras. Teus mornos sorrisos, as espontâneas

gargalhadas, o mistério que teus beijos guardam, quando chegam-me são tão

desconcertantes quanto qualquer palavra que possam deferir meus humildes

lábios.

Fico então por aqui, com a saudade de te fazer sorrir, despeço-me. Beijos singelos

como o amanhecer, o cantar de pássaros, o desabrochar de flores, como os

inúmeros, mas nem por isso menos fascinantes, acontecimentos de cada dia que

passam desapercebidos; espero no entanto que aí, no menor dos cantos, se

alojem os encantos que meus singelos beijos te querem proporcionar.

Saudades de estar junto de ti,

Gabriel.