Carta a Igreja de Alexandria
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outros Canones(Concilio de Nicia - Sobre a Disciplina)
CARTA SINODAL IGREJA DE ALEXANDRIA
Fontes:Gelsio ("Histria do Conclio de Nicia" 23), Scrates ("Histria
da Igreja" I,6) e Teodoro ("Histria da Igreja" 9)
CARTA CONCILIAR IGREJA DE ALEXANDRIA Igreja de Alexandria, pela
graa de Deus, Santo e Poderoso; e a todos nossos muito queridos
irmos, o Clero Ortodoxo e o Laicato do Egito, Pentpolis e Lbia, e a
cada nao sob o cu, o grande e santo Snodo de Bispos reunidos em
Nicia, deseja a salvao no Senhor. Pois que, como o grande e santo
Snodo que se reuniu em Nicia, pela graa de Cristo, e com ajuda de
nosso muito religioso soberano Constantino, que nos trouxe de
nossas vrias Provncias e cidades, tratou de assuntos que concernem
f de Cristo, pareceu-nos necessrio que certas coisas fossem por ns
comunicadas a vs, por escrito, de maneira que pudsseis tomar
conhecimento do que foi debatido e investigado, e, tambm, do que
foi decretado e confirmado. Antes de tudo, na presena de nosso to
religioso soberano Constantino, foi feita uma investigao de matrias
relativas impiedade e transgresso de rio e seus adeptos; e foi
unanimemente decretado que ele e seu mpio modo de pensar deveriam
ser anatemizados, juntamente com as palavras blasfematrias e as
especulaes s quais se entregou, ultrajando o Filho de Deus,
afirmando que Ele pertence s criaturas que no existiam, que antes
de ter sido gerado, no existia, que houve um tempo em que no
existia, e que o Filho de Deus por sua livre vontade capaz de
pecado e virtude, afirmando tambm que Ele uma criatura. Todas essas
coisas o Santo Snodo anatemizou, nem mesmo suportando ouvir sua
doutrina mpia e palavras loucas e blasfemas. E sobre as penalidades
contra ele e os resultados que tiveram, ns sequer quisemos ouvir,
nem quisemos ouvir os pormenores, pois nos pareceu que estaramos
oprimindo um homem que recebeu, verdadeiramente, um completo
castigo por seu prprio pecado. To longe, de fato, foi a sua
impiedade, que ele mesmo levou a destruio Theonas de Marmorica e
Secundes de Ptolomaica; de modo que eles tambm receberam a mesma
sentena como os demais. Mas quando a graa de Deus livrou o Egito
dessa heresia e blasfmia e de pessoas que ousaram fazer perturbaes
e divises entre o povo at ento em paz, ainda nos restou o assunto
da insolncia de Melcio e daqueles que foram ordenados por ele.
Quanto ao nosso trabalho, ns agora, queridos irmos, vimos
informar-vos os decretos do Snodo. O Snodo, pois, estando disposto
a tratar gentilmente com Melcio (porque por justia estrita, ele no
merecia lenincia), decretou que ele possa permanecer em sua prpria
cidade, mas no ter autoridade nem para ordenar, nem para
administrar os ofcios ou fazer inscries; e que ele no deve aparecer
no pas ou em alguma cidade com este propsito, mas gozar apenas o
ttulo de sua classe. Para aqueles que foram congregados por ele,
depois foram confirmados pela santssima imposio das mos, sero
nessas condies admitidos comunho: eles se mantero tanto na sua
classe como no direito de oficiar, mas ficaro como inferiores
queles que esto inscritos em alguma igreja ou parquia e foram
inscritos por nosso muito digno irmo Alexandre. De modo que aqueles
homens no tenham autoridade para fazer registros de pessoas que
sejam de seu agrado, nem sugerir nomes, nem fazer nada que seja,
sem o consentimento dos bispos da Igreja Catlica e Apostlica, que
esto servindo sob o governo do santo colega Alexandre. Ao mesmo
tempo aqueles que, pela graa de Deus e atravs de preces, no se
encontravam entre os cismticos, mas, pelo contrrio, estavam sem
mancha na Igreja Catlica Apostlica devem ter autoridade de fazer
registros e nomeaes de pessoas dignas entre o clero, e, em resumo,
fazer todas as coisas de acordo com a lei e ordenao da Igreja. Mas
se acontecer que alguns do clero que esto agora na Igreja venham a
morrer , ento aqueles que foram os ltimos recebidos sero sucessores
do oficio dos que morreram; sempre se providenciado que eles sejam
dignos, que o povo os eleja e que o bispo de Alexandria concorde
com a eleio e a ratifique. Esta concesso foi feita a todos os
restantes. Mas por causa de sua conduta desordenada e da ousadia e
precipitao do seu carter, o mesmo decreto no ser aplicado a Melcio.
J que ele se mostrou um homem capaz de cometer de novo as mesmas
desordens, no lhe ser concedida nem autoridade nem privilgio. Estes
so os pormenores que so de especial interesse do Egito e da
santssima Igreja de Alexandria. Assim, se na presena de nosso
dignssimo senhor, nosso colega e irmo Alexandre nada mais foi
decretada pelo Cnon ou por outro decreto, ele mesmo levar a vs tudo
com maiores detalhes, pois foi um guia e companheiro de trabalho no
que fizemos. Ns, por fim, vos anunciamos as boas novas dos acordos
relativos Santa Pscoa, porque este pormenor tambm foi atravs de
nossas preces corretamente firmado, de modo que todos nossos irmos
no Oriente, que anteriormente seguiam o costume dos judeus,
doravante, celebraro a sacratssima festa da Pscoa simultaneamente
com os romanos, convosco e com todos aqueles que observam a Pscoa
desde o incio. Portanto, alegrando-nos com todos esses resultados e
em nossa paz e harmonia usuais, tendo cortado toda heresia, recebam
vs, com a maior honra e com aumentado amor, nosso colega, vosso
Bispo Alexandre, que nos alegrou com sua presena e que, em idade to
avanada, sofreu to grande fadiga. Que a paz seja restabelecida
entre vs e entre todos ns. Rezai por ns todos para que as decises
que foram consideradas acertadas possam ser resolvidas rapidamente,
porque elas foram feitas, acreditamos, segundo o beneplcito do Deus
Todo-Poderoso, de seu nico Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, e do
Santo Esprito, ao qual seja dada glria para sempre. Amm.