CARTA DE CONJUNTURA ECONÔMICA · 2015-05-27 · crescimento constante, visto que em 2011, 2012,...

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CARTA DE CONJUNTURA ECONÔMICA

FACISC

CARTA DE CONJUNTURA ECONÔMICA

O mundo dos negócios vive em constante transformação e neste ambiente as informações têm cada vez mais um papel fundamental para a percepção das mudanças, facilitando a tomada de decisão e possibilitando um reposicionamento ágil dos negócios para responder às novas necessidades. E como ferramenta de gestão indispensável, a informação tornou-se também um dos principais desafios para as organizações que precisam detectar o conteúdo eficaz, para aperfeiçoar o posicionamento no espaço competitivo no qual as empresas atuam.

Um bússola orientadora para as oportunidades e um sinalizador de ameaças a que a empresa está sujeita, a informação tornou-se um diferencial para alcançar o sucesso e enfrentar novas situações, como por exemplo, a descoberta de novas tecnologias e oportunidades de investimento.

Com o objetivo de subsidiar os empresários ligados ao Sistema FACISC na tomada de decisões e na otimização dos recursos econômicos, a FACISC criou a Carta de Conjuntura para contribuir com o aumento da qualidade dos negócios e da produtividade catarinense, por meio de informações estatísticas e análises sobre a realidade socioeconômica.

Mapeando as principais fontes de estatísticas e dados econômicos do Brasil (IBGE, MTE, Banco Central, MDIC, Valor Econômico), formaremos uma rede com as principais fontes de dados econômicos do país, criando assim o banco de dados e estatísticas do Sistema associativista.

Os levantamentos serão apresentados trimestralmente em uma Carta de Conjuntura, como um conjunto de soluções econômicas voltadas para os setores da indústria, comércio, prestação de serviços, agronegócio e para a sociedade por meio de seus consumidores.

Como resultado do trabalho, esperamos consolidar dados primários do Sistema FACISC, proporcionando um uso eficaz e eficiente das soluções disponíveis, contribuindo assim para maximizar os resultados, melhorar a representatividade empresarial e contribuir para o futuro das organizações e para o crescimento sustentável do Estado.

Ernesto João Reck Presidente da FACISC

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PRODUTO INTERNO BRUTO - PIB

O nível de crescimento econômico do Brasil recente vem perdendo forças, desde 2010, ano em que o Brasil cresceu 7,5% do PIB, a dinâmica da economia vem passando por um período de declínio de crescimento constante, visto que em 2011, 2012, 2013 o Brasil cresceu a taxas de 2,7%, 1%, 2,5% respectivamente. Até o último dado divulgado pelo IBGE para o 3 ° trimestre de 2014 , o acumulado de crescimento do PIB brasileiro está em 0,2 % e segundo o relatório FOCUS (BACEN) do dia 05 de dezembro de 2014, o PIB para o ano fechará em 0,18 %.

A participação de Santa Catarina no PIB brasileiro tem se mantido em 4 % e em torno de 24,5 % no PIB da região Sul.

Segundo o IBC-SC (índice de atividade econômica que é composto por estimativas dos setores : indústria, agropecuária, comércio e serviços acrescida dos impostos sobre produtos e calculado pelo Banco Central do Brasil) o crescimento do PIB de Santa Catarina é estimado em 2,92 % (Jan-Set.2014) demonstrando um nível menor de perda de atividade econômica como ocorrido no Brasil.

BALANÇA COMERCIAL

Santa Catarina representa 4% das exportações brasileiras e 18 % da região Sul. Do lado das importações o Estado é mais representativo, registrando 7 % das importações brasileiras e 31 % do Sul brasileiro.

Apesar da dinâmica da Balança Comercial Brasileira e Sulista estarem em queda, Santa Catarina navega em outra direção. O estado cresceu 6% em exportações e 10% em importações. Há de se observar

Fonte : IBGE

Taxa de Crescimento do PIB Trimestral Acumulado (de 2010.I a 2014.III)

2,5

0,2

7,5

2,7

1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

Taxa

de

Cre

scim

ento

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também, que a Balança Comercial apresenta déficits constantes desde janeiro de 2013, chegando a acumular entre janeiro e outubro de 2014 o valor de U$ 5,7 Bilhões.

Cerca de 38% das exportações catarinenses correspondem aos produtos básicos : Carne de frango (14,92%), Soja (10,71%), Carne de Suínos (6,63%) e Fumo (5,43%). As exportações de Soja foram as que mais cresceram no período (74,41%) entre os produtos mais exportados. Quanto às importações, cerca de 14 % dos importados pelo estado compreendem aos seguintes produtos e bens: catodos de cobre (5,3%), automóveis (2,58 %), polietilenos (1,65%), polímeros de etileno (1,41%), fio de fibras artificiais (1,28%) e polipropileno (1,17%). Observa-se o quão concentrado em produtos do agronegócio a exportação de Santa Catarina é caracterizada. Do lado das importações estão produtos ou insumos para indústria e também bens como automóveis e nota-se o diversificada é a pauta de importações catarinense.

TAXA DE CRESCIMENTO (JAN A OUT 2014 / JAN A OUT 2013)

ACUMULADO DO PERÍODO (JAN/13 A OUT/14)

Brasil

-4%

-4%

Taxa de Crescimento

Exportação

Importação

Sul

-14%

-6%

SC/Brasil

4%

7%

Participação

Exportação

Importação

SC/Sul

18%

31%

SC

6%

10%

Fonte: MDIC Elaboração: Depto de Economia e Estatística Facisc

Participação de Santa Catarina na Balança Comercial Brasil / Sul

Fonte : MDIC

Principais produtos exportados por Santa Catarina ( Jan - Out/ 14)

14,92%

10,71%

6,63%

5,43%

4,65%

4,09%

3,26%

$0 $500.000.000 $1.000.000.000 $1.500.000.000

Carne de Frango

Soja

Carne de Suínos

Fumo

Blocos de cilindros e cabeçotes

Motocompressor Hermético

Motor elétrico

Porcentagem do Total de Exportações

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Dentre os principais países de destino das exportações se destacam os Estados Unidos e China, que somados representam 25% do que é exportado pelo estado. As exportações para a Rússia foram as que mais cresceram no período (85,34%) entre os principais países de destino das exportações.

Nas importações 32,5% são representadas pela China. Contudo, é da Alemanha que mais cresceram as importações no período (31,37%).

AGRONEGÓCIO

Santa Catarina produziu 32 % de cebolas e 43% de maçãs do total da safra 2013, consolidando-se a maior produtora desses itens no Brasil. Em 2012 o estado possuía 19 % do total de Suínos no Brasil e 39 % no Sul, constituindo-se a maior produtora de suínos no país.

FACISC

Fonte : MDIC

Principais Países de Destino das Exportações de Santa Catarina ( Jan - Out / 2014 )

12,68%12,05%

6,35%5,76%

4,70% 4,49%4,06%

3,50%3,08% 2,83%

0,00%

2,00%

4,00%

6,00%

8,00%

10,00%

12,00%

14,00%

$0

$200.000.000

$400.000.000

$600.000.000

$800.000.000

$1.000.000.000

$1.200.000.000

Porcentagem do Total de Exportação

Número de Animais por Tipo de Rebanho - 2012

Brasil

211279082

38795902

1032038992

213230493

16436164

204831

Tipo de rebanho

Bovino

Suíno

Galos, frangos e pintos

Galinhas

Codornas

Coelhos

Sul

27627551

19212426

510868050

63040545

2760605

155082

SC

4072960

7480183

149112032

17493868

1519306

37501

SC/BR

1,93%

19,28%

14,45%

8,20%

9,24%

18,31%

SC/SUL

14,74%

38,93%

29,19%

27,75%

55,04%

24,18%

Fonte: IBGE Elaboração: Depto de Economia e Estatística Facisc

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INDÚSTRIA

A perda da participação da indústria na economia brasileira que vem acontecendo nos últimos anos, ocorre também em 2014, não fazendo deste um ano diferente. No Brasil, todos os setores da indústria de transformação apresentaram resultados negativos.

Dos quatorze principais estados da Federação somente cinco obtiveram crescimento da produção industrial. Santa Catarina apresenta queda (-1,9 %), Rio Grande do Sul (-4,5%) e Paraná (-5,8 %).

Em Santa Catarina os resultados são um pouco melhores, no entanto negativos também. Nota-se que alguns setores respondem de forma contrária, como por exemplo : produtos de madeira (7,7%), minerais não-metálicos (3,5%), artigos de vestuário e acessórios (0,4%) e o setor de alimentos (0%). A maior queda da produção industrial está no setor metalúrgico (-10,9%), seguido do setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,8 %) e por último o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,9 %).

Produção Agrícola Catarinense - Safra 2013

Brasil

102087

11758663

6947786

1683614

1126872

1549712

317733

1091200

1324595

851133

16284476

1226555

21225782

34157272

81699787

3987367

5717803

122002

1417677

Produto (toneladas)

Alho

Arroz

Banana

Batata - inglesa (1ª Safra)

Batata - inglesa (2ª Safra)

Cebola

Cevada

Feijão (1ª Safra)

Feijão (2ª Safra)

Fumo

Laranja

Maçã

Mandioca

Milho (1ª Safra)

Soja

Tomate

Trigo

Triticale

Uva

Sul

39481

9294569

1057477

828081

379344

808417

317733

498498

417736

836317

1363875

1222890

5579869

15804433

30264407

563841

5471318

52002

945304

SC

19129

1021422

665468

94768

21156

493967

6934

101340

34528

244458

46037

530601

548303

3326284

1586351

169826

244256

2380

57985

SC/BR

18,74%

8,69%

9,58%

5,63%

1,88%

31,87%

2,18%

9,29%

2,61%

28,72%

0,28%

43,26%

2,58%

9,74%

1,94%

4,26%

4,27%

1,95%

4,09%

SC/Sul

48,45%

10,99%

62,93%

11,44%

5,58%

61,10%

2,18%

20,33%

8,27%

29,23%

3,38%

43,39%

9,83%

21,05%

5,24%

30,12%

4,46%

4,58%

6,13%

Fonte: IBGE Elaboração: Depto de Economia e Estatística Facisc

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-3,5

-3

-2,5

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

BR

SC

PR

RS

-1,4

1,4

-3,2

1,5

FACISC

COMÉRCIO

No Comércio Varejista Ampliado (quando incluídos vendas de veículos, motos e peças somados a materiais de construção) Santa Catarina já apresenta resultados diferentes entre a Região Sul e o Brasil. Segundo esse indicador o resultado para o estado é 1,4 % , Rio Grande do Sul ( 1,5%), Paraná (-3,2%) , Brasil (-1,4% ) deixando-a em posição relativamente boa no que tange ao Comércio.

Fonte : IBGE

Fonte : IBGE

Produção Física Industrial - Estados brasileiros ( Acumulado jan-set 14/ jan-set/13)

-6,00%

-4,00%

-2,00%

0,00%

2,00%

4,00%

6,00%

8,00%

10,00%

-2,90% -0,60% -0,90%

9,60%

-1,10%

2,50%

-5,40% -1,80%

3,30%

-3,60% -5,80% -5,80% -1,90% -4,50%

1,60% 1,30%

Comércio Varejista Ampliado

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SERVIÇOS

Na prestação de Serviços, Santa Catarina é destaque. A receita nominal com serviços apresentou 9,6% de crescimento, maior entre as regiões consideradas. Para o Brasil (6,6%), Paraná (6,6%) e Rio Grande do Sul ( 4,2%).

MERCADO DE TRABALHO

O saldo de vagas (admissões – desligamentos) de trabalho com carteira assinada divulgadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego é de 81.592 para Santa Catarina e 912.287 no Brasil. O estoque de emprego no estado cresceu 4,12 % superior ao Brasil ( 2,24%).

O setor que mais gerou empregos no estado foi o setor de serviços correspondendo a 37% do número de vagas, seguido pela indústria de transformação que representa 33% do saldo de vagas registradas no estado. Em relação ao crescimento percentual do estoque de emprego setorial, quem mais gerou estoque foi a administração pública incrementando 25,81 % ao setor.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Brasil PR SC RS

6,6 6,6

9,3

4,2

Fonte : IBGE

Setor de Serviços - Receita Nominal - período acumulado jan-set/14 jan-set/13

FACISC

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TRIPÉ MACROECONÔMICO EM CRISE ?

Desde 1999, quando não foi mais possível controlar a âncora cambial, sendo esta a ferramenta essencial para sustentação do Plano Real, o Brasil optou por utilizar três vetores de política econômica para controle de preços e sustentação do Crescimento, sendo eles: o Sistema de metas para inflação, o Regime de Câmbio Flutuante e o Superávits Primários para as Contas do Governo Central, dessa forma constituindo-se o Tripé Macroeconômico.

A questão é saber se essas políticas estão ou não sendo efetivas, se estão configurando um cenário de crise nesse sistema ou não, e até que ponto é sustentável no médio e longo prazo.

Segundo os dados divulgados pelo Banco Central do Brasil, para o Sistema de Metas de Inflação, desde 2009, ano em que conseguiu alcançar a inflação abaixo da linha da meta, até então não se chegou a resultados similares, e este ano de 2014 não é diferente. Até o último dado divulgado em novembro, a inflação acumulada no ano é de 5,58% ultrapassando 1,08% o centro da meta. Para o regime de Câmbio Flutuante, temos uma tendência de desvalorização da moeda brasileira. No período de janeiro de 2013 a setembro de 2014 o real apresenta desvalorização de 23% em relação ao dólar.

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000

1.EXTRATIVA MINERAL

2.INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

3.SERV INDUST DE UTIL PÚBLICA

4.CONSTRUÇÃO CIVIL

5.COMÉRCIO

6.SERVIÇOS

7.ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

8.AGROPECUÁRIA

240

26.791

876

10.718

5.880

30.195

6.664

228

Fonte : MTE -

Fonte: MTE - CAGED

Geração de emprego Carteira Assinada SC ( Jan/14-Out/14)

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Para o Superávit Primário das Contas do Governo Central, a meta estabelecida para o ano de 2014 era de 1,9% do PIB. Segundo os dados até Setembro o Superávit Primário correspondem a 0,61 % do PIB demonstrando que até o fim do ano esse resultado muito possivelmente não seja alcançado.

FACISC

Fonte : IBGE

8,91

5,97

7,67

12,53

9,3

7,6

5,69

3,14

4,46

5,9

4,31

5,916,5

5,84 5,915,58

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Meta para a inflação - % Banda Inferior Banda Superior Inflação Efetiva

Sistema de Metas de Inflação

-

Fonte: Banco Central do Brasil

Taxa de Câmbio - R$/US$

0,0000

0,5000

1,0000

1,5000

2,0000

2,5000

3,0000

75,0

80,0

85,0

90,0

95,0

100,0

Índices de taxas reais de câmbio (IPCA) Taxa de câmbio - R$ / US$ - comercial - compra - fim período

CARTA DE CONJUNTURA ECONÔMICA

Sistema de Metas de Inflação - 1999-nov/2014 (IPCA)

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Temos ainda a questão da Taxa de Juros Selic utilizada pelo Banco Central como instrumento de controle da inflação. A última reunião do Comitê de Política Monetária ( COPOM ) realizada no dia 03 de dezembro fixou a taxa em 11,75%. Isso demonstra que a taxa de juros já se encontra elevada novamente. Nos últimos dois anos já se elevou em 4,5 pontos percentuais. Isso de um lado é um incremento para frear a pressão inflacionária, porém estanca investimentos produtivos e prejudica o crescimento econômico.

Basta então definir se estamos ou não passando por um momento de crise econômica no Brasil. De fato isso não é uma verdade, mas o cenário econômico que estamos presenciando e que vêm se consolidando, se não for levado com firmeza e tomadas medidas necessárias para o combate, o problema macroeconômico brasileiro poderá se agravar e estabelecer um possível cenário grave e chegar a uma crise econômica.

ANÁLISE DO CENÁRIO ECONÔMICO

O ano de 2014 foi um ano em que se comemoraram datas importantes da história brasileira. São 50 anos desde que se instaurou o regime militar no país, 20 anos que se consolidou o Plano Real. O ano de 2014 também foi marcado pela Copa do Mundo, as eleições que tornou Dilma Rousseff mais uma vez presidente, e na economia muitos outros acontecimentos também são dignos de serem mencionados e um deles é o cenário econômico brasileiro e catarinense do qual tratamos nessa carta de conjuntura.

Resultado do Superavit Primário do setor público consolidado

0,00%

0,50%

1,00%

1,50%

2,00%

2,50%

3,00%

3,50%

4,00%

R$ 0,00

R$ 20.000,00

R$ 40.000,00

R$ 60.000,00

R$ 80.000,00

R$ 100.000,00

R$ 120.000,00

R$ 140.000,00

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 set/14

Valores Correntes (Milhares de R$) % em relação ao PIB

Observação : Resultado de setembro de 2014 está em relação ao acumulado do ano vigente

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Fonte: Banco Central do Brasil

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Desde 2010, ano em que o Brasil cresceu 7,5% do PIB, a dinâmica da economia vem passando por um período de declínio de crescimento. O último dado divulgado para o 3º trimestre de 2014, o acumulado de crescimento do PIB brasileiro foi de 0,2 %.

Os dados demonstram que, pelo índice de atividade econômica de Santa Catarina há uma variação positiva de 2,92 % (janeiro a setembro ) no acumulado do ano demonstrando um menor impacto de decrescimento de produto sobre o Estado.

A Balança Comercial Brasileira decresceu em 4%. Santa Catarina respondeu de forma diferente com relação ao restante do País. As relações comerciais do Estado estão em constante crescimento apesar de ser um estado mais importador do que exportador. Santa Catarina representa 4% das exportações e 7 % das importações brasileiras. Cerca de 38% das exportações catarinenses correspondem aos produtos básicos de carne de frango, soja , suínos e fumo .

Nas exportações, 25% foram destinadas aos EUA e China juntos, principais demandantes das exportações catarinenses no período. Por outro lado, 40 % das importações são dos mesmos países somados, sendo que a China corresponde a 32,5 % desse montante. Um novo fator no ano de 2014 do lado das importações são os automóveis de passageiros que correspondem por 2,58 % do total de importações feitas pelo estado deixando este produto em segundo lugar no ranking de importações.

No agronegócio catarinense destaque para as produções de maçã e cebola onde o Estado é o maior produtor. Pela Safra de 2013 Santa Catarina produziu 32 % de cebolas e 43% de maçãs do total produzido no Brasil. Destaque também para os Suínos, em que o Estado é o maior produtor. São 19 % do total de suínos brasileiros concentrados em território catarinense no ano de 2012.

Para o setor industrial, o ano de 2014 não apresentou bons resultados. Todos os setores industriais no Brasil apresentaram resultados negativos. Em Santa Catarina três setores da indústria responderam de forma diferente do cenário nacional. Produtos de madeira cresceram 7,7%, minerais não metálicos 3,5% e artigos de vestuário e acessórios 0,4%. O setor de produtos alimentícios não obteve nenhum crescimento. Destacaram-se negativamente os setores de metalurgia (-10,9%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,8%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,9%). Diante deste cenário avalia-se que o Estado de Santa Catarina está sendo afetado negativamente no setor industrial, onde o resultado é similar com a média industrial brasileira.

No entanto, o comércio varejista ampliado, Santa Catarina apresenta resultado de crescimento de 1,4% em suas vendas, similar ao Rio Grande do Sul (1,5%) porém muito maior que o Paraná (- 3,2%) e ao Brasil (-1,4%) tornando-se destaque Nacional nesse setor da economia.

Na prestação de Serviços, Santa Catarina também é destaque. A Receita Nominal com serviços apresentou 9,6 % de crescimento, a maior entre as regiões consideradas. O Brasil registrou 6,6%, Paraná (6,6%) e Rio Grande do Sul (4,2%).

Ao analisar o mercado de trabalho catarinense o Estado aumentou o estoque de emprego em 4,12% frente aos 2,22% apresentados pelo Brasil. O setor de serviços e da indústria são os maiores empregadores no Estado correspondendo juntos por 70% do estoque de emprego gerados em Santa Catarina.

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Analisando o Tripé Macroeconômico (Sistema de Metas de Inflação, Superávit Primário do Setor Público e Câmbio Flutuante) temos um cenário pessimista quanto aos resultados. O Superávit Primário acumulado até setembro corresponde a 0,61 % do PIB sendo que a meta para este ano era de 1,9 %. O real apresenta desvalorização de 23% em relação ao dólar, no período que se estende de janeiro de 2013 a setembro de 2014. A taxa de juros tem se tornado novamente de caráter restritivo, em menos de 2 anos ela já aumentou 4,5 pontos percentuais. Para a meta de inflação do ano que já foi ultrapassada em 1,08% até Novembro, é um fator alarmante para a economia brasileira.

Dessa forma concluímos que no ano de 2014 apesar dos grandes eventos, a economia brasileira anda em meio a espinhos. A economia catarinense vem respondendo sutilmente de maneira contrária a toda essa influência. Apresenta crescimento em setores em que o Brasil está em queda, como por exemplo na balança comercial, no agronegócio, no setor de comércio e serviços bem como pelo nível de atividade econômica.

DESAFIOS PARA O PRÓXIMO ANO

Diante do quadro atual, entre os desafios da economia para o novo ano está o controle da inflação, que já é sentida pelos consumidores que somado a desvalorização do real, onde os produtos importados tendem a ficar mais caros, há uma tendência de pressionar ainda mais os preços internos impactando diretamente à inflação. Outro problema são os preços administrados (energia, transportes e combustíveis) que até então estão represados e que muito possivelmente sofrerão aumentos nos próximos meses.

Também será necessário administrar os investimentos em queda e o baixo crescimento econômico. A taxa de investimento na composição do PIB recuou nos últimos quatro anos de 20% para 17,4 % . Paralelo aos números, as expectativas negativas quanto ao futuro da economia brasileira, a falta de credibilidade na conduta da política econômica, os erros de gestão pública também são apontados como fatores que explicam essa perda da composição dos investimentos.

O modelo de crescimento via consumo e aumento de crédito tem se esgotado, levando a aumentos sucessivos nos níveis de inadimplência e também a questão restritiva já adotada pela alta da taxa de juros que inibe tanto os investimentos, como também o consumo futuro. Este é um problema central a ser sanado, pois sem aumentos nos investimentos a economia não conseguirá atingir patamares de crescimento superiores a 3% como ocorria na última década.

Outro desafio não menos importante é a recuperação da credibilidade das contas públicas, a meta de Superávit Primário em 2014 muito possivelmente não será atingida. De fato esse ano com baixo crescimento, foi menor a arrecadação tributária, fatores como escândalos na Petrobras também contribuíram para deixar a credibilidade da condução fiscal do Setor Público e terão de ser tratadas com cautela no próximo ano.

Questões estruturais, como por exemplo, pouca infraestrutura de qualidade, carga tributária elevada, grande burocracia, entre outros fatores também compõem grande bloqueio frente à competitividade das empresas e persistem na economia ano após ano.

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Para que a economia volte a crescer, é preciso resgatar e/ou criar um ambiente favorável aos negócios. Reformas estruturais como, por exemplo, a fiscal e a política, não podem deixar de participar do palco de debates para o novo governo.

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Esta é uma publicação da Área de Estatística e Dados Econômicos da FACISC – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina.

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DIREÇÃO EXECUTIVA

Presidente Ernesto João Reck São Lourenço do Oeste1º Vice-Presidente André Gaidzinski Florianópolis2º Vice-Presidente Christiane Hufenüssler Jaraguá do Sul1º Diretor Financeiro Doreni Isaias Caramori Junior Florianópolis2º Diretor Financeiro Leandro Porto da Rosa Palhoça1º Diretor Secretário Olvacir José Bez Fontana Criciúma2º Diretor Secretário Gilson José Pedrassani CanoinhasV.P. Mulher Empresária Maria Aparecida Passos ItajaíV.P. Jovem Empresário Liandra Nazário Nóbrega FlorianópolisV. P. Soluções Empresariais Marcelo André Destri Noronha Jaraguá do SulV.P. Setor Prestação De Serviços Joi Luiz Daniel IçaraV.P. Setor da Industria Christian Dilhmann JoinvilleV.P. Setor Comércio Maria Izabel Pinheiro Sandri ItajaíV.P. Setor Agronegócios Vincenzo F. Mastrogiacomo ChapecóV.P. Turismo Magda Bez Balneário CamboriúV.P. Integração Alberto Stringhini ConcórdiaV.P. Assuntos Jurídicos Jonny Zulauf São Bento do SulV.P. Assuntos Tributários Célio Armando Janczeski São Lourenço do OesteV.P. Educação Empreendedora Neiva Dreger Kieling FlorianópolisV.P. Técnico Ciro José Cerutti Rio do SulV.P. Relações Internacionais Milvo Zancanaro ItáV.P. Comércio Exterior Ido José Steiner BlumenauV.P. Micro e Pequenas Empresas Adriano Zimmermann GuaramirimV.P. Soluções Financeiras Uwe Stortz São Bento do SulV.P. Patrimônio Ricardo Harger Martins São JoséV.P Projetos Especiais Mário Sérgio Zilli Bacic Rio NegrinhoV.P. Meio Ambiente José Mário Gomes Ribeiro JoinvilleV.P. Programa Empreender Amandio João da Silva Junior Rio do SulV.P. Assuntos de Logística Eduardo Silvério Nunes TubarãoV.P. Inovação e Tecnologia Marcus Rocha FlorianópolisPres. Conselho Superior Alaor Francisco Tissot Florianópolis

CONSELHO FISCAL Titular Marcos Antonio Cardozo de Souza São JoséTitular John Kennedy Lara da Costa BiguaçuTitular Luiz Dário Rocha ImbitubaSuplente Carlos Vanderley Porfirio Dionísio CerqueiraSuplente Elson Otto PalmitosSuplente Ulysses Gaboardi Filho Curitibanos

VICE-PRESIDENTES REGIONAIS

Grande Florianópolis José Carlos de Souza Tijucas Sul Carlos Becker Fornasa Braço do Norte Extremo Sul Karoly Agardi Araranguá Vale do Itajaí Mário Fávero Timbó Alto Vale André Armin Odebrecht Rio do Sul Norte Eluisa Hertel Maiochi Guaramirim Planalto Norte Reinaldo Baechtold Filho Campo Alegre Serra Catarinense Roberto Rogério Amaral Lages Oeste Darci Fiorini Pinhalzinho Meio-Oeste Auri Marcel Baú Caçador Noroeste Allan Edgard Kreutz Dionísio Cerqueira Extremo Oeste Afonso Nieuhes Itapiranga

Diretor Executivo Gilson Zimmermann FlorianópolisCoordenador de Projetos Osmar Vicentin Florianópolis

FACISC - GESTÃO 2013/2015

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