Carta de Motivação PDACPDS_INR

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  • 7/24/2019 Carta de Motivao PDACPDS_INR

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    Carta de motivao ao PDACPDS, por Ins Nisa Rato

    I suggest that the foundations of peace cannot be laid by universal prosperity, in the modernsense, because such prosperity, if attainable at all, is attainable only by cultivating such drives ofhuman nature as greed and envy, which destroy intelligence, happiness, serenity, and therebythe peacefulness of man.

    E.F Schumakerin Small is Beautiful, Economics as if people matter

    Existem evidncias cientficas crescentes de que as atividades humanas esto a afetar o funcionamento do Sistema-

    Terra (ST) a nveis que ameaam a sua resilincia1.O modelo cientfico dos limites ou fronteiras planetrias2(FP) identifica nveis de perturbaes antrpicas, abaixo dosquais o risco de destabilizao do ST tem uma maior probabilidade de se manter baixo num "espao operacionalseguro" para o desenvolvimento da Humanidade. No entanto, o mesmo estudo estima que 3 das FP: alteraesclimticas, integridade da biosfera e alteraes nos fluxos biogeoqumicos (N) transgrediram j os limites propostos,pelo que, dada a sua correlao, uma instabilidade inaceitvel do ST pode estar iminente.

    Estratgias vlidas e variadas tm sido empreendidas no sentido de alertar e guiar a mudana, urgente mas necessria- de transio - para um mundo mais saudvel, inclusivo, equitativo e, por consequncia, mais feliz e pacfico. Referem-se os seguintes exemplos: A Nova Estratgia para o Desenvolvimento Sustentvel adotada pela UE (2006); aConveno-Quadro das Naes Unidas sobre Alteraes climticas (1992); o relatrio Rumo a um Economia VerdeCaminhos para o Desenvolvimento Sustentvel e a Erradicao da Pobreza (PNUMA, 2011); The Happy Planet Index2012 Report (NEF);The OECD Environmental Outlook to 2050 (OECD, 2012) ou A Carta da Terra (AAVV, 2000).

    A interdependncia da crise instaurada reclama por desafios e oportunidades responsveis, credveis e criativas:

    Se no agirmos, muito provavelmente at final do sculo as geraes futuras iro enfrentar um clima hostil, oesgotamento dos recursos, a destruio de habitats, a dizimao das espcies, a escassez de alimentos3, as migraesem massa,, e quase inevitavelmente, a guerra. A mudana pode e deve ser expressa na nossa maneira de viver, naforma como consumimos: compramos, viajamos, como investimos o nosso dinheiro, despendemos o nosso tempo delivre. Pode ser conseguida atravs do nosso trabalho4. influenciada pelo voto e pela presso democrtica queexercemos sobre os nossos lderes. Pode expressar-se atravs do ativismo e pelo envolvimento na comunidade5. Paraque o relacionamento possa florescer6 preciso estarmos dispostos a mudar as nossas formas de pensar; precisorepensar a vivncia individual (egocntrica) e coletiva no planeta; o despertar / a expanso da conscincia e do corao(ecologia mental ou espiritual segundo Leonardo Boff) para uma tica do cuidar de dimenses planetrias.

    , tambm, importante relevar o papel do designcomo ferramenta criativa e inventiva na adaptao, regenerao emitigao dos impactos ambientalmente destrutivos da ao humana, integrando-os nos processos da natureza e davida7. Importncia reforada pelo fato de atualmente j mais de metade da populao mundial viver em reas urbanas.

    A razo da minha candidatura prende-se com a vontade de poder contribuir, de forma humilde mas criativa eempenhada na realizao do melhor dos mundos possveis. Assim, agradeo a ateno dispensada e solicito queconsiderem aceitar a candidatura ao PDACPDS (incluindo bolsa da FCT) que apresento.

    1Rockstrm, J. et al.(2009) Planetary boundaries: exploring the safe operating space for humanity.Ecology and Society 14 (2): 32 [online] URL:

    http://www.ecologyandsociety.org/vol14/iss2/art32/ e

    Steffen,Will et al. (2015) Planetary boundaries: Guiding human development on a changing planet. Science347(6223)2Alteraes climticas; integridade da biosfera; depleo do ozono estratosfrico; acidificao dos oceanos, perturbaes dos ciclos biogeoqumicos (P e N);

    alteraes do uso dos solos; disponibilidade de gua doce, concentrao de aerossis na atmosfera e, introduo de poluentes qumicos.3A agricultura, particularmente os setores da carne e dos laticnios, so responsveis pelo consumo de 70% de gua fresca do planeta, 38% do uso da terra e 19%da emisso de gases de efeito estufa. UNEP (2010) Assessing the Environmental Impacts of Consumption and Production: Priority Products and Materials, A

    Report of the Working Group on the Environmental Impacts of Products and Materials to the International Panel for Sustainable Resource Management. Hertwich,

    E. et al. [online] URL:http://www.unep.org/resourcepanel/Portals/24102/PDFs/PriorityProductsAndMaterials_Report.pdf;As experincias em permacultura ouagricultura permanente, entendida como o designconsciente de manuteno dos ecossistemas agrcolas produtivos que tm a estabilidade, diversidade e resilincia

    dos ecossistemas naturais, pretende beneficiar a vida em todas as suas formas. Esta como outras formas de agricultura mais orgnica e sustentvel esto tambm a

    ser praticadas em todo o mundo.4Referem-se como exemplos: a proposta do rendimento bsico incondicional (unconditional basic income)desenvolvida por Guy Standing e a Economia Azul de

    Gunter Pauli.5A rede global de ecovilas (global ecovillage network) rene mltiplas comunidades a nvel mundial que exploram formas diversificadas e sustentveis de viverem comunidade, integrando sobretudo as componentes ecolgicasocialeconmica e espiritual.6O economista e filsofo francs Serge Latouche defende a noo de decrescimento, com a necessidade de sair da sociedade do consumo para uma sociedade de

    prosperidade sem crescimento, pela reduo do nosso consumo e do nosso tempo de trabalho, para redescobrir o prazer de viver; O Movimento da SimplicidadeVoluntria assume um compromisso de conscincia que advoga, por razes pessoais, sociais, humanitrias e ecolgicas, que os seres humanos podem usufruir

    vidas muito mais significativas, livres, felizes, e diversificadas, ao consumir apenas uma parte sustentvel e equitativa da natureza. De acordo com esta filosofia de

    vida, o progresso pessoal e social no medido pela ostentao de riqueza oustatus, mas pelo aumento da riqueza qualitativa na vida diria, no cultivar dosrelacionamentos, e no desenvolvimento social, intelectual, esttico e / ou potenciais espirituais.In:Alexander, S. (2011) The Voluntary Simplicity Movement:

    Reimagining the Good Life beyond Consumer Culture. The International Journal of Environmental, Cultural, Economic and Social Sustainability7[online] URL:

    http://simplicityinstitute.org/wp-content/uploads/2011/04/IntroductionToVoluntarySimplicity.doc.pdf7Van der Ryn S, Cowan S (1996).Ecological Design.Island Press: Washington DC. Nesta rea so tambm exemplos de referncia as aplicaes do designna

    construo de cidades bioflicas (E O Wilson, 1990 e Timothy Beatley 2011), de design regenerativo (John Lyle,1996), deBiomimicry(Janine Benyus, 1998) e

    outras prticas biomimticas, de Cidades ecolgicas e mquinas vivas (John e Nancy Todd, 1994) e de Urbanismo Ecolgico (Anne Spirn, 2012) [online] URL:http://www.annewhistonspirn.com/pdf/Spirn-EcoUrbanism-2012.pdf

    http://register.consilium.europa.eu/pdf/en/06/st10/st10917.en06.pdfhttp://www.ecologyandsociety.org/vol14/iss2/art32/http://www.sciencemag.org/search?author1=Will+Steffen&sortspec=date&submit=Submithttp://www.unep.org/resourcepanel/Portals/24102/PDFs/PriorityProductsAndMaterials_Report.pdfhttp://www.unep.org/resourcepanel/Portals/24102/PDFs/PriorityProductsAndMaterials_Report.pdfhttp://www.unep.org/resourcepanel/Portals/24102/PDFs/PriorityProductsAndMaterials_Report.pdfhttps://en.wikipedia.org/wiki/Unconditional_basic_incomehttp://simplicityinstitute.org/wp-content/uploads/2011/04/IntroductionToVoluntarySimplicity.doc.pdfhttp://simplicityinstitute.org/wp-content/uploads/2011/04/IntroductionToVoluntarySimplicity.doc.pdfhttps://en.wikipedia.org/wiki/Unconditional_basic_incomehttp://www.unep.org/resourcepanel/Portals/24102/PDFs/PriorityProductsAndMaterials_Report.pdfhttp://www.sciencemag.org/search?author1=Will+Steffen&sortspec=date&submit=Submithttp://www.ecologyandsociety.org/vol14/iss2/art32/http://register.consilium.europa.eu/pdf/en/06/st10/st10917.en06.pdf