CARTA: QUE BICHO É ESSE? Reflexões sobre o texto epistolar ... · que um irmão”. Aos...
Transcript of CARTA: QUE BICHO É ESSE? Reflexões sobre o texto epistolar ... · que um irmão”. Aos...
12
UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Pedagogia
Thainá da Rocha Vanci Wélida Cristina de Almeida Pinatti
CARTA: QUE BICHO É ESSE? – Reflexões sobre o texto epistolar em uma sala de aula do 2º ano do
Ensino Fundamental
LINS – SP
2016
1
THAINÁ DA ROCHA VANCI
WÉLIDA CRISTINA DE ALMEIDA PINATTI
CARTA: QUE BICHO É ESSE? – Reflexões sobre o texto epistolar em uma sala de aula do 2º ano do Ensino Fundamental
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Pedagogia, sob a orientação do Profª Dra Elaine Cristina Moreira da Silva e orientação técnica da Profª Ma Fatima Eliana Frigatto Bozzo.
LINS – SP
2016
2
Thainá da Rocha Vanci
Wélida Cristina de Almeida Pinatti
CARTA: QUE BICHO É ESSE? – Reflexões sobre o texto epistolar em uma
sala de aula do 2º ano do Ensino Fundamental
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Centro
Universitário Católico Salesiano Auxilium para obtenção do título de graduação
do curso de Pedagogia.
Aprovado em ________/________/________
Banca Examinadora:
Profª Orientadora: Dra. Elaine Cristina Moreira da Silva
Titulação: Doutora em Educação pela Universidade Nove de Julho, UNINOVE,
Brasil.
Assinatura:_________________________________
1º Profª Adriana Monteiro Piromali Guarizo
Titulação: Doutora em Letras pelo IBILCE/UNESP – São José do Rio Preto.
Assinatura:_________________________________
2º Profª Luciane Noronha Do Amaral
Titulação: Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, UNESP – São José do Rio Preto.
Assinatura:_________________________________
3
DEDICATÓRIA
Dedico esse Trabalho de Conclusão de Curso aos meus pais Tânia e Gilson, que são
as maiores bênçãos da minha vida, eles sempre serão minha referência, meus exemplos,
pois constantemente me incentivam a sonhar, acreditar e nunca desistir. Em todo
momento me instigam a ter fé e esperança, testemunhando que nenhum obstáculo é
impossível de ser superado.
Desejo ter sido merecedora de todo o esforço e dedicação que tiveram quanto à
minha formação!
Mãe e pai, sem vocês a realização desse sonho não seria possível. Essa vitória não é
só minha, é nossa!
Amo vocês imensamente, de uma forma inexplicável!
Thainá da Rocha Vanci
“Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu
Deus, te dá”. Êxodo 20:12
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente aos meus pais Silmara e Marcos por terem
concedido a mim pela graça de Deus o dom da vida e por acreditarem neste sonho, me
acompanhando durante todo este processo e me incentivando pela busca na conquista do
mesmo.
A minha irmã Poliana que tem sido minha auxiliadora neste momento importante
da minha vida.
Ao meu esposo Daniel, que sempre tem estado ao meu lado, me ajudando e me
fazendo enxergar caminhos quando pensava não ser possível.
Sem vocês eu não teria conseguido!
Wélida Cristina de Almeida Pinatti
“Portanto, sejam humildes debaixo da poderosa mão de Deus para que ele os honre
no tempo certo” (1 Pedro, 5:6).
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, minha rocha e fortaleza, que em todo o tempo
manifesta seu amor na minha vida, demonstrando que não estou sozinha, mas que Ele,
está comigo! Sou grata a Deus, pois os seus sonhos são maiores que os meus, tão grandes
que nem posso imaginar!
Aos meus pais que, com muito amor e carinho não mediram esforços para que eu
chegasse até essa etapa tão importante da minha vida!
A toda a minha família, que sempre esteve torcendo por mim, acreditando que eu
seria capaz de chegar até aqui!
Aos meus irmãos em Cristo Jesus, pelas orações e manifestações de amor e
carinho.
À minha orientadora, prof. Drª Elaine Cristina Moreira da Silva, por toda
dedicação, suporte e orientação, que tornaram possível a conclusão deste trabalho.
À Wélida, pois, além de ser minha companheira de TCC, ao longo desses quatro
anos de curso, se tornou uma amiga preciosa. Sou grata a Deus por me apresentar pessoa
tão valorosa. A bíblia nos diz em Provérbios 18:24 que “[...] há amigo mais chegado do
que um irmão”.
Aos professores que fizeram parte da minha trajetória de vida e que contribuíram
grandiosamente para minha formação!
A Escola Estadual Professor Jorge Americano, que durante três anos do curso de
pedagogia, me acolheu por meio do Programa Bolsa Alfabetização, possibilitando que eu
vivenciasse experiências valiosas e significativas, contribuindo com inúmeros
conhecimentos para minha vida profissional!
Thainá da Rocha Vanci
Valeu a pena!!!
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”.
Eclesiastes 3:1
6
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida, por sua bondade e misericórdia
que conduz meu caminho e por sua presença nunca ter faltado em meus dias, dando-me
forças para percorrer o árduo caminho e depositando em mim a confiança de alcançar
mais um sonho.
Aos meus pais por todos os valores ensinados, e por nunca me deixarem desistir,
ensinando a importância de sempre seguir em frente e concluir a caminhada de todos os
primeiros passos dados, sendo ambos mais que um real exemplo para isto.
À minha irmã, por nunca ter me deixado e por ter estado sempre comigo me
ajudando no que fosse preciso. Obrigada por você existir!
Ao meu esposo, primeiramente pela sua existência, e por ter sido paciente,
companheiro, ajudador, por ter me ajudado vencer cada dia mesmo quando pensei que
não fosse conseguir. Obrigada por fazer parte da minha vida!
Aos meus familiares, pela dedicação e força positiva que de algum modo
contribuíram para esta conquista.
À universidade que em parceria com a Secretaria Estadual da Educação do Estado
de São Paulo oportunizou a mim uma bolsa para participação como Aluna Pesquisadora
no Projeto Bolsa Alfabetização, o que permitiu a agregação de grandes conhecimentos e
experiências significativas para minha postura profissional.
À minha professora orientadora e coordenadora do curso, Dra. Elaine Cristina
Moreira da Silva, pelo empenho, pela paciência, pelos ensinamentos e pela orientação de
cada etapa deste trabalho permitindo-me concluí-lo.
À Thainá Vanci, pelos conselhos durante esses quatro anos de curso, pela
exposição do seu ponto de vista diante das situações embaraçosas, pela companhia,
paciência, pela jornada que se tornou prazerosa e pela conquista que me permitiu
alcançar. Serei eternamente grata a Deus por esta amizade.
À professora Ma Fátima Eliana Frigatto Bozzo pela orientação técnica, e como
todos os demais professores que passaram pelo meu caminho por todos os conhecimentos
que me permitirão futuras reflexões em minha prática profissional.
Wélida Cristina de Almeida Pinatti
7
EPÍGRAFE
“Sem a curiosidade que me move, que
me inquieta, que me insere na busca, não
aprendo nem ensino”.
Paulo Freire
8
RESUMO
Nos dias atuais o processo comunicacional tem sido concebido como um fator importante para o bom desempenho das pessoas, visto que qualquer ação humana começa senão pela comunicação. Esta relação também não é diferente no contexto escolar. A presente pesquisa teve como objetivo contribuir para o processo de alfabetização e letramento de crianças do 2º ano do Ensino Fundamental nos Anos Iniciais por meio do estímulo a escrita do gênero carta; desenvolver estratégias e procedimentos de escrita do gênero carta; propor situações didáticas que garantam a abordagem do gênero carta; identificar as características do gênero estudado; fazer parte de situações sociais de escrita e desenvolver o habito de produzir e revisar textos. A metodologia utilizada foi a análise bibliográfica sobre o processo de comunicação, o gênero carta e o material proposto pelo currículo para essa faixa etária e a pesquisa de campo por meio da utilização de sequências didáticas. Os resultados obtidos através da pesquisa foi que os alunos revelaram uma grandiosa e ampla autonomia quanto à compreensão e a utilização com domínio da escrita, na qual, sucedeu a importância de considerar o gênero textual, os potenciais leitores e os objetivos que se pretendiam alcançar com o material escrito, porque foram elementos imprescindíveis para que o aluno se tornasse capaz de planejar o que se pretendia escrever, textualizar e revisar o texto escrito, ou seja, ensinar-lhes os comportamentos leitores e escritores. Conclui-se que, a aprendizagem dentro do contexto de produção e atuação ocorre com maior facilidade e que as crianças são sim, capazes de realizar tais produções. É possível trabalhar com cartas no 2º ano, tudo depende de como e com qual frequência tal atividade está sendo desenvolvida com os alunos em sala de aula, pois, todas essas ações só são possíveis quando se tem clareza da função comunicativa do texto que está sendo produzido e suas principais características. Palavras-chave: Carta. Comunicação. Aprendizagem. Ler e Escrever. Ensino Fundamental.
9
ABSTRACT
Nowadays the communicational process has been designed as an important tool for nice performance among people, since any human action starts by communication. This relation is neither different into the school context. This research aimed to contribute the literacy process of children in the 2nd year of elementary school in early years; develop strategies and writing procedures in letter sort; offer didactic situations which ensure an approach to letter sort; identify the characteristics of the sort studied; make part of social writing situation and develop the habit of produce and review texts. The methodology used was bibliographical analysis about communication process, the letter sort and the material proposed for the curriculum in this age group and the field research through the use of didactic sequences. Results obtained through the search was that the students showed a great and wide autonomy for the understanding and use with writing, in which, succeeded the importance of considering the textual sort, the potential readers and the goals which would be intended with written material, because they were essential elements for the student becoming able to plan what was intended to write, textualizing and revise the text written, that means, to teach them readers and writers behaviors. It concludes the learning within the production and performance context occurs easier and children are capable of perform such productions. It is possible the work with letters in the 2nd year, everything depends on how and how often such activity is being developed with students into the classroom, because all these actions are only possible when you are sure about communication function of the text which is being produced and their main characteristics. Keywords: Letter. Communication. Learning. Read and write. Elementary School.
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Elementos da Comunicação ............................................................... 17
Figura 2 Texto Epistolar .................................................................................... 21
Figura 3 Guia de Planejamento e Orientações Didáticas.................................. 26
Figura 4 Exemplo de rotina para o 1º ano do Ensino Fundamental .................. 31
Figura 5 Produção de um Bilhete – Resposta................................................... 35
Figura 6 Revisão de um Bilhete – Reposta ....................................................... 36
Figura 7 Escrita de um Bilhete – Convite .......................................................... 37
Figura 8 Piquenique .......................................................................................... 38
Figura 9 Resposta Bilhete – Convite ................................................................ 38
Figura 10 Conto Clássico – Disney – Cinderela ................................................ 40
Figura 11 Carta Resposta – Cinderela .............................................................. 41
Figura 12 Reescrita da Carta Resposta – Cinderela ......................................... 42
Figura 13 Carta ................................................................................................. 43
Figura 14 O Correio .......................................................................................... 44
Figura 15 Aguardando a sneha ser chamada ................................................... 45
Figura 16 Selando a carta ................................................................................. 45
Figura 17 Conversa informal – Como a carta vai parar na nossa casa? .......... 46
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APs: Aluno Pesquisador
ATPCs: Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo
CEP: Código de Endereçamento Postal
EF: Ensino Fundamental
FDE: Fundação para o Desenvolvimento da Educação
FNDE: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
IES: Instituição de Ensino Superior
MEC: Ministério da Educação
O.B.S.: Observação
P.S.: Post Scriptum
PO: Professor Orientador
RI: Recuperação Intensiva
11
SARESP: Sistema de Avaliação de Rendimento do Estado de São Paulo
12
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13
CAPÍTULO I – O PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA ENQUANTO MEIO
DE COMUNICAÇÃO ........................................................................................ 15
1 COMUNICAÇÃO .................................................................................... 15
1.1 Elementos da Comunicação ................................................................... 17
2 A ESCRITA ENQUANTO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ............... 18
3 CARTA PESSOAL: QUE BICHO É ESSE? .......................................... 20
CAPÍTULO II – O MATERIAL DIDÁTICO DO PROGRAMA LER E
ESCREVER ...................................................................................................... 23
1 O QUE É O PROGRAMA LER E ESCREVER. ..................................... 23
2 LER E ESCREVER E A CONCEPÇÃO DE ALFABETIZAÇÃO ............ 25
3 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁICAS ................. 26
4 EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM ................................................ 27
5 ROTINA PEDAGÓGICA ........................................................................ 30
6 BOLSA ALFABETIZAÇÃO ................................................................... 31
CAPÍTULO III – ANÁLISE DA PESQUISA ...................................................... 33
1 METODOLOGIA .................................................................................... 33
1.1 Projeto com Bilhetes – Objetivos ............................................................ 33
1.2 Projeto com Cartas – Objetivos .............................................................. 39
CONCLUSÃO ................................................................................................... 47
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 49
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 51
APÊNDICE ....................................................................................................... 54
13
INTRODUÇÃO
A linguagem escrita em todas as suas dimensões é algo imprescindível
nos diferentes níveis de ensino, pois as práticas de produção escrita atuam
como alavancas para as múltiplas atividades escolares e faz parte de todos os
objetivos prioritários do Ensino Fundamental e do currículo conforme os
Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa.
Escrever não é uma tarefa fácil. É tentar comunicar-se produzindo
sentido, é uma atividade complexa que exige uma série de conhecimentos
linguísticos, pois, para que a criança encontre mecanismos necessários para
se produzir um texto, ela precisa possuir um amplo repertório de leituras, isto é,
conhecer diferentes gêneros textuais.
Para a realização dessa pesquisa, o seguinte questionamento foi
levantado: As crianças do 2º ano do Ensino Fundamental dos Anos Iniciais são
capazes de escrever cartas?
De acordo com a questão apontada, as crianças dessa faixa etária serão
capazes de produzir um texto epistolar se suceder à forma como também a
frequência, com que tal atividade esteja sendo desenvolvida em sala de aula,
pois, todas essas ações só são possíveis quando se tem clareza da função
comunicativa do texto que está sendo produzido e as suas principais
características.
Para que os alunos compreendam de forma significativa o que torna um
escritor competente, é importante que o professor considere o gênero textual,
os potenciais leitores e os objetivos que se pretende alcançar com o material
escrito porque são elementos imprescindíveis para que o aluno se torne capaz
de planejar o que se pretende escrever, textualizar (escrever) e revisar o texto
escrito, ou seja, ensinar-lhes os comportamentos leitores e escritores. As
propostas de ensino de produção de texto exigem esses comportamentos
priorizando determinados aspectos em momentos específicos.
Desta forma os comportamentos de leitor e de escritor são conteúdos
que devem ser apresentados de forma clara e objetiva, não simples tarefas,
ambos são aspectos que se espera que os alunos aprendam, pois, encontram-
se presentes em sala de aula, e é importante que os alunos se apropriem dos
14
mesmos para que possam carregá-los para futuras utilizações como
praticantes da leitura e da escrita (LERNER, 2002).
Os objetivos propostos para essa pesquisa foram: contribuir para o
processo de alfabetização e letramento de crianças do 2º ano do Ensino
Fundamental nos Anos Iniciais por meio do estímulo a escrita do gênero carta;
desenvolver estratégias e procedimentos de escrita do gênero carta; propor
situações didáticas que garantam a abordagem do gênero carta; identificar as
características do gênero estudado; fazer parte de situações sociais de escrita
e desenvolver o habito de produzir e revisar textos.
A metodologia utilizada neste Trabalho de Conclusão de Curso
constituiu-se em pesquisa bibliográfica, fundamentada por livros didáticos,
teses e artigos científicos. A pesquisa de campo foi realizada em uma sala de
2º ano do Ensino Fundamental nos Anos Iniciais por meio da aplicação de
sequências didáticas.
No primeiro capítulo, “O processo de leitura e escrita” foram
estabelecidos alguns conceitos de comunicação, seus elementos e a escrita
enquanto processo do mesmo.
O segundo capítulo, “O material didático do Programa Ler e Escrever”
apresenta a história do programa, seus objetivos, concepção de alfabetização,
o que é o guia de planejamento e orientações didáticas do professor, suas
expectativas de aprendizagens e um exemplo de rotina pedagógica.
O terceiro e último capítulo, “Análise da pesquisa de campo” aponta
detalhadamente como ocorreu a aplicação das sequências didáticas,
exemplificando todas as atividades que foram propostas e realizadas.
Por fim, são apresentadas a conclusão e as considerações finais do
trabalho.
15
CAPÍTULO I
O PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA ENQUANTO MEIO DE
COMUNICAÇÃO
1 COMUNICAÇÃO
Atualmente o processo comunicacional é reconhecido como fator
importante para o bom desempenho das pessoas visto que qualquer ação
começa com comunicação e essa relação não é diferente dentro do contexto
escolar.
O termo comunicação sugere a ideia do estabelecimento de um campo comum com outras pessoas, parente de comunhão, ela nos remete a um público geral, o qual compartilha ideias, comportamentos e questionamentos; a palavra de origem latina tem seu significado representado pelo ato de repartir, distribuir, tornar comum. (SILVA, 2014, p. 112).
O termo comunicação está intimamente ligado ao instrumento e/ou a
forma de realização do processo comunicacional.
De acordo com os dicionários Aurélio e Larousse, tem-se que a
comunicação é:
1. Ato ou efeito de comunicar(-se). 2. Processo de emissão, transmissão e recepção de mensagens por meio de métodos e/ou sistemas convencionais. 3. A mensagem recebida por esses meios. 4. A capacidade de trocar ou discutir ideias, de dialogar, com vista ao bom entendimento entre pessoas. (FERREIRA, 2004, p.251). 1. Ato ou efeito de comunicar(-se). 2. Aviso, mensagem, informação, comunicado. 3. Meio de ligação, via de acesso, passagem. 4. Interação social que se processa entre as pessoas por meio do uso do idioma. (LAROUSSE, 2009, p.187).
A comunicação ocorre quando interagimos com outras pessoas
utilizando linguagem, portanto a linguagem é um processo comunicativo pelo
qual as pessoas interagem entre si. Segundo os Parâmetros Curriculares
Nacionais (BRASIL, 1997, p. 06):
A linguagem é a capacidade humana de articular significados coletivos e compartilhá-los [...]. A principal razão de qualquer ato de linguagem é a produção de sentido. [...]. Nas práticas sociais, o homem cria a linguagem verbal. Ela é um dos meios para
16
representar, organizar, transmitir o pensamento de forma específica. Há a linguagem verbal, a não verbal, e seus cruzamentos [...].
O processo de comunicação surgiu através dos desenhos primitivos
dentro das cavernas e grutas, ou seja, pelas pinturas rupestres na época da
pré-história; de modo que a origem da mesma surge da necessidade humana
de comunicar-se e esse processo vai se transformando e se aprimorando. De
acordo com Silva:
A comunicação vai deixando suas marcas em cada novo momento histórico, mas o que fica claro é a importância deste processo que se renova e se modifica, mas que nunca perde sua essência. A comunicação auxilia na evolução de nossos pontos de vista, o que gera nossa mudança através de novos conhecimentos ampliando nossa visão de mundo e possibilitando as diversas maneiras e facetas de encarar um fato ou objeto. (2014, p. 112).
Com a disseminação dos meios de comunicação, as pessoas passam a
progredir na oralidade, leitura e escrita, ampliando a compreensão e visão do
mundo a sua volta, desta forma a comunicação tem estado presente na
sociedade em vários contextos, a todo o momento estamos em processo de
troca de informação e interação, seja pelos meios midiáticos, através de uma
aula ou palestra, lendo um livro, recebendo um jornal um panfleto, durante todo
o dia nos deparamos com ações que fazem parte da cultura contemporânea
nos remetendo a uma estrutura comunicativa.
Quando temos como objetivo que o processo de comunicação realmente aconteça, temos que nos preocupar com todos os tipos de informações passíveis de serem utilizadas pelo receptor e que nos dão pistas para melhor entendimento dos fatores, das situações e dos contextos que estão sendo apresentados, para que o ato reflexivo seja posto à prova e que a tomada de decisão seja pautada em reais situações de conhecimento. (SILVA, 2014, p. 114).
O processo comunicacional se divide em duas vertentes, verbal e não
verbal, como também em dois tipos, individual e de massa.
A comunicação verbal é aquela composta pela palavra, sendo
concretizada pela escrita e devidamente documentada. Existem duas formas
de realizá-la: a comunicação oral, na qual se predominam as ordens, os
pedidos, as conversas dentre outras e a comunicação escrita, o que diz
respeito às cartas, telegramas, cartazes, livros, revistas ou jornais.
17
A comunicação não verbal encontra-se correlacionada com a troca de
sinais como, por exemplo, o olhar, a postura, os gestos e a mímica.
A comunicação individual está pautada na comunicação interpessoal,
entre as pessoas; por meio de cartas via correio, telefone, e-mail, whatsapp,
facebook, entre outros.
A comunicação de massa é mais ampla e externa, pois possui o intuito
de comunicar um grande número de pessoas, como é o caso da televisão,
rádio, internet, jornal e redes sociais.
1.1 Elementos da comunicação
O processo de comunicação segundo Roman Jakobson (2005) é
decorrente de um sinal e/ou mensagem enviada de um emissor a um receptor,
através de um canal de comunicação; onde o receptor interpretará a
mensagem recebida e dará um feedback e/ou resposta, completando, assim o
processo de comunicação.
Figura 1 – Processo de Comunicação
Fonte: https://sites.google.com/site/revolucaodosmeiosdecomunicacao/
18
Conforme estampado na imagem, nas situações em que há
comunicação, alguns elementos se encontram presentes, tais como: emissor–
aquele que emite a mensagem; receptor – a quem se destina mensagem
(aquele que recebe); mensagem – informação a ser transmitida; canal de
comunicação – meio empregado para o envio da mensagem; código – sistema
de sinais empregados no envio da mensagem (linguagem utilizada); codificar –
converter num código conhecido, a intenção da comunicação; decodificar –
traduzir a mensagem recebida; feedback – retorno e/ou resposta à mensagem
recebida.
2 A ESCRITA ENQUANTO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
A escrita possibilitou um grande progresso na história da humanidade, e
tem sua origem na necessidade humana de registrar acontecimentos,
impressões, enfim transmitir conhecimentos, além de comunicar-se.
O homem, através dos tempos, vem buscando comunicar-se com gestos, expressões e a fala. A escrita tem origem no momento em que o homem aprende a comunicar seus pensamentos e sentimentos por meio de signos. Signos que sejam compreensíveis por outros homens que possuem ideias sobre como funciona esse sistema de comunicação. (BARBOSA, 2013, p. 34).
Os primeiros registros da escrita que surgiram nas cavernas eram
exprimidos com o intuito de contar fatos ocorridos entre os povos, as possíveis
existências de guerras entre eles e as caças bem sucedidas. Os desenhos
eram feitos com sangue de animais, com folhas e também terra.
Os tijolos de argila eram utilizados como material de escrita. No tablete
de argila ainda úmido, o escriba riscava pequenos sinais com uma cunha, um
tipo de metal ou madeira cortada em ângulo agudo.
O papiro uma espécie de planta com folhas longa que foi muito utilizada
na antiguidade, pois eram trabalhadas para serem transformadas em um tipo
de papel, onde se escreviam textos, o mesmo foi substituído pelo pergaminho,
por ser mais resistente o papiro, pois era produzido a partir da pele de animais.
Desse modo o processo da escrita e consequentemente o processo da
leitura muito tem evoluído, tal fator é decorrente devido aos avanços das novas
tecnologias, mais conhecidas como tecnologia de comunicação e informação;
19
portanto “a escrita é considerada um marco de passagem da pré-história para a
história” (BARBOSA, 2013, p.13).
Em situações do dia a dia, a escrita coloca-nos como atuantes na
sociedade, possibilitando trocas significativas entre um ou mais indivíduos. Se
levarmos em conta uma situação comunicativa, o objetivo e o papel que cada
um passa a desempenhar como importante e processual neste contexto, a
escrita pode tomar diferentes sentidos; tudo depende, do que, para que e para
quem se escreve, ou seja, a finalidade o ato comunicacional interfere no
resultado final desta comunicação.
As relações interpessoais são favorecidas constantemente com este processo, uma vez que ao criarmos relações de troca comunicacional, seja em casa, no trabalho ou demais meios sociais em que estamos incluídos, estamos renovando a cada dia este processo que se amplia de acordo com o modo como reagimos às novas experiências. (SILVA, 2014, p. 112).
Em suma, a escrita ao mesmo tempo em que é capaz de exprimir
graficamente a linguagem, acelera o processo de construção cultural de quem
a desenvolve, sendo assim, esta perpassa por vários estágios até que chegue
ao que utilizamos atualmente; que segundo KOCH (2015, p. 36) “[...] é um
trabalho no qual o sujeito tem algo a dizer e o faz sempre em relação a um
outro (o seu interlocutor/leitor) com um certo propósito”.
O homem só consegue produzir ao superar os limites de sua condição natural. Essa superação acontecerá com a apropriação de conhecimentos, através da utilização de estratégias que expliquem, informem, mostrem e corrijam caminhos, dentro de situações reais, para a partir de então se tornar capaz de representar e exteriorizar
esse conhecimento. (SILVA, 2014, p. 117).
Na escola, os alunos têm de se apropriar e realizar a produção de
diversos gêneros textuais: uma carta formal ou informal, um bilhete, um conto,
um relato, uma instrução dentre outras tipologias textuais, em que o ato de
escrever se torna uma atividade complexa pelo fato de exigir uma série de
conhecimentos linguísticos que requer um amplo repertório de leituras e o
comportamento leitor/escritor (DOLZ; GAGNON; DECÂNDIO, 2010, p. 14).
Penteado (1991) apresenta alguns princípios para que o processo
comunicacional se estabeleça com sucesso na ação docente:
1. Partir da realidade do educando;
20
2. Distinguir ponto de partida (a realidade do aluno e sua forma de
apreensão da realidade) de ponto de chegada (compreensão da
realidade);
3. Recorrer ao diálogo e à imagem, nas suas múltiplas modalidades,
por reconhecer a oralidade como traço cultural marcante, bem como
a importância e o papel que a imagem vem assumindo na cultura
tecnológica da atualidade.
Para que a sala de aula se torne um espaço de aprendizagens
significativas, torna-se necessário que os dois atores, professor e aluno,
estejam presentes e atuantes, desencadeando o processo de ensino e
aprendizagem e o ato comunicacional seja compreendido por nossas crianças
como algo vivenciado por eles em seu cotidiano.
Nossos alunos, ao adentrar nas salas de aula, já estão inseridos numa grande e complexa realidade na qual os meios de comunicação, através da imagem e do som, se misturam a nossa vida, numa imensa trama comunicacional, o que traz para os ambientes de aprendizagem um processo de comunicação cada vez mais veloz que já teve seu início e não podemos deixar de aproveitá-los.(SILVA, 2014, p. 113).
3 CARTA PESSOAL: QUE BICHO É ESSE?
Para Bronckart (1996 apud DOLZ; GAGNON; DECÂNDIO, 2010, p.14) a
linguagem escrita possibilita diferentes trocas entre os indivíduos, portanto a
interação pode ser considerada uma forma de expressão, conhecimento e
comunicação.
Exercitar a interação verbal é a intencionalidade do texto epistolar que,
dispõe ao emissor, determinar como condição:
■ a quem se escreve — os alunos devem, portanto, construir a noção de interlocutor, de destinatário; ■ por que se escreve — devendo-se prever a necessidade de haver um motivo para o estabelecimento de comunicação entre sujeitos; ■ sobre o que se escreve — o assunto a ser tratado; ■ como se escreve — as escolhas discursivas – eu ou nós? Vocabulário simples ou requintado, específico? – seus elementos constituintes, a organização que devem ter, isto é, sua silhueta. (PDE/ GESTAR, p. 41).
21
Figura 2 – TEXTO EPISTOLAR
Fonte: https://www.todamateria.com.br/genero-textual-bilhete/
Para quem o texto foi escrito?
Quem o escreveu?
Por que foi escrito?
Qual o assunto?
Na figura exposta anteriormente o contexto da escrita evidencia um
diálogo a distância entre um emissor e um receptor.
Desta forma, o texto epistolar é estabelecido por todo e qualquer tipo de
comunicação em que se estabelece um diálogo à distância, entre duas ou mais
pessoas por meio da linguagem escrita.
A vivência com este gênero textual permite ao aluno uma reflexão e
adequação do uso da linguagem em diversas situações de interação verbal,
porquanto os textos epistolares constituem-se em: bilhetes, cartas, convites,
cartões, e-mails (transmissão por meio eletrônico), dentre outros. A finalidade
nada mais é do que escrever para ser lido por alguém.
Em situações reais de comunicação, os textos podem apresentar uma
organização interna semelhante. SCHNEUWLY e DOLZ (2004) organizam os
textos em 5 tipos: relatar, narrar, argumentar, descrever ações e expor.
22
Considerada uma epístola, a carta é uma mensagem que pode ser
manuscrita ou impressa, e que tem por objetivo transmitir uma informação para
uma ou mais pessoas (FERREIRA, 2010).
A carta pessoal é um gênero textual que se classifica nas tipologias:
narrar, expor, instruir, argumentar e principalmente relatar. Suas principais
características são: remetente (quem escreve a carta), destinatário (quem
recebe a carta), local e data (cabeçalho), saudação, assunto, despedida,
assinatura, P. S. post-scriptum (palavra derivada do latim, que significa depois
de escrito).
Existem vários tipos de cartas e cada tipo evidencia o uso de uma
linguagem particular específica, como é o caso da carta comercial, informativa,
propagandística, social, literária, de agradecimento, felicitação, dentre outras.
O receptor ao receber uma carta coloca em prática o ato de interpretar
as informações nela contida e assume uma determinada atitude diante da
informação recebida. Tais ações diante do contexto em que este é exposto é
que determinam se haverá um retorno/resposta, portanto, uma situação real de
comunicação.
23
CAPÍTULO II
O MATERIAL DIDÁTICO DO “PROGRAMA LER E ESCREVER”
1 O QUE É O PROGRAMA LER E ESCREVER?
O Programa Ler e Escrever, foi implantado pela Secretaria da Educação
do Estado de São Paulo no ano de 2007, com o desígnio de buscar a melhoria
da qualidade de ensino nas escolas da rede estadual.
Desde sua inserção, o programa vem revendo a função básica da escola
quanto ao seu papel de promover aos alunos a aprendizagem do processo da
leitura e da escrita que segundo o São Paulo (2012, p. 3):
[...] Leitura e escrita em seu sentido mais amplo e efetivo. Vimos trabalhando na formação de crianças, jovens e adultos que leiam muito, leiam de tudo, compreendem o que leem; e que escrevam com coerência e se comuniquem com clareza. Isso não teria sido possível se a Secretaria não tivesse desenvolvido uma política visando ao ensino de qualidade.
Conforme citado no site oficial do programa, o Ler e Escrever constitui-
se como currículo para todos os ciclos do Ensino Fundamental nos Anos
Iniciais, seja com o intuito de assegurar que todas as crianças até oito anos de
idade (matriculadas no 3º ano – 2ª série) estejam plenamente alfabetizadas,
bem como garantir apoio a classes do mesmo ciclo, porém voltadas para a
recuperação da aprendizagem.
No ano de 2005, após os baixos e insatisfatórios resultados de leitura e
escrita obtidos por meio da realização do SARESP – Sistema de Avaliação de
Rendimento do Estado de São Paulo foi necessário um momento de reflexão
por parte dos órgãos reguladores da educação estadual, pensando-se assim,
na necessidade de criar um meio em que esses pontos críticos fossem
melhorados. O foco neste momento era investir em uma melhoria para a
qualidade de ensino.
Em agosto de 2007, o governador José Serra juntamente com a
Secretária Estadual da Educação Maria Helena Guimarães de Castro,
lançaram um plano dimensional para a educação paulista, abrangendo dez
ações para atingir dez metas que foram estabelecidas até 2010.
24
1. Todos os alunos de 8 anos sejam alfabetizados até o final do segundo ano de escolaridade; 2. Redução de 50% das taxas de reprovação na 8ª série; 3. Redução de 50% das taxas de reprovação no Ensino Médio; 4. Implantação de programas de recuperação de aprendizagem nas series finais de todos os ciclos; 5. Aumento de 10% nos índices de desempenho do ensino fundamental e médio nas avaliações nacionais estaduais; 6. Atendimento da demanda de jovens e adultos de ensino médio com currículo profissionalizante diversificado; 7. Implantação do ensino fundamental de 9 anos com prioridade à municipalização das series iniciais – 1ª a 4ª; 8. Programas de Formação Continuada e capacitação das equipes de ensino; 9. Descentralização da merenda escolar nos trinta municípios que ainda não aderiram ao programa; 10. Obras e melhorias de infraestrutura nas escolas. (PALMA FILHO, 1983-2008, p.166 e 167).
Para que as metas fossem alcançadas, as ações estabelecidas foram:
1. Implantação do Programa Ler e Escrever; 2. Reorganização da Progressão Continuada; 3. Elaboração e divulgação das propostas curriculares da educação básica; 4. Recuperação da aprendizagem: ciclos iniciais, 8ª série e Ensino Médio; 5. Diversificação curricular do Ensino Médio; 6. Educação de Jovens e Adultos (Ensino Fundamental e Médio); 7. Ensino Fundamental de 9 anos e articulação com os municípios; 8. Sistemas de Avaliação; 9. Gestão por resultados e política de incentivos; 10. Plano de obras e investimentos. (TAVARES, 2012, p. 03).
Surge então, o Programa Ler e Escrever, um material didático com base
construtivista. Os principais objetivos são:
- Apoiar o Professor Coordenador em seu papel de formador de professores dentro da escola; - Apoiar os professores regentes na complexa ação pedagógica de garantir aprendizagem de leitura e escrita a todos os alunos, até o final da 2ª série do Ciclo l / EF; - Criar condições institucionais adequadas para mudanças em sala de aula, recuperando a dimensão pedagógica da gestão; - Comprometer as Universidades com o ensino público; - Possibilitar a futuros profissionais da Educação (estudantes de cursos de Pedagogia e Letras), experiências e conhecimentos necessários sobre a natureza da função docente, no processo de alfabetização de alunos do Ciclo I /EF. (SÃO PAULO, 2010, p. 1).
No ano da implantação, em 2007 o programa foi instituído apenas em
algumas escolas da capital paulista, já em 2008 ocorreu uma ampliação para a
Região Metropolitana de São Paulo e, em 2009 para o interior e litoral.
25
Com base nos resultados satisfatórios alcançados até o ano de 2010,
deu-se continuidade ao programa e atualmente, além das escolas estaduais do
Estado de São Paulo, algumas escolas municipais também aderiram ao
programa, na qual todos os alunos e professores do 1º ao 5º ano do Ensino
Fundamental nos Anos Iniciais utilizam o material didático do Ler e Escrever.
De acordo com Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (2015),
até o ano de 2015, 404 municípios estavam conveniados com o Ler e Escrever;
1.634.445 alunos e 65. 452 professores foram beneficiados pelo uso do
material didático. Ao total, foram entregues nas escolas 3.309.100 livros.
Quanto à distribuição do material didático, os alunos do 1º ao 5º ano do
Ensino Fundamental nos Anos Iniciais recebem um livro de atividades e outro
de coletânea de textos contendo diversos gêneros textuais; e cada professor
recebe um Guia De Planejamento e Orientações Didáticas, podendo ser
dividido em volumes, como é o caso do 2º ano.
2 LER E ESCREVER E A CONCEPÇÃO DE ALFABETIZAÇÃO
No que diz respeito à alfabetização, o Ler e Escrever tem por objetivo
maior oportunizar a todos os alunos, o desenvolvimento de capacidades
leitoras e escritoras de modo competente, o que requer da escola ser inclusiva
para que possa promover uma aprendizagem.
A escola pode organizar um espaço que seja propício ao uso das práticas sociais da leitura e da escrita, tanto do ponto de vista físico (textos e tabelas colocados nas paredes) quanto do ponto de vista do uso dessas práticas (leitura em voz alta pelo professor de variados gêneros, manuseio de materiais impressos como livros, revistas e outros, as rodas de apreciação e indicação de leituras, produção de textos, entre outras), de modo que os alunos possam interagir intensamente com a utilização de textos dos mais variados gêneros, identificar e refletir sobre seus diferentes usos sociais, produzir textos e, assim, construir as capacidades que lhes permitam participar das situações sociais pautadas pela cultura escrita (SÃO PAULO, 2014, p.19).
Ao escolher o que, e como ensinar, é necessário que o professor crie
condições de aprendizagem, garantindo a conquista e o fortalecimento da
apropriação da leitura e da escrita, porquanto ambas as dimensões estão
26
intimamente ligadas uma a outra, portanto as crianças precisam ver o real
sentido em aprender.
3 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Ao início de todo ano letivo, todos os professores, de todas as escolas
dos anos iniciais do ensino fundamental da rede estadual e, de muitas escolas
das redes municipais do estado de São Paulo, recebem o Guia de
Planejamento e Orientações Didáticas.
O material é um guia de apoio para que o professor possa planejar suas
atividades e, não é dito propriamente como um livro de planejamento, pois o
objetivo é orientar, indicar caminhos e propor alternativas.
Nas Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo – ATPCs, o Professor
Coordenador junto com todo o corpo docente deve refletir e estudar o que
propõe o material, para que assim, possam tirar duvidas e compartilharem
experiências, proporcionando um aprimoramento na formação dos professores
associando a teoria com a prática.
Figura 3 – Guias de Planejamento e Orientações Didáticas
Fonte: São Paulo, 2014. Fonte: São Paulo, 2012.
Os Guias de Planejamento e Orientações Didáticas analisados no
presente trabalho são do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental nos Anos Iniciais.
27
O guia do 1º ano se dispõe de um volume único e é organizado em
blocos. O Guia do 2º ano conta com dois volumes, dividido entre volume 1 e 2.
O volume um é estabelecido para o primeiro e segundo bimestre e o volume
dois para o terceiro e quarto bimestre.
Embora existam algumas diferenças referentes à organização da
estrutura dos guias, ambos seguem uma mesma linha de orientações. O
material possui logo de início uma introdução, onde professor alfabetizador se
dispõe de leituras sobre a concepção de alfabetização, modelo de ensino e
aprendizagem, ação do professor e as especificidades das crianças desta faixa
etária.
Em seguida são relatadas as expectativas de aprendizagem e avaliação,
onde é apresentado o que se espera dos alunos ao término do ano letivo, como
o professor deve avaliar o avanço dos mesmos, abrange ainda, a importância
da sondagem diagnóstica.
Posteriormente é apontada e realizada apresentação da rotina
pedagógica, como esta deve ser e como deve ocorrer a organização do tempo
e desenvolvimento das atividades, apontando ainda sugestão de rotina para
que o professor possa utilizar como referência.
Sucessivamente são apresentadas as situações de aprendizagem que
devem ser contempladas na rotina do 1º ano. Nesta etapa, são disponibilizadas
ao professor as mesmas atividades que fazem parte do livro de atividades dos
alunos, contendo o nome da atividade, seus objetivos, planejamento e o
encaminhamento; apresentando ainda, o que fazer e o que consultar, ou seja,
dando sugestões para que o professor possa aperfeiçoar a atividade, aplicando
o que o livro estabelece e indo além.
Por fim, concede as referências bibliográficas e no caso do 1º ano, até
mesmo textos complementares.
O Guia de Planejamento e Orientações Didáticas não está pronto e
acabado. Ele é um ponto de partida e, o professor precisar estudar e refletir
sobre os assuntos relacionados à aprendizagem da leitura e escrita.
4 EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM
Como citado ao longo do trabalho, o Guia de Planejamento e
Orientações Didáticas informam em um determinado bloco de conteúdos as
28
expectativas de aprendizagens, ou seja, a condição que se espera que o aluno
chegue ao término do ano letivo.
Ao término do 1º ano do Ensino Fundamental nos Anos Iniciais, o aluno
deverá ser capaz de:
- Participar de situações de intercâmbio oral cotidiano escolar (como, por exemplo, rodas de conversa, rodas de leitura, roda de estudos, etc.), ouvindo com atenção, formulando perguntas e fazendo comentários sobre o tema tratado; - Planejar sua fala, adequando-a a diferentes interlocutores em situações comunicativas do cotidiano escolar; - Apreciar textos literários e participar dos intercâmbios posteriores à leitura em diferentes situações como, por exemplo, a Roda de Leitores; - Ler – com o apoio do professor ou colegas – textos de diferentes gêneros (como por exemplo, contos, textos instrucionais, textos expositivos de divulgação científica, notícias) com diferentes propósitos, apoiando-se em conhecimentos sobre o tema do texto, as características de seu portador, do gênero e do sistema de escrita; - Ler por si mesmo textos conhecidos tais como parlendas, adivinhas, poemas, canções, trava-línguas, ainda que seja por um procedimento de ajuste do falado ao escrito; - Ler por si mesmo textos diversos, como placas de identificação, listas, manchetes de jornal, legendas, histórias me quadrinhos, tirinhas, rótulos, entre outro, utilizando-se de índices linguísticos e contextos para antecipar, inferir e validar o que está escrito; - Compreender o funcionamento alfabético do sistema de escrita, ainda que escrevam com algumas falhas no valor sonoro convencional; - Escrever alfabeticamente textos que se costuma saber falar de cor, tais como: parlendas, quadrinhas, canções, trava-línguas, entre outros, ainda que escrevam com algumas falhas no valor sonoro convencional; - Participar de situações coletivas e, ou, individuais de reconto de histórias conhecidas, recuperando a sequência dos episódios essenciais e algumas características da linguagem do texto lido pelo professor; - Participar de reescritas coletivas ditando para o professor ou colegas trechos dos contos conhecidos, considerando as ideias principais do texto-fonte, assim como algumas características da linguagem escrita e do registro literário desse texto; - Participar de situações de produção de textos de autoria (como bilhetes, cartas, verbetes de curiosidades, entre outros) e de completação de histórias cujo final se desconhece, realizadas de maneira coletiva ou em grupo de alunos, ditando para o professor ou colegas; - No processo de reescrita de textos e de produção de textos de autoria: planejar o que vai escrever considerando o contexto de produção; reler o que está escrevendo, tanto para controlar a progressão temática quanto para avançar nos aspectos discursivos e textuais; - Participar de revisão coletiva de textos depois de finalizada a primeira versão. (SÃO PAULO, 2014, p. 25 e 26).
29
O Guia de Planejamento e Orientações Didáticas do 2º ano do Ensino
Fundamental nos Anos Iniciais é divido em dois volumes, portanto as
expectativas relacionadas à comunicação oral, às práticas de leitura, à análise
e reflexão sobre a língua e às práticas de produção de texto propostas para o
final do período letivo dentre o 1º e 2º bimestre e consequentemente para o 3º
e 4º bimestre, são:
- Participar de situações de situações de intercâmbio oral, ouvindo
com atenção e formulando pergunta sobre o tema tratado; - Planejar sua fala, adequando-a a diferentes interlocutores em situações comunicativas do cotidiano; -Apreciar textos literários; - Recontar histórias conhecidas, recuperando algumas características da linguagem do texto lido pelo(a) professor(a); - Ler com a ajuda do(a) professor(a), diferentes gêneros (textos narrativos literários, textos instrucionais, textos de divulgação científica e notícias), apoiando-se em conhecimentos sobre o tema do texto e sobre as características de seu portador, sobre o gênero e sobre o sistema de escrita; - Ler por si mesmo, textos conhecidos, tais como parlendas, adivinhas, poemas, canções, trava-línguas, além de placas de identificação, listas, manchetes de jornal, legendas, quadrinhos e rótulos; - Compreender o funcionamento alfabético do sistema de escrita, ainda que escreva com erros ortográficos (ausência de marcas de nasalização, hipo e hipersegmentação, entre outros); - Escrever alfabeticamente ainda que com erros de ortografia textos que conhece de memória (o texto falado não a sua forma escrita), tais como: parlenda, adivinhas, poemas, canções, trava-línguas. Entre outros; - Reescrever – ditando para você ou para os colegas e, quando possível, de próprio punho – histórias, considerando as ideias principais do texto-fonte e algumas características da linguagem escrita; - Produzir textos de autoria (bilhetes, cartas, instrucionais), ditando para você ou par aos colegas e, quando possível, de próprio punho; - Revisar textos coletivamente com ajuda do professor; - Ouvir com atenção a leitura de textos de divulgação científica, buscando ampliar seus conhecimentos sobre a linguagem escrita e sobre o tema; - Antecipar o conteúdo de um texto de divulgação científica pelo tema, pelo título ou por índices visuais, como ilustrações; - Utilizar procedimentos de leitor relacionados à leitura feita com o propósito de estudar (textos de divulgação científica); - Apreciar a leitura de histórias em quadrinhos e conhecer algumas de suas convenções – orientações dos quadrinhos, uso dos balões, presença de títulos etc.; - Utilizar conhecimentos sobre as personagens dos gibis; - Relacionar o texto escrito às imagens e compreender que o sentido do texto só é possível a partir da interação das duas linguagens; - Buscar diferentes maneiras de expressar o mesmo conteúdo, procurando a forma mais precisa e objetiva (nos textos de divulgação científica) ou a mais convidativa (nos textos literários), com a preocupação de se fazer compreender e ao mesmo tempo envolver os futuros leitores;
30
- Realizar coma a ajuda do professor, uma comunicação oral sobre o assunto estudado. (SÃO PAULO, 2012, p. 20 e 21; 2010 p. 10 e 11).
O material expõe várias outras expectativas de aprendizagens, não
somente relacionadas à escrita e produção de texto, mas também, relativas à
evolução das sondagens.
Em relação aos conteúdos estabelecidos no material, as atividades
incluídas para serem trabalhadas no 1º ano do Ensino Fundamental nos Anos
Iniciais são: leitura de contos pelo professor, alfabeto, parlendas, brincadeiras,
leitura e escrita de nomes próprios, leitura e escrita de nomes dos colegas da
classe, escrita de listas, situações de ditado para o professor – produzir textos
antes de saber escrever (escrita de um bilhete), situações de escrita pelos
alunos, situações de leitura pelo aluno, roda de conversas, produção de fichas,
elaboração de cartazes, elaboração de bilhete, leitura de textos instrucionais
pelo professor, escrita pelos alunos de títulos de brincadeiras, produção de
texto coletivo (texto do gênero informativo) e legendas.
Para o 2º ano do Ensino Fundamental nos Anos Iniciais, as atividades
que o livro propõe para serem realizadas são: leitura de textos de divulgação
científica pelo professor, leitura de textos de divulgação científica pelo aluno,
parlendas, alfabeto, escrita e leitura de nomes próprios, leitura de textos
literários, produção de crachás, agenda de aniversários, produção de bilhete,
cantiga, escrita de listas, legendas, ficha técnica, roda de conversa,
curiosidades, contos tradicionais, produção oral de história, rimas, receitas,
listas, poemas, jogos, cruzadinhas, textos jornalísticos, história em quadrinhos,
texto de divulgação científica e reescrita.
Deste modo verifica-se que em ambas as séries, no tocante aos
conteúdos, não há nenhuma atividade que contemple o gênero epistolar –
carta.
5 ROTINA PEDAGÓGICA
O Guia de Planejamento e Orientações Didáticas aborda o tema da
rotina pedagógica, mencionando a importância da rotina semanal com
atividades que favoreçam a aprendizagem de diferentes conteúdos,
contribuindo para a reflexão sobre o sistema de leitura e escrita.
31
É exposto no guia, um exemplo de rotina semanal que contempla as
atividades necessárias, uma sugestão. Desta forma, é importante dizer que,
não é obrigatoriamente essa rotina que o professor irá utilizar, mas servirá
como um modelo para que o mesmo prepare a sua própria rotina.
Figura 4 – Exemplo de rotina para o 1º ano do Ensino Fundamental
Fonte: São Paulo, 2014, p.33.
6 BOLSA ALFABETIZAÇÃO
O Programa Bolsa Alfabetização possui uma finalidade colaborativa para
alunos dos cursos de Pedagogia e Letras de Instituições de Ensino Superior na
prática pedagógica, juntamente com professores de escolas da rede pública.
Criado pelo Decreto 51.627 de 1º de março de 2007, essa experiência
proporcionada pelo programa aos estudantes oferece uma bagagem de
conhecimentos de suma importância, pois, possibilita uma relação entre a
teoria aprendida nas IES com a prática, fazendo com que este possa enxergar-
se como profissional vivenciando o mercado de trabalho a qual está se
preparando para fazer parte.
32
Os alunos quando inseridos no programa passam a ser nomeados de
APs, ou seja, de alunos pesquisadores, no intuito de fazer com que esses
apoiem o professor dentro da sala de aula com turmas do 2º ano do Ensino
Fundamental nos Anos Iniciais, com crianças de faixa etária entre 7 a 8 anos,
como também em classes do mesmo ciclo, porém, voltadas para a
recuperação da aprendizagem, os RIs (salas de Recuperação Intensiva).
Nesse contexto, os APs são designados a desenvolverem atividades
com crianças que possuem mais conhecimentos tanto em leitura quanto na
escrita, possibilitando a elas intervenções, mediando também o processo para
que desse modo todos possam avançar juntamente com o professor titular.
Os materiais do Ler e Escrever é que fundamentam esse trabalho
norteando tanto a ação dos APs quanto a do professor que consiste em
momentos de acompanhamento dos avanços dos alunos no processo de
leitura e escrita. Os APs são acompanhados por um PO (Professor Orientador)
da IES em que estuda.
O programa estrutura-se em discussões de questões voltadas à
alfabetização, o que constitui a formação inicial dos docentes. Os Principais
objetivos consistem em:
a) Aprimorar a formação inicial dos estudantes dos cursos de Pedagogia e de Letras, possibilitando-lhes atuar como docentes da rede pública de ensino, tendo conhecimento de tal realidade; b) Favorecer o acesso à leitura e à escrita a todos os alunos do 2º ano ou de classes do mesmo ciclo, voltadas à recuperação da aprendizagem; c) Comprometer as IES com a causa do ensino público. (SÃO PAULO, 2010).
Até o ano de 2015 conforme as informações do sistema no site da FDE
(Fundação para o Desenvolvimento da Educação), o programa manteve
parceria com 23 Instituições de Ensino Superior de todo o estado, porém, todo
ano o programa amplia novas parcerias, nomeando novos pesquisadores para
atuarem diretamente no processo de ensino-aprendizagem.
33
CAPÍTULO III
ANÁLISE DA PESQUISA
1 METODOLOGIA
A metodologia deste Trabalho de Conclusão de Curso consistiu em uma
pesquisa de campo e bibliográfica, tendo como base o relato, foi realizada em
uma escola estadual da cidade Lins, com uma sala de 2º ano do Ensino
Fundamental nos Anos Iniciais, composta 24 (vinte e quatro) alunos – com
faixa etária entre 7 e 8 anos, sendo todos alfabéticos.
Para a realização da pesquisa foi elaborado um projeto embasado em
uma sequência didática com bilhetes e cartas, visando o processo de
ampliação da escrita já que se trata de um percurso para a sua construção, no
qual foi analisado tanto o processo quanto o material didático proposto pelo
currículo para a realização desta de acordo com a faixa etária escolhida.
A sequência didática foi dividida em duas partes: Projeto com Bilhetes e
Projeto com Cartas respeitando e seguindo um contexto real de produção,
possibilitando aos alunos um aprimoramento da escrita.
A aplicação das atividades propostas foi executada pela professora
titular da classe, com a observação, análise e registros das alunas
pesquisadoras.
Para dar início as atividades, a professora apresentou aos alunos o
projeto que seria realizado durante o período de maio à junho. Os alunos
ficaram surpresos com a proposta apresentada.
1.1 Projeto com Bilhetes – Objetivos:
Compreender e reconhecer a estrutura de um bilhete;
Participar da produção coletiva de um texto com relevância social;
Participar de uma situação de escrita em duplas desenvolvendo alguns
comportamentos de escritor (planejar o que vai escrever);
Aprender procedimentos de revisão levando em conta a importância de
se realizar um aprimoramento da linguagem utilizada;
34
Levantar as características de um bilhete levando em consideração os
conhecimentos prévios que o aluno possui sobre o gênero;
Realizar a escrita de um bilhete;
1ª ETAPA: Apresentação de um bilhete
Nesta etapa a professora apresentou aos alunos um bilhete ampliado
em folha A3, e realizou a leitura apontando alguns termos técnicos e fazendo
alguns questionamentos.
Para que serve um bilhete? O que não pode faltar em um bilhete?
Conforme os alunos iam respondendo a professora seguia fazendo
intervenções. As respostas mais apontadas foram: um bilhete serve para visar,
mandar um recado, pedir alguma coisa, mandar um convite, agradecer; fazer
uma cobrança e não pode faltar em um convite o cumprimento, o
assunto/mensagem, a data, assinatura, despedida, saudação e, “o nome de
quem vai receber” (destinatário).
Foi perceptível o grande conhecimento que os alunos possuem quanto
ao gênero devido o domínio, já que esta atividade segundo a professora é
realizada desde o ano anterior (1º ano) de acordo com o currículo.
2ª ETAPA: Produção coletiva de um bilhete
Nesta etapa foi proposta a produção coletiva de um bilhete em que a
professora atuou como escriba, pontuando a necessidade de se escrever um
bilhete atentando para a estrutura de tal tomando como exemplo, o modelo de
bilhete ampliado em folha A3 utilizado na etapa anterior.
Antes de iniciarem a escrita, a professora questionou sobre quais
assuntos iriam escrever, os alunos decidiram que seria sobre a reunião de pais.
A professora atuou de modo com que cada aluno pudesse refletir sobre o
sistema de escrita e suas possíveis representações. Foi feito questionamentos
do tipo: como podemos colocar na saudação? O assunto deverá ser informado
ou questionado? Podemos convidar ou devemos convocar?
35
Ao término da produção, ambos, aluno-professor realizaram uma revisão
do texto produzido, investigando as representações ali feitas e o que poderia
ser melhorado.
3ª ETAPA: Produção em duplas produtivas
Nesta etapa os alunos foram organizados em duplas produtivas de
acordo com o nível de hipótese escrita. As duplas receberam um bilhete para
que pudessem realizar a leitura do mesmo, seguida da leitura do professor, que
realizou a análise do assunto oralmente.
Logo depois cada dupla respondeu o respectivo bilhete, participando de
uma situação de escrita, desenvolvendo o comportamento escritor.
4ª ETAPA: Escolha de uma produção para revisar
Nesta etapa, a professora escolheu uma das produções realizadas na
etapa anterior para a realização de uma revisão coletiva. Os alunos
observaram atentamente o texto pela professora escolhido, alguns disseram
que o bilhete estava correto, outros disseram que o mesmo poderia ser
melhorado.
Figura 5 – Produção de um bilhete – Resposta
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016.
36
Após a reescrita, os alunos foram questionados sobre o poderia ser
modificado e acrescentado, sem deixar de lado a estrutura do bilhete. A
professora sempre retomava a leitura quando acrescida alguma informação
para que os alunos fossem realizando reflexões sobre a escrita ali
representada e buscando palavras mais complexas para o melhoramento da
escrita, o que ampliava gradativamente o vocabulário dos mesmos.
Figura 6 – Revisão de um bilhete – Resposta
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016.
5ª ETAPA: Antecipação e verificação dos conhecimentos prévios
Nesta etapa cada aluno recebeu um bilhete impresso. Após a leitura
deste, eles responderam algumas questões internalizando tudo o que haviam
aprendido até o momento.
As questões que compunham a atividade eram: Quem escreveu o
bilhete? Em qual data o bilhete foi escrito? Para quem foi o bilhete? Por qual
motivo o bilhete foi escrito?
6ª ETAPA: Escrita individual de um bilhete
Nesta etapa a atividade foi um pouco mais dinâmica. Com o intuito de
possibilitar um contexto real de produção levando em consideração a proposta
do projeto (realização do piquenique), foi realizada a escrita individual de um
37
bilhete /convite – para a participação de um piquenique. A sala foi dividida em
grupos e cada um escolheu seu respectivo destinatário, composto pela direção,
coordenação, secretaria, alguns professores e demais funcionários da unidade
escolar.
Figura 7 – Escrita de um bilhete – Convite
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016.
7ª ETAPA: Concretização do evento – Piquenique
Após a entrega dos bilhetes, os alunos se organizaram para a
concretização do evento. Alguns dias se passaram e o grande dia chegou.
Alguns convidados não puderam comparecer, portanto mandaram com
antecedência um bilhete resposta justificando a ausência e permitindo a
contemplação de um contexto real de comunicação.
38
Figura 8 – Piquenique
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016.
Figura 9 – Resposta do bilhete – Convite
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016.
39
1.2 Projeto com Cartas – Objetivos:
Conhecer as características do gênero carta pessoal e as diferentes
situações de comunicação em que é produzido;
Ler e interpretar diferentes modelos do gênero carta;
Identificar as características e as partes do gênero textual carta (local,
data, saudação, assunto, despedida e assinatura);
Desenvolver a capacidade de compreensão leitora a partir do estudo do
texto;
Estabelecer condições de produção de uma carta pessoal, adequando a
produção escrita ao contexto e aos possíveis interlocutores;
Realizar reescrita e revisão da própria produção escrita;
1ª ETAPA: Conhecendo a carta e suas principais características
Nesta etapa cada aluno recebeu uma carta e por meio da oralidade a
professora trabalhou com eles as ideias que possuíam sobre cartas, se utilizam
esse meio de comunicação, com quem e o pôrque.
Diante do assunto proposto a professora aproveitou o gancho desse
meio de comunicação e debateu com os alunos alguns assuntos relacionados
às semelhanças entre a carta e as tecnologias atuais (e-mail, sms); explicando
a diferenças de como esse processo de comunicação ocorria há alguns anos
atrás e como ocorre hoje.
Após o debate foi realizada uma leitura pela professora da carta
disponibilizada apontando e exemplificando oralmente aos alunos que
observassem a estrutura dessa forma de comunicação (cabeçalho, saudação,
mensagem, despedida e assinatura).
Os alunos interagiram prazerosamente com a conversa, possibilitando a
professora resultados valiosos quanto aos conhecimentos prévios sobre o
assunto por parte deles.
2ª ETAPA: Antecipação e verificação diante dos conhecimentos prévios
40
Nesta etapa a atividade consistiu em se trabalhar as principais
características da carta, para tanto foi utilizada a estratégia de antecipação e
verificação, considerando aquilo que os alunos já sabiam sobre e estrutura da
mesma e sobre os conhecimentos já internalizados sobre o assunto até o
momento, voltados para a localização do destinatário, data, assunto e
despedida.
3ª ETAPA: Organizando uma carta
Nesta etapa os alunos receberam uma carta toda embaralhada e após a
leitura e organização do texto em fatias foi proposto que os alunos pudessem
organizar esta carta e realizar a reescrita da mesma visando reestruturá-la de
forma correta, ou seja, obedecendo e seguindo sua estrutura (cabeçalho,
saudação, assunto, despedida e assinatura).
4ª ETAPA: Conto clássico – Disney – Cinderela
Nesta etapa a atividade foi mais lúdica na qual os alunos dirigiram-se
para o laboratório de informática e assistiram ao filme da Cinderela para
realizar uma atividade de localização das estruturas de uma carta recebida por
ela uma semana após o seu casamento.
Figura 10 – Conto Clássico – Disney – Cinderela
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016.
41
5ª ETAPA: Produção coletiva
Depois de assistirem ao filme Cinderela a professora solicitou aos alunos
nesta etapa da atividade que escrevessem uma carta coletiva – reposta, como
se Cinderela estivesse escrevendo-a.
Com esta atividade os alunos levantaram grandes questionamentos. A
professora começou colocando na lousa o cabeçalho da seguinte forma: “Reino
Encantado 16” e questionou aos alunos se ali deveria haver alguma pontuação.
Mais do que depressa responderam que sim, “uma vírgula!”. Então a
professora reescreveu o cabeçalho deixando em branco o ano. “Reino
Encantando, 16 de junho de” e fez outro questionamento. “Que ano podemos
colocar?”
“Coloca 2016”. Então a professora interviu: “Mas será que demorou tudo
isso para ela responder?”. O aluno A respondeu: “Acho melhor colocar no ano
que vem depois!” “Depois do 7 coloca o 8!” (a carta foi escrita em 1687).
Portanto a saudação ficou da seguinte forma: Reino Encantado, 16 de
junho de 1688. Querida fada madrinha; e em seguida a professora fez outro
questionamento: “E agora o que podemos colocar?”. A aluna K respondeu: “Por
que a gente não coloca que está com saudade?”, “Li sua carta com carinho”,
acrescentou o aluno G. E assim a carta foi sendo composta por eles.
Figura 11 – Carta resposta – Cinderela
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016.
42
Posteriormente foram realizadas diversas leituras da carta depois de
pronta e então os alunos juntamente com a professora melhoraram a escrita
ampliando o vocabulário deles, o que facilitava o entendimento do leitor, pois, o
assunto se tornou bem claro e objetivo.
Figura 12 – Reescrita da Carta Resposta – Cinderela
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016.
6ª ETAPA: Escrita individual de uma carta
Com o intuito de tornar todo o aprendizado até o momento significativo
para os alunos a atividade proposta nesta etapa foi embasada na 7ª etapa do
Projeto com Bilhetes (justificativa dos convidados ausentes no piquenique).
Deste modo cada aluno escolheu um destinatário (qualquer um dos que
estavam ausentes no piquenique) e escreveram uma carta relatando como foi a
realização do piquenique, o que mais gostou e como foi a experiência.
Durante todo o processo de escrita da carta, ocorreu a revisão e
correção individual do assunto ali escrito, para que assim os alunos por si só
pudessem realizar reflexões sobre a sua escrita buscando formas para
melhorá-la e, até mesmo realizar o acréscimo de informações.
43
7ª ETAPA: Enviando uma carta
Nesta etapa foi realizada uma conversa informal, onde a professora
levantou o seguinte questionamento: “Quem entrega as cartas hoje em dia?”
Todos responderam “O carteiro!”.
Desta forma a professora realizou algumas intervenções no dialogo
criado e contou aos alunos como funcionava antigamente o serviço dos
correios e como funciona atualmente.
Para tornar tudo ainda mais divertido, nós, alunas pesquisadoras
juntamente com a professora, organizamos um passeio no correio para os
alunos enviarem as cartas que haviam sido produzidas (aluna pesquisadora,
diretora e vice-diretora).
Figura 13 – Carta
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016.
44
8ª ETAPA: O correio
Nesta etapa após as correções necessárias e as reescritas, cada aluno
recebeu um envelope e preencheu-o com os seus dados (remetente) e os
dados do destinatário escolhido para que pudéssemos ir até o correio.
Chegando ao correio fomos recepcionados pela gerente que nos
recebeu e adentrou os alunos para que pudessem retirar a senha, aguardar a
sua vez de ser atendido (seguindo senha visível no televisor) e então selarem
as cartas.
Posteriormente a gerente acolheu-nos no interior do estabelecimento e
realizou uma conversa informal com os alunos na presença de mais
funcionários, informando-os sobre o funcionamento deste processo de selar as
cartas, realizar a separação e destiná-las até as casas por meio do carteiro!
O diálogo foi bem produtivo despertando nos alunos tanto o interesse
em participar como também em expor seus conhecimentos e ponto de vista
sobre o conteúdo aprendido em sala de aula.
Figura 14 – O Correio
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016.
45
Figura 15 – Aguardando a senha ser chamada
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016.
Figura 16 – Selando a Carta
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016.
46
Figura 17 – Conversa informal – Como a carta vai parar na nossa casa?
Fonte: Elaborados pelas autoras, 2016.
47
CONCLUSÃO
Após a realização da pesquisa conclui-se que as crianças do 2º ano do
Ensino Fundamental nos Anos Iniciais são sim capazes de realizar a produção
do gênero textual epistolar – carta.
Quando a aprendizagem ocorre dentro de um contexto real de produção
ela o faz de forma significativa, porquanto o processo de ensino-aprendizagem
ocorre com maior facilidade.
Na escola a criança deve se apropriar e produzir diferentes textos com
os mais variados propósitos, seja para dar um recado ou anotá-lo, fazer uma
lista de brincadeiras favoritas, escrever uma história, seguir instruções para
confeccionar um brinquedo e assim por diante.
Tais fatores comprometem o relacionamento da criança com os
diferentes gêneros textuais a fim de que o professor possa alfabetizá-las
fazendo com que elas se tornem capazes de repensar e apropriar-se do código
linguístico mediante sua função, fazendo uso destes em diferentes situações
sociais vivenciadas por ela.
Deste modo as atividades desenvolvidas por meio das sequências
didáticas com bilhetes/cartas oportunizaram um trabalho diferenciado com base
em um contexto real de produção.
Os alunos demonstraram-se envolvidos neste processo o que
possibilitou o alcance de resultados significativos por parte deles, pois,
demonstraram grande autonomia quanto à compreensão e a utilização com
domínio da escrita, os gêneros trabalhados e suas principais características.
Inúmeros questionamentos foram levantados e discutidos entre eles,
porém subsidiados com intervenções da professora e isso se deve ao fato de
como é desenvolvido este trabalho com gêneros textuais em sala de aula.
O currículo é seguido e serve como um orientador, mas existe também
uma busca por novas formas de integrar o conteúdo a realidade e
complementá-lo com outras fontes além das disponilizadas.
A carta é um dos meios de comunicação mais antigo que existe. Com o
desenvolvimento dos meios de comunicação de massa, principalmente a
comunicação digital, o computador tornou-se um componente importante na
48
vida e nas aprendizagens humanas, como também um veículo de difusão na
sociedade.
Tais mudanças culturais e sociais criaram a necessidade da escola
repensar esta sociedade e, por consequência, a educação, para buscar
compreender as novas formas de aquisição de saberes e competências
desenvolvidas por essa geração que vem sendo fortemente bombardeada por
processos comunicacionais.
Assim sendo não se pode deixar de lado a carta, pois, é a partir dela que
se dava a comunicação antigamente e trabalhar com este gênero é de suma
importância para resgatar alguns valores, além de despertar um aprendizado
real e lúdico.
Partindo da antiguidade, constitui todo um contexto histórico que se faz
necessário que a criança compreenda, mesmo que não tão utilizada devido a
tantas tecnologias que estamos vivenciando.
Desta forma torna-se importante verificar quais seriam as competências
de formação dos alunos para os dias atuais, reconhecendo que as mudanças
em diversos campos da humanidade impulsionam nossas crianças a
desenvolverem novas habilidades e saberes.
49
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante os anos de participação no Programa Bolsa Alfabetização como
alunas pesquisadoras, muito se ouvia dos professores afirmações de que os
alunos do 2º ano do Ensino Fundamental nos Anos Iniciais não eram capazes
de escrever cartas. Manifestou-se então, inquietações advindas dessas
expressões.
Devido às experiências obtidas como alunas pesquisadoras e ao longo
do desenvolvimento desse Trabalho de Conclusão de Curso, foi possível
constatar a dificuldade de alguns professores em ir além, no que diz respeito
ao trabalho em sala de aula, e que os mesmos não compreendem
completamente o que abrange o material didático do Ler e Escrever.
O material cita como expectativa de aprendizagem, que ao término do 1º
e 2º ano do Ensino Fundamental nos Anos Iniciais, os alunos devem ser
capazes de escrever cartas. Verificou-se que, no 2º ano este trabalho não
ocorre, quando de fato, era para proceder ao aprimoramento da
contextualização desse gênero textual.
Ao ouvirmos expressões voltadas à incapacidade dos alunos para
escreverem cartas, tornou-se notório a falta de conhecimento que grande
partes dos professores possuem quanto às expectativas de aprendizagem
contidas no currículo.
O material engloba as expectativas de aprendizagem, porém, ao
analisarmos verifica-se que o mesmo não promove nenhuma atividade
relacionada ao gênero carta, em nenhuma sequer das suas dimensões,
constatando então uma divergência dentro do próprio material.
O trabalho com gêneros textuais propostos pelo Programa Ler e
Escrever inicia-se com o gênero textual bilhete – texto curto, portanto
investindo gradativamente na reescrita de outros gêneros, para que se possa
então apenas modelizar o ato de escrever já que esta é sua prioridade. Se
somente ao término do terceiro ano que parte então para a escrita de autoria –
texto epistolar – carta porque trazer como uma expectativa de aprendizagem a
escrita de um gênero que não é o foco no momento?
Considera-se desta forma que o material didático do Ler e Escrever
apresenta um amplo descompasso, e que alguns professores por mais que
50
tenham acesso ao material, não possuem todos os conhecimentos que o
mesmo apresenta, e a falta de interesse pela busca da complementação
teórica a ser desenvolvida durante o trabalho em sala de aula, resulta na falta
de aprimoramento pelo professor do próprio conteúdo em si, preparo e
compreensão do Guia de Planejamento e Orientações Didáticas.
Contudo, pode-se notar a falta de continuidade do material, visto que, os
mesmos apresentam basicamente as mesmas expectativas de aprendizagens
para todas as séries dentro deste nível/ciclo de ensino, quando na verdade, em
cada faixa etária, deveria ter uma expectativa de aprendizagem específica,
para que assim, pudesse ser aumentado gradativamente o grau de
desempenho em cada ano letivo.
Percebe-se, portanto, que não há essa continuidade em razão de que no
primeiro ano é dada ênfase no trabalho com bilhetes, no segundo ano, quando
deveria ocorrer a evolução para o trabalho com cartas, esse fator não
acontece; o que demonstra que o material não apresenta um progresso, mas
permanece estático no trabalho com o gênero textual epistolar.
Analisando os conteúdos que o material do Programa Ler e Escrever
propõe, constata-se que, as sequências didáticas e projetos que são propostos
pelo próprio material não contemplam todos os objetivos propostos.
Assim sendo, visto que a cada ano letivo faz-se necessário que haja um
crescimento no processo de aprendizagem possibilitando aos alunos novas
práticas com outros gêneros textuais e assim sucessivamente, o trabalho
contínuo sem orientação fará com que o grau de evolução continue estagnado.
51
REFERÊNCIAS
BARBOSA, J. J. Alfabetização e Leitura. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2013.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa.
Brasília: MEC/SE, 1997. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf//livro02.pdf. Acesso em 07 de novembro de 2015. DOLZ, J.;GAGNON R.; DECÂNDIO F. Produção escrita e dificuldades de aprendizagem. Campinas: Mercado de Letras, 2010. DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas,
SP: Mercado de Letras, 2004. 278 p. (Tradução e organização: Roxane Rojo; Glaís Sales Cordeiro). FERREIRA, A. B. de H. Mini Aurélio: o minidicionário da língua portuguesa. Curitiba: Positivo, 2004. 6ª ed. ______. Mini Aurélio: o minidicionário da língua portuguesa. Curitiba: Positivo, 2010. 8ª ed. JAKOBSON, R. Linguística e comunicação. São Paulo: Cultrix, 2005. KOCH, I. V; Elias, V. M. Ler e Escrever: estratégias de produção textual. 2.
Ed., 3ª impressão. São Paulo: Contexto, 2015. LAROUSSE. MINIDICIONÁRIO da Língua Portuguesa. São Paulo: Larousse
do Brasil, 2009. 3ª ed. LERNER, D. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto
Alegre: Artmed, 2002. O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO. In: Revolução dos meios de comunicação. Disponível em: <https://sites.google.com/site/revolucaodos meiosdecomunicacao/o-processo-de-comunicacao>. Acesso em: 15 de junho de 2016.
52
PALMA FILHO, J. C. In: Universidade Metodista de São Paulo. A política educacional do Estado de São Paulo (1983-2008). Disponível em: <https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/EL/article/view/2015 /2051. Acesso em: 19 de agosto de 2016. PDE GESTAR I. Sistema Nacional de Formação de Profissionais da Educação Básica. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/ arquivos/pdf/ gestar/aaalinguaportuguesa/lp_aaa5.pdf>. Acesso em: 12 de outubro de 2016. SÃO PAULO (Estado). Ler e Escrever: guia de planejamento e orientações didáticas. Professor alfabetizador – 2º ano / Secretaria da Educação, Fundação para o Desenvolvimento da Educação. 6 ed. São Paulo: FDE, 2010. SÃO PAULO (Estado). Ler e Escrever: guia de planejamento e orientações
didáticas. Professor alfabetizador – 2º ano / Secretaria da Educação, Fundação para o Desenvolvimento da Educação. 6 ed. São Paulo: FDE, 2012. ______. Ler e Escrever: guia de planejamento e orientações didáticas. Professor alfabetizador – 1º ano / Secretaria da Educação, Fundação para o Desenvolvimento da Educação. 4 ed. São Paulo: FDE, 2014. ______. Programa Ler e Escrever. In: FDE – Fundação para o
Desenvolvimento da Educação. Disponível em: <lereescrever.fde.sp .gov.br/Handler/Upl Conteudo.ashx?jkasdkasdk=184&OT=O>. Acesso em: 19 de agosto de 2016. ______. Programa Ler e Escrever. In: FDE – Fundação para o
Desenvolvimento da Educação. Disponível em: <lereescrever.fde.sp.gov. br/SysPublic/InternaBolsaAlfabetizacao.aspx?alkfjlklkjaslkA=270&manudjsns=1&tpMat=0&FiltroDeNoticias=3>. Acesso em: 19 de agosto de 2016. SEE. Ler e Escrever. Alfabetização e formação das crianças paulistas.
Disponível em: <www.educacao.sp.gov.br/ler-escrever. Acesso em: 19 de agosto de 2016. SILVA, E.C.M. Formação de Médicos no Brasil – cenários e possibilidades pedagógicas do Museu Histórico Professor Carlos da Silva Lacaz da Universidade de São Paulo – USP. Tese de Doutorado. UNINOVE. Sp.2014. TAVARES, L. S. E. In: Infoteca Acervos Virtuais. O uso de material didático
do “Programa Ler e Escrever” pelos professores do ensino fundamental da
53
rede pública do município de Santos. Disponível em: <www.infoteca.inf.br/endipe/smarty/templates/arquivos/_template/upload_arquivos/acervo/docs/1733p.pdf. Acesso em: 19 de agosto de 2016.
54
APÊNDICE
55
APÊNDICE A
SEQUÊNCIA DIDÁTICA – BILHETE
OBJETIVOS
- Compreender e reconhecer a estrutura de um bilhete;
- Participar da produção coletiva de um texto com relevância social;
- Participar de uma situação de escrita em duplas desenvolvendo alguns
comportamentos de escritor (planejar o que vai escrever);
- Aprender procedimentos de revisão levando em conta a importância de se
realizar um aprimoramento da linguagem utilizada;
- Levantar as características de um bilhete levando em consideração os
conhecimentos prévios que o aluno possui sobre o gênero;
- Realizar a escrita de um bilhete;
CONTEÚDOS
- Apresentação de um bilhete;
- Produção coletiva de um bilhete: reunião de pais do 2º bimestre;
- Produção em duplas produtivas: análise de um bilhete para respectiva
produção (resposta);
- Escolha de uma produção para revisar;
- Realizar antecipação e verificação diante dos conhecimentos prévios;
escrita individual de um bilhete convidando a diretor (a), vice-diretor (a),
coordenador (a), professor (a) de arte e professor (a) de educação física para
participar de um piquenique organizado pela professora e pelos alunos.
orgnização da entrega dos bilhetes (convite);
- Concretizando o evento.
METODOLOGIA
Será apresentado aos alunos um bilhete escrito em papel kraft, que será
lido pela professora apontando alguns questionamentos.
56
Será realizada a produção coletiva de um bilhete (professor escriba)
explicando a necessidade de se escrever um bilhete atentando para a estrutura
de tal tomando como exemplo o cartaz produzido na 1ª etapa.
organizar os alunos em duplas produtivas (atentar ao nível de hipótese escrita)
e informá-los que deverão realizar a leitura atentamente de um bilhete pois irão
respondê-lo.
Será escolhido uma das produções de bilhete (etapa 4) feita pelos
alunos para que possam juntos revisar com a professora.
utilizar a estratégia de antecipação e verificação considerando aquilo que os
alunos já sabem sobre o sistema de escrita, para a localização de itens
pedidos.
De acordo com a proposta dessa sequência (escolhida juntamente com
os alunos) será produzido um bilhete individual convidando a direção para
participar do piquenique.
entrega dos bilhetes.
concretização do evento.
AVALIAÇÃO
A avaliação ocorrerá com base na observação do desenvolvimento da
atividade por meio de registros com foco no professor e nos alunos.
57
APÊNDICE B
SEQUÊNCIA DIDÁTICA – CARTA
OBJETIVOS
- Conhecer as característica do gênero carta pessoal e as diferentes situações
de comunicação em que é produzido;
- Ler e interpretar diferentes modelos do gênero carta;
- Identificar as características e as partes do gênero textual carta (local, data,
saudação, assunto, despedida e assinatura);
- Desenvolver a capacidade de comrpeensão leitora a partir do estudo do
texto;
- Estabelecer condições de produção de uma carta pessoal, adequando a
produção escrita ao contexto e aos possíveis interlocutores;
- Realizar reescrita e revisão da própria produção escrita;
CONTEÚDOS
- Conhecendo a carta e suas principais características;
- Realizar antecipação e verificação diante dos conhecimentos prévios;
- Leitura pelo professor;
- Produção coletiva;
- Organizando uma carta;
- Produzindo uma carta.
METODOLOGIA
Através da oralidade a professora trabalhará com os alunos as ideias
que eles tem de cartas, se utlizam esse meio de comunicação, com quem, o
pôr que.
Utilizar a estratégia de antecipação e verificação considerando aquilo
que os alunos já sabem sobre o sistema de escrita, para a localização de itens
pedidos.
58
Conto Clássico – Cinderela – Disney
Será realizada a leitura da carta que Cinderela recebeu uma semana
após o seu casamento (etapa 3) para que juntos com a professora possam
responder a carta como se Cinderela estivesse escrevendo-a.
Será realizada a reescrita organizada de uma carta que Cinderela
escreveu desorganizadamente fada madrinha;
Será solicitado aos alunos que escrevam uma carta para a vice-diretora,
coordenadora, professor (a) de arte ou porfessor (a) de educação física e para
a coordenadora do curso de pedagogia que avaliará o trabalho feito pelas
alunas do curso de pedagogia sobre o piquenique e as atividades que foram
realizadas durante o período de maio à junho.
AVALIAÇÃO
A avaliação ocorrerá com base na observação do desenvolvimento da
atividade por meio de registros com foco no professor e nos alunos.
59
APÊNDICE C
PROJETO: sequência didática – BILHETE
Alunas responsáveis: Thainá da Rocha Vanci, Wélida Cristina de Almeida
Pinatti.
Período: Maio à Junho.
1ª ETAPA: APRESENTAÇÃO DE UM BILHETE
Apresente aos alunos um bilhete escrito em papel kraft, que será lido
pela professora apontando alguns questionamentos tais como:
- Que tipo de texto é este?
- O que é um bilhete?
- Quem de vocês já escreveu ou recebeu um bilhete?
- Para quem você já escreveu?
Modelo
2ª ETAPA: PRODUÇÃO COLETIVA DE UM BILHETE
Realize a produção coletiva de um bilhete (professor escriba) explicando
a necessidade de se escrever um bilhete atentando para a estrutura de tal
DESTINATÁRIO
SEU NOME REMETENTE
60
tomando como exemplo o cartaz produzido na 1ª etapa. Realize algumas
intervenções, como por exemplo:
- Pergunte aos alunos quais informações precisam constar desse bilhete e
anote-as num canto da lousa.
- Solicite-lhes que pense qual seria o melhor jeito de começar, e escreva tudo
que eles falarem.
- Discuta com eles e sugira adequações, lembrando para quem e para que é o
bilhete e perguntando se não haveria uma forma mais completa de iniciá-lo.
- Ao longo da produção, é importante que você releia o que já foi escrito,
apontando incoerências e repetições. Sempre dê a eles a oportunidade de
opinar e sugerir.
3ª ETAPA: PRODUÇÃO EM DUPLAS PRODUTIVAS: ANÁLISE DE UM
BILHETE PARA RESPECTIVA PRODUÇÃO (RESPOSTA)
Organize os alunos em duplas produtivas (atentando ao nível de
hipótese escrita) e informe-os que deverão realizar a leitura atentamente de um
bilhete, pois, irão respondê-lo.
Modelo
4ª ETAPA: ESCOLHA DE UMA PRODUÇÃO PARA REVISAR
MAMÃE,
HOJE DEPOIS DA AULA, VOU ALMOÇAR NA CASA DA MINHA
COLEGA VIVIANNE. FICAREI POR LÁ ATÉ VOCÊ IR ME
BUSCAR TÁ?
BEIJOS.
JOSUÉ
05/09/2013
61
Escolha uma das produções de bilhete (etapa 3) feita pelos alunos para
que possam juntos revisar com a professora.
O.B.S. Nessa etapa é importante que o professor leia o bilhete produzido e
explique aos alunos que deverão sugerir alterações para melhorar a linguagem,
para que todos os que lerem possa compreendê-lo. Faça alterações que forem
pertinentes, porquanto os problemas mais recorrentes são: repetição de
elementos de ligação entre as orações, repetição excessiva; omissão de partes
que comprometem a compreensão do bilhete e trechos confusos.
5ª ETAPA: REALIZAR A ANTECIPAÇÃO E VERIFICAÇÃO DIANTE DOS
CONHECIMENTOS PRÉVIOS
Utilize a estratégia de antecipação e verificação considerando aquilo que
os alunos ja sabem sobre o sistema de escrita, para que possam localizar os
itens pedidos.
Posteriormente distribua aos alunos um bilhete para que possam ler
individualmente quantas vezes for necessário para compreendê-lo.
Modelo
Kleber,
Estou com gripe e não posso ir à sua festa.
Você poderia mandar um pedaço de bolo e alguns
brigadeiros pelo Gustavo? Feliz Aniversário!
Abraços.
Eliel
30/08/2013
62
Após o término passe a seguinte comanda: a partir da leitura realizada
do bilhete, responda as questões abaixo. Se necessário volte ao texto para
consultar informações.
1
QUEM ESCREVEU O BILHETE:
( ) Eliel.
( ) Gustavo.
( ) Kleber.
2
EM QUAL DATA O BILHETE FOI ESCRITO?
____________________________________________________________.
3
PARA QUEM FOI O BILHETE:
( ) Gustavo.
( ) Kleber.
( ) Eliel
4
POR QUAL MOTIVO O BILHETE FOI ESCRITO?
____________________________________________________________.
5
LOCALIZE E TRANSCREVA COMO FOI A DESPEDIDA.
____________________________________________________________.
O.B.S. Para finalizar realize uma socialização da atividade.
6ª ETAPA: ESCRITA INDIVIDUAL DE UM BILHETE – CONVITE
Nessa etapa realize a escrtia inividual de um bilhete (convite)
convidando a direção da unidade escolar e demais funcionários para participar
de um piquenique que será organizado pela professora e os alunos.
63
SEGUE ABAIXO UM MODELO QUE PODE SER UTILIZADO COMO BASE:
7ª ETAPA: ORGANIZAÇÃO DA ENTREGA DOS BILHETES
8ª ETAPA: CONCRETIZAÇÃO DO EVENTO
Dona Elaine,
Convidamos você para participar do nosso piquenique
que será realizado no pátio dia ____/____/____ às ___
horas.
Será muito divertido. Não falte!
Alunos do 2º ano A
___/___/___
64
APÊNDICE D
PROJETO: sequência didática – CARTA PESSOAL
Alunas responsáveis: Thainá da Rocha Vanci, Wélida Cristina de Almeida
Pinatti.
Período: Maio à Junho.
1ª ETAPA: CONHECENDO A CARTA E SUAS PRINCIPAIS
CARACTERÍSTICAS
Através da oralidade, explore com seus alunos as ideias que eles
possuem sobre cartas, se utilizam esse meio de comunicação, com quem e o
pôr que. Em seguida distribua aos alunos o modelo de carta abaixo para que
juntos possam realizar a leitura.
Modelo
65
Após a leitura da carta, aponte oralmente aos alunos que observem a
estrutura dessa forma de comunicação (carta pessoal) e exemplifique as
características obtidas a partir da legenda abaixo:
SUGESTÃO:
Explique a eles como funcionava antigamente o serviço dos correios e
como funciona atualmente.
Explore a forma correta de preenchimento de um envelope de carta
(remetente destinatário e CEP). Em seguida explique aos alunos que a carta é
um dos meios de comunicação verbal mais antigo. Através da escrita podemos
enviar mensagens para as pessoas que estão próximas ou em lugares
distantes.
É importante colocar o CEP (código de endereçamento postal), pois
facilita a distribuição da correspondência nos correios da cidade.
Atividade Prática
Distribua aos alunos envelopes para que possam treinar o
preenchimento dos mesmos.
- Endereço;
- CEP;
- Remetente;
- Destinatário
- Cidade
- cabeçalho: compõe-se do local e data.
- saudação: inicia-se com o cumprimento, por exemplo:
Querida amiga, Prezado Senhor...
- mensagem: dela faz parte o texto da carta, aquilo que você
quer transmitir, o assunto principal.
- despedida: até logo, um abraço.
- assinatura: deve-se assinar o nome.
66
2ª ETAPA: REALIZAR ANTECIPAÇÃO E VERIFICAÇÃO DIANTE DOS
CONHECIMENTOS PRÉVIOS
Nesta etapa utilize a estratégia de antecipação e verificação
considerando aquilo que os alunos já sabem sobre o sistema de escrita, para
que possam localizar os itens pedidos.
Distribua aos alunos uma carta para que possam ler individualmente ou
em duplas quantas vezes for necessário para que possam compreendê-lo e
preencher a legenda das principais características da carta.
67
Modelo - Análise
3ª ETAPA: CONTO CLÁSSICO – CINDERELA – DISNEY
Filme na sala de multimídia.
4ª ETAPA: PRODUÇÃO COLETIVA
QUEM ESCREVEU A CARTA?
___________________________________.
EM QUAL DATA A CARTA FOI ESCRITA?
___________________________________.
PARA QUEM FOI ESCRITA A CARTA?
___________________________________.
POR QUAL MOTIVO A CARTA FOI ESCRITA?
___________________________________________________________
LOCALIZE E TRANSCREVA COMO FOI A DESPEDIDA.
________________________________________________
68
Distribua aos alunos a carta que Cinderela recebeu uma semana após o
seu casamento e solicite que localizem na carta os elementos que constituem
a estrutura da mesma com base na seguinte legenda.
Faça a leitura da carta e solicite aos alunos que façam a interpretação
desse texto. Após o término da leitura proponha que escrevam uma carta
coletiva como resposta a fada madrinha como se Cinderela estivesse
escrevendo-a.
5ª ETAPA: ORGANIZANDO UMA CARTA / DURAÇÃO 5ª ETAPA: 1 AULA
69
Diga aos alunos que o Castelo de Cinderela estava sendo atacado por
inimigos, então ela escreveu uma carta rapidamente, porém toda
desorganizada. Peça aos alunos que reescrevam no caderno a carta de modo
organizado.
No final peça aos alunos que façam a legenda para que possam
internalizar bem a característica de uma carta e o que a diferencia de um
bilhete. (anexo da legenda na etapa 4)
Modelo
6ª ETAPA: PRODUZINDO UMA CARTA
Nesta etapa da atividade será solicitado aos alunos que escolham um
destinatário (convidados do piquenique que não estiveram presente), e escreva
uma carta contando sobre o piquenique.
7ª ETAPA: O CORREIO
Nesta etapa da atividade, levaremos os launos ao correio para que
possam enviar suas cartas possibilitando a eles um contexto real de suas
produções.