Cartas chilenas

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Cartas Chilenas Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Cartas Chilenas são poemas satíricos , em versos decassílabos brancos (sem rimas), que circularam em Vila Rica em manuscritos , poucos anos antes da Inconfidência Mineira , em 1789 . Revelando seu lado satírico, num tom mordaz, agressivo, jocoso, pleno de alusões e máscaras, o poeta satiriza ferinamente a mediocridade administrativa, os desmandos dos componentes do governo, o governador de Minas e a Independência do Brasil . Critilo é um habitante de Santiago do Chile (na verdade Vila Rica) que narra ao amigo Doroteu, os desmandos despóticos e narcisistas do governador chileno Fanfarrão Minésio(na realidade, Luís da Cunha Meneses , governador de Minas até a Inconfidência Mineira ). São conhecidas treze cartas, sendo que sete foram impressas pela primeira vez em 1845, por iniciativa do escritor chileno Santiago Nunes Ribeiro . A totalidade das cartas teve a publicação em 1863, por Luís Francisco da Veiga , seguindo um manuscrito de seu pai, Saturnino da Veiga , que fora contemporâneo dos Inconfidentes 1 . Por bastante tempo discutiu-se a autoria das Cartas Chilenas. A dúvida só acabou após estudos de Afonso Arinos (1940) e, principalmente, de Rodrigues Lapa , comparando a obra com cada um dos elementos do "Grupo Mineiro", possíveis autores, quando se concluiu que o verdadeiro autor é Tomás Antônio Gonzaga , que ocupara o cargo de Ouvidor e que sofrera contrariedades pelos atos do governador. Assim, Critilo é ele mesmo e Doroteu, Tarquínio José Barbosa de Oliveira 2 . Manoel Bandeira também apontou Gonzaga como autor, em trabalho publicado no número 22, de abril de 1940, da Revista do Brasil 1 . Especula-se que a obra tenha sido influenciada por Cartas Persas , deMontesquieu . Conteúdo das cartas 1 [editar | editar código-fonte ] 1ª Carta - Entrada de Fanfarrão em Chile (isto é, a chegada do governador Cunha Menezes em Vila Rica) 2ª Carta - Fingimentos no início para aos poucos centralizar todos os negócios 3ª e 4ª Cartas - Injustiças e violências de Fanfarrão por "causa de uma cadeia" 5ª e 6ª Cartas - Desordens nas festas de casamento de Fanfarrão 7ª Carta - Sobre as decisões arbitrárias de Fanfarrão 8ª Carta - Corrupção em vendas de despachos e contratos 9ª Carta - desordens no "governo das tropas" 10ª Carta - "desordens maiores que fez em seu governo" 11ª Carta - "brejeirices" do governador 12ª Carta - imoralidade e atos prepotentes de Fanfarrão em prol de seus protegidos 13ª Carta - Existe apenas um curto fragmento As Cartas Chilenas são 13 cartas escritas por Critrilo (pseudônimo do autor que por muito tempo ficou obscuro) relatando os desmandos, atos corruptos, nepotismo, abusos de poder, falta de conhecimento e tantos outros erros administrativos, jurídicos e morais quanto pudessem ser relatados em versos decassílabos do "Fanfarrão Minésio" ( o governador Luís Cunha Meneses) no governo do "Chile" (a cidade de Vila Rica). Elas são sempre dirigidas a "Doroteu" (que tem uma epístola após as 13 cartas), ninguém mais do que Cláudio Manuel da Costa.

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  1. 1. Cartas Chilenas Origem: Wikipdia, a enciclopdia livre. Cartas Chilenas so poemas satricos, em versos decasslabos brancos (sem rimas), que circularam em Vila Rica em manuscritos, poucos anos antes da Inconfidncia Mineira, em 1789. Revelando seu lado satrico, num tom mordaz, agressivo, jocoso, pleno de aluses e mscaras, o poeta satiriza ferinamente a mediocridade administrativa, os desmandos dos componentes do governo, o governador de Minas e a Independncia do Brasil. Critilo um habitante de Santiago do Chile (na verdade Vila Rica) que narra ao amigo Doroteu, os desmandos despticos e narcisistas do governador chileno Fanfarro Minsio(na realidade, Lus da Cunha Meneses, governador de Minas at a Inconfidncia Mineira). So conhecidas treze cartas, sendo que sete foram impressas pela primeira vez em 1845, por iniciativa do escritor chileno Santiago Nunes Ribeiro. A totalidade das cartas teve a publicao em 1863, por Lus Francisco da Veiga, seguindo um manuscrito de seu pai, Saturnino da Veiga, que fora contemporneo dos Inconfidentes 1 . Por bastante tempo discutiu-se a autoria das Cartas Chilenas. A dvida s acabou aps estudos de Afonso Arinos (1940) e, principalmente, de Rodrigues Lapa, comparando a obra com cada um dos elementos do "Grupo Mineiro", possveis autores, quando se concluiu que o verdadeiro autor Toms Antnio Gonzaga, que ocupara o cargo de Ouvidor e que sofrera contrariedades pelos atos do governador. Assim, Critilo ele mesmo e Doroteu, Tarqunio Jos Barbosa de Oliveira2 . Manoel Bandeira tambm apontou Gonzaga como autor, em trabalho publicado no nmero 22, de abril de 1940, da Revista do Brasil 1 . Especula-se que a obra tenha sido influenciada por Cartas Persas, deMontesquieu. Contedo das cartas 1 [editar | editar cdigo-fonte] 1 Carta - Entrada de Fanfarro em Chile (isto , a chegada do governador Cunha Menezes em Vila Rica) 2 Carta - Fingimentos no incio para aos poucos centralizar todos os negcios 3 e 4 Cartas - Injustias e violncias de Fanfarro por "causa de uma cadeia" 5 e 6 Cartas - Desordens nas festas de casamento de Fanfarro 7 Carta - Sobre as decises arbitrrias de Fanfarro 8 Carta - Corrupo em vendas de despachos e contratos 9 Carta - desordens no "governo das tropas" 10 Carta - "desordens maiores que fez em seu governo" 11 Carta - "brejeirices" do governador 12 Carta - imoralidade e atos prepotentes de Fanfarro em prol de seus protegidos 13 Carta - Existe apenas um curto fragmento As Cartas Chilenas so 13 cartas escritas por Critrilo (pseudnimo do autor que por muito tempo ficou obscuro) relatando os desmandos, atos corruptos, nepotismo, abusos de poder, falta de conhecimento e tantos outros erros administrativos, jurdicos e morais quanto pudessem ser relatados em versos decasslabos do "Fanfarro Minsio" ( o governador Lus Cunha Meneses) no governo do "Chile" (a cidade de Vila Rica). Elas so sempre dirigidas a "Doroteu" (que tem uma epstola aps as 13 cartas), ningum mais do que Cludio Manuel da Costa. As Cartas chilenas, por outro lado, completam a obra de Gonzaga. So poemas satricos que circularam em Vila Rica pouco antes da Inconfidncia Mineira. Esses poemas eram escritos em versos decasslabos e tinham a estrutura de uma carta, assinada por Critilo e endereada a Doroteu, residente em Madri. Nessas cartas, Critilo, habitante de Santiago do Chile (na verdade Vila Rica), narra os desmandos e arbitrariedades do governador chileno, um poltico sem moral, desptico e narcisista, o Fanfarro Minsio (na realidade, Lus da Cunha Meneses, governador de Minas Gerais at pouco antes da Inconfidncia). Estes poemas foram escritos numa linguagem bastante satrica e agressiva, e sua verdadeira autoria foi discutida por muito tempo. Aps os estudos de Afonso Arinos e, principalmente, do trabalho de Rodrigues Lapa, a dvida acabou: Critilo mesmo Toms Antnio Gonzaga e Doroteu Cludio Manuel da Costa.
  2. 2. PERSONAGENS: Doutor: O narrador o protagonista. S sabemos que um "Doutor" por intermdio da fala de Jos Malvino, logo no incio da narrativa: "( Se o senhor doutor est achando alguma boniteza..."), fora isso, nem mesmo seu nome mencionado. Santana: Inspetor escolar intinerante. Bonacho e culto. Tem memria prodigiosa. um tipo de servidor pblico facilmente encontrvel. Jos Malvino: Roceiro que acompanha o protagonista na viagem para a fazenda do Tio Emlio. Conhece os caminhos e sabe interpretar os sinais que neles encontra. Atencioso, desconfiado, prestativo e supersticioso. Tio Emlio: Fazendeiro e chefe poltico, para ele uma forma de afirmao pessoal. a satisfao de vencer o jogo para tripudiar sobre o adversrio. Maria Irma: Prima do protagonista e primeiro objeto de seu amor. inteligente, determinada.. Elabora um plano de ao e no se afasta dele at atingir seus objetivos. No abre seu corao para ningum, mas sabe e faz o que quer. Bento Porfrio: Empregado da fazenda de Tio Emlio. companheiro de pescaria do protagonista e termina assassinado pelo marido da mulher com quem mantinha um romance. Resumo da obra: Resumo da obra escrito por Maria Jacqueline A. dos Santos Matos. O nome Cartas Chilenas deve-se ao artifcio usado para situar os acontecimentos no Chile. O poema est dividido em treze cartas dirigidas pelo poeta Critilo a seu amigo Doroteu ; das cartas 7 e 13 s ficaram fragmentos. Cunha Meneses foi satirizado sob o pseudnimo Fanfarro Minsio, e Joaquim Silvrio dos Reis, que viria a delatar os inconfidentes, aparece como Silverino; todos os personagens reais, j devidamente identificados pelos estudiosos, aparecem com pseudnimos. As cartas comearam com a narrativa da chegada de Cunha Meneses, a Vila Rica, isto , do Fanfarro Minsio ao Chile. Surgem os retratos caricaturas do governador e de seus cmplices mais chegadas. Ainda conta-se a posse do Fanfarro e sua atitude prepotente, humilhando, as outras autoridades. "Amigo Doroteu, prezado amigo, Abre os olhos, boceja, estende os braos E limpa das pestanas carregadas o pegajoso humor, o sono ajunta. Critilo, o teu critilo quem te chama; Ergue a cabea da engomada fronha, Acorda, se ouvir queres causas raras." Na segunda carta, os atos do governador so apresentados como demaggicos, caprichosos e arbitrrios, tomando decises que deviam caber justia. A partir de terceira carta, surgem em episdios atos de desmando desprezo e humilhao s outras autoridades e aos ilustres da terra. A restrio mais freqente feita s Cartas refere-se a suas desigualdades de estilo aos excessos de aluses circunstanciais ou indignaes panfletrias. Tais restries tm contribuindo para a subestimao da stira; no entanto, bem vistas as coisas so argumentos insustentveis quando se compara esse pretenso rigor tolerncia com que so aceitas tantas insignificncias sentimentais do Romantismo brasileiro. Escritas s vsperas da rebelio da Inconfidncia as Cartas Chilenas so narrativa crtica de um perodo importante da sociedade colonial. A terceira Carta contam as injustias e violncias que Fanfarro executou por causa de uma cadeia, a que deu principio. " Agora, Doroteu, ningum passeia, todos em casa esto, e todos buscam
  3. 3. divertir a tristeza que nos peitos infunde a tarde, mais que a noite feia." " Pretende, Doroteu, o nosso chefe erguer uma cadeia majestosa que passa escurecer a velha fama da torre da Babel e mais dos grandes, custosos edifcios que fizeram, para sepulcros seus, os reis do Egito. " A quinta carta contam as desordens feitas nas festas que se celebraram nos desposrios do nosso serenssimo infante com a serenssima infanta de Portugal. Leia mais em: http://www.enemsimples.info/2011/07/resumo-cartas-chilenas-tomas- antonio.html#ixzz3QAirww8v Cartas Chilenas um conjunto de poemas, escritos em versos decasslabos e brancos, com uma metrificao parecida com a da epopia, e circularam anonimamente em Vila Rica, entre 1787 e 1788, seus versos assumem um tom satrico. uma obra satrica, constituindo poema truncado e inacabado (13 cartas), na qual um morador de Vila Rica ataca a corrupo do Governador Lus da Cunha Menezes. Aponta as irregularidades de seu governo, configurando o ambiente de Vila Rica ao tempo da preparao poltica da Inconfidncia Mineira. Em julho deste ano de 1878, Cunha Menezes deixaria o governo de Minas, em favor do Visconde de Barbacena. Onde se deveria ler Portugal, Lisboa, Coimbra, Minas e Vila Rica, l-se Espanha, Madrid, Salamanca, Chile e Santiago. Os nomes aparecem quase sempre deformados: Menezes Minsio. H apelidos e topnimos inalterados, como: Macedo, a ermida do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, a igreja do Pilar. O autor se d o nome de Critilo e chama o destinatrio de Doroteu. Finalmente, os fatos aludidos so facilmente identificados pelos leitores contemporneos. Ache os cursos e faculdades ideais para voc ! A matria toda referente tirania e ao abuso de poder do Governador Fanfarro Minsio, versando a sua falta de decoro, venalidade, prepotncia e, sobretudo, desrespeito lei. Afirmam alguns que o poema circulava largamente em Vila Rica em cpias manuscritas. Critilo (Toms Antnio Gonzaga) aplica-se de tal modo na stira, que a beleza mal o preocupa. Os versos brancos concentram-se no ataque. Sente-se um poeta capaz de escrever no tom familiar que caracteriza o realismo dos neoclssicos, com certa inclinao para a pintura da vida domstica. Para Critilo, o arbitrrio Governador constitua, de certo modo, atentado ao equilbrio natural da sociedade. Entretanto, no se nota nas Cartas nenhuma rebeldia contra os alicerces do sistema colonial, nem mesmo uma revolta contra o colonizador; apenas se critica a m administrao do governador Cunha Menezes. Seu significado poltico, todavia, permanece. Literariamente, a obra satrica mais importante do sculo XVIII brasileiro e continua sendo o ndice de uma poca. Sendo annimo o poema e tendo permanecido indito at 1845, houve dvida quanto sua autoria, embora a tradio mais antiga apontasse Gonzaga sem hesitao. Falou-se depois em Cludio, em Alvarenga Peixoto, em
  4. 4. colaborao etc. Estudos empreendidos neste sculo, culminando pelos de Rodrigues Lapa, vieram dar prati- camente a certeza da atribuio a Gonzaga. tida como uma das mais curiosas stiras de todos os tempos em Literatura Brasileira (junto com Antnio Chimango). Quem assina essas cartas um certo Critilo, que escreve a um amigo, Doroteu. O contexto tambm era diverso, j que o clima de opresso e a tenso poltica deveriam se asilar no apcrifo. As Cartas tm em Cunha Menezes (no texto, batizado com o singelo nome de Fanfarro Minsio) o seu protagonista. Alm do vis satrico, a obra constitui um interessante quadro dos costumes daquela poca e um registro precioso do que era a corrupo no Brasil j desde os tempos da Colnia. Critilo, por sua vez, escreve do Chile. Resumo: Este trabalho tem como objetivo mostrar a importncia das Cartas Chilenas, escritas por Toms Antnio Gonzaga, no perodo arcdico no Brasil entre 1783-1788 (final do sculo XVIII). Perodo este do governo de Dom Lus da Cunha Pacheco Menezes, que aparece nas cartas com o pseudnimo de Fanfarro Minsio, o qual bastante satirizado por Gonzaga. As cartas denunciam as irregularidades polticas ocorridas no governo da poca. Esta obra tambm pode ser comparada segundo outros aspectos tratados pelos escritores nas stiras, como o tratamento dado religio, ao povo, lei e classe poltica. Atravs da leitura desta obra o leitor poder confrontar ou comparar duas filosofias, duas vises de mundo, duas pocas importantes para a histria do Brasil, aprendendo muito sobre o esprito brasileiro. 1.0 - Introduo As Cartas Chilenas so num total de 13 cartas escritas por Toms Antnio Gonzaga o qual usava o pseudnimo de Critilo, no entanto, esse pseudnimo ficou por muito tempo obscuro. Tais Cartas relatavam os desmandos, os atos corruptos, o nepotismo, o abuso do poder, a falta de conhecimento dos cidados e tantos outros erros administrativos, jurdicos e morais do governador. As cartas foram escritas em relatos na forma de versos decasslabos. Gonzaga finge escrever do Chile, contando a um amigo os abusos do governo, na cidade de Santiago. Mas percebe-se pelas circunstncias relatadas que o pas no Chile, mas retrata Minas Gerais; que a cidade no Santiago, mas Vila Rica e que o amigo Cludio Manuel da Costa, cujo pseudnimo Doroteu e que os abusos estavam acontecendo no governo de Cunha Meneses. As Cartas Chilenas contam as injustias e violncias que Cunha Meneses "Fanfarro" executou em seu governo, de carter faranico, esse carter faranico retrata uma obra grandiosa em objetivos e despesas que so executadas para servir como marco de uma administrao poltica engrandecendo quem as empreendeu. Essas Cartas circularam em Vila Rica pouco antes da Inconfidncia Mineira, em 1789. Nelas podemos encontrar a stira do poeta quando este num tom mordaz ou at mesmo agressivo, alude mediocridade administrativa, no caso especfico do governo de Minas Gerais e fazendo um paralelo podemos observar que enquanto no Brasil esse episdio acontecia prximo dos acontecimentos que deslancharam a Inconfidncia, a Europa, mas especificamente a Frana, vivia a Revoluo Francesa. Nesta obra encontramos: um prlogo, uma dedicatria, treze cartas e uma e epstola a Critilo. O prlogo uma conversa com o leitor onde o autor explica do que se trata a obra, neste caso, ele diz que encontrou um cavalheiro instrudo nas letras e que trazia com ele uns manuscritos onde eram relatadas todas as desordens no governo de Fanfarro Minsio, general do Chile, ento ele traduz esse manuscrito e confessa que mudou algumas coisas para melhor entendimento. Fonte: PORTAL EDUCAO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/13751/analise-literaria-da-obra-cartas- chilena#ixzz3QAkcu7yB