CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE...

60
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA ENGENHARIA FÍSICA VITOR SILVA DE ALMEIDA CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE BACKTEST TRABALHO DE GRADUAÇÃO LORENA - SP 2020

Transcript of CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE...

Page 1: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE

LORENA

ENGENHARIA FÍSICA

VITOR SILVA DE ALMEIDA

CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE

BACKTEST

TRABALHO DE GRADUAÇÃO

LORENA - SP

2020

Page 2: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

VITOR SILVA DE ALMEIDA

CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE

BACKTEST

Trabalho de Graduação apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Física do Departamento de Materiais da Escola de Engenharia de Lorena, pertencente a Universidade de São Paulo.

Orientador: Prof. Dr. Herlandí de Souza Andrade

LORENA - SP

2020

Page 3: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

Folha destinada à inclusão da Ficha Catalográfica) a ser solicitada ao Departamento de Biblioteca e posteriormente impressa no verso da Folha de Rosto (folha anterior).

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizado da Escola de Engenharia de Lorena,

com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Almeida, Vítor Silva

Carteira De Investimentos: Análise de Risco por meio de Backtest / Vítor Silva de Almeida; orientador Herlandí de Souza Andrade. – Lorena, 2020.

60p.

Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusão de Graduação do Curso de Engenharia Física - Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo. 2020

1. Investimentos. 2. Backtest. 3. Ações. 4. Carteira. Análise de Risco. I. Título. II. Andrade, Herlandí de Souza

Page 4: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

Dedico este trabalho ao meus Pais, por sempre orarem por mim.

Page 5: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

AGRADECIMENTOS

Um curso de graduação certamente é uma jornada rumo ao desconhecido.

Sair da casa dos pais, ter que morar em outra cidade, conhecer novas pessoas e ter

que se virar para comer, limpar, sobreviver. Dentro dessa jornada, há algumas

pessoas que eu gostaria de expressar minha gratidão, sem pelas quais não estaria

chegando a concretizar a Universidade.

Sou muito grato a Deus, que me salvou e desde então tem conduzido minha

vida. Mesmo nos momentos mais difíceis, Ele estava lá e não me deixava cair.

Sou muito grato aos meus pais, Marcos e Célia, que me levaram a Cristo e

mesmo distantes, nunca deixaram de me apoiar, orar por mim e me aconselharem

nos momentos difíceis.

Agradeço aos amigos da ABU que passaram na minha vida. Em especial ao

Paulo de Tarso, Emanuel, Gustavo e ao casal Bruno e Joslaine, muito obrigado pelos

vários momentos incríveis em que cada um esteve comigo.

Agradeço ao Pr. Maurício e toda a minha família na fé, PIB Lorena, por me

permitirem servir a Deus, passar um pouco de conhecimento e ser acolhido com tanto

amor que deixou-me constrangido. Em especial à família Píres, pelo carinho e

companhia em momentos de provação e ao Thiago, a quem Deus preparou para ser

um líder de juventude muito melhor do que eu fui.

Agradeço ao Froes, que sempre foi uma ótima companhia no pedal, e a todos

colegas de curso que contribuíram para o meu crescimento e sofreram comigo nessa

dura formação.

Agradeço ao Professor Herlandí por aceitar o desafio de me orientar, mesmo

em corona vírus e com o prazo reduzido da matéria em si, e a todos os professores

que me proporcionaram o aprendizado dos diversos campos da engenharia.

Enfim, agradeço a todos cujo privilégio eu tive de passar um tempo e aprender

um pouco mais.

Page 6: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

RESUMO

ALMEIDA, V. S. Carteira de Investimentos: Análise de Risco por meio de Backtest. 2020. Trabalho de Graduação (Bacharelado em Engenharia Física) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2020. 60p.

Muitos brasileiros têm se atentado à importância de investir em produtos alternativos à poupança. Assim, esse trabalho tem como finalidade propor uma estratégia mecânica para a composição de uma careira de investimentos financeiros, populares no mercado, para o investidor pessoa física, obtida por meio da análise de risco individual e comparada, utilizando Backtest. Os perfis utilizados deste padrão foram o conservador, moderado e agressivo, que possuem uma proporção em porcentagem entre renda fixa e variável de 70-30, 40-60 e 0-100, respectivamente. Os resultados destacaram os potencias riscos de perda financeira, a variação dos perfis conforme o momento macroeconômico e a importância de se investir em produtos mais seguros em pequenos prazos e para longos buscando maior rentabilidade. Concluiu-se que o presente estudo obteve uma análise de risco dos ativos mais populares, observou padrões em certos momentos históricos do período analisado, e constatou ser interessante para o investidor seguir uma estratégia mecânica dentre os perfis de carteiras diversificadas pela Suitability pois os resultados dos perfis no período estudado foram satisfatórios em questão da relação risco-rentabilidade.

Palavras-chave: Investimentos. Backtest. Ações. Carteira. Análise de Riscos

Page 7: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

ABSTRACT

ALMEIDA, V. S. Carteira de Investimentos: Análise de Risco por meio de Backtest. 2020. Trabalho de Graduação (Bacharelado em Engenharia Física) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2020. 60p.

Many Brazilians have been aware of the importance of investing in alternative products to savings. Thus, this work aims to propose a mechanical strategy for composition of a career of financial investments, popular in the market, for the individual investor, obtained through the analysis of individual risk and compared, using Backtest. The profiles used in this standard were conservative, moderate and aggressive, with a percentage ratio between fixed and variable income of 70-30, 40-60 and 0-100, respectively. The results highlighted the potential risks of financial loss, the variation of the profiles according to the macroeconomic moment and the importance of investing in safer products in short and long term seeking greater profitability. It was concluded that the present study obtained a risk analysis of the most popular assets, observed patterns in certain historical moments of the analyzed period, and found it interesting for the investor to follow a mechanical strategy among the profiles of diversified portfolios by Suitability because the results of the profiles in the studied period were satisfactory in terms of the risk-profitability ratio.

Keywords: Investments. Backtest. Stocks. Portfolios. Risk Analysis.

Page 8: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Títulos Listados no Tesouro Direto no dia 14/07/2020 .............................. 18

Figura 2 - Dados da Taxa Selic ................................................................................. 19

Figura 3 - Dados da Taxa IPCA ................................................................................ 20

Figura 4 - CDB's disponíveis ..................................................................................... 22

Figura 5 - índice Ibovespa ......................................................................................... 24

Figura 6 - Comparação entre o CDI, Ibovespa e S&P500 ......................................... 35

Figura 7 - Comparação entre ativos da Renda Fixa .................................................. 37

Figura 8 - Comparação do FII com outros investimentos .......................................... 38

Figura 9 - Comparação entre os perfis ...................................................................... 43

Figura 10 - Comportamento dos Índices durante a crise de 2008 ............................. 45

Figura 11 - Simulação de um investimento em cada índice de 2014 - 2017 ............. 48

Figura 12 - Valorização dos índices no período de 2019 – 2020 (Maio) ................... 50

Figura 13 - Mercado global de ações e as grandes epidemias ................................. 52

Page 9: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Alíquotas de Imposto de Renda ............................................................... 21

Tabela 2 - Tabela de entrada de dados..................................................................... 31

Tabela 3 - Exemplo da organização dos índices ....................................................... 31

Tabela 4 – Tabela de apresentação dos resultados .................................................. 32

Tabela 5 - Comparação entre o CDI, Ibovespa e S&P5000 ...................................... 33

Tabela 6- Análise dos produtos de Renda Fixa ......................................................... 36

Tabela 7 - Análise do IFIX ......................................................................................... 38

Tabela 8 - Combinações entre Renda Fixa ............................................................... 40

Tabela 9 - Combinação entre produtos de Renda Variável ....................................... 41

Tabela 10 - Perfil Conservador vs Perfil Moderado ................................................... 42

Tabela 11 - Comparação entre as bolsas na crise .................................................... 44

Tabela 12 - Comparação entre os perfis na crise de 2008 ........................................ 46

Tabela 13 - Comparativo entre os Benchmarks entre 2014 -2017 ............................ 47

Tabela 14 - Comparação entre os 3 perfis no período de 2014 - 2017 ..................... 48

Tabela 15 - Dados dos principais índices durante o período de 2019 – 2020 (Maio) 49

Tabela 16 - Comparando os perfis durante o período de 2019 – 2020 (Maio) .......... 51

Page 10: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÔNIMOS

CMN Conselho Monetário Nacional

TED Transferência Eletrônica Disponível

SELIC Sistema Especial de Liquidação e de Custódia

IPCA Índice de Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

CDI Certificado de Depósito Interbancário

CDB Certificados de Depósitos Bancários

LC Letra de Câmbio

LCI Letra de Crédito Imobiliário

LCA

COPOM

FGC

IPO

ETF

IFIX

B3

S&P500

FII

Letra de Crédito do Agronegócio

Comitê de Política Monetária

Fundo Garantidor de Crédito

Oferta Pública Inicial

Fundo Negociado em Bolsa

Índice de Fundo de Investimentos Imobiliários

Brasil Bolsa Balcão

Standard and Poor’s 500

Fundo de Investimento Imobiliário

Page 11: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13

1.1. OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 15

2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 17

2.1. PRINCIPAIS PRODUTOS FINACEIROS ........................................................ 17

2.1.1. Tesouro Direto .......................................................................................... 17

2.1.2. Certificados de Depósitos Bancários (CDB’s) ........................................... 21

2.1.3. Letras ........................................................................................................ 22

2.1.4. Mercado Acionário .................................................................................... 23

2.1.5. Fundos Imobiliários ................................................................................... 25

2.2. ALOCAÇÃO DE ATIVOS ................................................................................ 25

2.3. ANÁLISE DE RISCO ....................................................................................... 26

2.3.1. Maior Queda ou Drawdown ...................................................................... 26

2.3.2. Desvio Padrão .......................................................................................... 27

2.3.3. Índice Sharpe ............................................................................................ 27

2.4. BACKTEST ..................................................................................................... 27

3. METODOLOGIA ................................................................................................... 29

4. DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 33

4.1. ANÁLISE DOS ATIVOS INDIVIDUALMENTE NO PERÍODO TOTAL (2006 – 2020) ...................................................................................................................... 33

4.2. ANÁLISE DOS COMBINAÇÕES ENTRE OS ATIVOS NO PERÍODO TOTAL (2006 – 2020) ......................................................................................................... 39

4.3. ANÁLISE DOS ATIVOS NA CRISE DE 2008 ................................................. 44

4.4. ANÁLISE DOS ATIVOS NO PERÍODO DE ÚLTIMA MÁXIMA DA SELIC ...... 46

4.5. ANÁLISE DOS ATIVOS NO DURANTE O CORONA VÍRUS (ATÉ MAIO - 2020) ...................................................................................................................... 49

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 53

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................... 55

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56

Page 12: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

13

1. INTRODUÇÃO

Em 1969, com o propósito de interconectar laboratórios de pesquisa nos

Estados Unidos da América, é criada a Arpanet. No ano de 1988, ocorreu a

autorização para utilizar um serviço de e-mail ligado ao primeiro provedor comercial

de internet da história abrindo as portas para uma revolução na comunicação mundial

(1). No Brasil, a sua comercialização foi liberada somente em 1995, mesmo com

algumas Universidades já possuindo acesso à rede. Em 2016, os assinantes de banda

larga no Brasil já estava em 13 por 100 habitantes (2), o que tem provocado um grande

crescimento do mercado online no país.

Em paralelo, o primeiro serviço bancário por computador surgiu na década de

1980 (3). As transações ainda eram efetivadas pelo telefone, carecendo de segurança

de dados e mais acessibilidade. Porém, a tecnologia computacional e a criptografia

de dados apresentou-se como a solução para o uso seguro das plataformas bancárias

(4), faltando somente a mudança na legislação para que bancos digitais surgissem.

Anteriormente, a maioria das pessoas só podiam ter acesso a um banco

cadastrando-se pessoalmente em um chamado “Banco de Varejo”. A exemplo: Banco

do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander. Porém, propondo serviços mais baratos e um

atendimento melhor ao consumidor, surge no setor os bancos digitais e as corretoras

independentes (5).

Desde a promulgação da lei 12.865 de 2013, os bancos digitais são bancos

com um plano de negócio inovador e seguindo o caminho contrário dos tradicionais.

Com a ausência de taxas de manutenção de conta corrente, taxas de transferência

bancaria (TED) e facilidades nos serviços de cartão de crédito sem taxas e mais

recentemente uma plataforma de fácil acesso à produtos financeiros (5). Esta última

sendo a mesma ideia das corretoras digitais, que são corretoras de valores chamadas

independentes por não ser atreladas a um banco comercial, com o propósito de ser

uma plataforma de acesso a produtos financeiros como: Tesouro Direto, LCI, LCA,

Ações, Opções, variando suas taxas conforme os produtos para cada qual corretora

privilegia em seu portfólio.

Com o Tesouro Direto tendo recorde de aplicadores em dezembro de 2019,

com mais de 5,6 milhões de pessoas cadastradas (6) e a bolsa de valores tendo um

recorde de 2,0 milhões de investidores pessoa física como mostra um estudo da B3

(7), muitos brasileiros têm se atentando à necessidade de fazerem suas reservas

Page 13: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

14

financeiras em outras opções que não sejam a Poupança. Porém, com a ausência de

formação, do conhecimento sobre o comportamento dessas opções de aporte e do

risco que estão correndo ao comprar e vender determinado produto financeiro, pode

ocorrer situações de perda de capital (8).

Diferente dos EUA, onde por volta de 54% da população investe em ações,

no Brasil essa porcentagem é muito menor, perto de 1% da população (9). Mais da

metade dos CPFs no Ibovespa foram cadastrados nos últimos 2 anos, o que coincide

com a recente redução na Taxa Selic (taxa básica de Juros), que causou redução no

rendimento da Poupança. O crescimento de perfis no Youtube e nas redes socias

sobre educação financeira e as várias propagandas sobre investimento que tem até

se tornado piadas como a da Empíricus com a exposição de Bettina Rudolph (10).

Todos esses fatores reforçam a atualidade deste assunto e sua importância em ser

colocado em discussão.

Muitas pessoas estão tirando o próprio dinheiro da Poupança, separando

parte de seus ganhos e se aventurando nos investimentos. Porém, é muito importante

montar estratégias sólidas para serem seguidas facilmente para que as decisões não

sejam tomadas simplesmente pelo julgamento pessoal da melhor escolha. Segundo

os resultados dos estudos conduzidos pela American Psychological Association (11),

ter uma estratégia mecânica possui um resultado significativamente superior a de um

julgamento pessoal, o que leva à conclusão que para maiores resultados precisa-se

construir uma boa estratégia a ser seguida.

Entretanto, a estratégia a ser seguida deve fazer sentido ao usuário dela,

estando ciente dos riscos e a dificuldade de pô-la em prática. A exemplo da

importância deste tópico, um estudo da Fundação Getúlio Vargas (12) trouxe

conclusões interessantes sobre os investidores que fazem operações diárias ou Day–

trading no Brasil. Neste estudo é apontado que de 19.696 pessoas que começaram a

investir entre 2013 e 2015 no mercado de minicontratos, uma modalidade de

investimentos baseado em compra e venda de produtos, 92,1% desistiram. Dos que

restaram, 91% sofreram prejuízo e seus ganhos caiam com o tempo, ao contrário do

senso comum. Estes dados nos mostram que a falta de informação e a falta de uma

estratégia clara podem provocar grandes perdas financeiras às pessoas que se

arriscaram no mercado de investimentos diários.

Page 14: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

15

Diante do cenário atual, torna-se necessário um estudo especifico sobre os

ativos, suas condições de investimento e riscos para que uma pessoa física possa

aportar seu dinheiro ciente dos parâmetros e ao mesmo tempo não baseando-se em

emoções (13), propagandas na mídia (14), sugestões de empresas que cresceram

rapidamente (15), mas não fundamentado em um modelo matemático objetivo e com

riscos claramente estabelecidos, para que não aconteça algo drástico como o

chamado “Risco da Ruina”, onde perde-se todo o capital.

Este trabalho foi inspirado nas ideias do autor Benjamim Graham, como uma

das suas mais conhecidas obras: “O Investidor Inteligente” (16) (17) e no conteúdo

produzido pelo canal de educação financeira “Clube do Valor” (18) por meio dos

cursos Mestres do Capitalismo e Descomplicando o Mercado de Ações. Os cursos

propõem uma visão simples e analítica sobre os investimentos, tendo como base não

só os conteúdos mais atuais sobre gestão financeira, mas uma análise fria sobre o

mercado financeiro atual nacional.

Devido à falta de adesão, investidores, educação financeira da população

brasileira e as recentes mudanças econômicas que país tem sofrido, o presente

trabalho busca registrar e alimentar a discussão sobre esse assunto no meio

acadêmico e principalmente no meio da engenharia, onde há várias oportunidades no

mercado de trabalho: seja na parte de dados, seja no desenvolvimento de plataformas

ou modelos de previsão.

1.1. OBJETIVO GERAL

Esse trabalho tem como finalidade propor uma estratégia mecânica para a

composição de uma carteira de investimentos financeiros, a partir de uma versão

simplificada da teoria de Markowitz, composta dos ativos mais populares no mercado,

para o investidor pessoa física, obtida por meio da análise de risco individual e

comparada, utilizando Backtest.

É também uma finalidade deste trabalho apresentar, às pessoas que nunca

tiveram contato com investimentos, um primeiro contato às modalidades já clássicas

de produtos, seus riscos característicos e desmistificação sobre a dificuldade de se

ter ganhos consistentes ao investir no mercado financeiro.

Como objetivos específicos, são definidos:

Page 15: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

16

• Analisar os ativos financeiros mais populares e acessíveis online em conjunto

com suas condições de investimento nas plataformas independentes ou

bancárias.

• Identificar padrões no comportamento dos ativos, de maneira individual em

relação às mudanças políticas e econômicas, por meio da análise dos dados

disponibilizados publicamente sobre cada ativo em função do tempo.

• Comparar, por meio de Backtest, o comportamento entre carteiras de ativos

com proporções diferentes de capital em um ou mais produtos financeiros afim

de encontrar proporção ideal em que o ganho seja maximizado e os riscos

sejam reduzidos.

Page 16: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

17

2. REVISÃO DA LITERATURA

Harry Markowitz, em sua teoria, trata a análise de carteiras de investimentos

como um processo, com três passos: análise dos títulos, análise das carteiras e

seleção da carteira (19). A análise de títulos consiste no estudo dos fundamentos de

cada título ou ativo. A análise de carteiras consiste nas projeções de retorno esperado

e risco dos ativos estudados. Por último, a seleção de ativos consiste na procura da

melhor combinação entre os ativos.

Para esse estudo, torna-se necessário a revisão de alguns conceitos, que

serão apresentados nas próximas subdivisões deste capítulo.

2.1. PRINCIPAIS PRODUTOS FINCANCEIROS

No Brasil, a busca de investimentos alternativos à Poupança tornou-se muito

importante (20), sendo necessário a busca por outros ativos. Os produtos financeiros

são classificados em dois grupos: os produtos de renda fixa e os produtos de renda

variável. A diferença dentre os dois consiste na previsibilidade do retorno e do

comportamento do preço com o tempo.

Entre os produtos de renda fixa, os mais populares são o tesouro direto, os

Certificados de Deposito Bancário e as letras. Entre os produtos de renda variável,

destaca-se as ações e os fundos imobiliários. A seguir, serão descritos cada um deles.

2.1.1. Tesouro Direto

Como primeiro produto e considerado pelos economistas como o mais seguro

de se investir, o Tesouro Direto tornou-se popular devido à promoção realizada pelos

canais de educação financeira e às campanhas de divulgação do governo. Construído

em conjunto com a B3 em 2002, o programa permite a compra online, por pessoas

físicas, de Títulos Federais ligados ao Tesouro Nacional Brasileiro (21).

De forma concisa, o Tesouro Direto é uma ferramenta online que permite a

realização de empréstimos ao governo e obtendo ganhos após um prazo. As opções

oferecidas como mostra a Figura 1, divididas em três tipos de rentabilidade: Prefixada,

Page 17: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

18

atrelada à inflação (IPCA) e atrelada à taxa básica de juros (SELIC). Há também

diferentes prazos e fluxos de retorno conforme o título escolhido.

Fonte: Plataforma do Tesouro Direto, 2020

O Tesouro Direto é classificado como pertencente à modalidade chamada

Renda Fixa. Essa classificação designa os produtos financeiros que possuem a

rentabilidade facilmente calculada por meio da equação de juros compostos

representada pela Equação 1. Essa equação permite o cálculo do montante resultante

(M) do capital inicial (C) mais a contribuição da taxa de juros (i) que é aplicada ao

capital durante o tempo (t) (22).

𝑀 = 𝐶 𝑥 (1 + 𝑖)𝑡 (1)

A taxa de juros (i) é escolhida conforme a modalidade do tesouro a ser

adquirido.

Figura 1 - Títulos Listados no Tesouro Direto no dia 14/07/2020

Page 18: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

19

2.1.1.1. Tesouro Prefixado

O Tesouro Prefixado é o mais simples de se compreender, pois sua taxa e data

de vencimento são escolhidas no momento da compra. As taxas de retorno a serem

contratadas para novos investimentos são modificados diariamente, seguindo as

condições do mercado. Esse efeito não afeta um investimento já adquirido, a menos

que ele seja vendido antes de seu vencimento.

2.1.1.2. Tesouro Selic

Segundo o Site do Banco Central, a Taxa de Juros Selic é a taxa média ajustada

dos financiamentos diários que são registrados no Sistema Especial de Liquidação e

de Custódia (SELIC) para os títulos federais (23). Seus valores são divulgados pelo

Banco Central e como mostra a Figura 2, a taxa pode ser modificada após uma

reunião do Comitê de Política Monetária(COPOM), que reúnem-se em média a cada

45 dias, elaborando relatórios sobre as metas econômicas e as decisões tomadas

(24).

Figura 2 - Dados da Taxa Selic

Fonte: Banco Central, 2020

O Tesouro Selic é o produto do Tesouro atrelado à taxa Selic mais uma

pequena porcentagem em seu vencimento. Esta opção possui liquidez diária, ou seja,

seu valor é atualizado diariamente conforme a aplicação dos juros ao valor do dia

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

Taxa

(%

) a.a

.

Taxa SELIC

Page 19: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

20

anterior e pode ser retirado durante o horário de funcionamento do mercado. Devido

ao Tesouro Selic também ser pouco volátil, para os investidores ele se torna uma

ótima opção para a construção da chamada Reserva de Emergência, ou fundo de

emergência. O prazo de resgate é o dia posterior à solicitação ou “D +1”.

2.1.1.3. Tesouro IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é um índice que

procura mensurar a inflação de produtos e serviços comercializados ligados ao

consumo pessoal das famílias brasileiras (25). Seus valores são medidos mês a mês

e utilizados para estabelecer a meta da inflação no ano vigente pelo COPOM, sendo

uns dos fatores para estabelecer o valor da taxa Selic (24). O histórico do índice IPCA

é mostrado pela Figura 3 a partir de março de 2010.

Figura 3 - Dados da Taxa IPCA

Fonte: Banco Central, 2020

Os Títulos IPCA possuem uma condição especial na sua rentabilidade. O valor

contratado é de IPCA + taxa fixada. Porém, a rentabilidade contratada é acrescida ao

investimento somente na data de vencimento do título contratado, não

Page 20: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

21

impossibilitando a retirada antes do prazo, mas o valor retornado pode ser tanto maior

quanto menor o valor inicial, determinado pela compra e venda do título no mercado.

2.1.1.4. Tributação

A maioria dos investimentos ocorre a incidência de Imposto de Renda sobre o

retorno obtidos, retirados automaticamente no saque do investimento. A alíquota

aplicada é dependente do prazo de permanência seguindo a Tabela 1, a seguir:

Tabela 1 - Alíquotas de Imposto de Renda

Alíquota Duração

22,50% Até 180 dias

20% De 181 a 360 dias

17,50% De 361 até 720 dias

15% Acima de 720 dias

Fonte: Tesouro Direto, 2020

2.1.2. Certificados de Depósitos Bancários – CDB

Um recurso importante para os bancos captarem dinheiro são os Certificados

de Depósitos Bancários, ou seja, são Títulos negociáveis emitidos pelos bancos

possibilitando que uma pessoa física ou jurídica faça um empréstimo a uma instituição

bancária com o estabelecimento prévio de uma taxa fixada ou uma taxa atrelada ao

IPCA ou ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI) (24) .

O CDI é um título de CDB de prazo curto utilizado pelos bancos para

empréstimos entre si. Semelhante à taxa Selic, o CDI é um benchmark das taxas de

juros no Brasil sendo referencial para o mercado de renda fixa e os fundos de

investimentos em renda fixa.

O retorno obtido por investimentos em CDB’s podem ser calculados pela

mesma equação de juros compostos utilizado para o cálculo do retorno produzido pelo

Tesouro, a Equação 1, substituindo a taxa pelo CDI. Logo a previsão de rentabilidade

final e comportamento com o tempo é semelhante ao Tesouro. Essa semelhança

também inclui a incidência de imposto de renda com a mesma Tabela 1 de alíquota

(24). A Figura 4 mostra alguns exemplos de CDB´s acessados pela plataforma XP

Page 21: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

22

investimentos, exemplificando bancos emissores e ambas as datas de vencimento e

as datas de liquidez ou possível resgate do capital.

Figura 4 - CDB's disponíveis

Fonte: XP Investimentos, 2020

2.1.3. Letras

Uma possibilidade de investimento em renda fixa com um retorno mais atrativo

são as chamadas Letras. Comumente divididas em 3 modalidades: Letras de Câmbio

(LC’s), Letras de Créditos Imobiliários (LCI’s) (26) e Letras de Créditos do

Agronegócios (LCA’s) (27). Esses três produtos são também criados com o objetivo

de arrecadação financeira do emissor, sendo que cada Letra possui uma área de

finalidade.

As LC’s são emitidas por empresas financeiras para aplicação em suas

atividades, que assim como os CDB’s retornam o valor mais uma rentabilidade

contratada no dia de seu vencimento. Com a mesma lógica, as LCI’s e LCA’s são

emitidas por bancos para a realização de financiamento nas atividades dentro do setor

imobiliário e dentro do setor de agronegócio respectivamente (28). É importante

ressaltar que o Fundo Garantidor de Crédito(FGC) assegura até duzentos e cinquenta

Page 22: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

23

mil reais em investimento por CPF nessas modalidades (29), o que diminui

drasticamente o risco, caso a instituição não tenha meios de realizar o retorno do

capital investido.

2.1.4. Mercado acionário

Ações são certificados transferíveis que podem detalhar uma relação entre uma

empresa e os seus acionistas, estabelecendo a divisão de risco, receita e controle do

negócio (30). Ou seja, um produto financeiro que permite ao investidor fazer parte do

número de sócios de uma empresa, isso incluindo parte dos lucros que são

conhecidos como Dividendos (31). Empresas de Capital Aberto, ou que possuem

ações em bolsas o fazem por motivo de arrecadação em um processo conhecido

como Oferta Pública Inicial (IPO) onde a empresa faz uma avaliação de seu valor total

e estabelece um preço a ser negociado ao seu primeiro lote de ações. Essa

negociação das primeiras ações é conhecida como mercado primário e as

negociações entre os acionistas diariamente na plataforma da Bolsa é conhecido

como mercado secundário (32).

O Brasil possui uma bolsa de valores que também é uma empresa listada

(B3SA3) chamada B3 ou Brasil, Bolsa, Balcão. Desde 2006, a B3 opera

exclusivamente através da plataforma eletrônica (33), fornecendo toda e estrutura

para a negociação de diversos produtos, dentre eles as ações, Fundos Negociados

em Bolsa (ETF’s) (34) e Fundos Imobiliários. Também a responsável pela integração

dos índices como o Índice Bovespa (Ibovespa) e o Índice de Fundo de Investimentos

Imobiliários (IFIX) (35).

O Ibovespa é o índice mais famoso de ações do Brasil, apesar de não ser o

único. Criado em 1968, o índice é composto pelo conjunto teórico das ações de maior

liquidez ou maior número de negociações da Bolsa B3, conforme a instrução da

Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 480, de 07/12/2009 (36). É fácil ver pela

Figura 5, o porquê de as ações serem classificadas como renda variável. O índice é

muito volátil, exemplificando o comportamento das ações individuais que podem ter

grandes variações durante o funcionamento do mercado.

Page 23: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

24

Fonte: B3, 2020

Nos Estados Unidos, um índice muito importante é o Standard and Poor’s 500

ou S&P500. De maneira semelhante ao Ibovespa, o S&P é uma carteira teórica de

500 ações domésticas na bolsa norte americana (37). No Brasil, é possível investir

diretamente por meio da B3 nas ações do S&P500, um fundo ETF com o código

IVVB11. Este é um fundo gerido pelo Banco BNP Paribas, em que são acumulados

dois fatores: o fator cambial, pois são investimentos em ações estrangeiras, e a

valorização das ações do índice, que refletem a economia nos EUA (38).

Ações são negociadas por lotes de 100 unidades no mercado convencional,

possuindo um código de 4 letras maiúsculas e um número, e de maneira unitária no

mercado fracionário, ao adicionar a letra “F” ao final do código. No Homebroker de

uma corretora onde ocorre as negociações, cada ação, cota de fundos, se valoriza e

desvaloriza conforme a oferta e demanda. Uma negociação é então concretizada

quando um comprador e um vendedor da ação entram em acordo sobre o preço. Caso

contrário, a proposta fica exposta no chamado “Book de Ofertas” podendo ser

acessada por cada cliente.

Para a escolha de ações há popularmente duas estratégias utilizadas: a Análise

Fundamentalista, caracterizada pelo estudo criterioso das empresas em seu valor,

balanço de caixa, posição de mercado e potencial de crescimento (39), e a Análise

20.000,00

30.000,00

40.000,00

50.000,00

60.000,00

70.000,00

80.000,00

90.000,00

100.000,00

110.000,00

120.000,00

130.000,00

06/08/2007

01/06/2008

28/03/2009

22/01/2010

18/11/2010

14/09/2011

10/07/2012

06/05/2013

02/03/2014

27/12/2014

23/10/2015

18/08/2016

14/06/2017

10/04/2018

04/02/2019

01/12/2019

26/09/2020

Po

ntu

ação

Mês

Figura 5 - índice Ibovespa

Page 24: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

25

Técnica, ferramenta utilizada para analisar os preços dos ativos para identificar

entradas e saídas de compra e venda (40). Porém, para ambas as estratégias é

necessário estudo aprofundado e grande dedicação na sua aplicação. Por isso, para

o investidor iniciante é recomendado primeiramente investir através dos índices

primeiramente e paralelamente adquirir o conhecimento para trocar de estratégia.

2.1.5. Fundos imobiliários

Um fundo de investimento imobiliário (FII), por definição, é uma união de

investidores que aplicam capital no mercado imobiliário. Cada fundo possui uma

administração responsável pela arrecadação, estruturação e melhor aplicação do

capital. Este capital é utilizado para a aquisição de imóveis urbanos ou rurais, já

prontos ou em construção para fins comerciais ou residenciais. Também há fundos

que adquirem títulos no setor imobiliário, os chamados fundos de fundos (41).

Os FII’s podem ser adquiridos via homebroker de uma corretora durante o

funcionamento do mercado, sendo vendidos de maneira unitária. O código dos fundos

é dado por 4 letras maiúsculas, o número 11 e todos os meses os proventos relativos

ao número de cotas são lançados na conta corrente do cotista.

O mercado de FII’s também possui um índice representando uma carteira

teórica chamado Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) (42). Seu

formato procura refletir não só o valor das cotas mais os proventos que a cada mês

os fundos entregam aos cotistas.

2.2. ALOCAÇÃO DE ATIVOS

Markowitz introduziu para ciência de finanças a abordagem de seleção de

portifólio buscando compreender o risco atrelado à carteira (43). Seu trabalho tornou-

se a fundamentação para a alocação de ativos, utilizando a diversificação eficiente

como ferramenta para a redução de risco. Essa visão tornou-se muito importante

devido ao chamado ponto de vista assimétrico do risco que os investidores costumam

ter (44), em que a maior importância é ligado aos retornos com valores menores a

uma taxa mínima desejável, ou seja, uma aversão à perda.

O economista britânico Andrew D. Roy foi o responsável pelo conceito de

assimetria do risco (45), indicando a preferência dos investidores pela segurança em

Page 25: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

26

suas carteiras, tendo a menor probabilidade de ter retornos negativos ou abaixo de

um nível mínimo. Associado a esse conceito, a CVM lançou a Instrução 539/2013

definindo que as instituições financeiras deveriam oferecer produtos que se alinhem

ao perfil dos clientes, um processo chamado de Suitability (46).

O Suitability consiste em um questionário com objetivo de traçar o perfil do

investidor relacionando experiência, conhecimento, prazo do investimento e

principalmente tolerância a risco. A classificação mais comum, de maneira crescente

ao nível de risco é: investidor conservador, investidor moderado e investidor agressivo

(47). Para os fins deste trabalho, será utilizado esses três perfis com as proporções

entre os ativos, como trabalhado nos cursos da plataforma Clube do Valor (18).

2.3. ANÁLISE DE RISCO

Todo investimento possui em si um risco implícito, pois não há 100% de

garantia de retorno. Risco de negociação, volatilidade ou inadimplência são riscos

costumeiros na vida do investidor (48). Para analisar o risco, algumas ferramentas

matemáticas são interessantes para a tomada de decisão.

2.3.1. Maior Queda ou Drawdown

Proposto analiticamente por Grossman e Zhou (49), o objetivo da maior queda

é analisar a diminuição de uma sequência de dados históricos, colocando como

parâmetros um topo histórico e sua queda dentro de um período. A maior queda é

determinada pela maior diminuição de um topo máximo ao um pico mínimo como

mostra a equação 2 (50). Esse critério é muito importante para o investidor, mais

claramente observado no uso de porcentagem: uma ação que desvaloriza 50%

precisa aumentar em 100% para retornar ao seu valor inicial.

Maior Queda =Maior Máxima − Menor Mínima

Maior Máxima

(2)

Page 26: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

27

2.3.2. Desvio-padrão

Desvio padrão é uma medida dispersão de uma série de dados. No contexto

de finanças, o desvio padrão mostra quanto os retornos podem estar distantes da

média ou o “risco de não ser a média” (48).

O cálculo do desvio padrão é dado como a raiz quadrada da variância (𝜎2),

dada pela Equação 3 (51). A equação representa a somatória do quadrado da

diferença dos valores (x) de uma série menos o valor médio (µ), dividido pelo número

de valores (n) da série analisada.

𝜎2 = ∑(𝑥𝑖−𝜇)2

𝑛 (3)

2.3.3. Índice Sharpe

O objetivo do índice Sharpe é avaliar desempenho de um ativo, muito utilizado

nas formações de portifólio. Como mostra a Equação 4, é comparado o retorno do

ativo a ser estudado com o retorno de ativo livre de risco, divididos pela volatilidade.

Dentre uma seleção, é escolhido o ativo com maior Índice Sharpe (52).

Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑆ℎ𝑎𝑟𝑝𝑒 =𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜−𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝐿𝑖𝑣𝑟𝑒 𝑑𝑒 𝑅𝑖𝑠𝑐𝑜

𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑃𝑎𝑑𝑟ã𝑜 (4)

2.4. BACKTEST

Backtest é uma ferramenta de análise de dados muito utilizada nos

investimentos. Consiste na utilização dos dados históricos para calcular parâmetros

comportamentais das séries analisadas como rentabilidade, a volatilidade, que são

indicadores de tendências para os resultados futuros (53).

Muitas instituições Financeiras e investidores utilizam essa ferramenta para

testar seus modelos de investimento, pois mesmo os cálculos matemáticos,

probabilidades e estatísticas não são garantia de sucesso até ser posto em prática.

Por isso, é muito importante o backtest para avaliar a confiabilidade de seus modelos,

aplicando-os no máximo de dados históricos possível para ver as diversas reações e

Page 27: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

28

retornos, aplicando situações reais do mercado (54). Um fator de atenção para os

dados do backtest deve estar na mesma escala, diário, mensal ou anual, e mesma

ordem de grandeza ou em termos de porcentagem para que os dados possam ser

correlacionados.

Os resultados produzidos por Backtest não são garantia de rentabilidade futura,

mas uma identificação de situações que já aconteceram com os ativos, ou seja, uma

análise empírica do comportamento dos ativos. Este teste possui a desvantagem de

não ser muito sensível a mudanças repentinas e pontuais nos dados, mas para o

propósito deste trabalho permanece sendo uma ótima opção (55).

Page 28: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

29

3. METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho consiste na metodologia de pesquisa Ex-Post-

Facto. A metodologia Ex-Post-Facto pode ser entendida como o estudo de situações

do passado, onde não controle das variáveis, buscando investigar possíveis relações

de causa, efeito, que possam ser aplicadas em fatos futuros (56). Ou seja, para os

fins deste trabalho, a repercussão dos ativos financeiros no tempo, após os cenários

que já se decorreram, e seus risco atrelados, ao analisar um único grupo de ativos ou

a combinação entre eles.

Este trabalho consiste na análise quantitativa e qualitativa dos riscos e

comportamentos atrelados aos produtos financeiros e suas combinações por meio dos

dados históricos disponíveis em suas plataformas responsáveis. O software utilizado

para os testes nesse trabalho é o Microsoft Office Excel. Os dados históricos utilizados

são fornecidos pelos sites que os disponibilizam de maneira gratuita na internet.

Todos os dias, vários produtos são oferecidos nas plataformas das corretoras

online, o que impossibilitaria o teste de todos os ativos e seus comportamentos. Mas

como já foi descrito, empresas como a Anbima e a B3 produzem índices ou

Benchmarks para os ativos financeiros deste trabalho, para demonstrar o

comportamento médio em função do tempo. Logo, para análise e comparação dos

investimentos serão utilizados os índices conforme as relações entre os tipos de ativos

e seu índice correspondente descritos no Quadro 1:

Page 29: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

30

Quadro 1 - Correlação de Índices

ATIVO ÍNDICE

Ações do Brasil Ibovespa

Fundos Imobiliários IFIX

Ações dos EUA S&P500

Ativos Financeiros prefixados com

vencimento anterior a um ano

IRF-M 1

Ativos Financeiros prefixados com

vencimento posterior a um ano

IRF-M 1+

Ativos Financeiros indexados à inflação

com vencimento menor a 5 anos

IMA-B 5

Ativos Financeiros indexados à inflação

com vencimento superior a 5 anos

IMA-B 5+

Ativos Financeiros pós-fixados atrelados

à Selic

IMA-S

Ativos atrelados ao CDI CDI

Inflação IPCA

Fontes: Anbima, B3, Banco Central, Investing

Por meio desses índices ou da combinação entre eles com a montagem de um

Backtest podemos analisar a relação entre o retorno e os riscos. Primeiramente,

podemos dividir os ativos como mostrada na Tabela 2, que é o local de entrada das

porcentagens de ativos, variando de 0% a 100%. Dentro desta tabela está coberta a

maioria dos produtos oferecidos, correspondendo aos índices correlacionados no

Quadro 1 e através do software é possível variação das proporções para obter os

parâmetros a serem analisados. Para o estudo de um ativo específico, coloca-se

100% na composição como na carteira 1 e para combinações, coloca-se a

porcentagem desejada como na carteira 2, lembrando que ao final a soma das

porcentagens deve ser igual a 100%.

Page 30: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

31

Tabela 2 - Tabela de entrada de dados

Classe de Ativos Tipo % Carteira 1 % Carteira 2

Renda Fixa Prefixada Vencimento Até 1 Ano 0,00% 0,00%

Renda Fixa Prefixada Vencimento > 1 Ano 0,00% 20,00%

Renda Fixa Atrelada Inflação Vencimento Até 5 Anos 0,00% 15,00%

Renda Fixa Atrelada Inflação Vencimento > 5 Anos 0,00% 15,00%

Renda Fixa Pós-Fixada Tesouro Selic 0,00% 20,00%

Renda Fixa Pós-Fixada 100% CDI 0,00% 0,00%

Ações EUA S&P 500 BRL 0,00% 10,00%

Ações Brasil Ibovespa 100,00% 10,00%

Fundos Imobiliários IFIX 0,00% 10,00% Fonte: Clube do Valor, 2018

Em segundo, selecionou-se os dados mensais de cada índice de janeiro de

2006 até maio de 2020 para a montagem do modelo, como exemplificado pela Tabela

3. Como o foco deste trabalho são as pessoas físicas e investimentos feitos por meios

digitais, 2006 é o ano inicial da simulação pois foi o primeiro ano que foi possível

investir na B3 de maneira eletrônica, de casa. Trabalhou-se com índices mensais não

só porque alguns são de fato mensais, mas diminui aspecto especulativo da renda

variável visualizado nos dados diários.

Tabela 3 - Exemplo da organização dos Índices

Mês IPCA IRF-M 1 IRF-M 1+ IMA-B 5 IMA-B 5+ IMA-S CDI S&P 500 BRL Ibovespa FII

jan/06 0,59% 1,64% 2,11% 2,98% 1,70% 1,51% 1,43% -2,82% 14,73% 1,04%

fev/06 0,41% 1,32% 2,09% 3,13% 13,54% 1,19% 1,14% -3,37% 0,59% 4,50%

mar/06 0,43% 1,49% 1,23% 0,39% -2,06% 1,44% 1,42% 3,00% -1,71% 1,65%

abr/06 0,21% 1,11% 1,04% 0,70% -0,17% 1,08% 1,08% -2,54% 6,36% 3,16%

mai/06 0,10% 1,07% -0,67% -1,76% -8,17% 1,28% 1,28% 6,94% -9,50% 2,29%

jun/06 -

0,21% 1,38% 2,44% 1,94% 1,26% 1,19% 1,18% -5,79% 0,27% 1,58%

jul/06 0,19% 1,27% 2,05% 2,38% 6,97% 1,17% 1,17% 1,17% 1,22% 2,03%

ago/06 0,05% 1,42% 2,21% 1,90% 3,25% 1,26% 1,25% 0,62% -2,28% 0,31%

set/06 0,21% 1,17% 1,58% 0,68% 0,31% 1,06% 1,05% 4,28% 0,60% 1,74%

out/06 0,33% 1,23% 1,99% 2,69% 2,95% 1,10% 1,09% 1,77% 7,72% 0,27%

nov/06 0,31% 1,07% 1,44% 1,67% 3,07% 1,02% 1,02% 3,03% 6,80% 4,31%

dez/06 0,48% 1,06% 1,97% 2,46% 4,00% 0,99% 0,98% 0,05% 6,06% 5,17%

Fonte: Própria

Por meio da organização dos índices mensais, como mostrado na Tabela 3,

aplicamos os cálculos para obter os retornos médios anuais dos ativos, sem e com

inflação aplicados (IPCA), sendo este chamado de Retorno Composto e Retorno Real

Page 31: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

32

Composto, representando o quanto o montante agregou valor, em média, por um ano.

Os indicadores de risco utilizados serão, como já apresentados na introdução, a Maior

Queda, Desvio Padrão e o índice Sharpe. Também foi feito um teste de estresse

simples, uma maneira de ser ver o comportamento do ativo em uma situação adversa

(57), que seria o de abater do retorno três vezes o desvio padrão, refletindo um grande

pico de volatilidade aplicado ao retorno médio no período.

Adicionando a isso, dois indicadores com potencial de provocar reações

emocionais, por meio da visão assimétrica do risco, ao investidor que seriam o de

melhor e pior resultado mensal dentro do período e a porcentagem de meses positivos

durante o período de investimento. Na prática, esses indicadores permitem ao

investidor visualizar a sua disposição emocional em ver a carteira negativa em certo

período do investimento ou de eventuais ganhos mais elevados.

Os resultados produzidos são apresentados na Tabela 4, destacando as

características já descritas para a comparação dos dois resultados com o CDI, o

benchmark mais seguro do mercado.

Tabela 4 – Tabela de apresentação dos resultados

Data CDI Carteira 1 Carteira 2

Retorno Composto 10,29% 0,00% 0,00%

Retorno Real Composto 4,78% 0,00% 0,00%

Desvio Padrão (Risco) 0,82% 0,00% 0,00%

Índice Sharpe 0,00 0,00% 0,00%

Maior queda N/A 0,00% 0,00%

Stress Test -0,25% 0,00% 0,00%

Pior retorno mensal 0,25% 0,00% 0,00%

Melhor retorno mensal 1,43% 0,00% 0,00%

Meses positivos 100,00% 0,00% 0,00%

Fonte: Clube do Valor, 2018

Estabelecendo um valor inicial de R$ 1.000,00 em investimentos, sem aportes

de acréscimo, é possível comparar os gráficos de cada composição com o tempo. É

importante explicitar que os cálculos são feitos com as porcentagens de aumento

mensal, o que na prática resulta no balanceamento mensal da carteira, corrigindo as

proporções conforme a escolhidas no investimento inicial por meio da estratégia.

Page 32: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

33

4. DESENVOLVIMENTO

Com já descrito na Revisão da Literatura, as corretoras independentes e os

bancos oferecem produtos nas diversas modalidades e prazos. Cada produto tem

suas condições como valor mínimo, prazo de vencimento ou qualificação necessária.

Ou seja, os investidores devem fazer as escolhas baseadas em sua necessidade,

objetivos e tolerância ao risco. Logo, será feito uma análise da média do mercado dos

produtos para que seja aplicável a análise a qualquer carteira pessoal que esteja bem

diversificada.

4.1. ANÁLISE DOS ATIVOS INDIVIDUALMENTE NO PERÍODO TOTAL (2006-

2020)

“O mercado a curto prazo é uma urna de votos, a longo prazo é uma balança”

(16). Em seu livro Investidor inteligente, Benjamim Graham, considerado o precursor

da estratégia Buy and Hold, é muito claro em sua descrição em como rentabilidade

está ligada a longo prazo, tendo a fundamentação correta. Para primeira visualização

podemos analisar os três grandes benchmarks descritos pela Tabela 5. O CDI

representando o mercado de pós-fixados, o Ibovespa representando o mercado

acionário brasileiro e o S&P500 BRL representando o mercado acionário norte-

americano.

Tabela 5 - Comparação entre o CDI, Ibovespa e S&P5000

2006 – 2020 CDI Ibovespa S&P 500 (R$)

Retorno Composto (anual) 10,29% 6,95% 15,02%

Retorno Real Composto 4,78% 1,61% 9,27%

Desvio Padrão (Risco) 0,82% 23,17% 16,72%

Índice Sharpe 0,00 -0,14 0,28

Maior queda N/A -49,60% -40,00%

Stress Test -0,25% -6,90% -8,33%

Pior retorno mensal 0,25% -29,90% -13,82%

Melhor retorno mensal 1,43% 16,97% 12,21%

Meses positivos 100,00% 57,56% 62,79%

Ao analisarmos o comportamento dos três índices médios de mercado,

chegamos a conclusões já clássicas entre os investidores, como O CDI,

Page 33: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

34

representando a Renda Fixa, possuir uma volatilidade de 1% enquanto o Ibovespa

possuir uma volatilidade em cerca de 23% em seus dados mensais, característico da

renda variável. Também não é sem motivo que o Brasil era conhecido o “Paraíso da

Renda Fixa”, pois o CDI, no intervalo de tempo analisado, possui maior rentabilidade

média em comparação ao Ibovespa.

O CDI e o Tesouro Selic são conhecidos como o ponto seguro dos

investimentos, e isso torna-se claro ao destacar um desvio padrão próximo de zero.

Dado aos seus valores diários sempre serem positivos, não importando a

rentabilidade atual ele sempre será o indicador para os produtos recomendados para

a constituição de uma reserva de emergência ou caixa ou para curto prazo como o

LCI e LCA.

É interessante comparamos os dados do Ibovespa com o S&P 500 BRL pois

há semelhanças e diferenças que caracterizam o mercado de ambos. Os riscos de

investir em uma ação diretamente são amplamente divulgados, pois bons resultados

provocam sua valorização e maus resultados provocam a sua perda de valor, sendo

a falência a pior situação, com grandes quedas no preço de suas ações. Porém, como

os índices mostram a média do mercado, a maior queda de ambos é alta, mas não

superando 50% nos dados mensais, resultado da grande diversificação dos índices.

Ainda é um risco considerável, dado que a recuperação necessária para atingir o valor

de compra necessita de uma rentabilidade perto de 100%, mas como podemos ver

através da história de grandes investidores e dos fundos de ações brasileiros, ações

continuam sendo uma opção que traz um grande retorno no longo prazo.

Duas coisas são evidentes em relação as ações por meio dos dados: é preciso

ter uma variedade considerável entre as empresas que compõem a carteira e o

investimento no mercado de ações não deve ser para curto prazo. A variedade de

empresas deve ser grande para minimizar a volatilidade, dado o desvio padrão do

Ibovespa, que é a média do mercado, já ser um valor considerável comparado ao CDI,

e possuir grandes quedas em momentos de crise. Poucas ações resultariam em

resultados ainda mais arriscados. O prazo do investimento deve ser maior, pois a

quantidade de meses negativos historicamente são em média mais de 40%,

considerando somente os dados mensais, e o comportamento das ações são reativos

conforme o contexto político – econômico, que será apresentado nos próximos

tópicos, há grandes chances de perda no valor investido se for necessário a venda

das ações em um momento de queda,

Page 34: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

35

Não é mistério que o desvio padrão e índice Sharpe do S&P 500 BRL sejam

melhores do que o Ibovespa. Não só pelo número de investidores ser maior como o

número de empresas listadas e a economia ser baseada no dólar são grandes

facilitadores para o melhor resultado. Porém o maior ganho mensal, cerca de 17%, foi

do Ibovespa, sendo uma sinalização de que o mercado brasileiro de ações ainda é

muito novo e com possibilidades de crescimento.

Ao colocarmos o mesmo valor inicial em um investimento atrelado a 100% dos

3 índices como na Figura 6, podemos ver com mais detalhes a volatilidade e a

valorização com o tempo. Ações do S&P500 BRL chegando a R$7.514,20 em maio

em contraste com o Ibovespa em somente R$2.635,71 após em 13 anos e 5 meses

de investimento.

Figura 6 - Comparação entre o CDI, Ibovespa e S&P500

Eventos mundiais como a crise de 2008 e o corona vírus podem ser vistos com

as grandes quedas do Ibovespa, o que no S&P 500 BRL são diferentes devido a fator

cambial da relação Dólar – real ter sentido contrário nas crises. Por meio das curvas

podemos ver que a relação do Ibovespa e do S&P500 BRL é inversamente

proporcional em momentos pontuais, o que sinaliza que investir nos dois mercados

provocariam uma rentabilidade maior e redução do risco da carteira.

R$-

R$1.000,00

R$2.000,00

R$3.000,00

R$4.000,00

R$5.000,00

R$6.000,00

R$7.000,00

R$8.000,00

dez

/05

jul/

06

fev/

07

set/

07

abr/

08

no

v/0

8

jun/

09

jan

/10

ago

/10

mar

/11

out

/11

mai

/12

dez

/12

jul/

13

fev/

14

set/

14

abr/

15

no

v/1

5

jun/

16

jan

/17

ago

/17

mar

/18

out

/18

mai

/19

dez

/19

Val

or

Inve

stid

o

Mês

CDI

S&P 500 BRL - Ações EUA

Ibovespa

Page 35: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

36

Estudando os produtos de renda fixa, que possuem três modalidades, podemos

comparar as três utilizando os seus índices por meio de três carteiras: Uma carteira

que rende 100% do CDI (como um investimento de liquidez diária), uma carteira com

ativos prefixados onde 50% são com prazo inferior a um ano e 50% superior a um ano

(para não separarmos os prazos) e uma carteira com ativos atrelados à inflação, 50%

com prazo anterior a 5 anos e 50% posterior a 5 anos (para não separarmos os

prazos). Os resultados podemos ver na Tabela 6.

Tabela 6- Análise dos produtos de Renda Fixa

2006 – 2020 CDI Prefixados (1) Atrelados a IPCA (2)

Retorno Composto Anual 10,29% 12,27% 14,45%

Retorno – Inflação 4,78% 6,66% 8,73%

Desvio Padrão (Risco) 0,82% 2,63% 7,06%

Índice Sharpe 0,00 0,75 0,59

Maior queda N/A -1,22% -10,13%

Stress Test -0,25% -0,97% -3,12%

Pior retorno mensal 0,25% -1,21% -6,34%

Melhor retorno mensal 1,43% 4,42% 8,34%

Meses positivos 100,00% 92,49% 76,88%

Na comparação entre as três opções, vemos a ligação clássica entre

rentabilidade e risco, estando cientes que ocorre possível perda de capital no caso

dos produtos serem vendidos antes de seu prazo de vencimento. Ambos os três

apresentam grande média de retorno anual médio alto, acima dos 10% a.a.,

característica do Brasil até então, porém é importante ressaltar a maior “volatilidade”

dos investimentos atrelados à inflação em sua rentabilidade, dado que com a queda

da inflação, o retorno absoluto e sua precificação também diminuem. O critério do

investidor torna-se então o prazo de investimento que será escolhido, pois qualquer

uma das opções de renda fixa apresentam um alto retorno conforme as condições de

compra do ativo.

Ao compararmos a Tabela 5 com a Tabela 6, é evidente a diferença entre os

ativos de renda fixa e variável no quesito risco. Não somente a maior queda, que

somente os produtos atrelados ao IPCA possuem um valor superior a 10%, mas o

desvio padrão, o teste de estresse e o número de meses positivos são discrepantes

nos ativos. Colocando também um valor inicial para cada combinação da Tabela 6,

como mostra o gráfico da Figura 7, pode-se ver uma proximidade do comportamento

Page 36: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

37

entre as curvas, o que não ocorre no gráfico da Figura 6. Podemos ver que, ao final

do período, o CDI finalizou com um valor de R$ 4.104,32 enquanto o atrelado ao IPCA

finalizou com um valor de R$ 6.997,87 e de maneira intermediária o prefixado finalizou

em R$ 5.302,06.

Figura 7 - Comparação entre ativos da Renda Fixa

Como os investimentos em IPCA possuem prazos mais longos, pode -se ver a

diferença entre a carteira 2 e o CDI em rentabilidade, mesmo que o CDI seja maior

que o IPCA em um mesmo período. Isto deve-se ao risco de se deixar o dinheiro

investido por tempos maiores sem mudanças nos termos com a taxa compromissada

e variações nas economias. O mesmo acontece em um prazo médio, como os

prefixados, mas de maneira mais tímida.

O último produto a ser a analisado por esse trabalho são os Fundos Imobiliários,

tendo o comportamento médio de seus produtos descrito pelos IFIX, os cálculos para

o IFIX são apresentados pela Tabela 7.

R$-

R$1.000,00

R$2.000,00

R$3.000,00

R$4.000,00

R$5.000,00

R$6.000,00

R$7.000,00

R$8.000,00

dez

/05

ago/

06

abr/

07

dez

/07

ago/

08

abr/

09

dez

/09

ago

/10

abr/

11

dez

/11

ago

/12

abr/

13

dez

/13

ago

/14

abr/

15

dez

/15

ago

/16

abr/

17

dez

/17

ago

/18

abr/

19

dez

/19

Val

or

Inve

stid

o

Mês

CDI

Carteira Simulada 1

Carteira Simulada 2

Page 37: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

38

Tabela 7 - Análise do IFIX

2006 - 2020 CDI FII

Retorno Composto Anual 10,29% 16,17%

Retorno Real Composto 4,78% 10,37%

Desvio Padrão (Risco) 0,82% 10,62%

Índice Sharpe 0,00 0,55

Maior queda N/A -22,00%

Stress Test -0,25% -5,36%

Pior retorno mensal 0,25% -15,85%

Melhor retorno mensal 1,43% 10,63%

Meses positivos 100,00% 74,57%

As características de renda variável são explícitas, devido ao desvio padrão ser

acima de 10%, a maior queda até então de 22%, o que é inferior às ações, mas ainda

considerável se tratando das grandezas mensais. Porém, a grande dificuldade até

então é que não existe um produto que reproduza o IFIX, sendo necessário a

elaboração pessoal de uma carteira de fundos imobiliários. Como mostrado na Figura

8, a rentabilidade desta modalidade foi alta com o tempo. Era o investimento de renda

variável que seu índice não tinha sofrido grandes quedas até o momento de pandemia

causado pelo Covid – 19.

Figura 8 - Comparação do FII com outros investimentos

Com um valor final, no teste de mil reais inicial, de R$8.676,60 e um pico de

R$10.439,23, sem dúvidas, o investimento que mais se valorizou desde 2006, dado o

R$-

R$2.000,00

R$4.000,00

R$6.000,00

R$8.000,00

R$10.000,00

R$12.000,00

dez

/05

ago

/06

abr/

07

dez

/07

ago

/08

abr/

09

dez

/09

ago

/10

abr/

11

dez

/11

ago

/12

abr/

13

dez

/13

ago

/14

abr/

15

dez

/15

ago

/16

abr/

17

dez

/17

ago

/18

abr/

19

dez

/19

Val

or

Inve

stid

o

Mês

CDI

S&P 500 BRL - AçõesEUAIbovespa

FII

Page 38: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

39

cenário de crescimento do mercado imobiliário no Brasil, porém esse índice inclui os

proventos mensais dos fundos imobiliários componentes do IFIX, uma lembrança aos

investidores do benefício de reinvestir os proventos para um melhor resultado de suas

carteiras de ativos ao longo do tempo, como ocorre também automaticamente no

S&P500 BRL se investido através do ETF IVVB11 e BOVA11, para o Ibovespa, onde

o fundo se responsabiliza em reinvestir os dividendos de suas ações no mercado norte

americano e brasileiro.

Com todas as modalidades de investimentos analisadas por meio de seus

comportamentos médios, vendo que as condições são atreladas ao risco que

investidor deseja correr e ao prazo que mais lhe atende, para maior segurança e maior

rentabilidade, deve-se combinar essas opções a partir do perfil do investidor.

4.2. ANÁLISE DOS COMBINAÇÕES ENTRE OS ATIVOS NO PERÍODO TOTAL

(2006 – 2020)

Buscando a melhor combinação entre os ativos, podemos começar

analisando o comportamento da renda fixa. Para somente renda fixa, há duas

maneiras de combinação simples, ou seja, de maneira geral:

1) Divisão por igual: 33% atrelado ao CDI, 33% atrelado à inflação (metade

com prazo antes dos 5 anos e metade após 5 anos) e 33% prefixados

(metade com prazo antes de um ano e metade após 1 anos)

2) Privilegiando os mais rentáveis: 25% atrelado ao CDI, 50% atrelado à

inflação (metade com prazo antes dos 5 anos e metade após 5 anos) e

25% prefixados (metade com prazo antes de um ano e metade após 1

anos)

Os resultamos podem ser vistos na Tabela 8.

Page 39: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

40

Tabela 8 - Combinações entre Renda Fixa

2006 - 2020 CDI Carteira 1 Carteira 2

Retorno Composto Anual 10,29% 12,37% 12,91%

Retorno Real Composto 4,78% 6,76% 7,27%

Desvio Padrão (Risco) 0,82% 3,15% 4,10%

Índice Sharpe 0,00 0,66 0,64

Maior queda N/A -1,98% -3,07%

Stress Test -0,25% -1,17% -1,60%

Pior retorno mensal 0,25% -1,98% -3,07%

Melhor retorno mensal 1,43% 3,99% 4,88%

Meses positivos 100,00% 89,60% 84,97%

Ambas as carteiras adquiriram uma maior rentabilidade média do que o CDI,

com riscos de volatilidade abaixo dos 10% e meses positivos em relação ao mercado

bem próximos, acima de 80%. Comparadas à Tabela 5, do comportamento individual

de cada produto, poucas mudanças ocorrem nos parâmetros de risco, pois já eram

baixos, mas a maior queda dos produtos atrelados ao IPCA caiu de 10% para 3%.

Isso sinaliza que a diversificação dos títulos reduz os efeitos macroeconômicos como

a variação da taxa de inflação e taxa Selic, a referência para o CDI, ou seja, mesmo

que a posição no ciclo econômico não seja favorável à renda fixa, possuindo produtos

das 3 opções permite ao investidor melhorar os seus ganhos e diminui o risco de perda

de capital. Os dados reforçam a ideia de que o fator importante da renda fixa é a

diversificação e principalmente os prazos na alocação de ativos.

A mesma lógica pode ser utilizada na renda variável, mas com acreção ou

retirada dos fundos imobiliários, dada a não existência de um produto já diversificado,

com risco reduzido. Duas combinações são interessantes para serem testadas:

1) Somente ações: 50% de ações brasileiras e 50% de ações estadunidenses.

2) Ações mais Fundos Imobiliários: 33% de ações brasileiras, 33% de ações

estadunidenses e 33% fundos imobiliários.

Os resultados do Backtest podem ser vistos na Tabela 9, comparando as

carteiras com o referencial mais seguro, o CDI.

Page 40: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

41

Tabela 9 - Combinação entre produtos de Renda Variável

2006 - 2020 CDI Ações Ações + FII

Retorno Composto Anual 10,29% 12,18% 13,75%

Retorno Real Composto 4,78% 6,58% 8,07%

Desvio Padrão (Risco) 0,82% 13,59% 10,74%

Índice Sharpe 0,00 0,14 0,32

Maior queda N/A -36,18% -22,98%

Stress Test -0,25% -5,39% -4,64%

Pior retorno mensal 0,25% -16,43% -14,53%

Melhor retorno mensal 1,43% 10,79% 8,09%

Meses positivos 100,00% 64,16% 69,36%

Com as duas combinações, é possível ver uma queda significativa, em termos

absolutos, nos parâmetros de risco em relação aos índices individuais, como a

diminuição do desvio padrão de 23,17% do Ibovespa para os 13,59% da combinação

dos dois índices e a maior queda de 49,60% do Ibovespa para 22,98% do conjunto

ações + FII. A volatilidade diminuiu consideravelmente, visto a diferença entre os

desvios padrão. A resposta ao estresse também diminuiu em seus resultados,

indicando maior estabilidade nos ganhos e proporcionando maior segurança ao

investidor de somente renda variável. Dentre as duas combinações, mesmo a ações

+ FII’s tendo o menor retorno mensal médio, todos os seus parâmetros de risco são

melhores do que a combinação de somente ações, em especial o índice Sharpe sendo

mais que o dobro, indicativo de ser a melhor escolha, e a maior queda sendo na casa

dos 20%, longe dos 36% da carteira de somente ações. Logo, conclusivamente a

melhor combinação inclui a ações mais os fundos imobiliários o que já era esperado

por ser a opção mais diversificada.

Pessoas que investem somente em renda variável são conhecidas por

assumirem mais risco, classificadas como perfil agressivo. Para elas, a carteira de

ações do Brasil e Estados Unidos mais fundos imobiliários já promete grandes

retornos com o risco reduzido, e seus ganhos podem ser potencializados com estudos

e dedicação nas ferramentas que permitem superar os índices de ações e fundos

imobiliários. Porém, para pessoas que não querem assumir grandes riscos e não

colocar todo o capital em renda variável, há dois perfis e duas combinações com pesos

equilibrados seguindo a exposição de risco, proposto pelo curso da plataforma Clube

do Valor (18):

Page 41: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

42

1) Perfil Conservador (70% Renda Fixa + 30%Renda Variável), que se expõem

ao menor risco com boa diversificação.

Constituição: 20% atrelado ao CDI, 20% prefixados (metade em cada

prazo), 30% atrelado à inflação (metade em cada prazo), 10% ações

brasileiras, 10% ações dos Estados Unidos e 10% em fundos imobiliários.

2) Perfil Moderado (40% Renda Fixa + 60 Renda Variável), que quer assumir

um pouco mais de risco, mas não de maneira exagerada.

Constituição: 10% atrelado ao CDI, 10% prefixados (metade em cada

prazo), 20% atrelado à inflação (metade em cada prazo), 20% ações

brasileiras, 20% ações dos Estados Unidos e 20% em fundos imobiliários.

As duas composições foram determinadas, pelo perfil de cada investimento,

para obter o melhor resultado com a redução do risco, e em especial, continuando a

investir em ambos os mercados. Mesmo que rentabilidade passada não corresponder

a rentabilidade futura, a relação risco retorno é mostrada na Tabela 10.

Tabela 10 - Perfil Conservador vs Perfil Moderado

2006 - 2020 CDI Conservador Moderado

Retorno Composto Anual 10,29% 13,12% 13,55%

Retorno Real Composto 4,78% 7,47% 7,88%

Desvio Padrão (Risco) 0,82% 4,76% 7,18%

Índice Sharpe 0,00 0,59 0,45

Maior queda N/A -7,43% -13,76%

Stress Test -0,25% -1,89% -2,98%

Pior retorno mensal 0,25% -6,18% -9,95%

Melhor retorno mensal 1,43% 4,37% 5,60%

Meses positivos 100,00% 81,50% 75,14%

É possível ver que pelos dados históricos, as duas composições apresentaram

retorno anual médio, cerca de 13%, semelhante com a composição de ações mais

fundos imobiliários da Tabela 9. Porém, há grandes diferenças nos parâmetros de

risco. Os 3 perfis podem ser posto em ordem crescente de risco (Perfil Conservador,

Perfil Moderado e Perfil Agressivo) por meio do valor crescente do desvio padrão(

Page 42: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

43

4,76%, 7,18% e 10,74%), de maior queda (-7,43%, -13,76% e -22,98%), o pior retorno

mensal(-6,18%, -9,95% e -14,53%) , melhor retorno mensal(4,37%, 5,6% e 8,09%) e

decrescente nos meses positivos (81,50%, 75,14% e 69,36%). A carteira de perfil

conservador de fato tem uma exposição mínima a risco, maior índice Sharpe e menor

teste de estresse, porém como podemos ver na Figura 9, seu potencial de ganho foi

maior no momento de alta da taxa Selic, região de maior valorização CDI indicado

pela inclinação de sua curva, e menores resultados com a diminuição da Selic, região

de menor valorização do CDI indicado pela menor inclinação de sua curva, sendo

reduzida pelo banco central.

Figura 9 - Comparação entre os perfis

O perfil agressivo foi o que trouxe mais retorno, de R$6.411,50, principalmente

com a entrada de mais empresas e investidores na B3 e a Selic sendo a menor

histórica. O perfil conservado apresentou um retorno final de R$5.917,15. O perfil

moderado teve seu crescimento estavelmente mediano entre os dois perfis, com valor

de R$6.251,36. É muito importante ressaltar que esse gráfico resulta de somente um

investimento pontual, o que não é o recomendado. A maximização dos ganhos advém

de aportes ao longo do tempo, segundo o próprio perfil, para que o investidor sempre

possa ter o melhor retorno possível da estratégia.

Para maior detalhamento dos momentos da série histórica, podemos ver alguns

períodos em especial para analisar o comportamento dos produtos e dos perfis,

conforme indicados nos itens 4.3, 4.4 e 4.5.

R$ 1.000,00

R$ 2.000,00

R$ 3.000,00

R$ 4.000,00

R$ 5.000,00

R$ 6.000,00

R$ 7.000,00

dez/05

out/06

ago/07

jun/08

mar/09

jan/10

no

v/10

set/11

jul/12

mai/13

mar/14

dez/14

out/15

ago/16

jun/17

abr/18

fev/19

dez/19

set/20V

alo

r In

vest

ido

Meses

PerfilConservador

PerfilModerado

Perfil Agressivo

CDI

Page 43: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

44

4.3. ANÁLISE DOS ATIVOS NA CRISE DE 2008

Historicamente a crise ocorrida entre 2007 e 2009 provocou um grande

impacto nos mercados do mundo (58). Como mostrado na Tabela 11, as maiores

quedas históricas do período de 2006 a maio 2020 em valores mensais ainda foram

na crise de 2008, com principalmente o Ibovespa exibindo grande volatilidade, com o

desvio padrão de 27,46%, e com resultados positivos em cerca de 63,89% dos meses

desse período. Como esperado, ações norte americanas em conjunto com o fator

cambial sofreram taxas negativas no retorno e mais da metade, cerca de 60%, dos

meses com resultados negativos. Isto devido a ser o país de origem da crise.

Tabela 11 - Comparação entre as bolsas na crise

2007 - 2009 Ibovespa S&P500 BRL

Retorno Composto Anual 15,53% -11,85%

Retorno Real Composto 10,14% -15,95%

Desvio Padrão (Risco) 27,46% 16,42%

Índice Sharpe 0,15 -1,41

Maior queda -49,60% -40,00%

Stress Test -16,47% 5,25%

Pior retorno mensal -24,80% -10,54%

Melhor retorno mensal 15,55% 6,69%

Meses positivos 63,89% 41,67%

As crises são grandes testes para os investidores de perfil agressivo, dado que

a renda variável sofre perdas de maneira sistêmica. Com uma queda de 50% no

Ibovespa, que representa a média do mercado acionário brasileiro, do conceito de

média podemos deduzir que houve ações com quedas maiores, chegando ao ponto

do irreversível para retornar ao valor inicial no curto prazo. Ver a carteira negativa por

muito tempo e a alta volatilidade podem provocar reações emocionais nos investidores

e muitos retiram os valores investidos consolidando as perdas. Porém, há aqueles que

vem como oportunidade de compra, de aumentar o investimento pois confiam que o

mercado irá retornar, o que de acontece de fato, como já visto na série histórica.

“Compre ao som dos canhões e venda ao som dos violinos” (Buffet, Warren)

O comportamento dos índices pode ser visto na Figura 10.

Page 44: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

45

Figura 10 - Comportamento dos Índices durante a crise de 2008

Com um investimento inicial de mil reais em janeiro de 2007, pode-se ver o

comportamento dos três principais índices. O CDI produziu um retorno seguro e

constante no período, resultando em R$1.313,63 em junho de 2009, o maior retorno

dentre os três. O S&P500 BRL finalizou em R$631,88, diferente do Ibovespa que

finalizou com o retorno positivo de R$1.195,99.

Dado essa situação de baixa, é interessante comparar as carteiras dos três

perfis como está descrito pela Tabela 12. As três composições, mesmo na crise,

trouxeram retornos acimas da inflação, e como esperado o perfil conservador

provocou o melhor resultado devido a maior parcela estar em renda fixa. A carteira de

perfil agressivo sofreu a maior perda, com riscos consideráveis em relação às outras

e a carteira de perfil moderado produziu resultados semelhantes ao do perfil

conservador, com parâmetros de riscos intermediários. Este comportamento

semelhante estabelece firmemente os fundamentos do perfil moderado, pois ambas a

rentabilidade média e a análise de risco possuem um equilíbrio. Este equilíbrio é

importante para o estado emocional dos investidores, que em crises buscam as

opções mais seguras no mercado e reduzem ao máximo a exposição em renda

R$-

R$200,00

R$400,00

R$600,00

R$800,00

R$1.000,00

R$1.200,00

R$1.400,00

R$1.600,00

R$1.800,00

jan

/07

mar

/07

mai

/07

jul/

07

set/

07

no

v/07

jan

/08

mar

/08

mai

/08

jul/

08

set/

08

no

v/08

jan

/09

mar

/09

mai

/09

Val

or

Inve

stid

o

Mês

CDI

S&P 500 BRL -Ações EUA

Ibovespa

Page 45: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

46

variável, mas com uma carteira moderada, a diversificação suaviza o efeito das

desvalorizações da renda variável.

Tabela 12 - Comparação entre os perfis na crise de 2008

2007 - 2009 Conservador Moderado Agressivo

Retorno Composto Anual 12,65% 11,85% 10,35%

Retorno Real Composto 7,40% 6,64% 5,21%

Desvio Padrão (Risco) 5,58% 8,59% 12,86%

Índice Sharpe 0,32 0,12 -0,08

Maior queda -6,79% -13,76% -22,98%

Stress Test -2,15% -3,16% -4,34%

Pior retorno mensal -4,70% -7,78% -11,57%

Melhor retorno mensal 3,54% 4,29% 7,05%

Meses positivos 75,00% 66,67% 61,11%

A grande diferença entre os perfis é certamente a possível reação emocional

causada pela visão assimétrica, pois é preciso ter confiança na estratégia para ver a

carteira pessoal 40% dos meses negativos e um retorno mensal de - 11,57%, assim

como um ganho mensal de 7,05% em um mês e não tomar uma atitude impensada.

4.4. ANÁLISE DOS ATIVOS NO PERÍODO DE ÚLTIMA MÁXIMA DA SELIC

Ao analisarmos a série histórica da taxa Selic, o último pico de seu valor

ocorreu entre 2014 e 2017, conforme mostra a Figura 2. Neste período, a taxa atingiu

14,25% ao ano, o que é uma taxa superior às medias anuais das carteiras no período

de 2006 até 2020. Este cenário provoca uma reação inversa ao que aconteceu na

crise de 2008 como podemos ver na Tabela 13.

Page 46: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

47

Tabela 13 - Comparativo entre os Benchmarks entre 2014 -2017

2014 - 2017 CDI Ibovespa S&P500 BRL

Retorno Composto anual 12,00% 10,64% 22,39%

Retorno Real Composto 5,12% 3,85% 14,88%

Desvio Padrão (Risco) 0,58% 22,00% 16,56%

Índice Sharpe 0,00 -0,06 0,63

Maior queda N/A -33,37% -17,09%

Stress Test -0,21% -8,74% -11,92%

Pior retorno mensal 0,25% -29,90% -13,82%

Melhor retorno mensal 1,21% 16,97% 17,90%

Meses positivos 100,00% 58,33% 66,67%

A renda fixa foi o investimento mais beneficiando internamente, com um

rendimento médio maior ao do Ibovespa e riscos menores; retornos 5% acima da

inflação. A bolsa brasileira, mesmo com um retorno mensal pontual de 16,97%, teve

uma maior queda de -33,37% e uma volatilidade em seu pico, com o desvio padrão

de 22%. Juros altos são historicamente grandes obstáculos para as empresas

buscarem bons resultados, crescerem e atraírem mais investidores. Esse é um dos

motivos do número de investidores não ser tão grande até a política de quedas da

Selic.

Porém, o S&P500 em reais obteve um rendimento médio muito acima da

média, provocado pelo crescimento da bolsa norte americana nesse período. Por meio

da Figura 11 podemos ver a grande diferença na valorização de cada índice. Com

investimentos de mil reais em janeiro de 2013, o retorno obtido em dezembro de 2017

em ações norte americanas seria de R$2.244,12, superior ao retorno produzido pelo

investimento 100% CDI de R$1.573,63. O Ibovespa, mesmo não superando o CDI,

apresentou um retorno de R$1.498,64.

Page 47: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

48

Figura 11 - Simulação de um investimento em cada índice de 2014 - 2017

Para os perfis, como mostrado na Tabela 14, pode-se ver que o resultado

apresenta uma rentabilidade média muito maior do que o período de 2007 – 2009, o

que já era esperado. A volatilidade é bem reduzida pela diversificação das três

carteiras, o número de meses positivos foi acima de 70% e a maior queda foi abaixo

dos 10%.

Tabela 14 - Comparação entre os 3 perfis no período de 2014 - 2017

2014 - 2017 Conservador Moderado Agressivo

Retorno Composto Anual 14,65% 15,47% 16,30%

Retorno Real Composto 7,61% 8,38% 9,15%

Desvio Padrão (Risco) 4,20% 6,36% 9,31%

Índice Sharpe 0,63 0,55 0,46

Maior queda -1,96% -3,64% -8,14%

Stress Test -1,86% -2,94% -4,69%

Pior retorno mensal -1,96% -3,23% -6,11%

Melhor retorno mensal 4,37% 5,60% 7,30%

Meses positivos 85,42% 77,08% 72,92%

Mesmo em um período de Selic alta, o perfil agressivo foi o que obteve o maior

retorno, dado a exposição aos investimentos que buscam maior rentabilidade. É

interessante pensar que mesmo que Ibovespa produza um resultado ruim, as

R$700,00

R$900,00

R$1.100,00

R$1.300,00

R$1.500,00

R$1.700,00

R$1.900,00

R$2.100,00

R$2.300,00

R$2.500,00

dez

/13

mar

/14

jun

/14

set/

14

dez

/14

mar

/15

jun

/15

set/

15

dez

/15

mar

/16

jun

/16

set/

16

dez

/16

mar

/17

jun

/17

set/

17

dez

/17

Va

lor

Inve

stid

o

Mês

CDI

S&P 500 BRL -Ações EUA

Ibovespa

Page 48: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

49

carteiras, como um todo, não apresentaram. A diversificação e a relação entre os

ativos conceitualmente e na prática como mostra o Backtest é uma ferramenta muito

poderosa para ganhos consistentes como um investidor de longo prazo.

Uma ressalva é que o momento é propício para bons resultados absolutos,

mas a média de inflação desse período foi de 6,54% a.a., penalizando o crescimento

real do patrimônio ou a valorização do capital. Porém, a longo prazo, os juros

compostos agem sobre o valor absoluto. Ou seja, o tempo é o fator primordial para se

ter sucesso.

4.5. ANÁLISE DOS ATIVOS NO DURANTE O CORONA VÍRUS (ATÉ MAIO -

2020)

Até o estudo final deste trabalho, os dados eram até Maior de 2020, ou seja,

parcial sobre a pandemia que assolou o país. O CDI, o Ibovespa e o S&P500 tiveram

resultados diferentes do da crise de 2008 como podemos ver na Tabela 15.

Tabela 15 - Dados dos principais índices durante o período de 2019 – 2020 (Maio)

2019 - 2020 CDI Ibovespa S&P500 BRL

Retorno Composto Anual 5,28% -0,39% 46,05%

Retorno Real Composto 2,31% -3,20% 41,93%

Desvio Padrão (Risco) 0,35% 31,81% 20,10%

Índice Sharpe 0,00 -0,18 2,03

Maior queda N/A -36,86% -6,35%

Stress Test -0,06% -5,02% -29,32%

Pior retorno mensal 0,25% -29,90% -13,82%

Melhor retorno mensal 1,43% 16,97% 17,90%

Meses positivos 100,00% 64,71% 76,47%

Os dados de desvio são os mais altos de toda a série histórica, dado o menor

grupo amostral, sendo marca da rápida reação do mercado precificando

antecipadamente a perda de valor, produção e retorno causados pelo contexto atual.

Historicamente foi o momento de maior alta do Ibovespa, atraindo o maior número de

investidores que estava em renda fixa até que o governo iniciasse a sequência de

quedas na taxa Selic descritas na Figura 2. Porém, a crise apresentou-se no início de

2020 e provocou as quedas do Ibovespa e S&P500 em Dolar.

Page 49: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

50

A relação inversa entre o Ibovespa e o S&P500 BRL tornou-se muito evidente,

pois somado a corrida de proteção dos investidores em dolarizar seus investimentos,

o governo decidiu continuar a queda da Selic, mesmo na crise, resultando na

permanência de subida do Dólar em relação ao Real. Logo, mesmo com a queda da

S&P500 em Dólar, a S&P500 em Real se valorizou.

O comportamento dos índices nesse período pode ser visto na Figura 12. A

desvalorização ocorreu de maneira rápida. Investindo mil reais em no inicio 2019,

podemos ver os picos e quedas dos principais índices. O investimento atrelado ao

Ibovespa atingiu a mínima em R$830,85. Os Fundos Imobiliários atingiram sua

mínima na curva de CDI, R$1.060,50 e o investimento atrelado ao S&P500 BRL

decolou em seus valores, atingindo em maio o valor de R$1.710,20.

Figura 12 - Valorização dos índices no período de 2019 – 2020 (Maio)

Como reforço dos resultados das carteiras durante a crise de 2008, a redução

na volatilidade apresentada pelo desvio padrão, a redução da maior queda e a maior

frequência de meses com ganhos no resultado são apresentados pela Tabela 16,

apesar do intervalo menor. A diversificação permitiu às carteiras obterem retornos.

Porém, dessa vez a rentabilidade seguiu o aumento de risco das proporções de ativos.

A volatilidade das carteiras correspondeu aos perfis assim como maior queda foi

R$800,00

R$900,00

R$1.000,00

R$1.100,00

R$1.200,00

R$1.300,00

R$1.400,00

R$1.500,00

R$1.600,00

R$1.700,00

R$1.800,00

dez

/18

jan

/19

fev/

19

mar

/19

abr/

19

mai

/19

jun

/19

jul/

19

ago

/19

set/

19

ou

t/19

no

v/1

9

dez

/19

jan

/20

fev/

20

mar

/20

abr/

20

Va

lor

Inve

stid

o

Mês

CDI

S&P 500 BRL- Ações EUA

Ibovespa

FII

Page 50: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

51

proporcional aos perfis durante o período investido. O fator que deve ser reforçado

na mentalidade do investidor novamente é o controle do estado emocional diante das

crises e o alinhamento com a estratégia escolhida, não se prendendo aos momentos

de quedas mais fixo na ideia de que a longo prazo, os ganhos superam as perdas.

Tabela 16 - Comparando os perfis durante o período de 2019 – 2020 (Maio)

2019 – 2020 (Maio) Conservador Moderado Agressivo

Retorno Composto Anual 12,55% 15,30% 18,31%

Retorno Real Composto 9,38% 12,05% 14,97%

Desvio Padrão (Risco) 7,58% 12,26% 18,45%

Índice Sharpe 0,96 0,82 0,71

Maior queda -7,43% -12,76% -19,24%

Stress Test -2,92% -5,93% -11,22%

Pior retorno mensal -6,18% -9,95% -14,53%

Melhor retorno mensal 4,37% 6,88% 10,85%

Meses positivos 88,24% 88,24% 82,24%

Como indicador de que o mercado a longo prazo sempre se recupera, a Charles

Schwab (59) divulgou um gráfico, representado pela Figura 13, mostrando o

comportamento da média mercado mundial do mercado de ações com o tempo, e a

marcação das grandes doenças que ocorreram. Mesmo que em momentos pontuais

houvesse grandes quedas, em alguns anos ele se recupera e retorna ao um ritmo de

crescimento. Isso confirma as inferências feitas aos dados históricos do Brasil, em que

o mercado de capitais, a longo prazo, é uma ferramenta imprescindível para obter

ganhos e maior segurança financeira.

Page 51: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

52

Figura 13 - Mercado global de ações e as grandes epidemias

Fonte: Charles Schwab, 2020

Page 52: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

53

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos a partir dos dados históricos são simples e consistentes

para que pessoas físicas, que não possuem tanta informação, possam começar a

investir, tendo ciência dos riscos e possíveis situações que possam acontecer com

suas carteiras.

Ao começar pelo estudo de cada ativo, foi analisado cada índice que

demonstra o comportamento médio dos produtos populares encontrados em

qualquer corretora independente ou plataforma de investimentos, obtendo os riscos

médios, tantos dos ativos de renda fixa quanto os ativos de renda varável,

caracterizando-os pelos parâmetros de risco. A volatilidade mostrada pelo desvio

padrão dos ativos individualmente possui os valores de: 0,82% do CDI, 2,63% dos

Prefixados, 7,06% dos atrelados ao IPCA, 23,17% do Ibovespa, 16,72% do S&P 500

BRL e 10,62% dos FII’s A maior queda que ocorreu durante o período de 2006 até a

data final deste trabalho dos ativos individualmente é de: -1,22% e -10,13% nos

preços de compra dos ativos Prefixados e atrelados ao IPCA, respectivamente, de -

49,60% para o Ibovespa, -40% para o S&P500 BRL e -22% para os FII’s. A

porcentagem média de meses em que aumento no valor de: 100% para o CDI,

57,56% para o Ibovespa, 62,79% para o S&P500 BRL e 74,57% para os FII’s.

Simulando a valorização dos investimentos a partir de um investimento inicial

de R$1.000,00, foi possível ver qualitativamente a volatilidade dos ativos, através da

grande variação do seu valor de retorno e a rentabilidade total de cada ativo

resultando em: R$4.104,32 em CDI, R$5.302,06 em prefixados, R$6.997,87 em

atrelado ao IPCA R$2.635,71 em Ibovespa, R$7.514,20 em S&P 500 BRL e R$ 8

.676,60 em FII’s.

Os gráficos históricos permitiram a identificação relações diretas ou inversas

entre os ativos em determinados períodos. Dentre as relações, destaca-se a alta do

CDI acompanhada de um mal desempenho das ações e a baixa do CDI

acompanhando a elevação das S&P500 em reais. Esses resultados repercutem a

importância de possuir ativos de diversas classes no mesmo portifólio para que os

ganhos sejam maximizados.

Por meio do Backtest, foi possível a comparação dos três perfis sugeridos de

Suitability, utilizando a análise de risco de combinações entre os ativos em todo o

período, 2006 até maio de 2020 e em momentos pontuais. Combinando ativos de

Page 53: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

54

Renda Fixa, a divisão por igual possui uma rentabilidade anual média de 12,37% e

um desvio em sua precificação de 3,15%, a divisão com peso maior em IPCA possui

uma rentabilidade anual média de 12,91% e desvio em sua precificação de 4,10%.

Com ativos de renda variável, somente ações produziram um retorno anual médio

de 12,18%, com desvio padrão de 13,56% e o conjunto de ações + FII’s produziu um

retorno anual médio de 13,75%, com o desvio padrão de 10,74%.

Na comparação entre os ativos de renda fixa, não houve grande diferença no

risco e rentabilidade, sendo o fator primordial de escolha o prazo para o investidor.

Na comparação entre renda variável, foi possível ver a grande vantagem de adicionar

fundos imobiliários ao portifólio, vindo das diferenças nos parâmetros de risco como:

maior queda (Ações com -36,18% e Ações + FII’s com -22,98%), pior retorno mensal

(Ações com -16,43% e Ações + FII’s com -14,53%) e meses positivos (Ações com -

64,16% e Ações + FII’s com -69,36%). É uma boa escolha apesar de ainda não estar

disponível um produto que reproduza seu benchmark. Par carteiras mistas, ambos

os perfis conservador e moderado produziram resultados próximos de rentabilidade

média anual, 13,12% e 13,55%, respectivamente, e parâmetros de risco próximos,

destacando a maior queda, -7,43% e -13,76%, e a porcentagem de meses positivos,

81,5% e 72,14%, respectivamente.

Para concluir, os resultados produzidos pela aplicação simplificada da teoria

de Markowitz explicitaram que, a longo prazo, uma carteira diversificada produz

grandes resultados. Os cálculos se mostraram um embasamento viável para que,

uma pessoa comum, segundo o seu perfil, que é facilmente determinado por um

questionário de Suitability, possa montar um portifólio de ativos financeiros seguindo

as proporções de ativos que mais se adequa. Após o investimento inicial de

R$1.000,00 em cada perfil, o montante final resultou em R$5,917,15 para o

conservador, R$6.251,36 para o moderado e R$6.411,50 para o perfil agressivo.

Estes valores mostram que os fatores de maior impacto para as carteiras constituem

o prazo de investimento, o controle emocional do investidor para que não tome

atitudes precipitadas e, principalmente, o foco na estratégia escolhida e não na

situação econômica, pois não há crise que não seja superável com o tempo se a

carteira estiver bem diversificada. Uma estratégia simples, buscando somente as

médias do mercado é um ótimo começo no mundo dos investimentos ou para

aqueles que não possuem o desejo de se dedicar profissionalmente, mas queiram

fazer por si só sua reserva financeira.

Page 54: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

55

5.1. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Este trabalho foi concluído antes que o período de pandemia causada pelo

Covid-19 acabasse. Assim, sugere-se a continuação dos estudos dos perfis e dos

índices cobrindo a queda e a recuperação da economia após essa crise e outras que

poderão ocorrer.

Também, como outra sugestão, seria interessante a utilização de ferramentas

estatísticas mais específicas, como séries temporais, para o estudo mais profundo dos

ativos, em busca de observar mais fatores que influenciam o comportamento

individual ou de combinações dos ativos para que seja mais refinada a análise de risco

e estruturação das carteiras.

Os produtos apresentados pelo trabalho são os mais simples e clássicos, mas

o mercado oferece outros produtos que podem ser analisados futuramente como os

Certificados de Operações Estruturadas (COE’s), Debêntures, Previdências

Privadas e os Brazilian Depositary Receipts (BDR’s).

Page 55: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

56

REFERÊNCIAS

1. Internet. Encyclopædia Britannica. [Online] 26 de Fevereiro de 2020. [Citado em:

15 de Junho de 2020.] https://academic-eb-

britannica.ez67.periodicos.capes.gov.br/levels/collegiate/print/article/Internet/1458.

2. SILVA, T. C., et al. Internet access in recessionary periods: the case of Brazil.

Physica A: Statistical Mechanics and its Applications. 01 de Janeiro de 2020, Vol. 537.

3. DERMINE, J. Digital banking and market disruption: a sense of déjà vu?

Financial Stability Review. Abril de 2016, 20.

4. ALECU, F. Internet Banking. Informatica economica. 01 de Janeiro de 2006, Vol.

X(4), pp. 104-106.

5. MARQUES, F. B. Bancos digitais x Bancos Tradicionais: Uma análise das

implicações causadas pelos Bancos Digitais no mercado bancário. Universidade

Federal de Uberlândia. Uberlândia : s.n., 2019. Dissertação (Dissertação em Gestão

Organizacional) - UFU.

6. Balanço e Estatísticas. Tesouro Direto. [Online] Dezembro de 2019. [Citado em:

20 de Maio de 2020.] http://www.tesouro.gov.br/pt/balanco-e-estatisticas.

7. Pessoa física. B3. [Online] 19 de Maio de 2020.

http://www.bmf.com.br/portal/pages/newsletter/BMFBOVESPA/Downloads/Estudo_P

F-final.pdf.

8. SANTOS, J. C. S. Reação e Previsão: Tipificação do comportamento dos

investidores no mercado de ações brasileiro. Universidade de São Paulo. São Paulo :

s.n., 2017. Tese ( Tese de Livre Docência) - USP.

9. Número de investidores na Bolsa ultrapassa o de presidiários no país. [Online] R7,

07 de Outubro de 2019. [Citado em: 05 de Maio de 2020.]

https://noticias.r7.com/economia/numero-de-investidores-na-bolsa-ultrapassa-o-de-

presidiarios-no-pais-08102019.

10. Bettina reaparece, se desculpa, mas ainda vende ‘galinha de ovos de ouro’. Veja.

[Online] 01 de OUTUBRO de 2019. [Citado em: 20 de Maio de 2020.]

https://veja.abril.com.br/economia/bettina-reaparece-se-desculpa-mas-ainda-vende-

galinha-de-ovos-de-ouro/.

Page 56: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

57

11. GROVE, W. M, et al. Clinical versus Mechanical Prediction: a meta-analysis.

Psychological Assessment. 2000, Vol. 12, 1, 19 - 30.

12. CHAGUE, F. e GIOVANNETTI, B. É possível viver de day-trading? FGV. São

Paulo : s.n., 2019. Artigo.

13. SANTANA, C.V. S., et al. Sentimento do investidor e gerenciamento de

resultados no Brasil. Revista Contabilidade & Finanças. 2020, Vol. 31, N. 83, pp. 283

- 301 .

14. GALDI, F. C. e GONCALVES, A. M. Pessimism and uncertainty of the news

and investor's behavior in Brazil. RAE. 2018, Vol. 58(2), p. 130(19).

15. MACHADO, M. A.V. e FAFF, R. W. Crescimento de ativos e retorno de ações:

evidências no mercado brasileiro. Revista Contabilidade & Finanças. 2018, Vol. 29, n.

78, pp. 418 - 434.

16. GRAHAN, B. O investidor inteligente. s.l. : Harper Collins, 2016.

17. PALAZZO, V., et al. Análise de carteiras de valor no mercado brasileiro.

Revista Contabilidade & Finanças. 2018, Vol. 29, n. 78, pp. 452 - 468.

18. Clube do Valor. [Online] https://clubedovalor.com.br/.

19. MANGRAM, M. E. A Simplified Perspective of the Markowitz Portfolio Theory.

Global Journal of Business Research. 2013, Vol. 7(1), pp. 59-70.

20. GRAÇA, W. G., JANUZZI, F. V. e SOARES, F. P. O dilema do pequeno

investidor perante as alternativas conservadoras de mercado: títulos públicos

versus fundos referenciados di. Revista de Administração de Roraima - RARR. 2015,

Vol. 5 (2), pp. 789 - 214.

21. PERLIN, M. A microestrutura do tesouro direto: sazonalidade do fluxo de

ordens e o processo de formação de spreads. Economia Aplicada. 2016, Vol. 20 n.3,

pp. 253-272.

22. SANTOS, M. S. S. e NOUR, A. D. Educação Finaceira: Aprendizagem de

Progressões Geométricas Aplicadas aos Juros Compostos na Perspectiva da

Educação Matemática Crítica. Revista Prática Docente. 2020, Vol. 5, n. 1, pp. 45-64.

23. CAETANO, S.M., SILVA JR., G. E. e CORRÊA, W.L. R. Abordagem discreta

para a dinâmica da taxa Selic-meta. Economia Aplicada. 2011, Vol. 15 n.2, pp. 199

- 221.

Page 57: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

58

24. OLIVEIRA, M. J. S., et al. Variação da taxa SELIC e a rentabilidade de fundos

de investimentos referenciados: uma análise comparativa no período de 2013 a

2016. Brazilian Journal of Development. 01 de Julho de 2018, Vol. 4 n.4, pp. 1449-

1463.

25. CARRARA, A. F. e CORREA, A. L. O regime de metas de inflação no Brasil:

uma análise empírica do IPCA. Revista de Economia Contemporânea. 2012, Vol. 16

n.3.

26. Sanchez, L. Revista Juris UniToledo. O conceito de crédito imobiliário no

sistema de financimento imobiliário. 2020, Vol. 5 n.3, pp. 151 -163.

27. OLIVEIRA, C. e CARVALHO, G. R. Financiamento da agricultura brasileira: os

novos instrumentos de captação de recursos privados. Embrapa Territorial-Artigo

em anais de congresso (ALICE). CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E

SOCIOLOGIA RURAL, Fortaleza: UFC : s.n., 2006. pp. 44, 2006.

28. BALTHAZAR, M. S. P., MORGADO, P. H. H. e CABELLO, O. G. Alternativas de

Investimentos em Renda Fixa no Brasil: Comparação entre um Banco de

Investimento e um Banco de Varejo. Revista Evidenciação Contábil & Finanças. 2018,

Vol. 6 n.2, pp. 36-57.

29. SALAMA, B. M. Sub-rogação pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) em

decorrência do pagamento de créditos grantidos. Revista de Direito

Administrativo. 2017, Vol. 276, pp. 225 - 259.

30. Stock. [Online] Encyclopædia Britannica. [Citado em: 08 de Junho de 2020.]

https://academic.eb.com/levels/collegiate/article/stock/69746.

31. FORTI, C.A. B., PEIXOTO, F. M. e ALVES, D. L. Fatores determinantes do

pagamento de dividendos no Brasil. Revista Contabilidade & Finanças. 2015, Vol.

26, n. 68, pp. 167 - 180.

32. SAMPAIO, M. The importance of innovation in the performance of IPO

processes that occurred in Brazil during the last decade. Future Studies Research

Journal: Trends and Strategy. 2011, Vol. 3(2), p. 121(24).

33. JOIA, L. A., GUTMAN, L. F. D. e MORENO, V. Intention of use of home broker

systems from the stock market investors' perspective. Journal of High Technology

Management Research. 2016, Vol. 27(2), pp. 184-195.

Page 58: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

59

34. LOBÃO, J. e COSTA, A. I. Super- reação de curto prazo em ETFs de ações

após retornos extremos em um dia. Revista Contabilidade & Finanças. 2019, Vol.

30, n. 81, pp. 352 - 367.

35. Institucional. B3. [Online] [Citado em: 06 de Junho de 2020.]

http://www.b3.com.br/pt_br/b3/institucional/quem-somos/.

36. CERETTA, P. S., et al. Determinantes da estrutura de capital: uma análise de

dados em painel de empresas pertencentes ao Ibovespa no período de 1995 a

2007. Revista de Gestão USP. 2009, Vol. 16 n. 4, pp. 29 - 43.

37. S&P 500. Encyclopædia Britannica. [Online] [Citado em: 08 de Junho de 2020.]

https://academic-eb-

britannica.ez67.periodicos.capes.gov.br/levels/collegiate/article/S-ampP-500/384803.

38. DIAS, R. S. A Eficiência Da Precificação De Etf No Brasil: Bova11, Xbov11 E

Pibb11. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. 2016. Trabalho de

Conclusão de Curso (MBA em Finanças Empresariais) - UFRJ.

39. LEV, B. e THIAGARAJAN, S. R. Fundamental Information Analysis. Journal of

Accounting Research. 1993, Vol. 31, No. 2, pp. 190 - 215.

40. BROWN, D. P. e JENNINGS, R. H. On Technical Analysis. The Review of

Financial Studies. 1989, Vol. 2 n. 4, pp. 527 - 551.

41. FERREIRA, A. P., GONZALES, A. e SANTOS, F. A. Efeitos de eventual término

da isenção do imposto de renda dentro de fundos de investimento imobiliário.

Revista FATEC Zona Sul. 01 de Fevereiro de 2020, Vol. 6 n.3.

42. MILANI, B. e CERETTA, P. S. Do Brazilian REITs Depend on Real Estate Sector

Companies or Overall Market? Economics Bulletin. 2013, Vol. 33i. 4, pp. 2948 -

2957.

43. MARKOWITZ, H. M. Portfólio Selection. Journal of Finance. 1952, Vol. 7 , 1, pp.

77-91.

44. NAWROCKI, D. N. A brief history of downside risk measures. Journal of

Investing. 1999, pp. 9 - 25.

45. ROY, A. D. Safety first and the holding of assets. Econometrica. 1952, Vol. 20,

n. 3, pp. 431- 449.

46. ANDERSON, S. C. e WINSLOW, D. A. Defining Suitability. Kentucky Law

Journal. 1992, Vol. 81, 1.

Page 59: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

60

47. ALMEIDA, A. L. F. e CUNHA, D. P. A. Estudo Do Mercado Brasileiro De Renda

Fixa E O Perfil Do Investidor Brasileiro. Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro : s.n., 2017. Projeto de Graduação ( Projeto em Engenharia de

Produção) - UFRJ.

48. Risk. Encyclopædia Britannica. [Online] [Citado em: 13 de Agosto de 2020.]

https://academic.eb.com/levels/collegiate/article/risk/63772.

49. GROSSMAN, S. J. e ZHOU, Z. Optimal investment strategies for controlling

drawdowns. Mathematical Finance. 1993, 3(3), pp. 241-276.

50. CHEKHLOV, A., URYASEV, S. e ZABARANKIN, M. Drawdown measure in

portfolio optimization. International Journal of Theoretical and Applied Finance. 1,

2005, Vol. 8.

51. Standard Deviation. Encyclopædia Britannica. [Online] [Citado em: 22 de Junho

de 2020.] https://academic-eb-

britannica.ez67.periodicos.capes.gov.br/levels/collegiate/article/standard-

deviation/69393#.

52. VARGA, G. Índice de sharpe e outros indicadores de performance aplicados

a fundos de ações brasileiros. Revista de Administração Contemporânea. 01 de

Dezembro de 2001, Vol. 5 n.3, pp. 215-245.

53. VEZERIS, D., SCHINAS, C. e PAPASCHINOPOULOS, G. Profitability edge by

dynamic back testing optimal period selection for technical parameters

optimization, in trading systems with forecasting. Computational Economics.

2018, Vol. 51(4), pp. 761-807.

54. CHUANG, C., et al. Backtesting VaR in consideration of the higher moments

of the distribution for minimum-variance hedging portfolios. Economic Modelling.

2014, Vol. 42, pp. 15-19.

55. RODRÍGUEZ, W. K. e OSSA, A. B. Backtesting del valor en riesgo para los

mercados bursátiles y de divisas latinoamericanas. Investigación económica. 01

de Março de 2014, Vol. 73(287), pp. 37-60.

56. FONSECA, J.J.S. D. Metodologia da pesquisa científica. Universidade Estadual

do Ceará. 2002. p. 127, Apostila (Apostila da Disciplina).

57. SAHIN, C., DE HAAN, J. e NERETINA, E. Banking stress test effects on returns

and risks. Journal of Banking & Finance. Agosto de 2020, Vol. 117.

Page 60: CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2020/MEF... · 2021. 3. 25. · de Biblioteca e posteriormente impressa no

61

58. LIU, M., MA, T. e ZHANG, Y. Are Short Sellers Informed? Evidence from the

2007–2008 Subprime Mortgage Crisis. Financial Review. Fevereiro de 2012, Vol. 47

(1), pp. 199 - 218.

59. Charles Schwab. [Online] [Citado em: 14 de Junho de 2020.]

https://www.schwab.com.