CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE...
Transcript of CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE...
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE
LORENA
ENGENHARIA FÍSICA
VITOR SILVA DE ALMEIDA
CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE
BACKTEST
TRABALHO DE GRADUAÇÃO
LORENA - SP
2020
VITOR SILVA DE ALMEIDA
CARTEIRA DE INVESTIMENTOS: ANÁLISE DE RISCO POR MEIO DE
BACKTEST
Trabalho de Graduação apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Física do Departamento de Materiais da Escola de Engenharia de Lorena, pertencente a Universidade de São Paulo.
Orientador: Prof. Dr. Herlandí de Souza Andrade
LORENA - SP
2020
Folha destinada à inclusão da Ficha Catalográfica) a ser solicitada ao Departamento de Biblioteca e posteriormente impressa no verso da Folha de Rosto (folha anterior).
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizado da Escola de Engenharia de Lorena,
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Almeida, Vítor Silva
Carteira De Investimentos: Análise de Risco por meio de Backtest / Vítor Silva de Almeida; orientador Herlandí de Souza Andrade. – Lorena, 2020.
60p.
Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusão de Graduação do Curso de Engenharia Física - Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo. 2020
1. Investimentos. 2. Backtest. 3. Ações. 4. Carteira. Análise de Risco. I. Título. II. Andrade, Herlandí de Souza
Dedico este trabalho ao meus Pais, por sempre orarem por mim.
AGRADECIMENTOS
Um curso de graduação certamente é uma jornada rumo ao desconhecido.
Sair da casa dos pais, ter que morar em outra cidade, conhecer novas pessoas e ter
que se virar para comer, limpar, sobreviver. Dentro dessa jornada, há algumas
pessoas que eu gostaria de expressar minha gratidão, sem pelas quais não estaria
chegando a concretizar a Universidade.
Sou muito grato a Deus, que me salvou e desde então tem conduzido minha
vida. Mesmo nos momentos mais difíceis, Ele estava lá e não me deixava cair.
Sou muito grato aos meus pais, Marcos e Célia, que me levaram a Cristo e
mesmo distantes, nunca deixaram de me apoiar, orar por mim e me aconselharem
nos momentos difíceis.
Agradeço aos amigos da ABU que passaram na minha vida. Em especial ao
Paulo de Tarso, Emanuel, Gustavo e ao casal Bruno e Joslaine, muito obrigado pelos
vários momentos incríveis em que cada um esteve comigo.
Agradeço ao Pr. Maurício e toda a minha família na fé, PIB Lorena, por me
permitirem servir a Deus, passar um pouco de conhecimento e ser acolhido com tanto
amor que deixou-me constrangido. Em especial à família Píres, pelo carinho e
companhia em momentos de provação e ao Thiago, a quem Deus preparou para ser
um líder de juventude muito melhor do que eu fui.
Agradeço ao Froes, que sempre foi uma ótima companhia no pedal, e a todos
colegas de curso que contribuíram para o meu crescimento e sofreram comigo nessa
dura formação.
Agradeço ao Professor Herlandí por aceitar o desafio de me orientar, mesmo
em corona vírus e com o prazo reduzido da matéria em si, e a todos os professores
que me proporcionaram o aprendizado dos diversos campos da engenharia.
Enfim, agradeço a todos cujo privilégio eu tive de passar um tempo e aprender
um pouco mais.
RESUMO
ALMEIDA, V. S. Carteira de Investimentos: Análise de Risco por meio de Backtest. 2020. Trabalho de Graduação (Bacharelado em Engenharia Física) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2020. 60p.
Muitos brasileiros têm se atentado à importância de investir em produtos alternativos à poupança. Assim, esse trabalho tem como finalidade propor uma estratégia mecânica para a composição de uma careira de investimentos financeiros, populares no mercado, para o investidor pessoa física, obtida por meio da análise de risco individual e comparada, utilizando Backtest. Os perfis utilizados deste padrão foram o conservador, moderado e agressivo, que possuem uma proporção em porcentagem entre renda fixa e variável de 70-30, 40-60 e 0-100, respectivamente. Os resultados destacaram os potencias riscos de perda financeira, a variação dos perfis conforme o momento macroeconômico e a importância de se investir em produtos mais seguros em pequenos prazos e para longos buscando maior rentabilidade. Concluiu-se que o presente estudo obteve uma análise de risco dos ativos mais populares, observou padrões em certos momentos históricos do período analisado, e constatou ser interessante para o investidor seguir uma estratégia mecânica dentre os perfis de carteiras diversificadas pela Suitability pois os resultados dos perfis no período estudado foram satisfatórios em questão da relação risco-rentabilidade.
Palavras-chave: Investimentos. Backtest. Ações. Carteira. Análise de Riscos
ABSTRACT
ALMEIDA, V. S. Carteira de Investimentos: Análise de Risco por meio de Backtest. 2020. Trabalho de Graduação (Bacharelado em Engenharia Física) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2020. 60p.
Many Brazilians have been aware of the importance of investing in alternative products to savings. Thus, this work aims to propose a mechanical strategy for composition of a career of financial investments, popular in the market, for the individual investor, obtained through the analysis of individual risk and compared, using Backtest. The profiles used in this standard were conservative, moderate and aggressive, with a percentage ratio between fixed and variable income of 70-30, 40-60 and 0-100, respectively. The results highlighted the potential risks of financial loss, the variation of the profiles according to the macroeconomic moment and the importance of investing in safer products in short and long term seeking greater profitability. It was concluded that the present study obtained a risk analysis of the most popular assets, observed patterns in certain historical moments of the analyzed period, and found it interesting for the investor to follow a mechanical strategy among the profiles of diversified portfolios by Suitability because the results of the profiles in the studied period were satisfactory in terms of the risk-profitability ratio.
Keywords: Investments. Backtest. Stocks. Portfolios. Risk Analysis.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Títulos Listados no Tesouro Direto no dia 14/07/2020 .............................. 18
Figura 2 - Dados da Taxa Selic ................................................................................. 19
Figura 3 - Dados da Taxa IPCA ................................................................................ 20
Figura 4 - CDB's disponíveis ..................................................................................... 22
Figura 5 - índice Ibovespa ......................................................................................... 24
Figura 6 - Comparação entre o CDI, Ibovespa e S&P500 ......................................... 35
Figura 7 - Comparação entre ativos da Renda Fixa .................................................. 37
Figura 8 - Comparação do FII com outros investimentos .......................................... 38
Figura 9 - Comparação entre os perfis ...................................................................... 43
Figura 10 - Comportamento dos Índices durante a crise de 2008 ............................. 45
Figura 11 - Simulação de um investimento em cada índice de 2014 - 2017 ............. 48
Figura 12 - Valorização dos índices no período de 2019 – 2020 (Maio) ................... 50
Figura 13 - Mercado global de ações e as grandes epidemias ................................. 52
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Alíquotas de Imposto de Renda ............................................................... 21
Tabela 2 - Tabela de entrada de dados..................................................................... 31
Tabela 3 - Exemplo da organização dos índices ....................................................... 31
Tabela 4 – Tabela de apresentação dos resultados .................................................. 32
Tabela 5 - Comparação entre o CDI, Ibovespa e S&P5000 ...................................... 33
Tabela 6- Análise dos produtos de Renda Fixa ......................................................... 36
Tabela 7 - Análise do IFIX ......................................................................................... 38
Tabela 8 - Combinações entre Renda Fixa ............................................................... 40
Tabela 9 - Combinação entre produtos de Renda Variável ....................................... 41
Tabela 10 - Perfil Conservador vs Perfil Moderado ................................................... 42
Tabela 11 - Comparação entre as bolsas na crise .................................................... 44
Tabela 12 - Comparação entre os perfis na crise de 2008 ........................................ 46
Tabela 13 - Comparativo entre os Benchmarks entre 2014 -2017 ............................ 47
Tabela 14 - Comparação entre os 3 perfis no período de 2014 - 2017 ..................... 48
Tabela 15 - Dados dos principais índices durante o período de 2019 – 2020 (Maio) 49
Tabela 16 - Comparando os perfis durante o período de 2019 – 2020 (Maio) .......... 51
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÔNIMOS
CMN Conselho Monetário Nacional
TED Transferência Eletrônica Disponível
SELIC Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
IPCA Índice de Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
CDI Certificado de Depósito Interbancário
CDB Certificados de Depósitos Bancários
LC Letra de Câmbio
LCI Letra de Crédito Imobiliário
LCA
COPOM
FGC
IPO
ETF
IFIX
B3
S&P500
FII
Letra de Crédito do Agronegócio
Comitê de Política Monetária
Fundo Garantidor de Crédito
Oferta Pública Inicial
Fundo Negociado em Bolsa
Índice de Fundo de Investimentos Imobiliários
Brasil Bolsa Balcão
Standard and Poor’s 500
Fundo de Investimento Imobiliário
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
1.1. OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 15
2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 17
2.1. PRINCIPAIS PRODUTOS FINACEIROS ........................................................ 17
2.1.1. Tesouro Direto .......................................................................................... 17
2.1.2. Certificados de Depósitos Bancários (CDB’s) ........................................... 21
2.1.3. Letras ........................................................................................................ 22
2.1.4. Mercado Acionário .................................................................................... 23
2.1.5. Fundos Imobiliários ................................................................................... 25
2.2. ALOCAÇÃO DE ATIVOS ................................................................................ 25
2.3. ANÁLISE DE RISCO ....................................................................................... 26
2.3.1. Maior Queda ou Drawdown ...................................................................... 26
2.3.2. Desvio Padrão .......................................................................................... 27
2.3.3. Índice Sharpe ............................................................................................ 27
2.4. BACKTEST ..................................................................................................... 27
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 29
4. DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 33
4.1. ANÁLISE DOS ATIVOS INDIVIDUALMENTE NO PERÍODO TOTAL (2006 – 2020) ...................................................................................................................... 33
4.2. ANÁLISE DOS COMBINAÇÕES ENTRE OS ATIVOS NO PERÍODO TOTAL (2006 – 2020) ......................................................................................................... 39
4.3. ANÁLISE DOS ATIVOS NA CRISE DE 2008 ................................................. 44
4.4. ANÁLISE DOS ATIVOS NO PERÍODO DE ÚLTIMA MÁXIMA DA SELIC ...... 46
4.5. ANÁLISE DOS ATIVOS NO DURANTE O CORONA VÍRUS (ATÉ MAIO - 2020) ...................................................................................................................... 49
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 53
5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................... 55
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56
13
1. INTRODUÇÃO
Em 1969, com o propósito de interconectar laboratórios de pesquisa nos
Estados Unidos da América, é criada a Arpanet. No ano de 1988, ocorreu a
autorização para utilizar um serviço de e-mail ligado ao primeiro provedor comercial
de internet da história abrindo as portas para uma revolução na comunicação mundial
(1). No Brasil, a sua comercialização foi liberada somente em 1995, mesmo com
algumas Universidades já possuindo acesso à rede. Em 2016, os assinantes de banda
larga no Brasil já estava em 13 por 100 habitantes (2), o que tem provocado um grande
crescimento do mercado online no país.
Em paralelo, o primeiro serviço bancário por computador surgiu na década de
1980 (3). As transações ainda eram efetivadas pelo telefone, carecendo de segurança
de dados e mais acessibilidade. Porém, a tecnologia computacional e a criptografia
de dados apresentou-se como a solução para o uso seguro das plataformas bancárias
(4), faltando somente a mudança na legislação para que bancos digitais surgissem.
Anteriormente, a maioria das pessoas só podiam ter acesso a um banco
cadastrando-se pessoalmente em um chamado “Banco de Varejo”. A exemplo: Banco
do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander. Porém, propondo serviços mais baratos e um
atendimento melhor ao consumidor, surge no setor os bancos digitais e as corretoras
independentes (5).
Desde a promulgação da lei 12.865 de 2013, os bancos digitais são bancos
com um plano de negócio inovador e seguindo o caminho contrário dos tradicionais.
Com a ausência de taxas de manutenção de conta corrente, taxas de transferência
bancaria (TED) e facilidades nos serviços de cartão de crédito sem taxas e mais
recentemente uma plataforma de fácil acesso à produtos financeiros (5). Esta última
sendo a mesma ideia das corretoras digitais, que são corretoras de valores chamadas
independentes por não ser atreladas a um banco comercial, com o propósito de ser
uma plataforma de acesso a produtos financeiros como: Tesouro Direto, LCI, LCA,
Ações, Opções, variando suas taxas conforme os produtos para cada qual corretora
privilegia em seu portfólio.
Com o Tesouro Direto tendo recorde de aplicadores em dezembro de 2019,
com mais de 5,6 milhões de pessoas cadastradas (6) e a bolsa de valores tendo um
recorde de 2,0 milhões de investidores pessoa física como mostra um estudo da B3
(7), muitos brasileiros têm se atentando à necessidade de fazerem suas reservas
14
financeiras em outras opções que não sejam a Poupança. Porém, com a ausência de
formação, do conhecimento sobre o comportamento dessas opções de aporte e do
risco que estão correndo ao comprar e vender determinado produto financeiro, pode
ocorrer situações de perda de capital (8).
Diferente dos EUA, onde por volta de 54% da população investe em ações,
no Brasil essa porcentagem é muito menor, perto de 1% da população (9). Mais da
metade dos CPFs no Ibovespa foram cadastrados nos últimos 2 anos, o que coincide
com a recente redução na Taxa Selic (taxa básica de Juros), que causou redução no
rendimento da Poupança. O crescimento de perfis no Youtube e nas redes socias
sobre educação financeira e as várias propagandas sobre investimento que tem até
se tornado piadas como a da Empíricus com a exposição de Bettina Rudolph (10).
Todos esses fatores reforçam a atualidade deste assunto e sua importância em ser
colocado em discussão.
Muitas pessoas estão tirando o próprio dinheiro da Poupança, separando
parte de seus ganhos e se aventurando nos investimentos. Porém, é muito importante
montar estratégias sólidas para serem seguidas facilmente para que as decisões não
sejam tomadas simplesmente pelo julgamento pessoal da melhor escolha. Segundo
os resultados dos estudos conduzidos pela American Psychological Association (11),
ter uma estratégia mecânica possui um resultado significativamente superior a de um
julgamento pessoal, o que leva à conclusão que para maiores resultados precisa-se
construir uma boa estratégia a ser seguida.
Entretanto, a estratégia a ser seguida deve fazer sentido ao usuário dela,
estando ciente dos riscos e a dificuldade de pô-la em prática. A exemplo da
importância deste tópico, um estudo da Fundação Getúlio Vargas (12) trouxe
conclusões interessantes sobre os investidores que fazem operações diárias ou Day–
trading no Brasil. Neste estudo é apontado que de 19.696 pessoas que começaram a
investir entre 2013 e 2015 no mercado de minicontratos, uma modalidade de
investimentos baseado em compra e venda de produtos, 92,1% desistiram. Dos que
restaram, 91% sofreram prejuízo e seus ganhos caiam com o tempo, ao contrário do
senso comum. Estes dados nos mostram que a falta de informação e a falta de uma
estratégia clara podem provocar grandes perdas financeiras às pessoas que se
arriscaram no mercado de investimentos diários.
15
Diante do cenário atual, torna-se necessário um estudo especifico sobre os
ativos, suas condições de investimento e riscos para que uma pessoa física possa
aportar seu dinheiro ciente dos parâmetros e ao mesmo tempo não baseando-se em
emoções (13), propagandas na mídia (14), sugestões de empresas que cresceram
rapidamente (15), mas não fundamentado em um modelo matemático objetivo e com
riscos claramente estabelecidos, para que não aconteça algo drástico como o
chamado “Risco da Ruina”, onde perde-se todo o capital.
Este trabalho foi inspirado nas ideias do autor Benjamim Graham, como uma
das suas mais conhecidas obras: “O Investidor Inteligente” (16) (17) e no conteúdo
produzido pelo canal de educação financeira “Clube do Valor” (18) por meio dos
cursos Mestres do Capitalismo e Descomplicando o Mercado de Ações. Os cursos
propõem uma visão simples e analítica sobre os investimentos, tendo como base não
só os conteúdos mais atuais sobre gestão financeira, mas uma análise fria sobre o
mercado financeiro atual nacional.
Devido à falta de adesão, investidores, educação financeira da população
brasileira e as recentes mudanças econômicas que país tem sofrido, o presente
trabalho busca registrar e alimentar a discussão sobre esse assunto no meio
acadêmico e principalmente no meio da engenharia, onde há várias oportunidades no
mercado de trabalho: seja na parte de dados, seja no desenvolvimento de plataformas
ou modelos de previsão.
1.1. OBJETIVO GERAL
Esse trabalho tem como finalidade propor uma estratégia mecânica para a
composição de uma carteira de investimentos financeiros, a partir de uma versão
simplificada da teoria de Markowitz, composta dos ativos mais populares no mercado,
para o investidor pessoa física, obtida por meio da análise de risco individual e
comparada, utilizando Backtest.
É também uma finalidade deste trabalho apresentar, às pessoas que nunca
tiveram contato com investimentos, um primeiro contato às modalidades já clássicas
de produtos, seus riscos característicos e desmistificação sobre a dificuldade de se
ter ganhos consistentes ao investir no mercado financeiro.
Como objetivos específicos, são definidos:
16
• Analisar os ativos financeiros mais populares e acessíveis online em conjunto
com suas condições de investimento nas plataformas independentes ou
bancárias.
• Identificar padrões no comportamento dos ativos, de maneira individual em
relação às mudanças políticas e econômicas, por meio da análise dos dados
disponibilizados publicamente sobre cada ativo em função do tempo.
• Comparar, por meio de Backtest, o comportamento entre carteiras de ativos
com proporções diferentes de capital em um ou mais produtos financeiros afim
de encontrar proporção ideal em que o ganho seja maximizado e os riscos
sejam reduzidos.
17
2. REVISÃO DA LITERATURA
Harry Markowitz, em sua teoria, trata a análise de carteiras de investimentos
como um processo, com três passos: análise dos títulos, análise das carteiras e
seleção da carteira (19). A análise de títulos consiste no estudo dos fundamentos de
cada título ou ativo. A análise de carteiras consiste nas projeções de retorno esperado
e risco dos ativos estudados. Por último, a seleção de ativos consiste na procura da
melhor combinação entre os ativos.
Para esse estudo, torna-se necessário a revisão de alguns conceitos, que
serão apresentados nas próximas subdivisões deste capítulo.
2.1. PRINCIPAIS PRODUTOS FINCANCEIROS
No Brasil, a busca de investimentos alternativos à Poupança tornou-se muito
importante (20), sendo necessário a busca por outros ativos. Os produtos financeiros
são classificados em dois grupos: os produtos de renda fixa e os produtos de renda
variável. A diferença dentre os dois consiste na previsibilidade do retorno e do
comportamento do preço com o tempo.
Entre os produtos de renda fixa, os mais populares são o tesouro direto, os
Certificados de Deposito Bancário e as letras. Entre os produtos de renda variável,
destaca-se as ações e os fundos imobiliários. A seguir, serão descritos cada um deles.
2.1.1. Tesouro Direto
Como primeiro produto e considerado pelos economistas como o mais seguro
de se investir, o Tesouro Direto tornou-se popular devido à promoção realizada pelos
canais de educação financeira e às campanhas de divulgação do governo. Construído
em conjunto com a B3 em 2002, o programa permite a compra online, por pessoas
físicas, de Títulos Federais ligados ao Tesouro Nacional Brasileiro (21).
De forma concisa, o Tesouro Direto é uma ferramenta online que permite a
realização de empréstimos ao governo e obtendo ganhos após um prazo. As opções
oferecidas como mostra a Figura 1, divididas em três tipos de rentabilidade: Prefixada,
18
atrelada à inflação (IPCA) e atrelada à taxa básica de juros (SELIC). Há também
diferentes prazos e fluxos de retorno conforme o título escolhido.
Fonte: Plataforma do Tesouro Direto, 2020
O Tesouro Direto é classificado como pertencente à modalidade chamada
Renda Fixa. Essa classificação designa os produtos financeiros que possuem a
rentabilidade facilmente calculada por meio da equação de juros compostos
representada pela Equação 1. Essa equação permite o cálculo do montante resultante
(M) do capital inicial (C) mais a contribuição da taxa de juros (i) que é aplicada ao
capital durante o tempo (t) (22).
𝑀 = 𝐶 𝑥 (1 + 𝑖)𝑡 (1)
A taxa de juros (i) é escolhida conforme a modalidade do tesouro a ser
adquirido.
Figura 1 - Títulos Listados no Tesouro Direto no dia 14/07/2020
19
2.1.1.1. Tesouro Prefixado
O Tesouro Prefixado é o mais simples de se compreender, pois sua taxa e data
de vencimento são escolhidas no momento da compra. As taxas de retorno a serem
contratadas para novos investimentos são modificados diariamente, seguindo as
condições do mercado. Esse efeito não afeta um investimento já adquirido, a menos
que ele seja vendido antes de seu vencimento.
2.1.1.2. Tesouro Selic
Segundo o Site do Banco Central, a Taxa de Juros Selic é a taxa média ajustada
dos financiamentos diários que são registrados no Sistema Especial de Liquidação e
de Custódia (SELIC) para os títulos federais (23). Seus valores são divulgados pelo
Banco Central e como mostra a Figura 2, a taxa pode ser modificada após uma
reunião do Comitê de Política Monetária(COPOM), que reúnem-se em média a cada
45 dias, elaborando relatórios sobre as metas econômicas e as decisões tomadas
(24).
Figura 2 - Dados da Taxa Selic
Fonte: Banco Central, 2020
O Tesouro Selic é o produto do Tesouro atrelado à taxa Selic mais uma
pequena porcentagem em seu vencimento. Esta opção possui liquidez diária, ou seja,
seu valor é atualizado diariamente conforme a aplicação dos juros ao valor do dia
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
Taxa
(%
) a.a
.
Taxa SELIC
20
anterior e pode ser retirado durante o horário de funcionamento do mercado. Devido
ao Tesouro Selic também ser pouco volátil, para os investidores ele se torna uma
ótima opção para a construção da chamada Reserva de Emergência, ou fundo de
emergência. O prazo de resgate é o dia posterior à solicitação ou “D +1”.
2.1.1.3. Tesouro IPCA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é um índice que
procura mensurar a inflação de produtos e serviços comercializados ligados ao
consumo pessoal das famílias brasileiras (25). Seus valores são medidos mês a mês
e utilizados para estabelecer a meta da inflação no ano vigente pelo COPOM, sendo
uns dos fatores para estabelecer o valor da taxa Selic (24). O histórico do índice IPCA
é mostrado pela Figura 3 a partir de março de 2010.
Figura 3 - Dados da Taxa IPCA
Fonte: Banco Central, 2020
Os Títulos IPCA possuem uma condição especial na sua rentabilidade. O valor
contratado é de IPCA + taxa fixada. Porém, a rentabilidade contratada é acrescida ao
investimento somente na data de vencimento do título contratado, não
21
impossibilitando a retirada antes do prazo, mas o valor retornado pode ser tanto maior
quanto menor o valor inicial, determinado pela compra e venda do título no mercado.
2.1.1.4. Tributação
A maioria dos investimentos ocorre a incidência de Imposto de Renda sobre o
retorno obtidos, retirados automaticamente no saque do investimento. A alíquota
aplicada é dependente do prazo de permanência seguindo a Tabela 1, a seguir:
Tabela 1 - Alíquotas de Imposto de Renda
Alíquota Duração
22,50% Até 180 dias
20% De 181 a 360 dias
17,50% De 361 até 720 dias
15% Acima de 720 dias
Fonte: Tesouro Direto, 2020
2.1.2. Certificados de Depósitos Bancários – CDB
Um recurso importante para os bancos captarem dinheiro são os Certificados
de Depósitos Bancários, ou seja, são Títulos negociáveis emitidos pelos bancos
possibilitando que uma pessoa física ou jurídica faça um empréstimo a uma instituição
bancária com o estabelecimento prévio de uma taxa fixada ou uma taxa atrelada ao
IPCA ou ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI) (24) .
O CDI é um título de CDB de prazo curto utilizado pelos bancos para
empréstimos entre si. Semelhante à taxa Selic, o CDI é um benchmark das taxas de
juros no Brasil sendo referencial para o mercado de renda fixa e os fundos de
investimentos em renda fixa.
O retorno obtido por investimentos em CDB’s podem ser calculados pela
mesma equação de juros compostos utilizado para o cálculo do retorno produzido pelo
Tesouro, a Equação 1, substituindo a taxa pelo CDI. Logo a previsão de rentabilidade
final e comportamento com o tempo é semelhante ao Tesouro. Essa semelhança
também inclui a incidência de imposto de renda com a mesma Tabela 1 de alíquota
(24). A Figura 4 mostra alguns exemplos de CDB´s acessados pela plataforma XP
22
investimentos, exemplificando bancos emissores e ambas as datas de vencimento e
as datas de liquidez ou possível resgate do capital.
Figura 4 - CDB's disponíveis
Fonte: XP Investimentos, 2020
2.1.3. Letras
Uma possibilidade de investimento em renda fixa com um retorno mais atrativo
são as chamadas Letras. Comumente divididas em 3 modalidades: Letras de Câmbio
(LC’s), Letras de Créditos Imobiliários (LCI’s) (26) e Letras de Créditos do
Agronegócios (LCA’s) (27). Esses três produtos são também criados com o objetivo
de arrecadação financeira do emissor, sendo que cada Letra possui uma área de
finalidade.
As LC’s são emitidas por empresas financeiras para aplicação em suas
atividades, que assim como os CDB’s retornam o valor mais uma rentabilidade
contratada no dia de seu vencimento. Com a mesma lógica, as LCI’s e LCA’s são
emitidas por bancos para a realização de financiamento nas atividades dentro do setor
imobiliário e dentro do setor de agronegócio respectivamente (28). É importante
ressaltar que o Fundo Garantidor de Crédito(FGC) assegura até duzentos e cinquenta
23
mil reais em investimento por CPF nessas modalidades (29), o que diminui
drasticamente o risco, caso a instituição não tenha meios de realizar o retorno do
capital investido.
2.1.4. Mercado acionário
Ações são certificados transferíveis que podem detalhar uma relação entre uma
empresa e os seus acionistas, estabelecendo a divisão de risco, receita e controle do
negócio (30). Ou seja, um produto financeiro que permite ao investidor fazer parte do
número de sócios de uma empresa, isso incluindo parte dos lucros que são
conhecidos como Dividendos (31). Empresas de Capital Aberto, ou que possuem
ações em bolsas o fazem por motivo de arrecadação em um processo conhecido
como Oferta Pública Inicial (IPO) onde a empresa faz uma avaliação de seu valor total
e estabelece um preço a ser negociado ao seu primeiro lote de ações. Essa
negociação das primeiras ações é conhecida como mercado primário e as
negociações entre os acionistas diariamente na plataforma da Bolsa é conhecido
como mercado secundário (32).
O Brasil possui uma bolsa de valores que também é uma empresa listada
(B3SA3) chamada B3 ou Brasil, Bolsa, Balcão. Desde 2006, a B3 opera
exclusivamente através da plataforma eletrônica (33), fornecendo toda e estrutura
para a negociação de diversos produtos, dentre eles as ações, Fundos Negociados
em Bolsa (ETF’s) (34) e Fundos Imobiliários. Também a responsável pela integração
dos índices como o Índice Bovespa (Ibovespa) e o Índice de Fundo de Investimentos
Imobiliários (IFIX) (35).
O Ibovespa é o índice mais famoso de ações do Brasil, apesar de não ser o
único. Criado em 1968, o índice é composto pelo conjunto teórico das ações de maior
liquidez ou maior número de negociações da Bolsa B3, conforme a instrução da
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 480, de 07/12/2009 (36). É fácil ver pela
Figura 5, o porquê de as ações serem classificadas como renda variável. O índice é
muito volátil, exemplificando o comportamento das ações individuais que podem ter
grandes variações durante o funcionamento do mercado.
24
Fonte: B3, 2020
Nos Estados Unidos, um índice muito importante é o Standard and Poor’s 500
ou S&P500. De maneira semelhante ao Ibovespa, o S&P é uma carteira teórica de
500 ações domésticas na bolsa norte americana (37). No Brasil, é possível investir
diretamente por meio da B3 nas ações do S&P500, um fundo ETF com o código
IVVB11. Este é um fundo gerido pelo Banco BNP Paribas, em que são acumulados
dois fatores: o fator cambial, pois são investimentos em ações estrangeiras, e a
valorização das ações do índice, que refletem a economia nos EUA (38).
Ações são negociadas por lotes de 100 unidades no mercado convencional,
possuindo um código de 4 letras maiúsculas e um número, e de maneira unitária no
mercado fracionário, ao adicionar a letra “F” ao final do código. No Homebroker de
uma corretora onde ocorre as negociações, cada ação, cota de fundos, se valoriza e
desvaloriza conforme a oferta e demanda. Uma negociação é então concretizada
quando um comprador e um vendedor da ação entram em acordo sobre o preço. Caso
contrário, a proposta fica exposta no chamado “Book de Ofertas” podendo ser
acessada por cada cliente.
Para a escolha de ações há popularmente duas estratégias utilizadas: a Análise
Fundamentalista, caracterizada pelo estudo criterioso das empresas em seu valor,
balanço de caixa, posição de mercado e potencial de crescimento (39), e a Análise
20.000,00
30.000,00
40.000,00
50.000,00
60.000,00
70.000,00
80.000,00
90.000,00
100.000,00
110.000,00
120.000,00
130.000,00
06/08/2007
01/06/2008
28/03/2009
22/01/2010
18/11/2010
14/09/2011
10/07/2012
06/05/2013
02/03/2014
27/12/2014
23/10/2015
18/08/2016
14/06/2017
10/04/2018
04/02/2019
01/12/2019
26/09/2020
Po
ntu
ação
Mês
Figura 5 - índice Ibovespa
25
Técnica, ferramenta utilizada para analisar os preços dos ativos para identificar
entradas e saídas de compra e venda (40). Porém, para ambas as estratégias é
necessário estudo aprofundado e grande dedicação na sua aplicação. Por isso, para
o investidor iniciante é recomendado primeiramente investir através dos índices
primeiramente e paralelamente adquirir o conhecimento para trocar de estratégia.
2.1.5. Fundos imobiliários
Um fundo de investimento imobiliário (FII), por definição, é uma união de
investidores que aplicam capital no mercado imobiliário. Cada fundo possui uma
administração responsável pela arrecadação, estruturação e melhor aplicação do
capital. Este capital é utilizado para a aquisição de imóveis urbanos ou rurais, já
prontos ou em construção para fins comerciais ou residenciais. Também há fundos
que adquirem títulos no setor imobiliário, os chamados fundos de fundos (41).
Os FII’s podem ser adquiridos via homebroker de uma corretora durante o
funcionamento do mercado, sendo vendidos de maneira unitária. O código dos fundos
é dado por 4 letras maiúsculas, o número 11 e todos os meses os proventos relativos
ao número de cotas são lançados na conta corrente do cotista.
O mercado de FII’s também possui um índice representando uma carteira
teórica chamado Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) (42). Seu
formato procura refletir não só o valor das cotas mais os proventos que a cada mês
os fundos entregam aos cotistas.
2.2. ALOCAÇÃO DE ATIVOS
Markowitz introduziu para ciência de finanças a abordagem de seleção de
portifólio buscando compreender o risco atrelado à carteira (43). Seu trabalho tornou-
se a fundamentação para a alocação de ativos, utilizando a diversificação eficiente
como ferramenta para a redução de risco. Essa visão tornou-se muito importante
devido ao chamado ponto de vista assimétrico do risco que os investidores costumam
ter (44), em que a maior importância é ligado aos retornos com valores menores a
uma taxa mínima desejável, ou seja, uma aversão à perda.
O economista britânico Andrew D. Roy foi o responsável pelo conceito de
assimetria do risco (45), indicando a preferência dos investidores pela segurança em
26
suas carteiras, tendo a menor probabilidade de ter retornos negativos ou abaixo de
um nível mínimo. Associado a esse conceito, a CVM lançou a Instrução 539/2013
definindo que as instituições financeiras deveriam oferecer produtos que se alinhem
ao perfil dos clientes, um processo chamado de Suitability (46).
O Suitability consiste em um questionário com objetivo de traçar o perfil do
investidor relacionando experiência, conhecimento, prazo do investimento e
principalmente tolerância a risco. A classificação mais comum, de maneira crescente
ao nível de risco é: investidor conservador, investidor moderado e investidor agressivo
(47). Para os fins deste trabalho, será utilizado esses três perfis com as proporções
entre os ativos, como trabalhado nos cursos da plataforma Clube do Valor (18).
2.3. ANÁLISE DE RISCO
Todo investimento possui em si um risco implícito, pois não há 100% de
garantia de retorno. Risco de negociação, volatilidade ou inadimplência são riscos
costumeiros na vida do investidor (48). Para analisar o risco, algumas ferramentas
matemáticas são interessantes para a tomada de decisão.
2.3.1. Maior Queda ou Drawdown
Proposto analiticamente por Grossman e Zhou (49), o objetivo da maior queda
é analisar a diminuição de uma sequência de dados históricos, colocando como
parâmetros um topo histórico e sua queda dentro de um período. A maior queda é
determinada pela maior diminuição de um topo máximo ao um pico mínimo como
mostra a equação 2 (50). Esse critério é muito importante para o investidor, mais
claramente observado no uso de porcentagem: uma ação que desvaloriza 50%
precisa aumentar em 100% para retornar ao seu valor inicial.
Maior Queda =Maior Máxima − Menor Mínima
Maior Máxima
(2)
27
2.3.2. Desvio-padrão
Desvio padrão é uma medida dispersão de uma série de dados. No contexto
de finanças, o desvio padrão mostra quanto os retornos podem estar distantes da
média ou o “risco de não ser a média” (48).
O cálculo do desvio padrão é dado como a raiz quadrada da variância (𝜎2),
dada pela Equação 3 (51). A equação representa a somatória do quadrado da
diferença dos valores (x) de uma série menos o valor médio (µ), dividido pelo número
de valores (n) da série analisada.
𝜎2 = ∑(𝑥𝑖−𝜇)2
𝑛 (3)
2.3.3. Índice Sharpe
O objetivo do índice Sharpe é avaliar desempenho de um ativo, muito utilizado
nas formações de portifólio. Como mostra a Equação 4, é comparado o retorno do
ativo a ser estudado com o retorno de ativo livre de risco, divididos pela volatilidade.
Dentre uma seleção, é escolhido o ativo com maior Índice Sharpe (52).
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑆ℎ𝑎𝑟𝑝𝑒 =𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜−𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝐿𝑖𝑣𝑟𝑒 𝑑𝑒 𝑅𝑖𝑠𝑐𝑜
𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑃𝑎𝑑𝑟ã𝑜 (4)
2.4. BACKTEST
Backtest é uma ferramenta de análise de dados muito utilizada nos
investimentos. Consiste na utilização dos dados históricos para calcular parâmetros
comportamentais das séries analisadas como rentabilidade, a volatilidade, que são
indicadores de tendências para os resultados futuros (53).
Muitas instituições Financeiras e investidores utilizam essa ferramenta para
testar seus modelos de investimento, pois mesmo os cálculos matemáticos,
probabilidades e estatísticas não são garantia de sucesso até ser posto em prática.
Por isso, é muito importante o backtest para avaliar a confiabilidade de seus modelos,
aplicando-os no máximo de dados históricos possível para ver as diversas reações e
28
retornos, aplicando situações reais do mercado (54). Um fator de atenção para os
dados do backtest deve estar na mesma escala, diário, mensal ou anual, e mesma
ordem de grandeza ou em termos de porcentagem para que os dados possam ser
correlacionados.
Os resultados produzidos por Backtest não são garantia de rentabilidade futura,
mas uma identificação de situações que já aconteceram com os ativos, ou seja, uma
análise empírica do comportamento dos ativos. Este teste possui a desvantagem de
não ser muito sensível a mudanças repentinas e pontuais nos dados, mas para o
propósito deste trabalho permanece sendo uma ótima opção (55).
29
3. METODOLOGIA
A metodologia deste trabalho consiste na metodologia de pesquisa Ex-Post-
Facto. A metodologia Ex-Post-Facto pode ser entendida como o estudo de situações
do passado, onde não controle das variáveis, buscando investigar possíveis relações
de causa, efeito, que possam ser aplicadas em fatos futuros (56). Ou seja, para os
fins deste trabalho, a repercussão dos ativos financeiros no tempo, após os cenários
que já se decorreram, e seus risco atrelados, ao analisar um único grupo de ativos ou
a combinação entre eles.
Este trabalho consiste na análise quantitativa e qualitativa dos riscos e
comportamentos atrelados aos produtos financeiros e suas combinações por meio dos
dados históricos disponíveis em suas plataformas responsáveis. O software utilizado
para os testes nesse trabalho é o Microsoft Office Excel. Os dados históricos utilizados
são fornecidos pelos sites que os disponibilizam de maneira gratuita na internet.
Todos os dias, vários produtos são oferecidos nas plataformas das corretoras
online, o que impossibilitaria o teste de todos os ativos e seus comportamentos. Mas
como já foi descrito, empresas como a Anbima e a B3 produzem índices ou
Benchmarks para os ativos financeiros deste trabalho, para demonstrar o
comportamento médio em função do tempo. Logo, para análise e comparação dos
investimentos serão utilizados os índices conforme as relações entre os tipos de ativos
e seu índice correspondente descritos no Quadro 1:
30
Quadro 1 - Correlação de Índices
ATIVO ÍNDICE
Ações do Brasil Ibovespa
Fundos Imobiliários IFIX
Ações dos EUA S&P500
Ativos Financeiros prefixados com
vencimento anterior a um ano
IRF-M 1
Ativos Financeiros prefixados com
vencimento posterior a um ano
IRF-M 1+
Ativos Financeiros indexados à inflação
com vencimento menor a 5 anos
IMA-B 5
Ativos Financeiros indexados à inflação
com vencimento superior a 5 anos
IMA-B 5+
Ativos Financeiros pós-fixados atrelados
à Selic
IMA-S
Ativos atrelados ao CDI CDI
Inflação IPCA
Fontes: Anbima, B3, Banco Central, Investing
Por meio desses índices ou da combinação entre eles com a montagem de um
Backtest podemos analisar a relação entre o retorno e os riscos. Primeiramente,
podemos dividir os ativos como mostrada na Tabela 2, que é o local de entrada das
porcentagens de ativos, variando de 0% a 100%. Dentro desta tabela está coberta a
maioria dos produtos oferecidos, correspondendo aos índices correlacionados no
Quadro 1 e através do software é possível variação das proporções para obter os
parâmetros a serem analisados. Para o estudo de um ativo específico, coloca-se
100% na composição como na carteira 1 e para combinações, coloca-se a
porcentagem desejada como na carteira 2, lembrando que ao final a soma das
porcentagens deve ser igual a 100%.
31
Tabela 2 - Tabela de entrada de dados
Classe de Ativos Tipo % Carteira 1 % Carteira 2
Renda Fixa Prefixada Vencimento Até 1 Ano 0,00% 0,00%
Renda Fixa Prefixada Vencimento > 1 Ano 0,00% 20,00%
Renda Fixa Atrelada Inflação Vencimento Até 5 Anos 0,00% 15,00%
Renda Fixa Atrelada Inflação Vencimento > 5 Anos 0,00% 15,00%
Renda Fixa Pós-Fixada Tesouro Selic 0,00% 20,00%
Renda Fixa Pós-Fixada 100% CDI 0,00% 0,00%
Ações EUA S&P 500 BRL 0,00% 10,00%
Ações Brasil Ibovespa 100,00% 10,00%
Fundos Imobiliários IFIX 0,00% 10,00% Fonte: Clube do Valor, 2018
Em segundo, selecionou-se os dados mensais de cada índice de janeiro de
2006 até maio de 2020 para a montagem do modelo, como exemplificado pela Tabela
3. Como o foco deste trabalho são as pessoas físicas e investimentos feitos por meios
digitais, 2006 é o ano inicial da simulação pois foi o primeiro ano que foi possível
investir na B3 de maneira eletrônica, de casa. Trabalhou-se com índices mensais não
só porque alguns são de fato mensais, mas diminui aspecto especulativo da renda
variável visualizado nos dados diários.
Tabela 3 - Exemplo da organização dos Índices
Mês IPCA IRF-M 1 IRF-M 1+ IMA-B 5 IMA-B 5+ IMA-S CDI S&P 500 BRL Ibovespa FII
jan/06 0,59% 1,64% 2,11% 2,98% 1,70% 1,51% 1,43% -2,82% 14,73% 1,04%
fev/06 0,41% 1,32% 2,09% 3,13% 13,54% 1,19% 1,14% -3,37% 0,59% 4,50%
mar/06 0,43% 1,49% 1,23% 0,39% -2,06% 1,44% 1,42% 3,00% -1,71% 1,65%
abr/06 0,21% 1,11% 1,04% 0,70% -0,17% 1,08% 1,08% -2,54% 6,36% 3,16%
mai/06 0,10% 1,07% -0,67% -1,76% -8,17% 1,28% 1,28% 6,94% -9,50% 2,29%
jun/06 -
0,21% 1,38% 2,44% 1,94% 1,26% 1,19% 1,18% -5,79% 0,27% 1,58%
jul/06 0,19% 1,27% 2,05% 2,38% 6,97% 1,17% 1,17% 1,17% 1,22% 2,03%
ago/06 0,05% 1,42% 2,21% 1,90% 3,25% 1,26% 1,25% 0,62% -2,28% 0,31%
set/06 0,21% 1,17% 1,58% 0,68% 0,31% 1,06% 1,05% 4,28% 0,60% 1,74%
out/06 0,33% 1,23% 1,99% 2,69% 2,95% 1,10% 1,09% 1,77% 7,72% 0,27%
nov/06 0,31% 1,07% 1,44% 1,67% 3,07% 1,02% 1,02% 3,03% 6,80% 4,31%
dez/06 0,48% 1,06% 1,97% 2,46% 4,00% 0,99% 0,98% 0,05% 6,06% 5,17%
Fonte: Própria
Por meio da organização dos índices mensais, como mostrado na Tabela 3,
aplicamos os cálculos para obter os retornos médios anuais dos ativos, sem e com
inflação aplicados (IPCA), sendo este chamado de Retorno Composto e Retorno Real
32
Composto, representando o quanto o montante agregou valor, em média, por um ano.
Os indicadores de risco utilizados serão, como já apresentados na introdução, a Maior
Queda, Desvio Padrão e o índice Sharpe. Também foi feito um teste de estresse
simples, uma maneira de ser ver o comportamento do ativo em uma situação adversa
(57), que seria o de abater do retorno três vezes o desvio padrão, refletindo um grande
pico de volatilidade aplicado ao retorno médio no período.
Adicionando a isso, dois indicadores com potencial de provocar reações
emocionais, por meio da visão assimétrica do risco, ao investidor que seriam o de
melhor e pior resultado mensal dentro do período e a porcentagem de meses positivos
durante o período de investimento. Na prática, esses indicadores permitem ao
investidor visualizar a sua disposição emocional em ver a carteira negativa em certo
período do investimento ou de eventuais ganhos mais elevados.
Os resultados produzidos são apresentados na Tabela 4, destacando as
características já descritas para a comparação dos dois resultados com o CDI, o
benchmark mais seguro do mercado.
Tabela 4 – Tabela de apresentação dos resultados
Data CDI Carteira 1 Carteira 2
Retorno Composto 10,29% 0,00% 0,00%
Retorno Real Composto 4,78% 0,00% 0,00%
Desvio Padrão (Risco) 0,82% 0,00% 0,00%
Índice Sharpe 0,00 0,00% 0,00%
Maior queda N/A 0,00% 0,00%
Stress Test -0,25% 0,00% 0,00%
Pior retorno mensal 0,25% 0,00% 0,00%
Melhor retorno mensal 1,43% 0,00% 0,00%
Meses positivos 100,00% 0,00% 0,00%
Fonte: Clube do Valor, 2018
Estabelecendo um valor inicial de R$ 1.000,00 em investimentos, sem aportes
de acréscimo, é possível comparar os gráficos de cada composição com o tempo. É
importante explicitar que os cálculos são feitos com as porcentagens de aumento
mensal, o que na prática resulta no balanceamento mensal da carteira, corrigindo as
proporções conforme a escolhidas no investimento inicial por meio da estratégia.
33
4. DESENVOLVIMENTO
Com já descrito na Revisão da Literatura, as corretoras independentes e os
bancos oferecem produtos nas diversas modalidades e prazos. Cada produto tem
suas condições como valor mínimo, prazo de vencimento ou qualificação necessária.
Ou seja, os investidores devem fazer as escolhas baseadas em sua necessidade,
objetivos e tolerância ao risco. Logo, será feito uma análise da média do mercado dos
produtos para que seja aplicável a análise a qualquer carteira pessoal que esteja bem
diversificada.
4.1. ANÁLISE DOS ATIVOS INDIVIDUALMENTE NO PERÍODO TOTAL (2006-
2020)
“O mercado a curto prazo é uma urna de votos, a longo prazo é uma balança”
(16). Em seu livro Investidor inteligente, Benjamim Graham, considerado o precursor
da estratégia Buy and Hold, é muito claro em sua descrição em como rentabilidade
está ligada a longo prazo, tendo a fundamentação correta. Para primeira visualização
podemos analisar os três grandes benchmarks descritos pela Tabela 5. O CDI
representando o mercado de pós-fixados, o Ibovespa representando o mercado
acionário brasileiro e o S&P500 BRL representando o mercado acionário norte-
americano.
Tabela 5 - Comparação entre o CDI, Ibovespa e S&P5000
2006 – 2020 CDI Ibovespa S&P 500 (R$)
Retorno Composto (anual) 10,29% 6,95% 15,02%
Retorno Real Composto 4,78% 1,61% 9,27%
Desvio Padrão (Risco) 0,82% 23,17% 16,72%
Índice Sharpe 0,00 -0,14 0,28
Maior queda N/A -49,60% -40,00%
Stress Test -0,25% -6,90% -8,33%
Pior retorno mensal 0,25% -29,90% -13,82%
Melhor retorno mensal 1,43% 16,97% 12,21%
Meses positivos 100,00% 57,56% 62,79%
Ao analisarmos o comportamento dos três índices médios de mercado,
chegamos a conclusões já clássicas entre os investidores, como O CDI,
34
representando a Renda Fixa, possuir uma volatilidade de 1% enquanto o Ibovespa
possuir uma volatilidade em cerca de 23% em seus dados mensais, característico da
renda variável. Também não é sem motivo que o Brasil era conhecido o “Paraíso da
Renda Fixa”, pois o CDI, no intervalo de tempo analisado, possui maior rentabilidade
média em comparação ao Ibovespa.
O CDI e o Tesouro Selic são conhecidos como o ponto seguro dos
investimentos, e isso torna-se claro ao destacar um desvio padrão próximo de zero.
Dado aos seus valores diários sempre serem positivos, não importando a
rentabilidade atual ele sempre será o indicador para os produtos recomendados para
a constituição de uma reserva de emergência ou caixa ou para curto prazo como o
LCI e LCA.
É interessante comparamos os dados do Ibovespa com o S&P 500 BRL pois
há semelhanças e diferenças que caracterizam o mercado de ambos. Os riscos de
investir em uma ação diretamente são amplamente divulgados, pois bons resultados
provocam sua valorização e maus resultados provocam a sua perda de valor, sendo
a falência a pior situação, com grandes quedas no preço de suas ações. Porém, como
os índices mostram a média do mercado, a maior queda de ambos é alta, mas não
superando 50% nos dados mensais, resultado da grande diversificação dos índices.
Ainda é um risco considerável, dado que a recuperação necessária para atingir o valor
de compra necessita de uma rentabilidade perto de 100%, mas como podemos ver
através da história de grandes investidores e dos fundos de ações brasileiros, ações
continuam sendo uma opção que traz um grande retorno no longo prazo.
Duas coisas são evidentes em relação as ações por meio dos dados: é preciso
ter uma variedade considerável entre as empresas que compõem a carteira e o
investimento no mercado de ações não deve ser para curto prazo. A variedade de
empresas deve ser grande para minimizar a volatilidade, dado o desvio padrão do
Ibovespa, que é a média do mercado, já ser um valor considerável comparado ao CDI,
e possuir grandes quedas em momentos de crise. Poucas ações resultariam em
resultados ainda mais arriscados. O prazo do investimento deve ser maior, pois a
quantidade de meses negativos historicamente são em média mais de 40%,
considerando somente os dados mensais, e o comportamento das ações são reativos
conforme o contexto político – econômico, que será apresentado nos próximos
tópicos, há grandes chances de perda no valor investido se for necessário a venda
das ações em um momento de queda,
35
Não é mistério que o desvio padrão e índice Sharpe do S&P 500 BRL sejam
melhores do que o Ibovespa. Não só pelo número de investidores ser maior como o
número de empresas listadas e a economia ser baseada no dólar são grandes
facilitadores para o melhor resultado. Porém o maior ganho mensal, cerca de 17%, foi
do Ibovespa, sendo uma sinalização de que o mercado brasileiro de ações ainda é
muito novo e com possibilidades de crescimento.
Ao colocarmos o mesmo valor inicial em um investimento atrelado a 100% dos
3 índices como na Figura 6, podemos ver com mais detalhes a volatilidade e a
valorização com o tempo. Ações do S&P500 BRL chegando a R$7.514,20 em maio
em contraste com o Ibovespa em somente R$2.635,71 após em 13 anos e 5 meses
de investimento.
Figura 6 - Comparação entre o CDI, Ibovespa e S&P500
Eventos mundiais como a crise de 2008 e o corona vírus podem ser vistos com
as grandes quedas do Ibovespa, o que no S&P 500 BRL são diferentes devido a fator
cambial da relação Dólar – real ter sentido contrário nas crises. Por meio das curvas
podemos ver que a relação do Ibovespa e do S&P500 BRL é inversamente
proporcional em momentos pontuais, o que sinaliza que investir nos dois mercados
provocariam uma rentabilidade maior e redução do risco da carteira.
R$-
R$1.000,00
R$2.000,00
R$3.000,00
R$4.000,00
R$5.000,00
R$6.000,00
R$7.000,00
R$8.000,00
dez
/05
jul/
06
fev/
07
set/
07
abr/
08
no
v/0
8
jun/
09
jan
/10
ago
/10
mar
/11
out
/11
mai
/12
dez
/12
jul/
13
fev/
14
set/
14
abr/
15
no
v/1
5
jun/
16
jan
/17
ago
/17
mar
/18
out
/18
mai
/19
dez
/19
Val
or
Inve
stid
o
Mês
CDI
S&P 500 BRL - Ações EUA
Ibovespa
36
Estudando os produtos de renda fixa, que possuem três modalidades, podemos
comparar as três utilizando os seus índices por meio de três carteiras: Uma carteira
que rende 100% do CDI (como um investimento de liquidez diária), uma carteira com
ativos prefixados onde 50% são com prazo inferior a um ano e 50% superior a um ano
(para não separarmos os prazos) e uma carteira com ativos atrelados à inflação, 50%
com prazo anterior a 5 anos e 50% posterior a 5 anos (para não separarmos os
prazos). Os resultados podemos ver na Tabela 6.
Tabela 6- Análise dos produtos de Renda Fixa
2006 – 2020 CDI Prefixados (1) Atrelados a IPCA (2)
Retorno Composto Anual 10,29% 12,27% 14,45%
Retorno – Inflação 4,78% 6,66% 8,73%
Desvio Padrão (Risco) 0,82% 2,63% 7,06%
Índice Sharpe 0,00 0,75 0,59
Maior queda N/A -1,22% -10,13%
Stress Test -0,25% -0,97% -3,12%
Pior retorno mensal 0,25% -1,21% -6,34%
Melhor retorno mensal 1,43% 4,42% 8,34%
Meses positivos 100,00% 92,49% 76,88%
Na comparação entre as três opções, vemos a ligação clássica entre
rentabilidade e risco, estando cientes que ocorre possível perda de capital no caso
dos produtos serem vendidos antes de seu prazo de vencimento. Ambos os três
apresentam grande média de retorno anual médio alto, acima dos 10% a.a.,
característica do Brasil até então, porém é importante ressaltar a maior “volatilidade”
dos investimentos atrelados à inflação em sua rentabilidade, dado que com a queda
da inflação, o retorno absoluto e sua precificação também diminuem. O critério do
investidor torna-se então o prazo de investimento que será escolhido, pois qualquer
uma das opções de renda fixa apresentam um alto retorno conforme as condições de
compra do ativo.
Ao compararmos a Tabela 5 com a Tabela 6, é evidente a diferença entre os
ativos de renda fixa e variável no quesito risco. Não somente a maior queda, que
somente os produtos atrelados ao IPCA possuem um valor superior a 10%, mas o
desvio padrão, o teste de estresse e o número de meses positivos são discrepantes
nos ativos. Colocando também um valor inicial para cada combinação da Tabela 6,
como mostra o gráfico da Figura 7, pode-se ver uma proximidade do comportamento
37
entre as curvas, o que não ocorre no gráfico da Figura 6. Podemos ver que, ao final
do período, o CDI finalizou com um valor de R$ 4.104,32 enquanto o atrelado ao IPCA
finalizou com um valor de R$ 6.997,87 e de maneira intermediária o prefixado finalizou
em R$ 5.302,06.
Figura 7 - Comparação entre ativos da Renda Fixa
Como os investimentos em IPCA possuem prazos mais longos, pode -se ver a
diferença entre a carteira 2 e o CDI em rentabilidade, mesmo que o CDI seja maior
que o IPCA em um mesmo período. Isto deve-se ao risco de se deixar o dinheiro
investido por tempos maiores sem mudanças nos termos com a taxa compromissada
e variações nas economias. O mesmo acontece em um prazo médio, como os
prefixados, mas de maneira mais tímida.
O último produto a ser a analisado por esse trabalho são os Fundos Imobiliários,
tendo o comportamento médio de seus produtos descrito pelos IFIX, os cálculos para
o IFIX são apresentados pela Tabela 7.
R$-
R$1.000,00
R$2.000,00
R$3.000,00
R$4.000,00
R$5.000,00
R$6.000,00
R$7.000,00
R$8.000,00
dez
/05
ago/
06
abr/
07
dez
/07
ago/
08
abr/
09
dez
/09
ago
/10
abr/
11
dez
/11
ago
/12
abr/
13
dez
/13
ago
/14
abr/
15
dez
/15
ago
/16
abr/
17
dez
/17
ago
/18
abr/
19
dez
/19
Val
or
Inve
stid
o
Mês
CDI
Carteira Simulada 1
Carteira Simulada 2
38
Tabela 7 - Análise do IFIX
2006 - 2020 CDI FII
Retorno Composto Anual 10,29% 16,17%
Retorno Real Composto 4,78% 10,37%
Desvio Padrão (Risco) 0,82% 10,62%
Índice Sharpe 0,00 0,55
Maior queda N/A -22,00%
Stress Test -0,25% -5,36%
Pior retorno mensal 0,25% -15,85%
Melhor retorno mensal 1,43% 10,63%
Meses positivos 100,00% 74,57%
As características de renda variável são explícitas, devido ao desvio padrão ser
acima de 10%, a maior queda até então de 22%, o que é inferior às ações, mas ainda
considerável se tratando das grandezas mensais. Porém, a grande dificuldade até
então é que não existe um produto que reproduza o IFIX, sendo necessário a
elaboração pessoal de uma carteira de fundos imobiliários. Como mostrado na Figura
8, a rentabilidade desta modalidade foi alta com o tempo. Era o investimento de renda
variável que seu índice não tinha sofrido grandes quedas até o momento de pandemia
causado pelo Covid – 19.
Figura 8 - Comparação do FII com outros investimentos
Com um valor final, no teste de mil reais inicial, de R$8.676,60 e um pico de
R$10.439,23, sem dúvidas, o investimento que mais se valorizou desde 2006, dado o
R$-
R$2.000,00
R$4.000,00
R$6.000,00
R$8.000,00
R$10.000,00
R$12.000,00
dez
/05
ago
/06
abr/
07
dez
/07
ago
/08
abr/
09
dez
/09
ago
/10
abr/
11
dez
/11
ago
/12
abr/
13
dez
/13
ago
/14
abr/
15
dez
/15
ago
/16
abr/
17
dez
/17
ago
/18
abr/
19
dez
/19
Val
or
Inve
stid
o
Mês
CDI
S&P 500 BRL - AçõesEUAIbovespa
FII
39
cenário de crescimento do mercado imobiliário no Brasil, porém esse índice inclui os
proventos mensais dos fundos imobiliários componentes do IFIX, uma lembrança aos
investidores do benefício de reinvestir os proventos para um melhor resultado de suas
carteiras de ativos ao longo do tempo, como ocorre também automaticamente no
S&P500 BRL se investido através do ETF IVVB11 e BOVA11, para o Ibovespa, onde
o fundo se responsabiliza em reinvestir os dividendos de suas ações no mercado norte
americano e brasileiro.
Com todas as modalidades de investimentos analisadas por meio de seus
comportamentos médios, vendo que as condições são atreladas ao risco que
investidor deseja correr e ao prazo que mais lhe atende, para maior segurança e maior
rentabilidade, deve-se combinar essas opções a partir do perfil do investidor.
4.2. ANÁLISE DOS COMBINAÇÕES ENTRE OS ATIVOS NO PERÍODO TOTAL
(2006 – 2020)
Buscando a melhor combinação entre os ativos, podemos começar
analisando o comportamento da renda fixa. Para somente renda fixa, há duas
maneiras de combinação simples, ou seja, de maneira geral:
1) Divisão por igual: 33% atrelado ao CDI, 33% atrelado à inflação (metade
com prazo antes dos 5 anos e metade após 5 anos) e 33% prefixados
(metade com prazo antes de um ano e metade após 1 anos)
2) Privilegiando os mais rentáveis: 25% atrelado ao CDI, 50% atrelado à
inflação (metade com prazo antes dos 5 anos e metade após 5 anos) e
25% prefixados (metade com prazo antes de um ano e metade após 1
anos)
Os resultamos podem ser vistos na Tabela 8.
40
Tabela 8 - Combinações entre Renda Fixa
2006 - 2020 CDI Carteira 1 Carteira 2
Retorno Composto Anual 10,29% 12,37% 12,91%
Retorno Real Composto 4,78% 6,76% 7,27%
Desvio Padrão (Risco) 0,82% 3,15% 4,10%
Índice Sharpe 0,00 0,66 0,64
Maior queda N/A -1,98% -3,07%
Stress Test -0,25% -1,17% -1,60%
Pior retorno mensal 0,25% -1,98% -3,07%
Melhor retorno mensal 1,43% 3,99% 4,88%
Meses positivos 100,00% 89,60% 84,97%
Ambas as carteiras adquiriram uma maior rentabilidade média do que o CDI,
com riscos de volatilidade abaixo dos 10% e meses positivos em relação ao mercado
bem próximos, acima de 80%. Comparadas à Tabela 5, do comportamento individual
de cada produto, poucas mudanças ocorrem nos parâmetros de risco, pois já eram
baixos, mas a maior queda dos produtos atrelados ao IPCA caiu de 10% para 3%.
Isso sinaliza que a diversificação dos títulos reduz os efeitos macroeconômicos como
a variação da taxa de inflação e taxa Selic, a referência para o CDI, ou seja, mesmo
que a posição no ciclo econômico não seja favorável à renda fixa, possuindo produtos
das 3 opções permite ao investidor melhorar os seus ganhos e diminui o risco de perda
de capital. Os dados reforçam a ideia de que o fator importante da renda fixa é a
diversificação e principalmente os prazos na alocação de ativos.
A mesma lógica pode ser utilizada na renda variável, mas com acreção ou
retirada dos fundos imobiliários, dada a não existência de um produto já diversificado,
com risco reduzido. Duas combinações são interessantes para serem testadas:
1) Somente ações: 50% de ações brasileiras e 50% de ações estadunidenses.
2) Ações mais Fundos Imobiliários: 33% de ações brasileiras, 33% de ações
estadunidenses e 33% fundos imobiliários.
Os resultados do Backtest podem ser vistos na Tabela 9, comparando as
carteiras com o referencial mais seguro, o CDI.
41
Tabela 9 - Combinação entre produtos de Renda Variável
2006 - 2020 CDI Ações Ações + FII
Retorno Composto Anual 10,29% 12,18% 13,75%
Retorno Real Composto 4,78% 6,58% 8,07%
Desvio Padrão (Risco) 0,82% 13,59% 10,74%
Índice Sharpe 0,00 0,14 0,32
Maior queda N/A -36,18% -22,98%
Stress Test -0,25% -5,39% -4,64%
Pior retorno mensal 0,25% -16,43% -14,53%
Melhor retorno mensal 1,43% 10,79% 8,09%
Meses positivos 100,00% 64,16% 69,36%
Com as duas combinações, é possível ver uma queda significativa, em termos
absolutos, nos parâmetros de risco em relação aos índices individuais, como a
diminuição do desvio padrão de 23,17% do Ibovespa para os 13,59% da combinação
dos dois índices e a maior queda de 49,60% do Ibovespa para 22,98% do conjunto
ações + FII. A volatilidade diminuiu consideravelmente, visto a diferença entre os
desvios padrão. A resposta ao estresse também diminuiu em seus resultados,
indicando maior estabilidade nos ganhos e proporcionando maior segurança ao
investidor de somente renda variável. Dentre as duas combinações, mesmo a ações
+ FII’s tendo o menor retorno mensal médio, todos os seus parâmetros de risco são
melhores do que a combinação de somente ações, em especial o índice Sharpe sendo
mais que o dobro, indicativo de ser a melhor escolha, e a maior queda sendo na casa
dos 20%, longe dos 36% da carteira de somente ações. Logo, conclusivamente a
melhor combinação inclui a ações mais os fundos imobiliários o que já era esperado
por ser a opção mais diversificada.
Pessoas que investem somente em renda variável são conhecidas por
assumirem mais risco, classificadas como perfil agressivo. Para elas, a carteira de
ações do Brasil e Estados Unidos mais fundos imobiliários já promete grandes
retornos com o risco reduzido, e seus ganhos podem ser potencializados com estudos
e dedicação nas ferramentas que permitem superar os índices de ações e fundos
imobiliários. Porém, para pessoas que não querem assumir grandes riscos e não
colocar todo o capital em renda variável, há dois perfis e duas combinações com pesos
equilibrados seguindo a exposição de risco, proposto pelo curso da plataforma Clube
do Valor (18):
42
1) Perfil Conservador (70% Renda Fixa + 30%Renda Variável), que se expõem
ao menor risco com boa diversificação.
Constituição: 20% atrelado ao CDI, 20% prefixados (metade em cada
prazo), 30% atrelado à inflação (metade em cada prazo), 10% ações
brasileiras, 10% ações dos Estados Unidos e 10% em fundos imobiliários.
2) Perfil Moderado (40% Renda Fixa + 60 Renda Variável), que quer assumir
um pouco mais de risco, mas não de maneira exagerada.
Constituição: 10% atrelado ao CDI, 10% prefixados (metade em cada
prazo), 20% atrelado à inflação (metade em cada prazo), 20% ações
brasileiras, 20% ações dos Estados Unidos e 20% em fundos imobiliários.
As duas composições foram determinadas, pelo perfil de cada investimento,
para obter o melhor resultado com a redução do risco, e em especial, continuando a
investir em ambos os mercados. Mesmo que rentabilidade passada não corresponder
a rentabilidade futura, a relação risco retorno é mostrada na Tabela 10.
Tabela 10 - Perfil Conservador vs Perfil Moderado
2006 - 2020 CDI Conservador Moderado
Retorno Composto Anual 10,29% 13,12% 13,55%
Retorno Real Composto 4,78% 7,47% 7,88%
Desvio Padrão (Risco) 0,82% 4,76% 7,18%
Índice Sharpe 0,00 0,59 0,45
Maior queda N/A -7,43% -13,76%
Stress Test -0,25% -1,89% -2,98%
Pior retorno mensal 0,25% -6,18% -9,95%
Melhor retorno mensal 1,43% 4,37% 5,60%
Meses positivos 100,00% 81,50% 75,14%
É possível ver que pelos dados históricos, as duas composições apresentaram
retorno anual médio, cerca de 13%, semelhante com a composição de ações mais
fundos imobiliários da Tabela 9. Porém, há grandes diferenças nos parâmetros de
risco. Os 3 perfis podem ser posto em ordem crescente de risco (Perfil Conservador,
Perfil Moderado e Perfil Agressivo) por meio do valor crescente do desvio padrão(
43
4,76%, 7,18% e 10,74%), de maior queda (-7,43%, -13,76% e -22,98%), o pior retorno
mensal(-6,18%, -9,95% e -14,53%) , melhor retorno mensal(4,37%, 5,6% e 8,09%) e
decrescente nos meses positivos (81,50%, 75,14% e 69,36%). A carteira de perfil
conservador de fato tem uma exposição mínima a risco, maior índice Sharpe e menor
teste de estresse, porém como podemos ver na Figura 9, seu potencial de ganho foi
maior no momento de alta da taxa Selic, região de maior valorização CDI indicado
pela inclinação de sua curva, e menores resultados com a diminuição da Selic, região
de menor valorização do CDI indicado pela menor inclinação de sua curva, sendo
reduzida pelo banco central.
Figura 9 - Comparação entre os perfis
O perfil agressivo foi o que trouxe mais retorno, de R$6.411,50, principalmente
com a entrada de mais empresas e investidores na B3 e a Selic sendo a menor
histórica. O perfil conservado apresentou um retorno final de R$5.917,15. O perfil
moderado teve seu crescimento estavelmente mediano entre os dois perfis, com valor
de R$6.251,36. É muito importante ressaltar que esse gráfico resulta de somente um
investimento pontual, o que não é o recomendado. A maximização dos ganhos advém
de aportes ao longo do tempo, segundo o próprio perfil, para que o investidor sempre
possa ter o melhor retorno possível da estratégia.
Para maior detalhamento dos momentos da série histórica, podemos ver alguns
períodos em especial para analisar o comportamento dos produtos e dos perfis,
conforme indicados nos itens 4.3, 4.4 e 4.5.
R$ 1.000,00
R$ 2.000,00
R$ 3.000,00
R$ 4.000,00
R$ 5.000,00
R$ 6.000,00
R$ 7.000,00
dez/05
out/06
ago/07
jun/08
mar/09
jan/10
no
v/10
set/11
jul/12
mai/13
mar/14
dez/14
out/15
ago/16
jun/17
abr/18
fev/19
dez/19
set/20V
alo
r In
vest
ido
Meses
PerfilConservador
PerfilModerado
Perfil Agressivo
CDI
44
4.3. ANÁLISE DOS ATIVOS NA CRISE DE 2008
Historicamente a crise ocorrida entre 2007 e 2009 provocou um grande
impacto nos mercados do mundo (58). Como mostrado na Tabela 11, as maiores
quedas históricas do período de 2006 a maio 2020 em valores mensais ainda foram
na crise de 2008, com principalmente o Ibovespa exibindo grande volatilidade, com o
desvio padrão de 27,46%, e com resultados positivos em cerca de 63,89% dos meses
desse período. Como esperado, ações norte americanas em conjunto com o fator
cambial sofreram taxas negativas no retorno e mais da metade, cerca de 60%, dos
meses com resultados negativos. Isto devido a ser o país de origem da crise.
Tabela 11 - Comparação entre as bolsas na crise
2007 - 2009 Ibovespa S&P500 BRL
Retorno Composto Anual 15,53% -11,85%
Retorno Real Composto 10,14% -15,95%
Desvio Padrão (Risco) 27,46% 16,42%
Índice Sharpe 0,15 -1,41
Maior queda -49,60% -40,00%
Stress Test -16,47% 5,25%
Pior retorno mensal -24,80% -10,54%
Melhor retorno mensal 15,55% 6,69%
Meses positivos 63,89% 41,67%
As crises são grandes testes para os investidores de perfil agressivo, dado que
a renda variável sofre perdas de maneira sistêmica. Com uma queda de 50% no
Ibovespa, que representa a média do mercado acionário brasileiro, do conceito de
média podemos deduzir que houve ações com quedas maiores, chegando ao ponto
do irreversível para retornar ao valor inicial no curto prazo. Ver a carteira negativa por
muito tempo e a alta volatilidade podem provocar reações emocionais nos investidores
e muitos retiram os valores investidos consolidando as perdas. Porém, há aqueles que
vem como oportunidade de compra, de aumentar o investimento pois confiam que o
mercado irá retornar, o que de acontece de fato, como já visto na série histórica.
“Compre ao som dos canhões e venda ao som dos violinos” (Buffet, Warren)
O comportamento dos índices pode ser visto na Figura 10.
45
Figura 10 - Comportamento dos Índices durante a crise de 2008
Com um investimento inicial de mil reais em janeiro de 2007, pode-se ver o
comportamento dos três principais índices. O CDI produziu um retorno seguro e
constante no período, resultando em R$1.313,63 em junho de 2009, o maior retorno
dentre os três. O S&P500 BRL finalizou em R$631,88, diferente do Ibovespa que
finalizou com o retorno positivo de R$1.195,99.
Dado essa situação de baixa, é interessante comparar as carteiras dos três
perfis como está descrito pela Tabela 12. As três composições, mesmo na crise,
trouxeram retornos acimas da inflação, e como esperado o perfil conservador
provocou o melhor resultado devido a maior parcela estar em renda fixa. A carteira de
perfil agressivo sofreu a maior perda, com riscos consideráveis em relação às outras
e a carteira de perfil moderado produziu resultados semelhantes ao do perfil
conservador, com parâmetros de riscos intermediários. Este comportamento
semelhante estabelece firmemente os fundamentos do perfil moderado, pois ambas a
rentabilidade média e a análise de risco possuem um equilíbrio. Este equilíbrio é
importante para o estado emocional dos investidores, que em crises buscam as
opções mais seguras no mercado e reduzem ao máximo a exposição em renda
R$-
R$200,00
R$400,00
R$600,00
R$800,00
R$1.000,00
R$1.200,00
R$1.400,00
R$1.600,00
R$1.800,00
jan
/07
mar
/07
mai
/07
jul/
07
set/
07
no
v/07
jan
/08
mar
/08
mai
/08
jul/
08
set/
08
no
v/08
jan
/09
mar
/09
mai
/09
Val
or
Inve
stid
o
Mês
CDI
S&P 500 BRL -Ações EUA
Ibovespa
46
variável, mas com uma carteira moderada, a diversificação suaviza o efeito das
desvalorizações da renda variável.
Tabela 12 - Comparação entre os perfis na crise de 2008
2007 - 2009 Conservador Moderado Agressivo
Retorno Composto Anual 12,65% 11,85% 10,35%
Retorno Real Composto 7,40% 6,64% 5,21%
Desvio Padrão (Risco) 5,58% 8,59% 12,86%
Índice Sharpe 0,32 0,12 -0,08
Maior queda -6,79% -13,76% -22,98%
Stress Test -2,15% -3,16% -4,34%
Pior retorno mensal -4,70% -7,78% -11,57%
Melhor retorno mensal 3,54% 4,29% 7,05%
Meses positivos 75,00% 66,67% 61,11%
A grande diferença entre os perfis é certamente a possível reação emocional
causada pela visão assimétrica, pois é preciso ter confiança na estratégia para ver a
carteira pessoal 40% dos meses negativos e um retorno mensal de - 11,57%, assim
como um ganho mensal de 7,05% em um mês e não tomar uma atitude impensada.
4.4. ANÁLISE DOS ATIVOS NO PERÍODO DE ÚLTIMA MÁXIMA DA SELIC
Ao analisarmos a série histórica da taxa Selic, o último pico de seu valor
ocorreu entre 2014 e 2017, conforme mostra a Figura 2. Neste período, a taxa atingiu
14,25% ao ano, o que é uma taxa superior às medias anuais das carteiras no período
de 2006 até 2020. Este cenário provoca uma reação inversa ao que aconteceu na
crise de 2008 como podemos ver na Tabela 13.
47
Tabela 13 - Comparativo entre os Benchmarks entre 2014 -2017
2014 - 2017 CDI Ibovespa S&P500 BRL
Retorno Composto anual 12,00% 10,64% 22,39%
Retorno Real Composto 5,12% 3,85% 14,88%
Desvio Padrão (Risco) 0,58% 22,00% 16,56%
Índice Sharpe 0,00 -0,06 0,63
Maior queda N/A -33,37% -17,09%
Stress Test -0,21% -8,74% -11,92%
Pior retorno mensal 0,25% -29,90% -13,82%
Melhor retorno mensal 1,21% 16,97% 17,90%
Meses positivos 100,00% 58,33% 66,67%
A renda fixa foi o investimento mais beneficiando internamente, com um
rendimento médio maior ao do Ibovespa e riscos menores; retornos 5% acima da
inflação. A bolsa brasileira, mesmo com um retorno mensal pontual de 16,97%, teve
uma maior queda de -33,37% e uma volatilidade em seu pico, com o desvio padrão
de 22%. Juros altos são historicamente grandes obstáculos para as empresas
buscarem bons resultados, crescerem e atraírem mais investidores. Esse é um dos
motivos do número de investidores não ser tão grande até a política de quedas da
Selic.
Porém, o S&P500 em reais obteve um rendimento médio muito acima da
média, provocado pelo crescimento da bolsa norte americana nesse período. Por meio
da Figura 11 podemos ver a grande diferença na valorização de cada índice. Com
investimentos de mil reais em janeiro de 2013, o retorno obtido em dezembro de 2017
em ações norte americanas seria de R$2.244,12, superior ao retorno produzido pelo
investimento 100% CDI de R$1.573,63. O Ibovespa, mesmo não superando o CDI,
apresentou um retorno de R$1.498,64.
48
Figura 11 - Simulação de um investimento em cada índice de 2014 - 2017
Para os perfis, como mostrado na Tabela 14, pode-se ver que o resultado
apresenta uma rentabilidade média muito maior do que o período de 2007 – 2009, o
que já era esperado. A volatilidade é bem reduzida pela diversificação das três
carteiras, o número de meses positivos foi acima de 70% e a maior queda foi abaixo
dos 10%.
Tabela 14 - Comparação entre os 3 perfis no período de 2014 - 2017
2014 - 2017 Conservador Moderado Agressivo
Retorno Composto Anual 14,65% 15,47% 16,30%
Retorno Real Composto 7,61% 8,38% 9,15%
Desvio Padrão (Risco) 4,20% 6,36% 9,31%
Índice Sharpe 0,63 0,55 0,46
Maior queda -1,96% -3,64% -8,14%
Stress Test -1,86% -2,94% -4,69%
Pior retorno mensal -1,96% -3,23% -6,11%
Melhor retorno mensal 4,37% 5,60% 7,30%
Meses positivos 85,42% 77,08% 72,92%
Mesmo em um período de Selic alta, o perfil agressivo foi o que obteve o maior
retorno, dado a exposição aos investimentos que buscam maior rentabilidade. É
interessante pensar que mesmo que Ibovespa produza um resultado ruim, as
R$700,00
R$900,00
R$1.100,00
R$1.300,00
R$1.500,00
R$1.700,00
R$1.900,00
R$2.100,00
R$2.300,00
R$2.500,00
dez
/13
mar
/14
jun
/14
set/
14
dez
/14
mar
/15
jun
/15
set/
15
dez
/15
mar
/16
jun
/16
set/
16
dez
/16
mar
/17
jun
/17
set/
17
dez
/17
Va
lor
Inve
stid
o
Mês
CDI
S&P 500 BRL -Ações EUA
Ibovespa
49
carteiras, como um todo, não apresentaram. A diversificação e a relação entre os
ativos conceitualmente e na prática como mostra o Backtest é uma ferramenta muito
poderosa para ganhos consistentes como um investidor de longo prazo.
Uma ressalva é que o momento é propício para bons resultados absolutos,
mas a média de inflação desse período foi de 6,54% a.a., penalizando o crescimento
real do patrimônio ou a valorização do capital. Porém, a longo prazo, os juros
compostos agem sobre o valor absoluto. Ou seja, o tempo é o fator primordial para se
ter sucesso.
4.5. ANÁLISE DOS ATIVOS NO DURANTE O CORONA VÍRUS (ATÉ MAIO -
2020)
Até o estudo final deste trabalho, os dados eram até Maior de 2020, ou seja,
parcial sobre a pandemia que assolou o país. O CDI, o Ibovespa e o S&P500 tiveram
resultados diferentes do da crise de 2008 como podemos ver na Tabela 15.
Tabela 15 - Dados dos principais índices durante o período de 2019 – 2020 (Maio)
2019 - 2020 CDI Ibovespa S&P500 BRL
Retorno Composto Anual 5,28% -0,39% 46,05%
Retorno Real Composto 2,31% -3,20% 41,93%
Desvio Padrão (Risco) 0,35% 31,81% 20,10%
Índice Sharpe 0,00 -0,18 2,03
Maior queda N/A -36,86% -6,35%
Stress Test -0,06% -5,02% -29,32%
Pior retorno mensal 0,25% -29,90% -13,82%
Melhor retorno mensal 1,43% 16,97% 17,90%
Meses positivos 100,00% 64,71% 76,47%
Os dados de desvio são os mais altos de toda a série histórica, dado o menor
grupo amostral, sendo marca da rápida reação do mercado precificando
antecipadamente a perda de valor, produção e retorno causados pelo contexto atual.
Historicamente foi o momento de maior alta do Ibovespa, atraindo o maior número de
investidores que estava em renda fixa até que o governo iniciasse a sequência de
quedas na taxa Selic descritas na Figura 2. Porém, a crise apresentou-se no início de
2020 e provocou as quedas do Ibovespa e S&P500 em Dolar.
50
A relação inversa entre o Ibovespa e o S&P500 BRL tornou-se muito evidente,
pois somado a corrida de proteção dos investidores em dolarizar seus investimentos,
o governo decidiu continuar a queda da Selic, mesmo na crise, resultando na
permanência de subida do Dólar em relação ao Real. Logo, mesmo com a queda da
S&P500 em Dólar, a S&P500 em Real se valorizou.
O comportamento dos índices nesse período pode ser visto na Figura 12. A
desvalorização ocorreu de maneira rápida. Investindo mil reais em no inicio 2019,
podemos ver os picos e quedas dos principais índices. O investimento atrelado ao
Ibovespa atingiu a mínima em R$830,85. Os Fundos Imobiliários atingiram sua
mínima na curva de CDI, R$1.060,50 e o investimento atrelado ao S&P500 BRL
decolou em seus valores, atingindo em maio o valor de R$1.710,20.
Figura 12 - Valorização dos índices no período de 2019 – 2020 (Maio)
Como reforço dos resultados das carteiras durante a crise de 2008, a redução
na volatilidade apresentada pelo desvio padrão, a redução da maior queda e a maior
frequência de meses com ganhos no resultado são apresentados pela Tabela 16,
apesar do intervalo menor. A diversificação permitiu às carteiras obterem retornos.
Porém, dessa vez a rentabilidade seguiu o aumento de risco das proporções de ativos.
A volatilidade das carteiras correspondeu aos perfis assim como maior queda foi
R$800,00
R$900,00
R$1.000,00
R$1.100,00
R$1.200,00
R$1.300,00
R$1.400,00
R$1.500,00
R$1.600,00
R$1.700,00
R$1.800,00
dez
/18
jan
/19
fev/
19
mar
/19
abr/
19
mai
/19
jun
/19
jul/
19
ago
/19
set/
19
ou
t/19
no
v/1
9
dez
/19
jan
/20
fev/
20
mar
/20
abr/
20
Va
lor
Inve
stid
o
Mês
CDI
S&P 500 BRL- Ações EUA
Ibovespa
FII
51
proporcional aos perfis durante o período investido. O fator que deve ser reforçado
na mentalidade do investidor novamente é o controle do estado emocional diante das
crises e o alinhamento com a estratégia escolhida, não se prendendo aos momentos
de quedas mais fixo na ideia de que a longo prazo, os ganhos superam as perdas.
Tabela 16 - Comparando os perfis durante o período de 2019 – 2020 (Maio)
2019 – 2020 (Maio) Conservador Moderado Agressivo
Retorno Composto Anual 12,55% 15,30% 18,31%
Retorno Real Composto 9,38% 12,05% 14,97%
Desvio Padrão (Risco) 7,58% 12,26% 18,45%
Índice Sharpe 0,96 0,82 0,71
Maior queda -7,43% -12,76% -19,24%
Stress Test -2,92% -5,93% -11,22%
Pior retorno mensal -6,18% -9,95% -14,53%
Melhor retorno mensal 4,37% 6,88% 10,85%
Meses positivos 88,24% 88,24% 82,24%
Como indicador de que o mercado a longo prazo sempre se recupera, a Charles
Schwab (59) divulgou um gráfico, representado pela Figura 13, mostrando o
comportamento da média mercado mundial do mercado de ações com o tempo, e a
marcação das grandes doenças que ocorreram. Mesmo que em momentos pontuais
houvesse grandes quedas, em alguns anos ele se recupera e retorna ao um ritmo de
crescimento. Isso confirma as inferências feitas aos dados históricos do Brasil, em que
o mercado de capitais, a longo prazo, é uma ferramenta imprescindível para obter
ganhos e maior segurança financeira.
52
Figura 13 - Mercado global de ações e as grandes epidemias
Fonte: Charles Schwab, 2020
53
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos a partir dos dados históricos são simples e consistentes
para que pessoas físicas, que não possuem tanta informação, possam começar a
investir, tendo ciência dos riscos e possíveis situações que possam acontecer com
suas carteiras.
Ao começar pelo estudo de cada ativo, foi analisado cada índice que
demonstra o comportamento médio dos produtos populares encontrados em
qualquer corretora independente ou plataforma de investimentos, obtendo os riscos
médios, tantos dos ativos de renda fixa quanto os ativos de renda varável,
caracterizando-os pelos parâmetros de risco. A volatilidade mostrada pelo desvio
padrão dos ativos individualmente possui os valores de: 0,82% do CDI, 2,63% dos
Prefixados, 7,06% dos atrelados ao IPCA, 23,17% do Ibovespa, 16,72% do S&P 500
BRL e 10,62% dos FII’s A maior queda que ocorreu durante o período de 2006 até a
data final deste trabalho dos ativos individualmente é de: -1,22% e -10,13% nos
preços de compra dos ativos Prefixados e atrelados ao IPCA, respectivamente, de -
49,60% para o Ibovespa, -40% para o S&P500 BRL e -22% para os FII’s. A
porcentagem média de meses em que aumento no valor de: 100% para o CDI,
57,56% para o Ibovespa, 62,79% para o S&P500 BRL e 74,57% para os FII’s.
Simulando a valorização dos investimentos a partir de um investimento inicial
de R$1.000,00, foi possível ver qualitativamente a volatilidade dos ativos, através da
grande variação do seu valor de retorno e a rentabilidade total de cada ativo
resultando em: R$4.104,32 em CDI, R$5.302,06 em prefixados, R$6.997,87 em
atrelado ao IPCA R$2.635,71 em Ibovespa, R$7.514,20 em S&P 500 BRL e R$ 8
.676,60 em FII’s.
Os gráficos históricos permitiram a identificação relações diretas ou inversas
entre os ativos em determinados períodos. Dentre as relações, destaca-se a alta do
CDI acompanhada de um mal desempenho das ações e a baixa do CDI
acompanhando a elevação das S&P500 em reais. Esses resultados repercutem a
importância de possuir ativos de diversas classes no mesmo portifólio para que os
ganhos sejam maximizados.
Por meio do Backtest, foi possível a comparação dos três perfis sugeridos de
Suitability, utilizando a análise de risco de combinações entre os ativos em todo o
período, 2006 até maio de 2020 e em momentos pontuais. Combinando ativos de
54
Renda Fixa, a divisão por igual possui uma rentabilidade anual média de 12,37% e
um desvio em sua precificação de 3,15%, a divisão com peso maior em IPCA possui
uma rentabilidade anual média de 12,91% e desvio em sua precificação de 4,10%.
Com ativos de renda variável, somente ações produziram um retorno anual médio
de 12,18%, com desvio padrão de 13,56% e o conjunto de ações + FII’s produziu um
retorno anual médio de 13,75%, com o desvio padrão de 10,74%.
Na comparação entre os ativos de renda fixa, não houve grande diferença no
risco e rentabilidade, sendo o fator primordial de escolha o prazo para o investidor.
Na comparação entre renda variável, foi possível ver a grande vantagem de adicionar
fundos imobiliários ao portifólio, vindo das diferenças nos parâmetros de risco como:
maior queda (Ações com -36,18% e Ações + FII’s com -22,98%), pior retorno mensal
(Ações com -16,43% e Ações + FII’s com -14,53%) e meses positivos (Ações com -
64,16% e Ações + FII’s com -69,36%). É uma boa escolha apesar de ainda não estar
disponível um produto que reproduza seu benchmark. Par carteiras mistas, ambos
os perfis conservador e moderado produziram resultados próximos de rentabilidade
média anual, 13,12% e 13,55%, respectivamente, e parâmetros de risco próximos,
destacando a maior queda, -7,43% e -13,76%, e a porcentagem de meses positivos,
81,5% e 72,14%, respectivamente.
Para concluir, os resultados produzidos pela aplicação simplificada da teoria
de Markowitz explicitaram que, a longo prazo, uma carteira diversificada produz
grandes resultados. Os cálculos se mostraram um embasamento viável para que,
uma pessoa comum, segundo o seu perfil, que é facilmente determinado por um
questionário de Suitability, possa montar um portifólio de ativos financeiros seguindo
as proporções de ativos que mais se adequa. Após o investimento inicial de
R$1.000,00 em cada perfil, o montante final resultou em R$5,917,15 para o
conservador, R$6.251,36 para o moderado e R$6.411,50 para o perfil agressivo.
Estes valores mostram que os fatores de maior impacto para as carteiras constituem
o prazo de investimento, o controle emocional do investidor para que não tome
atitudes precipitadas e, principalmente, o foco na estratégia escolhida e não na
situação econômica, pois não há crise que não seja superável com o tempo se a
carteira estiver bem diversificada. Uma estratégia simples, buscando somente as
médias do mercado é um ótimo começo no mundo dos investimentos ou para
aqueles que não possuem o desejo de se dedicar profissionalmente, mas queiram
fazer por si só sua reserva financeira.
55
5.1. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Este trabalho foi concluído antes que o período de pandemia causada pelo
Covid-19 acabasse. Assim, sugere-se a continuação dos estudos dos perfis e dos
índices cobrindo a queda e a recuperação da economia após essa crise e outras que
poderão ocorrer.
Também, como outra sugestão, seria interessante a utilização de ferramentas
estatísticas mais específicas, como séries temporais, para o estudo mais profundo dos
ativos, em busca de observar mais fatores que influenciam o comportamento
individual ou de combinações dos ativos para que seja mais refinada a análise de risco
e estruturação das carteiras.
Os produtos apresentados pelo trabalho são os mais simples e clássicos, mas
o mercado oferece outros produtos que podem ser analisados futuramente como os
Certificados de Operações Estruturadas (COE’s), Debêntures, Previdências
Privadas e os Brazilian Depositary Receipts (BDR’s).
56
REFERÊNCIAS
1. Internet. Encyclopædia Britannica. [Online] 26 de Fevereiro de 2020. [Citado em:
15 de Junho de 2020.] https://academic-eb-
britannica.ez67.periodicos.capes.gov.br/levels/collegiate/print/article/Internet/1458.
2. SILVA, T. C., et al. Internet access in recessionary periods: the case of Brazil.
Physica A: Statistical Mechanics and its Applications. 01 de Janeiro de 2020, Vol. 537.
3. DERMINE, J. Digital banking and market disruption: a sense of déjà vu?
Financial Stability Review. Abril de 2016, 20.
4. ALECU, F. Internet Banking. Informatica economica. 01 de Janeiro de 2006, Vol.
X(4), pp. 104-106.
5. MARQUES, F. B. Bancos digitais x Bancos Tradicionais: Uma análise das
implicações causadas pelos Bancos Digitais no mercado bancário. Universidade
Federal de Uberlândia. Uberlândia : s.n., 2019. Dissertação (Dissertação em Gestão
Organizacional) - UFU.
6. Balanço e Estatísticas. Tesouro Direto. [Online] Dezembro de 2019. [Citado em:
20 de Maio de 2020.] http://www.tesouro.gov.br/pt/balanco-e-estatisticas.
7. Pessoa física. B3. [Online] 19 de Maio de 2020.
http://www.bmf.com.br/portal/pages/newsletter/BMFBOVESPA/Downloads/Estudo_P
F-final.pdf.
8. SANTOS, J. C. S. Reação e Previsão: Tipificação do comportamento dos
investidores no mercado de ações brasileiro. Universidade de São Paulo. São Paulo :
s.n., 2017. Tese ( Tese de Livre Docência) - USP.
9. Número de investidores na Bolsa ultrapassa o de presidiários no país. [Online] R7,
07 de Outubro de 2019. [Citado em: 05 de Maio de 2020.]
https://noticias.r7.com/economia/numero-de-investidores-na-bolsa-ultrapassa-o-de-
presidiarios-no-pais-08102019.
10. Bettina reaparece, se desculpa, mas ainda vende ‘galinha de ovos de ouro’. Veja.
[Online] 01 de OUTUBRO de 2019. [Citado em: 20 de Maio de 2020.]
https://veja.abril.com.br/economia/bettina-reaparece-se-desculpa-mas-ainda-vende-
galinha-de-ovos-de-ouro/.
57
11. GROVE, W. M, et al. Clinical versus Mechanical Prediction: a meta-analysis.
Psychological Assessment. 2000, Vol. 12, 1, 19 - 30.
12. CHAGUE, F. e GIOVANNETTI, B. É possível viver de day-trading? FGV. São
Paulo : s.n., 2019. Artigo.
13. SANTANA, C.V. S., et al. Sentimento do investidor e gerenciamento de
resultados no Brasil. Revista Contabilidade & Finanças. 2020, Vol. 31, N. 83, pp. 283
- 301 .
14. GALDI, F. C. e GONCALVES, A. M. Pessimism and uncertainty of the news
and investor's behavior in Brazil. RAE. 2018, Vol. 58(2), p. 130(19).
15. MACHADO, M. A.V. e FAFF, R. W. Crescimento de ativos e retorno de ações:
evidências no mercado brasileiro. Revista Contabilidade & Finanças. 2018, Vol. 29, n.
78, pp. 418 - 434.
16. GRAHAN, B. O investidor inteligente. s.l. : Harper Collins, 2016.
17. PALAZZO, V., et al. Análise de carteiras de valor no mercado brasileiro.
Revista Contabilidade & Finanças. 2018, Vol. 29, n. 78, pp. 452 - 468.
18. Clube do Valor. [Online] https://clubedovalor.com.br/.
19. MANGRAM, M. E. A Simplified Perspective of the Markowitz Portfolio Theory.
Global Journal of Business Research. 2013, Vol. 7(1), pp. 59-70.
20. GRAÇA, W. G., JANUZZI, F. V. e SOARES, F. P. O dilema do pequeno
investidor perante as alternativas conservadoras de mercado: títulos públicos
versus fundos referenciados di. Revista de Administração de Roraima - RARR. 2015,
Vol. 5 (2), pp. 789 - 214.
21. PERLIN, M. A microestrutura do tesouro direto: sazonalidade do fluxo de
ordens e o processo de formação de spreads. Economia Aplicada. 2016, Vol. 20 n.3,
pp. 253-272.
22. SANTOS, M. S. S. e NOUR, A. D. Educação Finaceira: Aprendizagem de
Progressões Geométricas Aplicadas aos Juros Compostos na Perspectiva da
Educação Matemática Crítica. Revista Prática Docente. 2020, Vol. 5, n. 1, pp. 45-64.
23. CAETANO, S.M., SILVA JR., G. E. e CORRÊA, W.L. R. Abordagem discreta
para a dinâmica da taxa Selic-meta. Economia Aplicada. 2011, Vol. 15 n.2, pp. 199
- 221.
58
24. OLIVEIRA, M. J. S., et al. Variação da taxa SELIC e a rentabilidade de fundos
de investimentos referenciados: uma análise comparativa no período de 2013 a
2016. Brazilian Journal of Development. 01 de Julho de 2018, Vol. 4 n.4, pp. 1449-
1463.
25. CARRARA, A. F. e CORREA, A. L. O regime de metas de inflação no Brasil:
uma análise empírica do IPCA. Revista de Economia Contemporânea. 2012, Vol. 16
n.3.
26. Sanchez, L. Revista Juris UniToledo. O conceito de crédito imobiliário no
sistema de financimento imobiliário. 2020, Vol. 5 n.3, pp. 151 -163.
27. OLIVEIRA, C. e CARVALHO, G. R. Financiamento da agricultura brasileira: os
novos instrumentos de captação de recursos privados. Embrapa Territorial-Artigo
em anais de congresso (ALICE). CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E
SOCIOLOGIA RURAL, Fortaleza: UFC : s.n., 2006. pp. 44, 2006.
28. BALTHAZAR, M. S. P., MORGADO, P. H. H. e CABELLO, O. G. Alternativas de
Investimentos em Renda Fixa no Brasil: Comparação entre um Banco de
Investimento e um Banco de Varejo. Revista Evidenciação Contábil & Finanças. 2018,
Vol. 6 n.2, pp. 36-57.
29. SALAMA, B. M. Sub-rogação pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) em
decorrência do pagamento de créditos grantidos. Revista de Direito
Administrativo. 2017, Vol. 276, pp. 225 - 259.
30. Stock. [Online] Encyclopædia Britannica. [Citado em: 08 de Junho de 2020.]
https://academic.eb.com/levels/collegiate/article/stock/69746.
31. FORTI, C.A. B., PEIXOTO, F. M. e ALVES, D. L. Fatores determinantes do
pagamento de dividendos no Brasil. Revista Contabilidade & Finanças. 2015, Vol.
26, n. 68, pp. 167 - 180.
32. SAMPAIO, M. The importance of innovation in the performance of IPO
processes that occurred in Brazil during the last decade. Future Studies Research
Journal: Trends and Strategy. 2011, Vol. 3(2), p. 121(24).
33. JOIA, L. A., GUTMAN, L. F. D. e MORENO, V. Intention of use of home broker
systems from the stock market investors' perspective. Journal of High Technology
Management Research. 2016, Vol. 27(2), pp. 184-195.
59
34. LOBÃO, J. e COSTA, A. I. Super- reação de curto prazo em ETFs de ações
após retornos extremos em um dia. Revista Contabilidade & Finanças. 2019, Vol.
30, n. 81, pp. 352 - 367.
35. Institucional. B3. [Online] [Citado em: 06 de Junho de 2020.]
http://www.b3.com.br/pt_br/b3/institucional/quem-somos/.
36. CERETTA, P. S., et al. Determinantes da estrutura de capital: uma análise de
dados em painel de empresas pertencentes ao Ibovespa no período de 1995 a
2007. Revista de Gestão USP. 2009, Vol. 16 n. 4, pp. 29 - 43.
37. S&P 500. Encyclopædia Britannica. [Online] [Citado em: 08 de Junho de 2020.]
https://academic-eb-
britannica.ez67.periodicos.capes.gov.br/levels/collegiate/article/S-ampP-500/384803.
38. DIAS, R. S. A Eficiência Da Precificação De Etf No Brasil: Bova11, Xbov11 E
Pibb11. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. 2016. Trabalho de
Conclusão de Curso (MBA em Finanças Empresariais) - UFRJ.
39. LEV, B. e THIAGARAJAN, S. R. Fundamental Information Analysis. Journal of
Accounting Research. 1993, Vol. 31, No. 2, pp. 190 - 215.
40. BROWN, D. P. e JENNINGS, R. H. On Technical Analysis. The Review of
Financial Studies. 1989, Vol. 2 n. 4, pp. 527 - 551.
41. FERREIRA, A. P., GONZALES, A. e SANTOS, F. A. Efeitos de eventual término
da isenção do imposto de renda dentro de fundos de investimento imobiliário.
Revista FATEC Zona Sul. 01 de Fevereiro de 2020, Vol. 6 n.3.
42. MILANI, B. e CERETTA, P. S. Do Brazilian REITs Depend on Real Estate Sector
Companies or Overall Market? Economics Bulletin. 2013, Vol. 33i. 4, pp. 2948 -
2957.
43. MARKOWITZ, H. M. Portfólio Selection. Journal of Finance. 1952, Vol. 7 , 1, pp.
77-91.
44. NAWROCKI, D. N. A brief history of downside risk measures. Journal of
Investing. 1999, pp. 9 - 25.
45. ROY, A. D. Safety first and the holding of assets. Econometrica. 1952, Vol. 20,
n. 3, pp. 431- 449.
46. ANDERSON, S. C. e WINSLOW, D. A. Defining Suitability. Kentucky Law
Journal. 1992, Vol. 81, 1.
60
47. ALMEIDA, A. L. F. e CUNHA, D. P. A. Estudo Do Mercado Brasileiro De Renda
Fixa E O Perfil Do Investidor Brasileiro. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro : s.n., 2017. Projeto de Graduação ( Projeto em Engenharia de
Produção) - UFRJ.
48. Risk. Encyclopædia Britannica. [Online] [Citado em: 13 de Agosto de 2020.]
https://academic.eb.com/levels/collegiate/article/risk/63772.
49. GROSSMAN, S. J. e ZHOU, Z. Optimal investment strategies for controlling
drawdowns. Mathematical Finance. 1993, 3(3), pp. 241-276.
50. CHEKHLOV, A., URYASEV, S. e ZABARANKIN, M. Drawdown measure in
portfolio optimization. International Journal of Theoretical and Applied Finance. 1,
2005, Vol. 8.
51. Standard Deviation. Encyclopædia Britannica. [Online] [Citado em: 22 de Junho
de 2020.] https://academic-eb-
britannica.ez67.periodicos.capes.gov.br/levels/collegiate/article/standard-
deviation/69393#.
52. VARGA, G. Índice de sharpe e outros indicadores de performance aplicados
a fundos de ações brasileiros. Revista de Administração Contemporânea. 01 de
Dezembro de 2001, Vol. 5 n.3, pp. 215-245.
53. VEZERIS, D., SCHINAS, C. e PAPASCHINOPOULOS, G. Profitability edge by
dynamic back testing optimal period selection for technical parameters
optimization, in trading systems with forecasting. Computational Economics.
2018, Vol. 51(4), pp. 761-807.
54. CHUANG, C., et al. Backtesting VaR in consideration of the higher moments
of the distribution for minimum-variance hedging portfolios. Economic Modelling.
2014, Vol. 42, pp. 15-19.
55. RODRÍGUEZ, W. K. e OSSA, A. B. Backtesting del valor en riesgo para los
mercados bursátiles y de divisas latinoamericanas. Investigación económica. 01
de Março de 2014, Vol. 73(287), pp. 37-60.
56. FONSECA, J.J.S. D. Metodologia da pesquisa científica. Universidade Estadual
do Ceará. 2002. p. 127, Apostila (Apostila da Disciplina).
57. SAHIN, C., DE HAAN, J. e NERETINA, E. Banking stress test effects on returns
and risks. Journal of Banking & Finance. Agosto de 2020, Vol. 117.
61
58. LIU, M., MA, T. e ZHANG, Y. Are Short Sellers Informed? Evidence from the
2007–2008 Subprime Mortgage Crisis. Financial Review. Fevereiro de 2012, Vol. 47
(1), pp. 199 - 218.
59. Charles Schwab. [Online] [Citado em: 14 de Junho de 2020.]
https://www.schwab.com.