Cartilha Assédio Moral Sismuc

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Campanha do Sismuc apresenta cartilha para combate do assédio moral no serviço público.

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Esta CARTILHA é um informativo do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), Rua Monsenhor Celso, 225, 9º andar. CEP 80010-150 / Fone/Fax: (41) 3322-2475. E-mail: [email protected]. Site: www.sismuc.org.br. Tiragem: 2.000 exemplares. Jornalista Responsável: Manoel Ramires (DRT 4673) - Jornalistas: Pedro Carrano (Mtb 4492), Phil Batiuk Trindade, Gustavo Henrique Vidal (MTb 5928). ORGANIZAÇÃO, PESQUISA E CONTEÚDO: Guilherme Carvalho, Gustavo Henrique Vidal e Ludimar Rafanhim. EDIÇÃO: Gustavo Henrique Vidal. DIAGRAMAÇÃO E ILUSTRAÇõES: Cltr S Comunicação. IMPRESSÃO: Gráfica Mansão.

DIREÇÃO SISMUC: Coordenação Geral - Ana Paula Cozzolino; Coordenação de Administração - Everson Roberto Schiessel; Coordenação de Finanças - Sônia Nazareth Duarte Cruz; Coordenação de Estrutura - Irene Rodrigues dos Santos; Coordenação de Comunicação e Informática - Adriana Claudia Kalckmann; Coordenação de Assuntos Jurídicos - Rita Choinski Kloster; Coordenação de Formação e Estudo Socioeconômicos – Eduardo Recker Neto; Coordenação de Políticas Sociais Patrícia de Souza Lima; Coordenação de Organização por Local de Trabalho – Cathia Regina Pinto de Almeida; Coordenação de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente – Vera Lucia Armstrong; Coordenação de Aposentados - Salvelina Borges e Natel Cardoso dos Santos; Coordenação de Gênero - Maria Aparecida Martins Santos; Coordenação Juventude João Guilherme Bernardes; Coordenação de Etnia - Dermeval Ferreira da Silva; Coordenação de LGBT - Patrícia Cristina Gonçalves. CONSELHO FISCAL: Arno Emilio Gerstenberger Junior, Augusto Luis da Silva, Icléa Aparecida Alves Mateus, Laurindo Corte Filho, Odilon Adriano de Oliveira, Osni Narestki Renato Alves Ferreira e Paulo Gomes. SUPLÊNCIA DA DIREÇÃO: Alice da Silva, Alzira Isabel Steckel, Elaine Cristina Borba dos Santos, Edilson Aurélio Melo, Giuliano Marcelo Gomes, Ilma Alves Bomfim, João Medeiros Pereira, José Ezael Pott Ferrando, Linda Alice Góes Gregorczuk, Luiz Carlos da Silva, Marlene Aparecida Santos Cazura, Maria Lia Rosa, Mario Barbosa, Mauro Scarmocin, Paula Regina Jardim Campos, Paulo Canova Filho Rita, Sebastião Rodrigues Alves, Simone Anciut Pires, Suely Terezinha de Souza Araújo, Vera Lucia Martins Pio.

EXPEDIENTE

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O QUE É ASSÉDIO MORAL ............................................6

OBJETIVOS DOS ASSEDIADOR .....................................7

AS CONDUTAS MAIS COMUNS .....................................8

ESTRATÉGIAS DO AGRESSOR ................................... 10

FRASES DISCRIMINATÓRIAS FREQUENTEMENTE UTILIZADAS PELO AGRESSOR ................................... 12

PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO MORAL AO TRABALHADOR ....................... 16

VOCÊ ESTÁ SENDO ASSEDIADO? DENUNCIE! ............17

FAÇA A COISA CERTA ................................................. 18

NESTA LUTA VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO! .................. 20

HISTÓRICO DA LUTA CONTRA O ASSÉDIO MORAL NA PMC ...................................... 21

INDÍCE

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Os casos de Assédio Moral estão crescendo fortemente no país. Atualmente são mais de dois mil processos no Tribunal Superior

do Trabalho.O Assédio é uma forma de violência no

trabalho que consiste na exposição prolongada e repetitiva dos trabalhadores a situações vexatórias, constrangedoras e humilhantes, praticadas por uma ou mais pessoas.

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A luta do Sismuc contra a prática é histórica e com a cartilha Assédio Moral: Extermine essa praga do serviço público, o Sindicato pretende orientar a denúncia, ajudando os servidores a compreender como ele é praticado, colaborando para evitar a prática e uma ferramenta para enfrentar a Prefeitura de Curitiba.

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O Ministério do Trabalho classifica toda e qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, escritos, comportamento, atitude, etc.) que, intencional e frequentemente, atinja a dignidade e a integridade física ou psicológica de uma pessoa, ameaçando seus direitos ou degradando o clima de trabalho, como Assédio Moral.

O QUE É ASSÉDIO MORAL

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O principal foco de quem pratica Assédio Moral é o de desestabilizar emocional e profissionalmente a pessoa. Assim, pressiona a vítima a pedir demissão ou sua remoção para outro local de trabalho. Outro aspecto é fazer com que se sujeite passivamente a determinadas condições de humilhação e constrangimento, a más condições de trabalho e o baixo salário.

OBJETIVOS DOS ASSEDIADOR

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Instruções confusas e imprecisas ao trabalhador;

Dificultar a realização do trabalho; Atribuir erros imaginários ao trabalhador; Exigir, sem necessidade, trabalhos urgentes; Ignorar a presença do trabalhador, ou não cumprimentá-lo;

Não lhe dirigir a palavra na frente dos outros, deliberadamente;

AS CONDUTAS

Sobrecarga de tarefas;

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Fazer críticas ou brincadeiras de mau gosto ao trabalhador em público;

Retirar-lhe, injustificadamente, os instrumentos de trabalho;

Agressão física ou verbal, quando estão sozinhos (assediador e a vítima);

Revista vexatória; Restrição ao uso de sanitários; Ameaças; Insultos; Isolamento.

MAIS COMUNS

Impor horários injustificados;

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Escolher a vítima e isolar do grupo. Impedir de se expressar e não explicar o porquê. Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos colegas.

Culpabilizar/responsabilizar publicamente, podendo os comentários de sua incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar.

ESTRATÉGIAS

Desestabilizar emocional e profissionalmente. A vítima gradativamente vai perdendo simultaneamente sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho.

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Livrar-se da vítima que são forçados/as a pedir demissão ou são demitidos/as, frequentemente, por insubordinação.

Impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade.

DO AGRESSOR

Destruir a vítima (desencadeamento o agravamento de doenças pré-existentes). A destruição da vítima engloba vigilância acentuada e constante. A vítima se isola da família e amigos, passando muitas vezes a usar drogas, principalmente o álcool.

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Você é mesmo difícil! Não consegue aprender as coisas mais simples! Até uma criança faz isso e só você não consegue!

É melhor você desistir! É

muito difícil e isso é pra quem tem garra!! Não

é para gente como você!

Se participar da greve, vou tirar seu PPQ ou reduzir sua nota no estágio probatório.

Aqui não é lugar para doente. Aqui você só atrapalha!

Se você não quer trabalhar, por que não dá o lugar pra outro?

FRASES DISCRIMINATÓRIAS FREQUENTEMENTE UTILIZADAS PELO AGRESSOR

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Teu filho vai colocar comida em sua casa? Não pode sair! Escolha: ou trabalho ou toma conta do filho!

Lugar de doente é no hospital! Aqui é pra trabalhar.

Ou você trabalha ou você vai ao médico. É pegar ou largar. Não preciso de funcionário indeciso como você!

Pessoas como você... Está cheio aí fora!

Você é mole, frouxo! Se você não tem capacidade para trabalhar, então porque não fica em casa? Vá pra casa lavar roupa!

Não posso ficar com você! A gente precisa de quem dá produção! E você só atrapalha!

Reconheço que foi acidente, mas você tem de continuar trabalhando! Você não pode ir a médico! O que interessa é a produção!

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É melhor você pedir demissão. Você está doente! Está indo muito a médicos!

Para que você foi a médico? Que frescura é essa? Tá com frescura? Se quiser ir pra casa de dia, tem de trabalhar à noite!

Não quer trabalhar? Fique em casa! Lugar de doente é em casa! Quer ficar folgando, descansando, de férias pra dormir até mais tarde.

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Se não pode pegar peso, fazem piadinhas: “Ah! Tá muito bom para você! Trabalhar até às duas e ir para casa. Eu também quero essa doença!”

Não existe lugar aqui pra quem não quer trabalhar!

Se você ficar pedindo saída eu vou ter de transferir você, de posto de trabalho, de horário...

Seu trabalho é ótimo, maravilhoso, mas neste momento não preciso de você!

Como você pode ter um currículo tão extenso e não consegue fazer essa coisa tão simples?

Vou ter de arranjar alguém que tenha uma memória boa, pra trabalhar comigo, porque

você... Esquece tudo!

Ela faz confusão com tudo. É muito encrenqueira! É histérica! É mal casada! Não

dormiu bem, é falta de ferro!

Vai ver que brigou com o marido!

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PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO MORAL AO TRABALHADOR

Aumento da pressão arterial

Crises de choro Depressão Diminuição da libido

Distúrbios digestivos

Dor de cabeça Dores generalizadas

Falta de apetite Falta de ar Ideia de suicídio Insônia ou sonolência excessiva

Palpitações, tremores

Passa a beber Sede de vingança Sentimento de inutilidade

Síndrome do Pânico Tentativa de suicídio

Tonturas

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VOCÊ ESTÁ SENDO ASSEDIADO?

DENUNCIE!

O Assédio Moral pode ser resolvido por via administrativa ou judicial. Por isso é preciso que se conheça bem seus direitos. Denúncia e o confronto são necessários para acabar com as agressões, ter a paz de espírito e autoestima resgatada.

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Acumular as provas, estar atento e denunciar as retaliações posteriores à denúncia. A vítima deve buscar aconselhamento, pois assim, conseguirá se fortalecer e começará a repelir as agressões, bem como descobrirá que provas são úteis: comprovantes de trocas de correspondências, e-mails, bilhetes, portarias, ordens escritas, despachos, testemunhas.

FAÇA A COISA CERTA

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Garanta provas do assédio que está sofrendo

A manutenção de um diário com datas e horários das frases e filmagens, permite uma

posterior narrativa dos fatos na ordem cronológica, demonstrando a evolução do assédio.

É importante o registro de eventuais testemunhas gravações de diálogos entre

vítima e agressor, para que não restem dúvidas. Após a coleta

de provas, o caso deve ser analisado com a

vítima, para se verificar que

medidas serão

tomadas.

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A melhor forma de combate ao Assédio Moral é a coletiva e a solidária, e sua melhor arma nessa

luta é Sismuc, intermediando os casos com a PMC, levando ao fim do silêncio, da negação dos fatos e responsabilizando quem pratica o assédio.

Ao exigirem o cumprimento de metas e produtividade de seus trabalhadores, chefias mal preparadas criam servidores doentes e desmotivados, má qualidade do serviço e do atendimento. O servidor também pode contar com delegados sindicais e diretores nos locais de trabalho que podem conversar com a chefia sobre a situação.

NESTA LUTA VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO!

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A luta contra o assédio moral na Prefeitura de Curitiba é uma Pauta de Reivindicação histórica do Sismuc. Nos últimos anos esta prática tem sido intensificada devido ao modelo de gestão neoliberal implantado na prefeitura que prevê o aumento da produtividade por meio do incentivo à competitividade entre os servidores, premiação por lealdade aos chefes e para evitar que os servidores se envolvam com atividades sindicais.

Em 2005, depois de muita luta, o Sismuc conseguiu, por meio da vereadora Professora Josete (PT), apresentar um projeto de lei para reconhecer e evitar o assédio moral no serviço público municipal de Curitiba. A proposta acrescia incisos e parágrafos aos artigos 208 e 217 da Lei nº. 1.656, de 21 de agosto de 1958 – o Estatuto do Servidor Público Municipal. Pelo texto sugerido, as chefias ficariam proibidas de promover atos de assédio moral no âmbito da administração pública municipal direta, indireta e fundações públicas.

A proposta define assédio moral como “todo tipo de ação, gesto ou palavra que atinja,

HISTÓRICO DA LUTA CONTRA O ASSÉDIO MORAL NA PMC

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pela repetição, a auto-estima e a segurança de um indivíduo, fazendo-o duvidar de si e de sua competência, implicando em dano ao ambiente de trabalho, à evolução profissional ou à estabilidade do vínculo empregatício”.

Em seguida, relaciona uma série de ações que podem ser consideradas como assédio moral. Entre elas: marcar tarefas com prazos impossíveis; passar alguém de uma área de responsabilidade para funções triviais; tomar crédito de ideias de outros; ignorar ou excluir um funcionário só se dirigindo a ele através de terceiros; sonegar informações de forma insistente; espalhar rumores maliciosos; criticar com persistência; e subestimar esforços.

Quanto à punição a quem cometer assédio moral, o projeto prevê que a pena de suspensão a que o funcionário estaria sujeito segundo o Estatuto, poderia “ser convertida em frequência a programa de aprimoramento e comportamento funcional, ficando o servidor obrigado a dele participar regularmente, permanecendo em serviço”.

SEGUNDA vEZA medida foi à votação na câmara municipal apenas em 2008, devido às tentativas dos vereadores da situação de barrar o trâmite do

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projeto. Porém, o então prefeito Beto Richa (PSDB) vetou a iniciativa. Esta foi a segunda vez que uma proposta que tenta coibir o assédio moral no serviço público de Curitiba é vetada por um prefeito. Anteriormente, projeto do então vereador Tadeu Veneri (PT) havia sido derrubado pelo ex-prefeito Cassio Taniguchi (DEM).

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