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Série Agronegócios
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Conhecendo a Cana-de-Açúcar
Introdução
Escolha da Área para Plantio
Época de Plantio
Adubação e Calagem
Preparo do Solo
Etapas de Plantio
Controle de Invasoras
Tratos da Cana Soca
Boas Práticas Ambientais na Produção de Derivados de Cana
Por que Cuidar do Meio Ambiente?
Obrigações Legais
Localização
Falando de Poluição
Resíduos das Etapas de Produção
Outros Resíduos
Uso de Águas Superficiais e Subterrâneas
Lançamento de Efluentes
Dicas Finais de Boas Práticas Ambientais
Propaganda
Definições Importantes
Documentos de Referência
Bibliografia Utilizada
Colheita
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Sum
ário
© 2007, Sebrae/RS
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio Grande do Sul.
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Boas práticas ambientais no cultivo e na produção de derivados
de cana-de-açúcar / Sandra Simoni Callegaro Hatje. -- Porto Alegre:
Sebrae/RS, 2007.
60p. ; 21cm (Série Agronegócios)
1.Agronegócios 2. Cana-de-açúcar I. Título II. Hatje, Sandra
Simoni Callegaro
CDU 658.56
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
A cultura da cana-de-açúcar é considerada por muitos uma
cultura rústica e, por isso, às vezes imagina-se que não há
necessidade de um manejo planejado e com conhecimento técnico
da lavoura para que sejam obtidos bons rendimentos.
Isso não é verdade. Apesar da rusticidade da cultura, o manejo
adequado da lavoura proporciona maior produtividade, com a
possibilidade de maiores lucros.
Como nas demais culturas, na cana-de-açúcar, todas as etapas
do cultivo são extremamente importantes, desde a escolha da área
de plantio até o momento adequado para a colheita. O correto
manejo da lavoura permite produzir uma matéria-prima
padronizada e de melhor qualidade, possibilitando a produção de
melhores derivados e a maior aceitação no mercado.
Assim, desenvolvemos esta cartilha com informações básicas,
porém muito importantes para que você possa aproveitar ao
máximo sua lavoura de cana.
Outro tema que iremos tratar é o impacto ambiental gerado
pela produção de derivados de cana, ou seja, os impactos
ambientais decorrentes dos processos de transformação da cana-
de-açúcar em cachaça, melado ou açúcar mascavo. Esses processos
geram resíduos que podem poluir o meio ambiente. As dicas que
elaboramos visam reduzir os efeitos desses impactos no meio
ambiente, possibilitando preservá-lo para as futuras gerações, além
de gerar economia na compra de insumos para a lavoura. Sabemos
que, atualmente, a responsabilidade ambiental é cada vez mais
valorizada, com isso, poderemos identificar novas oportunidades
de valorizar nosso produto.
Aproveite ao máximo as dicas contidas neste material. Com
ele, você poderá produzir melhor e agregar valor a seus produtos.
Venda essa idéia aos seus clientes e parceiros.
Boa leitura!
Intr
oduçã
o Conhecendo a Cana-de-Açúcar
Para manejar adequadamente a cultura da cana-de-açúcar,
precisamos conhecer as suas características. Dessa forma, preparamos
informações importantes para o cultivo e manejo da cana, que você
verá a seguir:
A cana-de-açúcar (Sacchrum) é uma planta pertencente à família
das gramíneas. Do plantio ao primeiro corte, é conhecida como cana
planta. Enquanto há rebrota da soqueira, é chamada de cana soca. Um
canavial depois de implantado pode permanecer produtivo por muitos
anos.
C A N A - D E - A Ç Ú C A R
Botânica da Cana-de-Açúcar
Botanicamente, está dividida em:
Raiz: é do tipo cabeleira – 85% do sistema radicular encontram-se
nos primeiros 50cm do solo. O sistema radicular da cana se renova a
cada corte dado no canavial, ao mesmo tempo em que as raízes
existentes perdem a função.
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Rizoma: é a parte subterrânea dos colmos. É dividida em nó e
entrenós. Em cada um dos nós, há uma gema, que brota e dá origem
ao perfilho.
Colmos: são cilíndricos, divididos em nós e entrenós. Dos nós,
partem as folhas e encontram-se as gemas. Nos entrenós, são
armazenadas as reservas na forma de sacarose.
Gemas: localizadas nos nós, são responsáveis pelos brotos, sendo
a parte reprodutiva da cana. As gemas mais novas presentes na ponta
da cana brotam com maior facilidade.
Folhas: dispostas no colmo alternadamente, possuem formato de
lança. Estão divididas em bainha e lâmina foliar.
Inflorescência: flor hemarfrodita do tipo panícula, mas não há
formação de sementes.
Estágios de Desenvolvimento
A cana-de-açúcar apresenta três estágios de desenvolvimento:
Vegetativo: a fotossíntese é realizada tendo em vista o
crescimento da planta. Nessa fase, quase todo o material sintetizado é
empregado para a constituição dos tecidos em crescimento. Nesse
estágio, o acúmulo de açúcares é mínimo, assim, podemos dizer que a
cana está verde.
Maduro: à medida que a cana se aproxima do seu máximo de
crescimento, o acúmulo de açúcares como material de reserva
aumenta, chegando a um ponto em que o teor sacarino atinge o
máximo. A cana, nesse caso, está madura.
Passado: depois de madura, a cana tende de novo a entrar em
período vegetativo. Os seus açúcares, acumulados como reservas,
começam a ser gastos para o novo crescimento da planta. Nessa fase, a
cana é chamada de passada.
Exigências Climáticas
Em termos de exigências climáticas, a cana apresenta uma
particularidade importante, além das necessidades de temperatura e
umidade descritas na tabela 1: precisa de alta luminosidade, pouca
incidência de ventos e baixo risco de geadas.
Tabela 1: Exigência da cana-de-açúcar em relação à temperatura e umidade.
Estágios de Desenv. Temperatura Precipitação
Vegetativo 25 a 26°C 1000 a 3000mm/ano
Maturação Menor que 20°C Períodos de seca
Escolha da Área para Plantio
A cana-de-açúcar é uma cultura rústica e de fácil cultivo em
pequenas propriedades, entretanto, as características da área de
plantio são decisivas na determinação da produtividade.
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 020706
Devem ser evitados solos com as seguintes características:
profundidade menor que 1,0 metro;
lençol freático alto;
excessivamente argiloso, com má drenagem;
excessivamente arenoso;
excessivamente declivoso;
com baixa fertilidade.
Solos
Solos com declividade superior a 15% limitam o uso de
mecanização ao mesmo tempo em que estão mais propícios à erosão.
Esse tipo de solo pode ser utilizado para o cultivo da cana, desde que
algumas medidas de controle da erosão sejam tomadas.
Topografia
Medidas que visam reduzir os riscos de erosão:
Cultivo em nível: realizar a abertura dos sulcos respeitando o nível
do terreno a fim de evitar que a água escorra pelo sulco ou pela linha
de cana.
Cultivo em faixas: implantar no primeiro ano algumas linhas de
cana com espaçamento de 10 metros entre linha, cultivando a
entrelinha com outras culturas. No ano seguinte, completar a área
com cana.
Cultivo mínimo: realizar o preparo do solo com seis meses de
antecedência, implantar culturas de adubação verde e posteriormente
implantar a cana sobre a palhada, realizando apenas a prática de
abertura do sulco.
Áreas de Preservação Permanente (APP)
Essas áreas não devem ser cultivadas com cana-de-açúcar, pois são
áreas protegidas, cobertas ou não por vegetação nativa, com a função
ambiental de preservar:
os recursos hídricos;
a paisagem;
a estabilidade geológica;
a biodiversidade;
o fluxo gênico de fauna e flora;
proteger o solo;
assegurar o bem-estar da população humana.
As APP's são florestas e demais formas de vegetação natural
situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água, desde o seu
nível mais alto em faixa marginal (cuja largura mínima é de 30 metros
para cursos d'água com menos de 10 metros de largura), chegando até
a 500 metros para cursos d'água com mais de 600 metros de largura.
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 0908
Canavial
Canavial
Canavial
Canavial
Canavial
Canavial
Essa vegetação localizada em APP também é conhecida como
mata ciliar. É de fundamental importância para a manutenção da
diversidade da flora e fauna, contenção do assoreamento de recursos
hídricos, preservação das margens e da qualidade ambiental de corpos
d'água.
Respeitar essas distâncias é uma das maiores dificuldades, além de
a proximidade entre as unidades de produção e os cursos d'água
aumentarem os riscos ambientais, podendo acarretar multas e até o
fechamento da atividade pelos órgão ambientais.
Com o aumento do tamanho das áreas agricultáveis, surgiram
impactos pouco percebidos anteriormente. É o caso da abertura de
estradas mais largas e a terraplenagem da área com corte da
vegetação, em muitos casos, a nativa e sem licenciamento.
Época de Plantio
Supressão de vegetação em APP:
É proibido o corte parcial ou total das matas ciliares e da vegetação
de preservação permanente.
Exceções:
Utilidade pública ou de interesse social.
Condições:
Licenciamento do órgão competente;
Compensação por meio da preservação de ecossistema
semelhante em área que garanta a evolução e a ocorrência de
processos ecológicos.
No Rio Grande do Sul, a cana-de-açúcar pode ser plantada em
duas épocas: de janeiro a março e de setembro a outubro.
Cana-de-Açúcar de Ano e Meio
Plantada de janeiro a março e colhida a partir de julho do ano
seguinte.
Vantagens:
Melhor brotação devido ao calor;
Maior tempo para o crescimento vegetativo;
Melhor distribuição da mão-de-obra;
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Melhor escalonamento da colheita;
Maior produtividade na cana planta.
Desvantagens:
Risco de estiagem no período de plantio, prejudicando a brotação;
Risco de geada no inverno, ocasionando a necessidade de corte da
cana.
Cana-de-Açúcar de Ano
Plantada de setembro a outubro e colhida na mesma época do
ano seguinte.
Vantagens:
Produz mais rápido o primeiro corte;
Melhor brotação da soca.
Desvantagens:
Menor tempo para desenvolvimento;
Menor produtividade.
Adubação e Calagem
Solos com baixa fertilidade natural precisam ser corrigidos e
adubados, pois os nutrientes são essenciais para o crescimento e
desenvolvimento dos vegetais e para inúmeras reações metabólicas da
planta até a produção do produto final (açúcar) de interesse
econômico. Para calcular a necessidade de calcário e adubação, é
necessário ter em mão a análise de solo da camada de 0-20cm de
profundidade, amostrada conforme orientação técnica e interpretada
por um profissional da área.
Calagem
O pH do solo ideal para o desenvolvimento da cana é 6. A maneira
mais fácil, correta e economicamente viável de corrigir a acidez do solo
é através da prática de calagem (aplicação de calcário).
Solos com pH fora da faixa de 5 a 8 são limitantes ao
desenvolvimento de várias espécies e responsáveis por baixa
produtividade. Isso deve-se ao prejuízo causado à capacidade de
absorção de nutrientes pelas plantas.
Benefícios da prática da calagem, que aumenta:
A mineralização da matéria orgânica e conseqüentemente a
disponibilidade de nutrientes;
A disponibilidade de cálcio e magnésio;
A disponibilidade de fósforo e molibdênio, presentes em formas
fixadas no solo;
A fixação simbiótica de nitrogênio;
Procure sempre um técnico para que ele possa passar a orientação correta do preparo do solo.
Importante:
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A atividade das bactérias nitrificadoras;
A eficiência da adubação;
A produtividade.
Para a correção de solos com pH inferior a 6,0, você deve aplicar
calcários dolomíticos, ou seja, que possuem na sua composição mais
de 5% de magnésio, nutriente importante para o desenvolvimento das
plantas.
É importante que você aplique a quantidade recomendada com
no mínimo três meses de antecedência a implantação da cana-de-
açúcar. Esses cuidados possibilitam que a cana-de-açúcar seja
implantada em condições ideais para o seu desenvolvimento.
Adubação
A adubação tem por objetivo elevar o teor dos nutrientes no solo
para níveis considerados adequados à cultura da cana-de-açúcar,
aumentando, assim, seu potencial de rendimento;
Para isso, a adubação deve ser realizada no momento
recomendado e nas quantidades necessárias, caso contrário, o
acúmulo de sacarose (doçura da cana) pode ser comprometido,
principalmente pelo nitrogênio;
A necessidade é calculada a partir da análise do solo e da
expectativa de colheita. Ou seja, maior produtividade demanda maior
quantidade de nutrientes;
A adubação deve ser realizada no momento do plantio, tomando
cuidado para o fertilizante não ficar em contato com as mudas, o que
pode causar a queima de mudas;
A adubação nitrogenada deve ser fracionada, ou seja, você deve
aplicar 20% no plantio e o restante em cobertura até no máximo 90
dias após o plantio para não comprometer a maturação da cana;
Em solos arenosos, a adubação com potássio também deve ser 2fracionada, aplicando-se / no plantio e o restante em cobertura a fim 3
de evitar perdas;
A reposição de fertilidade pode ser realizada de diversas formas:
adubação verde, adubação química, adubação orgânica ou pelo uso
de resíduos da cana-de-açúcar. Você pode adotar mais de um tipo de
fertilizante ao mesmo tempo.
Adubação química: fertilizantes adquiridos em formulações
preestabelecidas, podem ser utilizados como única fonte de nutrição
da planta, no entanto, não aumentam a matéria orgânica ou
melhoram a vida do solo.
Adubação orgânica: rica em nitrogênio, deve ser utilizada de
forma moderada, geralmente associada a outras formas de adubação
para não prejudicar o acúmulo de sacarose pela planta.
Adubação verde: o cultivo de plantas consideradas melhoradoras
de solo contribui para o aumento da fertilidade através da reciclagem
de nutrientes e também apresentam como vantagens:
controle de erosão;
controle de invasoras;
reciclagem de nutrientes;
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elevação da atividade microbiana;
elevação da retenção de água no solo.
Preparo do Solo
Adubação com resíduos da indústria da cana: o subproduto
gerado na agroindústria (álcool e cachaça) em maior quantidade é o
vinhoto. Fonte de potássio, nitrogênio e fósforo, o vinhoto, após
tratamento adequado, é uma alternativa interessante para
substituição de parte da adubação química, com redução dos custos
de produção, além de ser realizada a destinação adequada aos
resíduos.
O preparo do solo para a cultura de cana-de-açúcar deve ser muito
bem executado, pois o canavial vai permanecer no mesmo terreno por
um período mínimo de quatro anos, sofrendo, nesse período, apenas
tratos culturais superficiais.
É importante que o preparo seja realizado o mais profundo
possível, no mínimo, 20cm de profundidade.
Finalidade do preparo do solo:
melhor aeração do solo;
maior penetração de água;
maior enraizamento da planta;
menor índice de tombamento de plantas;
melhor aproveitamento dos nutrientes;
destruição e incorporação das plantas daninhas, remanescentes
de cultura anterior;
descompactação do solo;
melhor brotação e desenvolvimento da planta.
Subsolagem: tem por objetivo remover os restos da cultura
anterior, incorporando-se ao solo, tornando-o menos compactado,
aumentando a aeração e facilitando o desenvolvimento do sistema
radicular.
Aração: a aração tem por finalidade diminuir a dureza do solo,
facilitando a circulação da água e do ar e a penetração das raízes.
Contribui ainda para a incorporação das raízes, da vegetação existente
e dos restos da cultura anterior.
Práticas Executadas no Preparo do Solo
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 021716
Gradagem: tem por objetivo destorroar e uniformizar o terreno
arado, além de eliminar ervas rebrotadas. Você deve gradear em
sentido cruzado e, de preferência, com o terreno ligeiramente
umedecido. O número de gradagem é determinado pelo tamanho dos
torrões e pela quantidade de mato no terreno.
Você deve considerar duas situações distintas de preparo do solo:
a de um terreno que será plantado pela primeira vez com cana-de-
açúcar e a de um terreno já cultivado com cana-de-açúcar (renovação
do canavial).
Terreno a ser Plantado pela Primeira Vez
Você deve fazer as operações de desmatamento, destoca,
enleiramento de restos, queima e desenraizamento no caso de
terrenos cobertos por florestas naturais ou artificiais, inclusive
frutíferas.
No caso de terreno com restos de uma cultura anual qualquer,
você deve realizar a aração ou subsolagem para destruir e incorporar
restos das culturas.
Etapas do preparo:
uma aração profunda;
uma gradagem média.
Desmatamento: conforme o Código Florestal Estadual, as
florestas nativas e demais formas de vegetação natural de seu interior
são consideradas bens de interesse comum, sendo proibido o corte e a
destruição parcial ou total dessas formações sem autorização prévia
do órgão florestal competente.
A autorização para a exploração das florestas nativas somente
será concedida através de sistema de manejo em regime jardinado,
não sendo permitido o corte raso, havendo a obrigatoriedade de
reposição nos termos dessa lei.
Descapoeiramento:
modalidade de manejo florestal prevista no Código Florestal
do RS;
corte raso de vegetação nativa sucessora formada,
principalmente, por espécies pioneiras com até 3 (três) metros de
altura (50% das árvores com DAP < 12cm);
não pode ocorrer em área de preservação permanente, de reserva
legal ou florestal;
não pode ser autorizado para espécies imunes ao corte, previstas
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em lei, ou para a comunidade vegetal em que estão inseridas;
a licença é fornecida pelo Departamento de Florestas e Áreas
Protegidas - DEFAP.
Terreno já Cultivado com Cana-de-Açúcar
É recomendada uma operação de aração para incorporar ao solo
restos de culturas (palhiço).
Resolvido o problema do palhiço, você deve fazer uma aração para
cortar raízes e rizomas da soca anterior, trazendo para a superfície do
solo esse material para que sofra desidratação. O material deve ficar
exposto ao sol por, no mínimo, uma semana para desidratar bem.
Depois disso, faça uma gradagem leve para picar bem esse material e
incorporá-lo ao solo, facilitando sua decomposição.
Cerca de um mês antes do novo plantio, deve ser feita uma aração
profunda seguida de uma gradagem para destorroamento.
O preparo do solo mal executado dificulta a penetração das raízes,
fazendo com que elas se desenvolvam superficialmente, dificultando o
acesso das raízes ao potássio, que está presente em maior quantidade
em camadas mais profundas do solo.
Etapas de Plantio
A sulcação deve ser feita na ocasião do plantio. É importante você
não realizar com antecedência para conservar a umidade do solo a fim
de favorecer a brotação e evitar o reenchimento do sulco pela chuva.
Tome cuidado quanto ao equipamento utilizado para evitar a
formação de canaleta no fundo do sulco onde vai se alojar o tolete,
pois, mesmo com a cobertura de terra, o tolete não fica em contato
direto com o solo, havendo quebra de capilaridade e
conseqüentemente redução de umidade.
A profundidade deve ser de 20 a 30cm, com a finalidade de
Sulcação
Espécies protegidas de corte no RS:
As espécies a seguir são protegidas de corte no RS e somente
podem ser cortadas por meio de autorização legal e com a devida
compensação ambiental.
Araucaria angustifolia (Araucária);
Ficus organensis (Figueira);
Erythrina crista-galli (Corticeiro-do-banhado);
Erythrina falcata (Corticeiro-da-serra);
Dicksonia sellowiana (Xaxim);
Zanthoxylum hyemale (Inhanduvá);
Prosopis nigra (Algarrobo);
Euterpe edulis (Palmito);
Ocotea odorifera (Canela-sassafrás);
Orquídeas;
Bromélias.
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proporcionar um enraizamento mais profundo. É importante,
entretanto, que o preparo do solo tenha atingido essa profundidade.
Espaçamento Entrelinhas
Densidade de Gemas no Sulco
Para o cultivo com tração animal, é recomendado o espaçamento
de 1,0 metro entrelinha. Com esse espaçamento, se obtém maior
produtividade. Para o cultivo mecanizado, recomenda-se adotar como
espaçamento a distância entre os rodados do trator utilizado nas
operações de capina e transporte. Dessa forma, evita-se o pisoteio na
linha de cana-de-açúcar.
O ideal é trabalhar com uma distribuição de 12 a 16 gemas por
metro linear de sulco, dependendo da variedade utilizada.
Mudas:
São necessárias de 8 a 10 toneladas de colmo para se plantar um
hectare. As melhores mudas são as oriundas de cana planta com idade
média de 10 a 12 meses;
Você deve transportar a muda para o local de plantio com a
manutenção das folhas, porém despontadas. As folhas têm a
finalidade de proteger as gemas durante o transporte e manuseio. O
ideal é cortar as mudas e plantá-las imediatamente;
A despalha das mudas antes do plantio normalmente não é feita,
já que no manuseio as folhas se soltam e as que, por ventura,
permanecem não prejudicam a germinação das gemas, quando o
plantio é feito com boa condição de umidade;
As mudas devem ser picadas em toletes de três gemas,
desconsiderando as gemas danificadas e os gomos bloqueados;
Você deve cortar os toletes com facões desinfetados em solução
de creolina ou outro desinfetante para evitar contaminação por
diversas doenças transmitidas pelos facões;
As canas também podem ser espalhadas inteiras no sulco. Depois
devem ser picadas dentro do sulco, em toletes de aproximadamente
três gemas, o que contribui para a melhor brotação das mudas.
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 022322
Cobertura das Mudas
Métodos de Controle
A cobertura das mudas pode ser feita com implementos
apropriados ou com enxadas, colocando-se de 5 a 10cm de terra sobre
os toletes para promover melhor enraizamento e facilitar a
emergência.
Essa prática é muito importante, já que as invasoras podem
proporcionar perdas significativas no rendimento. As invasoras devem
ser controladas, principalmente, nos primeiros 100 dias pós-plantio,
que é considerado o período crítico de competição.
A capina pode ser feita de forma manual, mecânica, cultural ou
química.
Manual: você deve utilizar a enxada para a eliminação das ervas
daninhas. Geralmente, são suficientes três a quatro capinas, do plantio
até o fechamento da lavoura.
A capina manual é executada apenas em pequenas propriedades
que não dispõem de outros recursos devido ao baixo rendimento e à
demanda intensa de mão-de-obra, o que torna seu custo elevado.
Controle de Invasoras
Mecânico: você pode utilizar cultivadores por tração animal ou
mecânica sem problemas, já que os cultivadores têm ação superficial e
não afetam as raízes da cana-de-açúcar. No entanto, esse método
controla as invasoras apenas na entrelinha, o que torna necessária a
capina manual na linha de cana-de-açúcar.
Procure evitar o lançamento de muita terra dentro do sulco, pois,
com o sulco aterrado, ocorre a brotação superficial da soca e
conseqüentemente a redução da vida útil do canavial. Para isso, deve
ser realizada a capina quando as invasoras estiverem pouco
desenvolvidas.
Cultural: o rápido desenvolvimento da cana-de-açúcar provoca o
abafamento das invasoras, reduzindo os prejuízos devido à
competição. No entanto, para obter-se o bom desenvolvimento
vegetativo da cana-de-açúcar, você deve:
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 022524
preparar bem o solo;
plantar em solo com umidade suficiente para a brotação da cana
semente;
plantar na época recomendada;
plantar mudas de cana selecionada;
usar a densidade ideal de planta;
adubar corretamente o solo.
Essas práticas darão condições para que a cultura cresça com
maior rapidez que as ervas daninhas, levando vantagem na
competição.
Químico: consiste na aplicação de substâncias químicas que
eliminam as ervas daninhas sem causar danos à cultura da cana-de-
açúcar. Essas substâncias são denominadas herbicidas.
Existem no comércio diversos herbicidas recomendados para a
cultura da cana-de-açúcar, no entanto, a grande maioria é de ação
pós-emergente (deve ser aplicada antes da emergência da invasora).
Dessa forma, devemos conhecer o histórico da área cultivada com
cana-de-açúcar e escolher esse método de controle antes da instalação
das invasoras. Os herbicidas devem ser recomendados por um
engenheiro agrônomo.
realizar a tríplice lavagem;
armazenar temporariamente em local adequado;
Destino das Embalagens de Agrotóxicos
Época da Colheita
destinar para locais credenciados.
Você deve iniciar a colheita pela limpeza e pelo corte, seguidos
pelo carregamento e transporte da cana para a indústria.
É importante colher a cana quando ela estiver madura. Nessa fase,
o teor de sacarose atinge o máximo e será obtido o máximo
rendimento industrial.
Não devemos cortar a cana verde, pois isso contribui para a
produção de metanol na cachaça, que possui alta toxidade, podendo
provocar, inclusive, cegueira e morte.
Para identificar se a cana está madura, devem ser observados
os seguintes aspectos:
Aparência do canavial: se as folhas apresentam coloração verde-
amarela e desprendem-se do colmo, indicam que a cana está madura;
Idade do canavial: a idade é um critério para identificar o ponto
de maturação. Para isso, é importante conhecer o ciclo da variedade
(precoce, médio ou tardio);
Medição do brix: a cana pode ser colhida quando o brix do caldo
for igual ou superior a 18%. Essa medição pode ser realizada com o
uso do refratômetro (um aparelho usado no campo para determinar o
brix do caldo da cana) ou pelo sacarímetro (aparelho usado na
indústria para medir a doçura do caldo).
Colheita
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Limpeza da Cana
Despalha Manual
Queima de Canaviais
Corte da Cana
Resíduos do Corte
A limpeza deve ser uma preocupação constante, visando à
obtenção de um caldo rico em açúcar e livre de impurezas.
Durante a operação de corte, a cana deve ser despalhada. Essa
operação pode ser realizada manualmente. Esse tipo de despalha é
preferido pelas agroindústrias pelo fato de que a cana leva consigo
microrganismos (fermentos selvagens) que podem prejudicar a
fermentação se for para produção de cachaça.
A despalha pelo fogo é proibida porque, além de ser prejudicial
para o meio ambiente, também é prejudicial para a qualidade dos
derivados da cana;
A queima de canaviais é um fator prejudicial à qualidade do
produto e ao meio ambiente, acelerando a inversão da sacarose em
glicose e frutose. Além disso, para a produção de cachaça, pode
acarretar o acúmulo de cinzas nas dornas de fermentação, interferindo
negativamente nesse processo e alterando substancialmente o paladar
do produto;
Essa prática elimina grande parte da matéria orgânica e dos
nutrientes do solo, contribuindo para a erosão;
Polui o ar através do lançamento de cinzas, gases e fuligem.
Garanta que os colmos sejam cortados o mais rente possível do
solo, buscando, com isso, um maior rendimento da cana por área. O
que é mais importante: a brotação resistente e sadia dos rizomas que
ficaram sob o solo.
A ponta, depois do corte da cana madura, representa em média
8% em peso, isto é, no caso de cana crua (sem queima), para cada
tonelada, são produzidos cerca de 80kg de matéria verde;
O mais comum, na pequena indústria, é deixar esse material secar
ao sol, no campo, e ser utilizado como cobertura morta no canavial,
entretanto, o palmito e a folha da cana podem ser utilizados na
alimentação de ruminantes (bovinos). Nesse caso, o material ainda
verde é passado em ensiladora (picadeira de capim) e colocado
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 022928
diretamente nos cochos. O palmito é pobre do ponto de vista
nutricional, no entanto, é utilizado como volumoso, enriquecido com
uréia e outros nutrientes, na alimentação do gado bovino.
Quando falamos de tratos culturais da cana soca, falamos dos
cuidados que devemos ter com a cultura da cana-de-açúcar após cada
corte realizado no canavial, como forma de manter bons rendimentos
na colheita.
Após cada corte de cana, resta no terreno muita massa vegetal
(ponteiras + palhiço). A presença dessa palha dificulta os tratos
culturais a serem realizados na soca e retarda a brotação da soqueira.
Por isso, o enleiramento é necessário. Esse enleiramento pode ser feito
de forma manual ou mecânica.
Essa operação deve ser realizada até 30 dias após o corte. Podem
ser utilizados cultivadores simples, tração animal ou trator, com
objetivo de romper o solo e melhorar a aeração e infiltração de água.
A adubação química deve ser feita antes do revolvimento do solo,
o que ajuda na incorporação do adubo. No caso de utilização de
vinhoto, ele deve ser aplicado após o revolvimento do solo pela
passagem do cultivador.
Tratos da Cana Soca
Boas Práticas Ambientais na Produção de Derivados de Cana
Enleiramento do Palhiço
Revolvimento do Solo nas Entrelinhas
Adubação da Soqueira
Esta parte da cartilha tem como objetivo apresentar dicas possíveis
de serem colocadas em prática e que podem auxiliar na obtenção de
benefícios ambientais e de retornos financeiros para os produtores e
fabricantes de derivados de cana-de-açúcar. As dicas são relacionadas
às boas práticas e ao manejo adequado dos resíduos, emissões e
efluentes gerados nessas atividades.
A adoção dessas práticas possibilitará:
evitar a poluição e a perda da qualidade ambiental de mananciais
hídricos, considerando o uso das águas superficiais e subterrâneas da
bacia hidrográfica regional;
aproveitar os resíduos como compostos orgânicos, fonte de
energia e alimentação animal;
minimizar a poluição das águas, do solo e do ar,
conseqüentemente, evitando a contaminação da cadeia alimentar;
garantir o equilíbrio e a integração dessas atividades com a
sociedade e o meio ambiente.
Consulte um técnico para que ele possa orientá-lo sobre a quantidade de vinhoto que pode ser aplicado na área.
Importante:
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 023130
Boas práticas:
Devemos atender às normas legais, o que repercutirá no sucesso
das vendas de um produto de qualidade e ambientalmente correto,
sobretudo, para um mercado exigente, devendo direcionar o sistema
produtivo para o uso racional dos recursos naturais.
Houve um tempo em que as pessoas não se preocupavam com o
meio ambiente. Faziam uso dos recursos naturais sem o menor
cuidado, não se importando se eles iriam acabar ou se tornarem
impróprios para usos futuros. Atitudes como essas estão produzindo
tristes conseqüências, que hoje procuramos reverter.
Cuidar do meio ambiente deixou de ser uma escolha pessoal e
passou a ser uma necessidade coletiva. As cidades e empresas, cada
vez mais, são chamadas a assumir a sua responsabilidade em relação
ao meio ambiente. Mas quem pensa, decide e faz não são as cidades
ou as empresas e sim as pessoas que nelas residem e trabalham. Quem
faz a diferença é sempre o ser humano.
No mundo inteiro, a cada dia, mais pessoas estão se
conscientizando e se empenhando em cuidar do meio ambiente para
melhorar a qualidade de vida.
Fazer uma empresa crescer e cuidar do meio ambiente são
objetivos que podem ser alcançados ao mesmo tempo. E não é tão
difícil assim.
Por Que Cuidar do Meio Ambiente?
Algumas regras básicas para cuidar do meio ambiente:
prevenir a poluição;
evitar o desperdício de água, energia e matérias-primas;
reutilizar e reciclar materiais.
Ao trabalhar de uma maneira ambientalmente sustentável, como
se diz nos dias de hoje, você pode e deve fazer propaganda disso. Além
de ser conhecida por prestar bons serviços e produtos, a sua empresa
será lembrada e escolhida por contribuir para a proteção do meio
ambiente, além de obter ganhos financeiros com a aplicação correta
de dejetos estabilizados em solos agrícolas.
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 023332
previstas na lei: advertências, multas, embargos e paralisação
temporária ou definitiva das atividades.
Vale lembrar que a legislação ambiental está em constante
atualização.
As licenças ambientais estão divididas em Licença Prévia (LP) –
estudo de viabilidade; Licença de Instalação (LI) – para a instalação da
atividade; e Licença de Operação (LO) – para a operação da atividade.
Licença Procedimentos
Apresentação de documentos, laudos e plantas ao órgão ambiental, a fim de verificar a viabilidade da atividade no local proposto pelo empreendedor.
Principais documentos: formulários; plantas da propriedade identificando a atividade e relacionando-a com a ocupação das áreas circunvizinhas, identificando o uso das mesmas; plantas da atividade industrial, incluindo caldeiras e área de disposição de resíduos; laudo da cobertura vegetal existente; certidão da Prefeitura Municipal, declarando que a área do empreendimento se encontra em zona rural ou urbana.
Apresentação de documentos, laudos e plantas ao órgão ambiental, a fim de verificar a possibilidade da instalação da atividade no local proposto pelo empreendedor.
Principais documentos: projetos do sistema de coleta, transporte, tratamento e destinação dos resíduos; plano operacional do manejo de dejetos; projeto de disposição de dejetos em solo agrícola ou de outro destino dado.
Apresentação de documentos, laudos e plantas ao órgão ambiental, a fim de verificar as condicionantes de operação da atividade no local proposto pelo empreendedor.
Principais documentos: projetos de operação do sistema de coleta, transporte, tratamento e destinação dos resíduos; plano de atividades; plano operacional da atividade.
LO
LI
LP
No desenvolvimento de sua atividade econômica, todas as
pessoas ou empresas devem promover e exigir medidas que garantam
a qualidade do meio ambiente, da vida e da diversidade biológica, bem
como corrigir os efeitos degradantes ou poluidores decorrentes dessa
atividade.
É importante lembrar que no uso, na exploração, na preservação e
na conservação dos recursos ambientais, o interesse comum prevalece
sobre o privado.
Ao Poder Público, cabe a responsabilidade de compatibilizar as
políticas de crescimento econômico e social com as de proteção do
meio ambiente, tendo como finalidade o desenvolvimento integrado,
harmônico e sustentável.
A produção de derivados de cana-de-açúcar, assim como qualquer
outra atividade com potencial poluidor, deve ser dotada de sistemas de
segurança contra acidentes que coloquem em risco a saúde pública ou
o meio ambiente.
Essas atividades necessitam de licenciamento ambiental para sua
operação. Essa licença deverá ser solicitada junto à FEPAM ou ao órgão
municipal de meio ambiente, caso o município tenha competência de
licenciamento ambiental, dependendo do porte da atividade (até 2
250m de área construída - consulte a prefeitura de seu município).
As licenças ambientais estabelecem as condições para que a
atividade cause o menor impacto possível ao meio ambiente. O
produtor que não possuir licença ambiental está sujeito às sanções
Obrigações Legais
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 023534
Os empreendimentos devem ser instalados em locais distantes de
núcleos populacionais para evitar incômodos quanto a ruídos e
odores. O terreno no entorno, próprio ou de terceiros, deve ter a
topografia adequada e área suficiente para a disposição agrícola
economicamente viável e ambientalmente correta dos efluentes
líquidos (como vinhoto e águas de lavagem) e resíduos sólidos (como
cinzas da caldeira e excedentes de bagaço de cana).
Recomenda-se que esses empreendimentos sejam instalados em
zona rural.
Antes de fazer um investimento, construção, reforma ou qualquer melhoria em sua agroindústria, procure um profissional capacitado para dar as orientações necessárias e assim evitar que você tenha prejuízos.
Importante:
Localização
Falando de Poluição
É necessário esclarecer que, para o meio ambiente, não há
diferença entre cachaça de alambique ou artesanal, industrial e
aguardente, pois os resíduos gerados são os mesmos: vinhoto,
bagaço, etc.
Como em outras atividades de produção de derivados de cana
(como o açúcar mascavo, o melado, as rapaduras), os resíduos gerados
são parecidos, devendo ser tratados e dispostos de maneira adequada.
Quando se fala de poluição causada por fábricas de aguardente de
cana, logo vem à mente o vinhoto, tanto pela sua composição quanto
pelo volume gerado. Realmente, trata-se do principal agente poluidor,
no entanto, não é o único.
A produção de cachaça e de outros derivados, além do vinhoto,
gera vários outros resíduos (sólidos, líquidos e gasosos), como: águas
de lavagem das instalações, a cabeça e a cauda retiradas na destilação,
o descarte da fermentação que não deu certo e o pé-de-cuba, as águas
de resfriamento, as águas usadas para a limpeza de garrafas, fumaça,
fuligem e cinzas das caldeiras e fornalhas, além de embalagens
impróprias para uso ou embalagens de produtos agrotóxicos. Todos
esses resíduos são poluentes potenciais.
O vinhoto ou vinhaça é gerado em uma proporção de 6 a 8 litros
para cada litro de cachaça produzida e sua composição tem alta
demanda química e bioquímica de oxigênio (DQO e DBO), o que lhe
confere caráter altamente poluidor. O seu descarte direto em recursos
hídricos provoca o decréscimo do oxigênio dissolvido na água,
causando mortandade de peixes, mau cheiro, proliferação de insetos,
A utilização do terreno (quanto ao local da instalação do
alambique, da área de produção de derivados, reservatórios, áreas de
plantio da cana ou disposição de efluentes ou resíduos) deve obedecer
às exigências da legislação.
É necessário dizer que essas normas legais não só buscam
regulamentar o setor, como também apresentar procedimentos para
um controle ambiental adequado.
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 023736
etc. Sua disposição no solo, como fertilizante, apesar de
recomendada, deverá ser orientada por um profissional habilitado,
para que não se torne mais um problema, pois, dependendo das
condições locais, pode alterar negativamente a sua condição.
Quanto ao destino do vinhoto, existem alternativas de uso que
geram ganhos econômicos e ambientais.
Sobre a fertirrigação utilizando o vinhoto, sua adição ao solo
agrícola constitui, inicialmente, uma fertirrigação orgânica. Os efeitos
decorrentes poderão ser: aumento da disponibilidade de alguns
nutrientes, elevação da capacidade de troca catiônica (CTC), aumento
da capacidade de retenção de água, melhoria da estrutura física e
aumento da população e da atividade microbiana. Essa operação deve
ser precedida de análise química do solo.
Quanto ao bagaço da cana, dado o custo elevado dos
combustíveis tradicionais, ele vem sendo queimado nas caldeiras ou
fornalhas das próprias unidades industriais para geração de vapor.
A queima do bagaço na caldeira ou fornalha deve ser objeto, no
mínimo, de controles operacionais para que a emissão de material
particulado não provoque incômodos. Lembramos que a queima
desse resíduo a céu aberto é proibida.
A combustão do bagaço gera em torno de 2,5% de cinzas em
relação ao peso inicial do bagaço queimado. A composição química
das cinzas mostra que o silício é o constituinte predominante,
podendo-se destacar, também, a presença do potássio como macro
nutriente primário.
O bagaço também pode ser utilizado na produção de composto
A água de lavagem da cana quando chega da lavoura (500l/t de
cana) deve ser reciclada, sendo parcialmente complementada com
água “nova”.
Resíduos sólidos:
O bagaço e o bagacilho provenientes da moagem e filtração do
mosto podem ser utilizados nas fornalhas, na alimentação animal ou
no solo por dois processos:
dispostos em camadas no solo como cobertura morta para a
manutenção da umidade;
compostados em pilhas até a obtenção de adubo composto.
O bagaço da cana pode ser utilizado na produção de composto
orgânico por processamento bioquímico natural, que resulta em
produto que pode ser empregado na substituição parcial do
fertilizante químico na lavoura de cana.
Quando utilizado como combustível nas fornalhas, o bagaço deve
estar seco, evitando-se, assim, as emissões atmosféricas advindas da
queima do bagaço ainda úmido.
1|
2|
Resíduos das Etapas de Produção
orgânico, por processamento bioquímico natural, que resulta em um
produto que pode ser empregado na substituição parcial do
fertilizante químico na lavoura de cana.
Moagem
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 023938
As caldeiras devem estar bem dimensionadas, chaminés de altura
adequada e um sistema de extração de cinzas eficiente.
Efluentes:
Na água utilizada na lavagem da cana antes da moagem, deve
ocorrer filtração e decantação dos sólidos (solo, carvão, cinzas e restos
vegetais);
Água utilizada na assepsia dos equipamentos, moenda, coadores,
tanques de decantação e recepção e tubulações;
Após a fermentação, o mosto recebe a denominação de vinho, do
qual é obtida a cachaça pela destilação. Durante esse processo, são
obtidos os seguintes produtos:
Cabeça - primeira fração, de cerca de 5 a 10% do destilado total,
que contém a maior parte do metanol, aldeídos e outras substâncias
de alta volatilidade;
O mosto-caldo de cana que receberá a adição de fermento (pé-de-
cuba), deve ser coado (filtrado) e decantado para separação das
impurezas grosseiras pesadas e em suspensão (que não foram
separadas no coador).
Obs: O decantador e a caixa de recepção devem ser rigorosamente
limpos após a moagem (resíduos).
Resíduos/efluentes: constituídos de caldo não-fermentado e
águas provenientes da lavagem de dornas. Devem ser armazenados no
tanque de vinhoto.
Fermentação
Destilação
Óleos/graxas utilizados na manutenção da moenda. Devem ser
armazenados em tambores para envio a empresas que realizam o
reaproveitamento/reciclagem desse resíduo, bem como suas
embalagens.
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 024140
É um efluente ácido que possui temperaturas elevadas;
Possui teores consideráveis de nutrientes inorgânicos e elevados
Vinhoto
Fonte: Centurion, R. E. B.
Características
Parâmetro
pH
Valores (mg/L)
Matéria orgânica
Sólidos totais
Nitrogênio
Fósforo
Potássio
Cálcio
Sulfato
Magnésio
Relação C/N
3,7-4,6
19.500
22.000
150-700
10-150
1200-2100
130-1540
600-760
200-490
19,7-27,1
Coração - a segunda fração. Corresponde à cerca de 80% do
destilado total. É a cachaça;
Cauda - conhecida como “óleo de fúsel”. Corresponde à cerca de
10 a 15% finais do destilado total. Constituída de pouco álcool, muita
água e substâncias de alto ponto de ebulição.
Para a produção de cachaça de qualidade, você deve aproveitar
somente o "coração", descartando as demais frações obtidas, pois,
como vimos, elas contêm diversas substâncias extremamente
prejudiciais à saúde, ou seja, impróprias para o consumo humano.
teores de MO, que requer, para sua degradação, grande quantidade de
oxigênio do meio;
Quando lançado em corpos d'água (córregos, rios e lagoas), o
vinhoto reduz o teor de oxigênio desses ambientes, causando
mortandade de peixes e de outras espécies da fauna e da flora;
Quando disposto diretamente em solos permeáveis (arenosos) ou
em locais onde o lençol d'água aflora, pode contaminar as águas
subterrâneas;
Não pode ser disposto de forma inadequada, sendo
recomendado, tecnicamente, seu reaproveitado como fertilizante.
Para a cabeça e cauda:
Recomenda-se o armazenamento em local exclusivo e seguro
(isolado, ventilado, identificado com placa e com extintor de incêndio),
até a obtenção de um lote que seja viável à redestilação em
empreendimento licenciado, próprio ou de terceiros, para a produção
de álcool combustível;
Podem também ser utilizadas na higienização da indústria ou
misturadas ao vinhoto para aplicação nos canaviais;
É proibido o descarte em recurso hídrico ou no solo.
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 024342
O vinhoto corresponde a 6 a 8 L/L de cachaça produzida.
A seguir, encontra-se exemplo de um dia de produção e uma o
tonelada de cana com 18 brix:
o 700l de caldo com 18 brix;
o900l de mosto com 14 brix;
o 120l de cachaça com 45 – 48 GL;
780l de vinhoto;
500l de águas residuais (lavagem da cana e limpeza de instalações
e equipamentos).
Exemplo de dimensões do tanque impermeabilizado para o
exemplo acima:
Comprimento: 1,00m;
Largura: 1,00m
Altura: 1,00m
3 Volume do tanque: 1,00m
O tanque de vinhoto deverá estar afastado pelo menos 50 metros
de cursos d'água naturais e protegido por dique de contenção, de
capacidade pouco superior à do tanque de vinhoto, para que, em caso
de acidente com o tanque, não haja risco de contaminação dos cursos
d'água pelo vinhoto.
Exemplo de dimensionamento do tanque de vinhoto:
Deve levar em consideração o seu volume produzido por dia e o
número de dias em produção;
Nos alambiques, a produção de vinhoto é proporcional ao brix de
cana colhida;
O armazenamento do vinhoto deverá ser efetuado em um tanque
concretado e impermeabilizado.
Tanque de Vinhoto
Características do reservatório:
O vinhoto deve ficar armazenado de 5 a 10 dias no reservatório,
dessa forma, a capacidade do tanque deve absorver a produção
mínima desse período;
1Volume máximo armazenado menor que / da capacidade útil em 3
operação normal da indústria;
Impermeabilizados;
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 024544
Características das áreas de aplicação:
A mais de 200 metros de curso d'água;
Não alagadas ou sujeitas à inundação;
Lençol freático com profundidade inferior a dois metros;
Utilizar solos com boa drenagem interna, não sujeitos às
inundações periódicas;
Os solos devem ter profundidade igual ou superior a 0,50m;
Usar patamares, terraceamento, plantio direto, plantio em curvas
de nível, cordões de vegetação permanente, cobertura morta e demais
práticas de conservação do solo, impedindo o escorrimento
superficial, conforme recomendações técnicas;
Aplicar resíduos líquidos somente em áreas com declividade
menor ou igual a 30º, respeitando as práticas conservacionistas;
Aplicar resíduos sólidos somente em áreas com declividade menor
ou igual a 45º, respeitada a aptidão de uso do solo (fruticultura e
silvicultura) e as práticas conservacionistas;
No caso de plantio direto, quando forem utilizados resíduos
líquidos estabilizados e resíduos sólidos compostados, aplicá-los
anteriormente ao tombamento da adubação verde;
Quando forem utilizadas outras formas de plantio ou cultivo
Pode ser utilizado como fertilizante nas lavouras, mas você deve
tomar os devidos cuidados, pois, se aplicado em excesso, pode
provocar a salinização dos solos, devido aos elevados teores de sódio e
potássio;
Baixos custos, referentes ao transporte ou recalque com bomba e
tubulação adequadas;
Também pode ser utilizado como adubo foliar (diluído em
média a 2%);
Após resfriado, o vinhoto também pode ser utilizado na
alimentação de bovinos, em quantidades que devem ser ministradas
pelo responsável técnico;
Quando o vinhoto for destinado às áreas agrícolas, por meio de
canais, esses também deverão ser impermeabilizados.
Alternativas
Localizados com base em estudos do nível de lençol freático e de
taxa de infiltração no solo.
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 024746
mínimo, deverá ser feita a incorporação imediata dos resíduos no solo,
nas faixas adubadas;
Não aplicar os resíduos em forma de leque para o alto, no
momento de descarga, modificando para distribuidores de barra,
semelhantes aos pulverizadores, para que os dejetos sejam liberados o
mais próximo possível do solo.
A aplicação em taxa superior ao recomendado deverá ser
precedida de estudos referentes à sua caracterização, às
necessidades nutricionais da cultura e aos seus efeitos sobre as
características do solo.
Tratamento por banhados construídos:
Constituem uma excelente alternativa de tratamento das águas
poluídas das atividades, principalmente para remoção de nutrientes,
devido à sua grande capacidade de remoção pelas plantas enraizadas
(junco, taboa) e capacidade de adicionar oxigênio junto aos dejetos.
Esse sistema não possui lâmina de água, não gera odor e lodo em
excesso, além de ter baixos custos de implantação.
Outros Resíduos
Águas residuais:
São as águas usadas na lavagem de cana, de pisos ou de
equipamentos;
Devem ser encaminhadas para um tanque de decantação,
diferente do tanque de vinhoto, pois essas águas podem ser lançadas,
após decantação, nos cursos d'água;
Se não existirem produtos químicos, podem ser aplicadas em solo
agrícola junto com o vinhoto.
Vasilhames e outros resíduos:
Os efluentes gerados no processo são a água utilizada na assepsia
dos recipientes e as soluções contendo detergente ou soda cáustica.
Devem ser reaproveitados até a saturação e posteriormente
descartados no tanque de vinhoto;
Rótulos de papel, cortiça, tampinhas de garrafa, restos de cola,
cacos de vidro, etc. , devem ser acondicionados em sacolas ou caixas
de papelão e encaminhados para a coleta pública ou seletiva. Não
devem ser queimados.
Cinzas da caldeira ou fornalha:
Subprodutos resultantes da queima do bagaço de cana;
São geralmente desperdiçadas. No entanto, é nela que está a
maioria dos nutrientes minerais que estavam no bagaço, com exceção
de parte que volatilizou na queima;
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 024948
Dicas Finais de Boas Práticas Ambientais
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2|
3|
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5|
6|
7|
8|
9|
10|
Não queimar os resíduos da cana-de-açúcar;
Deverá existir licenciamento ambiental para a atividade e a
licença deve estar junto à indústria;
Deverão ser mantidas condições de higiene das instalações,
evitando a proliferação de vetores;
O alambique e os dejetos não deverão estar em áreas de
preservação permanente – APP (margens de rios, arroios, lagos,
lagoas, açudes, banhados, nascentes);
A armazenagem do vinhoto e de outros resíduos deverá estar
em local coberto, impermeabilizado e sem vazamentos;
Os resíduos sólidos devem ser compostados;
Utilizar adequadamente o bagaço da cana;
Não deverá existir odor perceptível fora da propriedade ou
quantidade excessiva de micromacrovetores junto à atividade e aos
dejetos;
É proibido o lançamento dos resíduos não-tratados em corpos
hídricos;
Deverão ser mantidos procedimentos de inspeção e
manutenção periódicos das instalações implantadas no sistema de
tratamento de dejetos, bem como ações de prevenção e correção, de
forma a garantir condições operacionais adequadas para o bom
funcionamento do sistema;
As cinzas, mesmo vitrificadas por altas temperaturas
(transformando-se em escória insolúvel), podem ser moídas e
aplicadas em solos de cultivo, contribuindo para a elevação da
produtividade.
Uso de Águas Superficiais e Subterrâneas
Lançamento de Efluentes
Antes do início de perfuração de um poço tubular, construção de
barramento, desvio de curso d'água, instalação de bombas, etc., para
a utilização de qualquer água (superficial ou subterrânea), deverá ser
consultado o DRH e solicitada outorga.
Esses efluentes devem serem tratados antes de serem lançados no
meio ambiente, devendo cumprir padrões de emissão estipulados pelo
órgão ambiental;
Não se esquecer que os esgotos domésticos (vestiários,
residências, banheiros) também devem ser tratados.
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 025150
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12|
13|
Deverá existir projeto de destinação e aplicação de resíduos
sólidos em solo agrícola, contendo: descrição da metodologia
adotada; quantidade gerada; local de aplicação; tipo de solo e cultura
utilizada; recomendações de adubação e dosagem utilizada. O projeto
deve ter ART – Anotação de Responsabilidade Técnica – de profissional
habilitado e estar devidamente aprovado pelo órgão ambiental
competente;
Se os dejetos, após tratamento, forem lançados em algum
corpo receptor (arroio, rio, solo, banhado), deverão ser observadas as
seguintes condicionantes: o vinhoto deverá cumprir com os padrões
de emissão estabelecidos pelo órgão ambiental; não poderá ocorrer
alteração na vegetação, na coloração e no odor no corpo receptor; não
poderá ocorrer, assoreamento e indícios de poluição decorrentes da
atividade;
Caso existam recursos hídricos na propriedade com a mata
ciliar degradada, é de fundamental importância a proteção e
recuperação dessa vegetação em, no mínimo, 30 metros.
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Definições Importantes
APP – Área de Preservação Permanente - Classificadas de acordo o
com o Código Florestal Federal (Lei Federal n 4.771/1965 e alterações, oartigos 2° e 3°), Resolução CONAMA n 302/ 2002, art. 3°, Resolução
oCONAMA n 303/ 2002, art. 3°, e Código Estadual do Meio Ambiente
o(Lei Estadual n 11.520/2000, art. 155);
ART – Anotação de Responsabilidade Técnica;
Assoreamento – Obstrução de um corpo d'água por sedimentos;
Canaletas – Depressão para recolhimento dos efluentes;
Corte raso – Abate de todas as árvores de um fragmento florestal;
DBO /dia – Demanda biológica de oxigênio, forma de medir em 5
A empresa que se preocupa com o meio ambiente e mostra isso no
seu dia-a-dia é diferente das demais. Essa diferença pode atrair novos
clientes e oportunidades de negócios.
Divulgue que a sua produção tem compromisso com a proteção
do meio ambiente. Essa atitude fará com que pessoas que simpatizam
com a causa ambiental se identifiquem com você e com sua empresa,
podendo se tornar novos clientes.
Os seus clientes atuais também vão se sentir satisfeitos, sabendo
que, quando utilizam os seus serviços, estão colaborando com o meio
ambiente e com a melhoria da qualidade de vida.
Agora que você já sabe como desenvolver o trabalho em sua atividade e ao mesmo tempo proteger o meio ambiente, divulgue essas informações para todos os seus colaboradores.
Garanta o comprometimento deles com as causas ambientais.
Importante:
Envolvimento de Todos
C A N A - D E - A Ç Ú C A RC A N A - D E - A Ç Ú C A R 025352
laboratório a matéria orgânica;
ETE – Estação de Tratamento de Efluente: conjunto de obras e
instalações destinadas a propiciar coleta, transporte, afastamento,
tratamento e disposição final dos efluentes de uma forma adequada
do ponto de vista sanitário;
Eutrofização – processo de sucessão ecológica com o
desequilíbrio do corpo d'água;
FEPAM – Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis
Roessler/RS;
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
Impermeabilização – superfície que não absorva ou que não
permita a infiltração de efluentes líquidos para solo;
Manejo – Administração, conhecimento;
Manejo em regime jardinado – Sistema de manejo para florestas
heterogêneas (várias espécies) e inequiâneas (indivíduos de várias
idades), com intervenções baseadas em corte seletivo de árvores,
regeneração natural ou artificial, visando à produção contínua e
manutenção de biodiversidade de espécies;
Padrão de emissão – Valores permitidos pelo órgão ambiental;
PEAD – Polietileno de Alta Densidade, tipo de plástico;
Vetores – agentes de transporte de inúmeros patógenos e
parasitas que agravam as condições de saúde das populações
humanas e dos animais causadores de doenças (ex.: moscas
sinantrópicas, borrachudos, mosquitos, ratos e baratas).
Documentos de ReferênciaoLei n 4.771/1965 (Código Florestal Federal);
oLei n 9519/92 (Código Florestal Estadual);
oLei n 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais);
oLei n 9.985/2000 (Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza – SNUC);
oResoluções CONAMA n 302 e 303/2002 (Áreas de Preservação
Permanente - APP);
oLei n 11.520/2000 (Código Estadual do Meio Ambiente);
oLei n 9.519/1992 (Código Florestal Estadual);
oLei n 6.503/1972 (Código Sanitário Estadual);
oResolução CONSEMA n 128/2006 (Padrões de Emissão de
Efluentes Líquidos em Águas Superficiais no RS);
Planos diretores ou zoneamentos municipais;
Mapa de Classificação dos Solos do Estado do RS quanto à
Resistência a Impactos Ambientais, FEPAM/2001;
oLei n 8.918/94 (registros de alambiques no MAPA).
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Bibliografia Utilizada
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