Cartilha para o produtor de leite de Rondônia

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  • ISSN 0103-9865

    Novembro, 2005 100

    Cartilha para o produtor de

    leite de Rondnia

    Parte I: Instalaes, sanidade animal

    e a Instruo Normativa 51

  • Repblica Federativa do Brasil

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria - Embrapa

    Diretoria Executiva da Embrapa

    Embrapa Rondnia

    Luiz Incio Lula da Silva

    Roberto Rodrigues

    Luiz Carlos Guedes Pinto

    Slvio Crestana

    Alexandre Kalil PiresClaudia Assuno dos Santos ViegasErnesto PaternianiHlio Tollini

    Slvio Crestana

    Jos Geraldo Eugnio de FranaKepler Euclides FilhoTatiane Deane de Abreu S

    Victor Ferreira de Souza

    Eliete de Jesus Barbosa Lima

    Csar Augusto Domingues Teixeira

    Presidente

    Ministro

    Presidente

    Vice-Presidente

    Membros

    Diretor-Presidente

    Diretores-Executivos

    Chefe-Geral

    Chefe-Adjunto de Administrao

    Chefe-Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento

    Conselho de Administrao

  • Documentos100

    Cartilha para o produtor de leitede Rondnia

    Porto Velho, RO2005

    ISSN 0103-9865

    Novembro, 2005

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

    Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondnia

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Luciana Gatto BritoFrancelino Goulart da Silva NettoAna Karin Dias SalmanWebsten Cesrio da Silva

  • Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na:

    BR 364 km 5,5, Caixa Postal 406, CEP 78900-970, Porto Velho, ROTelefones: (69) 3222-0014/8489, 3225-9386, Fax: (69) 3222-0409www.cpafro.embrapa.br

    Presidente:Secretria:Membros:

    Normalizao:Editorao eletrnica:Reviso gramatical:

    1 impresso: 2005, tiragem: 100 exemplares

    A reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao dosdireitos autorais (Lei n 9.610).

    CIP-Brasil. Catalogao-na-publicao.Embrapa Rondnia

    Embrapa Rondnia

    Comit de Publicaes

    1 edio

    Todos os direitos reservados.

    Flvio de Frana Souza

    Marly de Souza Medeiros

    Luciana Gatto Brito

    Vnia Beatriz Vasconcelos de Oliveira

    Michelliny de Matos Bentes Gama

    Abadio Hermes Vieira

    Andr Rostand Ramalho

    Alexandre Csar Silva Marinho

    Marly de Souza Medeiros e Itacy Duarte Silveira

    Wilma Ins de Frana Arajo

    Embrapa - 2005

    Cartilha para o produtor de leite de Rondnia / Luciana Gatto Brito... [et. al.]. -Porto Velho : Embrapa Rondnia, 2006.45 p. : il. (Srie Documentos / Embrapa Rondnia, ISSN 0103-9865; 100).

    Vol. I: Instalaes, sanidade animal e a Instruo Normativa 51.

    1. Alimento animal - Leite. 2. Leite - Legislao. I. Srie. II. Brito, LucianaGatto.

    CDD 636.08842

  • Autores

    Luciana Gatto Brito

    Francelino Goulart da Silva Netto

    Ana Karina Dias Salman

    Websten Cesrio da Silva

    Md. Vet., D.Sc., Embrapa Rondnia, Caixa Postal 406,CEP 78900-970, Porto Velho, RO.E-mail: [email protected].

    Md. Vet., M.Sc., Embrapa Rondnia.E-mail: [email protected]

    Zootecnista, D.Sc., Embrapa Rondnia.E-mail: [email protected].

    Eng. Agrn., B.Sc. Embrapa Rondnia.E-mail: [email protected].

  • Sumrio

    Introduo

    Caractersticas gerais do gado leiteiro

    Instalaes

    Sanidade animal

    Novas normas para a qualidade do leite: Instruo Normativa 51(IN 51)

    Referncias bibliogrficas

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  • Introduo

    Dada estrutura fundiria, onde h a predominncia da pequena propriedade rural,Rondnia o estado brasileiro com menor concentrao de terra, o que influencia adefinio dos sistemas de produo pecurios.

    Mesmo com o perfil dominante da pequena propriedade, o setor rural de grandeimportncia para o estado, j que responde por aproximadamente a 14% do PIB, sendo abovinocultura o maior expoente da pecuria em Rondnia, uma vez que possui o oitavorebanho nacional em nmero de animais e produo de leite.

    O desenvolvimento da pecuria bovina vem apresentando aumento significativo emnmero de animais, entre os anos de 1994 e 1999, enquanto o rebanho nacional cresceua uma taxa de 3,6% ao ano, o rebanho do estado cresceu 9,1% em igual perodo.Rondnia o estado onde a pecuria apresenta as maiores taxas de incremento anualentre os estados da Regio Amaznica.

    O aumento no nmero de bovinos em Rondnia se deve principalmente, a dois fatores:condies climticas favorveis e o declnio de algumas culturas agrcolas, que fizeramcom que reas de pastagens fossem introduzidas, uma vez que, a pecuria demonstrou-se como uma atividade mais lucrativa e de menor risco.

    A pecuria leiteira um setor que vem se desenvolvendo em Rondnia de formasignificativa, desde a segunda metade da dcada de 90. A atividade vem sendodesenvolvida, em sua maioria, por pequenos produtores. Levando-se em consideraoque a atividade exercida em mais de 1/3 das propriedades rurais do Estado, fazendocom que a produo leiteira tenha um importante papel social, uma vez que propicia amanuteno do homem no campo e a gerao de empregos diretos e principalmenteindiretos nos laticnios do Estado.

    Dada a importncia que a bovinocultura tem para o desenvolvimento de Rondnia, torna-se importante a implementao de tecnologias focadas na manuteno da sanidade e daprodutividade dos rebanhos, pois somente desta forma, a pecuria leiteira continuarcomo uma atividade geradora de renda tanto para o produtor quanto para o Estado.

    Luciana Gatto Brito

    Francelino Goulart da Silva Netto

    Ana Karina Dias Salman

    Websten Cesrio da Silva

    Cartilha para o produtor de leite

  • O desenvolvimento e implementao de tecnologias que visem no s o aumento daproduo, mas tambm a manuteno e certificao da qualidade dos produtos oriundosda atividade pecuria tornam necessrios esforos para que a cadeia produtiva do leiteem Rondnia torne-se cada vez mais ativa e expressiva.

    Esta cartilha destina-se ao produtor de leite e tem como principal objetivo trazer umconjunto de orientaes tcnicas, as quais podero ser utilizadas na propriedade visandoo desenvolvimento da atividade leiteira, considerando tambm as imposies daInstruo Normativa 51, que dever ser atendida a partir de julho de 2007 pelosprodutores de leite das regies Norte e Nordeste do pas.

    Esperando contribuir para o desenvolvimento da atividade leiteira, a Embrapa Rondnia,juntamente com o Sebrae, a Emater e a Secretaria de Agricultura, Produo e doDesenvolvimento Econmico Social (SEAPES), buscam atender atravs destedocumento as demandas tecnolgicas do pequeno produtor de leite. Novas informaesesto sendo produzidas, e, desta forma estaremos sempre buscando enriquecer eatualizar as prticas tecnolgicas para a produo de um leite de qualidade em Rondnia,tornando o Estado cada vez mais competitivo no mercado nacional, e apto a conquistarnovos mercados.

    Algumas caractersticas corporais do gado leiteiro podem indicar com preciso a aptidode um animal para produo de leite.

    O animal produtor de leite apresenta uma constituio corporal prpria, na qual sedestaca o grande desenvolvimento da glndula mamria (Fig. 1). Tambm soindicadores da aptido leiteira de uma vaca:

    Conformao corporal angular em forma de cunha.

    Pescoo longo e descarnado.

    Grande volume abdominal.

    Trax amplo.

    A produo leiteira est associada ao estado descarnado do animal no perodo de ps-parto, o que no deve ser confundido com fraqueza, m nutrio ousubdesenvolvimento. O bere deve ser de grande tamanho, largo, bem estendido parafrente e de insero alta na parte posterior, quartos volumosos e simtricos (Figuras 1, 2e 3). Em vacas de alta aptido a glndula mamria deve se apresentar repleta antes daordenha e completamente vazia aps a ordenha.

    Caractersticas gerais do gado leiteiro

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  • Estratgias de cruzamento girolando

    Fonte: http://www.girolando.com.br/site/ogirolando/generalidades.php

    Fig. 1. Touro da raa Holandesa, lote de vacas Gir/Holands e vaca Girolando com boa conformao leiteira.Fonte: http://www.girolandoaraxa.com.br e http://www.girolandosaomarcos.ubbihp.com.br/

    Fig. 2. Animais Gir com boa conformao leiteira.Fonte: http://www.fazendabrasilia.com.br/secoes.php?secao=destaques

    Fig. 3. Animais Girolando com boa conformao leiteira.Fonte: http://www.girolandoaraxa.com.br/novilhas.php

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  • Instalaes

    A especializao das propriedades produtoras de leite exige que se racionalize cada vezmais o planejamento dos locais onde se desenvolvem as rotinas dirias da atividade. Aconstruo adequada de instalaes permite que se ordenem as tarefas, tornando otrabalho mais eficaz e obtendo-se maior eficincia na atividade. As instalaes deverooferecer espao suficiente para abrigar os animais nas suas diferentes fases (bezerros,garrotes, novilhas, vacas e touros) e condies para que os animais possam receberalimento e cuidados necessrios, de forma simples, segura e confortvel.

    As finalidades das instalaes utilizadas na explorao leiteira so:

    Abrigo dos animais contra a ao dos fatores climticos.

    Fornecimento de alimentao.

    Tratamentos sanitrios.

    Ordenha adequada.

    Armazenamento de utenslios e raes.

    As instalaes devem atender as condies de higiene e funcionalidade da exploraoleiteira, e minimizar os custos com mo de obra, facilitar a execuo das operaes emanejo. Evitar excessos e sofisticaes que no melhoraro a qualidade do produto eelevam os custos.

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    Tcnicas de cruzamentos para formao do girolando

    Fonte: http://www.girolandoaraxa.com.br/tecnica.php

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  • Estbulo

    Centro de manejo

    Sala de ordenha

    O estbulo o local onde as vacas permanecem e recebem o alimento (Fig. 4). No aconselhvel o estbulo como local de ordenha dos animais pelos seguintes fatores:

    Possvel contaminao do leite ordenhado com microrganismos que podem estarpresente no alimento fornecido aos animais.

    A presena dos animais por tempo prolongado no estbulo dificulta a higienizao,ocorrendo acmulo de fezes e urina.

    A utilizao de salas de ordenha faz com que o espao a ser higienizado seja menor, o quepermite maior eficincia e reduo de mo de obra.

    : de modo geral, o local para as instalaes deve ser alto, seco, bemventilado e de fcil acesso durante todo o ano, tanto para os animais como para otransporte. desejvel que o terreno possua certo declive e tenha drenagem.

    Consiste de um conjunto de subdivises onde os animais iro permanecer antes daordenha, e de receberem tratamentos, etc. Pode ser planejado de acordo com asnecessidades de cada propriedade, podem ter mangueira, curral de aparte, curral auxiliar,seringa, brete e uma rea de sombra.

    A espessura do piso pode ser de 7 a 10 cm, conforme as condies do terreno oupreviso de entrada de veculos. A cerca deve ser construda em madeira (ripes ou varasrolias) ou com arame liso. A rea da mangueira, descontada outras instalaes, comocomedouros, bebedouros, etc., deve ser de 4,00 a 6,00 m por animal.

    A escolha do tipo de sala de ordenha depende do nvel tcnico da explorao leiteira, donmero de vacas a serem ordenhadas/dia e da mo-de-obra disponvel, considerando-setambm as peculiaridades das raas, como por exemplo, animais que s so ordenhadoscom bezerro ao p, tamanho dos chifres, etc (Fig. 5).

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    6Localizao

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    Fig. 4. Diferentes tipos de estbulos para arraoamento.

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  • Opo pela ordenha manual ou mecnica

    Piso

    Paredes

    Caso o produtor deseje optar pela substituio da ordenha manual pela mecnica, deverobservar alguns aspectos importantes sobre a ordenha mecnica, como:

    Ateno especial que deve ser dada a manuteno do equipamento e a higienizaoaps cada ordenha.

    Valor do investimento a ser feito (aquisio de equipamentos e outros itens dedispndio).

    Custos (despesas) anuais com material utilizado em cada tipo de ordenha (manual xmecnica).

    Melhoria no padro de qualidade do leite produzido.

    Nmero de vacas a serem ordenhadas diariamente: quando o nmero de animais aserem ordenhados grande, havendo a necessidade de aumento da mo-de-obra noprocesso de ordenha manual, que se justifica a implantao do processo mecnico deordenha, para que o mesmo seja economicamente vivel.

    : deve ser revestido de cimento e com acabamento que permita a perfeitahigienizao atravs de lavagem diria. Deve apresentar caimento em direo a ralos dedrenagem de gua de lavagem.

    : para obter durabilidade e higienizao perfeitas, recomenda-se paredes dealvenaria com revestimento lavvel, que pode ser de reboco pintado, cimento branco ououtro que permita higienizao.

    A criao adequada de bezerros machos ou fmeas dever garantir a obteno dosfuturos touros ou vacas de produo (Fig. 6).

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    Bezerreiros

    Para o bom desenvolvimento desses animais so necessrios abrigos adequados,principalmente na fase de aleitamento. Os bezerreiros devero proporcionar as seguintescondies:

    No estar sujeito umidade.

    Fig. 5. Salas de ordenha mecnica e manual.

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    Ter condies que permitam higienizao perfeita.

    Abrigar os animais de ventos, chuvas e de altas temperaturas.

    Proporcionar insolao necessria.

    Permitir isolamento individual na fase de aleitamento.

    Oferecer fcil acesso ao local apropriado para fornecimento de gua e alimento.

    Galpo consta de um galpo exclusivo para criao de bezerros, subdivido em baiasindividuais. indicado para criaes em regime de confinamento e de alto padrozootcnico. Apresenta alto custo de construo.

    Casinha a construo de uma casinha coberta, com 2,30 m de comprimento por1,20 m de largura. A altura do ponto mais alto da cobertura de 1,50 m e do maisbaixo, 1,0 m. Anexo casinha h um solrio de 1,20 m de largura por 2,20 m decomprimento, pode ser construdo com ripas de madeira e gradeado com ripas ouarame liso.

    necessrio um local para armazenamento de gros, farelos, farinhas, sal mineralizado,etc. Como os demais depsitos de alimento, deve ter acesso fcil deste ao local onde osanimais se alimentam e prximo ao triturador e mquinas de mesma serventia. Aconstruo deve ter tamanho suficiente para abrigar os volumes de materiais a seremutilizados por um determinado perodo de tempo, de acordo com o que ser estocado.

    Tipos

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    Depsito de concentrado

    Fig 6. Exemplo esquemtico de um bezerreiro tipo galpo.Fonte: http://www.banet.com.br/construcoes/bovinocultura/ geral/gado_de_leite.htm

    http://www.girolando.com.br/megaleite/ fotos. Php?menu=2

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  • Comedouros

    O comedouro ou cocho o local onde ser colocado o alimento volumoso e oconcentrado dirio. Os comedouros no devem ter subdivises ao longo do comprimentoda plataforma e canzis. O revestimento dever ser bem liso e ter formato arredondado,evitando todo o tipo de cantos ou frestas, onde possam ficar resduos de alimentos(Figuras 7 e 8).

    A altura ideal do fundo do comedouro em relao ao piso de 10 a 20 cm, assemelhando-se s condies naturais de pastejo. A borda inferior do comedouro dever ter altura demais ou menos 25 cm em relao ao piso, e a borda posterior, em torno de 40 cm dealtura em relao ao piso

    Fig. 7. Exemplo de comedouro e o detalhe em vista lateral.

    Fig. 8. Cochos de concreto armado para arraoamento.Fonte: http://www.cochositabira.com.br/produtos.htm

    Bebedouro

    Quando construdos ao ar livre, os bebedouros tm o formato de tanques retangulares oucilndricos (Fig. 9). importante a utilizao de um sistema de bia para proporcionar umabastecimento e renovao constante da gua a ser oferecida aos animais. Osbebedouros devem ser instalados de maneira que os animais no necessitem de grandesdeslocamentos para terem acesso gua. Para maior praticidade e diminuio de custospode-se at instal-los ao longo da cerca divisria dos piquetes.

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  • Existem diversas formas de saleiros cobertos para fornecimento de sal ao gado (Fig. 10).O produtor de leite pode optar pela compra de saleiros prontos. No h nenhumadificuldade na escolha desta instalao, que apresenta baixo custo em uma unidadeprodutora de leite. O importante, entretanto, que o rebanho no deixe de receber o sal ea mineralizao adequada, e que o saleiro esteja em local de fcil acesso e abrigado daschuvas.

    Saleiro

    Fig. 9. Bebedouros de concreto e chapa de ao carbono com sistema de bia para permanente abastecimento.Fonte: http://www.cochositabira.com.br/produtos.htm; http://www.troncosprogresso.com.br/bebedouro.htm

    Fig. 10. Cocho para sal mineral.Fonte: http://www.cochositabira.com.br

    Sistemas de conteno

    necessrio um local apropriado para imobilizar os animais, a fim de realizar tratamentosdiversos (vacinas, aplicao de medicamentos, descorna, castrao, etc.). Para talfinalidade h o tronco ou brete de conteno que normalmente colocado aps a seringa(Fig. 11).

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  • Cercas de arame

    A necessidade de subdividir as reas internas em piquetes e as divisas externas exige quese planeje a construo das cercas, observando alguns cuidados, como construirsomente o estritamente necessrio e evitar cercas construdas no sentido das guas.

    Devem ser construdas obrigatoriamente obedecendo o traado das divisas dapropriedade, conforme a demarcao e estrutura do terreno. Normalmente estas cercasso construdas de forma mais reforada que as internas. Utiliza-se no mnimo quatro fiosde arame e moires de madeira de lei, pedra ou cimento.

    Este tipo de cerca no recomendado para os sistemas de produo de leite, porqueapresenta a desvantagem de ferir as vacas (principalmente o bere), causando prejuzos explorao, alm de ser de difcil instalao e reforma.

    Proporciona maior economia e menor risco de ferimentos dos animais, sendo maisindicada para o gado leiteiro. Pode ser construda com trs, quatro, cinco ou mais fios.

    Cercas de divisa

    Cerca fixa de arame farpado

    Cerca fixa de arame liso

    Cerca eltrica

    Consiste basicamente num fio de arame nmero 16 ou 18, fixado no permetro em que sequer manter os animais, atravs de pequenas estacas, com isoladores por onde passa oarame. Nos ngulos prende-se a pequenos moires isolados. O isolamento deve ser feitocom o uso de isoladores de porcelana, borracha, pedaos de tubos plsticos ou canos dePVC, estes so os mais indicados materiais para este fim. A cerca eltrica possui asseguintes vantagens:

    Fig. 11. Tronco de conteno para bovinos.Fonte: http://www.beckhauser.com.br/produtos_troncos.htm

    http://www.girolando.com.br/megaleite/fotos.php

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    Baixo custo tanto na fase de instalao como na fase de manuteno.

    Construo simples e rpida, podendo ser feita pelo prprio produtor.

    Facilidade de manejo, podendo ser removida, modificada, recolhida ou guardadaquando necessrio.

    Evita acidente com animais, como danos no couro e bere, causando apenas um"efeito psicolgico" sobre os animais. Vale ressaltar que os cavalos no permanecemcalmos podendo ser vtimas de choques freqentes.

    A altura recomendada da cerca para animais adultos de 80 cm, procurando manter acerca na altura do peito do animal e acompanhando as ondulaes do terreno. Os bovinosse adaptam com facilidade ao uso da cerca eletrificada no manejo de pastagens, mesmoanimais nunca antes manejados neste sistema.

    Fig. 12. Exemplos esquemticos de cerca eltrica mvel e altura dos fios de acordo com a espcie animal.Fonte: http://www.speedrite.com.br/home_speedriterural/

    Cartilha para o produtor de leite em Rondnia 17

  • O mau isolamento compromete o funcionamento da cerca, para isso deve-se evitar ocrescimento de ervas ou pastos que se encostem cerca. O fio terra deve ser enterrado,de preferncia em local mido, a um metro de profundidade. Utiliza-se fio de cobrenmero oito ou dez, encapado na parte que fica externa no solo e enterrado a mais de 50cm de profundidade, com comprimento em torno de trs metros. Atravs do uso deaparelhos eletrificadores pode-se gerar eletricidade para at sete quilmetros de cerca.Os aparelhos eletrificadores podem ser alimentados com energia de baterias de 6 ou 12volts ou pela rede eltrica local de 110 ou 220 volts. O consumo de energia por estesaparelhos baixssimo, e os mesmos devem estar em locais abrigados de chuvas eventos e fora do acesso dos animais.

    O toque acidental em uma cerca eltrica pode ser uma experincia desagradvel para aspessoas, por isso a cada 100 m e em lugar bem visvel na cerca devem ser colocadasplacas de advertncia durveis e com tamanho mnimo de 11 x 12 cm com a flecha queindica eletricidade e os dizeres: .

    O cultivo de rvores na propriedade uma importante prtica, tendo como objetivoproteger os animais da ao dos fatores climticos, como insolao direta em dias detemperatura muito alta, tornando-se uma necessidade para as unidades produtoras deleite em Rondnia. Alm da ao de proteo aos animais, consegue-se obter adiminuio de efeitos negativos produo, como o excesso de evaporao da umidadedo solo, proteo da ao erosiva dos ventos e das guas das chuvas e tambm contraventos de alta velocidade.

    A importncia da presena de rvores em sistemas agrcolas tem sido percebida emvrios pases que utilizam os sistemas agroflorestais (associao de rvores com culturasagrcolas anuais, perenes e/ou com pastagens). Quando incluem pastagens, estessistemas so denominados de silvipastoris, tendo alm do produto animal (carne, leite,couro, etc.), outra fonte de renda, proveniente das rvores, como ocorre com os plantiosde coqueiro, seringueira, dend, eucalipto, entre outros (Tabela 1).

    Ateno cerca eltrica

    Bosque de sombra

    Abrigos naturais

    A presena de rvores na pastagem traz benefcios para o solo, para a produo equalidade da forragem e para os animais. A necessria proteo das vacas leiteiras do sol

    Fig. 13. Eletrificador e isoladores de cerca eltrica.Fonte: http://portal.fockink.ind.br/portal/page

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  • e das altas temperaturas pode ser obtida atravs da implantao de pequenos bosquesnas pastagens. Estes bosques so normalmente reas no maiores que meio hectare epodem ter formato variado, com rvores plantadas a uma distncia que permita odesenvolvimento de suas copas.

    As rvores nas pastagens diminuem as temperaturas externas e do conforto e abrigopara os animais. Em regies muito quentes, como o caso de Rondnia, a sombra dasrvores influencia os hbitos de pastejo dos animais, permitindo aumentar o tempo depastejo e a distribuio mais apropriada da ruminao durante o dia, garantindo maistempo para o descanso dos animais, logo, favorecendo a produo.

    O efeito do sombreamento sobre o crescimento de gramneas forrageiras, sobretudo daparte area, depende em muito da disponibilidade de nitrognio no solo. Neste caso, asforrageiras que crescem sob a influncia das copas das rvores so mais beneficiadas emsolos deficientes em nitrognio do que nos frteis. A arborizao em pastagenscultivadas concorre para aumentar os teores de protenas na forragem, portanto, asrvores ajudam na recuperao de pastagens degradadas, uma vez que a deficincia denitrognio uma das principais causas de degradao de pastagens.

    A implantao do sistema silvipastoril deve levar em conta algumas caractersticas dasespcies arbreas/florestais a serem plantadas, sendo as mais importantes:

    Crescimento rpido.

    Adaptao ao ambiente e tolerncia seca ou encharcamento do solo.

    Capacidade de fornecer forragem palatvel.

    Tolerncia ao ataque de insetos e pragas.

    Ausncia de efeitos txicos aos animais.

    Capacidade de fornecer sombra, abrigo e controlar eroso.

    - Algumas espcies florestais utilizadas para formao de bosques de sombranas pastagens.

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    Tabela 1

    Nome comum Nome cientfico

    Accia negra Accia mollissima

    Casuarina Casuarina spp

    Greviela Greviela robusta

    Uva do japo Hovenia dulcis

    Jacarand Jacaranda mimosifolia

    Tipuana Tipuana tipu

    Cinamomo Melia azedarach

    Timbava Enterolobium contortisiliqum

    A arborizao de pastagens proporciona muitas vantagens, principalmente se foremutilizadas forrageiras tolerantes ao sombreamento, em solos de baixa fertilidade natural,e leguminosas arbreas que tenham a capacidade de fixar nitrognio do ar atmosfrico,em densidade tal que permita um sombreamento da pastagem.

    Cartilha para o produtor de leite em Rondnia 19

  • Sanidade Animal

    Cuidados com o bezerro recm-nascido

    Pode-se considerar a criao de bezerros como sendo o primeiro passo na exploraoleiteira e, como em qualquer atividade, o sucesso depender, pelo menos em parte, decomo este passo ser dado.

    Um dos principais objetivos de criadores de bovinos de leite deve ser a reduo nosndices de doenas e mortalidade dos bezerros, atravs da aplicao de prticasadequadas de manejo, higiene e alimentao.

    A assistncia ao parto se torna importante na preveno de possveis problemas quepodem ocorrer no momento da pario, tais como a demora na expulso do bezerro,reteno de placenta, etc. As vacas em final de gestao devem ser mantidas em pastomaternidade localizado, preferencialmente, prximo casa do produtor ou tratador, oque facilita a observao do parto e a resoluo de qualquer problema que venha aocorrer.

    A deficincia nutricional da fmea pode afetar o trabalho de parto normal por deficinciashormonais; ocasionar uma produo de colostro de baixa capacidade de proteo etambm reduzir o tamanho do recm-nascido e das suas condies iniciais para procuraro alimento. Neste ponto, tem muita influncia a habilidade materna, que varia com aexperincia da fmea, as condies ambientais onde se encontra o rebanho e o estado debem-estar.

    O bezerro logo aps o nascimento necessita de cuidados especiais para que se evite oaparecimento de problemas que possam vir a comprometer seu desenvolvimento. Paraque a obteno de um bezerro sadio e com bom desenvolvimento devemos ter osseguintes cuidados:

    : o colostro muitas das vezes denominado como "leite sujo", e produzidopela vaca nos primeiros trs a quatro dias aps o parto. O colostro um alimentoindispensvel ao bezerro durante suas primeiras horas de vida, uma vez que atravsdele que so passados os anti-corpos maternos que iro assegurar a proteo dobezerro a uma srie de enfermidades e fornece vitaminas e minerais importantes para anutrio do animal recm-nascido. O colostro deve ser fornecido de forma integral semqualquer tipo de diluio. importante que nas primeiras 24 horas de vida o bezerrofaa a ingesto de 5 a 6 kg de colostro, principalmente o colostro da primeira ordenha(aproximadamente 2 litros) o mais rpido possvel (at seis horas aps o

    6Colostro

    nascimento) ede preferncia mamando na vaca. O colostro possui tambm um efeito laxativo muitoimportante, sendo responsvel pela eliminao do mecnio, que so as primeiras fezesdo recm-nascido.

    Cartilha para o produtor de leite em Rondnia20

  • 6Cuidar (curar) do umbigo: o umbigo uma porta de entrada para uma srie de agentesmicrobiolgicos que podem vir a causar doena aos animais recm- nascidos, por issotorna-se necessrio a "cura do umbigo". Imediatamente aps o nascimento, o umbigodeve ser cortado na medida de dois dedos e imerso num pequeno vidro de boca largacontendo soluo de iodo na concentrao de 10% em lcool, ou outro produtosimilar, durante trs a quatro dias, causando, assim, a desidratao do coto umbilical eevitando o aparecimento de bicheiras. Caso no se realize a cura, o umbigo pode sofreruma infeco local - onfaloflebite - ou sistmica, disseminando o agente patognico emvrios rgos, acarretando muitas vezes inflamaes das articulaes - onfaloarterites(caruara), pneumonias, abcessos hepticos, renais e cardacos. A cura tambm evita adeposio de ovos de moscas que acabam causando a instalao de miases(bicheiras), o que pode acarretar at na morte do animal.

    Durante os primeiros meses de vida dos bezerros necessrio que se tomem algumasprovidncias a fim de se evitar a ocorrncia de doenas que venham a prejudicar odesenvolvimento dos animais ou que possam levar o animal morte.

    Cuidados com o bezerro

    A categoria animal mais susceptvel s doenas a dos bezerros, por registrar o maiornmero de perdas por morte ou mesmo seqelas. Portanto, o manejo sanitrio debezerros assume funo estratgica em sistemas de produo de bovinos.

    Com base na poca do nascimento, preciso agrupar os animais em lotes, como formade facilitar e uniformizar o manejo dos bezerros. Na criao de bezerros, individual ou emgrupos etrios, a higiene, os abrigos limpos e secos e a desinfeco rigorosa e peridicadas instalaes podem contribuir para evitar o aparecimento de surtos ou para eliminar osfocos de diversas doenas.

    Fig. 14. Bezerro consumindo o colostro nas primeiras horas de vida.Fonte: http://www.girolando.com.br/megaleite/fotos.php?menu=2

    Cartilha para o produtor de leite em Rondnia 21

  • As vacinas recomendadas de rotina so ferramentas muito importantes nesteprocesso. Por isso, a sua utilizao deve ser recomendada sempre que o sistema deproduo necessite de uma garantia com relao a um determinado agente infecciosoe que mostre uma relao custo e benefcio favorvel.

    A diarria um sinal clnico que pode ser observado com freqncia, sendo uma dasprincipais causas de morte em bezerros porque ocasiona grande perda de lquidos eeletrlitos corporais, causando desidratao que, dependendo do grau, pode levar perda de peso, podendo evoluir para um choque hipovolmico e at mesmo a morte doanimal por falncia circulatria.

    Diarrias

    Fig. 15. Bezerros abrigados sobre camas secas e limpas para evitar contato direto com o solo.Fonte: www.saudeanimal.com.br

    Fig. 16. Bezerro com diarria (curso).Fonte: http://www.technovet.com.br/clinicabuiatrica

    Entretanto, vrias causas podem desencadear diarria, comeando por um pasto novo etenro, at diversos tipos de agentes infecciosos, como helmintos, bactrias (

    , sp., ); vrus (Rotavirus, Coronavrus, BVD, IBR) eprotozorios como a sp.

    Escherichia

    coli Salmonela Clostridium perfringens

    Eimeria

    Cartilha para o produtor de leite em Rondnia22

  • A diarria por colibacilose na maioria das vezes "causada" por um desequilbrioalimentar, ou seja, quando num dia o bezerro recebe muito leite e no outro umaquantidade mnima. Isso pode provocar indigesto que pode passar desapercebida ou,muitas vezes, tornar-se grave, debilitando o bezerro.

    Em geral, a ocorrncia da colibacilose maior em bezerros novos, nas trs primeirassemanas de idade. Os sinais clnicos caracterizam-se pelo aparecimento de uma diarriade cor esbranquiada, de cheiro desagradvel, tristeza, perda de apetite, emagrecimentoprogressivo e, em alguns casos, morte repentina. Essa diarria apresenta trs formasprincipais:

    : a bactria cai na corrente sangnea, multiplicando-serapidamente. Parece que o agente tem tendncia a invadir os tecidos orgnicos doanimal que no recebeu o colostro em tempo e em dosagem certa. Os baixos nveis degamaglobulinas sricas no soro sangneo evidenciam uma tendncia do norecebimento do colostro pelo bezerro. freqente este aparecer morto ou aptico, semter sido notado nenhum sinal clnico anterior.

    : algumas amostras de possuem determinados antgenosque promovem adeso s clulas do intestino delgado, havendo formao de colniase produo de enterotoxina. A morte do animal resulta, muitas vezes, da ao daenterotoxina absorvida.

    : nesta fase h uma diarria com cheiro ptrido, contendo fragmentosde leite coagulado, evidenciando uma digesto deficiente. Os bezerros desidratam,mostram afundamento dos olhos, tornam-se prostrados, podendo ocorrer mortes.

    Sabe-se que os bezerros adquirem a colibacilose por via oral, e se medidas foremtomadas para evitar a contaminao de pisos, cama, gua e rao, certamente, ocorrermenor ndice da doena.

    A salmonelose, caracterizada por diarria e infeco geral do organismo, cujatransmisso ocorre pela ingesto de gua e alimentos contaminados, produzida por umabactria do gnero sp. tem sido a principal causa de morte de bezerros emcertas regies.

    Em geral, esta diarria por salmonelose est associada a uma pneumonia, seja pelaquebra da resistncia orgnica, seja pela disseminao da salmonela pelo organismo do

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    Forma septicmica

    Forma enterotoxmica

    Forma entrica

    E. coli

    Salmonella

    animal, atingindo os pulmes. Assim, ter-se- um quadro de diarria e depneumonia,cujas conseqncias podem ser fatais.

    Os principais sintomas da salmonelose so abatimento, febre, olhos fundos,lacrimejamento, perda de apetite, plos secos e arrepiados e diarria. As fezes so fluidascom presena de muco, apresentam cor acinzentada ou esverdeada, com bolhas de gs,e tm cheiro desagradvel.

    A eimeriose (coccidiose), tambm conhecida como curso negro ou curso de sangue,acomete principalmente animais jovens de um a seis meses de idade. Os animais adultos,quase sempre, so portadores sadios que, em condies de debilidade, podem adoecer.

    Cartilha para o produtor de leite em Rondnia 23

  • Os animais doentes apresentam fezes aquosas, sanguinolentas e ftidas que seacumulam na cauda dos animais.

    Em infeces macias por eimeriose podem ocorrer convulses, tremores, fraqueza,desidratao, inapetncia e mortalidade, sendo comum o aparecimento concomitante depneumonia.

    Os animais se infectam com eimeriose pela ingesto de uma das formas de vida doagente (oocistos esporulados) presentes na gua e nos alimentos. Alm disso, ascondies precrias de higiene e a alta densidade de animais contribuem para oaparecimento da doena. A profilaxia e o controle da eimeriose baseiam-se em medidasde higiene e manejo. Os comedouros e bebedouros devem estar sempre limpos eprotegidos de contaminao fecal. Nos bezerreiros, os animais devem ser separados porfaixa etria, para evitar que os mais velhos se constituam em foco de infeco para osmais novos.

    fundamental identificar a causa da diarria e sua incidncia para realizar um tratamentoespecfico para o agente em questo, bem como para saber da necessidade do controlepor meio de vacinas. O controle das diarrias, de forma econmica, vai depender doestado geral das mes e do peso do bezerro no momento do nascimento, associado ingesto de colostro e cura do umbigo.

    No caso da febre aftosa, deve-se seguir rigorosamente a orientao do rgo de defesaestadual e sua poltica de controle, para que o rebanho brasileiro possa ser maiscompetitivo no mercado internacional.

    O controle do carbnculo sintomtico (manqueira) deve ser realizado juntamente com osoutros clostrdios que causam as doenas musculares e as enterotoxemias por meio devacina polivalente, em todos os bezerros de quatro a seis meses, repetindo a doseumms aps e anualmente, ou segundo a recomendao do fabricante.

    Em alguns casos de carbnculo sintomtico, nenhum sinal clnico observado porque oanimal afetado j encontrado morto. Animais acometidos, usualmente apresentam altatemperatura, anorexia, depresso e, quando os membros so afetados, a lesocaracterstica do carbnculo sintomtico pode ser observada no msculo esqueltico.Observa-se aumento da rea devido ao edema. palpao, geralmente observa-secrepitao e enfisema, devido formao de bolhas de gs durante a multiplicaobacteriana. Mortes sbitas podem ocorrer em casos de carbnculo sintomtico visceralem bovinos e ovinos, quando o corao afetado.

    Febre aftosa

    Clostridioses

    Cartilha para o produtor de leite em Rondnia24

  • O carbnculo hemtico ou antrax, uma enfermidade infecto-contagiosa, cosmopolita ealtamente fatal que atinge mamferos domsticos e selvagens, o homem e emcircunstncias especiais tambm as aves.

    Conhecido desde o incio da humanidade, foi a Quinta praga do Egito no sculo XV a.C.como uma epidemia que grassava nas margens do rio Nilo atingindo cavalos, jumentos,camelos, bovinos e ovinos como cita a Bblia Sagrada no xodo, captulo 9, vers. 4 e 6.

    Sua importncia histrica deve-se a que seu agente o foi a primeirabactria observada microscopicamente em 1849 e incriminada como causadora de umaenfermidade em 1860. Sendo pouco exigente, o cresce em solos ricosem matria orgnica, com tendncia a alcalinidade e, desde que haja temperatura eumidade favorveis, pode produzir grandes quantidades de esporos na superfcie do solo.A presena de nutrientes orgnicos como fezes e lquidos corporais de animais propiciamno s a viabilidade dos esporos, como estimulam sua germinao e proliferao daforma saproftica no meio ambiente.

    Embora a forma vegetativa do bacilo seja pouco resistente, sendo destrudo pela simplesputrefao do cadver e pela ao dos desinfetantes comuns, seus esporos ao contrrio,resistem a altas temperaturas podendo permanecer no solo e nos materiaiscontaminados por mais de 70 anos.

    Bacillus anthracis

    Bacillus anthracis

    Fig. 17. Animal morto acometido por manqueira (carbnculo sintomtico).Fonte: www.vet.uga.edu/.../ Port/BLclinical.htm

    Fig. 18. Morte super aguda de bovino causada por carbnculo hemtico.Fonte: http://www.webrural.com.br/webrural/artigos/pecuariacorte.htm

    Cartilha para o produtor de leite em Rondnia 25

  • Cartilha para o produtor de leite em Rondnia26

    O botulismo uma enfermidade que se caracteriza pela paralisia muscular progressiva,sendo observada no homem e vrios animais, inclusive em bovinos. A carne em estado deputrefao e os ossos so as fontes mais comuns de infeco para os animais. Aenfermidade tem um perodo de incubao de 12 a 24 horas, sendo que a sintomatologiapode aparecer de 2 horas a 14 dias aps a infeco.

    O botulismo em bovinos uma intoxicao produzida por toxinas dotipo C e D. A situao clssica em campo est relacionada com a

    contaminao dos animais pela ingesto de matria orgnica contaminada (cadver,aguada etc.), provocada pela deficincia de fsforo.

    Os sintomas mais evidentes em animais acometidos por botulismo so:

    Dificuldade de locomoo e incordenao motora.

    Nervosismo.

    Paralisia da lngua e salivao.

    Decbito esternal.

    O controle deve ser feito com o uso de vacinao, com toxide bivalente tipo C e D,inicialmente com duas doses aplicadas com um intervalo de um ms, a partir dos quatromeses de vida e com revacinao anual, alm de suplementao adequada de fsforo aosanimais. Deve ser retirado do campo todo o tipo de carcaa dos pastos, para evitar acontaminao dos animais.

    Em reas onde ocorre a raiva, os bezerros devem ser vacinados desde o nascimento,repetindo a dose aps trinta dias e anualmente ou de acordo com a recomendao dorgo de defesa estadual. Deve ser associada vacinao dos ces, gatos e eqdeos eao controle de morcegos hematfagos na regio.

    Adotar ou no o desmame precoce de bezerros uma situao onde o produtor deveconsiderar o custo-benefcio desta prtica na sua propriedade. Em rebanhos Zebu, ougado mestios com predominncia de sangue Zebu onde se faz necessria a presena dobezerro para se garantir a produo de leite pela vaca, no h outra alternativa que no ade se ter os bezerros mamando na vaca para garantir a "descida" do leite. Nestes casos,onde a retirada do bezerro leva menor produo de leite, diminuio ou interrupo dalactao, deve ser considerada a possibilidade de aps o bezerro completar 60 dias deidade, lev-lo somente junto me para estimular a "descida do leite", reservando paraele o leite residual e uma suplementao alimentar que suprir suas necessidadesalimentares.

    Normalmente o perodo de amamentao do bezerro tem durao de seis a dez meses,quando ento a vaca "seca" e ocorre a desmama naturalmente. Tais condies fazem

    Clostridium

    botulinum

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    Raiva

    Desmame precoce de bezerros

  • com que grandes quantidades de leite sejam consumidas pelo bezerro. O desmameprecoce uma prtica onde se deixa de oferecer leite aos bezerros aos 60 dias de idade(ou 60 kg de peso vivo), o que diminui os custos com a alimentao dos bezerros edisponibiliza mais leite para a venda. preciso lembrar tambm a importncia doprocesso de desmame dos bezerros em funo do estresse que acarreta com aconseqente fragilidade imunolgica.

    Em propriedades onde se adota o aleitamento artificial, isto , onde os bezerros recebemo leite no balde, o desmame precoce ocorre de forma mais fcil. O aleitamento artificial recomendado para rebanhos puros de raas especializadas para leite, ou para aquelescom predominncia de sangue europeu, onde as vacas no necessitam da presena dobezerro para "descer o leite".

    Para um desmame precoce bem sucedido onde no se acarrete problemas aos bezerros, necessrio o oferecimento de alimentos slidos o mais cedo possvel, tais comoconcentrados e capim picado, o que faz com que a flora ruminal se desenvolva maisprecocemente passando a digerir alimentos slidos, possibilitando o desmame dosbezerros.

    Outro aspecto muito importante a ser considerado o preo e a qualidade dos doisalimentos, leite e concentrado. O leite possui em mdia 3% de protena bruta, 15% denutrientes digestveis totais e 12% de matria seca, onde se pode considerar que a cadalitro de leite ingerido, o bezerro ter consumido 30 g de protena bruta e 156 g denutrientes digestveis totais. Os concentrados para bezerros apresentam composiovarivel, mas em mdia apresentam 92% de matria seca, 16% de protena bruta e 70%de nutrientes digestveis totais, logo para cada quilo de concentrado, o bezerro ingere160 g de protena bruta e 700 g de nutrientes digestveis totais.

    Comparando-se o leite ao concentrado conclui-se que:

    Para ingerir a mesma quantidade de protena bruta presente em 1 kg de concentrado obezerro necessita ingerir 5,3 litros de leite.

    Bezerro necessita ingerir 4,5 litros de leite para ingerir a mesma quantidade de energiafornecida por 1 kg de concentrado.

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    Fig. 19. Amamentao de bezerro.Fonte: www.davinci.g12.br

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  • Cartilha para o produtor de leite em Rondnia28

    No pode deixar de considerar que os nutrientes do leite, que so as gorduras e protenas,so aproveitados pelos bezerros de forma duas vezes mais eficientemente que osalimentos slidos. Portanto, a vantagem de se oferecer concentrado, que era de 4,5vezes passa a ser de 2,25 vezes, considerando-se a eficincia de utilizao destes doisalimentos.

    Tomando-se por base o que foi exposto, podemos concluir que s economicamentevantajoso usar concentrado em substituio ao leite para a alimentao de bezerros apsa oitava semana de vida, quando o preo de 1 kg de concentrado for igual ou menor que2,25 vezes o preo de 1 kg de leite.

    O sucesso do desmame, como dito anteriormente, depende do consumo precoce deconcentrados. O produtor poder utilizar concentrados vendidos no comrcio com adenominao de "rao inicial" ou tambm fabricando seu prprio concentrado, quandodeve ter em mente os seguintes aspectos:

    Concentrado deve ser bastante palatvel.

    Ter uma textura grossa, como a do fub de milho bem grosso.

    Conter alto teor de energia.

    Conter 16% de protena bruta da matria seca.

    Garantir o fornecimento de minerais atravs da adio de uma boa mistura mineral.

    Para formulao na propriedade de um concentrado, consulte um tcnico que lhe indicara melhor formulao utilizando os alimentos disponveis e de menor custo na sua regio.

    Quanto ao volumoso, deve-se oferecer aos bezerros ponta de capim picado de uma boaforrageira e deixar gua limpa e de boa origem sempre disposio dos animais.

    O controle de parasitas fundamental para a explorao leiteira, uma vez que causamelevados prejuzos. As populaes de parasitas aumentam e diminuem em determinadaspocas do ano em funo da temperatura e da umidade de cada regio, que podem tantoauxiliar ao controle, como tambm podem beneficiar na incidncia de parasitas.

    A maioria dos produtores tem por hbito combater aos parasitas quando estes esto emmaior nmero e causando maiores prejuzos. Este mtodo no se mostra como o maiseficiente, uma vez que torna-se muito difcil se obter sucesso, j que o nmero deparasitas (desafio) muito alto e provavelmente estes encontram-se numa poca do anopropcia ao seu desenvolvimento, o que acaba por causar re-contaminaes freqentes.A melhor poca de se combater aos parasitas quando estes estiverem em menornmero nos animais, pois dessa forma aumentam-se as chances de sucesso no controle.

    Alimentos slidos

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    Controle de parasitas

  • Cartilha para o produtor de leite em Rondnia 29

    O controle da maioria dos parasitas que afligem aos bovinos ser descrito a seguir.

    A bicheira um ferimento que contm as larvas de uma mosca (Fig. 20). As moscaspem os ovos nas bordas do ferimento, e deles saem as larvas que se alimentam dotecido muscular do animal, prejudicando seu desenvolvimento e possibilitando a entradade outros agentes patognicos. Um dos sintomas mais freqentes da presena debicheira num animal o sangramento constante e o mau cheiro. Quando mais cedo fortratada, menores os danos aos animais.

    Tratamento: contenha o animal e lave a ferida com gua e sabo. Corte os plos aoredor do ferimento, pois sem a presena dos plos evita-se o acmulo de material queescorre do ferimento, prevenindo-se assim a reinfestao por novas posturas de ovosdas moscas causadoras da bicheira. Deve-se tambm retirar todo o tecido morto doferimento, pois desta forma h a cicatrizao mais rpida da ferida. Aplica-se ento ummedicamento que seja larvicida, repelente e cicatrizante e aguarda-se de dois a cincominutos, que o tempo necessrio para que o medicamento possa agir e matar aslarvas. As larvas visveis devero ser ento retiradas, as vivas e as mortas, aconselha-se a retirada com pina ou esptula. Deve-se novamente aplicar o medicamento, umavez que a retirada das larvas visveis no ferimento abre espao para a penetrao doproduto, que agir repelindo ou matando outras larvas que vo aparecendo nasuperfcie do ferimento, permitindo sua remoo.

    Os bernes, como a bicheira, so larvas de moscas que se instalam no couro dos animaisprovocando irritao e desconforto, alm de perfurarem o couro e permitirem a entradade outros parasitas e agentes patognicos, como as bicheiras (Fig. 21).

    Para o carreamento de seus ovos, a mosca do berne precisa de um outro inseto,geralmente uma mosca, que utilizado como vetor de seus ovos, sendo este outro insetoo responsvel por depositar a larva do berne no hospedeiro, no caso os bovinos, para quese inicie o perodo parasitrio.

    Controle de ectoparasitas

    Bicheira

    Berne

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    Fig. 20. Ferida em bovino e ovino infestada por larvas da mosca causadora da "bicheira".Foto: www.davinci.g12.br

    Cochiomyia hominovarisc

  • Cartilha para o produtor de leite em Rondnia30

    6 Tratamento: 1) Tpico - o controle do berne atravs da aplicao tpica demedicamento bernicida pode ser feito utilizando-se "boneca de pano", que nada mais do que um pedao de pano limpo amarrado na ponta de um pedao de pau. Deve-serealizar a diluio do bernicida em um recipiente com leo na proporo recomendadana bula. O recipiente deve ter a boca com uma largura que permita a entrada da bonecade pano e permita que se misture muito bem o medicamento com o leo. Os produtosbernicidas so altamente txicos e devem ser manuseados com cuidado e com o usode equipamentos de proteo, tais como botas, luvas e culos. Deve-se passar aboneca de pano umedecida na mistura do bernicida com o leo sobre o couro dosbovinos onde se observa a presena de bernes. 2) Pulverizao deve-se diluir oproduto qumico bernicida em um recipiente com pouca quantidade de gua para quese obtenha uma mistura bem homognea do medicamento (calda). Despeja-se ento acalda no pulverizador e completa-se com gua de acordo com o recomendado pelabula. Com o animal contido aplica-se o bernicida diludo at que ele fiquecompletamente molhado. A aplicao deve ser feita sempre em sentido contrrio aocrescimento dos plos do animal. O aplicador deve estar protegido adequadamentedevido a alta toxidade dos bernicidas.

    O carrapato dos bovinos um parasita que necessita obrigatoriamente passar uma fasede sua vida sobre o bovino, ingerindo linfa, substratos teciduais e sangue.

    Carrapatos

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    4 5 6Fig. 21. Fases de vida da mosca do berne, (1) mosca adulta, (2) mosca domstica transportando ovos de berne, (3) larvasde berne abandonando os ovos, (4) berne no bovino, (5) larva madura do berne que cai do bovino, (6) pupa do berne nosolo.

  • Cartilha para o produtor de leite em Rondnia 31

    Fig. 22. Ciclo de vida do carrapato dos bovinos e animal parasitado.

    Os carrapatos so a causa dos maiores prejuzos na bovinocultura de leite na atualidade,pois alm de sugarem o sangue dos animais, perfuram o couro, favorecendo apenetrao de larvas da mosca da bicheira, alm de transmitirem a "Tristeza ParasitriaBovina", doena cujos sintomas so febre, anemia, podendo ainda aparecer urina escuraparecida com sangue, respirao ofegante, desidratao e inclusive ocasionando a mortedo animal.

    Os produtores, de forma geral, realizam o controle dos carrapatos de seus rebanhosapenas realizando a aplicao de carrapaticidas sobre os animais, e esta aplicao muitasvezes realizada sem os cuidados necessrios para garantir o sucesso da aplicao. Afalta de cuidado no uso de carrapaticidas vem acarretando uma srie de problemas, taiscomo a contaminao do leite e da carne, das pessoas que realizam a aplicao etambm do ambiente, uma vez que o carrapaticida diludo em gua acaba por escorrerpara o solo, contaminado o lenol fretico, rios e colees de gua (represas, lagos, etc.).

    Outro ponto a ser destacado o uso irracional dos carrapaticidas, que quando utilizadosde forma emprica sem levar em conta os fatores biolgicos do carrapato, acaba nocombatendo o carrapato e permitindo a instalao da resistncia nas populaes locaisde carrapatos da propriedade, acarretando prejuzo crescente na explorao.

    Somente atravs do conhecimento das caractersticas da vida do carrapato e suasrelaes com o ambiente em que esto sendo criados os bovinos, como as variaes doclima de cada regio, onde a temperatura e umidade so os fatores climticos de maiorimportncia e a relao entre o grau de sangue dos animais com a susceptibilidade aoparasitismo por carrapatos, que poderemos empreender com xito a difcil misso demanter as populaes de carrapatos em nveis aceitveis para que no causem prejuzosao pecuarista.

    Utilizando os conhecimentos adquiridos para o controle dos carrapatos, pode-se entobuscar a correo dos erros que esto sendo cometidos na propriedade, sendoimportante:

    Escolher o carrapaticida adequado aos carrapatos que ocorrem no rebanho dapropriedade.

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    Aplicar o carrapaticida na poca correta.

    Utilizar o carrapaticida de forma correta.

    Os carrapatos se multiplicam de acordo com as condies climticas locais. Durante osmeses mais quentes do ano a poca ideal para se combater o carrapato dos bovinos,pois seu ciclo de reproduo mais rpido e a populao se encontra em menor nmeronas pastagens, em decorrncia da alta mortalidade causada pelas altas temperaturas(Fig. 22).

    Tratamento: Deve-se realizar uma srie de banhos de 5 a 6 banhos de asperso comintervalos de 21 em 21 dias ou trs tratamentos com produtos "pour on" no fio dolombo do animal, com intervalos de 30 dias entre as aplicaes, ou conformeindicaes do mdico-veterinrio. Todo e qualquer tratamento para o controle decarrapatos s ser vlido se o produto for eficiente para os carrapatos do rebanho a sertratado (no resistentes) e se os banhos ou tratamentos forem bem feitos. O tempo deuso de um carrapaticida dentro da propriedade deve ser de pelos menos dois anos, parase evitar o aparecimento de resistncia a diversos princpios ativos utilizados nocombate ao carrapato.

    Apesar da mosca do chifre no ser um ectoparasita muito freqente em bovinos de leite,em muitas propriedades elas podem ser problemticas, principalmente em regies de altainfestao.

    A mosca do chifre tem como hospedeiro preferencial bovinos de pelagem escura, sendocomum se encontrar animais de pelagem clara com alto nmero de moscas. Ambos ossexos so hematfagos obrigatrios, e podem realizar o repasto sangneo sobrediferentes espcies. A mosca do chifre apresenta a particularidade de permanecerdurante todo o tempo sobre o hospedeiro, o que causa intensa irritao aos animais. Asfmeas realizam a deposio dos ovos nas fezes frescas dos animais e ali sedesenvolvem as larvas das moscas.

    Considera-se, para a maioria dos casos, que o nvel mximo tolervel de infestao pormosca do chifre sobre os animais seja algo em torno de 100 a 200 moscas, sendo queatingido este patamar, deve-se tratar os animais com drogas mosquicidas, para que se

    Mosca do chifre

    Fig. 23. Presena de carrapatos nos animais e nas pastagens.

  • mantenha a produo animal dentro de limites rentveis. Animais intensamenteparasitados apresentam reduo na produo leiteira em 20%, e um animal com umapopulao mdia anual de 500 moscas sofre perda anual de peso vivo deaproximadamente 40 kg (Fig. 24).

    Tratamento: pode ser feito atravs de banhos de asperso utilizando-se drogasmosquicidas, porm os tratamentos de melhores resultados so aqueles que seconcentram no ponto mais crtico do desenvolvimento da mosca do chifre que so asfezes dos bovinos. Pode-se realizar o controle biolgico da mosca atravs da utilizao decolepteros predadores conhecidos popularmente como besouros "rola bostas", sendouma alternativa bastante vivel para as pequenas e mdias propriedades. Outrapossibilidade de controle so as drogas endectocidas que so eliminadas juntamentecom as fezes dos bovinos, porm causam uma contaminao no ambiente e matam,alm das larvas da mosca do chifre, outras larvas e adultos de importantes espciescontroladoras biolgicas que tambm se desenvolvem nas fezes, esta uma opoemergencial em casos de altas infestaes pela mosca do chifre.

    Os frascos e embalagens de drogas ectoparasiticidas tanto de uso tpico, sistmico oupara utilizao por pulverizao devem ser enterrados, em local prprio na propriedadedestinado para este tipo de lixo, pois so produtos altamente txicos e podemcontaminar nascentes, cursos de gua, mananciais e o solo, quando descartados.

    Os vermes so parasitos internos que prejudicam o desenvolvimento dos animais. Osmais prejudicados so os animais jovens de at dois anos de idade. Os animais adultosquando bem alimentados, so resistentes aos vermes, no necessitando devermifugaes como os animais jovens, a no ser em casos especiais.

    O controle de verminoses tambm deve considerar as variaes climticas de cadaregio, uma vez que estas influenciam maior ou menor multiplicao das populaes deparasitas quando estes se encontram no meio ambiente na forma de vida livre.

    Controle de verminoses (endoparasitas)

    Cartilha para o produtor de leite em Rondnia 33

    Fig. 24. Nveis de infestao por mosca do chifre.

  • Cartilha para o produtor de leite em Rondnia34

    Para um controle eficiente, as vermifugaes devem ser concentradas no perodo demenor populao de vermes nas pastagens, o que ocorre normalmente durante a pocaseca do ano. Deve-se realizar trs aplicaes de vermfugos de amplo espectro nestapoca: uma no incio, outra no meio e mais uma ao final do perodo seco. Recomenda-seainda, mais uma aplicao no meio do perodo das guas.

    As verminoses possuem um importante papel econmico, pois retardam o crescimentodo animal, atrasam a idade do primeiro cio, diminuem a converso alimentar e algumaspodem vir a causar doenas no homem. Alm das tcnicas de manejo de pastagens,diviso dos animais por idade e destino higinico do esterco, deve-se fazer avermifugao preventiva conforme o proposto:

    Do desmame at os 30 meses de idade

    Todos os animais a partir do desmame nos meses de abril, maio, julho/agosto,setembro e dezembro.

    Animais que forem colocados em pastagens vedadas ou recm-formadas.

    O vermfugo a ser utilizado deve ser de amplo espectro de ao e a dosagem adequadarecomendada pelo mdico veterinrio.

    Para uma melhor orientao sobre o uso mais eficiente e econmico de drogasparasiticidas, tanto de ectoparasitas como endoparasitas, na sua regio, procureorientaes junto ao mdico-veterinrio, que o profissional apto para prestar taisesclarecimentos.

    A mastite a inflamao da glndula mamria, geralmente causada por microorganismosque penetram pelo canal da teta, ocasionando queda ou parada total na produo de leitepelo quarto mamrio atingido, alm de torn-lo imprprio para consumo.

    A mastite a doena mais comum da pecuria leiteira, e tambm aquela que atinge aparte mais importante da vaca, o bere. Os danos provocados pela incidncia de mastitepodem ser resumidos no seguinte:

    Diminuio na produo de leite.

    Perda de um ou mais quartos.

    Acidez do leite, quase sempre rejeitado pelo laticnios.

    Vermifugao dos bezerros

    Vermifugao estratgica

    Vermifugao ttica

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    Controle de mastite

  • Cartilha para o produtor de leite em Rondnia 35

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    Desvalorizao comercial da vaca leiteira, que passe a ser considerada animal de corte.

    Morte do animal por uma infeco irreversvel.

    Embora a mastite seja uma doena de origem microbiana, o meio ambiente e a prpriavaca podem colaborar para seu aparecimento. Poucos so os microorganismos quepodem causar infeco nas mamas, porm outros germes podem invadir o bere quandoeste sofre leso (pancadas, chifradas, cortes) ou ento penetram diretamente no bereatravs dos canal do leite e do esfncter do teto.

    A ordenha mal feita, seja ela manual ou mecnica, e a falta de higiene pode causar adoena. A prpria vaca, sob alguns aspectos, pode influenciar no aparecimento damastite, tais como:

    Alta produo de leite.

    Nmero de lactaes.

    Idade, quanto mais velha, maior predisposio ao aparecimento de mastite.

    O controle da mastite nas duas ltimas dcadas se baseou na reduo demicroorganismos indesejveis a partir da adoo de cinco princpios bsicos:desinfeco dos tetos ps-ordenha, terapia da vaca seca com antibitico, tratamentodos casos clnicos, descarte das vacas com infeco crnica e manuteno regular daordenhadeira.

    Os sinais mais caractersticos so: leite amarelado, presena de grumos, aspecto de guado leite, raias de sangue, bere inchado, avermelhado e dolorido.

    Devido as enormes perdas na produtividade o produtor se encontra hoje maispreocupado com o controle da mastite. A realizao diria do teste da caneca telada oude fundo preto evidencia a presena de mastite nos animais, ajudando na identificaodos quartos doentes. Para a identificao das mastites sub-clnicas que no podem seridentificadas pelo uso da caneca telada ou de fundo preto, aconselha-se quemensalmente se realize o teste CMT ( ), pois desta formaconsegue-se identificar os animais doentes que no apresentam sintomatologiaaparente. Desta forma pode-se planejar melhor a separao das vacas sadias dasdoentes, ajudando a no disseminar a doena por todo o rebanho.

    Animais com mastite devem ser esgotados quatro vezes ou mais, e receber umtratamento orientado pelo mdico-veterinrio.

    : o teste deve ser feitoutilizando os primeiros jatos de leite que geralmente so os mais contaminados,permitindo se identificar imediatamente casos de mastite clnica, quando o leite semostra alterado pela presena de grumos, pus, sangue e outras alteraes.

    California Mastits Test

    Realizao do teste da caneca telada ou de fundo escuro

  • Cartilha para o produtor de leite em Rondnia36

    1. Pegue a caneca telada ou de fundo preto.

    2. Esguiche os trs primeiros jatos de leite na caneca.

    3. Observe o aspecto do leite.

    4. Repita o teste nas tetas restantes.

    : No esguiche leite no cho ou nas mos. Se a aparncia do leite normal,proceda a ordenha at dois minutos aps a realizao do teste. O leite dos quartos commastite clnica no deve ser misturado ao leite bom.

    Observao

    Leite alterado Leite normal

  • Cartilha para o produtor de leite em Rondnia 37

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    Realizao do teste do (CMT)California Mastit Test : o teste deve ser feito utilizandoos primeiros jatos de leite que geralmente so os mais contaminados, permitindo-seidentificar imediatamente casos de mastite sub-clnica quando o leite se mostraalterado pela formao de uma "gelatina" quando o leite entra em contato com oreagente CMT.

    1. Recolha um jato de leite de cada teto separadamente em cada orifcio da raquete.

    2. Adicione o reagente CMT e compare com a tabela.

    No caso de aparecimento de mastite, a causa sempre deve ser procurada. Uma dasprimeiras providncias isolar o animal doente, e quando se tratar da mastite clnicadeve-se proceder da seguinte forma:

    Ordenhar vacas com mastite sempre por ltimo, a fim de se evitar a contaminao, sejapela mo do ordenhador ou pela ordenhadeira.

    Eliminar o leite contaminado (leite mamtico).

    Quando possvel, esgotar o quarto infectado o maior nmero de vezes durante o dia.

    Identificar e fazer o tratamento com antibiticos precedido do antibiograma, queorienta qual antibitico atuar sobre os germes causadores da doena.

    Deve-se ressaltar que o leite das vacas em tratamento com antibitico deve serdescartado de acordo com recomendaes

  • Cartilha para o produtor de leite em Rondnia38

    O ponto-chave para otimizar o desempenho na ordenha : ordenhar beres limpos esecos, coordenar as teteiras com a descida do leite, tirar o leite rapidamente e retirar asteteiras ao terminar a ordenha. Quando a ordenha feita de forma manual, o ordenhadordeve lavar as mos com soluo de gua sanitria a 5% antes de ordenhar os animais,pois assim evita-se o carreamento de microorganismos de um animal doente para outrosadio, devendo tambm realizar a desinfeco dos tetos com soluo de lcool iodadoaps o trmino da ordenha.

    Seguindo todos os quesitos bsicos, o controle da mastite ser mais eficaz.

    O leite ao sair do bere ligeiramente cido, em torno de 16 a 29 Dornic, o que equivalea um pH de 6,6 a 6,7 e a cerca de 1,6 a 2,0 g de cido ltico por litro. A legislaoconsidera como leite cido aquele que apresenta uma acidez acima de 18 Dornic.

    Uma acidez acima de 18 Dornic proveniente da acidificao do leite causada pelodesdobramento da lactose provocada por microorganismos que esto em multiplicaono leite. Esse leite imprprio para consumo e industrializao. medida que o tempopassa a acidez aumenta por influncia da temperatura e, principalmente da falta dehigiene com os equipamentos utilizados na ordenha.

    O leite sadio obtido de vacas em perfeitas condies de sade, livres de doena,principalmente mastite, que uma das principais causas de acidez do leite, pelaexistncia de germes que podem tambm prejudicar a sade humana. O leite higinico obtido ordenhando-se vacas sadias em salas de ordenha limpas e arejadas e com uso devasilhames adequadamente limpos. Os ordenhadores devem ter as mos e braos limposno momento da ordenha.

    As medidas devem ser preventivas para se evitar a acidificao do leite e consistem emmaior esforo para a obteno de um leite higinico e sadio, que dever estar resfriado a4 C at no mximo duas horas aps a ordenha.

    No local da ordenha, os seguintes aspectos devem ser observados:

    Os ordenhadores devem trabalhar com uniformes limpos, unhas aparadas e antes daordenha, lavar as mos e os braos com gua e sabo.

    A instalao onde os animais so ordenhados deve ser limpa e arejada, recomenda-se adesinfeco pelo menos uma vez por semana.

    A gua utilizada para a lavagem das instalaes, dos lates e equipamentos e nopreparo das tetas para a ordenha deve ser potvel (tratada).

    Balde no deve ser totalmente aberto, recomendado que se utilize o balde que possui1/3 somente de abertura, pois com o balde semi-fechado em lugar do balde aberto, aschances de carem impurezas (esterco, poeira, etc.) no leite so reduzidas. O balde da

    Leite cido

    Como evitar a acidificao do leite

    Ordenha manual da vaca leiteira

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  • Cartilha para o produtor de leite em Rondnia 39

    ordenha deve ser muito bem lavado antes e aps a ordenha, com gua e sabo, umpouco de soluo clorada deve ser passada no balde aps a limpeza.

    Os lates devem ser previamente limpos com detergente, esponja e escova e lavadosutilizando-se gua limpa de boa qualidade, aps a limpeza os lates devem sercolocados em um suporte apropriado com a boca virada para baixo.

    Ordenhador no deve amarrar a vaca, ficando esta tarefa por conta de outra pessoaque no ir tirar o leite.

    As tetas das vacas devem ser lavadas com gua corrente de boa qualidade eenxugadas com papel toalha descartvel. No momento da ordenha, os tetos, assimcomo as mos do ordenhador devem estar limpos e secos.

    Aps a ordenha o leite deve ser passado por coador de ao inoxidvel ou de nilon, nose recomenda coador de pano.

    Aps a ordenha cada teto deve ser imerso em soluo desinfetante. A base maiscomum desta soluo o iodo glicerinado.

    Manter o lato abrigado do sol, seja na hora da ordenha, seja no local de espera dotransporte, que deve ser feito em caminho com tanque isotrmico, se isto no forpossvel, utilizar cobertura protetora para raios solares e transport-lo, no mximo 90minutos aps a ordenha para tanque de expanso.

    Aps a ordenha transportar o leite para o tanque de resfriamento, o mais rpidopossvel.

    Resfriar, sempre que possvel, o leite recm-ordenhado e mant-lo sob refrigerao a4 C.

    No misturar o leite de vaca recm-parida (colostro) ou com mastite, com o leite bom.

    Os animais devem permanecer de p por um perodo mnimo de duas horas parapermitir que o canal do teto volte ao normal. Animais que deitam aps a ordenha podemcontrair mastite.

    Se o produtor, mesmo com os cuidados acima descritos, continuar tendo a presena deleite cido, deve-se proceder do seguinte modo:

    Fazer na propriedade a anlise da acidez do leite com o alizarol, utilizando o aparelho"Dornic" de fcil aquisio no comrcio.

    Verificar as condies de transporte at o tanque de resfriamento.

    Verificar o horrio de chegada do caminho de transporte do leite na plataforma dolaticnio e acompanhar a anlise do leite, comparando os resultados obtidos napropriedade e no laticnio.

    O produtor deve sempre estar atento a fim de evitar a acidificao do leite,principalmente nos meses de vero, uma vez que neste perodo do ano, aumenta-se aproduo de leite e fatores adversos, como estradas ruins e temperatura elevada,propiciam condies para o aparecimento do leite cido.

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  • Cartilha para o produtor de leite em Rondnia40

    Calendrio de vacinao

    Novas normas para a qualidade do leite:Instruo Normativa 51 (IN 51)

    Certamente dos assuntos mais discutidos entre os produtores de leite nestes ltimostempos a Instruo Normativa 51, que entrar em vigor no dia 01 de julho de 2007 nasregies Norte e Nordeste regulamentando a produo, identidade, qualidade, coleta etransporte do leite A, B, C, pasteurizado e cru refrigerado, alm da coleta e transporte doleite. A categoria do leite cru refrigerado a que est relacionada a maioria dosprodutores de leite, em Rondnia.

    Aps a verificao da insuficiente qualidade do leite produzido no pas, e aps adisponibilizao das novas orientaes consulta pblica, houve a publicao da IN n51 que apresenta novas normas com o objetivo de atualizao do setor lcteo para amelhoria da qualidade da matria-prima e reduo dos seus custos de coleta, visandotanto ao mercado consumidor interno como s exportaes.

    Foi previsto um calendrio diferenciado em termos regionais para a progressivaadaptao de produtores e laticnios s novas exigncias de qualidade do leite crurefrigerado, que se estende de 2002 at 2011 para a regio Centro-Sul (Sul, Sudeste eCentro-Oeste) e de 2002 at 2012 para as regies Norte e Nordeste.

    A possibilidade de excedente de produo de leite acima de 01 bilho de litros por ano algo bastante provvel a mdio e longo prazo, considerando o crescimento da produo edo consumo interno. A sada seria, ento, aumentarmos a exportao de lcteos, e paraisto, a melhoria na qualidade da matria prima ser um pr-requisito, da a preocupaodo Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA), em regulamentar aproduo e o transporte do leite.

  • Os pequenos produtores de leite devero se organizar em associaes para fazeremfrente s novas exigncias de qualidade da matria-prima e seu transporte a granel,disponibilizando tanques comunitrios para o resfriamento do leite na propriedade.

    Os testes de Contagem de Clulas Somticas e Contagem Padro em Placas/ContagemBacteriana Total, que definem, respectivamente, a sanidade do rebanho no que se refere,principalmente, mastite, e a higiene do processo de obteno da matria-prima, so osprincipais indicadores dos objetivos a serem alcanados pela normativa.

    preciso deixar bem claro ao produtor de leite que a produo de leite de qualidadebeneficia principalmente a ele prprio. Leite de qualidade reflete em maior produo emenores custos. Alm disso, uma tendncia cada vez mais clara a valorizao doproduto de qualidade pelos laticnios, com alguns j pagando um diferencial porqualidade atualmente. Ou seja, ganha o produtor, ganha o laticnio e sem dvida alguma,ganha o consumidor com produtos de alta qualidade.

    Com o objetivo de orientar os produtores quanto a forma de obteno do leite cru deacordo com o previsto na IN 51, sero descritos os principais pontos do regulamentotcnico para este produto.

    O leite cru refrigerado, independentemente do tipo, aquele produzido nas propriedadesrurais do territrio nacional e destinado obteno de Leite Pasteurizado para consumohumano direto ou para transformao em derivados lcteos em todos osestabelecimentos de laticnios submetidos inspeo sanitria oficial.

    Dever ser mantido em temperatura mxima de 7 C na propriedade rural ou em tanquecomunitrio em at 3 horas aps a ordenha e dever ser transportado em carro-tanqueisotrmico da propriedade rural para um Posto de Refrigerao de leite ouestabelecimento industrial adequado, onde deve ser mantido, no mximo a 10 C at serprocessado.

    O controle da qualidade do leite, na freqncia e para os itens de qualidade estipuladosno regulamento, ser feito pela coleta de amostras na propriedade rural ou noestabelecimento beneficiador e s ser reconhecido, nos termos do

    , pelo sistema oficial deinspeo sanitria a que estiver vinculado o estabelecimento, quando realizadoexclusivamente em unidade operacional da Rede Brasileira de Laboratrios de Controleda Qualidade do Leite (RBQL), constituda por meio da Instruo Normativa n 37/2002ou integrantes da Coordenao de Laboratrio Animal (CLA), do Departamento deDefesa Animal (DDA), vinculado Secretaria de Defesa Agropecuria do MAPA ou porinstituio credenciada.

    A coleta das amostras nos tanques de refrigerao individuais localizados naspropriedades rurais e nos tanques comunitrios, o seu encaminhamento e orequerimento para realizao de anlises laboratoriais de carter oficial, devem ser deresponsabilidade e correr s expensas do estabelecimento que primeiramente receber oleite.

    Leite cru refrigerado

    Regulamento

    Tcnico de Identidade e Qualidade do Leite Cru Refrigerado

    Cartilha para o produtor de leite em Rondnia 41

  • O SIF/DIPOA, a seu critrio, pode colher amostras de leite cru refrigerado na propriedaderural para realizao de anlises fiscais em Laboratrio Oficial do MAPA ou em UnidadeOperacional credenciada da RBQL.

    O transporte do deve ser realizado de acordo com o RegulamentoTcnico para Coleta de Leite Cru Refrigerado e seu Transporte a Granel, descrito naseo 5.6 a seguir.

    admitido o transporte do leite em lates ou carros em temperatura ambiente, desdeque: a) o estabelecimento processador concorde em aceitar trabalhar com esse tipo dematria-prima; 2) a matria-prima atinja os padres de qualidade fixadas no seuregulamento tcnico, de acordo com o calendrio especfico da regio; e 3) o leite sejaentregue ao estabelecimento processador no mximo at 2 horas aps a concluso daordenha.

    O calendrio para a progressiva melhoria da qualidade do leite, entre 01/07/2002 e01/07/2011 para as Regies Sul, Sudeste e Centro-Oeste e entre 01/07/2002 e01/07/2012 para as Regies Norte e Nordeste apresentado na Tabela 2.

    leite cru refrigerado

    Cartilha para o produtor de leite em Rondnia42

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    Cartilha para o produtor de leite em Rondnia 43

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    E)

  • Cartilha para o produtor de leite em Rondnia44

    A adequao do setor lcteo com o objetivo de melhoria da qualidade do leite acontecerem quatro etapas, visando a progressiva adaptao de produtores e laticnios.

    Na primeira etapa, entre 01/07/2002 e 01/07/2005 para as regies Sul, Sudeste eCentro-Oeste e entre 01/07/2002 e 01/07/2007 para as regies Norte e Nordeste,

    nos termos do RegulamentoTcnico especfico, torna-se obrigatria a refrigerao do leite e seu transporte a granelat a plataforma do laticnio, com contagem mxima de 1 milho UFC/ml para o testeContagem Padro em Placas ou Contagem Bacteriana Total (CPP/CBT) e de mximo de 1milho CS/ml para o teste Contagem de Clulas Somticas (CCS).

    Enquanto o teste CPP/CBT um indicador da qualidade do leite em termos de higiene,sanitizao dos sistemas de ordenha e tanques de expanso e velocidade deresfriamento, o teste CCS um indicador da sanidade e bem-estar do rebanho, poisdetecta a incidncia de mastite contagiosa.

    Tornam-se obrigatrios, tambm, os requisitos de matria gorda, densidaderelativa, acidez titulvel, slidos no gordurosos, ndice crioscpico mximo e nvel deprotenas, conforme discriminado na Tabela 3.

    . Requisitos mnimos exigidos na IN 51.

    para

    os estabelecimentos que se habilitaram antecipadamente

    mnimos

    Tabela 3

    A implementao da Instruo Normativa 51, sem dvida alguma abrir as portas denovos mercados para o leite brasileiro, garantindo a sustentabilidade da produo de leitepelos prximos anos. Mas para isso todos os elos da cadeia devem estar integrados parasomar esforos pelo objetivo comum: leite de qualidade.

    BRASIL. Instruo normativa n 51, de 18 de setembro de 2002. Aprova osRegulamentos Tcnicos de Produo, Identidade e Qualidade do Leite tipo A, do Leitetipo B, do Leite tipo C, do Leite Pasteurizado e do Leite Cru Refrigerado e o RegulamentoTcnico da Coleta de Leite Cru Refrigerado e seu Transporte a Granel.

    , Braslia, DF, 20 de setembro de 2002. Seo 1, pag. 13. Disponvel em:.Acesso em: 23 ago. 2005.

    Referncias bibliogrficas

    Dirio Oficial daUnio

  • Cartilha para o produtor de leite em Rondnia 45

    EMBRAPA GADO DE LEITE. . Juiz de Fora,2000. no paginado.

    EMBRAPA GADO DE LEITE. : manual tcnico. BeloHorizonte: SENAR-AR/MG/Embrapa, 1997. 272 p.

    MILLEN, E. : teoria e prticas. Campinas: Instituto Campineiro deEnsino Agrcola, 1985. 711 p.

    HLVIO , T. S. : uma zoonose importante no Rio Grande doSul. Disponvel em: . Acesso em: 20 set. 2005.

    Orientaes sobre ordenha de vacas leiteiras

    Trabalhador na bovinocultura de leite

    Zootecnia e veterinria

    Carbnculo hemtico (antraz)

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