Cas Que Amento

14
HARAS CATAS ALTAS VANGUARD - CASQUEAMENTO Os principais erros observados em casqueamentos e ferrageamentos realizados de maneira inadequada são: Remoção das barras pelos casqueadores, que desconhecem as suas funções. As barras são a continuação da parede do casco (muralha) e têm a finalidade de sustentar e de transmitir o peso para a periferia do casco e de constituir um escoramento ideal para impedir o estreitamento dos talões e bulbos. A ausência de barras concentra o peso sobre os talões e ranilha; Perda da concavidade da sola, que se tornam grossas e planas, sem muita flexibilidade e capacidade para absorver choques e sustentar o peso. A falta de concavidade diminui as ações de expansão e contração dos cascos; A angulação entre o casco e o sistema digital não é considerada e comparada com a condição anatômica ideal do cavalo, que é dada pelo ângulo da escápula, o animal não tem o plano de sustentação ideal, colocando o casco de forma inadequada no solo. Esta condição, aliada à condição cascos desbalanceados, com metades desiguais, é conhecida como desbalanceamento médio-lateral. A parte do casco que toca o solo por último é a que se desgasta mais, porque recebe maior esforço e atrito durante o movimento. O desbalanceamento é a causa de cascos tortos, dos vícios de movimentação dos locomotores e dos problemas de aprumos. O casco balanceado deve ter as metades iguais e os comprimentos entre cada talão até a pinça também devem ser iguais; A abertura dos canais da ranilha (lateral, central e medial), que são fundamentais para o arejamento da sola

Transcript of Cas Que Amento

Page 1: Cas Que Amento

HARAS CATAS ALTAS VANGUARD - CASQUEAMENTO

Os principais erros observados em casqueamentos e ferrageamentos realizados de maneira inadequada são:

Remoção das barras pelos casqueadores, que desconhecem as suas funções. As barras são a continuação da parede do casco (muralha) e têm a finalidade de sustentar e de transmitir o peso para a periferia do casco e de constituir um escoramento ideal para impedir o estreitamento dos talões e bulbos. A ausência de barras concentra o peso sobre os talões e ranilha;

Perda da concavidade da sola, que se tornam grossas e planas, sem muita flexibilidade e capacidade para absorver choques e sustentar o peso. A falta de concavidade diminui as ações de expansão e contração dos cascos;

A angulação entre o casco e o sistema digital não é considerada e comparada com a condição anatômica ideal do cavalo, que é dada pelo ângulo da escápula, o animal não tem o plano de sustentação ideal, colocando o casco de forma inadequada no solo. Esta condição, aliada à condição cascos desbalanceados, com metades desiguais, é conhecida como desbalanceamento médio-lateral. A parte do casco que toca o solo por último é a que se desgasta mais, porque recebe maior esforço e atrito durante o movimento. O desbalanceamento é a causa de cascos tortos, dos vícios de movimentação dos locomotores e dos problemas de aprumos. O casco balanceado deve ter as metades iguais e os comprimentos entre cada talão até a pinça também devem ser iguais;

A abertura dos canais da ranilha (lateral, central e medial), que são fundamentais para o arejamento da sola (maior entrada de ar), facilitar o movimento de abre e fecha dos talões do casco e do trabalho de dilatação da ranilha. Quando o canal central da ranilha fica fechado podem ocorrer pododermatites exudativas, que amolecem a ranilha provocando mau cheiro e prejudicando a performance do animal, sobretudo em piso de areia

Casqueamento mal feito pode prejudicar seriamente o andamento e a funcionalidade de qualquer cavalo além de aumentar os riscos de lesões, principalmente, quando as estruturas e o ângulo dos cascos em relação às partes do cavalo não são respeitados. Alterações na conformação natural dos cascos podem alterar o andamento correto do animal:

Page 2: Cas Que Amento

HARAS CATAS ALTAS VANGUARD – CASQUEAMENTO

Caso A: cascos aparados naturalmente com os ossos digitais alinhados (ideal). O movimento do casco acontece em semi-círculo, com o centro abaixo do plano do solo. Sendo que o auge do movimento, ou momento de maior elevação, se dá exatamente em frente ao locomotor contrário que se encontra apoiado. Nesta condição o cavalo anda com elegância, avante e com o seu rendimento máximo.

Caso B: casco com ângulo menor que o ângulo da paleta (achinelado). O tendão flexor profundo está mais esticado do que o normal, o animal eleva o casco de maneira excessiva, no início do movimento. O andamento fica deselegante e o rendimento prejudicado em função do alçamento.

Caso C: ângulo do digital é maior do que o ângulo da paleta (casco fincado). O tendão extensor fica sobretensionado. Quando o animal eleva o casco do chão o tendão extensor tende a aliviar seu esforço, e acaba adiantando o ponto máximo da trajetória do movimento. Neste caso, o animal tem andamento rasteiro e chuta a relva ou o chão com a ponta do casco. Este andamento é muito comum nos posteriores dos muares.

Cavalos que se alcançam (sobre-pegada) têm alcance do casco posterior (caso C) sobre o casco anterior (caso B). A maior parte dos problemas de casco causados por casqueamento incorreto é possível ser corrigida, a aparação consciente dos cascos evita muitos problemas de locomoção dos cavalos atletas, que podem, ainda, resultar em afecções do sistema locomotor.

Page 3: Cas Que Amento

A Tabela 1 indica que cada grau de achinelamento equivale a dezenas de quilogramas de peso a mais nos tendões flexores. Os valores foram estimados para um cavalo atleta de porte médio (500 Kg de peso vivo). Estes efeitos podem ser mais intensos nos animais preparados para hipismo e animais de tracção de grande porte."

Tabela 1 - Alívio nos tendões anteriores de animal de 500 Kg de peso vivo com 350Kg nos anteriores (em repouso), com condição anatómica de 60 graus (inclinação de escápula) e cascos anteriores de comprimento 15 cm.

Ângulo Digital ----Alçamento em graus---Alívio Tendões(Kg)---Alívio ----40-------------------40>>60 = 20---------------129,5--------------37----45------------------ 45>>60 = 15---------------112,0--------------32----50-------------------50>>60 = 10--------------- 87,5 --------------25----55-------------------55>>60 = 5-----------------49,0---------------14----58-------------------58>>60 = 2-----------------17,5--------------- 5----59-------------------59>>60 = 1-----------------10,5----------------3

Page 4: Cas Que Amento

Conformação e problemas musculoesqueléticos no cavalo atleta

CONFORMAÇÃO, APRUMOS E PROBLEMAS ORTOPÉDICOS NO CAVALO ATLETA

INTRODUÇÃOConformação é a forma ou delineamento de um cavalo ou sua aparência física relativa ao arranjo dos músculos, dos ossos e outros tecidos, ou simplesmente “o relacionamento entre forma e função". A conformação tem um papel importante no julgamento morfológico de um cavalo. A sua avaliação é subjetiva e baseada na experiência ou na opinião de cada avaliador. Embora muito já se saiba ao longo de 200 anos de estudo sobre a conformação dos cavalos e sua relação com o desempenho e problemas ortopédicos, poucos dados objetivos estão disponíveis aos criadores do cavalo atleta. Exclusivamente neste artigo serão tratados apenas os membros, lembrando que todo o corpo do cavalo está envolvido na conformação e na sua biodinâmica.

CONFORMAÇÃO DESEJADA

Peito

Olhando o cavalo de frente, os membros dianteiros não deverão ser nem demasiado distantes nem demasiado perto um do outro, já que juntos formam a largura do peito. Demasiado distantes resultará em uma locomoção roliça, do tipo que poderá causar enjôo ao cavaleiro. Demasiado perto, predispõe o cavalo aos ferimentos, já que existe o risco do cavalo tocar os próprios membros quando se move. Estas situações podem ser aliviadas através de casqueamento e ferrageamento, mas melhor se forem evitadas desde o nascimento. A região peitoral deverá ter boa massa muscular e ser ampla, já que os cavalos com estas características terão melhor extensão e potência de movimento lateral do que cavalos com peitos fechados.

Joelhos e canelas

Os membros anteriores devem ser retos e não desviados para dentro ou para fora. Devem ser longos e musculados no antebraço e os joelhos devem ser grandes e lisos, não pequenos nem redondos., devido aos tendões passarem por eles, permitindo assim movimento e articulação máximos. A canela não deve ser demasiado longa. Olhando o cavalo de lado, o joelho deve parecer baixo em relação ao membro. Se parecer elevado, significa que a

Page 5: Cas Que Amento

canela é mais longa do que o ideal, e propensa à fraqueza. A forma com que a canela se junta no joelho é importante para a funcionalidade do membro. Em alguns cavalos você verá que esta junção aparece garroteada, onde a canela é mais fina logo debaixo do joelho e termina mais grossa no boleto. Isto pode restringir o movimento dos tendões. Em alguns casos o cavalo pode estar ajoelhado com a canela se unindo atrás da linha do joelho. O oposto disto é o chamado joelho transcurvo, onde a linha frontal do membro se torna côncava.

QuartelasA quartela é a parte absorvente do choque, carregando às vezes o peso inteiro do cavalo, mais aquele do cavaleiro. A quartela ideal, á semelhança dos membros, seria a nem demasiado longa nem curta, e nem inclinada nem vertical demais. A longa colocará uma tensão adicional no ligamento suspensório do boleto e nos tendões flexores. A quartela demasiado vertical não atua suficientemente bem para superar os efeitos de choque do movimento e assim todo o membro pode sofrer com problemas de manqueiras.

Curvilhões e canelasQuanto ao membro traseiro, os curvilhões são uma das partes mais importantes. Agem como um absorvente adicional de choque. Assim como o joelho, é preferível estarem num ponto baixo do membro, diminuindo a tensão nas canelas posteriores. A forma como o alinhamento do curvilhão está ajustado no membro fará uma diferença na sua ação. Idealmente, o ponto de alinhamento do curvilhão deverá ser debaixo da garupa onde uma linha reta seja possa ser traçada na parte traseira da canela e continue na parte traseira da garupa. Os cavalos com curvilhões que caem atrás desta linha terão falta de propulsão. Olhando o cavalo de trás, os membros devem ser retos e sem curvilhão de vaca, quando giram para dentro, acompanhados pelos cascos girados para fora; ou se curvam em demasia, quando os curvilhões giram para fora. De lado, o cavalo não deve ser ter curvilhão de foice, onde a borda dianteira parece excessivamente curvada ou dobrada. Todas estas conformações podem causar manqueiras, comprometendo as qualidades anti-choque do curvilhão.

Page 6: Cas Que Amento

CascoO ditado “Sem casco, sem cavalo!” é bem aplicado á conformação. O casco ideal terá de ser relacionado sempre com seus pares no tamanho e na forma. Os posteriores são maiores e com forma mais oval do que os anteriores. A muralha deve ser forte e flexível, não fraca nem mole ou seca e dura, mantendo sim a elasticidade. Os problemas com as paredes do casco significarão que o cavalo terá dificuldade em manter ferraduras. Ao casquear e ferrar o cavalo é necessário manter o tamanho natural do casco, mantendo os talões na mesma altura, e não o cortando demais para caber a ferradura, causando assim manqueiras e comprometendo as qualidades anti-choque naturais do casco.Os cascos devem apontar para a frente, não para dentro (periquito) nem para fora (pato). Devem ter ranilhas bem aparentes, bem-saltadas e não devem ser quadradas nem eretas, como encontradas nos muares. Os sulcos laterais em torno da parede do casco podem indicar laminite ou, no mínimo, mudanças na taxa de crescimento devido a doença ou mudanças na alimentação ou estresse.

AVALIAÇÃO DA CONFORMAÇÃO NO PRIMEIRO ANO DE VIDAAté 15 dias de vidaOlhando de frente, os potros recém nascidos tem 3 tipos de desvios nos membros dianteiros: angulares, rotacionais e deslocamento de joelho. A avaliação desta conformação em potros destinados á atividade atlética deverá ser realizada o mais cedo possível, para que a intervenção seja realizada antes dos desvios se tornarem permanentes. Os desvios angulares são causados por alterações das epífises ósseas ou das articulações, geralmente joelhos (carpo), curvilhões (tarso) e boletos. Traçando uma linha vertical imaginária em todo o membro, veremos desvios valgus quando para o lado interno da linha e varus quando para o lado externo. É de salientar que mais de uma articulação no mesmo membro poderão ser atingidas. As deformidades rotacionais também são comuns e envolvem mais as articulações do joelho e antebraço no membro

Page 7: Cas Que Amento

anterior e a articulação do empurrador, quando no membro posterior. Ao nível de boletos, ambos os tipos angulares e rotacionais poderão estar envolvidos.Geralmente estes desvios ocorrem em potros leves, com peito pequeno, onde haverá forças de pressão assimétricas sobre os centros de crescimento ósseo e conseqüente crescimento ósseo também assimétrico. Outro fator que compromete a conformação são os variados graus de ossificação em diferentes ossos devido a uma má gestação. Este tipo de problema leva a desvio do tipo carpus e tarsus valgus (joelho e curvilhão para dentro) e hiperflexão (contratura de tendão). O deslocamento do joelho (joelho rodado) é causado principalmente pelo não crescimento dos ossos desta articulação. O desvio mais comum que requer tratamento cirúrgico é o carpus valgus acentuado. Os restantes poderão ser corrigidos através de casqueamento corretivo, ferraduras ortopédicas e uso de bandagens e agentes químicos adstringentes. Desvios raros da arquitetura dos ossos, os varus e valgus congênitos e malformações, tem origem genética e os procedimentos terapêuticos são baseados na gravidade em que se apresentam. Dos 15 dias aos 5 meses de idadeNeste período ocorrem várias mudanças no crescimento dos potros. Aqui a conformação sofre a ação direta da genética, ganho de peso, crescimento e exercício, levando a algumas alterações nos membros dos potros. Alterações positivas são a perda gradual do carpus valgus e a rotação do boleto para fora. As menos desejadas são carpus e tarsus varus, joelho rodado e rotação do boleto para dentro. Ao contrário do que se supõe, a abertura do peito não foi comprovada como fator de correção para mãos abertas e carpus valgus. A primeira alteração indesejável vista é a chamada mãos para dentro (periquito) que ocorre a partir dos 30 dias de idade. O joelho rodado também ocorre neste período, e não é tão severo. No entanto, por ter origem no crescimento desorientado dos ossos do joelho, é uma alteração contínua que deverá ser prontamente resolvida através do casqueamento corretivo. O carpus varus geralmente é unilateral e poderá ocorrer devido a algum trauma no membro oposto.Dos 5 meses a 1 ano de idadeAs alterações ósseas nesta fase são menos drásticas do que nos períodos anteriores, mas é neste período que os desvios se tornam permanentes. Os potros ainda estão ganhando peso e enquanto este fator atua nos membros, as alterações na arquitetura óssea se tornam mais aparentes. Isto é devido á redução de cartilagem e aumento de tecido ósseo nos membros. Os desvios mais comuns nesta etapa são a mão para dentro e joelho rodado em graus severos. Apesar da gravidade, alguns fatores de crescimento ósseo ainda possibilitam o tratamento através de casqueamento e ferrageamento corretivos e até cirúrgia com colocação de grampos.

PROBLEMAS ORTOPÉDICOS E CONFORMAÇÂO NO QUARTO-DE-MILHAUma pesquisa feita com cavalos quarto-de-milha no hipódromo de Los Alamitos (Anderson, Mcllwraith, Goodman and Overly, 2003) constatou a relação direta entre problemas ortopédicos e conformação. Dentre as mais variadas associações, as mais observadas foram as seguintes:1) Úmero longo está associado a fraturas das falanges proximais e sinovite dos joelhos.2) Membro anterior longo, pescoço longo e pinças dos cascos longas, levam a

Page 8: Cas Que Amento

fraturas do tipo “chip” no joelho.3) Aumento do ângulo da paleta está associado a fraturas dos ossos do joelho e á diminuição da incidência de sinovite na mesma articulação, o que é contraditório.4) A quartela mais vertical leva a maior inciência de sinovite no joelho e boletos5) Mãos muito para fora estão associadas a uma maior chance de ocorrer fraturas de ossos do joelho, especialmente do direito.6) Joelhos rodados levam a um aumento da ocorrência de fraturas e sinovites de ambos os joelhos e á formação de sobreossos nas canelas.7) Joelhos transcurvos levam a uma maior incidência de fraturas no joelho logo no início das atividades atléticas.

PROCEDIMENTOS CORRETIVOSO cavalo perfeito é difícil de ser encontrado, mas alguns defeitos podem ser corrigidos. Porém, devido á capacidade do cavalo carregar peso ser dependente da inter-funcionalidade de todas as partes locomotoras, é importante que estas se alinhem corretamente, a fim de serem o mais eficientes possível.A correção dos desvios de membros terá de obedecer não apenas a uma aparência visual alinhada mas também a toda uma biodinâmica. Ou seja, não adianta apenas deixar o membro alinhado, ele deverá estar simétrico com os demais e todas as articulações deverão estar preservadas e a locomoção equilibrada. Para tal é recomendado o casqueamento corretivo dos potros a partir dos 20 dias de idade e regularmente a cada 25-30dias até início das atividades atléticas. Também poderão ser utilizadas ferraduras ortopédicas em casos mais graves. O uso de substâncias adstringentes como o iodo também é outra terapia que quando bem utilizada, retorna ótimos resultados. Na opinião do autor, os procedimentos cirúrgicos deverão ser empregados em último caso ou em casos de gravidade acentuada, já que não deixam de ser um trauma ao membro do cavalo. O objetivo de aprumar e alinhar os membros do cavalo não é apenas estético e preventivo de problemas ortopédicos, mas também serve para evitar perdas de tempo nas provas de velocidade e trabalho devidas á locomoção inadequada. Todos os desvios levam a perda de décimos de segundo, os quais poderão ser preciosos para a decisão de uma prova ou campeonato.

"A correção de aprumo significa mudança permanente de conformação e não pode ser feita em cavalos maduros. De facto, essas tentativas de correção em equinos adultos causam manqueiras imediatas, assim, como, defeitos permanentes a longo prazo.Alguns problemas de conformação podem ser corrigidos em potros e os que nascem com aprumos correctos podem ser mantidos assim. Muitos potros que possuem boas pernas podem se tornar tortos por negligência ou casqueamento impróprio. O segredo de quando e como tentar corrigir pelo casqueamento é ter conhecimento das estruturas chamadas de Placas de Crescimento, que são localizadas perto do final de cada osso na perna do cavalo. Estas placas produzem células que crescem e se alinham de uma certa maneira, quando se inicia a ossificação, que é a formação óssea. Enquanto as placas estão a produzir cartilagem, são consideradas "abertas", e uma vez que

Page 9: Cas Que Amento

a produção pára, são denominadas "fechadas" e o crescimento pára nesse ponto. As forças sobre estas placas são muito importantes na determinação da conformação e estrutura do cavalo. Pressão normal, equilibrada e constante sobre as placas resultam em um crescimento correcto. Portanto, uma pressão desequilibrada possibilita um crescimento errado.Nos casos dos potros com desvio de aprumo, às vezes, é necessário confiná-los. Se ele for confinado, o membro tende a se endireitar por si próprio. Se o potro com desvio for submetido a excessivos exercícios, como, por exemplo, correr atrás da mãe num pasto grande, a compressão que ocorre sobre as placas excede o normal e o problema intensifica-se. Quando se cuida de potros, ´é extremamente importante manter a pressão natural nas placas de crescimento. Para isso, o trabalho do ferrador é essencial. Antes de fazermos correções, devemos ter certeza de que o potro realmente precisa, sendo recomendado que essa análise seja realizada por um ferrador experiente ou por um médico veterinário especializado na Área de Aprumos. Um detalhe que se deve levar em conta é o facto de que não é natural para os cascos de um potro apontarem directo para frente. Os cascos devem estar virados para fora entre 10 e 15 graus, bem como alinhados com a face plana do joelho. Isso porque com o desenvolvimento do tórax, as escápulas vão se distanciando uma da outra, fazendo os membros girarem para dentro. O erro é que grande parte dos criadores, veterinários, ferradores, treinadores e juízes querem que os potros estejam rectos desde pequenos e fazem correcções para endireitá-los, o que não é natural. Quantas vezes já ouvimos dizer: "Meu potro tinha aprumos perfeitos, mas quando cresceu, as mãos (membros anteriores) viraram para dentro".O programa para se manter as pernas (membros anteriores e posteriores) ou para se corrigir desvios de conformação, envolvem três fatores:

1. Deve-se iniciar o casqueamento do potro com poucos meses de idade. Porque o fechamento das placas termina ao redor de seis meses (esse tempo é baseado em radiografias), porém elas podem se fechar antes. O crescimento é muito activo durante os primeiros cem dias de vida e a produção de cartilagem diminui, conforme se aproxima a época em que ocorre o fechamento das placas. Isso nos leva a crer claramente que a conformação do cavalo pode ser permanente aos seis meses ou menos de idade e, aí, nenhum tipo de casqueamento ou ferrageamento mudará esse quadro. A maioria dos veterinários e ferradores recomenda o casqueamento no primeiro mês em potros normais e nos primeiros 15 dias nos quais apresentam desvios.

2. O casqueamento deve ser feito frequentemente. Potros com até um ano de idade produzem o dobro de parede do casco que o cavalo maduro. Conforme o casco fica mais comprido, ele quebra-se com maior facilidade. Se um lado com casco se quebra, ele terá um desequilíbrio e causará uma pressão desigual nas placas, podendo alterar a conformação. É recomendado casquear os potros normais a cada 15 dias até normalizar os defeitos, quando passam a ser casqueados a cada 30 dias.

Page 10: Cas Que Amento

3. É preciso haver um equilíbrio apropriado para o casco. Um casco bem equilibrado distribui o peso igualmente e absorve o impacto de uma maneira uniforme. Esse factor é extremamente importante e pode ser obtido em cavalos de qualquer idade. Note bem a diferença: os aprumos só são corrigidos em potros, porém a forma do casco não tem limite de idade para se efectuar as mudanças. Para se corrigir e manter o casco equilibrado é muito importante deixar sempre os talões na mesma altura, não importa o desvio que tiver. Uma prática antiga, de deixar um talão mais alto para corrigir defeitos, funciona apenas para enganar o olho e deformar o casco. Quando se deixa um talão mais alto, ele recebe mais impacto e isso força a coroa para cima e a pinça em diagonal abre, forçando as lâminas a se romperem. É importante lembrar que o casco é vivo e em constante movimento. Se pegarmos os talões com as mãos, conseguiremos movimentá-los. Imagine os cascos correndo, quando movimento deve ter nele? Um estudo realizado pela Universidade de Cornell mostra que o casco viaja a uma velocidade de aproximadamente 96 km/hora e bate no chão com o peso até uma tonelada por centímetro quadrado. Em cavalos selvagens, o choque deste impacto é absorvido pela expansão do casco, a compressão do sangue bombeando o sistema hidráulico dentro do casco e o movimento das pinças, naturalmente arredondadas. Por isso, é virtual manter a integridade das estruturas e equilíbrio do casco. As correções devem ser feitas na pinças, assim mudando a ponta de quebra, sem mudar o apoio dos talões. Se você mudar a direcção do ponto de quebra, conseguirá mudar a direcção do crescimento. Deve-se casquear o potro normalmente, deixando os cascos planos e equilibrados. Feito isso, divide-se o casco bem no centro e grosar a pinça em linha recta, passando um (1) cm do centro, na direcção que você quer conduzir o casco a crescer. Ou seja, se o casco está virado para dentro, corta-se do lado de dentro e vice-versa. Este tipo de correcção funciona na maioria dos casos, se for feito quando o potro é bem novo. Em casos mais graves, será necessário o uso de ferraduras com extensão. Um casco desequilibrado está predisposto a uma manqueira, e cada vez que se casqueia, deve ser dada atenção especial ao equilíbrio. Muitos ferradores e veterinários deixam as pinças quadradas quando casqueiam potros novos. Isso força um potro de quebra centralizado, um casco mais recto e um vôo (quando o casco deixa de se apoiar no solo durante todo o movimento para frente) e aterrissagem mais balanceado. Este programa afectará as articulações da quartela para baixo. Não há nenhuma evidência de que o casqueamento correctivo influencia as articulações do joelho ou jarrete, porque existem três articulações que absorvem as mudanças antes de atingir o joelho."