Casa e Decoração

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PAIXãO POR CORES JULHO DE 2012 :: 16 :: ANO 2 & decoração casa Cuidados ao instalar um piso aquecido Texturas para paredes e móveis em alta na Casa Cor Conheça os tons em alta na decoração de ambientes e saiba como combiná-los

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Para o Jornal Gazeta do Povo, também na versão digital para Tablets

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Paixão Por cores

julho de 2012 :: Nº 16 :: ANo 2

&decoraçãocasa

Cuidados ao instalar um piso aquecido

Texturas para paredes e móveis em altana Casa Cor

Conheça os tons em alta na decoração de ambientes e saiba como combiná-los

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4 GAZETA DO POVO julho de 2012Viver Bem Casa & Decoração

[hall

Conforto. Prazer. Calma. Alegria. Uma composição de tons bem elaborada tem o poder de despertar as melho-res sensações e criar atmosferas especiais nos ambien-tes. Mas como traduzir tudo isso numa foto de capa

sobre cores na decoração? Confesso que quebramos a cabeça quando decidimos que esse seria o tema principal da edição.

Durante a reunião para discutir as matérias que seriam publicadas neste mês (as chamadas reuniões de pauta), toda a equipe debruçou-se sobre o desafio de pensar numa imagem. Em meio a um verdadeiro brain storm, propostas convencionais, como fotografar um ambiente que trouxesse nas paredes todas as cores em alta ou um espaço que destacasse o tom mais em evidên-cia, foram sugeridas e rapidamente descartadas.

Foi aí que a repórter Marina Fabri, incumbida de produzir a reportagem, lembrou de uma matéria sobre grafites na decora-ção, publicada na edição de fevereiro da revista, e expôs a ideia que encantaria a todos: “Que tal pedirmos para um dos artistas entrevistados fazer uma intervenção com cores – pintando e criando objetos – numa foto previamente feita num set com móveis de verdade e uma parede branca?” Voilà! Tínhamos encontrado a proposta para a foto de capa.

E a missão de realizar o trabalho ficou a car-go do artista Valdecimples, que criou um cená-rio que mistura realidade e fantasia (ou melhor, arte!) e mostra como cores em alta na decoração podem fazer toda diferença em um espaço. A mesma intervenção, inclusive, foi usada na foto que abre a matéria e é de encher os olhos.

Boa leitura!

Roberto [email protected]

Pintando o “set” 10

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Capa – Saiba como combinar as cores na sua decoração

InspIre-se – diversidade de estilos em apartamento projetado pela arquiteta Priscilla Müller

Construção – o que você precisa saber antes de instalar pisos com aquecimento

DeCoração – Soluções criativas para combinar quadros e objetos na parede de casa

Casa Cor – Mostra apresenta novidades em revestimentos

sala De estar – Conheça Renata Rubin, a vencedora do “oscar” do design

paIsagIsmo – Materiais diferentes valorizam os caminhos de jardim

[editorial [índice

ExpEdiEntEA revista Viver Bem Casa & Decoração é uma publicação da Editora Gazeta do Povo. Diretora de Redação: Maria Sandra Gonçalves. Edito ra Execu tiva: Andréa Sorgenfrei. Editor: Roberto Couto. Editora Assistente: Larissa Jedyn. Editora Assistente Web: Flávia Alves. Edito r Execu tivo de Imagem: Marcos Tavares. Edito res de Arte: Acir Nadolny e Dino R. Pezzole. Projeto Gráfico: Dino R. Pezzole, Joana dos Anjos e Marcos Tavares. Diagramação: Joana dos Anjos e Allan Reis. Tratamento de Imagem: Edilson dos Santos, Mauro Cichon e Marcos Navarro. Capa: foto de Mel Gabardo, ilustração de Valdecimples e móveis da Kraft The Home Store (almofada, mesa turquesa, enfeite de gralha azul, luminária de chão e cadeira revestida em tecido listrado). Re da ção: (41) 3321-5941. Fax: (41) 3321-5472. Co mer cial: (41) 3321-5904. Fax: (41) 3321-5300. E-mail: [email protected] Site: www.gazetadopovo.com.br/viverbem Endereço: R. Pedro Ivo, 459. Curitiba-PR. CEP: 80.010-020. Impressão e acabamento: Gráfica Editora Posigraf. Não pode ser vendido separadamente.

[na internet

em clima de olimpíadas, a Viver Bem Casa & decoração foi conferir como atletas compõem suas medalhas na decoração da casa.Confira!

Felip

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Foto com móveis da Kraft e intervenção do artista Valdecimples, que usou cores em alta na decoração.

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8 GAZETA DO POVO julho de 2012Viver Bem Casa & Decoração

Casa quentinha

[pouco de tudo

Neste inverno, apele para

tapetes, cobertores,

aquecedores e tudo que

possa deixar o lar e a vida

mais aconchegantes

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[1]

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Foto

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1. Para deitar e rolar, o tapete joy Cristal, da Yellowart. Com 1,50 por 2 metros. R$ 656.

2. em veludo de algodão, a Colcha eliot tem acabamento em matelassê feito à mão e enchimento em poliéster. Na Capim limão, R$ 799 (tamanho queen) e R$ 899 (king).

3. Para ler, assistir à tevê, se movimentar pela casa e ficar sempre quentinho, cobertor com mangas de microfibra. Com várias cores, R$ 79. Na Zelo.

4. o Air Cooler Advanced honeywell aquece, resfria, purifica e umidifica o ar. Ajuda a remover impurezas, como poeira, pólen, mofo, pelos de animais e odores desagradáveis. R$ 1.199,78, na Polishop.

5. os cobertores em microfibra têm toque macio, são leves e quentes. em diversas cores, na Zelo, R$ 49 (solteiro), R$ 59 (casal) e R$ 75 (queen).

6. A iluminação também é capaz de esquentar a casa, ao dar um ar de aconchego e conforto. Para isso, a luz deve ser amarelada, como nas luminárias da Ideally Iluminação. R$ 806, cada.

7. Tingidos naturalmente e bordados à mão, os tapetes da coleção tribal do Paquistão conferem vida e calor aos ambientes. R$ 800 o m², na Casanova Mercês.

SErViço

Yellowart Tapetes, Alameda Dr. Carlos de

Carvalho, 1.237, fone (41) 3233-8560; Avenida

João Gualberto, 1.664, fone (41) 3253-3498;

Rua Nicolau Maeder, 809, fone (41) 3252-9605.

Ideally Iluminação, Rua General Aristides

Athayde Júnior, 54, fones (41) 3339-1525

e www.ideally.com.br.

Capim limão, Av. Sete de Setembro, 6.197,

fone (41) 3016-9817 (41) 3016-9817, site

www.lojacapimlimao.com.br.

Polishop, shoppings Mueller,

ParkShoppingBarigüi, Estação e Curitiba.

Casanova Mercês, Avenida Manoel Ribas, 1.860,

fone (41) 3335-3456 (41) 3335-3456.

Zelo, shoppings Mueller, Estação,

ParkShoppingBarigüi e Palladium.

[5]

[6]

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Com que cor eu vou?

[capa

Marina Fabri

:: Foi-se o tempo em que o branco e os tons de bege reinavam absolutos nas paredes – hoje, cores fortes e mais divertidas são capazes de trazer vida, alegrar e imprimir nos lares a perso-nalidade de quem os ocupa. Coral, vermelho, azul intenso, vinho, ama-relo e outros vêm com tudo para aca-bar com a timidez de quem tinha medo de ousar na decoração.

E é só olhar com atenção: o mundo está mais colorido. É justamente daí que vem a inspiração dos fabricantes de tintas para determinar, por meio de pesquisas, quais as cores que estão na moda. “Fazemos uma pesquisa e análise que abrange o mundo todo e que vai desde o que é apresentado em mostras e exposições de decoração até o que aparece em filmes, novelas e outras mídias para determinar, a partir daí, como está o comportamen-to do consumidor contemporâneo”,

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Escolher um novo tom

para cobrir as paredes de

casa é uma mudança

simples, mas que pode trazer

vida nova ao ambiente

explica a colorista e arquiteta Elisa-beth Wey, que é presidente do Comitê Brasileiro de Cores e responsável pelas tendências de tons da fabrican-te de tintas Eucatex.

Entre os eleitos pelo comitê como tendência até meados de 2014 estão quatro grupos de tons: nostalgia (preto, branco, cinza, prata), naturalis (tons naturais e terrosos), carnaval (tons vivos como magenta, turquesa, e outros mais suaves, como verde pastel, por exemplo) e art in casa (tons fortes, mas um pouco mais sóbrios, como azul Klein, roxo e taupe).

Para a fabricante Coral, a cor eleita para 2012 é um tom vivo de coral, que vem acompanhado por uma cartela de cores encorpadas e intensas, como roxos e azuis. “O consumidor está mais otimista – em especial no Brasil, onde de modo geral o uso de cores (com destaque para tons inten-sos nas fachadas ou combinadas com tons neutros em ambientes internos)

na decoração está aumentando”, explica Paola Vieira, gerente global de colour marketing da AkzoNobel, que fabrica as tintas da marca. A Suvinil também aposta em cores divertidas e vibrantes como laranja e verde – é a volta de tons usados nas décadas de 1960 e 1970, em especial em móveis e utensílios para o lar.

A cara do donoPor outro lado, os arquitetos são unâ-nimes em dizer que, em um projeto, vale mais a personalidade e o gosto de quem vai habitar a casa ou ambiente do que as tendências. “Há alguns anos, tenho notado meus clientes mais ousados no que diz respeito a isso – acredito que tudo influencia nessa questão, as pessoas acabam gos-tando do que veem nas ruas e mesmo na moda, que está mais colorida, e incorporam isso instintivamente”, explica a arquiteta Calina Mussi.

Ela foi a responsável pelo pro-

Na foto, que recebeu a intervenção de cores do

artista Valdecimples, mesinha vermelha,

enfeite azul de pássaros, abajur

amarelo e tapete – todos da loja Kraft.

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jeto de uma residência ampla na qual seus clientes – um casal: ela, médica; ele, advogado; mais duas filhas peque-nas – queriam adicionar cor aos ambientes de forma a deixá-los con-fortáveis e aconchegantes. Para isso, a arquiteta trabalhou com uma mistu-ra de tons neutros – o fendi, um bege com um toque de verde, colore as paredes da sala ampla e bem ilumina-da; e um mix de pistache e vinho foi reservado para o quarto do casal. “O tom de violeta foi usado apenas em um canto do quarto, para não pesar o ambiente”, diz ela.

Para quem está pensando em ousar ainda mais e partir para uma cor como um rosa intenso, turquesa, amarelo ou vermelho, o segredo está sempre em saber como equilibrar os demais elementos do ambiente. “Não acredito em cor feia e, sim, em cor mal usada”, diz a designer Giovana Kimak. O uso de tons fortes é marca registrada dos projetos dela em dupla com o arquiteto André Largura, ambos da Ambienta. Para harmonizar um espa-ço com uma parede com cor intensa, as dicas são abusar de objetos decorativos em vidro e espelhos, que dão leveza. Além disso, a dupla nunca costuma misturar mais do que três tons fortes em um mesmo cômodo, para evitar que a combinação canse o olhar.A

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Todo em tons neutros, o apartamento projetado por Rosa dalledone ganha ares

contemporâneos com a mistura de materiais.

Parede pink no apartamento ambientado por André largura

e Giovana Kimak – para balancear, os objetos de decoração são em vidro.

Chá dançante, Coral – 10YR 21/436

Rosa Chiclete, Suvinil

Taupe, eucatex

Mexerica, Suvinil

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ClássicosAs regras são quase as mesmas para quem prefere tons sóbrios e escu-ros. A dupla de arquitetas Marina Canha das e Sabina Bottarelli proje-tou um apartamento para um casal jovem que queria uma sala em cores escuras como verde musgo e preto. “Para equilibrar, colocamos um sofá enorme e branco do lado oposto à parede escura – além dis-so, o pé-direito do apartamento é alto, do contrário os tons escuros poderiam diminuir o ambiente”, explica Sabina.

Mesmo quem ainda prefere os tons neutros pode dar um toque con-temporâneo ao ambiente por meio do mix de texturas nas paredes, piso e objetos de decoração. “Muita gente associa os beges e tons naturais a pes-soas mais conservadoras, mas proje-tei um apartamento todo em cores neutras para um casal de empresá-rios jovens e recém-casados – o que mostra que a cor tem mais a ver com a personalidade do que com a moda. Para dar um toque moderno, abusei da madeira e espelhos”, conta a arquiteta Rosa Dalledone.

Veleiro, Suvinil

Fúcsia, eucatex

Parede vermelha em um dormitório – todo o restante do ambiente é decorado com cores neutras e bastante branco para

não cansar o olhar. A decoração é da arquiteta Rosa dalledone.

o amarelo em diferentes texturas foi usado para criar um ponto de atenção no ambiente sóbrio. o projeto é de André largura e Giovana Kimak.

Foto

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estrela Ardente, Coral – 40YY 64/903

Verde Folha, eucatex – 030

Sala decorada com tons de turquesa,

vermelho e roxo por André largura e Giovana Kimak:

cuidado em usar no máximo três cores

fortes no ambiente.Ale

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erva Mate, Suvinil

Vinho de Mesa, Coral – 78RR 06/137

A mistura de tons pistache e vinho foi escolhida para criar um ambiente aconchegante e alegre ao mesmo tempo. A ambientação é de Calina Mussi.

o tom de fendi foi escolhido para colorir a sala ampla e

bem iluminada da casa idealizada por Calina Mussi.

SErViço

Ambienta, Praça General Osório, 45, fone (41) 3222-7407 e site www.studio

ambienta.com.br. Calina Mussi, Rua Jacarezinho, 1.214, sala 102, Mercês, fone:

(41) 3336-9105 e site www.calinamussi.com.br. Impermix Tintas, Rua Alferes

Poli, 1.199, Rebouças, fone (41) 3213-2244 e site www.impermix.com.br. Marina

Canhadas e Sabina Bottarelli Arquitetura, Rua Capitão Souza Franco, 881, cj.

131, fone (41) 3076-0972 e site www.canhadasbottarelli.com.br. Rosa dalledone

Arquitetura, Rua Deputado Antonio Baby, 54, Batel, fone (41) 3244-5660.

Sabi

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17GAZETA DO POVO Viver Bem Casa & Decoração

Faça voCê mesmo

Confira dicas de profissionais para pintar paredes:

Que tinta escolher?essa escolha depende das suas necessidades. Para casas com crianças e animais de estimação, as tintas laváveis e antimanchas são boas opções; há também variedades antimofo e antibactericida; para superfícies cobertas de gesso, há produtos específicos, assim como tintas feitas para proteger áreas externas do sol e chuva. outra questão a ser levada em conta é o acabamento da tinta: as brilhantes acentuam qualquer imperfeição das paredes, mas podem ser usadas para dar amplitude a ambientes com pé-direito baixo; enquanto as versões mais opacas são mais fáceis de se trabalhar.

de quanta tinta vou precisar?Para fazer esse calculo, é preciso saber o tamanho da área a ser pintada. Meça a parede e multiplique pela altura do pé-direito (altura do chão ao teto). em seguida, multiplique essa metragem pelo número de demãos (normalmente, duas a três, dependendo da intensidade da cor). o resultado dessa conta é a metragem total –algumas latas de tinta indicam a área que aquela quantidade cobre ou você pode pedir ajuda na hora de comprar. lembre-se sempre de que a cor da tinta que aparece no catálogo pode ficar diferente na parede – antes de comprar a quantidade certa, faça um teste em uma pequena área.

Como proteger os móveis e outras paredes que não serão pintadas?É bom forrar o piso com lona, retirar os espelhos dos interruptores, cobrir os móveis e proteger com fita-crepe as maçanetas, os rodapés e os batentes. Passe a massa corrida sobre a fita-crepe para impedir que a tinta penetre e use uma espátula para remover o excesso. Se a superfície a ser pintada tiver irregularidades, tampe os buracos superficiais com massa corrida, usando uma espátula,

e tampe os orifícios mais profundos com gesso. deixe secar por 20 minutos e passe a lixa número 150 para igualar. Não é bom pintar quando os termômetros estiverem marcando menos de 10 °C ou mais de 35 °C, ou em dias chuvosos.

Quando é necessário lavar e repintar a parede?É bom lavar a parede a cada 18-20 meses, com repintura a cada 4-5 anos, no máximo, ou sempre que for notada qualquer situação anormal como descascamento ou umidade.

de que materiais vou precisar?• Óculos de proteção

• luvas de borracha

• lixas

• Panos de limpeza

• Massa para cobrir eventuais falhas e imperfeições da parede

• espátula e desempenadeira de aço para passar a massa

• Fundo preparador adequado ao tipo de superfície

• Rolo de pintura

• extensor de rolo

• Bandeja para despejar a tinta

• lona plástica ou qualquer co ber -tura para proteger móveis e piso

• Fita crepe para proteger ba ten tes e rodapés e para fixar as lonas

• Trincha (pincel) para pintar os recortes (quinas e cantinhos)

• Misturador de tinta.

Fontes: Juli Casellas, gerente da Impermix Tintas;

arquiteta Rosa Dalledone; designer Giovana Kimak;

Benito Berretta, diretor de marketing da AkzoNobel

Tintas Decorativas para América Latina, Ana

Kreutzer, designer de cores da Suvinil.

Para quem quer usar cores escuras, o bom é balancear o ambiente com

outras paredes e móveis claros, como no apartamento decorado por Marina

Canhadas e Sabina Bottarelli.

AgrAdECimEntoS

Arte da capa e página de abertura

Valdecimples, fone (41) 8885-0082 e site

www.lixocontinuo.com;

Nomeio espaço de arte, fone (41) 3203-2852.

móveis da capa e página de abertura

Kraft The home Store, Av. Batel, 1.114, fone

(41) 3233-4134 e site www.lojakraft.com.br.

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ters

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18 GAZETA DO POVO julho de 2012Viver Bem Casa & Decoração

Michele bravos, especial para a Gazeta do povo

:: Nos dias frios, um ambiente clima-tizado é mais agradável. E os pisos aquecidos podem ajudar nessa mis-são. Que o diga a professora francesa Fabienne de Bassi, que mesmo acostu-mada com o frio europeu, optou por colocar o sistema em sua casa na capi-tal paranaense. “O sistema instalado na minha cozinha gourmet acaba aquecendo até a minha sala e eu nem preciso acender a lareira, sem falar do conforto térmico, que é inigualável.”

A arquiteta Cris Lacerda é uma entusiasta do uso da tecnologia em uma cidade como Curitiba, mas lem-bra que é preciso ficar atento ao consu-mo de energia. “Para adotar esse siste-ma, seja elétrico ou por água quente (que exige uma caldeira), devemos pensar em sustentabilidade: gastar o mínimo possível de energia no caso do piso elétrico e usar caldeira preferen-cialmente aquecida por energia solar, para o piso aquecido por água.”

A média de uso do aquecimento do piso é de 8 horas diárias, o que equivale a R$ 0,18/m² por dia. Mas é importante entender que o cálculo de calefação não é feito por m², mas por potência necessária para aquecer o ambiente, uma vez que existem variáveis a serem estudadas, como a altura do pé direito do imóvel e a localização.

Pisos aquecidos garantem um

inverno muito mais confortável.

Saiba mais sobre a tecnologia

Frio longe dos pés

[construção

Foto

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o piso aquecido garante ambiente mais agradável tanto para Fabienne de Bassi como para o yorkshire Schumi.

A instalação da tecnologia é rápida e não faz muita sujeira. É possível

colocar até 100 m² por dia.

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Fique atento

Confira as dicas de Scheyla Ciruelos, diretora da Hotfloor; e de igor Kaufeld, diretor comercial da tech House, ambos de empresas que instalam pisos aquecidos, sobre instalação da tecnologia:

tipos – existem opções nacionais e importadas, com aquecimento elétrico ou por água. o sistema elétrico usa telas com cabos calefatores próprios que podem ser de PVC ou de silicone. No aquecimento por água, ela correrá dentro de canos ou serpentinas pela casa.

Consumo – em média, a colocação do sistema em PVC custa R$ 72/m² e o de silicone de R$ 150 a R$ 180/m², conforme informações da hotfloor. o custo médio de instalação do sistema por água é 50% mais caro do que o elétrico.

revestimentos – o piso aquecido pode ser usado em porcelanato, mármore, granito, piso vinílico, laminados de madeira, pisos de madeira maciça e até carpete.

SErViço

hotfloor, fone (41) 3343-3003 ou http://www.hotfloor.com.br/.

Tech house, (41) 3045-3323 ou http://www.techhousesystem.com.br/.

Sistema elétrico com telas e cabos calefatores.

a teCnologia

Confira como é feita a instalação do piso aquecido:

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22 GAZETA DO POVO julho de 2012Viver Bem Casa & Decoração

Convite ao bom convívio[inspire-se

Arquiteta Priscilla Müller cumpre a missão de

transformar apartamento de 650 m² em um espaço

aconchegante para receber amigos e familiares

daniel batistella, especial para a Gazeta do povo Fotos: Mel Gabardo

:: Um casal de jovens ainda sem filhos. Ele, um empresá-rio. Ela, uma médica. O desejo: um espaço amplo e acon-chegante para receber amigos e familiares. E a missão de transformar em realidade o pedido do casal foi dada à

arquiteta Priscilla Müller, que pôde usar toda a sua cria-tividade e experiência num apartamento de 650 m² no bairro Mossunguê, em Curitiba.

“Pediram para eu começar o projeto pelo piso da área social, que deveria ser de mármore”, conta a profissional. A partir do revestimento, em tom bege, o imóvel foi deco-rado com cores neutras, como o preto e o areia, explica Priscilla. Outro pedido do casal foi que toda a casa ti vesse o chão aquecido, tanto na área so cial quanto na íntima, que tem como piso lâminas de bambu.

Um diferencial a mais da residência é o teto, que foi rebaixado em 30 centímetro para que o sistema de gre-lhas do ar-condicionado central pudesse ser embutido no gesso.

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23GAZETA DO POVO Viver Bem Casa & Decoração

Convite ao bom convívio

Livinguma mesa baixa de couro, duas poltronas de linho e um banco de madeira compõem o ambiente. o tapete em patchwork segue uma linha clássica.

SAlA dE jAntAr Integrada ao living com tevê, tem uma mesa em laca com pintura automotiva e pode receber até dez pessoas. As cadeiras são de madeira ebanizada com fibra (acabamento que deixa a madeira preta e com os veios naturais marcados).

SACAdANo local, foi montado um orquidário para a moradora, que adora flores. Além disso, duas mesas com quatro lugares cada foram colocadas para curtir o visual da cidade.

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BAnHEiro dA SuítEo piso do local foi revestido com mármore e o material também foi usado no acabamento da banheira de hidromassagem.

SAunA E Boxuma sauna úmida foi

inserida na suíte principal a pedido dos moradores.

Nela e no box com chuveiro foram colocadas luzes

RGB com cromoterapia.

Home tHeaterA arquiteta isolou

acusticamente o ambiente com vidro duplo na

divisa com a sala, material especial no teto e paredes

revestidas em tecido. o destaque

do ambiente é a poltrona Charles

eames, que foi comprada pelo

casal em uma viagem.

QuArto do CASAlos moradores pediram que a suíte principal fosse ampla e clara. Aproveitando o espaço disponível, foram inseridos um sofá e uma mesa com computador. o revestimento da parede é feito por lâminas de linheiro.

CozinHAo revestimento em granito foi colocado no piso e no balcão para facilitar na hora da limpeza. os bancos e os utensílios domésticos, em vermelho, foram escolhidos pela moradora, apaixonada pela cor.

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25GAZETA DO POVO Viver Bem Casa & Decoração

AdEgAlocalizada na entrada do apartamento e com capacidade para 500 garrafas, a adega foi pedida especialmente pelo jovem casal. Climatizada e com iluminação em led para não aquecer, é revestida por painéis de madeira que também estão presentes no hall e no portal do living, passando assim uma sensação de unidade entre os ambientes.

perFil

priscilla müller

A arquiteta e urbanista Priscilla Müller é pós-graduada em design de Interiores pela universidade Politécnica da Catalunya e Máster em Projeto de Interiores e luminotécnica pelo Instituto europeo di design, em Barcelona, na espanha. Proprietária do escritório PMC Arquitetura, a profissional trabalhou com projetos para instituições comerciais, entre elas, Café y Te, Regia e Colmado Quilez, também em Barcelona. Na cidade espanhola, integrou a equipe de um dos maiores escritórios europeus de arquitetura e interiores, a Gca Arquitectes Associats e executou projetos de luxo para hotéis, restaurantes, empresas de grande porte, entre outros. Além de Curitiba, atua no mercado de arquitetura e interiores em outras cidades do país.

SAlA dE dEguStAçãoo espaço para a degustação de vinhos tem uma mesa com tampo de vidro. Na base dela, um tronco de madeira natural maciça. o lustre, na família há gerações, passou por um trabalho de limpeza e restauração.

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28 GAZETA DO POVO julho de 2012Viver Bem Casa & Decoração

Composições inusitadas de quadros e objetos

valorizam paredes e renovam ambientes

Érika busani

:: Esqueça os três quadrinhos do mesmo tamanho e com molduras iguais. Ou a obrigação de juntar foto com foto, tela com tela e colocar apenas objetos em prateleiras ou separá-los dos quadros. As composições nas paredes podem ser muito mais inventivas, deixando a monotonia de lado.

A arquiteta Katalin Stammer, coordenadora do curso de Design de Interiores do Centro Europeu, aceitou o desafio da Viver Bem Casa & Decoração para montar sugestões de como dispor quadros e objetos nas paredes sem se prender demais a regras. Elas existem, claro, para deixar o conjunto harmonioso. Mas é preciso arriscar para chegar a resultados diferentes. Uma dica de ouro da profissional: “A composição precisa ter valor afetivo. O que faz ter significado é a história das peças”.

SErViço

Katalin Stammer (arquiteta), [email protected].

AGRAdeCIMeNTo

Moldura Minuto, Rua Desembargador Costa Carvalho, 300, Batel, fone (41) 3342-1403.

Miscelânea criativa[decoração

Poster (foto do rinoceronte, de

Barbara Gazola), gravura (vermelha,

de loizel) e telas (de Mariana

Schnofen) podem, sim, ser misturados.

Completam a composição uma

guitarra emoldurada, uma reprodução (com

paspatur e moldura pretos),

dois apoios de metal para livros e quatro garrafas de

água Perrier.

Para mudar o conceito de que os quadros devem ficar na altura dos olhos, Katalin optou por apoiar a foto de dea Fylyk no chão, dando uma impressão de continuidade com a areia da praia. um jacaré artesanal e um espelho emoldurados, uma estrela de metal escuro e duas máscaras de madeira completam o arranjo.

Page 29: Casa e Decoração

A arquiteta misturou máscaras étnicas, uma placa artesanal de madeira entalhada, um pingente em um cordão, um espelho, um prato e objetos emoldurados com uma foto de dea Fylyk e uma árvore de chapa de aço cortada a laser também emoldurada. o grande paspatur valoriza a foto. Aqui a predominância dos elementos naturais e artesanais, assim como as cores, garantiram um bom conjunto.

DiCas

outras orientações da coordenadora do curso de design de interiores do Centro Europeu:

• Antes de colocar tudo na parede, monte o conjunto no chão. Vá mudando a dispo-sição dos objetos até chegar a um resultado que agrade.

• objetos de valor emocional, como um brinquedo ou a roupinha de seu bebê, ficam interessantes quando emoldurados.

• Para um efeito mais “confortável”, siga a mesma paleta de cores. Se quiser ousar mais, aposte em cores contrastantes.

• Não é preciso que fique tudo simétrico, confira a proporção no geral.

• Siga algum tipo de linha: podem ser as cores, o estilo do ambiente,

as linhas retas ou orgânicas, os materiais etc.

• Tente compor com objetos que normalmente iriam para o lixo: garrafas e potes de vidro vazios.

• leve em conta a proporção com o mobiliário próximo e o restante do ambiente.

Foto

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lara Mota, especial para a Gazeta do povo

:: Texturas e placas que proporcionam um efeito tridimensional nas paredes e móveis são destaque na Casa Cor Paraná 2012, que vai até o próximo dia 11, em Curitiba. Na suíte de hóspedes, projetada pela arquiteta Renata Pisani, placa de mármore traverti-no com resina francesa dá o aspecto de concreto bru-to – pura ilusão de ótica. No hall feminino, criado pelas arquitetas Marinha Canhadas e Sabina Botarelli, a sensação é de se estar tocando em camur-ça, mas na verdade trata-se de papel de parede. Responsável pela Cozinha Outdoor do Espaço Bom Gourmet, o arquiteto Eduardo Mourão aposta num lançamento – uma lâmina de MDF que imita cobre. O revestimento deu um toque sofisticado à parede.

As arquitetas Josiane Maria do Nascimento e Viviane Granneman Ribeiro optaram por outra ten-dência na hora de ambientar o Loggia Bar: a estampa zigue-zague, da marca italiana Missoni. O tecido foi aplicado diretamente sobre o móvel do ambiente e, segundo Josiane, pode ser reaproveitado depois, quando o cliente enjoar. “Basta retirar e aplicá-lo, por exemplo, numa almofada ou poltrona”, diz ela.

Josiane recomenda que as pessoas escolham tecidos que não se desgastem facilmente e procu-rem um profissional para realizar a obra. Aplicar um tecido é mais caro de que um papel de parede mas, segundo a arquiteta, o resultado é melhor.

3dA parede de renda do Café Picnic, espaço projetado pelo arquiteto André Largura e pela designer Giovana Kimak, é um convite aos sentidos. “As pes-soas entram e logo querem tocar”, conta Giovana. A experiência tátil revela o que pouca gente imagina – o efeito foi conseguido com a aplicação de trilhos plásticos de mesa, com estampa que imita renda.

“A ideia é revisitar a casa da avó de uma forma atual e mudar o uso que esse trilho teria. Ele remete a essa lembrança”, diz Giovana. A aplicação é sim-ples, rápida e de baixo custo – o trilho é vendido por metro, com preço médio de R$ 3,50.

André e Giovana afirmam que a técnica pode ser feita em qualquer lugar da casa, dependendo da pro-posta. “Dá mais valor ao ambiente”, afirma André, que completa: “Dar um efeito 3D à parede é uma boa forma de conferir indentidade ao ambiente”.

Casa Cor Paraná 2012 mostra tendências

de estampas e placas para paredes e móveis

que apostam na tridimensionalidade

Para ver e tocar[evento

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Nas paredes da Cozinha outdoor do espaço Bom Gourmet placas

de MdF que imitam cobre.

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A parede de renda do Café Picnic é

feita com trilhos plásticos de mesa.

SErViço

Casa Cor Paraná 2012.

Até o dia 11 de julho. De

terça a sábado, das 13 às

21 horas. Domingos e

feriados, das 11 às 19 horas.

Local: Casa Cultural União

Juventos, Alameda Dr.

Carlos de Carvalho, 389,

Centro. Bilheteria: ingres-

sos à venda na entrada do

evento por R$ 30 (inteira)

ou R$ 15 (meia). Mais

informações: www.casa

cor.com.br/parana

estampa zigue-zague, da marca italiana Missoni, no loggia Bar.

FAçA VoCê mESmoConfira o passo a passo para fazer a textura

de renda usada no espaço Café Picnic no

www.gazetadopovo.com.br/viverbem

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32 GAZETA DO POVO julho de 2012Viver Bem Casa & Decoração

[vitrine

Churrasqueira inteligente:: A churrasqueira cooktop, da Scheer, dispensa a constru-ção em alvenaria. É inserida em módulos de móveis plane-jados ou como extensão de bancadas. São dois modelos: um equipado com espetos giratórios e o outro com uma parrilla, um modelo de grelha. Na EXS, a partir de R$ 4.715.

Facilidade para lavar roupa:: Uma das últimas novidades da Mueller é a Special, uma máquina de lavar front load premium. Entre os diferenciais do produto está o fato de que, além de lavar e secar, o usuá rio pode colocar e retirar a roupa do cesto sem se abaixar. Os preços são R$ 1.499 (água fria) a R$ 2.199 (especial lava e seca).

Toque oriental:: Para quem quer dar um toque oriental na decora-ção, o gabinete Benji, da Hestia Design, é uma boa opção. O móvel é todo em madeira, com duas portas, pintado a mão, no estilo usado pela Dinastia Ching. As medidas do gabinete são 60 x 40 x 80 centíme-tros e o preço é R$ 650.

Ambiente perfumado:: O designer de acessórios de luxo Fabrizio Giannone está lançando sua Coleção Casa. A linha tem spray de ambientes (R$ 128, 100 ml), difusor (R$ 148, 350 ml), vela perfumada (R$ 78, 230 g) e sabonete líquido (R$ 98, 250 ml), todos com aroma suave e refrescante inspirado nos campos floridos e lima do sol.

SErViço

eXS eletrodomésticos,

Avenida Vicente Machado,

2.000, fone (41) 3082-7374

e site www.exs.com.br.

Fabrizio Gianonne, shoppings

Mueller, Crystal e

ParkShoppingBarigui, e site

www.fabriziogiannone.com.

hestia Import, Av. Sete de

Setembro, 6.519, Batel, fone

(41) 3244-0919 e site

www.hestiaimport.com.br.

Mueller, SAC 0800-471692 ou

site www.mueller.ind.br. Foto

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gaçã

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Page 33: Casa e Decoração
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[sala de estar

A arte que se faz na superfície

PRAGA

GRAFISMI

CATAVeNTo

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35GAZETA DO POVO Viver Bem Casa & Decoração

Vencedora do “oscar” de design de produto, o IF Product Design Award, a gaúcha de coração Renata Rubim fala sobre o processo de criação de revestimentos decorativos

Sua criação não é apenas no cam-po da padronagem e cores, mas também no formato e relevo do objeto, como podemos observar no revestimento Catavento. o que é mais im por tante para você na hora de criar? Criar em design é projetar para um cliente, uma empresa, uma matéria-prima, um mercado. Então, a primeira coisa é conhecer profundamente a produção e o foco do cliente. Aí se entra com o processo que compreende criação, testes, análises e muita troca de ideias com as equipes envolvidas. Não existe processo completamente solitário. Na fase de conceituação, que é a primeira após o contato inicial com o cliente, normalmente sigo minha intuição, meus primeiros f lashes de ideias e preciso estar só. Portanto, o que é importante na hora de criar é trazer para mim as necessidades do meu cliente e traduzi-las da melhor maneira. Com cuidado, com foco e em sintonia com o mercado.

Você recebeu dois prêmios do iF Products Design awards, na Alemanha, inclusive com o revestimento praga, que já havia sido inscrito em prêmios nacionais, sem êxito. o Brasil demora a reconhecer seus profissionais? Não é só no Brasil. Parece que é do ser humano, a crença de que “santo de casa não faz milagre”. Mas ainda assim vejo que muitos brasileiros fazem sucesso aqui. Talvez tenha mais a ver com o estilo de cada pessoa, as pessoas mais extrovertidas terem mais facilidade, coisas assim. Quem acaba sendo reconhecido lá fora, certamente terá mais visibilidade aqui, mesmo se expondo menos do que deveria.

Com esses prêmios, você espera alguma mudança no cenário brasi-leiro para o design de superfície? Sim. O que ainda faltava era reconhecer verdadeiramente que projetar superfície não é um trabalho puramente decorativo, estético. No caso dos dois projetos premiados a sustentabilidade é real, não é “superficial”. Precisamos cada vez mais desvincular o glamour do design.

Flávia Schiochet, eSpecial para a Gazeta do povo

:: Autora do primeiro livro sobre design de superfície no Brasil (Desenhando a Superfície, publicado em 2010 pela edi-tora Rosari), a designer e consultora de co res Renata Rubim começou a se inte-ressar por colorir e desenhar estampas e padrões antes mesmo de saber que o ter mo “design” existia, muito menos o “de superfície”. Carioca de nascimento, mas morando em Porto Alegre desde os anos 1960, Renata só deixou a cidade por longos períodos em duas ocasiões: para estudar no Instituto de Artes e Decoração, em São Paulo; e para apri-morar técnica e conhecimento para tra balhar com revestimentos no Rhode Is land School of Design, nos EUA.

Hoje, suas padronagens estão im -pres sas em revestimentos de parede e piso, tecidos, porcelana e plástico e a lista de clientes do escritório Renata Rubim Design & Cores é formada por empresas como Coza, Termolar, Sanre-mo, Tok&Stok, S.C.A. e Saccaro. Neste ano, dois trabalhos de sua autoria – os revestimentos Catavento e Praga – receberam o “oscar” mundial do design de produto, o IF Product Design Award, na Alemanha.

Nesta entrevista concedida por e-mail à Viver Bem Casa & Decoração, Renata conta um pouco sobre seus pro-jetos, processo criativo e a situação do design no Brasil.

perFil

idade: 64 anosonde nasceu: Rio de janeiroonde vive: Porto Alegreprofissão: designer e consultora de cores objetivo profissional: tornar o design cada vez mais integrado e acessível a todos. Hobby ou atividade para relaxar: cinema, meditação, estar na natureza e com crianças.

de onde vem essa ideia de que o design é algo glamuroso?Na Europa, antes da Revolução Industrial, os produtos eram manufaturados. Eram de difícil execução e, portanto, inacessíveis à maioria das pessoas. Eram objetos de luxo. Com o surgimento da produção em série houve uma necessidade de se retirar o excesso, de se “limpar” os projetos e o desenho. A escola Bauhaus surgiu e trouxe o conceito de design como projeto, processo e função. O resultado era cada vez mais, e principalmente, utilitário. Essa “limpeza” excessiva provocou nos anos 1980 um movimento contrário, principalmente com o Grupo Memphis, que “radicalizou” agregando o orgânico – quase barroco – e o supérf luo para a produção de design. Enquanto isso, aqui no Brasil, o design como fator cultural ficou à margem, frequentando mais as áreas de arquitetura e um pouco de interiores. Continuávamos com a linguagem opulenta do passado e se confundia design com o glamour, com os objetos de desejo. Poucos setores entenderam que design não se limita a mobiliário, carros, objetos de adorno. O design está embutido em tudo o que convive conosco e deve se propor a contribuir em melhorar a qualidade de vida e de trabalho de qualquer cidadão. Se o projeto for bom ele consequentemente será belo.

E o design de superfície, no mercado em geral, ainda é visto como mera decoração? Certamente que sim. Mas não é um fato isolado, porque no nosso mercado o design em geral ainda é visto com um olhar distorcido do seu real significado e valor. O design é muito mais do que glamour e estética. É refinado na medida em que serve aos mais diferentes aspectos e necessidades da vida em geral.

lEiA mAiSConfira a entrevista na íntegra

no www.gazetadopovo.com.br/viverbem

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36 GAZETA DO POVO julho de 2012Viver Bem Casa & Decoração

Calçamentos de jardim são

soluções bonitas e funcionais

para valorizar espaços e

preservar a grama

aline baroni, especial para a Gazeta do povo

:: Um passeio, um almoço, uma tar-de na piscina ou simplesmente ler um livro sob uma árvore. O quintal da casa pode ser um ambiente bas-tante acolhedor e útil se receber um projeto adequado. Para chegar a esse objetivo, o caminho é muito impor-tante – literalmente. Ou seja, cons-tantemente, paisagistas recorrem a calçamentos feitos em pedras, madeira e outros materiais para aumentar a circulação pelos espaços externos. “Caminhos bem resolvidos favorecem o passeio. Assim, é possí-vel desfrutar muito mais do jardim, seja para leitura, contemplação, meditação, aproveitar o tempo com os filhos ou namorar”, afirma o pai-sagista e engenheiro f lorestal Guto Ciccarino.

Tão importantes quanto os locais para onde vão, os caminhos podem ser feitos de diversos materiais, gerando uma infinidade de composi-ções possíveis. Dormen tes, cruzetas, rodelas de madeiras, pedras como arenitos, granitos apicuados, f lame-ados, limestone, cerâmicas e tijolos de demolição, que colocados no solo, se combinam com as plantas que

Caminhos pelo verde

[paisagismo

melhor se adaptarem ao local. Aliados a eles estão recursos de ilumi-nação e até espelhos d’água.

Mas é o paisagista que deve indi-car o melhor material de acordo com a disponibilidade e necessidades de seu cliente. No entanto, uma reco-mendação é unânime: “O material deve ser sempre antiderrapante”, alerta Ciccarino. O motivo é óbvio: garantir a segurança de quem passa. A paisagista Heloíza Rodrigues lem-bra que, com rodelas de madeira, o cuidado deve ser redobrado porque, com o tempo, o limo que se cria pode ser extremamente perigoso.

O projeto também deve ser feito respeitando alguns pontos funda-mentais, segundo a paisagista Rosângela Sabbag. “Em um jardim grande há de se ter cuidado para ele-ger a rota mais importante, porque muitos caminhos podem deixar a cir-culação confusa.” Ela ressalta ainda que um projeto que não leva em con-

sideração as rotas mais usadas pelos moradores tende a não vingar.

preservaçãoA escolha por um quintal ou jardim com caminhos não é apenas estética. Funcionais, eles têm importância redobrada quando é necessário per-correr um trajeto longo ou quando se quer direcionar a visita a um ponto estratégico da área, sem falar que aju-dam a conservar a vegetação. “Caminhos suavizam o impacto físi-co no jardim, evitando que marcas permaneçam ou apareçam de uma hora para outra”, conta Ciccarino. Rosângela salienta, entretanto, que um calçamento não deve ser encara-do como um meio para se evitar a grama, e, sim, para evitar seu desgas-te pelo uso constante dos mesmos locais. “Grama é para ser pisada, sim!”, afirma.

Para reduzir os custos de instala-ção, Rosângela recomenda que se

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Pedra goiana Ao projetar o quintal desta moradia em Curitiba, Guto Ciccarino quis criar um jardim funcional, dinâmico e de facil manutenção. o caminho, que dá acesso da entrada lateral da casa ao jardim, piscina e área de lazer, é feito de lajes espessas de pedra goiana – um material atérmico, antiderrapante e de fácil manutenção. A forração foi escolhida de acordo com sua necessidade de luz: para os locais onde bate mais sol, optou-se por grama coreana; nas áreas de sombra, foi usada a grama preta. No restante do quintal, palmeiras, moreias, rafis em vasos, kaisukas, buxinhos podados, cicas, heras, bromélias e plumbagos.

BasaltoA paisagista Rosângela Sabbag criou para esta residência na capital caminhos com pedras de basalto. o calçamento permite aos moradores e visitantes apreciarem a diversidade de plantas do local, com terreno em desnível, como lavanda, azaleia, pitanga anã, lírio da paz e grama preta. A moradia tem, inclusive, um orquidário.

dorMenteseste caminho faz parte da área de recreação de um condomínio em Ponta Grossa, projetado pela dória lopes Fiuza Arquitetos Associados. No jardim, criado pela paisagista heloíza Rodrigues, há quiosques com churrasqueiras e uma praça com espelho d’água. Para chegar neles, os moradores e visitantes seguem por caminhos de dormentes. o calçamento de madeira dá um ar mais natural, combinando com o bosque do local, composto por espécies como pitosporo anão, dianela variegata e cotoneasters.

Div

ulga

ção

SErViço

heloíza Rodrigues,

da Prima Flor

Paisagismo, fone

(41) 3023-7076. Guto

Ciccarino, fone

(41) 3232-6320.

Rosângela Sabbag,

fone (41) 3363-2985.

alie criatividade e reaproveitamento de materiais interessantes. O uso de retalhos de pedra é uma alternativa, por exemplo. Por serem refugos são muito mais baratos e criam um efeito bonito. As escolhas ficam por conta do que mais se adapta às necessida-des e possibilidades do morador.

Quanto à manutenção, os cami-nhos com pisos cerâmicos demandam limpeza quinzenal, os com pedras pre-cisam ser revistos mensalmente e os com pisos de madeira devem ser lim-pos semestral ou anualmente.

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38 GAZETA DO POVO julho de 2012Viver Bem Casa & Decoração

passo a passo

materiais• 1 tubo de cola para decoupagem

• 1 tubo de tinta vermelho escarlate

• 1 tubo de verniz acrílico brilhante

• 1 goma laca incolor

• 1 tudo de tinta branca acrílica

• Pincel trincha

• Pincel nº 24 (cerdas duras)

• Pincel nº 24 (pelo macio)

• Pincel nº8 (pelo macio)

• lixa de unha

• Guardanapo próprio para artesanato com a estampa de sua preferência

• Porta-chaves em MdF

1. Retire com um alicate os pinos do porta-chaves.

2. Com o pincel trincha passe uma primeira demão de tinta branca. Se necessário, aplique outra vez para cobrir toda a madeira. espere secar.Passe uma camada de goma laca no guardanapo e espere secar novamente (isso evita que ele rasgue na hora de colar no porta-chaves).

3. espalhe a cola por toda a peça com o pincel de cerdas duras e cole o guardanapo. Passe mais uma camada de cola por cima e espere secar.

4. lixe as bordas para retirar o excesso do guardanapo.

5. Com o pincel fino de pelos macios passe tinta vermelha nas bordas, atrás do porta-chaves e nos pinos. espere secar.

6. Passe o verniz com o pincel macio em toda a peça. Recoloque os pinos.

Práticos e muito úteis, os porta-

chaves podem se tornar parte da

decoração. A artesã Josy Cardoso

ensina a criar uma peça em estilo

provençal, usando cores como

cinza, preto e branco, que estão

em alta. O custo de fazer o porta-

chaves fica, em média, R$ 15

renata sGuissardi rosa, especial para a Gazeta do povo

Chaves sempre à mão

[toque final

SErViço

Atelier Arte da josy,

fone (41) 8865-7005

ou www.facebook.

com/josely.cardoso.7

dicaQuando quiser trocar a decoração da peça ou tentar algo novo, basta lixar o guardanapo e colocar outra estampa. Além do porta-chaves, é possível usar a técnica para outras peças em MdF e formar conjuntos com porta-guardanapos e porta-celular.

Fotos: Mel Gabardo / Gazeta do Povo

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